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Passado por pedras, presente por águas.

                    Análise e proposta urbana para o município de
                                Rio Grande da Serra.
Sumário
Introdução                                                 05
Em meio à trilhos, havia um rio                            06
         História                                          07
         São Paulo Railway Company                         12
Um lugar, suas belezas, seus limites                       16
         Padrões Socioespaciais                            17
Um povo como protagonista                                  27
         Padrões Socioeconomicos                           28
         Pelos olhos de quem vive                          34
Contexto Urbano                                            37
         Apresentando o plano diretor                      38
         Vulnerabilidade                                   44
         Pagamentos por serviços ambientais                46
Valores:
Valores: para uns inestimáveis, para outros inexistentes   51
         Turismo                                           53
         Artesanato                                        55
         Um pouco sobre o Cambuci                          56
         Projetos atuais e propostas futuras               59
Proposta Final                                             61
                                                                2
Sumário

Conclusão               69

Referências             70




                             3
Trabalho da disciplina de Planejamento Urbano
do 8º semestre.
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo –
Anhanguera ABC


                     nathessia@gmail.
 Nathéssia Temóteo – nathessia@gmail.com
                  tssbarreto@gmail.
 Tatiane Santos – tssbarreto@gmail.com




                                                4
Introdução

Visando a preservação das áreas de mananciais
e a sua devida importância, será apresentado
neste trabalho uma proposta de melhoria ao
município .
Serão expostas ideias que incentivem o trabalho
local, o ecoturismo, a sustentabilidade,
agricultura e principalmente a conservação das
áreas remanescentes de mata e rios.




                                                  Vista parcial de Rio Grande da Serra com a mesma capela ao fundo - 1970




                                                                                                                            5
Em meio à trilhos,
  havia um rio...




                     6
História
Rio Grande da Serra inicia-se no principio do século XVII, aonde
tropeiros negociantes de sal, vindos de São Vicente com destino a
Mogi das Cruzes fundaram o pequeno povoado chamado caminho
do Zanzala. Foi considerada vila até 1640, sempre muito admirada
devido às belezas das proximidades.
Havia um vasto interesse pela região devido a quantidade de
estradas, caminhos e trilhas. Dois locais preferidos para parada das
tropas eram às margens do rio Grande.
O caminho das tropas de mercadores era através do Rio Jeribatiba
– nomeado pelos índios de Rio Grande. Jeribatiba foi a terceira
aldeia organizada por jesuítas depois de chegarem ao litoral
paulista. Anteriormente o município pertencia à São Bernardo do        Acima Capela de São Sebastião (antiga Capela Santa Cruz) - 1970
Campo, depois veio a pertencer à Ribeirão Pires e após sua
emancipação, tornou-se Icatuaçu.




                                Ponte sobre o Rio Grande                             Estrada de Rodagem que liga Rio
                                                                                     Grande da Serra à Ribeirão Pires                    7
“Era aqui que as tropas pousavam,
                                                  pois era a primeira parada após a
                                                  saída do sertão e subida da serra
                                                  íngreme.”
                                                  http://www.novomilenio.inf.br/sa
                                                  ntos/h0433b.htm




Tropas pousando
http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0433b.htm




                                                                             8
Festa de São Sebastião em 1943
Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0433b.htm




                                                         9
Foi elevado ao título de distrito em 1954, emancipando-se de Ribeirão Pires,
 e em dezembro de 1963 sobe à categoria de município retornado com seu
 antigo nome com o acrescido “Serra” – proximidade a Serra do Mar, ficando
 desde então o nome Rio Grande da Serra.
 Conta-se que em uma das paradas morreu um dos membros mais velhos
 das tropas, sendo sepultado próximo ao local. Em homenagem ao
 companheiro a tropa colocou ali uma cruz de madeira e posteriormente
 construiu-se a capela de São Sebastião – famosa por sua torre e coroa,
 símbolos portugueses.
 A igreja antes chamada de Santa Cruz mudou de nome depois de um
 morador fazer e doar a imagem de São Sebastião – presente até hoje na
 capela.




Imagem estação Rio Grande da Serra – Sem data
Fonte: http://www.dgabc.com.br/Columnists/Posts/15/5598/a-cronista-da-cidade-a-emocao-que-aflora.aspx
                                                                                                        10
Vista parcial de Rio Grande da Serra, com a capela ao fundo, em 1970




                                                                       http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0433a.htm   11
São Paulo Railway Company
                                                                   Em meados do século XIX surge a ferrovia do
                                                                   planalto paulista, devido ao crescimento do café.
                                                                   Contempladas, as regiões de Ribeirão Pires, Mauá,
                                                                   Rio Grande da Serra e Santo André caminharam
                                                                   rumo ao desenvolvimento. Aliados a isso os eixos
                                                                   dos Rios Tamandatueí, Rio Grande, e Ribeirão Pires
                                                                   conduziam        as     atividades     econômicas,
                                                                   proporcionando o surgimento de várzeas e olarias.
                                                                   A ferrovia trouxe a região do ABC um processo de
                                                                   industrialização ainda no século XIX, atrativo para
                                                                   um grande número de trabalhadores migrantes de
                                                                   diversas partes do país, principalmente da região
            Autor Desconhecido                                     nordeste. Trazendo uma vasta diversidade cultural.
            http://pjrgserra.zip.net/                              Inaugurada em 15 de fevereiro de 1867, a Estação
                                                                   Ferroviária de Rio Grande da Serra foi a segunda a
                                                                   ser construída no Estado de São Paulo. A estação
                                                                   ferroviária foi implantada próxima a Capela São
                                                                   Sebastião, cruzamento da via férrea com o antigo
                                                                   caminho do Zanzalá. Nas primeiras décadas, a
                                                                   ferrovia trouxe desenvolvimento urbano ao
                                                                   município, desenvolvendo atividades com carvão,
                                                                   pedras, madeira e alimentos.




Estação Ferroviária da E.F.S.J. Rio Grande da Serra - déc. de 70                                                     12
O bairro da pedreira é talvez um dos mais conhecidos
bairros riograndenses. Em meados da década de 20 a
prefeitura de São Paulo, visando a necessidade de
realizar obras de pavimentação, adquiriu uma série de
pedreiras, com o intuito da minimização dos custos de
obras. Uma destas pedreiras adquiridas foi a de Rio
Grande da Serra – 1927. Localizada próxima aos trilhos       Pedreira - déc 70
da São Paulo Railway, facilitaria o trabalho de transporte
de material.
Boa parte da produção de pedras serviu para calçar as
vias da capital, entre elas a avenida paulista. Na década
de 20, Rio Grande da Serra foi escolhida para ser o braço
central do represamento projetado pelo engenheiro
Billings para gerar energia na usina Henry Borden,
aproveitando a queda da Serra do Mar.
Firmado o convênio com a Light & Power para o
fornecimento de energia, foi ampliando o funcionamento
da pedreira. Deu-se inicio então ao desenvolvimento da
rede elétrica domiciliar do município.
No final da década de 70, encerram-se as atividades na
pedreira. Hoje é considerada a maior da américa latina,
formando um paredão de mais de 640 metros de
comprimento e 70 metros de altura. Atualmente utilizada
para esportes radicais como rapel e escalada.




                                                             Pedreira – Imagem atual   13
Os funcionários eram levados até a pedreira através de um ramal
ferroviário para o transporte das pedras entre a vila e pedreira,
era feito por um pequeno bonde movido à gasolina. Durante
muitos anos ficou sob posse dos moradores da região e hoje é
preservado pela Secretaria de Cultura do Município.




                                 Pedreira - déc 70
                http://www.arquiamigos.org.br/info/info22/i-manu.htm

                                                                       14
Apesar da evidente potencialidade produtiva que Rio Grande da Serra
apresentava, sua importância devido a abundância das riquezas naturais e
abastecimento de água e energia, aliadas a localização estratégica de
caminhos, principalmente adjacentes à linha do trem, foram interrompidos
durante a Segunda Guerra Mundial.
Os loteamentos foram congelados pelo Ministério da Guerra e
interromperam a expansão urbana da cidade, priorizando a questão de
segurança nacional. Posteriormente o município foi inserido integralmente
na Lei de Proteção aos Mananciais, exigindo controle mais rigoroso de uso e
ocupação do solo.

O município apresenta uma grande quantidade de córregos e riachos, como
o "Córrego da Figueira e o Piolzinho" situados na região do Parque América.
O Rio Grande é responsável por abastecer 7% da água do Estado de São
Paulo, seus afluentes e nascentes servem a represa Billings, sua área
territorial tem 45% inserida na área de bacias hidrográficas.
A represa Billings foi construída em 1928, nasceu como reservatório para
produção de energia, porém com o crescimento de São Paulo e ABC houve a
necessidade de torna-la também reservatório de abastecimento de água.
Cercada de vegetação a represa Billings é uma das maiores reservas de água
potável situada na Região Metropolitana de São Paulo, banhando alguns
municípios do Grande ABC, inclusive Rio Grande.
Rio Grande da Serra possuí potencialidade turística devido à diversidade de
cenários intocados de matas, cachoeiras, nascentes, corredeiras e quedas
d’água, além da exploração ecoturística proporcionando simultaneamente a
preservação ambiental e o lazer.




                                                                       15
Um lugar, suas belezas,
         seus limites...




                       16
Padrões Socioespaciais
O município de Rio Grande da Serra, situa-se no Vetor
Sudeste da Região Metropolitana de São Paulo,
juntamente a mais 38 municípios pertencentes a Região
Metropolitana de São Paulo.
O município de Rio Grande da Serra, cidade da chamada
Região do Grande ABC, situa-se no Vetor Sudeste da
Região Metropolitana de São Paulo e integra, com mais
38 municípios a mais importante metrópole do País. Seu
limítrofe geográfico ao norte é composto pelo município
de Ribeirão Pires, ao sul por Santo André, a leste por
Suzano e a oeste novamente por Santo André. Possui
área de 31 km², estando totalmente inserida na área do
perímetro da Lei de Proteção aos Mananciais (LPM),
Considerada 100% área de proteção aos mananciais, o
município possui uma área de 36,24km² e sua área
urbanizada contempla 6,58km², o equivalente a 18% da
área total do município. A densidade populacional bruta
de Rio Grande da Serra alcança a cifra de 1175,5
habitantes por km², possui parque fabril singelo e tem
como principais atividades econômicas: comércio,
serviços e agricultura, esta basicamente de
hortifrutigranjeiros.
A topografia é irregular devido à proximidade com a
Serra do Mar, a represa Billings ocupa 20% de seu
território e está 100% inserido em área de proteção,
devido à proximidade aos mananciais.
A represa é abastecida por uma bacia hidrográfica
formada por diversos cursos d’água: córregos e
ribeirões, com os mais influentes Rio Grande, Rio
Pequeno e Rio Araçaúva. A vegetação predominante é
de floresta e capoeira – Mata Atlântica.

                                                  17
*Adaptação de EMPLASA - Padrões Socioespaciais
Localização Geográfica




                                                                                   18
                         Localização Geográfica – Relação Município de São Paulo
Foto Aérea – Limite Geográfico – Google Maps 26/11/2012


                                                          19
Pensando em contextualização urbana, analisando
                                            padrões predominantes de uso e ocupação de
                                            solo e características ambientais e sociais,
                                            podemos classificar o município de Rio Grande da
                                            Serra em diferentes Unidades de Informação
                                            Territorializadas (UITs).




                                           UIT 1-Centro–Rio Grande da Serra

                                           UIT 2-Vila Conde

                                           UIT 3-Vila Lopes

                                           UIT 4-Macrozona de Preservação Ambiental/Chácaras

                                           UIT 5-Parque América/Rio Pequeno




UIT’s SOBRE MOSAICO DE FOTOS AÉREAS 2002



                                              *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais
                                                                                      20
Nesta UIT, o uso predominante é o residencial
 horizontal e, ao longo das avenidas principais desta
 porção da cidade (Rua José Maria de Figueiredo, Rua
 Dom Pedro Ie Jean Lieutaud), as ocupações comercial e
 de serviços são predominantes. AUIT 1 é o centro
 dinâmico do município, local da sede da Prefeitura
 Municipal, Delegacia de Polícia, Batalhão da Polícia
 Militar, agências bancárias, posto dos correios, Estação
 Ferroviária, Terminal da EMTU etc.
 Alguns atrativos de interesse histórico do município
 encontram-se nesta UIT central, como: a Estação de
 Trens da cidade, e a Capela de Santa Cruz.




Rodovia Deputado Antônio Adib Chamas




*Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais               21
Ocupação Mista Residencial e Comercial   Batalhão da Polícia Militar




                                  Estação de Trem                    Comércio Local




*Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais                                               22
Predominantemente o uso é residencial horizontal, sendo que
                                                em algumas áreas, as edificações têm características de auto
                                                construção. Alguns lotes são utilizados para comércio e serviços
                                                e para uso institucional ou equipamentos públicos.
                                                Os bairros que constituem esta UIT possuem predomínio de
                                                padrão residencial de renda média baixa, com áreas em que as
                                                edificações possuem características de autoconstrução. O
                                                entorno da UIT é marcado por estar cercado de muito verde e
                                                nenhuma edificação.




*Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais                                                           23
Possui recobrimento asfáltico na maioria de suas vias. Os
bairros que compõem esta UIT são servidos por sistema de
água encanada, mas não possuem sistema de esgoto. A
topografia elevada desta área condiciona que as habitações
(com padrão predominante de autoconstrução) situem-se em
área de risco alto ou elevado de escorregamento de encostas
e/ou erosão em sua grande maioria.




                      Residências localizadas em áreas de risco                                            24
                                                                  *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais
Uso predominantemente residencial
                                                horizontal com maioria de habitações de
                                                baixa renda e características de
                                                autoconstrução.
                                                Presença da pedreira desativada na
                                                década de 90.
                                                Os bairros que compõem esta UIT são
                                                parcialmente servidos por sistema de
                                                água e não possuem sistema de esgoto.
                                                Eles se caracterizam por uma ocupação
                                                de baixa renda, com habitações precárias
                                                e autoconstruídas. A região possui muitas
                                                chácaras que são usadas principalmente
                                                nos finais de semana.




*Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais                                    25
A    maioria    das    edificações
presentes nesta UIT é residencial
com padrão de renda média baixa.
Também verificou-se a presença
de residências de melhor padrão,
principalmente ao longo das Ruas
Ana Bela e México. Os bairros são
parcialmente servidos por sistema
de água encanada e não possuem                  Vias Não-Pavimentadas
sistema de esgoto, sendo que
algumas residências utilizam fossa
séptica. A maioria do território
desta UIT é servida por vias não-
pavimentadas.




  Residências de Melhor Padrão




                                                                    26
*Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais
Um povo como
protagonista...




              27
Os padrões socioeconômicos.   A classe social predominante no
                                                                             município é a de baixa renda
                                                                             resultante da falta de poder
                                                                             aquisitivo municipal e do baixo
                                                                             investimento em infra-estruturas
                                                                             públicas e capacitação.

                                                                             O município de Rio Grande da Serra
                                                                             abrigava no ano 2000, segundo o
                                                                             recenseamento do IBGE, uma
                                                                             população de 37091 habitantes;
                                                                             dados estimados pela Fundação
                                                                             Seade para 2007 apontam para uma
                                                                             população de 42601 habitantes que
                                                                             ocupam cerca de 50% do seu
                                                                             território e perfaz uma Taxa
                                                                             Geométrica de Crescimento Anual
              *Dados de população rural não levantados.                      (TGCA) de 2,02%, sendo esta taxa
                                                                             maior que a do Município de São
                                                                             Paulo, com 0,55%, maior que a do
                                                                             Grande ABC, com 1,27%, e que a da
                                                                             Região Metropolitana de São Paulo
                                                                             (RMSP), que é de 1,33% de
                                                                             crescimento populacional por ano.
                                                                             O Índice de Desenvolvimento
                                                                             Humano (IDH) do município obtido
                                                                             no ano de 2000 foi de 0,766, o que
                                                                             equivale à 33ª posição na RMSP e
                                                                             439ª no Estado de São Paulo, posição
                                                                             que ficou inferior à de 1991, que
Fonte: IBGE
                                                                             apontou o índice de 0,727 e as
                                                                             posições de 28ª na RMSP e 284ª no
                                                                             Estado.
                                                                             *Extraído de EMPLASA - Padrões
                                                                             Socioespaciais                 28
O perfil das atividades econômicas de Rio
Grande da Serra, conforme dados da Rais de
2005, concentra-se no setor terciário, com
151 estabelecimentos: (78 comerciais e 73 de
serviços), registrando, respectivamente, 266
e 518 empregos. A segunda atividade
econômica relevante em Rio Grande da Serra
corresponde ao setor secundário, com 34
indústrias, em sua maioria de transformação
(20), seguida da construção civil (13) gerando
1552 empregos, sendo 1186 no setor de
transformação e 360 no de construção civil.
As demais atividades econômicas do
município correspondem a (2) administrações
públicas e (1) atividade agropecuária,
empregando, respectivamente, 655 pessoas e
na agropecuária, apenas duas.
*Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais




                                                 Fonte: IBGE




                                                           29
Considerando os resultados das atividades
              econômicas expressos pelo Produto Interno
              Bruto (PIB) do município de Rio Grande da
              Serra, foi gerado um PIB total de
              R$263.255.175 milhões, correspondendo 6%
              em participação na região e um PIB percapita
              de R$6.455, cujos valores correspondem, na
              mesma ordem, em 34ª posição na RMSP e
              207ª na posição do Estado de São Paulo e o
              PIB percapita aponta a 30ª posição na Região
              Metropolitana de São Paulo e a 512ª no
              Estado de SãoPaulo.

              *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais




Fonte: IBGE




                                                   30
Fonte: IBGE

              31
Fonte: IBGE




              32
Fonte: IBGE




              33
...pelos olhos de quem vive...



   O bairro Pedreira é sinônimo de esquecimento, há décadas, por parte do poder público. A titularidade do terreno, de cerca de 660 m², é da
   Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo. Ou seja, os 1.200 moradores estimados não pagam, por exemplo, o Imposto Predial
   Territorial Urbano à Prefeitura, motivo que afasta o interesse para investimentos no local.
   "Aqui, só não somos abandonados por Deus", desabafou Célia Aparecida Ferreira, 40 anos, moradora há 25 anos. O mesmo sentimento de
   outros moradores entrevistados pela equipe do Diário. Para o aposentado por invalidez Luiz Eduardo Moreira, 45, o carente bairro é "esquecido
   pelos poderosos".
   Eles apontam várias justificativas para o abandono. A começar pelo fato de Rio Grande da Serra estar centrada em 100% de área de proteção de
   mananciais. No caso da Pedreira, o bairro é considerado como área de compensação ambiental. O que impede a construção de moradias, pois
   deve ser preservado, apontou a Cohab.
   Além das casas simples de alvenaria ou madeira e dos poucos comércios, a Pedreira, que na década de 1920 tinha a jazida de pedra bruta
   explorada pela Prefeitura de São Paulo, sofre hoje com a falta de equipamentos públicos.
   O bairro possui única escola estadual, que atende crianças de Ensino Fundamental. Aos jovens do Ensino Médio, a alternativa é se dirigir para
   os bairros vizinhos, como Vila Niwa e Suzuki. "O que faz muitos jovens desistirem de estudar", confidenciou Debora Queijo, 21.
   A Prefeitura de Rio Grande da Serra justifica a ausência de unidade de Saúde e escolas pelo fato de o bairro vizinho, a Vila Niwa, já possuir
   ambos os serviços. Pela proximidade, os pacientes e alunos da Pedreira frequentariam esses locais. Realidade contestada pelos moradores
   entrevistados pela equipe do Diário.
   Não é só de Saúde e Educação que o bairro carece, mas principalmente de lazer, tão prometido por cada chefe do Executivo que passou pelo
   município. O ex-prefeito Ramon Velasquez, na época pelo PT, tinha o sonho de transformar a desativada área da Pedreira em parque ecológico
   para a prática de esportes radicais e pistas de caminhada. A ideia não foi levada adiante.
   A Cohab informou que a Prefeitura, hoje comandada pelo prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB), tem interesse na área para fins ambientais e de
   lazer. Pela proposta, o município passaria a ser o responsável pela guarda e utilização da área de cerca de 500 mil m² por 100 anos de
   concessão.
   O projeto é mais do que esperado pelas crianças e jovens do bairro. "Aqui não tem nada para fazer", afirmou, sem expectativa, Ingrid Rodrigues
   Moreira, 15.
                                                                                                                                                 34
*Extraído de www.dgabc.com.br
Família Moreira guarda as lembranças dos tempos da jazida
 A família Moreira é formada por ex-funcionários da Prefeitura de São Paulo que, até meados da década de 1970, trabalharam na pedreira.
 Dessa jazida foram retiradas as pedras para a pavimentação da Avenida Paulista.
 Com o fim da exploração por parte da Prefeitura, a área passou às mãos da Companhia Metropolitana Habitacional de São Paulo. Os
 imóveis que ali existiam, na época, só podiam ser ocupados exclusivamente por funcionários da administração da Capital. Atualmente,
 essa condição não existe.
 No entanto, Luiz Eduardo Moreira, 45 anos de vida e de Pedreira, pai de quatro filhos batizados com nomes de personalidades
 importantes, representa esse passado até hoje no bairro.
 Filho do ex-dinamitador da jazida José Moreira, morto há 35 anos, reside na Rua dos Trilhos, exatamente em frente à garagem de onde
 saía o trenzinho que interligava o bairro à estação de Rio Grande. Ali, o pai fazia o transporte de pedra e dos passageiros. "Andei muito de
 trem", recordou-se, com saudade, ao lado da mulher Elisabete, 32.




                                    O morador Erivelton Santana Araújo, do bairro Jardim
                                    Guiomar em Rio Grande da Serra, reclama do péssimo estado
                                    em que se encontra a rua Daniela. Além dos buracos, a rua
                                    sofre com o mato alto.

                                    “A Prefeitura jogou entulho na rua, mas deixaram partes
                                    grandes de concreto. Domingo, não tinha condições de passar
                                    com o carro, tive que pegar uma picareta e ficar das 11h às
                                    14h quebrando este pedaço de concreto”, lembra.




                                                                                                                                                35
*Extraído de www.dgabc.com.br
Rio Grande da Serra!

                                                                                               Você é muito mais que lindo
                                                                                               Com suas belezas naturais
                                                                                               É por isso, que é meu preferido

                                                                                               Aqui tem rios e nascentes
                              Natural de São Caetano do Sul, Ezequiel se mudou para Rio        Com suas águas abundantes
                              Grande da Serra em 1964 e lá construiu a vida com a família.     Que saciam a sede de sua gente
                                                                                               No morro tem seus pés de samambaia

                                                                                               Nas árvores suas lindas orquídeas
                                                                                               Na campina suas flores do campo
                                                                                               Tem o cantar dos pássaros
                                                                                               Com suas lindas melodias

“Eu me sinto feliz aqui. Tenho amor por Rio Grande da Serra, foi nessa cidade que consegui     É por isso que todos os dias
vencer, foi aqui que lutei para criar meus filhos”.                                            Para você rezo o Pai Nosso
                                                                                               Acompanhado da Ave Maria!
“Meu filho estudava a noite e voltava para a casa correndo, porque não tinha ninguém na rua,
acabei me mudando para o Santa Tereza para a segurança deles”.
                                                                                               Autor Ezequiel de Souza, morador do Jardim
“Em Rio Grande eu descobri que é o lugar de morar, aqui é o meu lugar, sou apaixonado, amo     Santa Tereza
essa terra”.




                                                                                                                                    36
*Extraído de www.folharibeiraopires.com.br
O contexto urbano




               37
Apresentando o plano diretor
O município possuí um plano diretor participativo datado do ano de 2006. Neles foram acrescidas diretrizes para o desenvolvimento social,
urbano e ambiental de Rio Grande da Serra, onde atividades econômicas e sociais se integrem as atividades em potencialidade da cidade
como agricultura, indústria, comércio e serviços.
A proteção ao meio ambiente e a configuração do espaço urbano também são questões pautadas no plano, além da busca da diminuição da
desigualdade social.

Das questões sociais
Tratando-se de desenvolvimento econômico ele apresenta diretrizes de“ orientação das ações econômicas a partir da articulação
metropolitana para enfrentamento dos problemas de natureza supra municipal; estímulo às cadeias produtivas do município para
atrair novos setores produtivos; o fortalecimento das atividades de médio e pequeno porte e os serviços de apoio à produção; iniciativas
visando atrair investimentos públicos e privados compatibilizando crescimento econômico com justiça social e equilíbrio ambiental; criação
de um sistema de acompanhamento e avaliação de atividades produtivas; a dinamização da atividade rural, com utilização de práticas de
manejo agrícola adequadas, priorizando agricultura orgânica e proibindo o uso de defensivo agrícola; estimulo do acesso ao
desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico pelos micro e pequenos empreendimentos e cooperativas; criação de sistemas
integrados de administração orçamentária e financeira; modernização da administração tributária; promoção do orçamento
participativo, instituição de centros de referência em áreas de maior vulnerabilidade”.

Das questões urbanas
Prevê os requisitos mínimos de parcelamento de solo na Macrozona de Recuperação Urbana, na ZRU – Zona de Reestruturação Urbana,
ZQU – Zona de Qualificação Urbana e na ZQUI – Zona de Qualificação Urbana, predominantemente Industrial. O mesmo vale para as ZEIC –
Zona de Especial Interesse Coletivo a ZEITH – Zona Especial de Interesse Turístico e Histórico. Também dependem de lei específica as áreas
nas quais o direito de construir poderá ser exercido acima do coeficiente de aproveitamento básico adota por meio do Instrumento de
Outorga Onerosa do Direito de Construir, o mesmo valendo para as Operações Urbanas Consorciadas.

No artigo 30 do PD estão elencados os objetivos do ordenamento territorial, quais sejam: I Melhorar a qualidade ambiental e paisagística e
criar uma identidade própria e diferenciada; II Garantir a qualificação urbanística, através da melhoria da paisagem urbana; III Evitar a
degradação ambiental e a ocupação de áreas inadequadas; IV Incentivar o adensamento na sede do município e nos vazios
contíguos a áreas dotadas de infraestrutura de saneamento básico, de água esgoto e de equipamentos urbanos; V Reverter a tendência de
ocupação dispersas em Áreas de Proteção Permanente e áreas de risco; VI Estimular
a ocupação de áreas urbanas ociosas e subutilizadas; VII Ocupar, para fins coletivos, edifícios abandonados; VIII Adequar e divulgar os
marcos históricos e paisagísticos para usufruto da população local e para desenvolvimento de turismo; IX Recuperar e qualificar o centro
comercial; X Restaurar os edifícios de valor histórico.

 *Extraído e adaptado de relatório de Avaliação Plano Diretor
                                                                                                                                       38
 do município de Rio Grande da Serra – SP – 2009
Mapa de Uso e Ocupação de Solo - Rio Grande da Serra   39
Fonte: Emplasa
O Plano Diretor demarca diversas áreas como ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social, entre as quais, algumas nas regiões mais
consolidadas da cidade, o que, somado ao acento “bem intencionado” do texto referente às políticas setoriais, inclusive de habitação,
permitiria ao gestor realizar investimentos concretos para produção de HIS em curto e médio prazo.

Das questões ambientais
O plano considera o fato de o município localizar-se em área de preservação ambiental. Uma das macrozonas instituídas refere-se
justamente à Marazona de Proteção Ambiental. Diversas categorias de zonas são instituídas no intuito de enfrentar a necessidade da
preservação, como
Zonas de Conservação e Preservação e Zonas de Uso Sustentável.
O plano diretor busca, ao menos no âmbito da intenção enfrentar parte dos problemas urbanos como o espraiamento, a carência de
infraestrutura de determinadas regiões, a própria fragilidade do aparelho público municipal.
De acordo com o artigo 33 corresponde às áreas de proteção do ambiente natural, de proteção as nascentes e aos córregos, às áreas
cobertas de Mata Atlântica, a área da várzea da Bacia Billings, áreas identificadas como impróprias à ocupação, de alta declividade,
degradadas ou contaminadas - tais como lixões, aterros, minerações, que estejam comprometendo a qualidade da água, e onde devem ser
desenvolvidas ações de caráter corretivo e remoção de invasões.
Incluem-se as áreas contaminadas identificadas pela CETESB, indústrias e empreendimentos em situação irregular ou sem o devido
licenciamento, cavas minerárias, áreas objeto de ações do Poder Judiciário, entre outras.
O grau de auto aplicabilidade das definições estabelecidas na política de saneamento ambiental é relativamente baixo, seria importante
elaborar um plano de saneamento e implementar a política municipal de saneamento (que incluiria a realização de um diagnóstico, projeção
de demanda futura e necessidade de investimentos, mecanismos de controle social, entre outros estudos).
Na política de meio ambiente também existe a diretriz de construção de ciclovias como forma de diminuir os impactos dos sistemas no meio
ambiente.




                                                                              *Extraído e adaptado de relatório de Avaliação Plano Diretor
                                                                                                                                      40
                                                                              do município de Rio Grande da Serra – SP – 2009
Mapa área de reflorestamento e hortifrutirangeira – Rio Grande da Serra
Fonte: Emplasa                                                            41
Das questões habitacionais
  Apenas se reconhece as áreas de risco onde reside a população de baixa renda (que às vezes coincide com áreas de preservação ambiental) e a
  consequente necessidade de urbanização, regularização fundiária ou remoção e produção de HIS.
  Não são propostas metas quantitativas ou que estabelecem prazos às propostas. Os objetivos, conforme o art. 11: “I - Assegurar o direito à
  moradia digna como direito social, conforme definido no artigo 6º da Constituição Federal; II - Articular a política de habitação de interesse social
  com as políticas sociais, para promover a inclusão social das famílias beneficiadas; III - Promover o uso habitacional nas áreas consolidadas e
  dotadas de infraestrutura, utilizando, quando necessário, os instrumentos previstos na lei Federal nº.10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da
  Cidade; IV - Coibir novas ocupações por assentamentos habitacionais inadequados nas áreas de preservação ambiental e de mananciais, nas de
  uso comum do povo e nas áreas de risco, oferecendo alternativas habitacionais em locais apropriados e a destinação adequada a essas áreas; V -
  Criar condições para a participação da iniciativa privada na produção de habitação de interesse social e habitação de renda média baixa,
  especialmente na área central e nos espaços vazios da Cidade dotados de infraestrutura; VI - Propiciar a participação da sociedade civil na
  definição das ações e prioridades e no controle social da política habitacional”.




*Extraído e adaptado de relatório de Avaliação Plano Diretor                                                                                     42
do município de Rio Grande da Serra – SP – 2009
Mapa área urbanizada – Rio Grande da Serra   43
Fonte: Emplasa
Vulnerabilidade
                                                                                              A população sofre com a vulnerabilidade social
                                                                                              e com a falta de infraestrutura. Os sistemas de
            Mapa de vulnerabilidade social do Município de Rio Grande da Serra                abastecimento de água e esgoto do município
                                                                                              são operados pela SABESP (Companhia de
                                                                                              Saneamento básico do Estado de São Paulo ).
                                                                                              O índice de atendimento total de água para o
                                                                                              município é de 79,19% ( SNIS,2009 ), tendo
                                                                                              somente 25% de esgoto coletado e desses,
                                                                                              85% são tratados, cujo o corpo receptor é a
                                                                                              Represa Billings (CETESB, 2011).
                                                                                              A falta de infraestrutura e saneamento básico,
                                                                                              acarretam uma série de deficiências ligadas à
                                                                                              qualidade e condições de vida da população
                                                                                              local. A baixa porcentagem em tratamento de
                                                                                              afluentes resultam em não conformidades na
                                                                                              água, de acordo com o relatório de “Qualidade
                                                                                              das águas superficiais do Estado de São Paulo
                                                                                              – 2011”, foram encontrados nas amostras
                                                                                              Maganês, Ferro e Mercúrio.
                                                                                              O mercúrio é um metal bioacumalativo que
                                                                                              pode acarretar em contaminação. A ingestão
                                                                                              de mercúrio tem graves consequências à
                                                                                              saúde, podendo afetar os sistemas nervoso,
                                                                                              digestivo e imunológico, os pulmões, rins, pele
                                                                                              e olhos e ainda, causar distúrbios neurológicos
Fonte: Prefeitura Municipal do Rio Grande da Serra, Plano Diretor - Lei municipal n° 1.635,   e comportamentais (OMS, 2012).
de 05 de Outubro de 2006.
                                                                                              (Adaptado da Dissertação de Pós Graduação
                                                                                              de Ana Karina Favaro,2012)




                                                                                                                                        44
Número de internações somatório das taxas de mortalidade para 8 categorias selecionadas no período
de 2008 – 2011 para o município de Rio Grande da Serra (SP).




       Fonte: DATASUS (2012)
  De acordo com os dados do DATASUS para 2011 (2012), o ano de 2009 apresentou maior taxa de mortalidade para doenças que também podem
  estar relacionadas às causas ambientais. As doenças do aparelho respiratório foram as que mais levaram à internação ,seguidas pelas doenças
  do aparelho digestivo . Observou-se também que as internações por transtornos mentais e comportamentais. Esta prévia analise é usada como
  base para propor melhoria na saúde ambiental.
  Um estudo realizado para o Reservatório Atibainha (SP-UGRHI 5) considerou quatro tipos de serviços ambientais característicos do bioma Mata
  Atlântica : manutenção da fertilidade do solo; redução do assoreamento do reservatório; purificação da água; e sequestro de carbono (DITT et.
  al. 2010). Esses serviços serviram de base para considerar os serviços ambientais prestados pelo município de Rio Grande da Serra , pois este
  também está localizado no bioma da Mata Atlântica e apresenta extensa área de vegetação nativa ou em restauração ( sequestro de carbono e
  fertilidade do solo ) e possui córregos e riachos que alimentam a Represa Billings ( redução do assoreamento do reservatório, purificação da
  água). Com base nas pesquisas foram identificados os Serviços Ambientais prestados pela região, a demanda por estes serviços, as
  oportunidades de PSA e a seleção daqueles cujo resultado promova melhoria da saúde ambiental na região . Apresentados na tabela abaixo:45
  (Adaptado da Dissertação de Pós Graduação de Ana Karina Favaro,2012))
Pagamento por serviços ambientais

Uma transação voluntária na qual um serviço ambiental bem definido ou uma forma de uso da terra que possa segurar este serviço é comprado
por pelo menos um comprador, de pelo menos um provedor, sob a condição de que o provedor garanta a provisão deste serviço (WUNDER,2005).
O PSA é um mecanismo de mercado e, sendo assim, para que ele ocorra deve existir ao ferta e a demanda de bens e serviços ambientais, ou seja,
deve existir um comprador (um ou mais) e um vendedor (um ou mais). O comprador, na maioria das vezes, é também o beneficiário
(ex.:moradores pagam aos proprietários rurais pela manutenção de suas áreas verdes melhorando a qualidade do ar no local), mas em alguns
casos, o comprador não se beneficia (pelo menos não diretamente) dos bens e serviços ambientais (ex. uma organização não governamental
investindo em uma região para a redução da pobreza). Por fim, sendo uma transação de compra e venda, os vendedores devem garantir a provisão
e a qualidade dos serviços prestados, o que pode ser averiguado por meio de monitoramento, e os compradores devem garantir os recursos para
essa compra.
De forma simplificada, existem dois tipos de esforços para a conservação, o primeiro é a conservação por si só, independente das necessidades ou
desejos da sociedade e o segundo é a proteção dos serviços ecossistêmicos e seu suporte à qualidade de vida. A busca por soluções mais eficientes
para a resolução desses conflitos deve observar três pontos fundamentais: i) uma visão clara das respostas dos ecossistemas às formas de uso e
ocupação dos solos; ii) evitar os vieses relativos ao poder organizacional dos diferentes grupos envolvidos; e iii) um bom arcabouço de informações
e medições confiáveis relativas à utilidade dos ecossistemas (SCHEFFER et al., 2000).
Para que a construção de programas relacionados aos serviços ambientais torne-se mais eficiente e efetiva é necessário um novo conjunto de
ações políticas, econômicas e sociais, o que envolve a elaboração e aprovação de novas leis, mecanismos e oportunidades de abertura de
mercado, bem como a participação da sociedade civil organizada em todo o processo. Os programas de PSA, em sua maioria, diferem
substancialmente uns dos outros. As diferenças vão desde a adaptação dos conceitos básicos de PSA para condições ecológicas, socioeconômicas
ou institucionais diversas. Programas de PSA devem ser vistos como uma ferramenta para a conservação e também como uma possibilidade de
melhoria das condições socioeconômicas dos prestadores de serviços.
De acordo com o BID (2006b) existem três tipos de modelo de gestão para o PSA: i) modelo público de gestão de PSA, onde o Estado provê o
marco institucional, administra e interfere diretamente nos mecanismos (obtendo, sendo intermediário entre provedor e comprador, negociando
as vendas e sendo responsável pelo monitoramento); ii) modelo misto de gestão de PSA, o Estado desenvolve acordos para financiar e administras
o programa com parceiros do setor privado e da sociedade civil; e por fim, iii) modelo privado de gestão de PSA, onde os pagamentos ocorrem
diretamente entre os compradores e os provedores, sem interferência do Estado. Os programas de PSA devem sempre levar em conta aptidões
locais. A gestão participativa pode melhorar a qualidade da tomada de decisão e também, pode garantir estratégias de adaptação mais adequadas
ao contexto sociocultural e ambiental da região. Esse tipo de gestão contribui para o empoderamento dos problemas e identificação de técnicas
inovadoras para o enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas, desempenhando um papel fundamental na mudança de comportamento
das comunidades (FAZEY et al.,2010).
Segundo WUNDER (2007), a efetividade dos programas de PSA depende das limitações por parte da demanda e falta de conhecimento por
parte da oferta.
                                                                                                                                              46
(Adaptado da Dissertação de Pós Graduação de Ana Karina Favaro,2012)
Serviços Ambientais prestados, demanda por serviços, oportunidades de PSA e seleção dos que promovem a melhoria da saúde ambiental.




Fonte: Trabalho de Pós Graduação - Ana Karina Favaro

                                                                                                                                       47
Identificação de associação ou organizações de moradores com potencial para participar do programa de PSA

 A escolha do local é fundamental. A região escolhida deve ter relevância ambiental e social, assim, os programas de PSA devem ser “personalizados”,
 pois nem sempre as populações com maior potencial de participação estão nas áreas de maior produção de serviços ambientais (GRIEG-GRAN et al.,
 2005 ePAGIOLA et al., 2005).
 Durante o presente estudo não foram identificadas associações ou organizações de moradores com atuação no município. Assim, foram selecionadas
 regiões cuja população poderia apresentar potencial para participar do programa. A seleção das regiões baseou-se no Mapa de vulnerabilidade social
 e no Mapa de sistemas de áreas verdes municipais, ambos contidos no Plano Diretor Participativo do município de Rio Grande da Serra, como
 apresentado na figura abaixo:

                                                                                                   A região 1 é composta pelos bairros Nova
                                                                                                   Califórnia, Califórnia Paulista e Oásis Paulista,
                                                                                                   com população em alta vulnerabilidade social
                                                                                                   e localizada na várzea do braço do Rio Grande
                                                                                                   da represa Billings, ou seja, em uma área de
                                                                                                   preservação permanente (APP) de mata ciliar.
                                                                                                   A região 2 é formada pelos bairros Chácara
                                                                                                   Esperança, Chácara Dom Bosco, Parque Rio
                                                                                                   Grande e Parque América, essa população
                                                                                                   também se encontra em alta vulnerabilidade
                                                                                                   social e está localizada em uma área contendo
                                                                                                   zonas de proteção integral e reposição de
                                                                                                   mata ciliar. Por fim, a região 3 que é composta
                                                                                                   pelos bairros Vila Niwa, Esperança e Pedreira,
                                                                                                   cuja população também se encontra em alta
                                                                                                   vulnerabilidade social e está localizada na
                                                                                                   várzea do Ribeirão da Estiva.
                                                                                                   (Dissertação de Pós Graduação de Ana Karina
                                                                                                   Favaro,2012)




                                                                                                                                               48
Fonte: Trabalho de Pós Graduação - Ana Karina Favaro
A iniciativa da criação de um programa de PSA partiu do próprio município de Rio Grande da Serra, contudo o município não dispõe de recursos
suficientes para arcar com os custos de implementação, nem para realizar os pagamentos previstos no programa. Nesse caso, o modelo de gestão
indicado é o modelo misto de gestão do PSA e para realizá-lo é necessário que o município recorra a recursos externos, por meio dos fundos
previstos nas leis citadas, ICMS ecológico, bancos de desenvolvimento, fundações, empresas interessadas ou ainda, parceiros locais. Para a gestão
dos recursos e a para a efetuação de pagamentos, o município conta com o Fundo Municipal do Meio Ambiente instituído pela Lei Municipal n°
1.913, de 20 de setembro de 2011 que “Altera dispositivos da lei municipal n° 1.769, de 3 de junho de 2009, que dispõe sobre a criação do Conselho
Municipal de Defesa do Meio Ambiente e do Fundo Municipal do Meio Ambiente” (RIO GRANDE DA SERRA, 2011a) e
regulamentado pelo Decreto Municipal n° 2.022, de 23 de novembro de 2011 (RIO GRANDE DA SERRA, 2011b).
Um bom exemplo de como a gestão para a preservação e ,ao mesmo tempo para a utilização de áreas naturais, pode ser vantajosa é o Programa
Natura 2000 da European Comission Environment. Na Espanha as áreas de reserva ou proteção ocupam 21% do território nacional e a comunidade
autônoma da Catalunha é a região com a maior visitação a parques. Ao todo, são 17 parques integrantes do programa Natura 2000. A estratégia é
alcançar o equilíbrio entre a conservação e a utilização das áreas para a recreação, práticas de esportes ou turismo (TORBIDONI, 2011).
O uso da valoração ambiental não é indispensável em um programa de PSA, mas pode ser útil para estabelecer faixa de valores. Medidas como
disposição à pagar e à receber, custo de oportunidade e a diferença entre valores para realizar o manejo sustentável ou o convencional, contribuem
para dar uma ideia aos provedores e compradores de que está sendo negociado (MMA, 2011).
Em programas de Pagamentos por Serviços Ambientais a valoração ambiental pode ser utilizada como uma ferramenta consensual, uma forma de
ponderar um valor que para uns é inestimável e para outros, inexistente.
Para ter um breve idéia de valoração ambiental (mais detalhes ver MOTTA 1998 e 2006) e opções para cálculos desejados para o PSA , FARBER
Et al. (2006) sugerem quais metodologias são mais eficientes para a valoração econômica de alguns serviços ecossistêmicos, como
apresentado na Tabela abaixo:
Serviços como o sequestro de carbono (regulação de gases e regulação climática), considerados em escala global, têm seus valores facilmente
transferidos. Alguns serviços estão disponíveis em escala local, como a pesca (alimento), mas ocorrem em tantas localidades de forma semelhante
que poder ser transferidos para outros locais/contextos. Já outros serviços como controle de erosão e inundação (retenção do solo e regulação
hídrica) podem ser transferidos de uma escala local para regional e por fim, serviços como beleza estética ou localidades históricas apresentam
baixa possibilidade de transferência, pois são muito peculiares (FARBER et al.,2006).
A negociação dos serviços ambientais está diretamente ligada à confirmação da existência e continuidade de fornecimento dos mesmos. Essa
continuidade é medida por meio de metodologias de monitoramento, podendo ser qualitativas ou quantitativas, dependendo do serviço negociado.
DE GOOT et al. (2009) sugerem indicadores quantitativos e qualitativos para a medição dos serviços prestados pelos ecossistemas.
(Adaptado da Dissertação de Pós Graduação de Ana Karina Favaro,2012)



                                                                                                                                            49
Categorias de serviços ecossistêmicos e metodologias de valoração econômica indicadas




                                                                                                        50
Fonte: FABER et al. (2006). Tradução livre.
Valores: para uns inestimáveis ,
para outros inexistentes...




                             51
Turismo

Considerada uma das potencialidades turísticas , Rio Grande da Serra apresenta boa infraestrutura turística, atraindo cada vez mais investimentos
diversificados por parte dos capitais nacionais e estrangeiros. Percebe-se então, com tal investimento a possibilidade de uma alternativa para a
questão da redução da desigualdade social.
Oportunidades que gerem resultados e dinamizem a economia municipal.
O ecoturismo associado à prática de esportes radicais são atrativos locais propiciando dinamismo local, principalmente em períodos de alta
temporada.


                                                         Se manifesta como palco de eventos e festas, com
                                                         bares e restaurantes flutuantes. Sua beleza natural,
                                                         como o volume de suas águas e a vegetação das
                                                         margens, faz da região um dos principais pontos
                                                         turísticos da Metrópole, propiciando a prática de
                                                         esportes náuticos, como a vela e o windsurf.




                  Represa Billings

                                                    A Pista de Skate Sandro Dias
                                                    “Mineirinho” fica localizada na área
                                                    central da cidade, ao lado da Praça da
                                                    Bíblia. É uma pista semiprofissional, com
                                                    400m de área e pode receber
                                                    competições, permitindo que os jovens
                                                    da cidade e região participem de
                                                    campeonatos e se destaquem no cenário
                                                    do esporte.
 *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais                                                                      Pista de Skate          52
Biquinha do Matarazzo, local onde os
         tropeiros faziam suas paradas para
         se abastecerem com água.
         Hoje, os moradores da região vêm buscar a
         mesma água da biquinha, porém fora da
         área particular de onde ela se encontra.




                                                Na área de uma pedreira desativada, considerada a
                                                maior da América Latina, com um paredão de mais de
                                                640m de comprimento e 70m de altura, existe projeto
                                                para um parque municipal, voltado à prática de esportes
                                                radicais, bem como à realização de cursos de rapel,
                                                escalada, skate, bungee jump, bicicross etc.




*Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais                                                             53
Trilha do Areão (2.800m a partir do Bairro da Pedreira)                           Trilha da Pedreira – 1400m




Trilha do Tancão - (3.800m) a partir da Vila Lopes até a Biquinha   Trilha das Minas da Grafite (4.800m a partir da Vila Lopes)
                                                                                                                                  54
ARTESANATO.




       FORMÃO: Ferramenta de ponta
       chata e cortante usada para entalhar
       madeira.
       LUTHIER: É um profissional especializado
       na construção e reparos
       de instrumentos musicais.



    As atividades artesanais vêm crescendo sobremaneira, oferecendo opções aos visitantes e também criando um novo leque de geração
    de renda. Hoje contamos com cerca de 60 (sessenta) artesãos que produzem trabalhos em madeira, sementes, folhas desidratadas,
    entre outros, também criando esculturas, bonecas de tecido, caixas decoradas, enfeites, bijuterias, pinturas, artefatos com material
    reciclável, etc. Estes artesãos também expõem seus trabalhos em outros municípios.


                                                                                                                                       55
Um pouco sobre o cambuci ...

                                                                                                  O cambucizeiro é uma árvore nativa da Mata Atlântica,
                                                                                                  ameaçada de extinção, que dá frutos em formato ovóide-
                                                                                                  romboidal, com uma crista horizontal dividindo-o em duas
                                                                                                  partes. E é por este formato singular que se dá a etimologia
                                                                                                  do nome: deriva de kamu'si ' que significa vaso, pote ou
                                                                                                  urna funerária dos tupis. Um fato curioso é que foi a fartura
                                                                                                  desta fruta que inspirou o nome de um bairro tradicional na
                                                                                                  cidade de São Paulo. Da fruta, só restou o nome no local e
                                                                                                  poucos moradores sabem hoje o que é um cambuci.
                                                                                                  Por sorte, a árvore ainda sobrevive em vários pomares
                                                                                                  domésticos nas cidades da Serra do Mar, como é o caso de
                                                                                                  Rio Grande da Serra, Paranapiacaba (uma vila da cidade de
                                                                                                  Santo André), Salesópolis, Biritiba-Mirim, Paraibuna e
                                                                                                  outras cidades com resquício de Mata Atlântica. E os
                                                                                                  moradores têm sido incentivados a plantá-la e mantê-la em
                                                                                                  seus próprios quintais, graças ao interesse gastronômico
                                                                                                  despertado pelos frutos e a descoberta de que eles podem
                                                                                                  fazer mais que simplesmente saporificar cachaças. E hoje, o
                                                                                                  cambuci já pode ser visto como uma alternativa de
                                                                                                  crescimento econômico e sustentável para os municípios
                                                                                                  que o adotaram como produto típico.



                                                                                                  .


 Há 28 anos que a psicóloga Nancy Soares de Carvalho decidiu comprar um pedacinho da Mata Atlântica, em Rio Grande da Serra, a 40
 quilômetros de São Paulo. Mal sabia ela que, ali, no meio da mata, estava escondido um segredo. Eram pés e mais pés de cambucizeiro
 Os moradores contam que o cambucizeiro estava ameaçado de extinção, quando começou um projeto de reflorestamento e distribuição de
 mudas no município. Hoje, a cidade tem mais de cinco mil pés. Nancy também investiu na plantação. E ela foi longe. Atualmente, tem 10 pés em
 produção e, no total 400 pés da fruta plantados.
                                                                                                                                        56
Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2010/02/fruta-exotica-e-nova-fonte-de-renda-em-rio-grande-da-serra-sao-paulo-2816357.html
Acreditando no potencial dessa frutinha exótica, os produtores se uniram e
criaram em 2006 a cooperativa Cooper Cambuci. Hoje, eles fabricam e
vendem mais de 10 produtos à base da fruta. Participam de feiras e eventos,
e faturam, mais de R$ 100 mil por ano.
São 25 cooperados. Cada um contribui com 200 quilos de fruta por ano. A
matéria-prima é aproveitada com um bom toque de criatividade. Além de
produzir 10 mil litros de cachaça de cambuci por ano, eles fazem geléia, pão-
de-mel, alfajor, trufas. A última novidade é o cambuci ice. A bebida é sucesso
entre os jovens nas festas da região.
Só em 2009, a Cooper Cambuci movimentou R$ 110 mil. O dinheiro foi usado
para ampliar e modernizar a sede da cooperativa. Os projetos não param.
Eles também já garantiram a patente para fabricar cosméticos à base da
fruta. E estão finalizando os documentos para colocar todos os produtos à
venda em supermercados. um exemplo de empreendedorismo.
                           Fonte:http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2010/02/fruta
                           -exotica-e-nova-fonte-de-renda-em-rio-grande-da-serra-sao-
                           paulo-2816357.html




                                                                                           57
A Rota do Cambuci promove a realização de um circuito de
Festivais Gastronômicos e um Arranjo Produtivo Regional nas
cidades de São Paulo, Rio Grande da Serra, Santo André -
Paranapiacaba, Mogi das Cruzes, Salesópolis e Paraibuna, com
apoio da AHPCE e participação ativa das prefeituras e produtores
locais, visando resgatar o cultivo e o consumo dessa fruta nativa,
endêmica da Mata Atlântica, abrangendo assim aspectos
históricos, culturais, ambientais, turísticos e econômicos.

Parceiros: Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São
Paulo; Instituto H&H Fauser para o Desenvolvimento Sustentável e
a Cultura; Núcleo Caraguatatuba do Parque Estadual da Serra do
Mar; Prefeituras de São Paulo, Rio Grande da Serra, Santo
André, Mogi das Cruzes, Salesópolis e Paraibuna.
http://www.ahpce.org.br/newsite/index.php?option=com_conten
t&view=article&id=132:rota-gastronomica-do-cambuci-passa-por-
paraibuna&catid=4:noticias&Itemid=16


.




                                                                     58
Projetos atuais e propostas futuras

Prefeitura de Rio Grande da Serra apresenta projeto de espaço cultural:

O novo complexo educacional do município terá cerca de 3.441m2 de área construída, com frente para a Av. Dom Pedro I e Rua José Maria
Figueiredo. A estrutura do espaço terá quadra esportiva coberta, playground, paisagismo em seus arredores, solário, área de recreação coberta
e descoberta, cozinhas independentes, refeitórios, sala de computação, reaproveitamento das águas de chuva e isso sem contar que a unidade
terá elevador para acessibilidade de deficientes físicos e instruções em braile além de piso tátil para deficientes visuais.
 Outro diferencial é que, nas dependências do prédio, haverá um amplo auditório com acústica apropriada e tratamento térmico, espaço que
será utilizado por toda rede municipal de ensino, bem como para divulgação dos trabalhos dos artistas da cidade. A inauguração não tem data
para ocorrer.

*Extraído de www.folharibeiraopires.com.br – 25/08/2011




Projeto para futura ETEC assinado:

Para citar apenas as últimas, na segunda- feira, foi anunciada obras de coleta de esgoto que vão contribuir para melhorar
a qualidade da água da represa Billings. No mesmo encontro, também foi anunciada a criação de um parque ecológico em Rio Grande da Serra.
Investimentos de R$ 1,95 milhões . Outro acordo firmado com o Governo do Estado é a duplicação da ponte sobre o Rio Grande, na Avenida
Guilherme Pinto Monteiro, próxima a Estação de Trem, e ainda a pavimentação da Estrada do Rio Pequeno e a recém anunciada construção da
Etec, obras que ultrapassam os R$ 4 milhões de reais.
Em uma cidade onde o dinheiro é pouco, os problemas são muitos, firmar convênios com órgãos estadual e federal, garante uma melhor
qualidade de vida para população.
A unidade da Etec em Rio Grande da Serra, ainda sem prazo para início das obras, será construída no bairro do Novo Horizonte, onde hoje está
localizado
o antigo prédio do Centro

*Extraído de www.folharibeiraopires.com.br – 29/06/2012

                                                                                                                                        59
Solvay Indupa é uma filial da Solvay, um grupo internacional ativo no setor químico. É uma das mais importantes empresas petroquímicas no Mercosul.
 Através da participação ativa de seus membros, a Solvay Indupa estabelece o seu compromisso com a comunidade a qual pertence, contribuindo para
 atender as necessidades da mesma


 Química e Natureza - Nasceu como um projeto de Educação Ambiental desenvolvido pela Solvay Indupa desde 1997, na comunidade do entorno da
 fábrica de Santo André. Com o principal objetivo de envolver alunos das escolas de Rio Grande da Serra, Paranapiacaba e Ribeirão Pires em um processo
 de identificação dos principais problemas que afetam a qualidade de vida da comunidade e elaborar um plano de atividades, trabalhando os conceitos de
 desenvolvimento sustentável e de cidadania.

 Curta Metragem Química e Natureza - Projeto de educação sócio-ambiental criado em 2006 com objetivo de dar continuidade ao trabalho já
 desenvolvido pela Solvay Indupa nas escolas de Rio Grande da Serra e Paranapiacaba. De uma maneira estimulante e inovadora, o cinema é utilizado
 como a principal ferramenta para provocar a reflexão dos alunos sobre as questões sócio-ambientais locais. Os alunos das 8ª séries desenvolvem
 redações sobre as temáticas ambientais locais, base para os curta metragens.

 Fibras da Serra - Projeto de educação ambiental e economia solidária desenvolvido pela Solvay Indupa junto à comunidade vizinha à fábrica - o Município
 Rio Grande da Serra - com foco na geração de trabalho e renda, o projeto visa à produção de objetos artesanais, tecidos com palha e fibra de bananeira,
 agregados a outros materiais. Atitudes de proteção ao ambiente incluem: cuidados com extrações da natureza, reaproveitamento de materiais e
 minimização na geração de resíduos.

  Campanha da Saúde - A Solvay Indupa patrocina com freqüência Campanhas de Vacinação contra a Dengue, entre outras doenças. Os beneficiários são as
 comunidades de Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires.

 Festival de Inverno de Paranapiacaba - Paranapiacaba é uma antiga vila ferroviária fundada em 1867 e que, apesar de sua reconhecida importância
 histórica, ficou abandonada por muitos anos. Por esse motivo, a Prefeitura de Santo André, que desde 2002 é a proprietária da vila, vem tentando
 revitalizá-la, fortalecendo seu potencial turístico. Para tanto, criou a Subprefeitura de Paranapiacaba que, como primeiro grande passo, desenvolveu o
 Festival de inverno de Paranapiacaba.
 A Solvay Indupa patrocina o evento desde sua primeira edição, em 2001. Desde então, o festival acontece todos os anos, sempre no mês de julho, e cada
 edição supera as expectativas tanto no número de público como na qualidade das atrações apresentadas



*Extraído de www.solvayplastics.com
                                                                                                                                               60
Proposta final...




               61
As diretrizes gerais propostas para o parque linear Rio Grande da Serra foram elaboradas considerados quatro aspectos principais, os aspectos físicos
da região, a importância do parque enquanto espaço de lazer, a ocupação urbana do território e a ligação do parque linear com a Pedreira.
O principal objetivo que um Parque Linear nesta região deve ter é de conciliar a conservação ambiental dos rios e suas margens, com a provisão de
espaços livres e verdes à população, articulados a áreas habitacionais. Portanto, uma de suas principais funções é se constituir em uma
infraestrutura capaz de solucionar parte do déficit de saneamento ambiental da região, melhorando a qualidade de água que chega à represa.
Considerando que os conflitos e problemas que existem nas áreas de proteção aos mananciais atingem uma área extensa, somente o parque linear
não é suficiente para que isso aconteça, mas deve ser parte de um processo de intervenções mais amplo.
O tratamento da vegetação ao longo do parque deverá atender duas distintas situações, conexão do parque com terrenos que
apresentam maciços de vegetação e um complemento ao projeto da cooperativa Cooper Cambucy destinando áreas para o cultivo do Cambuci. A
importância do parque, além de suprir demanda por espaços de lazer, seria a de se constituir como um instrumento de conservação das áreas onde
há vegetação ou maciços arbóreos significativos, esta implantação poderá suprir uma importante demanda desta parte da cidade, diversificando as
possibilidades de uso do espaço que atualmente é praticamente mono-funcional – habitacional, e com pouca qualidade de infra estrutura. Devido a
o seu entorno , o parque poderá ter uma diversificação de usos e atividades previstas, como atividades ativas (esportivas como trilhas, ciclovias,
quadras, brinquedos infantis) e contemplativas (áreas com decks, bancos, áreas de estar).
Como identificado na contextualização geográfica, há uma grande quantidade de ocupações precárias e de baixa renda. Por isso, a intervenção com
caráter ambiental tem necessariamente que dialogar com a questão habitacional e social da região. A área delimitada como parque linear abrange
uma faixa ao longo das margens dos rios e seus córregos contribuintes, e tem continuidade ao longo das vias que levam a estação ferroviária e a
pedreira. O parque linear cruza com as moradias criando uma integração de usos.
As diretrizes para o projeto contemplam , preservar a várzea e associar áreas verdes e espaços livres à rede hídrica, proteger ou recuperar os
ecossistemas, prover áreas verdes para o lazer proporcionando a apropriação social desses espaços, controlar a expansão da ocupação urbana em
área de preservação permanente, incentivar o cultivo do cambuci possibilitando a expansão da proposta do cooperativismo sustentável,
implantação de uma espaço cultural que contemple uma concha acústica e um boulevart , aliados oferecerão espaço físico para o festival do
cambuci, assim como a venda dos produtos resultantes da mão-de-obra local.
Hoje o Festival do Cambuci é realizado na rua em frente à prefeitura do município , o que não possibilita uma organização visualmente coesa .
A proposta para implantação deste espaço físico visa possibilitar a infra- estrutura para este e outros eventos que possam surgir, localizado no
terreno em frente à prefeitura, na rua do Progresso, paralela à Av. D. Pedro.




                                                                                                                                             62
Proposta para implantação
                             do parque.



                             Equipamentos de interesse
                             público –Estação/ Pedreira



                             Área proposta Concha-
                             Acústica



                             Área ciclovia proposta




Projeto de intervenção
Imagem: Google Maps - 2012




                                                 63
O objetivo da implementação do parque seria a preocupação de
proteger as áreas de várzea, funcionando como um regulador de
enchentes além da opção de lazer aos moradores locais.
A ciclovia sugerida torna-se parte do lazer proporcionado, integra-
se ao parque permitindo seu uso contemplativo e esportivo.
Pontos de parada com postos policiais, áreas cobertas para
descanso foram previstos no decorrer do trajeto que liga a estação
da CPTM à pedreira.




                                                                                           Parque Várzea do Tietê - Ciclovia
                                                                                           Fonte: Wikipédia




                                      Parque Várzea do Tietê – Ponto de parada ciclistas
                                      Fonte: Wikipédia                                                                         64
Área proposta Concha-
                                            Acústica
                                            Revitalização da quadra
                                            existente integrando-a ao
                                            projeto de intervenção.




Proposta de intervenção – Concha Acústica
Imagem: Google Maps - 2012




                                                            65
Com objetivo de atender a demanda dos eventos
religiosos, cívicos e culturais do município que antes
não contavam com tal espaço físico, integrando a praça
já existente em frente a Igreja de São Sebastião e a
pista de skate. O entorno ainda contempla um
pequeno campo de futebol que deverá ser revitalizado.
Equipamento ficará localizado à duas quadras da
estação ferroviária, possibilitando acesso pela rua Rio
Grande e a Av. D. Pedro I, rota para parada de ônibus.
O projeto da concha traz à população mais uma
possibilidade de cultura e lazer, torna-se aliado na
proposta de uma nova cidade rica por suas grandes
possibilidades de usos culturais e esportivos.




                                                          Concha acústica Praça Antonio João, Dourados
                                                          Fonte: www.douradosagora.com.br/noticias/praça-de-dourados-ganha-concha.




                                                                                                                                     66
Proposta
                                      Boulevard




Proposta de intervenção – Boulevard
Imagem: Google Maps - 2012




                                                 67
O Terreno para implantação da proposta do Boulevar, que contempla a viabilização de um comércio local, artesanal e gastronômico.
Espaço físico que aumente as possibilidades de ganhos financeiros e culturais ligados ao festival do Cambuci. Para viabilizar a proposta,
precisamos do poder público e privado aumentando assim a infraestrutura para o evento, uma estruturação que contemple uma
infraestrutura viável e boa campanha para divulgação do evento.
Assim como acontece com o festival de Paranapiacaba, que tem como investidor o poder privado, o qual contribui com a estruturação do
evento e divulgação. Festival este que ganha força com o passar dos anos.
Através de levantamentos sabemos que a empresa que colabora com o festival de Paranabiaca é a Salvoy, que mostra-se receptiva para
projetos culturais e sustentáveis.
Esta empresa que já viabilizou projetos em Rio Grande da Serra e por isso acreditamos que possa ser um investidor em potencial para o
proposta.




                              Boulevar Capivari
                              Fonte: www.capivari.com.br                                                                                    68
Conclusão
O trabalho aqui desenvolvido expôs a viabilidade teórica e prática de aliar questões ambientais , socioeconômicas e culturais. Na
intervenção proposta o respeito deve ser mútuo e analise feita em profundidade, antes de qualquer proposição. Exige-se sensibilidade
para perceber os elementos a serem preservados, assim como as necessidades dos munícipes. E humildade param notar que
determinadas soluções não atende à demanda presente , exigindo assim revisão constante.
Diante da limitação, as áreas de mananciais , proteção e reserva de matas nativas, conclui-se que existe uma imensa necessidade de
preservação ambiental. Visto que o descaso com este ecossistema abrange uma esfera que ultrapassa os limites do município de Rio
Grande da Serra e alcança um nível governamental, foi elaborada uma proposta com objetivo de contribuir para a melhoria dos padrões
socioeconômicos através do desenvolvimento sustentável e ampliação de ofertas culturais e de lazer.
Foram destacados conceitos de inclusão, autonomia e sustentabilidade , lado a lado com mínima intervenção , ambiência e
compatibilidade fisíco-química. Cada fator do projeto em sua esfera de atuação é um promotor nato da mudança.
Ao olharmos para a cidade, de forma geral, nos deparamos com o grande potencial a ser desenvolvido, fica demonstrado então os
diversos agentes , o projeto, a execução, a manutenção e o gerenciamento de uso. Sendo capazes de abranger as necessidades existentes
do município.
Se o projeto, execução e manutenção acontecerem corretamente , estará fadado ao sucesso e apropriação popular. Assim deve ser
encarada como ponto de partida por todas as partes envolvidas em sua efetivação.




                                                                                                                                        69
Referências

pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_da_Serra – Acessado em 08/08/2012
www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfilMunEstado.php - Acessado em
20/08/2012
www.emplasa.com.br – Acessado em 20/11/2012

Relatório de Avaliação Plano diretor do município de rio grande da Serra - 2009
Dissertação de Pós Graduação – Ana Karina Favaro - 2012

Plano Diretor Rio Grande da Serra - 2006




                                                                                  70

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Passado por pedras, presente por águas urbanismo rio grande da serra

  • 1. Passado por pedras, presente por águas. Análise e proposta urbana para o município de Rio Grande da Serra.
  • 2. Sumário Introdução 05 Em meio à trilhos, havia um rio 06 História 07 São Paulo Railway Company 12 Um lugar, suas belezas, seus limites 16 Padrões Socioespaciais 17 Um povo como protagonista 27 Padrões Socioeconomicos 28 Pelos olhos de quem vive 34 Contexto Urbano 37 Apresentando o plano diretor 38 Vulnerabilidade 44 Pagamentos por serviços ambientais 46 Valores: Valores: para uns inestimáveis, para outros inexistentes 51 Turismo 53 Artesanato 55 Um pouco sobre o Cambuci 56 Projetos atuais e propostas futuras 59 Proposta Final 61 2
  • 3. Sumário Conclusão 69 Referências 70 3
  • 4. Trabalho da disciplina de Planejamento Urbano do 8º semestre. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Anhanguera ABC nathessia@gmail. Nathéssia Temóteo – nathessia@gmail.com tssbarreto@gmail. Tatiane Santos – tssbarreto@gmail.com 4
  • 5. Introdução Visando a preservação das áreas de mananciais e a sua devida importância, será apresentado neste trabalho uma proposta de melhoria ao município . Serão expostas ideias que incentivem o trabalho local, o ecoturismo, a sustentabilidade, agricultura e principalmente a conservação das áreas remanescentes de mata e rios. Vista parcial de Rio Grande da Serra com a mesma capela ao fundo - 1970 5
  • 6. Em meio à trilhos, havia um rio... 6
  • 7. História Rio Grande da Serra inicia-se no principio do século XVII, aonde tropeiros negociantes de sal, vindos de São Vicente com destino a Mogi das Cruzes fundaram o pequeno povoado chamado caminho do Zanzala. Foi considerada vila até 1640, sempre muito admirada devido às belezas das proximidades. Havia um vasto interesse pela região devido a quantidade de estradas, caminhos e trilhas. Dois locais preferidos para parada das tropas eram às margens do rio Grande. O caminho das tropas de mercadores era através do Rio Jeribatiba – nomeado pelos índios de Rio Grande. Jeribatiba foi a terceira aldeia organizada por jesuítas depois de chegarem ao litoral paulista. Anteriormente o município pertencia à São Bernardo do Acima Capela de São Sebastião (antiga Capela Santa Cruz) - 1970 Campo, depois veio a pertencer à Ribeirão Pires e após sua emancipação, tornou-se Icatuaçu. Ponte sobre o Rio Grande Estrada de Rodagem que liga Rio Grande da Serra à Ribeirão Pires 7
  • 8. “Era aqui que as tropas pousavam, pois era a primeira parada após a saída do sertão e subida da serra íngreme.” http://www.novomilenio.inf.br/sa ntos/h0433b.htm Tropas pousando http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0433b.htm 8
  • 9. Festa de São Sebastião em 1943 Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0433b.htm 9
  • 10. Foi elevado ao título de distrito em 1954, emancipando-se de Ribeirão Pires, e em dezembro de 1963 sobe à categoria de município retornado com seu antigo nome com o acrescido “Serra” – proximidade a Serra do Mar, ficando desde então o nome Rio Grande da Serra. Conta-se que em uma das paradas morreu um dos membros mais velhos das tropas, sendo sepultado próximo ao local. Em homenagem ao companheiro a tropa colocou ali uma cruz de madeira e posteriormente construiu-se a capela de São Sebastião – famosa por sua torre e coroa, símbolos portugueses. A igreja antes chamada de Santa Cruz mudou de nome depois de um morador fazer e doar a imagem de São Sebastião – presente até hoje na capela. Imagem estação Rio Grande da Serra – Sem data Fonte: http://www.dgabc.com.br/Columnists/Posts/15/5598/a-cronista-da-cidade-a-emocao-que-aflora.aspx 10
  • 11. Vista parcial de Rio Grande da Serra, com a capela ao fundo, em 1970 http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0433a.htm 11
  • 12. São Paulo Railway Company Em meados do século XIX surge a ferrovia do planalto paulista, devido ao crescimento do café. Contempladas, as regiões de Ribeirão Pires, Mauá, Rio Grande da Serra e Santo André caminharam rumo ao desenvolvimento. Aliados a isso os eixos dos Rios Tamandatueí, Rio Grande, e Ribeirão Pires conduziam as atividades econômicas, proporcionando o surgimento de várzeas e olarias. A ferrovia trouxe a região do ABC um processo de industrialização ainda no século XIX, atrativo para um grande número de trabalhadores migrantes de diversas partes do país, principalmente da região Autor Desconhecido nordeste. Trazendo uma vasta diversidade cultural. http://pjrgserra.zip.net/ Inaugurada em 15 de fevereiro de 1867, a Estação Ferroviária de Rio Grande da Serra foi a segunda a ser construída no Estado de São Paulo. A estação ferroviária foi implantada próxima a Capela São Sebastião, cruzamento da via férrea com o antigo caminho do Zanzalá. Nas primeiras décadas, a ferrovia trouxe desenvolvimento urbano ao município, desenvolvendo atividades com carvão, pedras, madeira e alimentos. Estação Ferroviária da E.F.S.J. Rio Grande da Serra - déc. de 70 12
  • 13. O bairro da pedreira é talvez um dos mais conhecidos bairros riograndenses. Em meados da década de 20 a prefeitura de São Paulo, visando a necessidade de realizar obras de pavimentação, adquiriu uma série de pedreiras, com o intuito da minimização dos custos de obras. Uma destas pedreiras adquiridas foi a de Rio Grande da Serra – 1927. Localizada próxima aos trilhos Pedreira - déc 70 da São Paulo Railway, facilitaria o trabalho de transporte de material. Boa parte da produção de pedras serviu para calçar as vias da capital, entre elas a avenida paulista. Na década de 20, Rio Grande da Serra foi escolhida para ser o braço central do represamento projetado pelo engenheiro Billings para gerar energia na usina Henry Borden, aproveitando a queda da Serra do Mar. Firmado o convênio com a Light & Power para o fornecimento de energia, foi ampliando o funcionamento da pedreira. Deu-se inicio então ao desenvolvimento da rede elétrica domiciliar do município. No final da década de 70, encerram-se as atividades na pedreira. Hoje é considerada a maior da américa latina, formando um paredão de mais de 640 metros de comprimento e 70 metros de altura. Atualmente utilizada para esportes radicais como rapel e escalada. Pedreira – Imagem atual 13
  • 14. Os funcionários eram levados até a pedreira através de um ramal ferroviário para o transporte das pedras entre a vila e pedreira, era feito por um pequeno bonde movido à gasolina. Durante muitos anos ficou sob posse dos moradores da região e hoje é preservado pela Secretaria de Cultura do Município. Pedreira - déc 70 http://www.arquiamigos.org.br/info/info22/i-manu.htm 14
  • 15. Apesar da evidente potencialidade produtiva que Rio Grande da Serra apresentava, sua importância devido a abundância das riquezas naturais e abastecimento de água e energia, aliadas a localização estratégica de caminhos, principalmente adjacentes à linha do trem, foram interrompidos durante a Segunda Guerra Mundial. Os loteamentos foram congelados pelo Ministério da Guerra e interromperam a expansão urbana da cidade, priorizando a questão de segurança nacional. Posteriormente o município foi inserido integralmente na Lei de Proteção aos Mananciais, exigindo controle mais rigoroso de uso e ocupação do solo. O município apresenta uma grande quantidade de córregos e riachos, como o "Córrego da Figueira e o Piolzinho" situados na região do Parque América. O Rio Grande é responsável por abastecer 7% da água do Estado de São Paulo, seus afluentes e nascentes servem a represa Billings, sua área territorial tem 45% inserida na área de bacias hidrográficas. A represa Billings foi construída em 1928, nasceu como reservatório para produção de energia, porém com o crescimento de São Paulo e ABC houve a necessidade de torna-la também reservatório de abastecimento de água. Cercada de vegetação a represa Billings é uma das maiores reservas de água potável situada na Região Metropolitana de São Paulo, banhando alguns municípios do Grande ABC, inclusive Rio Grande. Rio Grande da Serra possuí potencialidade turística devido à diversidade de cenários intocados de matas, cachoeiras, nascentes, corredeiras e quedas d’água, além da exploração ecoturística proporcionando simultaneamente a preservação ambiental e o lazer. 15
  • 16. Um lugar, suas belezas, seus limites... 16
  • 17. Padrões Socioespaciais O município de Rio Grande da Serra, situa-se no Vetor Sudeste da Região Metropolitana de São Paulo, juntamente a mais 38 municípios pertencentes a Região Metropolitana de São Paulo. O município de Rio Grande da Serra, cidade da chamada Região do Grande ABC, situa-se no Vetor Sudeste da Região Metropolitana de São Paulo e integra, com mais 38 municípios a mais importante metrópole do País. Seu limítrofe geográfico ao norte é composto pelo município de Ribeirão Pires, ao sul por Santo André, a leste por Suzano e a oeste novamente por Santo André. Possui área de 31 km², estando totalmente inserida na área do perímetro da Lei de Proteção aos Mananciais (LPM), Considerada 100% área de proteção aos mananciais, o município possui uma área de 36,24km² e sua área urbanizada contempla 6,58km², o equivalente a 18% da área total do município. A densidade populacional bruta de Rio Grande da Serra alcança a cifra de 1175,5 habitantes por km², possui parque fabril singelo e tem como principais atividades econômicas: comércio, serviços e agricultura, esta basicamente de hortifrutigranjeiros. A topografia é irregular devido à proximidade com a Serra do Mar, a represa Billings ocupa 20% de seu território e está 100% inserido em área de proteção, devido à proximidade aos mananciais. A represa é abastecida por uma bacia hidrográfica formada por diversos cursos d’água: córregos e ribeirões, com os mais influentes Rio Grande, Rio Pequeno e Rio Araçaúva. A vegetação predominante é de floresta e capoeira – Mata Atlântica. 17 *Adaptação de EMPLASA - Padrões Socioespaciais
  • 18. Localização Geográfica 18 Localização Geográfica – Relação Município de São Paulo
  • 19. Foto Aérea – Limite Geográfico – Google Maps 26/11/2012 19
  • 20. Pensando em contextualização urbana, analisando padrões predominantes de uso e ocupação de solo e características ambientais e sociais, podemos classificar o município de Rio Grande da Serra em diferentes Unidades de Informação Territorializadas (UITs). UIT 1-Centro–Rio Grande da Serra UIT 2-Vila Conde UIT 3-Vila Lopes UIT 4-Macrozona de Preservação Ambiental/Chácaras UIT 5-Parque América/Rio Pequeno UIT’s SOBRE MOSAICO DE FOTOS AÉREAS 2002 *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais 20
  • 21. Nesta UIT, o uso predominante é o residencial horizontal e, ao longo das avenidas principais desta porção da cidade (Rua José Maria de Figueiredo, Rua Dom Pedro Ie Jean Lieutaud), as ocupações comercial e de serviços são predominantes. AUIT 1 é o centro dinâmico do município, local da sede da Prefeitura Municipal, Delegacia de Polícia, Batalhão da Polícia Militar, agências bancárias, posto dos correios, Estação Ferroviária, Terminal da EMTU etc. Alguns atrativos de interesse histórico do município encontram-se nesta UIT central, como: a Estação de Trens da cidade, e a Capela de Santa Cruz. Rodovia Deputado Antônio Adib Chamas *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais 21
  • 22. Ocupação Mista Residencial e Comercial Batalhão da Polícia Militar Estação de Trem Comércio Local *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais 22
  • 23. Predominantemente o uso é residencial horizontal, sendo que em algumas áreas, as edificações têm características de auto construção. Alguns lotes são utilizados para comércio e serviços e para uso institucional ou equipamentos públicos. Os bairros que constituem esta UIT possuem predomínio de padrão residencial de renda média baixa, com áreas em que as edificações possuem características de autoconstrução. O entorno da UIT é marcado por estar cercado de muito verde e nenhuma edificação. *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais 23
  • 24. Possui recobrimento asfáltico na maioria de suas vias. Os bairros que compõem esta UIT são servidos por sistema de água encanada, mas não possuem sistema de esgoto. A topografia elevada desta área condiciona que as habitações (com padrão predominante de autoconstrução) situem-se em área de risco alto ou elevado de escorregamento de encostas e/ou erosão em sua grande maioria. Residências localizadas em áreas de risco 24 *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais
  • 25. Uso predominantemente residencial horizontal com maioria de habitações de baixa renda e características de autoconstrução. Presença da pedreira desativada na década de 90. Os bairros que compõem esta UIT são parcialmente servidos por sistema de água e não possuem sistema de esgoto. Eles se caracterizam por uma ocupação de baixa renda, com habitações precárias e autoconstruídas. A região possui muitas chácaras que são usadas principalmente nos finais de semana. *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais 25
  • 26. A maioria das edificações presentes nesta UIT é residencial com padrão de renda média baixa. Também verificou-se a presença de residências de melhor padrão, principalmente ao longo das Ruas Ana Bela e México. Os bairros são parcialmente servidos por sistema de água encanada e não possuem Vias Não-Pavimentadas sistema de esgoto, sendo que algumas residências utilizam fossa séptica. A maioria do território desta UIT é servida por vias não- pavimentadas. Residências de Melhor Padrão 26 *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais
  • 28. Os padrões socioeconômicos. A classe social predominante no município é a de baixa renda resultante da falta de poder aquisitivo municipal e do baixo investimento em infra-estruturas públicas e capacitação. O município de Rio Grande da Serra abrigava no ano 2000, segundo o recenseamento do IBGE, uma população de 37091 habitantes; dados estimados pela Fundação Seade para 2007 apontam para uma população de 42601 habitantes que ocupam cerca de 50% do seu território e perfaz uma Taxa Geométrica de Crescimento Anual *Dados de população rural não levantados. (TGCA) de 2,02%, sendo esta taxa maior que a do Município de São Paulo, com 0,55%, maior que a do Grande ABC, com 1,27%, e que a da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), que é de 1,33% de crescimento populacional por ano. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município obtido no ano de 2000 foi de 0,766, o que equivale à 33ª posição na RMSP e 439ª no Estado de São Paulo, posição que ficou inferior à de 1991, que Fonte: IBGE apontou o índice de 0,727 e as posições de 28ª na RMSP e 284ª no Estado. *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais 28
  • 29. O perfil das atividades econômicas de Rio Grande da Serra, conforme dados da Rais de 2005, concentra-se no setor terciário, com 151 estabelecimentos: (78 comerciais e 73 de serviços), registrando, respectivamente, 266 e 518 empregos. A segunda atividade econômica relevante em Rio Grande da Serra corresponde ao setor secundário, com 34 indústrias, em sua maioria de transformação (20), seguida da construção civil (13) gerando 1552 empregos, sendo 1186 no setor de transformação e 360 no de construção civil. As demais atividades econômicas do município correspondem a (2) administrações públicas e (1) atividade agropecuária, empregando, respectivamente, 655 pessoas e na agropecuária, apenas duas. *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais Fonte: IBGE 29
  • 30. Considerando os resultados das atividades econômicas expressos pelo Produto Interno Bruto (PIB) do município de Rio Grande da Serra, foi gerado um PIB total de R$263.255.175 milhões, correspondendo 6% em participação na região e um PIB percapita de R$6.455, cujos valores correspondem, na mesma ordem, em 34ª posição na RMSP e 207ª na posição do Estado de São Paulo e o PIB percapita aponta a 30ª posição na Região Metropolitana de São Paulo e a 512ª no Estado de SãoPaulo. *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais Fonte: IBGE 30
  • 34. ...pelos olhos de quem vive... O bairro Pedreira é sinônimo de esquecimento, há décadas, por parte do poder público. A titularidade do terreno, de cerca de 660 m², é da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo. Ou seja, os 1.200 moradores estimados não pagam, por exemplo, o Imposto Predial Territorial Urbano à Prefeitura, motivo que afasta o interesse para investimentos no local. "Aqui, só não somos abandonados por Deus", desabafou Célia Aparecida Ferreira, 40 anos, moradora há 25 anos. O mesmo sentimento de outros moradores entrevistados pela equipe do Diário. Para o aposentado por invalidez Luiz Eduardo Moreira, 45, o carente bairro é "esquecido pelos poderosos". Eles apontam várias justificativas para o abandono. A começar pelo fato de Rio Grande da Serra estar centrada em 100% de área de proteção de mananciais. No caso da Pedreira, o bairro é considerado como área de compensação ambiental. O que impede a construção de moradias, pois deve ser preservado, apontou a Cohab. Além das casas simples de alvenaria ou madeira e dos poucos comércios, a Pedreira, que na década de 1920 tinha a jazida de pedra bruta explorada pela Prefeitura de São Paulo, sofre hoje com a falta de equipamentos públicos. O bairro possui única escola estadual, que atende crianças de Ensino Fundamental. Aos jovens do Ensino Médio, a alternativa é se dirigir para os bairros vizinhos, como Vila Niwa e Suzuki. "O que faz muitos jovens desistirem de estudar", confidenciou Debora Queijo, 21. A Prefeitura de Rio Grande da Serra justifica a ausência de unidade de Saúde e escolas pelo fato de o bairro vizinho, a Vila Niwa, já possuir ambos os serviços. Pela proximidade, os pacientes e alunos da Pedreira frequentariam esses locais. Realidade contestada pelos moradores entrevistados pela equipe do Diário. Não é só de Saúde e Educação que o bairro carece, mas principalmente de lazer, tão prometido por cada chefe do Executivo que passou pelo município. O ex-prefeito Ramon Velasquez, na época pelo PT, tinha o sonho de transformar a desativada área da Pedreira em parque ecológico para a prática de esportes radicais e pistas de caminhada. A ideia não foi levada adiante. A Cohab informou que a Prefeitura, hoje comandada pelo prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB), tem interesse na área para fins ambientais e de lazer. Pela proposta, o município passaria a ser o responsável pela guarda e utilização da área de cerca de 500 mil m² por 100 anos de concessão. O projeto é mais do que esperado pelas crianças e jovens do bairro. "Aqui não tem nada para fazer", afirmou, sem expectativa, Ingrid Rodrigues Moreira, 15. 34 *Extraído de www.dgabc.com.br
  • 35. Família Moreira guarda as lembranças dos tempos da jazida A família Moreira é formada por ex-funcionários da Prefeitura de São Paulo que, até meados da década de 1970, trabalharam na pedreira. Dessa jazida foram retiradas as pedras para a pavimentação da Avenida Paulista. Com o fim da exploração por parte da Prefeitura, a área passou às mãos da Companhia Metropolitana Habitacional de São Paulo. Os imóveis que ali existiam, na época, só podiam ser ocupados exclusivamente por funcionários da administração da Capital. Atualmente, essa condição não existe. No entanto, Luiz Eduardo Moreira, 45 anos de vida e de Pedreira, pai de quatro filhos batizados com nomes de personalidades importantes, representa esse passado até hoje no bairro. Filho do ex-dinamitador da jazida José Moreira, morto há 35 anos, reside na Rua dos Trilhos, exatamente em frente à garagem de onde saía o trenzinho que interligava o bairro à estação de Rio Grande. Ali, o pai fazia o transporte de pedra e dos passageiros. "Andei muito de trem", recordou-se, com saudade, ao lado da mulher Elisabete, 32. O morador Erivelton Santana Araújo, do bairro Jardim Guiomar em Rio Grande da Serra, reclama do péssimo estado em que se encontra a rua Daniela. Além dos buracos, a rua sofre com o mato alto. “A Prefeitura jogou entulho na rua, mas deixaram partes grandes de concreto. Domingo, não tinha condições de passar com o carro, tive que pegar uma picareta e ficar das 11h às 14h quebrando este pedaço de concreto”, lembra. 35 *Extraído de www.dgabc.com.br
  • 36. Rio Grande da Serra! Você é muito mais que lindo Com suas belezas naturais É por isso, que é meu preferido Aqui tem rios e nascentes Natural de São Caetano do Sul, Ezequiel se mudou para Rio Com suas águas abundantes Grande da Serra em 1964 e lá construiu a vida com a família. Que saciam a sede de sua gente No morro tem seus pés de samambaia Nas árvores suas lindas orquídeas Na campina suas flores do campo Tem o cantar dos pássaros Com suas lindas melodias “Eu me sinto feliz aqui. Tenho amor por Rio Grande da Serra, foi nessa cidade que consegui É por isso que todos os dias vencer, foi aqui que lutei para criar meus filhos”. Para você rezo o Pai Nosso Acompanhado da Ave Maria! “Meu filho estudava a noite e voltava para a casa correndo, porque não tinha ninguém na rua, acabei me mudando para o Santa Tereza para a segurança deles”. Autor Ezequiel de Souza, morador do Jardim “Em Rio Grande eu descobri que é o lugar de morar, aqui é o meu lugar, sou apaixonado, amo Santa Tereza essa terra”. 36 *Extraído de www.folharibeiraopires.com.br
  • 38. Apresentando o plano diretor O município possuí um plano diretor participativo datado do ano de 2006. Neles foram acrescidas diretrizes para o desenvolvimento social, urbano e ambiental de Rio Grande da Serra, onde atividades econômicas e sociais se integrem as atividades em potencialidade da cidade como agricultura, indústria, comércio e serviços. A proteção ao meio ambiente e a configuração do espaço urbano também são questões pautadas no plano, além da busca da diminuição da desigualdade social. Das questões sociais Tratando-se de desenvolvimento econômico ele apresenta diretrizes de“ orientação das ações econômicas a partir da articulação metropolitana para enfrentamento dos problemas de natureza supra municipal; estímulo às cadeias produtivas do município para atrair novos setores produtivos; o fortalecimento das atividades de médio e pequeno porte e os serviços de apoio à produção; iniciativas visando atrair investimentos públicos e privados compatibilizando crescimento econômico com justiça social e equilíbrio ambiental; criação de um sistema de acompanhamento e avaliação de atividades produtivas; a dinamização da atividade rural, com utilização de práticas de manejo agrícola adequadas, priorizando agricultura orgânica e proibindo o uso de defensivo agrícola; estimulo do acesso ao desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico pelos micro e pequenos empreendimentos e cooperativas; criação de sistemas integrados de administração orçamentária e financeira; modernização da administração tributária; promoção do orçamento participativo, instituição de centros de referência em áreas de maior vulnerabilidade”. Das questões urbanas Prevê os requisitos mínimos de parcelamento de solo na Macrozona de Recuperação Urbana, na ZRU – Zona de Reestruturação Urbana, ZQU – Zona de Qualificação Urbana e na ZQUI – Zona de Qualificação Urbana, predominantemente Industrial. O mesmo vale para as ZEIC – Zona de Especial Interesse Coletivo a ZEITH – Zona Especial de Interesse Turístico e Histórico. Também dependem de lei específica as áreas nas quais o direito de construir poderá ser exercido acima do coeficiente de aproveitamento básico adota por meio do Instrumento de Outorga Onerosa do Direito de Construir, o mesmo valendo para as Operações Urbanas Consorciadas. No artigo 30 do PD estão elencados os objetivos do ordenamento territorial, quais sejam: I Melhorar a qualidade ambiental e paisagística e criar uma identidade própria e diferenciada; II Garantir a qualificação urbanística, através da melhoria da paisagem urbana; III Evitar a degradação ambiental e a ocupação de áreas inadequadas; IV Incentivar o adensamento na sede do município e nos vazios contíguos a áreas dotadas de infraestrutura de saneamento básico, de água esgoto e de equipamentos urbanos; V Reverter a tendência de ocupação dispersas em Áreas de Proteção Permanente e áreas de risco; VI Estimular a ocupação de áreas urbanas ociosas e subutilizadas; VII Ocupar, para fins coletivos, edifícios abandonados; VIII Adequar e divulgar os marcos históricos e paisagísticos para usufruto da população local e para desenvolvimento de turismo; IX Recuperar e qualificar o centro comercial; X Restaurar os edifícios de valor histórico. *Extraído e adaptado de relatório de Avaliação Plano Diretor 38 do município de Rio Grande da Serra – SP – 2009
  • 39. Mapa de Uso e Ocupação de Solo - Rio Grande da Serra 39 Fonte: Emplasa
  • 40. O Plano Diretor demarca diversas áreas como ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social, entre as quais, algumas nas regiões mais consolidadas da cidade, o que, somado ao acento “bem intencionado” do texto referente às políticas setoriais, inclusive de habitação, permitiria ao gestor realizar investimentos concretos para produção de HIS em curto e médio prazo. Das questões ambientais O plano considera o fato de o município localizar-se em área de preservação ambiental. Uma das macrozonas instituídas refere-se justamente à Marazona de Proteção Ambiental. Diversas categorias de zonas são instituídas no intuito de enfrentar a necessidade da preservação, como Zonas de Conservação e Preservação e Zonas de Uso Sustentável. O plano diretor busca, ao menos no âmbito da intenção enfrentar parte dos problemas urbanos como o espraiamento, a carência de infraestrutura de determinadas regiões, a própria fragilidade do aparelho público municipal. De acordo com o artigo 33 corresponde às áreas de proteção do ambiente natural, de proteção as nascentes e aos córregos, às áreas cobertas de Mata Atlântica, a área da várzea da Bacia Billings, áreas identificadas como impróprias à ocupação, de alta declividade, degradadas ou contaminadas - tais como lixões, aterros, minerações, que estejam comprometendo a qualidade da água, e onde devem ser desenvolvidas ações de caráter corretivo e remoção de invasões. Incluem-se as áreas contaminadas identificadas pela CETESB, indústrias e empreendimentos em situação irregular ou sem o devido licenciamento, cavas minerárias, áreas objeto de ações do Poder Judiciário, entre outras. O grau de auto aplicabilidade das definições estabelecidas na política de saneamento ambiental é relativamente baixo, seria importante elaborar um plano de saneamento e implementar a política municipal de saneamento (que incluiria a realização de um diagnóstico, projeção de demanda futura e necessidade de investimentos, mecanismos de controle social, entre outros estudos). Na política de meio ambiente também existe a diretriz de construção de ciclovias como forma de diminuir os impactos dos sistemas no meio ambiente. *Extraído e adaptado de relatório de Avaliação Plano Diretor 40 do município de Rio Grande da Serra – SP – 2009
  • 41. Mapa área de reflorestamento e hortifrutirangeira – Rio Grande da Serra Fonte: Emplasa 41
  • 42. Das questões habitacionais Apenas se reconhece as áreas de risco onde reside a população de baixa renda (que às vezes coincide com áreas de preservação ambiental) e a consequente necessidade de urbanização, regularização fundiária ou remoção e produção de HIS. Não são propostas metas quantitativas ou que estabelecem prazos às propostas. Os objetivos, conforme o art. 11: “I - Assegurar o direito à moradia digna como direito social, conforme definido no artigo 6º da Constituição Federal; II - Articular a política de habitação de interesse social com as políticas sociais, para promover a inclusão social das famílias beneficiadas; III - Promover o uso habitacional nas áreas consolidadas e dotadas de infraestrutura, utilizando, quando necessário, os instrumentos previstos na lei Federal nº.10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade; IV - Coibir novas ocupações por assentamentos habitacionais inadequados nas áreas de preservação ambiental e de mananciais, nas de uso comum do povo e nas áreas de risco, oferecendo alternativas habitacionais em locais apropriados e a destinação adequada a essas áreas; V - Criar condições para a participação da iniciativa privada na produção de habitação de interesse social e habitação de renda média baixa, especialmente na área central e nos espaços vazios da Cidade dotados de infraestrutura; VI - Propiciar a participação da sociedade civil na definição das ações e prioridades e no controle social da política habitacional”. *Extraído e adaptado de relatório de Avaliação Plano Diretor 42 do município de Rio Grande da Serra – SP – 2009
  • 43. Mapa área urbanizada – Rio Grande da Serra 43 Fonte: Emplasa
  • 44. Vulnerabilidade A população sofre com a vulnerabilidade social e com a falta de infraestrutura. Os sistemas de Mapa de vulnerabilidade social do Município de Rio Grande da Serra abastecimento de água e esgoto do município são operados pela SABESP (Companhia de Saneamento básico do Estado de São Paulo ). O índice de atendimento total de água para o município é de 79,19% ( SNIS,2009 ), tendo somente 25% de esgoto coletado e desses, 85% são tratados, cujo o corpo receptor é a Represa Billings (CETESB, 2011). A falta de infraestrutura e saneamento básico, acarretam uma série de deficiências ligadas à qualidade e condições de vida da população local. A baixa porcentagem em tratamento de afluentes resultam em não conformidades na água, de acordo com o relatório de “Qualidade das águas superficiais do Estado de São Paulo – 2011”, foram encontrados nas amostras Maganês, Ferro e Mercúrio. O mercúrio é um metal bioacumalativo que pode acarretar em contaminação. A ingestão de mercúrio tem graves consequências à saúde, podendo afetar os sistemas nervoso, digestivo e imunológico, os pulmões, rins, pele e olhos e ainda, causar distúrbios neurológicos Fonte: Prefeitura Municipal do Rio Grande da Serra, Plano Diretor - Lei municipal n° 1.635, e comportamentais (OMS, 2012). de 05 de Outubro de 2006. (Adaptado da Dissertação de Pós Graduação de Ana Karina Favaro,2012) 44
  • 45. Número de internações somatório das taxas de mortalidade para 8 categorias selecionadas no período de 2008 – 2011 para o município de Rio Grande da Serra (SP). Fonte: DATASUS (2012) De acordo com os dados do DATASUS para 2011 (2012), o ano de 2009 apresentou maior taxa de mortalidade para doenças que também podem estar relacionadas às causas ambientais. As doenças do aparelho respiratório foram as que mais levaram à internação ,seguidas pelas doenças do aparelho digestivo . Observou-se também que as internações por transtornos mentais e comportamentais. Esta prévia analise é usada como base para propor melhoria na saúde ambiental. Um estudo realizado para o Reservatório Atibainha (SP-UGRHI 5) considerou quatro tipos de serviços ambientais característicos do bioma Mata Atlântica : manutenção da fertilidade do solo; redução do assoreamento do reservatório; purificação da água; e sequestro de carbono (DITT et. al. 2010). Esses serviços serviram de base para considerar os serviços ambientais prestados pelo município de Rio Grande da Serra , pois este também está localizado no bioma da Mata Atlântica e apresenta extensa área de vegetação nativa ou em restauração ( sequestro de carbono e fertilidade do solo ) e possui córregos e riachos que alimentam a Represa Billings ( redução do assoreamento do reservatório, purificação da água). Com base nas pesquisas foram identificados os Serviços Ambientais prestados pela região, a demanda por estes serviços, as oportunidades de PSA e a seleção daqueles cujo resultado promova melhoria da saúde ambiental na região . Apresentados na tabela abaixo:45 (Adaptado da Dissertação de Pós Graduação de Ana Karina Favaro,2012))
  • 46. Pagamento por serviços ambientais Uma transação voluntária na qual um serviço ambiental bem definido ou uma forma de uso da terra que possa segurar este serviço é comprado por pelo menos um comprador, de pelo menos um provedor, sob a condição de que o provedor garanta a provisão deste serviço (WUNDER,2005). O PSA é um mecanismo de mercado e, sendo assim, para que ele ocorra deve existir ao ferta e a demanda de bens e serviços ambientais, ou seja, deve existir um comprador (um ou mais) e um vendedor (um ou mais). O comprador, na maioria das vezes, é também o beneficiário (ex.:moradores pagam aos proprietários rurais pela manutenção de suas áreas verdes melhorando a qualidade do ar no local), mas em alguns casos, o comprador não se beneficia (pelo menos não diretamente) dos bens e serviços ambientais (ex. uma organização não governamental investindo em uma região para a redução da pobreza). Por fim, sendo uma transação de compra e venda, os vendedores devem garantir a provisão e a qualidade dos serviços prestados, o que pode ser averiguado por meio de monitoramento, e os compradores devem garantir os recursos para essa compra. De forma simplificada, existem dois tipos de esforços para a conservação, o primeiro é a conservação por si só, independente das necessidades ou desejos da sociedade e o segundo é a proteção dos serviços ecossistêmicos e seu suporte à qualidade de vida. A busca por soluções mais eficientes para a resolução desses conflitos deve observar três pontos fundamentais: i) uma visão clara das respostas dos ecossistemas às formas de uso e ocupação dos solos; ii) evitar os vieses relativos ao poder organizacional dos diferentes grupos envolvidos; e iii) um bom arcabouço de informações e medições confiáveis relativas à utilidade dos ecossistemas (SCHEFFER et al., 2000). Para que a construção de programas relacionados aos serviços ambientais torne-se mais eficiente e efetiva é necessário um novo conjunto de ações políticas, econômicas e sociais, o que envolve a elaboração e aprovação de novas leis, mecanismos e oportunidades de abertura de mercado, bem como a participação da sociedade civil organizada em todo o processo. Os programas de PSA, em sua maioria, diferem substancialmente uns dos outros. As diferenças vão desde a adaptação dos conceitos básicos de PSA para condições ecológicas, socioeconômicas ou institucionais diversas. Programas de PSA devem ser vistos como uma ferramenta para a conservação e também como uma possibilidade de melhoria das condições socioeconômicas dos prestadores de serviços. De acordo com o BID (2006b) existem três tipos de modelo de gestão para o PSA: i) modelo público de gestão de PSA, onde o Estado provê o marco institucional, administra e interfere diretamente nos mecanismos (obtendo, sendo intermediário entre provedor e comprador, negociando as vendas e sendo responsável pelo monitoramento); ii) modelo misto de gestão de PSA, o Estado desenvolve acordos para financiar e administras o programa com parceiros do setor privado e da sociedade civil; e por fim, iii) modelo privado de gestão de PSA, onde os pagamentos ocorrem diretamente entre os compradores e os provedores, sem interferência do Estado. Os programas de PSA devem sempre levar em conta aptidões locais. A gestão participativa pode melhorar a qualidade da tomada de decisão e também, pode garantir estratégias de adaptação mais adequadas ao contexto sociocultural e ambiental da região. Esse tipo de gestão contribui para o empoderamento dos problemas e identificação de técnicas inovadoras para o enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas, desempenhando um papel fundamental na mudança de comportamento das comunidades (FAZEY et al.,2010). Segundo WUNDER (2007), a efetividade dos programas de PSA depende das limitações por parte da demanda e falta de conhecimento por parte da oferta. 46 (Adaptado da Dissertação de Pós Graduação de Ana Karina Favaro,2012)
  • 47. Serviços Ambientais prestados, demanda por serviços, oportunidades de PSA e seleção dos que promovem a melhoria da saúde ambiental. Fonte: Trabalho de Pós Graduação - Ana Karina Favaro 47
  • 48. Identificação de associação ou organizações de moradores com potencial para participar do programa de PSA A escolha do local é fundamental. A região escolhida deve ter relevância ambiental e social, assim, os programas de PSA devem ser “personalizados”, pois nem sempre as populações com maior potencial de participação estão nas áreas de maior produção de serviços ambientais (GRIEG-GRAN et al., 2005 ePAGIOLA et al., 2005). Durante o presente estudo não foram identificadas associações ou organizações de moradores com atuação no município. Assim, foram selecionadas regiões cuja população poderia apresentar potencial para participar do programa. A seleção das regiões baseou-se no Mapa de vulnerabilidade social e no Mapa de sistemas de áreas verdes municipais, ambos contidos no Plano Diretor Participativo do município de Rio Grande da Serra, como apresentado na figura abaixo: A região 1 é composta pelos bairros Nova Califórnia, Califórnia Paulista e Oásis Paulista, com população em alta vulnerabilidade social e localizada na várzea do braço do Rio Grande da represa Billings, ou seja, em uma área de preservação permanente (APP) de mata ciliar. A região 2 é formada pelos bairros Chácara Esperança, Chácara Dom Bosco, Parque Rio Grande e Parque América, essa população também se encontra em alta vulnerabilidade social e está localizada em uma área contendo zonas de proteção integral e reposição de mata ciliar. Por fim, a região 3 que é composta pelos bairros Vila Niwa, Esperança e Pedreira, cuja população também se encontra em alta vulnerabilidade social e está localizada na várzea do Ribeirão da Estiva. (Dissertação de Pós Graduação de Ana Karina Favaro,2012) 48 Fonte: Trabalho de Pós Graduação - Ana Karina Favaro
  • 49. A iniciativa da criação de um programa de PSA partiu do próprio município de Rio Grande da Serra, contudo o município não dispõe de recursos suficientes para arcar com os custos de implementação, nem para realizar os pagamentos previstos no programa. Nesse caso, o modelo de gestão indicado é o modelo misto de gestão do PSA e para realizá-lo é necessário que o município recorra a recursos externos, por meio dos fundos previstos nas leis citadas, ICMS ecológico, bancos de desenvolvimento, fundações, empresas interessadas ou ainda, parceiros locais. Para a gestão dos recursos e a para a efetuação de pagamentos, o município conta com o Fundo Municipal do Meio Ambiente instituído pela Lei Municipal n° 1.913, de 20 de setembro de 2011 que “Altera dispositivos da lei municipal n° 1.769, de 3 de junho de 2009, que dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente e do Fundo Municipal do Meio Ambiente” (RIO GRANDE DA SERRA, 2011a) e regulamentado pelo Decreto Municipal n° 2.022, de 23 de novembro de 2011 (RIO GRANDE DA SERRA, 2011b). Um bom exemplo de como a gestão para a preservação e ,ao mesmo tempo para a utilização de áreas naturais, pode ser vantajosa é o Programa Natura 2000 da European Comission Environment. Na Espanha as áreas de reserva ou proteção ocupam 21% do território nacional e a comunidade autônoma da Catalunha é a região com a maior visitação a parques. Ao todo, são 17 parques integrantes do programa Natura 2000. A estratégia é alcançar o equilíbrio entre a conservação e a utilização das áreas para a recreação, práticas de esportes ou turismo (TORBIDONI, 2011). O uso da valoração ambiental não é indispensável em um programa de PSA, mas pode ser útil para estabelecer faixa de valores. Medidas como disposição à pagar e à receber, custo de oportunidade e a diferença entre valores para realizar o manejo sustentável ou o convencional, contribuem para dar uma ideia aos provedores e compradores de que está sendo negociado (MMA, 2011). Em programas de Pagamentos por Serviços Ambientais a valoração ambiental pode ser utilizada como uma ferramenta consensual, uma forma de ponderar um valor que para uns é inestimável e para outros, inexistente. Para ter um breve idéia de valoração ambiental (mais detalhes ver MOTTA 1998 e 2006) e opções para cálculos desejados para o PSA , FARBER Et al. (2006) sugerem quais metodologias são mais eficientes para a valoração econômica de alguns serviços ecossistêmicos, como apresentado na Tabela abaixo: Serviços como o sequestro de carbono (regulação de gases e regulação climática), considerados em escala global, têm seus valores facilmente transferidos. Alguns serviços estão disponíveis em escala local, como a pesca (alimento), mas ocorrem em tantas localidades de forma semelhante que poder ser transferidos para outros locais/contextos. Já outros serviços como controle de erosão e inundação (retenção do solo e regulação hídrica) podem ser transferidos de uma escala local para regional e por fim, serviços como beleza estética ou localidades históricas apresentam baixa possibilidade de transferência, pois são muito peculiares (FARBER et al.,2006). A negociação dos serviços ambientais está diretamente ligada à confirmação da existência e continuidade de fornecimento dos mesmos. Essa continuidade é medida por meio de metodologias de monitoramento, podendo ser qualitativas ou quantitativas, dependendo do serviço negociado. DE GOOT et al. (2009) sugerem indicadores quantitativos e qualitativos para a medição dos serviços prestados pelos ecossistemas. (Adaptado da Dissertação de Pós Graduação de Ana Karina Favaro,2012) 49
  • 50. Categorias de serviços ecossistêmicos e metodologias de valoração econômica indicadas 50 Fonte: FABER et al. (2006). Tradução livre.
  • 51. Valores: para uns inestimáveis , para outros inexistentes... 51
  • 52. Turismo Considerada uma das potencialidades turísticas , Rio Grande da Serra apresenta boa infraestrutura turística, atraindo cada vez mais investimentos diversificados por parte dos capitais nacionais e estrangeiros. Percebe-se então, com tal investimento a possibilidade de uma alternativa para a questão da redução da desigualdade social. Oportunidades que gerem resultados e dinamizem a economia municipal. O ecoturismo associado à prática de esportes radicais são atrativos locais propiciando dinamismo local, principalmente em períodos de alta temporada. Se manifesta como palco de eventos e festas, com bares e restaurantes flutuantes. Sua beleza natural, como o volume de suas águas e a vegetação das margens, faz da região um dos principais pontos turísticos da Metrópole, propiciando a prática de esportes náuticos, como a vela e o windsurf. Represa Billings A Pista de Skate Sandro Dias “Mineirinho” fica localizada na área central da cidade, ao lado da Praça da Bíblia. É uma pista semiprofissional, com 400m de área e pode receber competições, permitindo que os jovens da cidade e região participem de campeonatos e se destaquem no cenário do esporte. *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais Pista de Skate 52
  • 53. Biquinha do Matarazzo, local onde os tropeiros faziam suas paradas para se abastecerem com água. Hoje, os moradores da região vêm buscar a mesma água da biquinha, porém fora da área particular de onde ela se encontra. Na área de uma pedreira desativada, considerada a maior da América Latina, com um paredão de mais de 640m de comprimento e 70m de altura, existe projeto para um parque municipal, voltado à prática de esportes radicais, bem como à realização de cursos de rapel, escalada, skate, bungee jump, bicicross etc. *Extraído de EMPLASA - Padrões Socioespaciais 53
  • 54. Trilha do Areão (2.800m a partir do Bairro da Pedreira) Trilha da Pedreira – 1400m Trilha do Tancão - (3.800m) a partir da Vila Lopes até a Biquinha Trilha das Minas da Grafite (4.800m a partir da Vila Lopes) 54
  • 55. ARTESANATO. FORMÃO: Ferramenta de ponta chata e cortante usada para entalhar madeira. LUTHIER: É um profissional especializado na construção e reparos de instrumentos musicais. As atividades artesanais vêm crescendo sobremaneira, oferecendo opções aos visitantes e também criando um novo leque de geração de renda. Hoje contamos com cerca de 60 (sessenta) artesãos que produzem trabalhos em madeira, sementes, folhas desidratadas, entre outros, também criando esculturas, bonecas de tecido, caixas decoradas, enfeites, bijuterias, pinturas, artefatos com material reciclável, etc. Estes artesãos também expõem seus trabalhos em outros municípios. 55
  • 56. Um pouco sobre o cambuci ... O cambucizeiro é uma árvore nativa da Mata Atlântica, ameaçada de extinção, que dá frutos em formato ovóide- romboidal, com uma crista horizontal dividindo-o em duas partes. E é por este formato singular que se dá a etimologia do nome: deriva de kamu'si ' que significa vaso, pote ou urna funerária dos tupis. Um fato curioso é que foi a fartura desta fruta que inspirou o nome de um bairro tradicional na cidade de São Paulo. Da fruta, só restou o nome no local e poucos moradores sabem hoje o que é um cambuci. Por sorte, a árvore ainda sobrevive em vários pomares domésticos nas cidades da Serra do Mar, como é o caso de Rio Grande da Serra, Paranapiacaba (uma vila da cidade de Santo André), Salesópolis, Biritiba-Mirim, Paraibuna e outras cidades com resquício de Mata Atlântica. E os moradores têm sido incentivados a plantá-la e mantê-la em seus próprios quintais, graças ao interesse gastronômico despertado pelos frutos e a descoberta de que eles podem fazer mais que simplesmente saporificar cachaças. E hoje, o cambuci já pode ser visto como uma alternativa de crescimento econômico e sustentável para os municípios que o adotaram como produto típico. . Há 28 anos que a psicóloga Nancy Soares de Carvalho decidiu comprar um pedacinho da Mata Atlântica, em Rio Grande da Serra, a 40 quilômetros de São Paulo. Mal sabia ela que, ali, no meio da mata, estava escondido um segredo. Eram pés e mais pés de cambucizeiro Os moradores contam que o cambucizeiro estava ameaçado de extinção, quando começou um projeto de reflorestamento e distribuição de mudas no município. Hoje, a cidade tem mais de cinco mil pés. Nancy também investiu na plantação. E ela foi longe. Atualmente, tem 10 pés em produção e, no total 400 pés da fruta plantados. 56 Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2010/02/fruta-exotica-e-nova-fonte-de-renda-em-rio-grande-da-serra-sao-paulo-2816357.html
  • 57. Acreditando no potencial dessa frutinha exótica, os produtores se uniram e criaram em 2006 a cooperativa Cooper Cambuci. Hoje, eles fabricam e vendem mais de 10 produtos à base da fruta. Participam de feiras e eventos, e faturam, mais de R$ 100 mil por ano. São 25 cooperados. Cada um contribui com 200 quilos de fruta por ano. A matéria-prima é aproveitada com um bom toque de criatividade. Além de produzir 10 mil litros de cachaça de cambuci por ano, eles fazem geléia, pão- de-mel, alfajor, trufas. A última novidade é o cambuci ice. A bebida é sucesso entre os jovens nas festas da região. Só em 2009, a Cooper Cambuci movimentou R$ 110 mil. O dinheiro foi usado para ampliar e modernizar a sede da cooperativa. Os projetos não param. Eles também já garantiram a patente para fabricar cosméticos à base da fruta. E estão finalizando os documentos para colocar todos os produtos à venda em supermercados. um exemplo de empreendedorismo. Fonte:http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2010/02/fruta -exotica-e-nova-fonte-de-renda-em-rio-grande-da-serra-sao- paulo-2816357.html 57
  • 58. A Rota do Cambuci promove a realização de um circuito de Festivais Gastronômicos e um Arranjo Produtivo Regional nas cidades de São Paulo, Rio Grande da Serra, Santo André - Paranapiacaba, Mogi das Cruzes, Salesópolis e Paraibuna, com apoio da AHPCE e participação ativa das prefeituras e produtores locais, visando resgatar o cultivo e o consumo dessa fruta nativa, endêmica da Mata Atlântica, abrangendo assim aspectos históricos, culturais, ambientais, turísticos e econômicos. Parceiros: Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo; Instituto H&H Fauser para o Desenvolvimento Sustentável e a Cultura; Núcleo Caraguatatuba do Parque Estadual da Serra do Mar; Prefeituras de São Paulo, Rio Grande da Serra, Santo André, Mogi das Cruzes, Salesópolis e Paraibuna. http://www.ahpce.org.br/newsite/index.php?option=com_conten t&view=article&id=132:rota-gastronomica-do-cambuci-passa-por- paraibuna&catid=4:noticias&Itemid=16 . 58
  • 59. Projetos atuais e propostas futuras Prefeitura de Rio Grande da Serra apresenta projeto de espaço cultural: O novo complexo educacional do município terá cerca de 3.441m2 de área construída, com frente para a Av. Dom Pedro I e Rua José Maria Figueiredo. A estrutura do espaço terá quadra esportiva coberta, playground, paisagismo em seus arredores, solário, área de recreação coberta e descoberta, cozinhas independentes, refeitórios, sala de computação, reaproveitamento das águas de chuva e isso sem contar que a unidade terá elevador para acessibilidade de deficientes físicos e instruções em braile além de piso tátil para deficientes visuais. Outro diferencial é que, nas dependências do prédio, haverá um amplo auditório com acústica apropriada e tratamento térmico, espaço que será utilizado por toda rede municipal de ensino, bem como para divulgação dos trabalhos dos artistas da cidade. A inauguração não tem data para ocorrer. *Extraído de www.folharibeiraopires.com.br – 25/08/2011 Projeto para futura ETEC assinado: Para citar apenas as últimas, na segunda- feira, foi anunciada obras de coleta de esgoto que vão contribuir para melhorar a qualidade da água da represa Billings. No mesmo encontro, também foi anunciada a criação de um parque ecológico em Rio Grande da Serra. Investimentos de R$ 1,95 milhões . Outro acordo firmado com o Governo do Estado é a duplicação da ponte sobre o Rio Grande, na Avenida Guilherme Pinto Monteiro, próxima a Estação de Trem, e ainda a pavimentação da Estrada do Rio Pequeno e a recém anunciada construção da Etec, obras que ultrapassam os R$ 4 milhões de reais. Em uma cidade onde o dinheiro é pouco, os problemas são muitos, firmar convênios com órgãos estadual e federal, garante uma melhor qualidade de vida para população. A unidade da Etec em Rio Grande da Serra, ainda sem prazo para início das obras, será construída no bairro do Novo Horizonte, onde hoje está localizado o antigo prédio do Centro *Extraído de www.folharibeiraopires.com.br – 29/06/2012 59
  • 60. Solvay Indupa é uma filial da Solvay, um grupo internacional ativo no setor químico. É uma das mais importantes empresas petroquímicas no Mercosul. Através da participação ativa de seus membros, a Solvay Indupa estabelece o seu compromisso com a comunidade a qual pertence, contribuindo para atender as necessidades da mesma Química e Natureza - Nasceu como um projeto de Educação Ambiental desenvolvido pela Solvay Indupa desde 1997, na comunidade do entorno da fábrica de Santo André. Com o principal objetivo de envolver alunos das escolas de Rio Grande da Serra, Paranapiacaba e Ribeirão Pires em um processo de identificação dos principais problemas que afetam a qualidade de vida da comunidade e elaborar um plano de atividades, trabalhando os conceitos de desenvolvimento sustentável e de cidadania. Curta Metragem Química e Natureza - Projeto de educação sócio-ambiental criado em 2006 com objetivo de dar continuidade ao trabalho já desenvolvido pela Solvay Indupa nas escolas de Rio Grande da Serra e Paranapiacaba. De uma maneira estimulante e inovadora, o cinema é utilizado como a principal ferramenta para provocar a reflexão dos alunos sobre as questões sócio-ambientais locais. Os alunos das 8ª séries desenvolvem redações sobre as temáticas ambientais locais, base para os curta metragens. Fibras da Serra - Projeto de educação ambiental e economia solidária desenvolvido pela Solvay Indupa junto à comunidade vizinha à fábrica - o Município Rio Grande da Serra - com foco na geração de trabalho e renda, o projeto visa à produção de objetos artesanais, tecidos com palha e fibra de bananeira, agregados a outros materiais. Atitudes de proteção ao ambiente incluem: cuidados com extrações da natureza, reaproveitamento de materiais e minimização na geração de resíduos. Campanha da Saúde - A Solvay Indupa patrocina com freqüência Campanhas de Vacinação contra a Dengue, entre outras doenças. Os beneficiários são as comunidades de Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires. Festival de Inverno de Paranapiacaba - Paranapiacaba é uma antiga vila ferroviária fundada em 1867 e que, apesar de sua reconhecida importância histórica, ficou abandonada por muitos anos. Por esse motivo, a Prefeitura de Santo André, que desde 2002 é a proprietária da vila, vem tentando revitalizá-la, fortalecendo seu potencial turístico. Para tanto, criou a Subprefeitura de Paranapiacaba que, como primeiro grande passo, desenvolveu o Festival de inverno de Paranapiacaba. A Solvay Indupa patrocina o evento desde sua primeira edição, em 2001. Desde então, o festival acontece todos os anos, sempre no mês de julho, e cada edição supera as expectativas tanto no número de público como na qualidade das atrações apresentadas *Extraído de www.solvayplastics.com 60
  • 62. As diretrizes gerais propostas para o parque linear Rio Grande da Serra foram elaboradas considerados quatro aspectos principais, os aspectos físicos da região, a importância do parque enquanto espaço de lazer, a ocupação urbana do território e a ligação do parque linear com a Pedreira. O principal objetivo que um Parque Linear nesta região deve ter é de conciliar a conservação ambiental dos rios e suas margens, com a provisão de espaços livres e verdes à população, articulados a áreas habitacionais. Portanto, uma de suas principais funções é se constituir em uma infraestrutura capaz de solucionar parte do déficit de saneamento ambiental da região, melhorando a qualidade de água que chega à represa. Considerando que os conflitos e problemas que existem nas áreas de proteção aos mananciais atingem uma área extensa, somente o parque linear não é suficiente para que isso aconteça, mas deve ser parte de um processo de intervenções mais amplo. O tratamento da vegetação ao longo do parque deverá atender duas distintas situações, conexão do parque com terrenos que apresentam maciços de vegetação e um complemento ao projeto da cooperativa Cooper Cambucy destinando áreas para o cultivo do Cambuci. A importância do parque, além de suprir demanda por espaços de lazer, seria a de se constituir como um instrumento de conservação das áreas onde há vegetação ou maciços arbóreos significativos, esta implantação poderá suprir uma importante demanda desta parte da cidade, diversificando as possibilidades de uso do espaço que atualmente é praticamente mono-funcional – habitacional, e com pouca qualidade de infra estrutura. Devido a o seu entorno , o parque poderá ter uma diversificação de usos e atividades previstas, como atividades ativas (esportivas como trilhas, ciclovias, quadras, brinquedos infantis) e contemplativas (áreas com decks, bancos, áreas de estar). Como identificado na contextualização geográfica, há uma grande quantidade de ocupações precárias e de baixa renda. Por isso, a intervenção com caráter ambiental tem necessariamente que dialogar com a questão habitacional e social da região. A área delimitada como parque linear abrange uma faixa ao longo das margens dos rios e seus córregos contribuintes, e tem continuidade ao longo das vias que levam a estação ferroviária e a pedreira. O parque linear cruza com as moradias criando uma integração de usos. As diretrizes para o projeto contemplam , preservar a várzea e associar áreas verdes e espaços livres à rede hídrica, proteger ou recuperar os ecossistemas, prover áreas verdes para o lazer proporcionando a apropriação social desses espaços, controlar a expansão da ocupação urbana em área de preservação permanente, incentivar o cultivo do cambuci possibilitando a expansão da proposta do cooperativismo sustentável, implantação de uma espaço cultural que contemple uma concha acústica e um boulevart , aliados oferecerão espaço físico para o festival do cambuci, assim como a venda dos produtos resultantes da mão-de-obra local. Hoje o Festival do Cambuci é realizado na rua em frente à prefeitura do município , o que não possibilita uma organização visualmente coesa . A proposta para implantação deste espaço físico visa possibilitar a infra- estrutura para este e outros eventos que possam surgir, localizado no terreno em frente à prefeitura, na rua do Progresso, paralela à Av. D. Pedro. 62
  • 63. Proposta para implantação do parque. Equipamentos de interesse público –Estação/ Pedreira Área proposta Concha- Acústica Área ciclovia proposta Projeto de intervenção Imagem: Google Maps - 2012 63
  • 64. O objetivo da implementação do parque seria a preocupação de proteger as áreas de várzea, funcionando como um regulador de enchentes além da opção de lazer aos moradores locais. A ciclovia sugerida torna-se parte do lazer proporcionado, integra- se ao parque permitindo seu uso contemplativo e esportivo. Pontos de parada com postos policiais, áreas cobertas para descanso foram previstos no decorrer do trajeto que liga a estação da CPTM à pedreira. Parque Várzea do Tietê - Ciclovia Fonte: Wikipédia Parque Várzea do Tietê – Ponto de parada ciclistas Fonte: Wikipédia 64
  • 65. Área proposta Concha- Acústica Revitalização da quadra existente integrando-a ao projeto de intervenção. Proposta de intervenção – Concha Acústica Imagem: Google Maps - 2012 65
  • 66. Com objetivo de atender a demanda dos eventos religiosos, cívicos e culturais do município que antes não contavam com tal espaço físico, integrando a praça já existente em frente a Igreja de São Sebastião e a pista de skate. O entorno ainda contempla um pequeno campo de futebol que deverá ser revitalizado. Equipamento ficará localizado à duas quadras da estação ferroviária, possibilitando acesso pela rua Rio Grande e a Av. D. Pedro I, rota para parada de ônibus. O projeto da concha traz à população mais uma possibilidade de cultura e lazer, torna-se aliado na proposta de uma nova cidade rica por suas grandes possibilidades de usos culturais e esportivos. Concha acústica Praça Antonio João, Dourados Fonte: www.douradosagora.com.br/noticias/praça-de-dourados-ganha-concha. 66
  • 67. Proposta Boulevard Proposta de intervenção – Boulevard Imagem: Google Maps - 2012 67
  • 68. O Terreno para implantação da proposta do Boulevar, que contempla a viabilização de um comércio local, artesanal e gastronômico. Espaço físico que aumente as possibilidades de ganhos financeiros e culturais ligados ao festival do Cambuci. Para viabilizar a proposta, precisamos do poder público e privado aumentando assim a infraestrutura para o evento, uma estruturação que contemple uma infraestrutura viável e boa campanha para divulgação do evento. Assim como acontece com o festival de Paranapiacaba, que tem como investidor o poder privado, o qual contribui com a estruturação do evento e divulgação. Festival este que ganha força com o passar dos anos. Através de levantamentos sabemos que a empresa que colabora com o festival de Paranabiaca é a Salvoy, que mostra-se receptiva para projetos culturais e sustentáveis. Esta empresa que já viabilizou projetos em Rio Grande da Serra e por isso acreditamos que possa ser um investidor em potencial para o proposta. Boulevar Capivari Fonte: www.capivari.com.br 68
  • 69. Conclusão O trabalho aqui desenvolvido expôs a viabilidade teórica e prática de aliar questões ambientais , socioeconômicas e culturais. Na intervenção proposta o respeito deve ser mútuo e analise feita em profundidade, antes de qualquer proposição. Exige-se sensibilidade para perceber os elementos a serem preservados, assim como as necessidades dos munícipes. E humildade param notar que determinadas soluções não atende à demanda presente , exigindo assim revisão constante. Diante da limitação, as áreas de mananciais , proteção e reserva de matas nativas, conclui-se que existe uma imensa necessidade de preservação ambiental. Visto que o descaso com este ecossistema abrange uma esfera que ultrapassa os limites do município de Rio Grande da Serra e alcança um nível governamental, foi elaborada uma proposta com objetivo de contribuir para a melhoria dos padrões socioeconômicos através do desenvolvimento sustentável e ampliação de ofertas culturais e de lazer. Foram destacados conceitos de inclusão, autonomia e sustentabilidade , lado a lado com mínima intervenção , ambiência e compatibilidade fisíco-química. Cada fator do projeto em sua esfera de atuação é um promotor nato da mudança. Ao olharmos para a cidade, de forma geral, nos deparamos com o grande potencial a ser desenvolvido, fica demonstrado então os diversos agentes , o projeto, a execução, a manutenção e o gerenciamento de uso. Sendo capazes de abranger as necessidades existentes do município. Se o projeto, execução e manutenção acontecerem corretamente , estará fadado ao sucesso e apropriação popular. Assim deve ser encarada como ponto de partida por todas as partes envolvidas em sua efetivação. 69
  • 70. Referências pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_da_Serra – Acessado em 08/08/2012 www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfilMunEstado.php - Acessado em 20/08/2012 www.emplasa.com.br – Acessado em 20/11/2012 Relatório de Avaliação Plano diretor do município de rio grande da Serra - 2009 Dissertação de Pós Graduação – Ana Karina Favaro - 2012 Plano Diretor Rio Grande da Serra - 2006 70