O texto descreve o narrador como "um qualquer" que passa por diferentes lugares, ensinando, aprendendo e trocando com as pessoas. Ele é um mercador que oferece tesouros cultivados no âmago, como sentimentos e emoções, sem cobrar nada em troca.
2. Dirás por onde estiveres agora, que minha ausência é apenas um desses caprichos do meu lado relapso... Dirás, ainda que tenhas dúvidas, que eu deixei de ser aquele que surgiu como do nada, se mostrou por inteiro e, repentinamente, deixou teu barco à deriva.
3. Sim! Dirás que a saudade desse 'alguém' que conheces tão bem pelas palavras é apenas mais uma dentre tantas que já bailaram pelo teu coração. Eu, apenas palavras e mais palavras.
4. O meu ser é um qualquer... Qualquer pedaço do vento. Qualquer folha seca carregada pelo redemoinho... Qualquer pássaro que rufla as asas pelo azul do céu... Qualquer flor que oferta suas cores a qualquer jardim... Qualquer concha que o mar atira na praia... Qualquer peixe dourado que conhece qualquer coisa a respeito de uma qualquer profundeza...
5. Sou sim, um qualquer que caminha pelos misteriosos rumos da existência. Por onde passo, simplesmente passo, passo após passo, num ir e vir que embala a minha vida. Por onde passo, não existe o acaso. Cruzo o caminho tendo algo a oferecer, a ensinar, a aprender e a trocar.
6. Em suma, sou viajante do tempo, mercador de sutilezas, de sentimentos, de emoções, de dádivas enfim... Sou mercador dessas coisas que não se vendem e nem se compram nos mercados do mundo. Sou mercador sem moedas, sem quinquilharias, sem pedras preciosas.
7. Apenas troco tesouros cultivados pelo tempo, tesouros que residem no âmago. Dirás... tenhas certeza; que eu, esse 'qualquer' que brinca com as letras, com as palavras e com as frases, está agora metido em aventuras.