7. PORTALEGRE
A cidade de Portalegre, típica alentejana, terá sido
fundada no século XII.
MyBrainMagazine • 7
8. O CAVALO E O AGRICULTOR
Um agricultor tinha um cavalo e gostava muito dele.
Um dia, o cavalo fugiu e os vizinhos, por solidariedade, foram junto dele lamentar a pouca sorte.
Perante esta manifestação de pesar o agricultor limitou-se apenas a tecer o seguinte comentário: - Talvez!...
No dia seguinte o cavalo regressou e trouxe com ele cinco cavalos selvagens e, os vizinhos,
vieram, desta vez, congratular-se com a boa sorte do agricultor. Ele disse, apenas: - Talvez!...
No dia a seguinte, o filho do agricultor tentou montar um dos cavalos selvagens. Caiu e partiu
uma perna. De novo, os vizinhos voltaram e lamentaram a pouca sorte do agricultor. E ele respondeu: Talvez!...
Na manhã seguinte, um grupo de oficiais veio à aldeia para recrutar os jovens para o exército
mas, devido à perna partida, o filho do agricultor não foi escolhido. Quando os vizinhos vieram dar os
parabéns ao velho agricultor, congratulando-se com as voltas da sorte, ele apenas disse: - Talvez!...
8 • MyBrainMagazine
9. ENTREVISTA A UM NORUEGUÊS
Repórter (R) - Quais são os pratos típicos da Noruega?
Norueguês (N) - Depende da região. Como a Noruega é um país grande, há alguma variedade na
alimentação. Em toda a Noruega se come fiskesuppe, uma sopa com natas. Nalguns sítios come-se carne
de rena e noutros bacalhau e salmão fumado.
R - Já alguma vez viu as auroras boreais?
N - Sim, já vi. É um espetáculo muito bonito. É a coisa mais bonita que eu já vi.
R - Como é a vida dos noruegueses durante o inverno, visto que está quase sempre de noite?
N - É horrível, nem há prazer em viver.
MyBrainMagazine • 9
10. NORTE DE ESPANHA (7 DIAS)
1.º Dia
Viagem para Peso da Régua > Vila Real (Solar de Mateus) > Bragança (136 km, 1h31)
Hotel São Lázaro
+ Solar de Mateus
Cidadela de Bragança (Igreja, Torre e Domus Municipalis)
2.º Dia
Bragança > Puebla de Sanabria >
Lago de Sanabria > Astorga (138
km, 2h35)
Hotel SPA Ciudad de Astorga
+ Sanabria
Palácio Episcopal Astorga
Catedral de Astorga
3.º Dia
Astorga > León > Carrión de los Condes > Villalcázar de Sirga > Frómista > Santa María de Mave >
Lomilla > Aguilar de Campoo > Santillana del Mar (295 km, 3h20)
Hotel Casa del Marqués
+ León
Igrejas românicas
La Colegiata
10 • MyBrainMagazine
11. 4.º Dia
Santillana del Mar > Altamira > Comillas > Ermida de Santa Justa > Santander > Bilbao (193 km, 3h08)
Hotel Barceló Bilbao Nervión
+ Museu de Altamira
El Capricho
Ermida de Santa Justa
Santander
Guggenheim Bilbao
5.º Dia
Bilbao
+ Casco Viejo
6.º Dia
Bilbao > Gaztelugatxe > Burgos (224 km, 2h41)
Hotel Silken Gran Teatro
+ Ermida de San Juan de Gaztelugatxe
Catedral de Burgos
7.º Dia
Burgos > Baños de Cerrato > Palencia > Viagem de regresso (100 km, 1h09)
+ Catedral de Palencia
Basílica de San Juan de Baños
MyBrainMagazine • 11
12. O Big Bang foi teorizado por Georges Lemaître e a expansão
do Universo foi teorizada por Alexander Friedmann e confirmada por
Edwin Hubble.
No início, o Universo era muito reduzido, muito mais pequeno
do que um átomo, que era infinitamente quente e denso. Há 13,7 mil
milhões de anos, ocorreu uma explosão, o Big Bang, que aconteceu
graças à inflação, aumento na velocidade de expansão do Universo,
que provocou a sua expansão. A inflação termina abruptamente e cria
uma enorme quantidade de energia que cria uma série de partículas
novas:
-
os
quarks:
elementos
constituintes
dos
protões
e
dos
neutrões;
- os antiquarks: antipartícula correspondente a um quark;
- os gluões: fluem entre os quarks e os antiquarks;
- os fotões: partículas que constituem a luz;
- os eletrões: partículas elementares estáveis, com a carga
negativa mais pequena;
- outras partículas e, provavelmente, a matéria negra, que não
se sabe o que é... supõe-se que sejam partículas.
12 • MyBrainMagazine
Logo após o Big Bang formaram-se as primeiras galáxias. A
nossa galáxia, a Via Láctea, formou-se há 10 mil milhões de anos
13. Logo após o Big Bang formaram-se as primeiras galáxias. A
nossa galáxia, a Via Láctea, formou-se há 10 mil milhões de anos
atrás. Há 4,6 mil milhões de anos formou-se o Sistema Solar, que teve
origem numa nébula de gás e poeira a temperaturas elevadas que,
devido à força da gravidade, ao movimento de rotação e à colisão da
matéria, originou todos os corpos celestes que o constituem.
Ao longo desta evolução, o Universo tornou-se menos quente
e menos denso.
Daqui a 3 mil milhões de anos a nossa galáxia irá colidir com
a galáxia vizinha de Andrómeda. Daqui a 1 bilião de anos as galáxias
já não existirão, devido à expansão cósmica.
Mas o que acontecerá ao nosso Universo?
- Contração: uma densidade superior à densidade crítica gerará
o oposto do Big Bang, o Big Crunch;
- Expansão: com uma densidade inferior à densidade crítica, o
Universo expandir-se-á para sempre até não interagir com nada, o que
levará à sua morte;
- Plano: se a densidade do Universo for igual à densidade
crítica, o Universo poderá existir para sempre.
Mercúrio e Vénus também têm fases como a Lua, visto que
estão antes do Sol.
I
Na
página
anterior:
campo
espacial profundo e
montagens do Big
Bang. Nesta página:
imagem profunda
do
cosmos,
expansão cósmica e
teoria do Big Bang.
MyBrainMagazine • 13
14. Não é só na Terra que existe vulcanismo.
Em Io, a atividade vulcânica é muito diferente do que
a da Terra. Ao contrário da Terra, a atividade geológica de Io
vem da influência da gravidade de Júpiter, gerando fricção e
calor, mantendo as rochas de Io fundidas. Os vulcões de Io
recebem a lava de um oceano de magma 30 ma 50 metros
abaixo da lua joviana. Plumas vulcânicas erguem-se 300 km
acima da superfície desta lua. Há três tipos de erupções em
Io:
- Erupções dominadas por explosões: muito poderoso,
apesar de ser de curta duração.
- Erupções dominadas por fluxos: a lava brota a um
ritmo estável e por mais tempo que nos tipos explosivos,
criando campos de fluxos massivos.
- Erupções intrapatera: acontecem tipicamente em
depressões vulcânicas e assumem a forma de correntes de
lava ou lagos de lava.
Em Encélado também há vulcões mas, em vez de
jorrarem lava, jorram gás e grãos gelados, são os criovulcões.
O gelo rígido sob a crosta está parcialmente derretido em lodo
de água devido à força da gravidade de Saturno. O lodo é
comprimido entre os lençóis de gelo à superfície e quando
estes chocam, qualquer lodo que fique entre eles é ejetado
sob enorme pressão. As fendas temporárias nos lençóis de
gelo, à superfície desta lua de Saturno, permitem a saída de
água em estado líquido.
I
Vulcão Ra Patera em Io, os três tipos de vulcões em
Io, erupção de um criovulcão em Encélado, gravidade
de Saturno cria calor que permite as erupções de
Encélado.
14 • MyBrainMagazine
15. Plutão já não é
considerado
um
planeta
principal do Sistema Solar
pois não é o único na
sua
órbita,
tem
um
planeta que nalguns sítios
a partilha, Neptuno, como
também tem uma massa
inferior à de um planeta.
E,
devido
a
cruzar-se
com Neptuno e por causa
do seu tamanho, é um
planeta anão. É formado
por ar, rochas, água e
metano congelados.
I
Plutão, impressão artística da superfície de Plutão, comparação entre Terra-Lua e Plutão-Caronte, órbitas de
Neptuno e Plutão.
MyBrainMagazine • 15
16. Tritão, uma das luas
de Neptuno, tem uma órbita e
uma
superfície
irregulares.
muito
Tem
criovulcões
que deitam azoto e poeira,
uma
atmosfera
erupções
que
de
azoto,
podem
durar
um ano, uma crusta glacial de
azoto
congelado,
água
e
dióxido de carbono e muitos
vales e cumes que se pensa
terem-se
que
formado
a
à
medida
superfície
se
congela/derrete.
A órbita
retrógrada
de Tritão indica que este não
se formou na mesma região
de
Neptuno
cintura
de
situa Plutão.
16 • MyBrainMagazine
mas
sim
Kuiper, onde
na
se
17. A Nebulosa do Véu é uma enorme remanescente de supernova, invólucro de gás que se afasta a grande velocidade do
núcleo estelar, resultante da violenta explosão de uma supernova. É tão grande que possui mais de 90 anos-luz de diâmetro.
Quando olhamos para ela pensamos: mais parece um desenho de Halloween, devido às suas cores e ao seu formato que a
fazem parecer um espetro. Duas partes da nebulosa até se chamam Assombro e Vassoura da Bruxa. Foi descoberta a 5 de
setembro 1784 por William Herschel. Pensa-se que a explosão aconteceu há mais de 5000 anos.
I Véu Oriental (Assombro), véu ocidental, Nebulosa
do Véu: em baixo Vassoura da Bruxa e em cima
Assombro, Vassoura da Bruxa, Triângulo de
Pickering e Nebulosa do Véu.
MyBrainMagazine • 17
18. Os raios ocorrem quando parte de uma
nuvem cúmulo-nimbos atinge uma carga elétrica
excessiva,
positiva
ou
negativa,
suficientemente
forte para quebrar a resistência do ar circundante.
Este processo é geralmente iniciado por uma rutura
preliminar
no
interior
da
nuvem
entre
a
área
superior de carga positiva, a vasta área central de
carga negativa e a menor área inferior de carga
positiva. Mas a maioria dos raios ocorre entre as
nuvens, dentro das mesmas nuvens ou até na
atmosfera superior, como os jatos azuis, que se
formam nos cúmulo-nimbos e estendem-se até à
estratosfera e mesosfera; como os sprites, que são
causados
por
descargas
de
raios
positivos
de
nuvens de trovoada para o solo e ocorrem na
termosfera e na mesosfera; e como os elves,
vastos discos de luz com 400 km de diâmetro que
ocorrem acima das trovoadas baixas, na termosfera,
e resultam da excitação das moléculas de azoto
devido às colisões de eletrões na atmosfera.
O trovão é o som causado por uma
descarga elétrica próxima e pode ser ouvido até
uma distância de quinze quilómetros de onde o raio
aconteceu. Esse fenómeno é criado quando as
cargas elétricas passam através do ar, o que faz
com
que
este
se
aqueça
e
se
expanda.
A
temperatura no interior desse canal pode chegar a
vinte e sete mil graus Celsius (cerca de cinco
vezes
mais
quente
que
a
superfície
do
Sol).
Quando o fluxo de cargas termina, o ar arrefece e
contrai-se rapidamente. Essa expansão e contração
rápidas criam uma onda sonora que ouvimos, o
trovão. Apesar de a descarga de um raio acontecer
somente num ponto no solo, o som viaja muitos
quilómetros através do ar, por isso, o primeiro som
que chega a um ouvinte é aquele que foi criado
pela porção do raio que está mais próxima dele. O
raio vê-se antes de se ouvir o trovão porque a
velocidade de propagação da luz é mais rápida do
que a do som.
18 • MyBrainMagazine
19. Os fiordes são vales esculpidos por glaciares durante as idades do gelo e posteriormente inundados pelo mar. Um fiorde
forma-se quando a erosão feita por um glaciar aprofunda um vale fluvial costeiro até ao solo ficar abaixo do nível do mar. Os fiordes
têm um fundo achatado em forma de U, visto que os glaciares erodem o fundo e as encostas dos vales. Quando o glaciar derrete, a
água do mar inunda o vale.
Os fiordes podem ter mais de 1 quilómetro de profundidade e centenas de quilómetros de comprimento. São encontrados
nomeadamente na Noruega, na Nova Zelândia, na Islândia, na Gronelândia, etc.
I
Geirangerfjord (três primeiras),
MyBrainMagazine • 19
Norddalsfjord (duas últimas).
20. A maior parte da costa é alta e rochosa, com troços
longos e
relativamente direitos, com muitos cabos, algumas baías largas e profundas,
existindo numerosas ilhotas e ilhas menores.
O território é constituído por montanhas e colinas.
A História da Sardenha é muito antiga, remontando ao Paleolítico Inferior.
Foram encontrados vestígios humanos datados de 150 000 a.C. e os sinais de
presença humana mais antigos são de há 500 000 anos. No entanto, supõe-se
que o povoamento só ocorreu de forma estável no Neolítico inferior, cerca de 6
000 a.C.
Antes da chegada dos fenícios a partir do século X a.C., houve três
civilizações autóctones que prosperaram na ilha: a de Bonuighinu, que surgiu no
Quarto milénio a.C., a misteriosa população Shardana, e a mais célebre cultura
nurágica, que se desenvolve a partir do século XVI a.C., senão antes, da qual os
vestígios mais monumentais são os mais de 7000 nuragues, torres defensivas em
forma de tronco cónico construídas com grandes blocos de pedra talhada e
trabalhada, que se encontram espalhados por toda a ilha. Além destes, há
numerosos monumentos pré-históricos ainda mais antigos, como os domus de
janas escavados em granito, que eram usadas para inumar os mortes, os túmulos
de gigantes, de dimensões ciclópicas e muito frequentes no interior da ilha, e
monumentos megalíticos, nomeadamente menires.
Os fenícios estabeleceram colónias costeiras a partir do século IX a.C.
No século VI a.C. a ilha seria integrada no império de Cartago. Os cartagineses
não se limitaram a ocupar as colónias costeiras fenícias e dominaram toda a ilha.
Aos cartagineses seguiram-se os romanos, que em 239 a.C. receberam a
ilha na sequência da derrota cartaginesa na Primeira Guerra Púnica. Em 227 a.C.,
foi constituída a província romana da Córsega e Sardenha. Roma institui uma
administração forte e bem organizada, cuja eficácia era assegurada por uma rede
de estradas muito ramificada, da qual ainda subsistem alguns troços originais e
cujo traçado foi em muitos casos retomado pelas estradas atuais.
Na
turbulência
da
queda
do
Império
Romano,
a
Sardenha
é
praticamente abandonada à sua sorte no século V, tendo sofrido várias razias dos
vândalos do norte de África durante 80 anos, entre 460 e 530 d.C. A ilha faz
parte do efémero império vândalo até ser conquistada em 530 ou 534 pelo
Império Bizantino. Durante o período bizantino subsistiu um reino independente na
região montanhosa da Barbagia, na parte oriental da ilha que duraria nove
séculos.
20 • MyBrainMagazine
Bastião de San Remy, Cagliari
I
Praias perto de Villasimius (duas
primeiras), praia de rochas perto de
Cagliari e praia de Chia.
21. A partir do século VIII, os árabes e berberes realizaram
várias razias à Sardenha, o que contribui para enfraquecer a
autoridade de Bizâncio sobre a ilha, cujo governador assumiu
uma autoridade independente.
A 4 de abril de 1297 é formalmente criado pelo papa
Bonifácio VIII o Reino da Sardenha e Córsega, o qual é
concedido como feudos ao reino de Aragão. Os aragoneses só
iniciam a conquista efetiva da ilha no século XIV, a qual só
terminaria em 1409.
Os
aragoneses
e
catalães
só
abandonariam
a
Sardenha no início do século XVIII, altura em que passou para
a posse do Sacro Império Romano-Germânico. Em 1718, passou
para
a
posse
da
Casa
de
Saboia,
os
governadores
de
Piemonte, passando o duque de Saboia a usar o título de rei da
Sardenha a partir de 1720. Apesar disso, o território manteve-se
autónomo até 1847. Em 1848 estalou a guerra da guerra de
independência e unidade italiana, a qual foi liderada pelos rei do
Piemonte-Sardenha. O reino do Piemonte-Sardenha torna-se o
Reino de Itália em 1861.
No Norte da ilha, a cidade maior é Sassari. Esta
cidade é muito antiga e tem muitas obras de arte.
Cagliari, no sul da Sardenha, é a capital da ilha.
Cagliari era habitada por tribos sardas. Mais tarde os Fenícios
colonizaram a Sardenha e no século V a.C. passou aos
Cartagineses,
e
nesse
período
a
cidade
teve
um
rápido
desenvolvimento. No ano de 238 a.C. Cagliari passou aos
Romanos (junto com o resto da Sardenha e da Córsega). Em
meados do século V d.C. foi ocupada por Vândalos e mais
tarde foi conquistada por Justiniano. A Torre do Elefante foi
construída pelo arquiteto Giovanni Capula em 1307 na colina do
Castelo, de frente para o mar. O Palácio Real existe desde o
século 14 como residência aragonesa, espanhola e, em seguida,
de Savoy Viceroys. O Bastião de San Remy foi construído no
início do século XX, entre 1896 e 1902 nas antigas muralhas. A
catedral foi construída no século 13 em estilo pisano. Nos
séculos 17 e 18, foi renovada com linhas barrocas. Na década
de 1930 ela finalmente recebeu a fachada atual. A igreja
paroquial de Santa Anna, com base no projeto inicial do
arquiteto Giuseppe Viana, foi lançada em 1785, mas só terminou
em 1930. Ele foi severamente danificado durante a Segunda
Guerra Mundial e não reabriu até 1951.
I
Cagliari, uma das salas do Palácio Real de
Cagliari, Bastião de San Remy, teto da Catedral
de Cagliari, Catedral, Igreja de Santa Anna,
MyBrainMagazine • 21
Torre do Elefante e Mapa da Sardenha.
22. Foi a cidade do Porto que deu nome a Portugal.
A sé situa-se no centro histórico e está construída em estilo
românico, desde o século XII. Em 1387, a sé celebrou o casamento do
rei D. João I com a princesa inglesa Filipa de Lencastre, reforçando a
aliança luso-britânica.
A Ribeira é um dos locais mais antigos do Porto. Situa-se
junto ao rio Douro e, no início do século XV, ficava cheia de gente
ligada ao rio e ao mar, sendo um ponto de encontro de mercadores e
burgueses. Desde o Alto Douro até ao Porto veem-se vários barcos
rabelo, que tradicionalmente transportavam as pipas do vinho do Porto.
A Avenida dos Aliados possui vários edifícios em granito
incluindo a Câmara Municipal. A Torre dos Clérigos, na Baixa, é uma
das torres sineiras mais altas de Portugal, com 75 m de altura. Foi
projetada por Nicolau Nasoni e construída no século XVIII. A livraria
Lello é uma das livrarias mais bonitas do mundo, com uma escadaria
vermelha e um vitral no teto. A estação de S. Bento, construída no
início do século XX, é uma das estações ferroviárias mais visitadas de
Portugal,
cujo
átrio
está
revestido
com
vinte
mil
azulejos
que
representam várias cenas da história de Portugal e dos transportes. A
Igreja do Carmo foi edificada no século XVIII em estilo rococó. Mesmo
junta a essa igreja está construída a Igreja dos frades Carmelitas
Descalços, do início do século XVII.
O Palácio da Bolsa possui salas cada uma com as suas
características. O Palácio de Cristal deve o seu nome ao edifício em
ferro e vidro que outrora existiu nesse local. Atualmente encontra-se lá
o Pavilhão Rosa Mota e vários jardins. A fundação de Serralves é um
polo cultural com várias exposições e com um grande jardim. A Casa
da Música foi projetada pelo arquiteto Rem Koolhaas e tem uma forma
de diamante.
I
Livraria Lello, vista aérea da Ribeira, Torre
dos Clérigos, Ribeira à noite com Ponte D. Luís
ao fundo, interior da igreja dos Carmelitas e
Universidade do Porto. Na próxima página:
Casa da Música, Avenida dos Aliados e Câmara
Municipal, rua na baixa do Porto, Igreja dos
Carmelitas (à esquerda) e Igreja do Carmo (à
direita), Estação de S. Bento, rua na baixa com
elétrico. 22 • MyBrainMagazine
24. A aldeia de Piódão é uma das aldeias históricas de
Portugal e situa-se numa encosta da Serra do Açor. As habitações
possuem as tradicionais paredes de xisto, teto coberto com lajes e
portas e janelas de madeira pintadas de azul.
O xisto é uma rocha que resulta da metamorfização das
argilas que endurecem e tomam um aspeto lamelar.
Há muitos séculos, as pastagens de S. Pedro do Açor
atraíram os pastores lusitanos e os seus rebanhos. Também
criavam cavalos e éguas no local que atualmente corresponde a
Chãs de Égua. Foi também povoada pelos muçulmanos. Mais
tarde, formou-se uma povoação medieval, no século XIII, que se
designava Casas de Piódão. Posteriormente, foi transferida para o
local que hoje ocupa, pois no seu local original foi construído um
mosteiro cister, a Abadia da Ordem de São Bernardo. Os seus
monumentos relevantes são: a igreja matriz, toda branca e que
contrasta com o negro das casas de xisto; a Capela de São
Pedro; a Fonte dos Algares e a Eira.
A eira comunitária era usada para malhar o centeio e
local de passagem de pastores. Na zona do Piódão, o centeio era
semeado nas cavadas, zonas férteis localizadas na meia encosta.
Na primavera iniciavam-se os preparos da terra para as cavadas.
Estas eram realizadas no mesmo local apenas de sete em sete
anos. Era deixado crescer mato que poderia ser queimado para
fertilizar a terra antes da sementeira, espalhado pelo solo ou ser
recolhido para as camas dos animais. No mês de setembro, com o
adubo das cinzas, realizavam-se as sementeiras, aproveitando as
primeiras chuvas do outono. O cereal crescia até à primavera. No
início do verão, o centeio era ceifado e transportado aos ombros
para ser malhado na eira. Cada família que queria malhar o
centeio marcava a sua vez, colocando em cima do seu monte uma
pedra com o seu nome escrito. A malha do centeio era realizada
pelos homens, com a ajuda de um mangual. Depois de malhado,
as
mulheres
guardavam-no
erguiam
em
o
arcas
centeio
de
para
madeira
libertar
que
o
a
semente
e
mantinham
à
temperatura desejável e livre de humidade. O centeio não se
destinava apenas à panificação, o colmo ou palha era aproveitado
para encher os colchões de dormir e fazer negalhos, espécies de
corda que serviam para atar os molhos de palha e de bandeiras
do milho (parte superior do milho que servia de alimento para as
cabras).
24 • MyBrainMagazine
I
As flores que nascem vindas do nada no início
do outono, Piódão, Igreja matriz, Capela de S.
Pedro, casas de xisto do Piódão, rua com a igreja
matriz ao fundo, xisto.
25. O centro histórico de Cracóvia, antiga capital da Polónia, está situado no sopé do Castelo Real Wawel.
É uma cidade
de mercadores do século XIII e tem inúmeras edifícios históricos, palácios e igrejas, com os seus interiores magníficos. Mais
uma prova da fascinante história da cidade é fornecida pelos restos das fortificações do século 14 e Kazimierz com as suas
sinagogas antigas na parte sul da cidade, a Universidade Jaguelónica, fundada por Casimiro III e onde estudou Nicolau
Copérnico, e a catedral gótica , onde os reis da Polónia foram enterrados.O traçado urbano de Cracóvia, um excelente exemplo
da arquitetura medieval , baseia-se em quatro áreas principais : o centro, em torno da praça do mercado, o Wawel , o morro
habitado desde o Paleolítico e o local do palácio imperial, o distrito urbano de Kazimierz, e no trimestre Stradom.A cidade velha
é separada do antigo bairro de Kazimierz . Como em toda cidade, a cultura judaica enriquecia Cracóvia, até que a Segunda
Guerra Mundial, toda a comunidade judaica de 64.000 indivíduos foi deportada para os campos de concentração de Auschwitz,
apenas 6.000 judeus retornaram no final da guerra.O bairro universitário é o mais antigo na Polónia e um dos mais antigos da
Europa. Os alunos mais conhecidos que aqui estudaram foram Copérnico e Karol Wojtyla (João Paulo II). No centro histórico há
muitas igrejas e mosteiros.
O coração da velha cidade é a Praça do Mercado (Rynek Glówny). Esta é uma das maiores
praças medievais da Europa. Um lado é dominado pela igreja gótica da Assunção da Virgem Maria.
I Basílica de Santa Maria, Castelo de Wawel, Igreja de
S. Pedro e S. Paulo, Rynek Główny (Praça do
Mercado), Igreja de Santo André.
MyBrainMagazine • 25
26. As células sexuais tanto do macho como da fêmea são criadas em
órgãos reprodutores chamados gónadas. A medusa macho adulta produz
esperma, que liberta pela boca.
Consoante a espécie, os ovos da fêmea são fertilizados ou através
da sua libertação para a água onde se encontra o esperma, ou através de
recolha do esperma por parte das fêmeas adultas.
Assim
que
os
ovos
iniciam
o
desenvolvimento
embrionário,
transformam-se em pequenas larvas, denominadas plântulas, que nadam
livremente. Estas desenvolvem filamentos chamados cílios para se moverem.
A fase de plânula é extremamente curta e em breve ela irá fixar-se
numa superfície dura no solo do recife costeiro. Aqui a plânula desenvolve
uma haste para se poder fixar a algo sólido como uma rocha. No topo do
pólipo, desenvolvem-se uma boca e tentáculos para a alimentação e
crescimento.
À medida que o pólipo cresce, produz clones de si próprio, num
processo de reprodução assexuada. Esta nova "colónia" de pólipos começa
a multiplicar-se na haste do pólipo principal, ligado por tubos de alimentação.
Isso pode demorar anos até a medusa bebé (ou éfira) se separar e nadar
por si só.
As éfiras continuam a crescer e a desenvolver uma grande
campânula característica. Passam o resto da vida independentes da colónia
de pólipos. Na fase de medusa, é capaz de se reproduzir.
Algumas medusas têm células urticantes chamadas cnidócitos nos
tentáculos, usadas para caça e autodefesa. Cada célula inclui um filamento
urticante de ponta venenosa enrolado no interior. No exterior está um gatilho
que dispara o "ferrão" na direção da vítima. O veneno possui uma
neurotoxina paralisante.
Quando uma presa entra em contacto com um tentáculo, centenas
ou milhares de nematocistos são ejetados sobre a presa, paralisando-a. Com
os tentáculos, o animal leva a presa para a boca por onde entra na
cavidade central para ser digerida.
26 • MyBrainMagazine
27. As lagartixas são
originárias
de
África
encontram-se
por
e
espalhadas
todas
as
zonas
temperadas e quentes do
mundo.
São
importantes
para
ambiente
muito
o
meio
porque,
como
insetívoros, funcionam como
"controladores"
de
pragas
domésticas.
As
podem
lagartixas
subir
paredes
–
inclusive de vidro – e até
andar
na
superfície
de
tetos graças às Forças de
Van
der
Waals
estabelecidas pelas cerdas
existentes nas suas patas.
Algumas
espécies
apresentam capacidade de
camuflagem
similar
à
camaleão.
do
Outras
comunicam-se
entre
si
através de ruídos.
A lagartixa é um
réptil
porque
respiração
possui
estritamente
pulmonar, cuja circulação é
fechada, dupla e completa,
possui
a
coberta
pele
por
seca
e
escamas.
É
poiquilotérmica
e
o
seu
sistema
digestivo
completo.
Os
principais
predadores
das
lagartixas
são as cobras e os gatos.
é
I
Lagartixa a caminhar verticalmente numa parede, lagartixa a caminhar
verticalmente num tronco e lagartixas a acasalarem.
MyBrainMagazine • 27
28. Cada vez mais as pessoas tendem a
comprar produtos biológicos, ou seja, produtos que
não
têm
produtos
químicos.
Por
isso
é
que
algumas pessoas dizem que é melhor comer uma
maçã que tem buracos feitos por animais do que
uma toda limpa e com a casca brilhante.
A fruta e os legumes são mais saudáveis
sem produtos químicos e fertilizantes, mesmo que
não sejam grandes e apetitosos.
I
Morangueiros, espinafres e alfaces, couves e
tomateiros, morangueiro e cenoura.
28 • MyBrainMagazine
29. As galinhas põem apenas um ovo por dia. O
processo de pôr ovos começa quando a luz que entra pelos
olhos da galinha ativa uma glândula fotossensível adjacente.
Uma vez estimulada, esta glândula desencadeia um processo
que conduz à libertação de um óvulo do ovário da galinha.
Um ovo pode ser posto quer tenha sido fertilizado por um
macho ou não, mas só os fertilizados podem evoluir para
pintos. À medida que o óvulo que já é uma gema, é
libertado num oviduto em espiral, ganha camadas protetoras.
Mais abaixo no oviduto, desenvolve-se a camada de casca
de cálcio em volta da gema. Quando o ovo é expelido do
corpo, a galinha deixa o ninho e começa a chocar os ovos,
ou seja, sentar-se em cima deles por três semanas até os
embriões se desenvolverem.
No primeiro dia, a gema fertilizada contém todos os
nutrientes necessários para o embrião em desenvolvimento.
No interior do ovo, uma estrutura chamada calaza prende a
gema a cada extremo da casca, protegendo-a. Com o tempo,
esta vai sendo torcida com o movimento da gema. Um par
de dias depois, o coração já se formou e já bate sozinho. A
cabeça, os olhos e os princípios das pernas começam a
formar-se,
juntamente
com
os
órgãos
reprodutores
do
embrião. Uma fina membrana separa o albume da casca
cresce à medida que o conteúdo do ovo diminui, criando
uma minúscula bolsa de ar que irá permitir que o pinto
respire. Dez dias depois, o embrião ainda não terá penas,
mas começa a extrair cálcio da casca para formar o seu
esqueleto. Também se começam a formar as patas e o bico.
Os ossos das pernas e asas tornam-se cada vez mais fortes
e
os
órgãos
internos
já
estão
quase
totalmente
desenvolvidos. O bico já está voltado para a bolsa de ar,
pronto para romper a membrana interna e para respirar pela
primeira vez. Entre o 16.º dia e o nascimento, o pinto já
I
Galinhas
e
galo,
constituição de um ovo
de
galinha,
ovos,
desenvolvimento
do
pinto dentro do ovo.
respira, o saco vitelino já foi absorvido para o corpo do
pinto. Este bica a casca interior usando uma proteção córnea
no seu bico chamada dente de ovo. Depois, o pinto torce o
corpo e vai lascando a casca até conseguir empurrar o topo
da mesma com a cabeça.
MyBrainMagazine • 29
30. Nos seus 30 dias de vida, as moscas passam por uma grande
metamorfose, do ovo à forma adulta, quando voam por aí, parando
para comer fezes ou lixo.
As fêmeas colocam por volta de 120 ovos
sobre matéria
orgânica. Depois de 8 a 24 horas, a larva, um bichinho sem pernas
com uns 3 milímetros, quebra o ovo e nasce. Em seguida, começa a
comer. No terceiro dia de vida, a camada externa da larva endurece e
forma uma espécie de casulo. Enterra-se no solo de três a seis dias,
período em que fica imóvel e sem se alimentar. A metamorfose está
completa e o inseto vira adulto. Ganha asas e vive por mais 25 dias.
A cabeça apresenta dois olhos compostos em geral de cor
vermelha e dois olhos simples colocados entre os outros dois. Tem
duas antenas e um órgão sugador (a trompa) que a mosca pode
estender
ou
membranosas
encolher.
com
No
poucas
tórax
nervuras
apresenta
e
dois
um
par
balanceiros
de
que
asas
são
utilizados para manter o equilíbrio durante o voo. O abdómen é
constituído por cinco anéis.
I
Moscas varejeiras (3
primeiras),
acasalar.
30 • MyBrainMagazine
mosca
a
31. Os olhos compostos permitem um ângulo de visão amplo e a deteção de movimentos rápidos.
Estes olhos consistem em vários sistemas óticos. Existem dois tipos de olhos compostos: de aposição e de
sobreposição.
O de aposição é constituído por sistemas fotorecetores (omatídeos) independentes: cada um vê a luz apenas de uma
pequena parte da imagem total, que o cérebro junta tornando-se compreensível. Nos olhos compostos de sobreposição, os
sistemas óticos individuais não funcionam de forma autónoma uns dos outros, juntando a luz para produzir uma única imagem
vertical no fundo do olho.
I
Libelinhas com olhos compostos (duas
primeiras), moscas varejeiras com olhos
compostos (3.ª e 4.ª), anatomia de um olho
composto.
MyBrainMagazine • 31
32. Os golfinhos são mamíferos aquáticos e uns fantásticos acrobatas e
amigos do humanos.
Os golfinhos alimentam-se sobretudo de peixe e lulas. Os golfinhos
evoluíram a partir de mamíferos terrestres, há mais de 50 milhões de anos.
Uma prova dessa evolução são as pernas que nascem aos 24 dias e que
desaparecem
semanas
depois.
Os
golfinhos
não
têm
olfato.
É
pelo
espiráculo que os golfinhos respiram e emitem sons comunicativos. Esta
abertura permite aos golfinhos e a outros cetáceos, respirar sem parar e pôr
a boca fora de água. Uma aba muscular cobre o espiráculo e permanece
selada quando o animal está relaxado, para que os pulmões não se encham
de água. Quando esta aba se contrai, o espiráculo abre-se para exalar e
voltar a respirar. O seu corpo tem uma forma hidrodinâmica ideal para nadar
depressa e efetuar movimentos repentinos. Os golfinhos conseguem suster a
respiração 10 a 15 minutos.
Os golfinhos podem dormir de várias maneiras:
Boiando: Como um tronco no água, o golfinho pode manter-se
boiando, deixando fora do água só a parte necessária para poder respirar.
No entanto, esta opção lhe deixa demasiado vulnerável a ataques de outros
golfinhos ou predadores.
Ajudado por outros golfinhos: Os golfinhos costumam fazer turnos
para dormir, emparelhando-se. Um dos golfinhos nada enquanto outro se
apoio no outro, podendo assim deslocar-se sem realizar esforço muscular.
Dormindo pela metade: Os golfinhos são capazes de descansar
uma metade do seu cérebro, deixando a outra metade ativa, e fazê-lo
alternadamente para descansar um lado cada vez. Por exemplo, se o
golfinho está com o hemisfério esquerdo do cérebro dormente, o olho direito
não pode ver.
Os golfinhos ouvem sons com frequências entre 150 Hz e 150000
Hz. Os golfinhos produzem sons graças a uma cavidade nasal, os lábios
fonéticos. Estes tecidos musculares, quando estimulados pela passagem do
ar, permitem formular uma variedade de sons de diferentes frequências,
como cliques, assobios e gemidos. Os golfinhos têm dois complexos de
lábios fonéticos, podendo comunicar e ecolocalizar ao mesmo tempo.
Estes animais possuem uma cauda muito forte, conseguindo ficar
em pé na água com a cauda a segurar. Conseguem também identificar a
sua cara diante de um espelho, como os chimpanzés.
32 • MyBrainMagazine
33. A fotossíntese é a função em que as plantas com clorofila elaboram o seu próprio
alimento, ou seja, produzem nutrientes orgânicos, a seiva elaborada. Durante a fotossíntese ocorre
a libertação de oxigénio em troca de dióxido de carbono para a atmosfera. A fotossíntese ocorre
nas células com cloroplastos, no interior dos quais existe a clorofila, o pigmento verde que dá cor
às folhas.
Para realizar a fotossíntese é preciso luz, por isso, as plantas apresentam diversas
adaptações
à captação de luz, como os fototropismos (movimentos em direção à luz, orientando
as folhas para maior absorção da luz solar), como o formato das folhas do topo das árvores (que
são mais pequenas e recortadas pois apanham muita luz) e das folhas da copa inferior (que são
maiores e menos recortadas para apanhar mais luz), a "hibernação" que ocorre no inverno nas
plantas de folha caduca e que consiste na queda das mesmas porque não há tanta luz e a
temperatura é baixa por isso essas plantas não precisam das folhas para nada fazendo uma
espécie de hibernação, e também a distribuição por estratos, pois nem todas as plantas
necessitam da mesma quantidade de luz.
O processo fotossintético compreende duas fases: a fase fotoquímica (luminosa),
dependente da luz, e a fase química (obscura), não dependente da luz.
A fase fotoquímica ocorre nos tilacoides. Nesta etapa têm lugar reações fotoquímicas
importantes:
- fotólise da água - dissociação da molécula de água em oxigénio e hidrogénio, na
presença da luz; a água funciona como o dador primário de eletrões;
- oxidação da clorofila a - ao ser excitada pela luz, a clorofila a emite eletrões, ficando
na forma reduzida;
- fluxo de eletrões - percurso seguido pelos eletrões ao longo de cadeias de
transportadores, onde ocorrem transferências energéticas que permitem a fotofosforilação do ADP
em ATP;
- redução do NADP+ - os eletrões reduzem o NADP+ (aceitador final de eletrões) a
NAPH.
Para que a fase fotoquímica ocorra é necessária a presença de luz, água, ADP+Pi e
NADP+. Os produtos finais são O2, ATP, NADPH e H+.
A fase química, também denominada ciclo de Calvin ou ciclo fotossintético redutor do
carbono, ocorre no estroma e compreende um conjunto de reações que não dependem da luz.
Ali, o dióxido de carbono é fixado, combinando-se com a ribulose difosfato (RuDP). Os
eletrões do NADPH e o ATP, produzidos na fase fotoquímica, são utilizados na produção do
aldeído fosfoglicérido (PGAL), que pode seguir duas vias - intervir na regeneração da ribulose
difosfato ou ser usado na síntese da glicose.
I
Cloroplastos a realizarem a fotossíntese, constituição da folha, folha,
A fase não dependente da luz requer a presença de ATP, NADPH e CO2. Os produtos
MyBrainMagazine • copa superior e
esquema da fotossíntese, à direita: folha de carvalho da 33
à esquerda: folha da copa inferior, página superior e página inferior de
um folha de plátano e folha de tília seca.
finais desta fase são glicose, ADP+Pi, NADP+ e RuDP.
34. Existem 40 000 espécies que são divididas em mais
de
100
famílias,
sendo
que
cerca
de
30
delas
são
consideradas perigosas para o homem.
A maior aranha do mundo é a Theraphosa blondi,
que chega a medir até 20 centímetros de envergadura e a
menor é a Patu digna que tem o tamanho da cabeça de um
alfinete.
As secções superiores do corpo da aranha costumam
ter "barbas" que filtram os pedaços sólidos do seu alimento
porque as aranhas apenas se podem alimentar de comida
líquida.
Nas aranhas, o cefalotórax e o abdómen estão unidos
por um pequeno pedicelo cilíndrico que permite que o abdómen
se mova livremente enquanto produz seda, para a construção
de teias, que são cinco vezes mais fortes do que o aço no
mesmo diâmetro. Além disso, a teia pode ainda se esticar
quatro vezes mais do que o seu comprimento inicial e podem
resistir à água e a temperaturas até -45 °C sem se romper.
As aranhas utilizam o método passivo de caça de
espera, estendendo as teias nas quais se prendem os insetos
voadores que lhes servirão de alimento.
Nas aranhas viúva-negra, a vítima é o próprio macho
que serve mais tarde de alimento para a fêmea. Depois da
teia desta aranha apanhar uma presa, a viúva-negra. Se a
presa for suficiente pequena, a viúva-negra cobre-a com mais
seda e depois pega a presa com as quilíceras que injetam
veneno. Este veneno causa paralisia e espasmos na presa e
mata-a em dez minutos. As enzimas no interior da vítima
liquidificam-lhe o corpo para a aranha se alimentar dele. O
veneno desta aranha é 15 vezes mais forte do que o da
cascavel.
I
Várias teias de aranha (4 primeiras), aranha
Pholcus phalangioides, várias aranhas (6.ª e 7.ª),
aranha a tecer uma teia, mosca presa numa teia,
várias aranhas (três últimas).
34 • MyBrainMagazine
35. Os
cogumelos
são
estruturas
produzidas por alguns fungos, durante
uma fase do seu ciclo de vida, e que
representam a única parte visível destes
seres
vivos.
Tal
como
os
frutos
produzidos pelas plantas, os cogumelos
servem
para
proteger
e
ajudar
a
dispersar os esporos, que são estruturas
microscópicas
com
semelhante
sementes.
às
uma
função
Os
esporos
irão germinar, crescer e originar novos
fungos.
Os fungos assumem um papel
fundamental ao nível do equilíbrio dos
ecossistemas,
reciclagem
contribuindo
da
para
matéria
a
orgânica,
eliminando as espécies vegetais menos
saudáveis
e
favorecendo
estabelecimento
das
em
adversas
condições
espécies
o
vegetais
através
de
surgem
e
relações de simbiose.
Os
desaparecem
cogumelos
de
uma
forma
quase
instantânea. Alguns são comestíveis e
outros
são
venenosos.
O
poro
de
germinação é o local de germinação de
um micélio haplóide chamado de hifa
primordial. Essa hifa continua a crescer,
criar novos “galhos” e começa a virar
uma rede micelial. Quando duas redes
de hifas complementares contactam ente
si, a parede celular que separa os dois
sistemas hifais dissolve-se e o material
citoplasmático e genético são trocados.
Com
poucas
exceções,
somente
o
micélio “fecundado” (dicariótico) é fértil e
capaz de produzir corpos de frutificação.
Normalmente,
rápido
e
o
mais
micélio
vigoroso
fecundado”
(micélio
Quando
micélio
um
dicariótico
que
o
é
“não
monocariótico).
entra
na
fase
dicariótica, a frutificação pode ocorrer - o
cogumelo.
I
Cogumelos (três primeiras),
lamelas de um cogumelo, ciclo
de vida de um35 cogumelo,
MyBrainMagazine •
Tricholoma saponaceum, vários
cogumelos (sete últimas).
36. O Wat Phra Keo foi terminado em 1784. O edifício principal é o
Ubosoth, que alberga a estátua do Buda de Esmeralda. A história lendária
da imagem de Buda está relacionada com a Índia, cinco séculos depois de
Buda alcançar Nirvana, até que foi finalmente consagrado em Banguecoque,
no templo Wat Phra Kaew, em 1782, durante o reinado de Rama I. Isto
marcou o início e o levantar da dinastia Chakri do atual Reino da Tailândia.
O Buda de Esmeralda, uma estátua verde escura, está de pé, e possui
cerca de 66 centímetros de altura, esculpida numa única pedra jade (em
tailandês, esmeralda quer dizer pedra verde escura).
O rei tailandês é a
única pessoa que pode tocar na estátua. É ele que muda o manto em
torno da estátua três vezes por ano, correspondendo ao verão, ao inverno
e às estações chuvosas, um importante ritual realizado para inaugurar boa
sorte para o país durante cada temporada.
Rama
I
também
mandou
construir
uma
biblioteca
em
estilo
tailandês, no meio do complexo, conhecido como o "Phra Mondop". A
biblioteca abriga um estilo de Ayutthaya elegantemente esculpida portas de
madre-pérola, estantes com o Tripitaka (manuscritos sagrados budistas) e
imagens de reis Chakri.
Durante o século 19, o Panteão Real foi construído em estilo
Khmer, a leste do templo, que é mantida aberta por apenas um dia no
ano, no mês de outubro para comemorar a fundação da dinastia Chakri.
O Phra Si Rattana Chedi foi erguido pelo rei Rama IV em 1855 e
é considerado como o mais sagrado no Wat Phra Keo. No interior oco tem
pequenos chedis que contêm relíquias sagradas de Buda. Tem o exterior
coberto de ouro e foi construído em estilo cingalês.
destaque para os reinados de Fernando VII (Espanha) e D. Miguel
que em Portugal anulou a Constituição e lançou as sementes para o
florescimento do negócio das touradas com o início da criação de touros
nas lezírias do Tejo e a construção da nova Praça de touros do Campo
Santana
em
Lisboa.
Em
Espanha
Fernando
VII
encerrou
diversas
Universidades e em 1830 fundou a “Universidade Tauromáquica” em
Sevilha.
I
protetores de demónios num
Os combates sangrentos como diversão foram sempre contestados
chedi; duas das 12 salas, parte do
Prasat Phra Thep Bidon e parte do
1567, acabando desde logo com a realização de touradas em Itália. Em
Phra Si Rattana Chedi; parte do Phra
Portugal e Espanha a decisão do Papa foi desrespeitada, a Bula Papal foi
Si Rattana Chedi e demónio na
ignorada e o seu conteúdo escondido ou adulterado, mas a Bula chegou a
entrada
ser publicada 36 • MyBrainMagazine
em Portugal e as touradas proibidas pelo Cardealdo templo; detalhe de
D.
Naga, serpente com várias cabeças;
Henrique.
mapa.
pela igreja católica. O Papa Pio V chegou a proibir a sua realização em
37. O calendário chinês é o mais antigo registo cronológico da história. A partir dele surgiu o horóscopo chinês. Este
calendário é lunissolar. Cada ano possui doze lunações num total de 354 dias. Para não se perder a sincronia com o ciclo sola r
(de 365,25 dias), são acrescentados a cada oito anos noventa dias ao calendário, aproximadamente duas lunações. Desta forma
não se perde a sincronia nem com o ciclo solar, nem com o lunar.
Animais referentes aos anos:
Macaco ("hou" 猴), Rato ("shǔ" 鼠), Boi
("niu" 牛), Tigre ("hu" 虎), Coelho ("tu" 兔), Dragão ("long" 龍), Serpente ("she"
蛇), Cavalo ("ma" 馬), Carneiro ("yang" 羊), Galo ("ji" 雞), Cão ("gou" 狗), Porco ("zhu" 豬).
. O chefe que mais se destacou foi, certamente, Viriato.
I Dragão inserido numa moeda e animais referentes aos anos numa moeda.
MyBrainMagazine • 37
38. No século XIII algumas terras do rei foram distribuídas à nobreza
e ao clero, mas reservaram algumas para si. As terras da nobreza
chamavam-se senhorios, as terras do clero chamavam-se coutos e as do
rei chamavam-se reguengos. As terras eram-lhes dadas para que as
defendessem, cultivassem e povoassem. A sociedade portuguesa no
século XIII estava dividida em nobreza, clero e povo. Todos esses grupos
sociais tinham que prestar fidelidade, obediência e auxílio ao rei.
Os terrenos aráveis ocupavam várias áreas dispersas por todo o
país. O aproveitamento desses terrenos fazia-se através da agricultura.
Produziam-se: cereais – cevada, centeio, trigo, aveia e milho-miúdo – de
cuja mistura fazia o pão; vinho e azeite de boa qualidade; legumes e
frutos variados; linho, com o qual se fazia vestuário, redes de pesca e
velas de embarcações. Os terrenos bravios ocupavam a maioria das
áreas portuguesas. O aproveitamento desses terrenos fazia-se através da
pastorícia e da criação de gado. Criavam-se: ovelhas e cabras que
forneciam lã, leite e carne; porcos, bois e cavalos, dos quais se
aproveitava o couro, a carne e a força de trabalho. Recolhiam-se: lenha e
madeira; cortiça para fazer rolhas e boias para as redes de pesca; mel e
cera das colmeias. O trabalho era manual e os instrumentos eram
rudimentares. Muitos camponeses ficavam com fome e epidemias. O rei
D. Dinis protegeu a agricultura e aumentou as terras aráveis. Mandou
secar pântanos e semear pinhais no litoral…
O aproveitamento do mar e dos rios era feito através da pesca e da salicultura. A pesca marítima era essencialmente praticada
cadeiras e uma mesa. Só havia duas refeições – o jantar
na costa, a pesca costeira. Para pescar eram utilizados instrumentos muito simples como redes, linhas, anzóis e armadilhas.
(almoço) e a ceia (jantar). As refeições eram baseadas em carne, pão de
trigo, vinho, queijo e fruta. A comida comia-se com as mãos. Mas para
As produções artesanais eram trabalhadas à mão ou com ajuda de ferramentas simples. Eram os artesãos que faziam todo
cortar os alimentos havia facas, que eram limpas na toalha no final da
esse tipo de trabalhos. Utilizavam-se como matérias-primas produtos oferecidos pela Natureza, pela agricultura e pela pastorícia. No
refeições. A comida era servida sobre grossas fatias de pão e usavam-se
século XIII, para comprar ou vender produtos ia-se à feira. As feiras realizavam-se periodicamente. Aí ocorriam regatões, camponeses e
pequenos lavabos para lavar as mãos.
almocreves. Os almocreves eram pequenos comerciantes que transportavam de terra em terra as suas mercadorias. D. Dinis criou as
feiras francas. Nestas feiras, os vendedores não pagavam impostos sobre os produtos que vendiam. As feiras contribuíram para o
desenvolvimento do comércio interno. Mas os portugueses também faziam comércio externo. Exportavam-se sal e peixe seco; vinho,
O nobre usava um saio e objetos de adorno. D. Dinis criou a
azeite e fruta; cera e mel; peles. Importavam-se cereais; tecidos; especiarias; metais, armaduras curto e de mangas justas. Por cima
deste aos o pelote. os prejuízos de naufrágio um tabardo e navios Bolsa dos Mercadores que era uma espécie de seguro que pagavavestia mercadoresEm dias cerimoniais vestia ou ataques de quando
saía usava coifas de pano ou sombreiros. Vestia calças D. Dinis criou a
piratas. fruta; cera e mel; peles. Importavam-se cereais; tecidos; especiarias; metais, armaduras e objetos de adorno. justas e calçava
sapatos bicudos de cabedal. A dona e
donzela vestiam o de sob a
Bolsa dos Mercadores que era uma espécie de seguro que pagava aos mercadores os prejuízos de anaufrágio ou ataquesbrial, navios camisa de linho. Usava um vestido comprido, o pelote, e por cima
piratas.
punham o manto. Também usavam uma crespina e calçavam sapatos
No século XIII, os senhores nobres tinham propriedades praticamente na totalidade das terras acima do rio Vouga. Eles pequenos
parecidos com os masculinos. A principal atividade dos nobres era
38 • MyBrainMagazine
combater. Em tempo de paz, ele administrava o seu senhorio e ocupava
o dia com distrações como a caça, a equitação e exercícios desportivos.
À noite, os nobres entretinham-se com jogos de sala como xadrez e
dados e assistiam a jograis. Aos 16 anos, o nobre era armado cavaleiro
39. No século XIII, os senhores nobres tinham propriedades praticamente na totalidade das terras acima do rio Vouga. Eles eram
descendentes dos nobres portucalenses e familiares dos reis ou cavaleiros que se distinguiam na guerra e a quem os reis
concederam o título de nobre. As suas propriedades chamavam-se terras senhoriais ou senhorios. Nos senhorios nobres a casa
acastelada era a habitação do nobre. As terras que o rodeavam eram, naturalmente, campos cultivados, a floresta, o moinho e as
casas dos camponeses, que trabalhavam nas suas terras. O salão, na casa do nobre, era o aposento principal. Lá, ele recebia os
hóspedes da família, dava ordens e serviam-se lá também as refeições. A iluminação fazia-se com lamparinas de azeite ou tochas e
velas de sebo. Nos dias frios acendia-se a lareira. O mobiliário reduzia-se a arcas, escanos (bancos largos), cadeiras e uma mesa.
Só havia duas refeições – o jantar (almoço) e a ceia (jantar). As refeições eram baseadas em carne, pão de trigo, vinho, queijo e
fruta. A comida comia-se com as mãos mas para cortar os alimentos havia facas, que eram limpas na toalha no final da refeições. A
comida era servida sobre grossas fatias de pão e usavam-se pequenos lavabos para lavar as mãos.
O nobre usava um saio curto e de mangas justas. Por cima deste vestia o pelote. Em dias cerimoniais vestia um tabardo e
quando saía usava coifas de pano ou sombreiros. Vestia calças justas e calçava sapatos bicudos de cabedal. A dona e a donzela
vestiam o brial, sob a camisa de linho. Usava um vestido comprido, o pelote, e por cima punham o manto. Também usavam uma
crespina e calçavam sapatos parecidos com os masculinos. A principal atividade dos nobres era combater. Em tempo de paz, ele
administrava o seu senhorio e ocupava o dia com distrações como a caça, a equitação e exercícios desportivos. À noite, os nobres
entretinham-se com jogos de sala como xadrez e dados e assistiam a jograis. Aos 16 anos, o nobre era armado cavaleiro numa
cerimónia na qual o rei, a rainha ou o seu mestre lhe davam a espada e as esporas. Ele iria lutar pela justiça e proteger os pobres
e os desprotegidos. A dama ocupava-se a bordar, a governar a casa e a passear. O nobre tinha muitos poderes e privilégios:
aplicava a justiça quando surgia alguma questão ou crime; recrutava homens para o seu exército; recebia impostos de todos aqueles
que trabalhavam em sua propriedade ou que por lá passavam. Tinham por obrigação proteger as pessoas que estavam na sua
dependência as quais eram na maioria servidores domésticos e camponeses. Estes tinham por obrigação prestar muitos serviços e
pagar pesadas rendas e impostos ao nobre.
I
Na
página
anterior,
mercadores no porto de
Bruges, Flandres; nesta página,
esquema de um senhorio
nobre.
MyBrainMagazine • 39
40. A vida de um camponês era dura e difícil. As suas casas tinham teto de colmo, paredes de madeira ou pedra e o chão
era de terra batida. Tinham só uma divisão. A alimentação era baseada em pão de mistura de cereais ou de castanha. Comiam-no
com cebolas, alhos ou toucinho. Nos dias festivos havia queijo, ovos e alguma carne. O vestuário do camponês era um saio, calças
justas e um manto com capuz. Calçava botas ou socos e na cabeça usava coifas ou sombreiros de abas largas. A camponesa
vestia uma camisa de linho grosseiro e uma cota de mangas compridas. Também usava um avental e uma coifa. Os divertimentos
eram a ida à missa, às procissões e romarias e às festas que o nobre organizava. As pessoas, nesse século, eram muito religiosas.
Em qualquer aldeia havia uma capela, igreja ou uma ermida. Na casa dos nobres existia sempre um santuário. A vida quotidiana
estava muito ligada a superstições. Usavam-se amuletos para afastar espíritos malignos, o mau olhado e os encantamentos.
Acreditava-se em fadas, em bruxas e em feiticeiros, e a eles se atribuía a culpa de algum desastre como má colheita ou um simples
temporal.
Ao clero pertenciam todos aqueles que se consagravam ao serviço da Igreja e tinham como principal função a atividade
religiosa. O clero era constituído por: clero secular – padres, bispos e cónegos – vivia junto da população; clero regular – frades ou
monges e freiras – vivia nos mosteiros ou nos conventos. O mosteiro era formado por um conjunto de construções à volta do
claustro. O local principal do mosteiro era a igreja. Os coutos eram trabalhados pelo povo que pagavam rendas e impostos ao
mosteiro. As ordens religiosas militares, formadas por monges guerreiros, eram dirigidas por um mestre e tiveram grande importância
na reconquista portuguesa. O mosteiro era dirigido pelo abade ou pela abadessa. Cada ordem religiosa tinha a sua regra, à qua l os
seus monges tinham que a obedecer. A sua principal atividade era o serviço religioso. Reuniam-se na igreja para meditar, rezar e
cantar cânticos religiosos. Os monges usavam um traje que se chamava hábito, e que era igual para todos que pertenciam à mesma
ordem. O vestuário e o corte de cabelo distinguiam os monges dos outros clérigos e dos homens laicos. O clero também se
dedicava ao ensino, ao trabalho nos campos e à assistência de doentes, peregrinos e mendigos. O clero foi, durante muito temp o, o
único grupo social que sabia ler e escrever. As poucas escolas que existiam localizavam-se junto dos mosteiros, igrejas ou sés e os
alunos eram todos futuros clérigos.
Passado algum tempo, as escolas começaram as ser frequentadas por filhos de ricos mercadores e alguns nobres. Nesta
época, cada mosteiro tinha uma biblioteca e os seus monges copistas. Estes dedicavam-se a copiar os livros importantes e
ilustravam-nos com iluminuras. Estes livros eram raros e valiosos. Eram escritos em latim e eram feitos em pergaminho (pele de
animal preparada para o efeito). Alguns mosteiros tinham enfermarias onde os doentes eram recolhidos e tratados. Nas enfermarias
existiam boticas onde os monges preparavam os remédios.
Os Celtas, pelo contrário, eram altos e tinham o cabelo loiro e os olhos azuis. Eram bons ourives. Trabalhavam o ouro e objetos em
ferro. Ocupavam as regiões norte, oeste e centro da Península Ibérica. Alguns Celtas cremavam os mortos, em vez de os
sepultarem.
40 • MyBrainMagazine
Os Lusitanos viviam a norte do Tejo numa região situada à volta da serra da Estrela chamada Lusitânia.
41. Um concelho era uma povoação que tinha recebido uma carta de foral – documento escrito onde ficavam registados os direitos e
deveres dos moradores do concelho para com o dono da terra. A maioria dos concelhos foi criada pelos reis mas alguns também
eram da nobreza e do clero. Os moradores de um concelho chamavam-se vizinhos. Estes tinham mais regalias e maior autonomia
do que aqueles que não viviam nos concelhos: eram donos de algumas terras; só pagavam os impostos exigidos no foral; tinham
uma “assembleia de homens bons” para resolver os problemas do concelho. A “assembleia de homens bons” era formada por
homens ricos do concelho, elegia os juízes e os mordomos. Na maioria dos concelhos existia um alcaide – representante do rei e
chefe militar -. Habitava na alcáçova ou torre do castelo. O pelourinho ou picota era um dos símbolos de autonomia de um
concelho. Era construído no centro da povoação. Aí eram castigados os violadores de leis. Nos concelhos rurais, os moradores
eram agricultores, pastores e artesãos (e também pescadores, no litoral). Nos concelhos urbanos, os moradores eram comerciantes
e artesãos (estes agrupavam-se por ruas com nome dos ofícios). O comércio externo contribuiu para o crescimento e aumento da
população das cidades litorais. Nestes concelhos já viviam alguns burgueses (este nome foi-lhes dado pelo facto de viverem no
novo burgo). Estes eram mercadores e artesãos enriquecidos que adquiriam, com os estrangeiros, novas ideias e conhecimentos.
Os burgueses precisavam de se instruir. Para o efeito frequentavam escolas. Estes distinguiam-se do resto do povo. Foi assim que
se formou a burguesia.
Em tempo de guerra, a população refugiava-se nas sés e igrejas. Era também aí que se reuniam para discutirem problemas de
interesse comum. As sés eram construídas nas cidades onde viviam bispos. A Sé de Lisboa é um edifício românico de pedra,
paredes grossas, estreitas aberturas e com arcos redondos.
Lisboa, nessa época, já era a capital do reino. Mas, normalmente, o rei não vivia aí. Este vivia em cidades e vilas onde havia um
castelo ou palácio. As suas principais fontes de riqueza eram os reguengos e os impostos e rendas. Com as deslocações da
corte, os reis procuravam visitar as suas vilas e reguengos, ouvir os agravos das populações e resolver alguns problemas loca is.
O rei era o indivíduo mais rico e poderoso do Reino e também a autoridade máxima. Quando o rei tinha de resolver questões
importantes para a vida no Reino, fazia Cortes onde iam representantes da nobreza e do clero (a partir das cortes de Leiria
começaram a estar presentes representantes do povo), para com eles se aconselhar. De entre os reis da 1.ª Dinastia, destacou-se
D. Dinis. Este restaurou e alargou os seus castelos e palácios. A sua mulher, D. Isabel de Aragão, era muito amiga dos pobres,
como diz o Milagre das Rosas. É no reinado de D. Dinis que o português se torna língua oficial do Reino, pois este era um
grande trovador. Foi este também que criou em Lisboa um Estudo Geral, que mais tarde se passou a chamar Universidade. Esta,
mais tarde, passou a fixar-se em Coimbra. No paço real faziam-se grandes banquetes e saraus onde se cantava, dançava e liam
poemas. Estes eram não só uma forma de divertimento como também de obter conhecimentos. A vida palaciana fez crescer o
gosto pela leitura e pela escrita. O número de trovadores e jograis aumentou.
I
Na outra página: esquema de um mosteiro,
livro copista e claustro do Mosteiro da Batalha.
Nesta página: Domus Municipalis em Bragança e
pelourinho também na mesma cidade.
MyBrainMagazine • 41
Os Celtas, pelo contrário, eram altos e tinham o cabelo loiro e os olhos azuis. Eram bons ourives. Trabalhavam o ouro e objetos
em ferro. Ocupavam as regiões norte, oeste e centro da Península Ibérica. Alguns Celtas cremavam os mortos, em vez de os
42. A fossilização é o conjunto de fenómenos físicos e
químicos que permitem a formação de um fóssil. É um fenómeno
raro na natureza.
Para que isso aconteça, o organismo tem que possuir
partes duras, não pode ser comido por animais e tem que ter um
enterramento rápido por sedimentos finos que interrompem a
decomposição. Geralmente só as partes duras (troncos, conchas,
carapaças,
ossos
e
dentes)
fossilizam.
Na
fossilização,
os
compostos orgânicos que constituem o organismo morto são
substituídos por outros mais estáveis nas novas condições. Estes
podem
ser
calcite,
sílica,
pirite,
carbono,
entre
outros.
A
fossilização é um processo muito lento e complexo. Os principais
processos de fossilização são:
- Mumificação ou conservação: é o processo mais raro e
implica a preservação total ou parcial do animal. Para este
processo ocorrer, é necessário que o corpo seja envolvido numa
substância impermeável, como o gelo ou o âmbar. Um exemplo
de mumificação em gelo é o caso dos mamutes encontrados na
Sibéria
totalmente
preservados
no
gelo.
Um
exemplo
de
mumificação em âmbar é quando um inseto picou um dinossauro
e depois fica preso em resina de uma árvore. Aí, fica conservado
e depois pode ser estudado e pode servir também para estudar o
dinossauro que foi picado.
- Moldagem: é o processo no qual desaparecem todas
as partes moles do ser vivo, deixando gravado na rocha um
molde.
- Mineralização ou petrificação:
primeiro, um animal
morto cai para o fundo de um rio, lago ou mar e é coberto por
sedimentos.
A
esquelética.
falta
Os
de
oxigénio
sedimentos
impede
contendo
o
a
decomposição
esqueleto
são
comprimidos pelos sedimentos acima e transformam-se em rocha.
Água subterrânea dissolve os ossos, deixando uma cavidade. A
água deposita minerais, formando um fóssil com a forma do
esqueleto. Milhões de anos depois, a rocha é desgastada por
erosão à superfície, revelando um fóssil. No Petrified Forest
National
Park,
no
Arizona,
Estados
Unidos,
há
imensos
exemplares de troncos de árvore petrificados.
I
42 • MyBrainMagazine
Vários fósseis, peixes do cenozoico moldados/impressos em calcário;
sedimentos com fósseis e por cima madeira petrificada do mesozoico,
âmbar com inseto da ordem Driptera e ouriço-do-mar fossilizado;
coprólito (fezes fossilizadas) de tartaruga; fossilização: mineralização.
43. As trilobites são artrópodes marinhos que viveram no Paleozoico. Têm esse nome graças às divisões do seu corpo em
três lobos. Pensa-se que existiram cerca de 15000 espécies de trilobites. O facto de os segmentos tóracicos serem articulados,
permitia que se enrolassem como um atual bicho-da-conta, como resposta a alterações bruscas do meio ou quando pressentiam
perigo. Também sofriam mudas regulares para permitir o crescimento. Viviam em águas pouco profundas e eram carnívoras e
filtradoras. O seu sentido da visão era extremamente apurado e foram os primeiros animais a desenvolver olhos complexos.
Havia dois tipos principais de olhos de trilobites, cada um composto por lentes frágeis que eram formadas por cristais de calcite;
muitos tinham olhos holocroidais, similares aos compostos dos insetos de hoje; estes olhos formavam imagens difusas de
qualquer coisa em movimento. Outras possuíam olhos esquizocroidais, que tinham lentes amplas e arredondadas, estes sim
produziam imagens muito bem definidas de coisas e objetos.
I
Reconstituição de trilobites vivas num ambiente
marinho; trilobites; anatomia de 43
uma trilobite;
MyBrainMagazine •
trilobites, amonites e outros fósseis.
44. As belemnites eram animais carnívoros que possuíam
um corpo suave ao redor de uma concha interna. Viviam na
água e eram muito semelhantes as lulas atuais. Eram eficientes
caçadoras de peixes pequenos e outros animais marinhos de
pequeno porte e usavam os seus tentáculos para agarrar as
presas e só depois é que as comiam com as suas mandíbulas
em forma de bico. Ao contrário da lula moderna, elas tinham
ganchos no lugar de ventosas. Os predadores mais comuns
delas eram os ictiossauros da época.
Os ictiossauros eram um conjunto de répteis aquáticos
cujo mais conhecido é o oftalmossauro. Os ictiossauros mediam
entre 2 a 3 metros, podendo antingir os 15 metros e tinham um
focinho longo e afilado e barbatanas caudais e dorsais tal como
os
peixes.
Os
ictiossauros
eram
animais
carnívoros
e
alimentavam-se preferencialmente de belemnites e amonites. O
estudo da anatomia do olho destes animais sugere que alguns
géneros de ictiossauro, como o oftalmossauro, possam ter sido
mergulhadores de profundidade. São bastante parecidos com os
golfinhos, pois são muito curiosos e adoram dar saltos fora de
água. Eram vivíparos e, tal como os golfinhos, os seus filhos
nasciam de cauda. Viviam perto
perigosos
onde
não
passavam
dos
os
corais, sítios
tubarões,
os
menos
maiores
predadores. Caçavam de noite e, apesar de quase não terem
dentes, a boca funcionava como bico, apanhando as suas
presas.
I
Reconstituição de ictiossauros, belemnite fossilizada,
reconstituição de um ambiente marinho com belemnites,
belemnite fossilizada.
44 • MyBrainMagazine
Os Celtas, pelo contrário, eram altos e tinham o cabelo loiro e
os olhos azuis. Eram bons ourives. Trabalhavam o ouro e
objetos em ferro. Ocupavam as regiões norte, oeste e centro da
45. El Capricho de Gaudí é um edifício desenhado pelo arquiteto Antoní Gaudí em 1883 situado em Comillas, na Cantábria.
Em 1883, Máximo Díaz de Quijano, cuja irmã era cunhada de Antonio López y López, primeiro marquês de Comillas,
encarregou Gaudí de desenhar um chalé de verão em Comillas.
O exterior do edifício possui pedras na parte baixa.
O chalé tem um minarete coberto de azulejos e imita o movimento de um girassol. Os quartos estão virados para este
(para o sol nascer virado para os quartos) e a sala virada para oeste (para se ver o pôr-do-sol). Os espaços que estavam
destinados à atividade matinal estavam virados para sul e as atividades mais próprias para o verão para norte.
Os Celtas, pelo contrário, eram altos e tinham o cabelo loiro e os olhos azuis. Eram bons ourives. Trabalhavam o ouro e objetos
em ferro. Ocupavam as regiões norte, oeste e centro da Península Ibérica. Alguns Celtas cremavam os mortos, em vez de os
sepultarem.
I
El Capricho, fachada exterior, fachada interior –
MyBrainMagazine • 45
Os Lusitanos viviam a norte do Tejo numa região situada à volta da serra da Estrela chamada Lusitânia.
estufa, a gruta, pátio da Ferradura, libélula a tocar
guitarra e pardal a tocar órgão, azulejos de girassóis.
46. A autenticidade foi confirmada pelo museu após dois anos de pesquisa. O quadro tem como título Pôr-do-sol em Mont
Majour e foi pintado na região de Arles, em França, onde Van Gogh chegou no início de 1888. A pintura representa uma
paisagem com árvores e arbustos. Pôr-do-sol em Mont Majour está no Museu Van Gogh em Amsterdão desde 24 de setembro
de 2013.
46 • MyBrainMagazine
47. Por volta de 1504, Peter Henlein, na cidade de Nuremberga, fabricou o primeiro relógio de bolso, denominado
pela forma, tamanho e procedência, de Ovo de Nuremberga.
Era todo de ferro, com corda para muitas horas e precursor da "Mola Espiral", possuía um ponteiro e um
mecanismo complexo para badalar.
Foi o acelerador para diversas invenções e melhorias, principalmente na Europa, desenvolvendo-se de maneira
vertiginosa à indústria da relojoaria.
Quando foram inventados, os relógios de bolso, como ainda não existiam os relógios de pulso, foram uma grande
novidade, pois podiam levar consigo. Assim, os nobres franceses e os lordes ingleses mais ricos desejavam possuir o
relógio mais belo ou até mesmo a melhor coleção de relógios de bolso. Estes podiam ser de tipo Lepine (mais estreito e
sem tampa), sabonete (com uma tampa que tapa totalmente o mostrador), ou semissabonete (com tampa semiaberta que
permite consultar a hora sem levantar a tampa).
I Relógio de bolso de finais do século
XIX, mecanismo do relógio de bolso,
vários relógios de bolso de diferentes
épocas.
MyBrainMagazine • 47
48. As jukeboxes conquistaram o mundo da música na década de 50, a sua idade de ouro.
Atualmente fabricam-se algumas com CD's. Quando se liga a jukebox, o mecanismo de seleção leva o CD até ao fundo
da prateleira, onde um sensor o envia ao longo de 40 espaços até ao centro da mesma. Após a seleção de uma música de um
CD no painel da jukebox, ou através de controlo remoto, a roda de colocação do mecanismo de seleção envia-o ao longo da
prateleira, até ao local do CD. O mecanismo de seleção levanta o disco, leva-o até ao centro da jukebox e coloca-o na cabeça de
leitura. A cabeça de leitura do CD analisa o número de faixas e reproduz a escolhida. Ao terminar, o CD é levantado, regressa à
posição original e o processo de seleção pode recomeçar. Estas jukeboxes têm capacidade para 80 CD's.
48 • MyBrainMagazine
49. A arquitetura românica desenvolveu-se nos séculos
XI
e
XII.
As
principalmente
igrejas
ao
longo
românicas
dos
eram
caminhos
construídas
para
locais
de
peregrinação. Estas igrejas têm plantas em forma de cruz e
são constituídas por uma ou três naves. Em vez de terem
tetos de madeira, têm abóbadas de pedra. Foram usados
vários elementos como a abóbada de berço, que exerce
grande pressão sobre as paredes, o que tornou necessário
levantar
paredes
grossas
reforçadas
com
contrafortes
exteriores, que contribuíram para a fraca iluminação do
interior. Além das abóbadas de berço utilizaram-se também
os arcos de volta perfeita.
A
arquitetura
gótica
desenvolveu-se
a
partir
de
meados do século XII, com as primeiras catedrais. Estes
edifícios ganharam mais luz e uma decoração riquíssima,
como as rosáceas, os vitrais, as estátuas, os pináculos, as
gárgulas,...
O
gótico
originou-se
graças
à
invenção
da
abóbada sobre cruzaria de ogivas, onde o peso da cobertura
de pedra recai apenas sobre os pilares de suporte. As
paredes ficam aliviadas da pressão graças aos arcobotantes.
I Rosácea na Catedral de Chartres, corte das igrejas
dos dois estilos, Catedral de Chartres, uma das
entradas da Catedral de Chartres, Notre-Dame de
Paris, Catedral de Burgos, Sé Velha de Coimbra, Igreja
de San Martín de Frómista.
MyBrainMagazine • 49
50. O uso do arco surge com as civilizações da Antiguidade. Há vários tipos de arcos, consoante as épocas da história:
- Arco acairelado: decorado a lóbulos de pequenas dimensões.
- Arco adintelado: com intradorso horizontal em forma de lintel, em que as aduelas são de formação radial.
- Arco abatido: possui uma forma achatada em que o valor da flecha é inferior à metade do raio. É composto de três curvas de centros
diferentes.
- Arco asa de padeiro: composto por várias curvas interligadas que lhe dão o aspeto de uma meia elipse na horizontal.
- Arco contracurvado: formado por curvas e contracurvas de quatro centros diferentes, que lhe incutem uma forma ondulante. É formado por
duas curvas côncavas em baixo que se prolongam para o vértice do arco em duas curvas convexas.
- Arco elíptico: composto por um segmento de elipse.
- Arco falso: os blocos que o constituem não são em cunha e consequentemente não são colocados de forma radial. A abertura é ladeada
de blocos retangulares sobrepostos que se vão colocando em degraus estreitando até ao topo que termina em viga horizontal. Este caso não
usufrui das vantagens na distribuição da carga de um arco comum.
- Arco em ferradura: a curva prolonga-se para baixo do centro, ou seja, o diâmetro do arco é superior à largura do vão. Uma variante é o
Arco de ferradura apontado.
- Arco policêntrico: formado por diversas curvas de centros diferentes.
- Arco polilobado: intradorso formado por diversos lóbulos. Foi importado do Oriente e também usado na arquitetura islâmica. Crê-se que
representa simbolicamente o mundo ou céu de onde nascem outros mundos ou céus.
- Arco quebrado / em ogiva perfeita: possui uma forma pontiaguda, angular por ser composto de dois segmentos com dois centros diferentes
que se cruzam no topo. O valor da flecha é maior que o valor do vão.
- Arco trilobado: intradorso formado por três lóbulos de dimensões não obrigatoriamente iguais.
- Arco de volta perfeita: semicircunferência formada a partir de um só centro descrevendo um ângulo de 180º. O valor da flecha é a metade
do valor do vão.
I
Arcos na Mesquita de Córdova, arco de volta
perfeita na Sé Velha de Coimbra, arco contracurvado
no Mosteiro da Batalha, arco abatido, arco polilobado,
arco em ferradura, arco em ogiva perfeita na NotreDame de Paris.
50 • MyBrainMagazine
51. Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre
a mureta– havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu
fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza. Era o estado de espírito de Edvard Munch quando teve a
ideia de pintar o quadro. Após o diagnóstico da doença bipolar da sua irmã Laura, Munch ficou
muito triste. A obra representa um
homem num momento de profunda angústia e desespero existencial. O plano de fundo é a doca de Oslofjord ao pôr-do-Sol.
"O Grito" foi pintado em 1893 e é considerado como uma das obras mais importantes do movimento expressionista.
MyBrainMagazine • 51
52. Provavelmente os bascos são o povo mais antigo da Europa, que
podem ter descendido de povos Cro-Magnon, que viveram nos Pirenéus há 40
000 e eram pagãos.
Viviam isolados nos vales montanhosos e preservaram costumes
estranhos como a língua, Euskera; a cozinha, variada e imaginativa; os
desportos, como partir troncos e levantar pesos ou o jogo da pelota (frontón),
onde as equipas batem a bola contra a parede e apanham-na com uma colher
de verga enfiada nas mãos; e a música e a dança, com grandes saltos.
Algumas famílias ainda vivem em vivendas isoladas, os caseríos.
A economia basca baseou-se na pesca e na agricultura, agora virada
mais para a indústria.
I Bilbao, Ponte Colgante
Viscaya, metro Bilbao,
Portugalete,
Guggenheim
Bilbao,
País Basco, bandeira do
País Basco.
52 • MyBrainMagazine
54. A BMW i representa um conceito abrangente que oferece uma mobilidade sustentável e orientada para o futuro e um
design inspirador.
O novo BMW i3 é um veículo elétrico urbano. A velocidade máxima do carro é de 150 km/h, demorando 7,2 segundos
em aceleração 0 - 100 km/h.
A BMW i Wallbox é uma estação de carregamento que se monta na parede da casa ou da
garagem. O BMW i3 ficará completamente carregado em 6 horas.
O BMW i8 é um desportivo híbrido. Chega a 250 km/h com o motor de combustão. O motor elétrico só alcança os
120 km/h.
I i8 (duas primeiras) e i3 (duas últimas).
54 • MyBrainMagazine
55. O relevo é inimigo das estradas. As estradas de montanha costumam ser íngremes e arriscadas. Cada estrada é uma perfeita
obra de engenharia.
A estrada de Trollstigen é um caminho arriscado de montanha em Rauma, na Noruega. É uma atração turística real devido ao
seu declive íngreme e 11 curvas fechadas. Veículos com mais de 12,4 metros de comprimento estão proibidos de passar. Esta estrada
levou oito anos para ser construída e foi inaugurada em 1936.
Também na Noruega, a estrada Atlantic Road, na costa, assusta todos os condutores quando há tempestades - especialmente
na Ponte Storseisundet. As ondas do mar "saltam" por cima da ponte.
I
Estrada
de
Trollstigen,
Noruega; Ponte Storseisundet,
Atlantic
Road,
Noruega;
Estrada
para
Dalsibba,
Noruega.
MyBrainMagazine • 55
56. Os ossos são compostos por cálcio,
por osso esponjoso, por osso compacto e por
medula óssea. Graças aos ossos e também aos
músculos, não ficamos como uma gelatina, pois
não nos conseguíamos mexer e não teríamos
formato definido. Com todos os ossos unidos
por cartilagens, forma-se o esqueleto. Este pode
variar o número de ossos. À nascença, todos
nós temos 300, em adultos, não temos mais do
que 198 a 214, pois durante o crescimento, os
ossos, que até então estavam separados por
cartilagem, unem-se e, em certos indivíduos,
reagrupam-se mais do que noutros. Até aos 25
anos, os ossos crescem pelas extremidades,
constituídas por um tecido mole. O maior osso é
o fémur e o osso mais pequeno é o estribo, no
ouvido.
O
esqueleto
humano
já
tem
uma
longa evolução, visto que desde o século XIX,
os ossos das nossas pernas alongaram e o
cóccix é o que nos resta de uma cauda perdida.
Mas ganhámos uma bacia que sustenta alguns
dos nossos ossos.
I
Ossos e esqueleto na Capela dos Ossos,
esqueleto humano, constituição de um osso,
56 • MyBrainMagazine
fémur e crânio.
57. O lixo e a poluição são um problema que está a aumentar e que cada vez
mais precisa de ser remendado.
Os problemas de poluição global, como o efeito estufa, a diminuição da
camada de ozono, as chuvas ácidas, a perda da biodiversidade, os dejetos lançados
em rios e mares, entre outros materiais, nem sempre são observados, medidos ou
mesmo sentidos pela população.
Os gases do efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono, permitem que
a luz do Sol passe por eles. Parte da energia solar é refletida pelas nuvens e pela
superfície terrestre. Esses mesmos gases, porém, retêm grande parte do calor gerado
pela luz do Sol. Este calor é refletido de volta para a superfície pelas moléculas dos
gases do efeito estufa, gerando mais calor. Os países que mais produzem gases de
efeito estufa são: Estados Unidos (69,0%); China (11,9 %); Indonésia (7,4%); Brasil
(5,85%); Rússia (4,8%); Índia (4,5%); Japão (3,1%); Alemanha (2,5 %); Malásia (2,1%);
Canadá (1,8%). Com este aumento de calor, os glaciares e as calotes polares derretem
e o deserto ganha território, como o caso do mar de Aral, que praticamente quase
desapareceu.
A camada de ozono é uma região existente na atmosfera que filtra a radiação
ultravioleta provinda do Sol. Graças ao processo de filtragem, os organismos da
superfície terrestre ficam protegidos das radiações. A diminuição da camada de ozono
está a ocorrer devido ao aumento da concentração dos gases CFC presentes nos
aerossóis, em fluidos de refrigeração que poluem as camadas superiores da atmosfera
atingindo a estratosfera.
O fundo do mar da Terra perdeu muita biodiversidade graças a catástrofes,
como os derrames de petróleo, por exemplo, o derrame de 2010, que matou muitas
aves e animais subaquáticos; e também graças aos esgotos e ao lixo das grandes
cidades. A Grande Porção de Lixo do Pacífico é composta principalmente por plástico
proveniente das costas marítimas, e é de difícil deteção, já que os satélites não
conseguem
captar sua
presença, sendo
possível
avistá-la
somente
a
partir
de
embarcações marítimas. Esta "massa plástica" flutua e se envolvem no giro oceânico
devido às correntes oceânicas. Mas não é só no Pacífico, pois também há no Índico e
no Atlântico, mas em menor quantidade.
Quase todos os produtos feitos pelo Homem podem ser reciclados. Para quê
deitar para o lixo normal o lixo reciclável? Perdem-se uns meros dois minutos para
meter as coisas no lixo reciclável. É um pequeno gesto que faz toda a diferença.
No
meio-ambiente a reciclagem pode reduzir a acumulação progressiva de resíduos a
produção de novos materiais, como por exemplo o papel, que exigiria o corte de mais
árvores; as emissões de gases como metano e gás carbónico; as agressões ao solo,
ar e água; entre outros tantos fatores negativos.
Mas além desta poluição terrestre, ultimamente apareceu outra nova poluição:
a poluição orbital, ou seja, o "lixo espacial", constituído por satélites já não funcionais.
I
Um de muitos carrinhos de compra que estão
debaixo do rio Mondego, em Coimbra; Mar de Aral
1989 – 2008; poluição orbital; lixo; camarão e
glóbulos de petróleo no derrame no Golfo do México;
MyBrainMagazine • 57
pelicano coberto de petróleo no derrame do Golfo do
México; Declínio na quantidade de gelo flutuante no
oceano Ártico entre 2012 e 1984; lixo dlutuante do
Pacífico; esquema do efeito estufa.
58. A língua pesa 50 g, contém 17 músculos que amassam a comida e é muito resistente.
É constituída por papilas gustativas que, vistas de cima e a olho nu, têm o formato de pequenas bolas. Estas, como o
nome indica, captam o sabor/gosto de cada alimento. Ao todo são 3000 papilas. Umas detetam o que é ácido, outras o que é
doce, outras amargo e outras o salgado. São equipadas com nervos que avisam o cérebro, que analisa a sensação. Assim que o
alimento é engolido, as glândulas salivares limpam as nossas papilas.
58 • MyBrainMagazine
59. Os ouvidos estão separados 15 cm um do outro e não detetam o som simultaneamente, o que nos permite
encontrar a origem de um ruído.
O ouvido externo capta os sons que seguem por um tubo, o canal auditivo. Chegados ao fim do canal, os sons
atingem o tímpano. Ao vibrar, este bate em três ossos minúsculos, o martelo, a bigorna e o estribo. Eles agitam-se e fazem
oscilar um líquido que se encontra nos canais semicirculares. Esse líquido bate nos pequenos captores de sons, que enviam
uma mensagem elétrica ao cérebro.
Resumindo, o ouvido externo capta as vibrações/sons, o ouvido médio amplifica as vibrações e o ouvido interno
transforma as vibrações em impulsos elétricos.
O ouvido humano só capta sons com ondas sonoras entre os 20 e os 20000 Hz.
MyBrainMagazine • 59
60. O triângulo de visão é constituído por fonte de luz, recetor de luz e detetor de luz. A
luz atravessa facilmente materiais transparentes, parcialmente os materiais translúcidos e não
atravessa os materiais opacos, por isso é que existe a sombra.
As ondas luminosas são transversais, propagam-se também no vazio e a sua velocidade
de propagação no ar e no vazio é de 300000000 m/s.
Chama-se dispersão da luz à decomposição da luz branca na suas diferentes cores.
O espectro da luz visível é constituído por luzes de diferentes cores: vermelho, laranja,
verde, azul, anil e violeta. O vermelho, o verde e o azul são as cores fundamentais da luz, pois
da sua combinação resulta a luz branca. A cor de um objeto corresponde à cor da luz
que ele
reenvia para os nossos olhos. A luz reenviada depende do material de que o objeto é feito e da
cor da luz com que está iluminado.
No mesmo meio transparente e homogéneo, a luz propaga-se em linha reta, em todas
as direções. Um raio luminoso corresponde à direção de propagação da luz. Os feixes luminosos
são conjuntos de raios luminosos e podem ser divergentes, convergentes ou paralelos.
A reflexão da luz numa superfície consiste no reenvio da luz que incide nessa
superfície para o mesmo meio de onde provem. A reflexão pode ser regular, quando se reflete
numa superfície polida ou irregular, quando se reflete numa superfície rugosa. As leis da reflexão
da luz são: o raio incidente, o raio refletido e a normal ao espelho estão no mesmo plano e os
ângulos de incidência e de reflexão são iguais.
Chama-se refração da luz à sua passagem de um meio transparente para outro. A
refração de luz ocorre quase sempre com mudança da direção de propagação:
- se a luz passa por um meio onde se propaga rapidamente afasta-se da normal;
- se a luz passa por um meio onde se propaga mais lentamente, aproxima-se da
normal.
Quando a luz incide perpendicularmente à superfície de separação, a refração ocorre
sem mudança de direção. A refração de luz é sempre acompanhada de reflexão. Há reflexão
total quando a luz incide na superfície que separa o meio onde se propaga de outro meio onde
se propagaria com velocidade maior e toda se reflete.
I
60 • MyBrainMagazine
Luz solar, sombra, reflexão de um
edifício na água, arco-íris, dispersão de
luz nas gotas de água, dispersão da luz,
ondas luminosas eletromagnéticas
transversais, espetro eletromagnético,
composição da luz.
61. Qualquer corpo que vibra produz um som: é uma fonte sonora. O som propaga-se
por ondas, até aos nossos ouvidos e não se propaga no vazio. Os nossos ouvidos são
recetores do som.
As ondas resultam da propagação de vibrações através de um meio. Nas ondas
transversais, as vibrações ocorrem perpendicularmente à direção de propagação. Nas ondas
longitudinais, as vibrações têm direção igual à direção de propagação. As ondas sonoras
são longitudinais. Resultam de compressões (cristas) e expansões (ventres) alternadas das
partículas que constituem o meio onde o som se propaga. As ondas são caracterizadas por:
comprimento de onda (λ) representa a distância que separa dois pontos consecutivos que
se encontram na mesma posição de vibração; amplitude (A) representa o máximo
afastamento, durante a oscilação, em relação à posição de equilíbrio; frequência (f) de uma
onda representa o número de oscilações executadas pela fonte que produz a onda, em
cada segundo; período (T) representa o intervalo de tempo correspondente a uma oscilação
completa da fonte que produz a onda.
As propriedades do som são: o timbre, que permite distinguir o mesmo som
produzido por fontes sonoras diferentes; a altura permite distinguir sons com frequências
diferentes; a intensidade permite distinguir sons com amplitudes diferentes. O som natural
mais forte da história foi a erupção do vulcão Krakatoa, com 11 decibéis.
Os sons podem ser classificados em:
- infrassons: ondas sonoras com f < 20 Hz, o ouvido humano não os ouve. Ex.:
canto da baleia-azul;
- sons audíveis: ondas sonoras com 20 Hz < f < 20 000 Hz, o ouvido humano
ouve-os. Ex.: voz humana;
- ultrassons: ondas sonoras com f > 20 000 Hz, o ouvido humano não os ouve.
Ex.: ecolocalização do morcego.
Mas alguns animais ouvem sons que nós não ouvimos: os golfinhos ouvem sons
com frequências entre 150 Hz e 150000 Hz; os morcegos ouvem sons com frequências
entre 1000 Hz e 120000 Hz; os gatos ouvem com frequências entre 60 Hz e 65000 Hz e
os cães entre 15 Hz e 50000 Hz.
De um modo geral, as ondas sonoras propagam-se na água a 1480 m/s e no ar a
340 m/s. As ondas sonoras não se propagam no vazio e são mais lentas que as
luminosas, pois durante a trovoada vê-se primeiro o relâmpago e depois é que se ouve o
trovão respetivo.
Quando
as
ondas
sonoras
encontram
uma
superfície
podem
ser
refletidas,
absorvidas, difratadas, interferidas, por reverberação, por ressonância ou refratadas. As
refletidas podem ter eco ou não. O eco ocorre quando as superfícies se encontram a mais
de 17 m. As superfícies lisas e duras refletem bem o som. As rugosas absorvem bem o
som.
I
Concerto, búzios - ouve-se um eco,
relâmpagos, frequência das ondas sonoras,
espetro sonoro.
MyBrainMagazine • 61
62. Os microrganismos são os culpados da deterioração da maior parte da comida e outras matérias orgânicas. Nos
alimentos, estas pequenas pestes alimentam-se dos nutrientes decompondo-os em pequenas moléculas que podem ser
absorvidas através das suas paredes celulares. Mas há alimentos que não apodrecem por causa do conteúdo de água e da
osmose. Se o alimento não for húmido, não há micróbios.
Os filamentos ramificados do bolor, as pontas das hifas, produzem enzimas que decompõem moléculas duras
convertendo-as num material mais mole. As manchas de bolor nos alimentos são grandes colónias de hifas interligadas em
busca de nutrientes.
Mas a decomposição pode acontecer devido a outros fatores como as enzimas naturais usadas durante a vida das
plantas ou animais para catalisar reações. Estas enzimas, mesmo após a morte, continuam funcionais e contribuem para a
degradação do produto.
No solo, a decomposição da matéria orgânica forma húmus, alimento muito rico para as plantas e para os animais
que vivem no solo.
62 • MyBrainMagazine
I Figo com bolor, feijões com bolor,
folhas a formar húmus.
63. Tudo começa com o acasalamento. O elefante é o animal que tem
o período de gestação mais longo. Nos animais selvagens, a fêmea só
acasala com o melhor macho, por isso é que há luta entre machos, para
ver qual é o mais forte e assim para a espécie ser sempre forte e melhor.
Os cães podem ter mais de 10 embriões em cada útero mas os
elefantes só conseguem ter um. As cadelas produzem 10 a 12 óvulos para
serem
fecundados
produzem
1,
ao
como
mesmo
os
tempo
humanos.
enquanto
Até
que
chegarem
os
elefantes
só
ao
embrião,
os
espermatozoides tem uma viagem difícil. São empurrados por pequenos
pelos dentro do corpo da fêmea até chegarem ao óvulo. Nessa viagem,
podem ser apanhados pelos glóbulos brancos/leucócitos. Nos cães, os
óvulos ainda não podem ser fecundados pelos espermatozoides, podendo
ficar lá até 11 dias na parede do útero e quando óvulos estiverem prontos
vão ser fertilizados. Alguns cães da mesma ninhada podem ser de pais
diferentes devido ao tempo de preparação dos óvulos. Depois, os óvulos
dos mamíferos viajam até ao útero,
onde se instalam. Passado alguns
dias, os animais já começam a ter sintomas de gravidez. Passado 30 dias,
os olhos do cão já estão formados. No 39.º dia já são fetos e
já
exercitam os músculos e mexem-se e os rins já funcionam. Para proteger
os olhos, as pálpebras estão coladas uma à outra. Passado alguns dias, o
nariz já está formado. No 52.º dia já têm pelo. No 61.º dia viram-se para a
vagina prontos para saírem. No 63.º dia nasce. O parto de toda a ninhada
pode demorar até 36 horas. Os cachorros nascem cegos. A placenta é
comida pela mãe e ajuda no fluxo de leite.
Os golfinhos tiveram ancestrais na terra (aos 24 dias formasse
estruturas parecidas a pernas que desaparecem semanas depois) e os
elefantes na água. 3 semanas depois do acasalamento do golfinho, o
coração já bate. Às 3 semanas formam-se as narinas que depois sobem e
formam o espiráculo. Quando o golfinho dá à luz, a cauda do feto surge
primeiro. Nasce com os olhos abertos.
Nos elefantes, 16 semanas depois da conceção, já se começa a
formar a tromba. Às 19 semanas já estão a desenvolver os pulmões. 12
meses depois da conceção, o feto já usa a tromba. O cordão umbilical só
mede um metro para que o feto não fique estrangulado. 22 meses
passaram e o elefante nasce. Até aos 14 anos de idade, o elefante tem de
estar por baixo da sombra da mãe por causa da grande sensibilidade da
sua pele fina aos raios ultravioleta.
I
Golfinho dentro do ventre, elefante,
gato,
chihuahua,
golden
retriever,
espermatozoides escapando aos glóbulos
brancos, osMyBrainMagazine • 63 os pelos que
espermatozoides e
os empurram, espermatozoides.
64. Os dentes são estruturas de origem óssea existentes na boca e que têm por função cortar, rasgar e moer os alimentos. O
conjunto destes processos forma a mastigação, primeiro e essencial passo no processo de digestão dos alimentos. Além desta função,
os dentes são também importantes como auxiliares da fala.
A formação dos dentes inicia-se entre a 6.ª e a 7.ª semanas de vida intrauterina, a partir da lâmina dentária, situada na
porção alveolar da maxila e da mandíbula. Os dentes aparecem, já após o nascimento, entre o 6.º e o 12.º mês de vida, rompendo o
osso e a gengiva até surgirem à superfície. Os primeiros são os incisivos, surgindo, geralmente, primeiro os mandibulares. A dentição
inicial, também chamada de dentição de leite, é formada por 20 dentes: aos dois anos, as crianças possuem habitualmente a 1.ª
dentição completa - 4 incisivos, 2 caninos e 4 molares, por arcada. Por volta dos 6-7 anos (e até aos 12-14 anos), a dentição de leite
começa a ser substituída pela definitiva que é formada por 32 dentes, 16 em cada arco dentário, dispostos simetricamente.
O dente apresenta três zonas distintas: a coroa, porção acima da gengiva; o colo, zona de transição; e a raiz, implantada no
osso alveolar, no interior da gengiva. Externamente, na zona da coroa, o dente é recoberto por uma substância mineralizada, a mais
rija do organismo, o esmalte. Abaixo dele surge a dentina, substância de origem óssea que forma a maior parte do dente, seguindose, no seu interior, a polpa dentária, tecido mole e altamente vascularizado e inervado. A raiz é recoberta por um material que
promove a adesão do dente, o cemento, que pode ser regenerado, ao contrário do que acontece com o esmalte.
Os dentes incisivos cortam os alimentos, os caninos rasgam e os pré-molares e os molares moem e trituram os alimentos.
Os dentes dos animais variam muito com o regime alimentar. Um insetívoro tem todos os dentes aguçados para romper o
exosqueleto dos insetos. Um omnívoro tem uma alimentação variada, possuindo incisivos irregulares, caninos fortes e molares largos e
arredondados. Um herbívoro tem os incisivos desenvolvidos, não tem caninos, tritura os alimentos com os molares e tem um espaço, a
barra ou diastema, entre os incisivos e os molares. Um carnívoro tem grandes dentes caninos aguçados e pré-molares e molares com
pontas cortantes e um dos molares, o sectório ou carniceiro, é maior do que os outros.
64 • MyBrainMagazine