4. Apolo – Eu sou o mais belo dos deuses do Olimpo. Sou o senhor da Arte, da Música e da Medicina. Além de ser muito belo, manejo muito bem o meu arco de prata. E sabem o que vou fazer com ele? Vou matar a terrível serpente Píton, porque ela, da sua caverna, no Monte Parnaso, assusta todas as pessoas desta terra.
5. Mas Cupido, o deus do Amor, irritado com toda esta vaidade, decidiu fazer-lhe uma partida.
6. Cupido – Vou mostrar-lhe como eu sou superior a ele. Para lhe mostrar a superioridade das minhas flechas, vou atirar duas. Uma, a de ouro, vou atirá-la a Apolo e vou fazer com que ele fique apaixonado. A outra, de chumbo, que afasta o amor, vou atirá-la sobre a bela ninfa Dafne. Assim, ele ficará apaixonado por ela e ela não o vai querer.
7. Apolo – Ai, fui ferido por uma flecha! E estou a sentir-me apaixonado! Sinto...sinto-me apaixonado por Dafne! Vou conquistá-la, estou tão apaixonado!
8. Dafne – Que horror, não quero saber dele! Eu não quero namorados!
19. Dafne – Estou a sentir-me estranha. Ah! Os meus membros e o meu corpo estão a revestir-se de casca! Os meus cabelos transformaram-se em folhas, os meus braços mudaram-se em ramos e galhos, os meus pés cravaram-se na terra, como raízes.
20. Apolo – Minha amada, estás a transformar-te em arbusto. Estás a transformar-te ...em loureiro!
21. Narrador - Apolo abraçou-se aos ramos e beijou ardentemente a casca.
22. Apolo - Já que não podes ser minha esposa, serás a minha planta preferida e eternamente me acompanharás. Usarei as tuas folhas sempre verdes como coroa e participarás em todos os meus triunfos, consagrando com a tua verdura perfumada todos os heróis
23. Narrador - Foi assim que o loureiro ficou associado ao belo e luminoso deus, símbolo do seu amor pela ninfa Dafne.