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Informativo I Notas do Congresso
1. Notas do
Congresso 31 de agosto Informativo Diário nº 3
Representante do Conasems destaca Unaids diz que Brasil
continua sendo exemplo
avanços na política brasileira de aids no combate à aids
O fim da aids está relacionado à expansão
do acesso ao tratamento em larga escala. É o que
afirma o diretor do Escritório Executivo do Programa
Conjunto das Unidas para o HIV e Aids (UNAIDS), em
Genebra (Suíça), Luiz Antônio Loures, que está em São
Paulo participando do congresso.
Segundo ele, o programa brasileiro de aids,
hepatites virais e DST segue sendo um exemplo de
resposta à aids, em nível não só regional (América
Latina), mas também mundial. “É preciso fazer uma
recuperação histórica do papel que o programa
brasileiro teve para levar a resposta mundial até
onde ela está hoje. Pela primeira vez, há um mês, na
Conferência Internacional de Washington, o mundo
começou a falar sobre o fim da aids, que hoje pode
ser uma realidade em um futuro que nós podemos
começar a ver, a vislumbrar”, diz.
Foto: Luís Oliveira/Ascom-MS
Loures afirma que o primeiro país do mundo a
desenvolver e a expandir o acesso ao tratamento no
Hemisfério Sul foi o Brasil. “Foi o exemplo brasileiro
que possibilitou que o tratamento na África, na
Ásia e em outros países em desenvolvimento fosse
expandido. Hoje, essa é uma realidade global que
nos permite, mais uma vez, falar sobre o fim da
“Se analisarmos esses anos de SUS (Sistema “O principal espaço de diálogo com o governo aids”, destaca.
Único de Saúde), fizemos muito mais do que se não é por meio do Departamento (de DST, O programa do Ministério da Saúde permite,
pode fazer. O problema é que vemos apenas Aids e Hepatites Virais), e sim na atuação com de acordo com o representante do Unaids, entrar
nossos interesses individuais”. Com essa fala, conselhos de saúde”, disse. Em sua explanação, em uma nova fase de pesquisas para encontrar
o representante do Conselho Nacional de ainda complementou: “quem vai conseguir uma resposta à aids. “E nessa nova fase nós temos
Secretarias Municipais de Saúde (Conesems), mudar um pouco o que estão chamando de que abrir também um novo debate: quais são as
Gilson Carvalho, abriu a Conversa Afiada sucateamento da resposta à epidemia somos prioridades, as direções que vão nos possibilitar partir
“Sociedade civil e governo: governança e nós, pessoas que vivem com HIV/aids”. do ponto que estamos e chegar eventualmente ao
cidadania”, na manhã dessa quinta-feira (30), Eduardo Barbosa, diretor-adjunto do fim da doença. E nada melhor do que começar um
no congresso. Departamento de DST, Aids e Hepatites debate intenso nesse sentido dentro do Brasil, que é
Gilson ressaltou que o Brasil foi muito Virais do Ministério da Saúde, lembrou que o País que possibilitou que nós chegássemos onde
ousado ao tornar a rede pública de saúde o diálogo com a sociedade civil é histórico e estamos hoje”, enfatiza.
acessível a toda a população. “Quem viveu antes se mantém até o momento. “Quando a aids Crianças vivendo com aids
da Constituição de 1988 sabe que dependíamos surgiu, mobilizou diversos atores sociais. E Dados do Programa Conjunto das Nações
da caridade para ajudar as pessoas. Hoje temos nós sempre tivemos e criamos, de maneira Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) mostram que hoje
mais de 200 mil pacientes em tratamento para a inovadora, espaços de diálogo muito mais existem, em todo o mundo, mais de dois milhões de
aids. Isso não é utopia, é realidade”, enfatizou. frequentes do que nos outros setores do pessoas com menos de 15 anos de idade vivendo
José Marcos de Oliveira, que vive com HIV governo”, afirmou. A lacuna, na avaliação com HIV ou aids. Se falar sobre esse assunto e
há 25 anos, concorda que os avanços foram do diretor-adjunto, é a mobilização conjunta sobre o tratamento aos infectados já é complicado
inegáveis. “A política de aids foi um divisor de das organizações não governamentais para os adultos, imagine quando os pacientes são
águas na garantia dos direitos humanos de toda em prol da luta contra a epidemia. “Falta crianças e adolescentes. Esse desafio foi o centro
a população”, disse. Ele acredita que a sociedade solidariedade da sociedade civil na luta pela dos debates da mesa redonda “A criança vivendo
civil precisa compreender melhor o que é saúde causa, para que os interesses sejam os da com HIV/Aids”, que ocorreu na manhã desta
pública e como a aids se insere nesse contexto. coletividade”, concluiu. quinta (30), durante o congresso.
2. Articulação com outros movimentos sociais deve ser prioridade NOTAS
pelos medicamentos. Precisamos admitir que a
As organizações que lutam contra o HIV-aids na luta pelo acesso à saúde não diz respeito só aos Catálogo da sociedade civil
América Latina têm de ampliar sua articulação com portadores de HIV, e que aids é também questão
outros movimentos da sociedade civil para construir de acesso a emprego, moradia e educação O Departamento de DST, Aids e Hepatites
uma pauta comum de reivindicações baseada na luta porque ninguém conserva a saúde sem isso”. Virais está realizando um mapeamento
por equidade, direitos humanos e desenvolvimento, A necessidade de garantir investimentos nacional das organizações da sociedade civil e
se quiserem evitar que o tema saia da agenda movimentos sociais que trabalham com DST, HIV,
para a formação de novas lideranças foi o
internacional e do horizonte dos governos locais. Esta aids e hepatites virais, para produzir o Catálogo
ponto destacado por Toni Reis, presidente Nacional de OSC e Redes Comunitárias –
foi uma das principais conclusões do painel “Crise de da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas Brasil 2012. No documento constarão dados e
liderança, quem tem a palavra?”, que ocorreu nesta e Transexuais (ABGLT). Segundo ele, com a informações atualizados, que possam servir de
quinta-feira (30), no congresso. crise econômica internacional e a redução do subsídios para o desenvolvimento de ações mais
“Precisamos evoluir e ampliar o diálogo com financiamento para o combate à aids, foram qualificadas na promoção de direitos humanos
outros movimentos sociais porque o HIV já não eliminados todos os recursos para formação e articulação com as OSCs e Movimentos. Para
é prioridade mundial. Se cochilarmos, sairá da de quadros e fortalecimento das organizações as instituições serem incluídas no Catálogo é
agenda”, advertiu Violeta Ross, da Rede Boliviana sociais. “Só com líderes bem formados seremos preciso preencher um questionário (disponível
de Pessoas com HIV. em http://www.aids.gov.br/node/51717) e
capazes de ampliar nossa capacidade de diálogo,
Enrique Chaves, do Observatório Latino- enviar para o e-mail catalogo2012osc@
estabelecer o que temos em comum e negociar aids.gov.br, aos cuidados da área de Direitos
americano AID for Aids, foi incisivo na mesma o que é de fato essencial”, disse. Humanos, Risco e Vulnerabilidade (DHRV), até
direção: “Não basta mais lutar pelo preservativo e
o dia 10 de setembro.
Arena da Juventude
Planos são necessários para Sexualidade, DST, HIV/Aids e gravidez na
o enfrentamento à aids adolescência. Esses foram os temas trabalhados
de forma dinâmica pelo grupo Transando Saúde,
no espaço Arena da Juventude. No evento,
O diretor-adjunto do Departamento de jovens respondiam perguntas e respostas
DST, Aids e Hepatites Virais, Eduardo Barbosa, sobre DST e aids e, à medida que acertavam os
participou, nesta quinta (30), do debate assuntos relacionados às doenças, avançavam
“Diálogos sobre os planos de enfrentamento no jogo.
Foto: Ademir Melo
à aids para mulheres e HSH”. Segundo ele, Juventude e sexualidade
o plano direcionado aos homens que fazem
sexo com homens (HSH), Gays e Travestis Foi lançado, nesta quinta-feira (30), o
teve uma construção bastante coletiva, com curso de educação a distância “Juventudes,
Sessi Girl, Nina Cash, Drindry Buck e Send Buck, integrantes do sexualidades e prevenção das DST/Aids”,
a participação de movimentos sociais e
grupo Esquadrão Drag Queen, realizam show durante o congresso, voltado a profissionais da área de educação
conscientizando os espectadores sobre a preservação do meio discutido na esfera do Conselho Nacional de e da saúde. A iniciativa foi desenvolvida pelos
ambiente, cuidado com o corpo e prevenção das DSTs e aids. Saúde (CNS). ministérios da Saúde, da Educação, pelo
“É imprescindível destacar, também, Serpro e pela Unesco. O objetivo da formação,
que esse plano foi pactuado nas esferas gratuita e com duração de 40 horas, é ampliar
de gestão junto aos secretários de saúde as competências desses profissionais para
estaduais e municipais. Até agora 26 estados trabalhar com jovens e adolescentes na
já tinham elaborado seus planos e o Amapá promoção da saúde e prevenção de doenças.
está prestes a apresentar o seu também”, “Com o curso, vamos poder ampliar ações
que já vinham sendo desenvolvidas para esses
explicou. Eduardo destacou que o Ministério
profissionais”, destaca o diretor-adjunto do
da Saúde e a Secretaria de Políticas para as Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais,
Foto: Luís Oliveira/Ascom-MS
Mulheres já estão trabalhando juntos para Eduardo Barbosa.
elaborar o Plano direcionado às mulheres e
aos transexuais. Pastoral da Aids
O diretor-adjunto enfatizou que não Nesta quinta-feira (30), houve o lançamento
é possível realizar qualquer atividade do documentário “ A vida é maior que a aids,
sem o envolvimento do gestor local na a história da Pastoral da Aids”. O vídeo conta
implementação das políticas. “Esses planos os dez anos de história da Pastoral, um projeto
são políticas indutoras. O Ministério da da Igreja Católica que, juntamente com o
Saúde tem o papel de buscar identificar quais Ministério da Saúde, vem realizando ações no
campo de prevenção, diagnóstico precoce e
as lacunas existentes e as necessidades
acompanhamento das pessoas que vivem com
para cumprir determinadas políticas. E, a o vírus.
partir disso, fazer alianças para poder se
concretizar na ponta. Da mesma forma como
A tenda Paulo Freire foi palco do debate sobre identidade de gênero.
não é possível não ter os apoios específicos Achados e Perdidos
O bate-papo reuniu pessoas de múltiplos olhares e experiências de
vida sobre superação de preconceito. Entre os convidados estava dos gays, travestis, transexuais, mulheres. A seção de achados e perdidos agora está
o cartunista Laerte Coutinho. Em conversa descontraída, liderou Os planos cumprem o papel de colocar na funcionando no setor de credenciamento do
a discussão sobre padrões de gênero e sexo. Por meio de intenso
pauta as necessidades que precisam ser Pavilhão Oeste.
trabalho de conscientização em quadrinhos, chamou a atenção
da sociedade para questões de direitos humanos, sobretudo entre alcançadas e os caminhos que precisamos
lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. percorrer”, ressaltou.
EDIÇÃO: Gabriela Campos REDAÇÃO: Daniela Brito, Mônica Plaza e Simone Mateos Colaboração: integrantes da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores (RENAJOC)
e equipe da Revista Viração. - PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Marcos Cleuton REVISÃO: Angela Martinazzo COORDENAÇÃO: Hércules Barros CONTATO: imprensa@aids.gov.br