O documento discute a mutilação genital feminina, incluindo o que é, os tipos, as razões por trás da prática, e os impactos negativos na saúde das mulheres. A prática envolve a remoção parcial ou total dos órgãos genitais femininos e é comum em alguns países africanos e do Oriente Médio, trazendo riscos de infecções e complicações.
2. ❧
O que é?
A mutilação genital feminina, realizada em crianças e adolescentes, é
um conjunto de práticas, com níveis distintos de agressividade, que
envolvem a remoção parcial ou total do orgão genital feminino.
O procedimento dura cerca de 15 a 20 minutos. São utilizados para
efetuá-lo utensílios, como lâmina de barbear, faca, tesoura e pedaço de
vidro.
Para a higienização da ferida exposta utiliza-se álcool, misturas de
ervas, sumo de limão, azeite de coco ou excrementos de vaca. Nos casos
de dificuldade de cicatrização, as pernas das meninas são amarradas após
o procedimento com o intuito de facilitar o processo.
3. ❧
Razões:
As razões que levam à excisão genital feminina são:
● Em algumas comunidades, este ato é considerado uma tradição que marca a
passagem da infância para a idade adulta;
● É necessária a realização desta prática para que as jovens meninas possam
casar-se, uma vez que uma jovem não mutilada não poderia ser aceite como
esposa;
● Baseia-se em muitas crenças, como forma de preservar a virgindade da
menina;
● O clitóris passa a poder crescer e obstruir a entrada do pénis na vagina,
impedindo, portanto,o ato sexual;
● Em outras comunidades, a prática é justificada em nome da religião, por
exemplo, na Somália o ritual justifica-se em prol do Islã. No entanto, não há
nenhuma passagem em qualquer das escrituras, seja muçulmana, cristã ou
judaica, que fundamente a realização dessa prática.
4. ❧
Tipos de Mutilação:
Existem quatro tipos de mutilação genital feminina:
● O primeiro é a clitoridectomia, que consiste na remoção parcial ou total do
clitóris e/ou prepúcio;
● A excisão, segundo tipo, é a remoção total ou parcial do clitóris e dos pequenos
lábios, com ou sem excisão dos grandes lábios;
● O terceiro é a infibulação, havendo o estreitamento do orifício vaginal através
de uma criação de uma membrana selante, pelo corte e aposição dos
pequenos lábios e/ou dos grandes lábios, com ou sem excisão do clitóris;
● Por último, temos os atos não classificados, como punção, perfuração, incisão,
escarificação e cauterização no órgão genital externo feminino por motivos não
médicos.
5. ❧
Influência da mutilação Genital
Feminina na saúde da mulher:
Muitas são as sequelas das práticas de mutilação genital para a saúde da mulher, de
entre elas podemos destacar os problemas decorrentes na cicatrização ou infeções e suas
complicações:
● Lesão extensa do órgão feminino;
● Infeções, incluindo o tétano e septicemia;
● Lesões em estruturas próximas;
● Retenção urinária;
● Infeções crônicas da bexiga e da vagina;
● Diminuição do prazer sexual e dor durante a relação;
● Formação de fistulas;
● Cistos vesico-vaginais ou reto-vaginais e queloides na cicatriz;
● Hemorragias graves;
● Danos psicológicos, sexuais e sociais.
6. ❧
A prática do ritual de mutilação genital feminina é muito comum em países
da África, em alguns países do Oriente Médio, além de ocorrer, devido ao
fluxo imigratório, em regiões da Ásia, Pacífico, Europa e América.
Onde ocorre:
8. ❧Todos os anos mais de três milhões de meninas e
mulheres estão em risco de serem submetidas a
mutilação genital feminina.
São aproximadamente 8.000 todos os dias.
Dia Internacional da Tolerância Zero
à Mutilação Genital Feminina
6 de fevereiro