3. Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo analisar o Solo Sagrado de Guarapiranga
no âmbito da Historia Regional. Desse modo, pretende-se identificar sua
vinculação aos conceitos de classe, religião, cultura e espaço. Através
destes pressupostos o estudo visa caracterizar a formação da identidade do
grupo de pertença. Como resultado o estudo conceitua a noção de espaço
como fato social, produto da ação humana, de transformação e de
determinação na história em construção.
Palavras-chave: Solo Sagrado; Identidade; História Regional.
4. Introdução
• História Regional
A história regional seria aquela que buscaria resgatar a dinâmica da prática
social dos homens, a partir da análise das condições históricas objetivas
num espaço delimitado. Ou ainda, a história regional implicaria a
realização de um recorte espacial inserido numa determinada
temporalidade.
PESAVENTO
5. • A História Regional estuda o espaço e sua respectiva cultura, enfatizando
as características de uma região e o cotidiano de sua sociedade, valorizando
a essência e sua natural representação dentro desse espaço regional.
RECZIEZEL
• A renovação historiográfica no séc.XX, fruto do movimento dos
Annales, possibilitou a ampliação dos campos do historiador.
CAPRINI
6. Dossiê Região & Religião
Os sistemas de crenças religiosas, como todos os sistemas de práticas e
representações, dotam de sentido o mundo da vida e a vida do mundo, tanto
deste quanto do além. Os fenômenos religiosos são passíveis de muitas e
diferentes
abordagens:
históricas, sociológicas, teológicas, antropológicas, etc. A crescente
preocupação acadêmica com as religiões é um bom indício de renitência do
próprio objeto. As culturas religiosas, como parte constitutiva da vida
social, têm implicações espaciais e territoriais concretas. No Brasil como
em outras partes, a própria linguagem de diferentes grupos e
comunidades, seu ethos e visão de mundo, evidenciam as marcas das
especificidades regionais sobre os processos de subjetivação e de
identificação inerentes a esses fenômenos.
7. • A Revista de História Regional (RHR), com essa chamada de artigos,
pretende publicar um dossiê que articule do ponto de vista da história, das
ciências sociais e das ciências da religião, as categorias região e religião,
ou religiosidades e regionalidades. O objetivo é apreender e compreender
as lógicas simbólicas próprias dos grupos religiosos em seus respectivos
contextos regionais.
8. Problema de Pesquisa
• Quais as possibilidades de análise, no âmbito da História Regional, do Solo
Sagrado?
• Em que medida este espaço social evidencia a memória de Parelheiros?
• Como o Solo Sagrado permite caracterizar a dinâmica da prática social dos
homens e mulheres que dele participam?
9. Justificativa
O solo Sagrado possui riquezas que guardam histórias de um povo
em relação à cultura, os costumes, a religião e o cotiano, os quais
atravessam várias gerações. A questão da ancestralidade e os
respectivos significados da relação homem- natureza contribui para o
processo de construção de identidade do grupo social que frequenta
o espaço, embora o mesmo não esteja restrito à outros grupos.
O espaço, utilizado por instituições públicas de ensino, privadas,
religiosas ou como opção turística evoca transformações causadas no
espaço em que foi construída, o que permite considerar sua
contribuição para o conhecimento e divulgação dos estudos de
história regional na medida em que atua na formação de identidadas
específicas.
10. Objetivo Geral:
Analisar a fundação do Solo Sagrado como construtor de identidades e
alteridades de um grupo social específico, em um espaço geográfico
particular e como resultado de uma determinada organização social,
religiosa e cultural.
Objetivos Específicos:
1. Caracterizar a identidade regional de Parelheiros no espaço social de
Santo Amaro;
2.
Identificar as possibilidades de construção da memória de Parelheiros
por intermédio da análise histórica do Solo Sagrado;
3.
Analisar o Solo Sagrado como constituinte da dinâmica das práticas
sociais dos homens e mulheres que dele participam.
11. Metodologia
•O presente projeto de pesquisa será desenvolvido a partir dos recursos
propostos pela História Oral. Em específico a História Oral Temática.
•A História Oral é um procedimento proposto à construção de novas fontes
para a pesquisa histórica, com base nos depoimentos orais colhidos por
pessoas diferentes, de modo a adquirir diversos depoimentos sobre o tema em
questão, o que contribui para pesquisas dos mais variados temas.
•Os principais recursos técnicos da História Oral são: o gravador, as fontes
documentais, os acervos bibliográficos, fotográficos, históricos, artísticos entre
outros.
12. O que é História Oral Temática?
•A história Oral Temática aborda um assunto específico referente
as relações de história de vida, dos entrevistados ou da
instituição.
•A história Oral temática utiliza-se de roteiros e questionários
delimitando os temas abordados durante a entrevista.
•É necessário clareza na elaboração da pesquisa, na preparação da
entrevista e na condução, para que assim o resultado seja
satisfatório.
13. Qual a contribuição da história oral?
1.
A escrita da história não mais depende unicamente dos textos escritos;
2.
Confrontar as evidências com fontes escritas;
3.
Reconstruir a história daqueles que haviam sido ignorados pela
historiografia tradicional.
14. Quais as críticas sofridas pela História Oral?
A memória não é digna de crédito como fonte histórica e esta
memória poderia ser distorcida, influenciada por versões coletivas.
Mas as fontes documentais escritas não são menos seletivas ou menos
tendenciosas.
Por isso a necessidade de conferir os dados colhidos na entrevista, e
não induzir as respostas ou complementá-las.
15. José Carlos Sebe Bom Meihy.
Graduado em História pela Universidade
de Taubaté (1969) e doutorado em
História Social pela Universidade de São
Paulo (1975). É professor titular
aposentado do Departamento de História
da Universidade de São Paulo.
Atualmente é coordenador do NEHO
(Núcleo de História Oral da USP) e
membro do corpo editorial da Oralidade:
Revista de História Oral e da História
Agora: Revista de História do Tempo
Presente
16. Trajetória Histórica do Solo Sagrado
•
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•
•
•
Compra do terreno em 1974;
Início dos trabalhos teve início em 1976;
Festas de confraternização a partir de 1977;
Consagração do terreno em 1979;
Asfaltamento da estrada de jaceguava em 1985;
Construção do projeto do templo em 1987;
A 1ª linha de ônibus urbano para o local em 1993;
A inauguração em 1995.
17. Imagem 1.
Vista Aérea do Solo Sagrado
Fonte: http://turismandoporai.blogspot.com.br/2010/11/sao-paulo-solosagrado-de-guarapiranga.html
18. Cronograma de execução do Projeto de História Regional
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Revisão do P. de
pesquisa
X
Levantamento
bibliográfico
X
X
X
X
Seleção da
bibliografia
X
X
X
X
Leitura e
fichamento
X
X
X
Dezembro
X
Encaminhamento
de relatório
Entrevista
X
X
Orientação
X
Revisão do
relatório
X
Entrada relatório
final
X
Formatação final
X
Depósito do
trabalho final
X
Defesa
X
19. Referências Bibliográficas
CAPRINI, Aldieriz Braz Amorim. Pesquisa em História: Aspectos conceituais e
metodológicos.
CLARKE, Peter B. As Novas Religiões Japonesas e suas Estratégias de Adaptação
no Brasil. In: Revista de Estudo da Religião, junho, p.22-45, 2008.
FARIAS, Alexandre Leite Souza. Espaço e religião na construção do paraíso
terrestre da Igreja Messiânica Mundial do Brasil: o solo sagrado de
Guarapiranga 2008.89f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Instituto de
Geografia, UERJ, Rio de Janeiro, 2008.
MATSUE, Regina Y. A Expansão Internacional das Novas Religiões Japonesas: Um
estudo sobre a Igreja Messiânica Mundial no Brasil e na Austrália. In: Revista de
Estudo da Religião, n.4, p.1-19,2002.
20. MEIHY, Jose Carlos Sebe Bom. Manual de História Oral,São Paulo: Edições
Loyola, 2002.
RECZIEZEL, Ana Luiza Seth.Texto em sala: debate e tendência /História
Regional: dimensões teórico-concentuais.
RIBEIRO, Carlos Roberto Sendas. Um Protótipo do Paraíso à Brasileira, São
Paulo: Fundação Motiki Okada, 2011.
SILVA, Marcos Antônio. República em Migalhas: História Regional e Local, São
Paulo, Marco Zero,1990.
TOMITA, Andréa G.S. As novas religiões japonesas como instrumento de
transmissão da cultura japonesa no Brasil. São Paulo. In: Revista de Estudo da
Religião, n.3, 2004, p.82-102