1) O documento discute a escola soviética de cinema e seus principais teóricos e cineastas, como Lev Kuleshov, Vsevolod Pudovkin, Sergei Eisenstein e Dziga Vertov.
2) A escola soviética via o cinema como uma ferramenta para a educação política e propaganda após a revolução de 1917.
3) Os teóricos desenvolveram técnicas de montagem cinematográfica para transmitir ideias e significados através da associação e relação entre planos.
1. Edição e Montagem 1
Universidade de Brasília
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Faculdade de Comunicação
Departamento de Audiovisuais e Publicidade
Bloco 1 de Audiovisual
Professor: Mauricio Fonteles
Professor Orientador: David Pennington
Aula 8
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2. A Forma do Filme
EISENSTEIN, Sergei. A forma do filme - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002
Rio de Janeiro, 1978
A Escola Soviética
A Quarta Dimensão do Cinema
Métodos de Montagem
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3. A Escola Soviética
• Período histórico: Após a revolução de 1917
• Os Bolcheviques liderados por Lênin tomam o poder
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• Rússia recém industrializada e pós Primeira Guerra Mundial
• Grande massa de operários e camponeses
trabalhando muito e ganhando pouco.
• A chegada dos filmes de Griffith
• Lênin reconhece o Cinema como uma nova Arte
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4. O Cinema Soviético
• Os filmes como parte da luta revolucionária.
• Usados para ensinar e fazer propaganda política.
• Dupla missão:
Instrução das massas para os movimentos políticos
Formação de jovens realizadores cinematográficos
• A expressão de ideias pro meio do Cinema
• O desenvolvimento de uma teoria do Cinema
• Griffith era um homem de ação e por isso, não tinha tentado teorizar suas
descobertas
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Os Teóricos / Cineastas
• Lev Kuleshov, Vsevolod Pudovkin, Sergei Eisenstein e Dziga Vertov
• Foram os cineastas mais famosos da União Soviética
• Estudos sobre as técnicas da montagem cinematográfica, expondo diversas
teorias acerca das possibilidades narrativas, expressivas e plásticas deste recurso.
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6. Lev Kuleshov
• O pioneiro de toda a estética da montagem soviética
• O Efeito Kuleshov
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7. Lev Kuleshov
Mr. West
• Provou que a significação de uma sequência pode depender exclusivamente
da relação subjetiva que o espectador faz de diversos planos.
• Expressividade e significado através da associação.
• Um plano adquire significado em relação aos que o antecedem e lhe seguem.
• O confronto destes planos propicia um terceiro nível de significado que é
criado na mente do público. Pode somar ou diferenciar.
• A matéria cinematográfica é constituída pelos fragmentos de película.
• O método de composição consistem em uni-los, descobrindo uma ordem
criadora
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8. Vsevold Pudovkin
• Para ele, tal como a língua, também a montagem tem a palavra (a imagem) e
a frase (combinação das imagens)
• Deste modo, acreditava que o poder do cinema vinha da montagem como
gramática.
• Pretendeu desenvolver uma teoria da montagem que permitisse ao cineasta
ultrapassar a clássica montagem intuitiva de Griffith e encontrar um processo
formal que pudesse transmitir ideias através da narrativa.
• Formulou a teoria da "montagem construtiva"
1º - Matéria prima: fragmentos de película
2º - O realizador só opera sobre os fragmentos onde são filmados os fatos e
não em fatos reais
3º - No processo de montagem, esses fragmentos podem ser modificados
eliminando pontos de intervalo para concentrar a ação
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9. Vsevold Pudovkin
• A montagem é um instrumento que é usado para dar forma, para destacar
determinados acontecimentos da realidade.
• Plano como "tijolo" da construção
• A função essencial da montagem é a determinação de processos
psicológicos no espectador. O realizador não deveria apresentar toda a
realidade, mas reduzi-la ao essencial.
• Opôs-se teoricamente a Eisenstein…
• Ao contrário de Eisenstein, na montagem definida por Pudovkin não havia
choque, mas uma fragmentação da cena em vários planos, preferindo, desta
forma, uma ligação construtiva entre os diversos planos.
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10. Dziga Vertov
• Apenas a verdade documentada poderia ser honesta o bastante para levar à
verdadeira revolução
• Partindo da ideia de que a matéria-prima do cinema é a realidade, Vertov
desenvolveu o anti-estúdio e o cine-olho, tendo como grande objetivo
apresentar a realidade como ela é, rejeitando deste modo a ficção, as
reconstituições e as encenações.
• Cine-Olho -> Kino-Glaz
• O cinema é uma instrumento de
análise do mundo, mas que para
se mostrar é necessário ter visto
realmente.
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11. Man with the movie
Dziga Vertov camera
• Vertov concebeu o operador de câmera, o kinok, como uma espécie de super
olho.
• Para ele, a câmera era mais perfeita que o olho humano.
• Capturava a verdade mecanicamente.
• Man With The Movie Camera - O
propósito era mostar a dualidade entre
a vida, tal como ela é, na realidade do
olho humano, instrumento imperfeito
devido à sua natureza e a realidade tal
como é observada pelo olho da
câmera.
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12. Eisenstein e a Montagem Ortodoxa
• Relação com o teatro Kabuki - provocação dos sentidos dos sentidos
• Cenas isoladas - plano, fragmento de montagem
• Filmes em “Atos”
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13. Montagem Ortodoxa
• Montagem sobre a dominante
• Combinação de planos de acordo com suas indicações dominantes.
• Montagem de acordo com o tempo
• Montagem de acordo com o comprimento
• Montagem de acordo com a principal tendência dentro do quadro
• Montagem em conformidade com o que salta no primeiro plano
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14. Dominante
• As indicações dominantes de dois planos lado a lado produzem uma ou
outra inter-relação conflitante, resultando em um ou outro efeito expressivo
(efeito puramente de montagem)
Planos de “Outubro”
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15. Ideogramas
• As características da dominante são variáveis e profundamente relativas.
Uma revelação de suas características depende da combinação dos planos,
que depende da dominante!
• O quadro cinematográfico nunca pode ser uma inflexível letra do alfabeto,
mas deve ser sempre um ideograma multissignificativo.
• Pode ser lido apenas em justaposição, exatamente como um ideograma
adquire significação, significado e até pronúncia específicos
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16. A “Composição” da Montagem
• Comparação com a acústica e a formação musical
• Tons dominantes, cercados por harmônicos e vibrações
• Comparação com a ótica
• Distorções de percepção causadas pela própria lente da câmera
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17. Fisiologia da Montagem
• Atrás da indicação geral do plano, está presente a soma fisiológica de suas
vibrações como um todo, como uma unidade complexa de manifestações de
todos os seus estímulos. Esta é a "sensação" peculiar do plano, produzida
pelo plano como um todo.
• Qualidade fisiológica - “funcionamento do organismo”
• A Linha Geral é o primeiro filme montado sobre o princípio harmônico-visual
• A Montagem Atonal, em seus primeiros passos, teve de adotar uma linha de
clara oposição a dominante
• A montagem de A Linha Geral segue a linha de trabalho sobre as vibrações
psicofisiológicas de cada fragmento.
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18. Harmonia
• Harmonia Visual e Harmonia Musical
• Não podem ser encontrada no quadro estático
• O fator “tempo”
• Conflitos harmônicos não escritos - vistos, ouvidos, sentidos
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19. A Quarta Dimensão
• Está provado que a harmonia visual é uma peça real, um elemento real de -
uma quarta dimensão!
• No espaço tridimensional, espacialmente inexpressivo, que só surge e existe
na quarta dimensão (tempo acrescentado às três dimensões)
• Declaração lugar comum de que o mundo em que vivemos é um
continuum espaço-tempo quadridimensional
• O cinema pode proporcionar uma facilidade de orientação concreta
nesse continuum espaço-tempo quadridimensional
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20. Contraponto Visual - Auditivo
• Método contrapontístico de misturar imagens visuais e auditivas.
• Não podemos reduzir percepções visuais e auditivas a um denominador
comum. elas são valores de dimensões diferentes.
• Mas harmonia visual e harmonia sonora são valores de uma substância
singularmente medida
• Se o quadro é uma percepção visual, e a tonalidade uma percepção auditiva,
as tonalidades visuais, assim como auditivas, são uma sensação totalmente
fisiológica
• Para ambos, uma nova fórmula uniforme deve entrar em nosso vocabulário:
"Eu percebo"
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21. Polifônia
• A Linha Geral inaugura o conceito de atonalidade visual.
• Do conflito polifônico entre as atonalidades visuais e auditivas nascerá a
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composição do cinema sonoro soviético.
Trecho: O sentido do Filme - Sincronização dos Sentidos
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22. Métodos de Montagem
• 1. Montagem Métrica (Revolta no Navio - Potemkin - 23min)
Duração dos fragmentos
• 2. Montagem Rítmica (Escadaria de Odessa - 48min)
Duração do conteúdo
• 3. Montagem Tonal (Porto Neblina - Potemkin - 33min)
Composição da dominante
• 4. Montagem Atonal (O Velho e o Novo - Procissão - 25min)
Soma de fragmentos, conteúdo e dominante - fisiológica
• 5. Montagem Intelectual (Outubro - Simbolos religiosos - 31min)
Princípio intelectual de interpretação
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