1. Aprisionando o masculino:
os homens na imprensa dos
anos vinte
Natália Conceição Silva Barros
CAp/CE/UFPE
Doutoranda do PPGHistória/UFPE
natibarros1@yahoo.com.br
2. Homens e Mulheres: construções
sociais
A palavra Gênero indica uma rejeição
ao determinismo biológico e sublinha o
aspecto relacional entre homens e
mulheres, ou seja, nenhuma
compreensão de qualquer um dos dois
pode existir por meio de estudos que os
considere totalmente em separado
3. O desejo de um masculino imutável
A feminilidade e a masculinidade eram
recorrentemente vistos como imutáveis e
qualquer deslocamento no socialmente
estabelecido para eles e elas tornava-se alvo
de críticas e chacotas. Dessa forma, assim
como a imagem da esposa , mãe e dona-de-
casa torna-se em muitos casos prisão para
muitas mulheres, limitando suas
experiências, a figura do marido e pai
também aparecia como destino para muitos
homens, procurando deixá-los sem outra
escolha.
4. A Pilhéria, 1921
Hais uns home sem vergonha
Qui si chama almofadinha
Eu lhi posso agaranti
Qui eles so anda de anquinha
Pó de arroz, carça tabica
Cum pé de anjo e bengalinha.
Cumpade eu mesmo
Não creio que este tipo seja sero!
Home bancando muié
Junto de mim eu não quero
5. O almofadinha representava mais que motivo
de graça (uma graça cruel, perversa, por não
aceitar a vida fora do determinado
socialmente): era mesmo uma ameaça aos
cânones tradicionais da masculinidade, pois,
que parâmetros distinguiriam os homens das
mulheres, já que por tanto tempo essas
foram preocupações atribuídas a elas?! Era
uma inversão de valores tão temida e, por
isso mesmo, tão alardeada.
8. A construção do marido ideal.
A Fogueira, 1925
Generosidade, amabilidade, limpeza, bom humor,
entre outras características, são exigidas do marido.
No entanto, alguns dos pontos enfatizam o
comportamento, digamos, prático, desse marido. Ele
não deveria imiscuir-se no chamado governo da
casa; deveria instalar seu lar longe das pessoas de
sua família e da família da esposa, pois a
intervenção destas pessoas viria mais cedo ou tarde
a ser maléfica; não deveria aceitar hóspedes, porque
a presença de um estranho em casa engendra
suspeitas sob a esposa; deveria ainda ser bom e
justo para as crianças, porque a mulher depressa se
aborrece do homem rude e cruel.
9. Deslocamentos do Feminino
Banhistas
anônimas
clicadas por
uma Kodak.
A Pilhéria.
19/11/1921.
.Mademoiselle Juliette Brille.
Diário de Pernambuco. 18/09/1927.