1. Pranayama
O que é o pranayama
Pranayama é o controle da energia vital, sendo a regulação dos movimentos da
respiração, o meio de alcançá-lo. O tórax, ou a cavidade do peito é como uma caixa
móvel que contém os mais importantes órgãos da respiração: os pulmões, e da
circulação: o coração. Os principais músculos do tórax são os intercostais, que
preenchem a cavidade entre as costelas, e o diafragma na base, separando a cavidade
peitoral da abdominal, participantes ativos na respiração.
Naturalmente outros pequenos músculos trabalham no ato da respiração, inclusive os da
face. Na respiração, o ar entra pelas narinas, passando pela laringe e traquéia, que se
divide em duas, uma para cada pulmão. Os pulmões têm uma textura elástica e são
formados por pequenos sacos, os alvéolos, cuja função é permitir que as células
vermelhas do sangue absorvam oxigênio e devolvam gás carbônico.
Essas células vermelhas são as carregadoras de oxigênio dos pulmões para os diversos
tecidos do corpo. O oxigênio é imprescindível em toda e qualquer atividade humana.
Todo esse trabalho é intimamente conectado com o funcionamento do coração. Do
ponto de vista fisiológico, o propósito de qualquer exercício respiratório é a assimilação
de uma máxima quantidade de oxigênio com um mínimo gasto de energia.
Do ponto de vista yogue, o propósito do exercício
respiratório é diminuir o ritmo do metabolismo, mais especificamente, diminuir o
movimento psíquico (facilitando a concentração). Como já citamos anteriormente, os
yogues postulam a existência de dois tipos de atividade neurofisiológica que geram e
controlam o ato da respiração: uma é estimulada pela influência solar, juntamente com a
respiração pela narina direita (pingala); a outra, é estimulada pela influência lunar e a
respiração pela narina esquerda (ida).
É muito importante para a saúde, o equilíbrio entre estas duas correntes energéticas.
Desde muito cedo, foi também observado pelos yogues, a correlação entre o
funcionamento cerebral e mudanças no volume, força e ritmo da respiração. Falam de
uma biounidade entre mente e „prana‟, uma correspondência entre o
pensamento/emoções e a respiração. Prana é um conceito que tem causado muita
polêmica entre os escritores modernos sobre seu significado. O yogue Shri Yogendra o
define como uma „força biomotora‟ ou „bioenergia‟, ou „energia vital‟, difundida por
2. todo o corpo e sustentáculo da vida. É a energia responsável pela unidade e harmonia do
corpo. Sua principal função é o movimento.
O movimento mental, ele próprio, é prana. Sem prana não há função cognitiva. Em
outras palavras, prana “é uma atividade vibratória que sustenta o processo da vida”
(Yogendra). O ato de inspirar e expirar “alimentam” este funcionamento. Pranayama
tecnicamente é a restrição ou suspensão da inspiração ou da expiração (literalmente é
restrição – yama – do prana, ou seja, restrição do movimento). A essência do pranayama
é, portanto, a pausa respiratória , que diminui o funcionamento mental, propiciando
condições para a meditação. O Instituto de Yoga de Mumbai reciclou as técnicas
tradicionais, propondo oito maneiras de se realizar o pranayama:
Pranayama I – igualar os tempos de inspiração
e expiração
Pranayama II – expansão lateral dos pulmões
(Respiração Intercostal)
Pranyama III – expansão superior dos pulmões
(Respiração Clavicular)
Pranayama IV- expansão inferior dos pulmões
(Respiração Diafragmática)
Pranayama V – Sunyaka: manter os pulmões
vazios
Pranayama VI – Puraka: inspiração prolongada
Pranayama VII – Kumbhaka: manter os
pulmões cheios
Pranayama VIII – Rechaka: expiração
prolongada
Existe também um pranayama tradicional, que por sua ação sobre o sistema nervoso, é
ensinado por todos os Institutos de yoga, chama-se: Anulomaviloma Pranayama, ou
Respiração Alternada (alterna-se as narinas nas inspirações e expirações).
Além dos benefícios fisiológicos, pranayama tem, segundo o yoga, uma importância
fundamental no desenvolvimento do conhecimento discriminativo. O „insight‟ sobre
3. nossa dimensão transcendental advém da quietude interior, da parada de todo
movimento da matéria em nós. Sendo o prana a própria atividade vibratória da mente,
sua restrição leva a esta parada, que só é alcançada completamente em Samyama, ou
seja, no processo contínuo de concentração (dhárana), meditação (dhyana) e transe
(samádhi).
Em outras palavras, a prática do pranayama sensibiliza para o aspecto transcendente da
vida, aponta uma série de sinais sobre si mesmo a partir dos quais se pode adquirir uma
resposta genuína e individual à questão „quem sou eu?‟
Pranayama Egípcio – Passo a passo
1ª parte
1. Sente-se o estudante em uma cadeira com o rosto para o Oriente.
2. Faça uma oração à Divina Mãe Kundalini.
3. O peito, o pescoço e a cabeça deverão estar em linha vertical. Não se deve dobrar o
corpo para os lados ou para trás. As palmas das mãos devem descansar sobre as pernas
de forma muito natural.
4. A mente do devoto deve estar dirigida para dentro, para a Divina Mãe, amando e
adorando-a.
5. Os olhos estarão fechados para que as coisas do mundo não o distraiam.
6. Tape a fossa [narina] direita com o dedo polegar (imagem 1), vocalizando
mentalmente o mantra TON, ao mesmo tempo que se respire ou inale mui lentamente o
ar pela fossa esquerda.
7. Feche agora a fossa nasal esquerda com o dedo índice . Retenha o alento e pronuncie
mentalmente o mantra SA.
8. Exale agora lentamente pela fossa nasal direita (imagem 2) vocalizando mentalmente
o mantra HAM e imagine a energia subindo até o cérebro e depois descendo até o
coração.
9. Tape agora a fossa nasal esquerda com o dedo índice.
4. 10. Inale o prana pela fossa nasal direita, vocalizando mentalmente o mantra TON.
Retenha o alento vocalizando o mantra RA. Feche as duas fossas nasais com os dedos
índice e polegar.
11. Exale mui lentamente pela fossa nasal esquerda vocalizando mentalmente a sílaba
mântrica HAN e imagine a energia subindo até o cérebro e depois descendo até o
coração.
Atenção: Essa sequência deve ser feita pelo menos 7 vezes, para se acumular Prana nas
baterias psíquicas e curar os canais por onde circulam nossas energias criadoras. Mas
caso você seja iniciante, faça quantas vezes puder, e aumente o número de pranayamas
gradativamente… Não realize essa prática logo após as refeições, estando enfermo(a) ou
a mulher estando grávida ou menstruada…
2ª parte
Após a finalização da sequência do Pranayama Egípcio, realize a seguinte prática
devocional:
1. Ajoelhe-se e coloque as palmas das mãos no solo, tocando-se entre si os dedos
polegares.
2. Inclinando para diante, prostado em terra, cheio de suprema veneração, com a cabeça
voltada para o Oriente, apoiará sua frente sobre o dorso das mãos, ao estilo egípcio.
3. Depois com a sua laringe criadora vocalizará o poderoso mantra RA dos egípcios,
alongando o som das duas letras, assim: RRRRRRAAAAAAA…
Vocalizam-se sete vezes consecutivas.
Respiração curadora
“A prática do pranayama pode ser descrita como o controle voluntário da inspiração,
expiração e a retenção do fôlego. Isso é feito principalmente para estabelecer uma
nova condição de respiração que deve se tornar habitual depois de suficiente prática
voluntária.
Nesse contexto, a transição de esforço para hábito é acompanhada por uma sensação
na mente (que chamamos de humor), crescendo e se tornando definitivo ao longo do
processo, Por meio da qual mais tarde sempre que se perceber que a respiração voltou
a um mau ou indesejado hábito, pode-se lembrar da sensação, e com um quase
imperceptível ato de vontade, re-estabelecer o novo hábito.” (Ernest Wood, Yoga)
Qualquer um que entre pelo “Portão sem Porta” do Zen tem uma história para contar. A
de um grande estudioso começou em uma noite de verão quando recebeu um
telefonema de um amigo que havia recentemente se mudado para outro Estado.
5. “Encontrei uma sacerdotisa Budista que ensina Zen”, ele disse. “Na noite passada ela
me deu um exercício respiratório chamado Respiração Curadora.”
Ele ficou imediatamente interessado. Tinha um
hobby de colecionar exercícios de meditação. Não dominava nenhum, mas tinha
orgulho da sua coleção, apesar disso. “Me conte!”, disse a seu amigo, com um ávido
entusiasmo. Conversaram um pouco e mais tarde naquela noite tentaram o método. No
dia seguinte, esse estudioso ainda estava exasperado por seus fúteis esforços. Ligou para
seu amigo e reclamou: “Esse exercício é muito difícil!” “Não é para ser fácil”, ele disse.
“Você só tem de fazer.”
Ele já havia tentado muitos tipos de exercícios respiratórios mas nenhum tinha sido tão
fascinante como a Respiração Curadora. Sua abrupta simplicidade e inesperada
dificuldade o fez pensar que deveria haver algo interessante ali. Não foi senão muitos
anos mais tarde que ele pegou a Respiração Curadora de dentro do seu baú de
pranayamas, como aquele ao qual se dedicaria. Levou anos nesse ínterim para
desenvolver a Atitude Correta que seria necessária para fazer o exercício funcionar.
A Respiração Curadora é tudo o que precisamos para entrar no Zen. Qualquer um que
possa respirar pode fazê-la: ela não requer nenhum conhecimento especial de sutras ou
filosofia e nenhum ambiente especial como uma sala de meditação, monastério ou
templo: tudo o que requer é a Atitude Correta. Ao invés de reapresentar os detalhes de
como a Respiração Curadora é realizada, é necessário esclarecer porque a praticamos e
descrever os pré-requisitos essenciais que devem ser estabelecidos antes de se tentá-la.
Obstáculos
O aprendizado começa do começo!!! Do mesmo modo que um professor de Matemática
não tentaria ensinar Cálculo a um estudante que não aprendeu ainda princípios
rudimentares de Álgebra, um Mestre Zen não considera dar meditações avançadas a um
estudante que ainda não aprendeu a controlar a respiração.
Quando as pessoas dizem que passaram anos praticando uma variedade de exercícios de
meditação sem sucesso, lembramo-nos de nossas próprias experiências e dizemos para
fazerem como nós fizemos: volte ao começo e aperfeiçoe a Respiração Curadora. Até
que o completo comando da respiração seja conseguido, há pouca chance de sucesso
com outras disciplinas de meditação e nós, sem percebermos, permanecemos no Zen
dos 6 mundos, frustrados em nossos esforços e desiludidos com o Caminho.
6. O ego é inevitavelmente o maior obstáculo. Quando ele começa a agir, nos debatemos
como um peixe na terra seca. “Por que devo fazer isto?” “Por que não posso fazer outra
prática?” “Não tenho tempo!” “Posso mudar a razão de 1:4:2 para 1:4:3?” “Não tenho
energia!” “Preciso levar a roupa para a lavanderia!” Nos sacudimos e contorcemos
quando nos aparece algo que não queremos fazer – nossa fé na prática fica enfraquecida
pelo ego subversivo mais e mais. Porque uma prática tão simples como a respiração
ritmada traz tanta resistência e como pode a resistência ser superada?
Ter a Atitude Correta requer uma fé inquestionável e
dedicação à prática com a intenção de ter sucesso. Se não sabemos para onde estamos
indo, não pedimos informação? E se nos disserem para ir para a direita e então depois
do segundo semáforo virar à esquerda, não o fazemos incondicionalmente? Isso é tudo o
que “Atitude Correta” significa: seguirmos as instruções com boa vontade, sem
resistência, com fé em que o fazendo chegaremos ao destino.
Quando nos encontramos brigando com a prática, arrumando desculpas para não fazê-la
ou querendo alterar a proporção ou fazer de outro modo, temos de reconhecer que
estamos enrolando – inventando meios analíticos de evitar fazer o trabalho necessário.
Atitude Correta significa não ceder aos nossos desejos, mas atacar a prática como se
nossas vidas dependessem dela, como se fosse a última atitude de nossa existência.
Frequentemente recomenda-se às pessoas para imaginarem alguém apontando uma
arma para suas cabeças – a energia e a devoção à prática que esta imagem pode induzir
é o que é necessário para se obter sucesso. Há uma história de um general que, enquanto
visitava um velho mestre Zen, ouviu um noviço reclamar porque não conseguia se
concentrar. “Posso resolver este problema para o senhor, Mestre?” – pergunta o general.
“Sim, por favor!”, diz alegremente o mestre.
O general busca uma xícara e a enche até a borda com água. Passa a xícara ao noviço e
ordena: “Ande pelo perímetro deste pátio carregando esta xícara com água. Enquanto
você faz isso, seis de meus melhores arqueiros estarão de prontidão e o matarão se você
derrubar uma só gota”. O noviço rapidamente aprendeu a se concentrar…
Quando fazemos qualquer prática Chan passivamente, esperando que alguma coisa
misteriosamente aconteça conosco, perdemos nosso tempo e só conseguimos ficar
frustrados. Então, após pouco tempo, desistimos. Permitindo a nós mesmos ceder à
preguiça, circundamos a montanha eternamente. Nenhuma prática de meditação ou
7. pranayama terá sucesso a não ser que nos comprometamos 100% com ela, com o
coração, com a consciência e com o corpo.
Ocasionalmente, pode haver algum obstáculo físico como condições médicas
subjacentes afetando o sistema respiratório ou cardiopulmonar. Neste caso, um médico
deve ser consultado antes de tentar os exercícios. Se o devoto fuma ou danifica o
aparelho respiratório com drogas, pode haver problemas diversos gravíssimos,
dificuldades para respirar e ruídos ao fazê-lo quando do início da prática da Respiração
Curadora pela primeira vez.
Se há o vício de fumar (ou do uso de outras drogas), ou ânsias de qualquer tipo, serão
naturalmente dispersados e mais cedo ou mais tarde eliminados se a Respiração
Curadora for feita corretamente e regularmente.
Efeitos da Respiração Curadora
A Respiração Curadora trabalha em três níveis: o psicológico, o fisiológico e o
espiritual. No começo, estes três estão interconectados como as partes entrelaçadas de
uma corda, cada um dependendo dos outros para ter força, cada um ficando mais forte à
medida que os outros ficam mais fortes.
Com o crescimento e amadurecimento da prática da Respiração Curadora, a corda passa
a parecer mais com um fio de pesca. Quando os componentes
psicológicos/fisiológicos/espirituais se juntam em um, entramos no estado de
maravilhosa êxtase da meditação.
Efeitos psicológicos – A Psicologia depende da existência de um ego – uma força de
vontade arbitrária, auto-e preocupada consigo mesma. Quando essa criação fica agitada
nos sentimos deprimidos, bravos, com desejos negativos, com medo, ansiosos etc. O
processo de superação do ego cria essa agitação ao assaltá-lo com a possibilidade de
extinção – algo a que o ego firmemente se opõe.
Começar a prática da Respiração Curadora pode causar mau humor e ansiedade
temporárias por este motivo. Quando acontece, devemos compreender a relação de
causa e efeito e deixar que os efeitos problemáticos passem tão facilmente como quando
apareceram; porque nossa vontade consciente e determinação espiritual são as únicas
forças às quais o ego não resistirá.
Quando sucumbimos ao desejo do ego por uma existência segura, desistimos do
comando de nossas vidas e caímos profundamente nos confins do domínio ilusório,
samsárico, mayávico, do ego. Mas com uma grande força de vontade, e ajuda poderosa
da Divindade, como perceberemos ao ler os outros textos do link Psicologia Gnóstica,
passamos por esses episódios desagradáveis de oscilação psicológica, ganhando cada
vez mais força. Com a prática continuada, tornamo-nos imunes a quaisquer novos
ataques egóicos, pois um novo poder de vontade aparece, e este é capaz de identificar e
extinguir qualquer humor indesejado com desprezível esforço.
Efeitos Físicos – Como todos sabemos na era moderna, a mente-corpo é um sistema
altamente interconectado – mude uma parte do sistema e a outra é influenciada – então
8. não é surpresa que a prática regular da Respiração Curadora traz mudanças benéficas
para cada parte da mente-corpo.
Ao passo que a mente é acalmada pela prática do lento exercício respiratório, o cérebro
ganha maior habilidade para regular a produção de serotonina e outras substâncias
químicas responsáveis pela regulação de nossa bioquímica: dormimos melhor, nosso
humor melhora, nos tornamos mais calmos e menos agitados. Além disso, os músculos
relaxam, os sistemas pulmonar e cardiovascular se tornam mais fortes e saudáveis, o
vigor e a resistência física aumentam, a digestão melhora, a capacidade de concentração
mental e a memória são aprimoradas e inclusive nossa potência sexual se dinamiza.
Leva apenas alguns dias de prática para que se comece a perceber todos esses efeitos.
Efeitos Espirituais – Somos todos seres espirituais por natureza, somos essencialmente
uma Chispa Divina, e então, na verdade, não há nada espiritual a ser ganho com a
prática da Respiração Curadora. Isto é, nada a ganhar que já não tenhamos. O que
precisamos ganhar é a consciência desperta da nossa natureza espiritual.
Com devoção religiosa ao exercício da Respiração Curadora, podemos ganhar insights;
um evento que chamamos Satori – uma gestalt, um repentino dar-se conta de nossa
natureza pura, livre, não-dualista, como seres humanos. Quando isso acontece, vemos o
ego como a ilusão arbitrária e vemos, com clareza, o que sobra: nossa Verdadeira
Natureza, nossa natureza de Buda, nossa verdadeira identidade, que pode se perder em
Deus, assim como uma gota se perde no Oceano Infinito.
Como um holograma, o todo contido em cada parte, mas até que nossa mente esteja
calma e o corpo tranqüilo, vemos com uma mente que voa em todas as direções, criando
distinções de forma, som, cheiro, gosto, tato e pensamento. Vemos apenas as partes e
não o todo.
Para os iniciantes no Zen, a Respiração Curadora é um ótimo lugar para começar a
prática. E para os que passaram muitos anos estudando Zen e praticando uma variedade
de exercícios sem progresso significativo, a Respiração Curadora é um ótimo ponto para
se retornar. Mesmo os adeptos usam a Respiração Curadora para iniciar suas práticas,
sabendo que ela rapidamente trará a mente-corpo ao equilíbrio e preparará o caminho
para a entrada em profundos estados de meditação.
Como é praticada a Respiração Curadora
A Respiração Curadora é feita em três partes num padrão regulado que chamamos de
“1:4:2″: uma inalação (1), uma retenção (4), e uma exalação (2). Isso significa que o
fôlego é segurado por quatro vezes o tempo que se leva para inalar. Quando fazemos a
prática pela primeira vez, podemos começar com 4:16:8, onde cada número contado é
um segundo. Então, à medida que a Respiração Curadora se torna mais forte e durável,
podemos tentar 6:24:12, e então 8:32:16 etc.
Gradualmente, estendemos a contagem para durações mais e mais longas, mantendo a
mesma relação e intervalo de um segundo. Um relógio audível pode ser usado para
marcar os intervalos, ou, se o coração pode ser ouvido ou sentido, pode ser usado
também.
9. Ao fazer a prática, parar para admirar os resultados não é uma opção: concentração
contínua na contagem é essencial. Com o Correto Esforço e a Correta Atitude, num
curto período de tempo – dias ou semanas – começaremos a notar mudanças sutis no
humor e energia física, e nosso comportamento se tornará mais calmo e quieto.
Esse é o poder de um dos mais simples exercícios de pranayama, um exercício que
prepara o palco para todas as subseqüentes práticas Zen.
As doenças podem ser curadas pela respiração
As doenças podem ser curadas pela respiração. Parece loucura, mas não é. Hoje,
milhares de pessoas procuram as terapias respiratórias do Yoga (shiktsa yoga
pranayama) para minimizar seus problemas físicos e psíquicos. Por quê? Porque
milhares de outras pessoas – pesquisadores da área médica – indicam este método como
eficaz, sem efeitos colaterais e extremamente saudável.
Uma dessas pesquisas foi realizada na USP, na faculdade de Psiquiatria, com pessoas
que tinham Síndrome do Pânico. Os resultados foram fantásticos e sem efeitos
colaterais dos fortes remédios que alguns tomavam. Os atletas se beneficiam em muito
com essas terapias, aumentando o seu rendimento físico.
Diversos tipos de pessoas com os mais variados problemas adotam essas terapias com
resultados muito bons.
O mecanismo da respiração como terapia (shiktsa yoga) envolve o consciente
tensionamento e relaxamento dos músculos, dos nervos e também da mente, mediante a
respiração. O objetivo desta terapia é promover um corpo saudável e uma mente
equilibrada, para que o trabalho de interiorização seja efetivo e facilitado.
Esse método de terapia (shiktsa yoga) respiratória não tem por fim apenas o tratamento
de doenças em larga escala: deve também ser praticado livremente para conservar a
saúde, prevenir doenças e assegurar uma mente sadia e equilibrada, a serviço,
obviamente, do Ser Interior.
Alguns dos efeitos do pranayama sobre o corpo físico
Aumenta a capacidade vital; realiza a massagem dos órgãos internos; reduz os
distúrbios respiratórios; aumenta a expectoração; reduz a prisão de ventre; regula a
pressão arterial; previne e trata cardiopatias; purifica o corpo; reduz a visceptose; reduz
a ansiedade e tranqüiliza; regula o funcionamento das glândulas; reduz insônias;
aumenta a irrigação sanguínea; gera repouso; regula as funções vegetativas; reduz o
cansaço mental; melhora o funcionamento do aparelho digestivo; aumenta a resistência
e defesa orgânica, e muito mais.
Exercícios de pranayama
10. O Pranayama do Sol
Os Pranayamas são técnicas respiratórias originárias da Yoga servem para restaurar a
saúde, melhorar a oxigenação do sangue e reequilibrar as emoções. Esta palavra vem do
sânscrito e pode significar, entre outras, Ciência da Energia.
Pranayama do Amanhecer
Deve ser feito logo ao amanhecer.
Feche os olhos e fique de pé, de frente para o Sol.
Inspire, elevando os braços até a altura dos ombros.
Mentalize que o prana penetra por todo seu corpo.
Retenha o ar e abra os braços.
Em seguida, expire baixando os braços vagarosamente.
Visualize a luz do Sol se espalhando pelo seu corpo.
Faça este exercício durante 10 minutos e o encerre pronunciando o
mantra OM SURYAIA NAMÁ (Eu Saúdo o SOL).
Captação de Energia
Mentalize um raio de luz alaranjado que parte de seu plexo solar (região à altura do
umbigo) e expande-se pelo Universo, levando vitalidade e saúde para as pessoas.
Depois visualize uma luz dourada que emite vibrações de prosperidade e elimina males
como a fome e a tristeza da humanidade.
Afastar Preocupações
Sente-se e repouse as mãos nos joelhos. Inspire pelas narinas, devagar e em silêncio, até
sentir o abdome cheio de ar. Retenha o ar por alguns segundos e expire, também pelas
narinas. Sinta seu corpo relaxar completamente e mentalize que todas as suas
preocupações se dissipam aos poucos.
Para Controlar Melhor as Emoções
11. Sente-se com as pernas cruzadas à frente do corpo, mantendo a coluna reta, as mãos
pousadas sobre os joelhos e os olhos fechados. Fique bem relaxado, procurando não
contrair os músculos da face nem os ombros. Inspire vagarosamente, concentrando-se
no ar que entra pelas narinas Retenha o ar durante alguns segundos e expire, prestando
atenção apenas na saída do ar. Enquanto respira, procure não pensar em nada. As
imagens, as lembranças e os sons que vierem à sua mente não devem perturbá-lo. Ignore
tudo o que acontecer ao redor.
Concentre-se apenas no que está fazendo. Caso se distraia por algum motivo, recomece
o exercício.
Para Expandir a Consciência e a Intuição
Esta técnica, de origem chinesa, consiste em fazer seu sol interno nascer ao mesmo
tempo em que o Sol cósmico surge no horizonte. No início, pode ser que você não
consiga fazer as mentalizações, mas, com o tempo, aprenderá a se concentrar e a
visualizar adequadamente.
Levante-se bem antes do Sol nascer, tome um banho e vista roupas brancas. Sente-se na
posição de lótus, com a coluna ereta e as pernas cruzadas à frente do corpo. Feche os
olhos e procure sentir o corpo bem relaxado…
Visualize um sol de cor alaranjada nascendo na altura do seu umbigo. Imagine que o
calor emanado por esse sol aquece todo o seu corpo, enquanto uma luz dourada o
envolve completamente. Visualize o sol elevando-se do seu umbigo até o seu coração.
Imagine que dessa região parte uma grande e bela ave branca que voa para longe,
levando em suas costas todas as suas tristezas, mágoas e ressentimentos, e jogando tudo
isso em um profundo abismo, onde serão destruídos totalmente. Imagine que esse sol se
eleva ainda mais, até chegar no centro energético localizado entre as sobrancelhas.
Faça então o sol ganhar uma intensa coloração dourada e subir para o alto da cabeça, de
onde ele se expandirá até explodir como uma luz que se junta à do sol cósmico.
Finalmente, faça uma saudação ao sol, com a seguinte frase, que sugerimos, ou com
outra, que sair de seu coração:
“Ó Rá! Digna-te santificar meu espírito.
Ó Osíris! Devolve à minha alma sua natureza divina!
Glória a ti, Senhor dos Deuses!”
O equilíbrio pela respiração
Uma técnica que harmoniza os doshas e regula a distribuição de energia cósmica pelo
organismo.
Pranayama é uma palavra de origem sânscrita: prana significa “energia” e yama “ação,
atividade, movimento”. Existem muitas diferentes técnicas de aplicação, cada uma
direcionada a um objetivo terapêutico ou espiritual: no Yoga, por exemplo, o
12. Pranayama é usado para obter um estado de concentração e harmonia, no Ayurveda, sua
prática regula a distribuição vital, como base da harmonia entre os doshas.
A palavra prana refere-se a toda forma de energia invisível que alenta a vida. No ser
humano, o prana penetra por várias as vias; há o prana do ar, da água, dos alimentos
vivos (sementes, furtas etc.), da luz, do Sol, do solo. Embora, em termos gerais, a
ayurveda classifica cinco tipos de prana, cada um deles governa áreas ou órgãos do
corpo, em síntese o prana é apenas um, o prana aéreo, ou Vayu, a principal fonte direta
de energia cósmica para os seres vivos que respiram o ar.
Captado pelas vias respiratórias, é imediatamente distribuído pelo organismo, sua
carência ou má distribuição possibilita o surgimento de doenças a partir da desarmonia
entre os doshas, que absorvem “vorazmente” prana. Uma vez que o prana aéreo esteja
em condições de equilíbrio quantitativo e qualitativo, todos os outros pranas também
tendem ao equilíbrio, o mesmo ocorre em relação aos três doshas.
A técnica do Pranayama
Para regularizar o equilíbrio da respiração, siga os passos deste exercício simples, que
dura apenas alguns minutos.
1. Escolha um local calmo e sem ruídos, de preferência isolado das outras pessoas.
2. O horário ideal é ao amanhecer, quando o ar está mais carregado de prana. Mas você
pode fazer o exercício pela manhã, logo ao acordar. Claro que se você fizer o
pranayama em algum lugar carregado de energias, muitíssimo melhor. Pode ser na
praia, no campo, na montanha.
3. Sente-se confortavelmente com as costas eretas e os pés apoiados no chão. Feche os
olhos e procure relaxar, deixando a mente tranquila.
4. Inicie o exercício comprimindo suavemente a narina direita com o polegar exalando
pela narina esquerda. Inale suavemente pela narina esquerda, enchendo os pulmões
de ar; feche a narina esquerda com os dedo indicador, exalando leve e lentamente
pela narina direita, repetindo o processo de alterar as narinas durante cinco minutos.
Depois, recoste-se e permaneça de olhos fechados por dois ou três minutos. Medite,
faça um exercício de Visualização Criativa para a autocura, ore a Deus e à Mãe Divina,
ou simplesmente esvazie a mente, sem nenhuma intenção.
Lembre-se de iniciar o exercício exalando e terminar inalando, de modo suave e natural.
Com um pouco de prática, cada pessoa encontra logo a cadência e o ritmo mais
adequados. Realizado diariamente, o exercício de respiração polarizada (ou Pranayama
Egípcio, como é conhecido entre os estudantes gnósticos, por ter sido muito utilizado
pelos hierofantes egípcios e seus discípulos) traz uma sensação de equilíbrio, serenidade
e bem-estar, que tende a crescer à medida que se aperfeiçoa o método com a prática
constante.
Lembre-se: sem prática, não se chega a lugar nenhum. A Sabedoria gnóstica sem uma
devida e equilibrada vivência, é perda de tempo. Só enche nosso intelecto, mas não
nossa consciência. O venerável mestre Samael Aun Weor afirmava que o Buscador da
Luz deve ter uma Intelecção Iluminada, ou seja, um correto equilíbrio entre intelecto e
intuição.
13. Os cinco tipos de prana
Prana – Concentra-se no cérebro e move-se para
baixo governando a respiração. Está ligado à
inteligência, à sensibilidade, às funções motoras
principais. Penetra no corpo sutil pelo chacra da
coroa, situado no alto da cabeça, e pela inspiração
do ar passando pelas narinas. É o principal tipo de
energia cósmica.
Vyana – Concentra-se no coração. Age no corpo
inteiro governando o sistema circulatório, as
articulações e os músculos. É captado do ar
inspirado nos pulmões e da energia dos
alimentos.
Samana – Concentra-se no intestino delgado,
governa o aparelho digestivo e é captado
principalmente pela energia vital doa alimentos
vivos (sementes, frutas etc.).
Udhana – Concentra-se na região da garganta e
governa a fala, o teor da voz, a força vital, a força
de vontade, o esforço, a memória e a exalação do
ar. É captado sobretudo da energia que advém do
chacra da garganta.
Apana – Concentra-se no baixo ventre, governa a
evacuação e a micção, a potência sexual, o fluxo
menstrual e o processo de parto. É captado pelo
chacra localizado na base da coluna e pelo dos
órgãos genitais (chacra prostático ou uterino).
Os três canais de energia
O pranayama é uma técnica para equilibrar a energia vital, a qual, ao penetrar no
organismo, polariza-se um aspecto negativo e outro positivo (o Yin e Yang da medicina
chinesa). Entrando pelas narinas, o prana polarizado percorre inicialmente os canais
principais de energia localizados ao longo da coluna vertebral.
Esses canais, também, são polares e segundo a ayurveda recebem o nome de Ida,
Pingala e Sushumna, este canal central é o mais importante dos três. Ida, ou canal lunar
(negativo), inicia-se na narina esquerda e desce serpenteando ao longo da coluna
vertebral em volta de Sushumna, o canal central, até finalizar no testículo direito.
Pingala, ou canal solar (positivo), inicia-se na narina direita e acompanha
simetricamente a Ida. Pingala vem terminar no testículo esquerdo. Cada um desses
canais semietéricos e semifísicos carrega energias prânicas que se polarizam a partir das
narinas.
Importante observação: essas polaridades comentadas acima referem-se a uma pessoa
do sexo masculino. No caso das mulheres, a polaridade inverte-se na relação entre as
narinas e os canais de energia: Ida, lunar, inicia-se na narina direita e termina no ovário
esquerdo, e Pingala, solar, na narina esquerda, terminando no ovário direito.
14. Percebe-se, por uma análise mais profunda sobre o acima citado que há uma íntima
relação entre Respiração, Prana e Pensamento. Portanto, uma das conclusões a que
chega o estudante gnóstico é que o exercício do Pranayama devidamente realizado
interfere nos chacras dos testículos e dos ovários. Essa interferência gera um choque
vibratório, fazendo com que a energia sexual seja transferida à velocidade da luz até o
cérebro, e do cérebro distribuindo-se para todo o organismo, vitalizando-o e curando-o
poderosamente. Isso é o que podemos chamar de sexualizar o corpo físico, ou seja,
transfere-se a energia sexual, altamente implosiva, para todas as células do organismo,
rejuvenescendo-o.
Juntos, os três canais criam uma imagem que se assemelha a duas serpentes
harmoniosamente enroscadas numa haste; dessa figura originou-se o tradicional
Caduceu de Mercúrio, que simboliza a Medicina Universal. Este é também, na
verdade, o antigo símbolo da medicina tibetana, cujos procedimentos visam a
restauração da saúde por meio de reequilíbrio das energias prânicas nos três canais
principais do organismo.
Para a antiga medicina tibetana, não apenas as doenças físicas, mas inclusive as de
caráter psíquico ou mental, são provocadas por alterações energética nesses canais. A
partir deles, toda a energia vital é distribuída para o organismo e é através deles, ainda,
que os centros de energia, ou chacras, se comunicam. Assim, todas as energias
emocional e mental não somente são influenciáveis pelos três canais, como também – e
principalmente – os influencia.
O autoconhecimento, uma condição para a saúde
Os recursos oferecidos pela Medicina Oriental (na verdade, esotérica) devem ser
utilizados segundo orientação de uma sabedoria especializada, como a gnóstica. Alguns,
porém, podem ser aplicados de modo mais livre, embora seja necessário que você
conheça o tipo de sua constituição e possa adotar aquilo que lhe for mais adequado. É
fundamental, portanto, procurar se conhecer para, finalmente, obter um equilíbrio que
permita a seu organismo fazer instintiva e naturalmente as escolhas certas.
Os 12 Teoremas
Os 12 Teoremas são um complemento das Sete Leis e podem nos ajudar a entender
melhor a polaridade universal.
1. Yin e Yang são dois pólos da pura expansão infinita; eles se apresentam quando a pura
expansão atinge o ponto geométrico da bifurcação.
2. Yin e Yang surgem da continuamente pura expansão infinita.
3. Yin é centrífugo; Yang é centrípeto; Yin e Yang produzem energia.
4. Yin gera Yang, Yang gera Yin.
5. A força de atração ou de repulsão entre as coisas é proporcional à diferença entre os
seus componentes Yin e Yang.
6. O excesso de Yin gera Yang e o excesso de Yang gera Yin.
7. Todo fenômeno é produzido pela combinação entre Yin e Yang em várias proporções.
8. Todos os fenômenos são efêmeros devido às constantes alterações das agregações
dos componentes Yin e Yang.
9. Nada é exclusivamente Yin ou Yang; tudo tem polaridade.
15. 10. Não existe nada neutro; Yin ou Yang estão em evidência em qualquer situação.
11. Grande Yin atrai o pequeno Yang; Grande Yang atrai Pequeno Yin.
12. Todas as concreções (solidificações) físicas são Yang no centro e Yin na periferia.