1. Professora Dra. Sílvia de Fátima Pilegi Rodrigues
Trabalho com Gêneros textuais –
Caderno 4
2. TIPOS TEXTUAIS (SEQUÊNCIAS TIPOLÓGICAS OU DISCURSIVAS)
Dá-se o nome de sequências tipológicas ou discursivas às formas de
organização das estruturas linguísticas internas do texto oral ou
escrito de acordo com sua função e intencionalidade.
Assim cada forma de organização textual é marcada por
determinadas características linguísticas, como a predominância de
certas estruturas sintáticas, classe gramaticais, tempos e modos
verbais, expressões, relações lógicas, etc.
Dependendo dessas características temos diferentes tipos textuais:
• narrativo
• descritivo
• expositivo ou explicativo
• argumentativo
• conversacional ou dialogal
• instrucional ou injuntivo
• preditivo.
Um gênero textual pode estruturar-se com base em uma ou
mais de uma sequência discursiva, entretanto, geralmente uma
delas é predominante. (MARCUSCHI, 2008)
3. Gêneros textuais
Gêneros textuais são maneiras de organizar as informações linguísticas de acordo com a
finalidade do texto, com o papel dos interlocutores e com as características da situação.
Aprendemos a reconhecer e utilizar gêneros textuais no mesmo processo em que
“aprendemos” a usar o código linguístico: reconhecendo intuitivamente o que é
semelhante e o que é diferente nos diversos textos.
Do mesmo modo que desenvolvemos uma competência linguística quando
apreendemos o código linguístico, desenvolvemos uma competência sociocomunicativa
quando apreendemos comportamentos linguísticos. A identificação dos gêneros está
incluída nesta competência sociocomunicativa. (MEC, 2008, p. 25)
4. Todo texto apresenta algo de “igual” e algo de
“diferente” de outros textos. O “igual” corresponde ao que
é típico da construção textual em determinado contexto
social; o que é “diferente” corresponde às marcas dos
usuários da língua. A identificação de um gênero depende
desse conjunto de fatores, não apenas de um só. (MEC,
2008, p. 35)
5. Gêneros podem ser caracterizados como padrões
relativamente estáveis de enunciados presentes em cada
interação verbal. Distinguem-se pelo conteúdo temático, pelo
estilo, pela composição textual, pelo relacionamento social dos
participantes e, especialmente, pela finalidade segundo a qual
são produzidos. (MEC, 2008, p. 68)
14. TEXTO INFORMATIVO
produção textual com informação sobre um
determinado assunto;
tem como objetivo esclarecer uma pessoa ou
conjunto de pessoas sobre determinada
matéria, transmitir conhecimentos, dados e
conceitos.
Normalmente em prosa, o texto informativo
esclarece o leitor sobre o tema em questão.
A maioria dos leitores, ao ler um texto
informativo, tem a expectativa de aprender
alguma coisa com a leitura
16. Função
• Conhecer ou transmitir explicações e
informações de caráter geral.
• Seu objetivo é compreender ou comunicar
as características principais do tema, sem
maior aprofundamento.
18. Suportes textuais
• Jornais;
• Revistas;
• Livros de divulgação;
• Folhetos e outros.
19. Conteúdo
• Muito diverso, em função do tema (notícias,
anúncios, cartas etc.).
20. Formato
• Texto em prosa, com características
específicas de cada modelo.
21. Procedimentos de leitura
• Uso de indicadores de aproximação ao
conteúdo (títulos, fotos, imagens, tipografia,
seções do jornal/revista, etc.).
• Identificação do tema da informação.
• Identificação da ideia principal.
• Identificação dos detalhes principais.
22. • Podem existir textos informativos sobre
animais, com características e informações
sobre eles ou sobre doenças como a
dengue.
• Um texto informativo sobre a dengue, por
exemplo, provavelmente disponibilizará
informações sobre os sintomas, tratamento
e formas de prevenção. Neste último caso,
estamos perante um texto informativo
científico, com informações autenticadas de
acordo com a ciência.
23. Analisar as características dos textos informativos
• Seu fim comunicativo é fazer-saber. Isso significa
que, independentemente do gênero em que ocorra,
o texto informativo visa a informar o seu leitor e é
colocado em cena em uma situação de
comunicação na qual o produtor do texto tem um
saber que deve ou pode ser passado ao
leitor/interpretante desse texto.
• A relação do produtor e do leitor do texto em
relação ao saber que o texto transmite varia e,
assim, variam também as formas que o texto toma
para expor esse saber.
• O produtor precisa se valer de estratégias que
seduzam o leitor e que façam com que ele fique
interessado na leitura do seu texto. É o caso, por
exemplo, do gênero textual informe publicitário.
27. A MINHOCA – Elias José
A MINHOCA SAI DA TOCA
E SE ESTICA E SE ENROSCA.
O PESCADOR QUER PEGAR
A POBRE DA MINHOCA.
A GALINHA QUER COMER
A SABOROSA MINHOCA.
O MOLEQUE QUER ESPREMER
PRA SEPARAR TERRA E MINHOCA.
A MINHOCA, QUE NÃO É TONTA,
LOGO SE ESTICA E SE ENROSCA.
A TERRA ENTERRA A MINHOCA
E NINGUÉM VIU A SUA TOCA.
LÁ DE SUA TOCA, TODA TORTA,
TORCE DE RIR A LEVADA MINHOCA.
29. “No trabalho escolar com a matemática, um dos
tipos de texto utilizado é o do enunciado de
problemas escolares, que pode ser considerado
como um gênero discursivo a ser dominado
pelos alunos. Sua interpretação vai além, como
acreditam muitos professores, da pouca
competência que os alunos possam ter ao fazer
sua leitura na língua materna, porque nesses
textos se combinam duas linguagens diferentes,
as palavras e os símbolos matemáticos,
linguagens estas que apresentam certas
especificidades e que, portanto, demandam
estratégias específicas de leitura.” (PAVANELLO;
LOPES; ARAÚJO, 2011, p. 130 – grifos meus)
30. “A resolução de um problema exige do aluno a
familiaridade com um gênero discursivo com
características semelhantes as de uma
narração de fatos, embora não podendo ser
com ela confundido, porque seu objetivo é
apresentar informações que tornem possível
responder a uma questão. Como cada
informação é essencial para se chegar a essa
resposta, é necessário que o estudante as
compreenda bem, não só do ponto de vista
linguístico, como também do matemático.”
(PAVANELLO; LOPES; ARAÚJO, 2011, p. 135 –
grifos meus)
31. Ligeski e Guérios, citando Echeverría e Pozo
(1998, p. 54), explicam que “a maneira de
expressar o problema pode evidenciar certas
ambiguidades linguísticas ou semânticas que,
por sua vez, podem motivar diferentes formas
de compreender um mesmo problema”.
(LIGESKI; GUÉRIOS, 2013, p. 25639)
32. As ambiguidades que comprometem a
compreensão de um texto são a lexical e a
estrutural ou gramatical (BAKHTIN, 1997).
“Echeverria (1998, p. 55) evidenciou em suas
pesquisas que a ambiguidade linguística ‘pode
levar a diferentes soluções, mas em muitos
outros pode fazer com que o problema se torne
insolúvel, ou que o aluno chegue a soluções
impossíveis’. Daí decorre que em um texto,
qualquer espécie de ambiguidade deve ser
evitada para que o leitor não interprete
equivocadamente a mensagem recebida, aí
incluindo-se os enunciados dos problemas
matemáticos que os alunos do Ensino
Fundamental devem resolver como atividade.”
(LIGESKI; GUÉRIOS, 2013, p. 25640)
33.
34. Referências
• BARONI, Daniela et. al. O Gênero textual Notícia: do jornal
impresso ao on-line. Anais 9º Encontro Nacional de História
da Mídia. UFOP, Ouro Preto-MG, maio/2013.
• BRASIL. Programa Gestão da Aprendizagem Escolar - Gestar
II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 3 - TP3:
gêneros e tipos textuais. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2008.
• LIGESKI, Arivana Izabel Stanski; GUÉRIOS, Ettiène. Estudos
sobre compreensão textual de enunciados de problemas
matemáticos de alunos do ensino fundamental. ANAIS XIX
Congresso nacional de Educação EDUCERE. Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, Curitiba-PR, setembro/2013
• PAVANELLO, M. R.; LOPES, S. E.; ARAÚJO, N. S. R. Leitura e
interpretação de enunciados de problemas escolares de
matemática por alunos do ensino fundamental regular e
educação de jovens e adultos (EJA). Educar em Revista,
Curitiba, Brasil, n. Especial 1/2011, p. 125-140, 2011. Editora
UFPR.