2. Princípios básicos das principais
correntes de contestação ao
capitalismo
SOCIALISMO UTÓPICO
SOCIALISMO CIENTÍFICO
ANARQUISMO
3. Socialismo Utópico
(romântico)
Típico da França, na 1ª metade do século XIX
A igualdade se dará através da bondade e justiça
humanas, de forma pacífica, aqueles que têm propriedades
saberão dividi-las com os que não as possuem.
Crítica ao liberalismo econômico, sobretudo à livre
concorrência.
Formação de comunidades auto-suficientes, onde os
homens, através da livre cooperação, teriam suas
necessidades satisfeitas.
Organização, em escala nacional, de um sistema de
cooperativas de trabalhadores que negociaram, entre si, a
troca de bens e de serviços.
Atuação do Estado que, através da centralização da
economia, evitaria os abusos típicos do capitalismo.
A falta de embasamento científico leva a denominação para
tal corrente de Utopia ou Romântica.
4. Principais seguidores e suas
idéias:
Charles Fourier: Propõe a criação de “Falanstérios” onde representantes
das diversas classes se reúnem, fazendo doações e contribuições e
recebendo proporcionalmente ao que entregou. O trabalho no falanstério
é, sobretudo, agrícola.
Robert Owen: Funda nos Estados Unidos uma organização chamada de
New Harmony, onde tenta, sem êxito, colocar suas idéias: menores
jornadas de trabalho, assistência social ao trabalhador e sua família, e
participação do trabalhador nos lucros da empresa.
Louis-Blanc: Sugere a criação, com interferência do Estado, de “Oficinas
Nacionais” nas quais trabalhadores de um mesmo ramo trabalham juntos
para se evitar a concorrência (Semelhança com as Corporações Medievais).
Proudhon: Acredita que a melhoria no sistema capitalista, possibilitando a
ascensão sócio-econômica das classes inferiores que é o sistema ideal.
Propôs a substituição dos mecanismos tradicionais de produção e
distribuição por cooperativas onde “bônus de trabalho” substituem o
dinheiro.
Saint-Simon: Apesar de defender a propriedade privada, pode ser
considerado um socialista, na medida em que sugere uma planificação
rígida na economia, através da participação do Estado.
5. Socialismo Científico
(Marxismo)
Originário da Alemanha, sobretudo na segunda metade do século XIX.
Karl Marx e Friedrich Engels são os seus nomes e autores das principais
obras: “O Manifesto Comunista” (1848) - “O Capital” (1867).
Segundo o Socialismo Científico, a história do mundo sempre foi uma
história de luta de classes: na Antiguidade, nobres x escravos; na Idade
Média, Srs. Feudais x Servos; na Idade Moderna, burguesia x proletários. A
origem desses conflitos e diferenças está na propriedade: quem as possui
explora e oprime que não as possui. Assim, o caminho para a igualdade de
classes (Socialismo) está no fim da propriedade privada do meios de
produção e seu controle deve ser exercido apenas pelo Estado. Essa
análise histórica é conhecida como interpretação materialista da história.
Segundo Marx e Engels, os bens materiais (ou seja, a infra-estrutura) de
uma sociedade, determinam também as diferença na maneira de pensar e
expressar (ou seja, a superestrutura) de sociedade, daí a necessidade de
suprimir os bens particulares para se atingir a igualdade plena. Outra
doutrina Marxista, ainda dentro deste contexto, é o materialismo
dialético, que afirma ser a evolução da História dinâmica e eliminadora
naturalmente de suas contradições e injustiças. Dessa forma, a sociedade
capitalista “perversa e injusta”, dará lugar ao socialismo, com os governos
operários (“Ditadura do Proletário”) e este, no futuro, a uma sociedade
ideal, igualitária (comunismo autêntico).
6. Diferente dos utópicos, essa corrente socialista prega uma passagem não
pacífica para o socialismo. As classes baixas, na luta pelos seus
direitos, devem, unidas através de uma Revolução do Proletário, tomar
as propriedades burguesas e entregá-las para o controle do
Estado, assumindo este, as funções de arrecadação e distribuição dos
seus lucros. Neste sentido, acrescenta-se ainda como importante ponto
da doutrina marxista, a necessidade de se eliminar a mais-valia para
uma sociedade mais igual (Entende-se por mais valia, o lucro patronal: é
a diferença entre aquilo que os trabalhadores efetivamente
produzem, trabalho real, e aquilo que recebem, sob a forma de salário).
O socialismo científico, como se nota, é uma crítica simultânea ao
capitalismo e ao socialismo utópico. Suas idéias revolucionárias alteram
profundamente a história vindoura da humanidade. Tais pensamentos
inspiram diversos movimentos políticos, econômicos e sociais, sendo o
primeiro deles com grande êxito, a Revolução Russa de 1917.
7. O Anarquismo
Doutrina defensora da inexistência de
governos.
Principais defensores: Bakunin e Kropotkin.
Apregoam o Estado como a origem dos males
da sociedade e defendem a presença de
“pequenas comunidades cooperativas de
subsistência.”
Atacam o capitalismo e também o socialismo
científico, uma vez que Marx admite o Estado
até que se atinja a completa igualdade
comunista.
8. Desdobramentos
A disseminação da Revolução industrial e a consolidação da ordem
capitalista, ao estimularem e aprofundarem a desigualdade social e a
exploração, propiciam o desenvolvimento e a organização de um
movimento, teórico e prático, de contestação à ordem burguesa, com
vistas à sua superação e à construção de uma nova ordem, mais justa e
igualitária.
O estudo e o entendimento dos caminhos e descaminhos trilhados por
esses movimentos e organizações “anti-capitalistas” é de fundamental
importância para a compreensão da sociedade em que se vive, uma vez
que permite vislumbrar as várias possibilidades históricas que são
colocadas, a cada momento, ante os olhos e para a ação dos vários
sujeitos históricos que a compõem. Estudar também essa
história, portanto, é perceber, com maior profundidade, o movimento
conflituoso que possibilita a ação humana em sua concretude e
variedade de possibilidades, e diversos caminhos existentes para que
essa ação se efetive e se realize enquanto criadora do novo na história a
ser construída.