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Os usos sociais da internet: conexão insegura

Conteúdos
Tecnologia e sociedade, usos sociais de aparatos tecnológicos, cultura de massa e internet

Habilidades
Construir uma compreensão crítica e historicamente contextualizada das novas tecnologias de
comunicação como a Internet e entender as determinações sociais e culturais que explicam os
sentidos dados a tais ferramentas

Tempo estimado
Duas aulas

Lya Luft faz, em sua coluna da VEJA, sérias críticas ao que a ela considera os maus usos das novas
formas de comunicação possibilitadas pela internet. Ainda assim, ela se mostra uma usuária
frequente, como muitos de nós. Navegando online fazemos pesquisas, buscamos informação e
travamos contatos com pessoas do mundo todo. Assim como para a escritora, usar o computador
diariamente é parte da rotina de um grande número de brasileiros, comprovadamente um dos países
que mais se conectam mundialmente. Mas as mudanças relacionadas ao novo meio de comunicação
causam também profunda apreensão, ao abrirem fronteiras novas, que são exploradas por criminosos
e todo tipo de pessoas sem escrúpulos. Nas aulas aqui sugeridas, discuta com a moçada as formas
pelas quais a sociedade incorpora e lida com as possibilidades criadas por novidades tecnológicas.

Atividades
1ª aula - Converse com os jovens sobre a internet e tente descobrir como eles usam essa tecnologia.
Quem tem blog na sala? Todos possuem perfil no Orkut? Se não possuem, quais os motivos? Alguns
preferem manter sua privacidade, como relata Lya Luft? Ou, pelo contrário, não se pode mais escapar
de marcar encontros e manter contato com os amigos pelo MSN? Quantos já usaram câmeras para
conversar com parentes e amigos distantes?

Após ouvir os alunos, discuta as semelhanças e diferenças entre as diversas ferramentas que eles
relatam usar. Que sites ou programas servem mais para paquera ou para assuntos profissionais?
Quem tem acesso à internet, em casa ou numa lanhouse, usa para fazer pesquisas para a escola? Os
meninos usam a rede de forma diferente das meninas? Alguém já foi vítima de golpes ou alvo de
alguém espalhando mentiras online?

Mostre para a galera que as tecnologias são utilizadas de muitas formas diferentes e que essa
diversidade é parte fundamental da forma como o ser humano interage com seu meio. Grupos
distintos atribuem significados diversos a ferramentas novas e antigas e o surgimento de uma
tecnologia possibilita a observação desse processo de forma única. O crescimento e a mudança dos
usos e sentidos da internet, mesmo no curto espaço de tempo em que ela existe, demonstra a
multiplicidade de formas possíveis de interagir com uma tecnologia e a maneira criativa pela qual as
pessoas recriam sua utilidade, para fins nem sempre previstos pelos criadores. Esse tipo de análise,
focada nos aspectos sociais das tecnologias, é um campo em franco crescimento no Brasil e no
mundo, que ajuda a entender as formas pelas quais a cultura e as sociedades interagem com aparatos
tecnológicos. Longe de serem apenas ferramentas inertes ou que impõem um determinado uso para as
pessoas, as tecnologias são criativamente reinterpretadas pela sociedade.

Para seus alunos O Mapa da Conectividade
Com a ajuda de um mapa-múndi, mostre que os países asiáticos da costa do Pacífico, a Europa e os
Estados Unidos estão muito a frente do resto do mundo em conexão com a internet. Segundo
levantamento de 2008 da ComScore, instituição especializada em pesquisas sobre o uso da rede,
existem 308,8 milhões de internautas asiáticos, 232,8 milhões de europeus e 183,8 milhões de norte-
americanos. O Brasil possui 59 milhões, a maioria nos grandes centros urbanos do sudeste e do sul do
país. São quase 800 milhões de pessoas conectadas, criando e recriando usos para a rede.

2ª aula - Nessa segunda parte, aprofunde os temas levantados na primeira aula, oferecendo um pouco
mais de contexto histórico para pensar as tecnologias de informação. Comente com a classe, por
exemplo, que algumas ferramentas anteriores à internet passaram por processos de adaptação e
mudança semelhantes, como o telefone.
Thomas Alva Edison elaborou os princípios de gravação e reprodução do som em 1877. Tanto ele
quanto Alexander Graham Bell dividem a fama de terem inventado o telefone, uma outra tecnologia
atualmente muito difundida. Quando surgiram, essa máquina de reprodução e gravação de sons não
conseguiu empolgar seus contemporâneos. Era muito difícil, há mais de 100 anos, prever a revolução
causada pela telefonia, tanto nos negócios quanto na nossa vida pessoal. Quem consegue imaginar
um mundo no qual só se consegue ouvir a voz dos amigos e parentes pessoalmente? Leve os alunos a
pensar que nossos celulares permitem esse contato a qualquer tempo e lugar. E o que dizer dos
tocadores de MP3? A ideia de escutar em qualquer lugar música baixada da internet nunca esteve
presente nos planos daqueles que inventaram tais tecnologias, mas usos como esses que definem,
hoje, as nossas relações com elas - com imenso prejuízo para a indústria fonográfica, por exemplo.

Uma tecnologia desenhada para gravar e reproduzir som desenvolveu-se em grande escala apenas
quando começou a ser utilizada para fins aparentemente banais: bater papo e escutar músicas. Da
mesma forma, a internet só tornou-se a força desestabilizadora que é hoje quando começou a ser
adaptada para usos do cotidiano. Desenhada para fins militares pelos EUA, ela parte de um princípio
de transmissão descentralizada de informação. A rede foi concebida para permitir a comunicação no
caso de um holocausto nuclear: mesmo com uma parte do sistema destruída ele, como um todo,
permanece funcionando, pois a informação consegue ser transmitida por rotas alternativas. Detalhes
técnicos à parte, a internet foi rapidamente adotada por centros de pesquisa e universidades, para, por
fim (no final dos anos 1980), ser liberada para o mercado consumidor.

Muitos de nós vivemos uma época, muito recente, na qual não havia internet, email, Youtube, Orkut
ou MSN. Colocar fotos da nossa vida particular para qualquer um do planeta ver, escrever diários
online ou ter acesso instantâneo via mensagens era inconcebível. Mesmo assim, uma grande parte
ganhou tanta familiaridade com essas ferramentas que já não consegue se imaginar sem acesso a elas.
Ainda hoje, novas formas de uso de tecnologias ligadas à internet continuam a ser desenvolvidas,
com possibilidades e usos imprevisíveis. Alguns filósofos, como Pierre Lévy, pensam que a conexão
do planeta via web levará a uma forma original de inteligência mundial, aumentando as nossas
capacidades cognitivas por meio de redes virtuais. Se isso vai ocorrer ou não, o fato é que já vivemos
num mundo transformado, e a exploração das novas fronteiras tecnológicas permanece um projeto
aberto.

Conclua encomendando um texto dissertativo onde os estudantes avaliem o impacto da internet em
suas vidas, comentem o uso que fazem dela e projetem perspectivas pessoais - como, por exemplo, a
importância da rede na profissão que pretendem seguir.

Quer saber mais?
BIBLIIOGRAFIA
A inteligência coletiva, Pierre Lévy, Editora Loyola, tel: (11) 2914.1922
Cibercultura, Pierre Lévy, Editora 34, tel.:(11) 3032-6755
Dicas
O trabalho é uma das contribuições que damos à vida, mas não se deve jogar nele todas as nossas
expectativas de realizações. Finalmente, ria das coisas à sua volta, de seus problemas, de seus erros,
ria da vida. E... ame. Antes de tudo, a você mesmo!
02/04/2010
Compreensão e interpretação de textos, Tipologia textual, exercícios (Português)
GUERRA DO TRÁFICO no Rio mata garoto




Uma bala perdida interrompeu o sonho de Carlos Henrique da Silva, 11 anos, de ser
um craque no futebol. Ele jogava no mirim do Botafogo e foi morto durante operação
policial no Complexo da Maré (zona norte do Rio). No confronto, outras sete pessoas
morreram. 0 corpo de Carlos ficou estendido no chão por 11 horas. Ele estava na colo do pai,no
banco traseiro do automóvel. Voltavam de uma festa, junto com um amigo da família,que
dirigia o carro.
O motorista entrou numa favela. Ali havia uma festa junina, onde a mãe de Carlos o
aguardava. 0 tiro de fuzil acertou a cabeça do garoto.


INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
1) Assinale a alternativa CORRETA, de acordo com o texto acima.
A( ) Carlos foi morto no Complexo da Maré (zona norte do Rio).
B( ) O garoto de onze anos, ao regressar de um treino no Botafogo, foi atingido por uma bala e
morreu.
C( ) O garoto que morreu jogava no juvenil do Botafogo.
D( ) O tráfego no Rio foi o motivo principal da morte.
E( ) Carlos, sua mãe e um amigo voltavam de uma festa no momento da tragédia.

2) Assinale a alternativa CORRETA, de acordo com o texto acima.
Na frase ... uma bala perdida interrompeu o sonho de Carlos Henrique da Silva, a expressão
bala perdida significa:
A( ) que o projétil foi desferido acidentalmente.
B( ) que o tiro veio de um revólver perdido.
C( ) que o projétil desviou-se do alvo.
D( ) que o tiro veio do meio da festa.
E( ) que o projétil estava sem validade.


3) Assinale a alternativa CORRETA.
Se a frase Ele jogava no mirim do Botafogo e foi morto durante operação policial, no complexo
da Maré... fosse redigida em linguagem informal, o vocábulo operação poderia ser substituído
por:
A ( ) intervenção.
B ( ) treinamento.
C ( ) batida.
D ( ) simulação.
E ( ) confronto.


RESPOSTAS CORRETAS: 1. A 2. C 3. C


A capacidade comunicativa que permite ao usuário de uma língua compreender e
produzir textos surge na infância mas pode, deve e tem de ser alargada ao longo da vida. Quem
acha que tudo o que se pode aprender em leitura se esgota no Primeiro Grau pensa que ler é
operação destinada apenas a decodificar signos lingüísticos e descobrir um sentido único para o
texto. No entanto, o leitor não só recebe sentidos do texto, como também lhe atribui sentidos:
ele dialoga com o autor. E mais: para interpretar o texto e atribuir-lhe significado, lança mão
de conhecimentos extra-linguísticos: do mundo, do assunto em questão, de outros textos que
contribuem para sua interpretação. Em suma, o leitor torna-se mais eficiente à medida que lê
mais, de maneira cada vez mais ativa e inquisidora. Assim, adote os seguintes passos para uma
boa compreensão de textos:

Leia o texto mais de uma vez, minuciosamente, para encontrar a resposta correta;

Na terceira ou quarta leitura do texto, pode-se destacar as palavras e expressões-chave.

É necessário limitar-se às informações contidas no texto.

Tente compreender o texto, fragmentando-o em parágrafos ou mesmo, em períodos; fica mais
fácil interpretar.

Sempre restam duas alternativas consideradas possíveis. Nesse caso, é necessária uma nova
leitura.


Coesão: é uma forma de recuperar, em uma sentença B, um termo presente na sentença A.


Exemplo:“Pegue algumas peras. Coloque-as sobre a mesa.”


Nesse caso, o elemento responsável pela coesão textual, ou seja, pela ligação existente entre as
duas orações é o pronome as, porque ele recupera, semanticamente, na segunda sentença, o
termo algumas peras.
Através de sinônimos, podemos obter o seguinte texto:


“As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os carros para vendê-los mais caro.
O cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o produto, desiste e as
agências têm prejuízo.”


Usando o recurso da elipse, obtemos outra versão:


“As revendedoras de automóveis não estão mais equipando-os para vendê-los mais caro. O
cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais, desiste e as revendedoras têm
prejuízo.”


Como vimos anteriormente, a coesão é um processo que cuida da articulação semântica entre
as sentenças de um texto. Há ainda, um outro mecanismo que cuida da ligação sintática das
sentenças: é a articulação sintática, e pode ser de:


OPOSIÇÃO - quando se faz por meio de dois processos:


Coesão é um processo que cuida da articulação semântica entre as sentenças de um texto.


-a coordenação adversativa

a subordinação concessiva.


- empregando os seguintes articuladores (conjunções):


- mas, porém, contudo, todavia, entretanto,


- embora, ainda que, apesar de, conquanto,


Vejamos alguns casos:
Ex.: A polícia conseguiu prender os ladrões, mas as jóias ainda não foram recuperadas.



no lugar de mas poderíamos usar qualquer um outro articulador da coordenação
adversativa, em outras posições.


Ex.: A polícia conseguiu prender os ladrões; as jóias, entretanto, ainda não foram recuperadas.


A coordenação adversativa, quando empregada, faz um encaminhamento
argumentativo contrário ao da oração anterior frustrando a expectativa do destinatário.


Imaginemos uma situação em que determinada pessoa tenha solicitado um empréstimo
bancário e, voltando ao banco para saber sobre a aprovação do cadastro obtém a seguinte
resposta:


- Fizemos um grande esforço para conceder-lhe este empréstimo.


Até esse momento da frase ele não sabe se conseguiu ou não o empréstimo; a conclusão poderá
ser ou não favorável.


. . . portanto, você poderá levar, ainda hoje, o dinheiro. ou


. . . mas você não poderá levar o dinheiro por motivos alheios a nossa vontade.


Utilizando um articulador subordinativo concessivo:


Ex.: Embora tenhamos feito um grande esforço para conceder-lhe o empréstimo, você
não poderá levar o dinheiro por motivos alheios a nossa vontade.


CAUSA - principais articuladores sintáticos de causa:
* Conjunções e locuções conjuntivas (o verbo e conjugado normalmente): porque, pois, como,
por isso que, já que . . .
* Preposições e Locuções Prepositivas (verbo assume a forma de infinitivo): por, por causa de,
em vista de, em virtude de, devido a, em conseqüência de, . . .


Ex.: Não fui visitá-lo, porque estava com pressa de voltar.
Não fui visitá-lo, em virtude de estar com pressa de voltar. Ou Em virtude de estar com pressa
de voltar, não fui visitá-lo.


CONDIÇÃO - o principal articulador de condição é o se; leva o verbo para o futuro do
subjuntivo ou para o presente do indicativo com valor de futuro.
 Ex.:Se você enviar hoje, poderei receber amanhã.


Se você enviar hoje, posso receber amanhã.


Outros articuladores de condição: caso, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que.
Ex.:Caso você envie hoje, poderei receber amanhã. (pres. Subj.)
A menos que você preste atenção, vai errar. (Observe que o advérbio não é desnecessário.)


FIM - a forma mais comum de manifestar finalidade é utilizando preposição para. HÁ, ainda: a
fim de, com o propósito de, com a intenção de, com o intuito de, etc. Ex.:


Os preços precisam subir, para que haja uma recuperação dos custos.


Os preços precisam subir, para haver uma recuperação dos custos.


Jorge promoveu Jonas, com o objetivo de angariar mais votos.


QUESTÃO COMENTADA:


.O berço de Mílton Dias é Ipu. Ele nasceu na pequena rua da Goela do seu torrão natal.
O município tem 403 km2 e fica a 391 km de Fortaleza. A cidade da bica em que Iracema, de
Alencar, se banhava está na região norte do Estado e seu padroeiro é São Sebastião. A bica do
Ipu é uma queda d’água que surge por entre o Despenhadeiro da Morte e desprende-se de uma
altura de 180m, formando um “Véu de Noiva” que encanta a todos os visitantes da pequena
localidade do Ceará. As expressões que retomam, no texto, a expressão “o berço” são:


A) Ipu – município – região norte – “Véu de Noiva” – pequena localidade do Ceará.


B) torrão natal – município – bica do Ipu – Despenhadeiro da Morte – “Véu de Noiva”.


C) Ipu – torrão natal – município – cidade da bica – pequena localidade do Ceará.


D) pequena rua – torrão natal – município – bica do Ipu – “Véu de Noiva”.


E) Ipu – torrão natal – município – região norte – pequena localidade do Ceará.


Comentário - A questão trata de leitura, precisamente coesão referencial. O candidato deve ser
capaz de identificar as expressões que se referem a "o berço". Está correta a opção C. O berço
é retomado no texto pelas expressões "Ipu", "torrão natal , "município", "cidade da bica" e
"pequena localidade do Ceará". "Região Norte", nas opções A e E, não retoma berço", porque
o segundo está localizado no primeiro, mas não o substitui. Do mesmo modo, "Véu de Noiva",
nas opções A, B e D, retoma o termo "bica do Ipu"e não, "berço". "Despenhadeiro da Morte",
na opção B, também não retoma "berço", refere-se ao local onde fica a bica do Ipu.
Finalmente, "pequena rua", na opção D, refere-se a uma rua da cidade onde o escritor nasceu e
não à cidade onde nasceu.


*****EXERCÍCIOS*****


Leia o texto a seguir para responder às questões 1 e 2.


História para ninar executivos


Havia um pastor chamado Pedro – como aliás se chamam todos os pastores de histórias como
esta. Ele tinha um jeito todo especial para cuidar de seu rebanho. Até parece que os bichinhos
reconheciam esse talento e o admiravam por isso. Acho que se pudessem falar e escolher o
próprio pastor, sem dúvida Pedro seria o favorito. Ele sabia criar um climaorganizacional
muito especial, como, por exemplo, dar nome para cada carneirinho e ovelhinha, respeitando os
hábitos e costumes de cada um.
Ao longo dos anos, Pedro acabou desenvolvendo uma sensibilidade muito apurada em seu
trabalho. Graças a essa habilidade, aprendeu a identificar com rapidez quando havia uma
ovelha mais estressada no grupo. Mas descobriu também que a causa não era tão importante
assim. O que realmente interessava era, fosse qual fosse a circunstância, neutralizar o
problema. Se não agisse com vigor, o rebanho inteiro poderia se contaminar com o
comportamento de uma ovelha, tornando-se incontrolável em alguns minutos.
Para se defender de situações como essa, Pedro cercou-se de uma série de ferramentas. A
primeira delas foi estabelecer sensores que o alertassem com antecedência sobre fatos muitas
vezes despercebidos, mas com potencial para se transformarem em sérios problemas para o
rebanho.
Assim, se uma ovelha apresentasse uma tendência à histeria, berrando
desnecessariamente e provocando contínua ansiedade no grupo, era implacável na punição.
Também sabia reconhecer e premiar os melhores colaboradores.


QUESTÃO 1


Os trechos destacados em negrito, a seguir, constam no texto original do autor e devem
retornar a seus lugares. A esse respeito, julgue os seguintes itens.
a) É correta a inserção de Pois animais, assim como os homens, têm as suas idiossincrasias. no
final do primeiro parágrafo, na forma de um comentário ao que havia sido exposto
anteriormente.


b) É correto inserir As razões, a experiência o ensinou, podiam ser múltiplas. Ora um
ferimento ou um problema orgânico, ora uma ameaça externa, como a proximidade de
um predador. no segundo parágrafo, imediatamente após o segundo período.


c) É correto inserir Paralelamente, uma vez identificado, liquidava com presteza o foco
do problema, evitando futuros aborrecimentos ou recorrências. imediatamente após o
primeiro período do terceiro parágrafo.


d) É correta a inserção de Foi assim até mesmo com Elvira, a sua ovelha favorita, que
foi transformada em costeletas, por mais que isso tenha entristecido Pedro. no final do
quarto parágrafo, por ser a exemplificação da afirmativa nele contida.


e) O trecho Quando Eduardo, um carneiro caolho e coxo, alertou o rebanho com seus frágeis e
desafinados balidos sobre a proximidade de um lobo, Pedro não só deixou de castrá-lo como
também assegurou sua aposentadoria por velhice. O que, convenhamos, no mundo ovino, não é
pouca coisa!, por não ter relação com a última idéia expressa, deve constituir um sexto
parágrafo.


QUESTÃO 2


A respeito das idéias contidas no texto, julgue os itens que se seguem.
a) O texto classifica-se como uma fábula ou um apólogo, por atribuir a seres
inanimados características de seres humanos.


b) O texto apresenta uma forte conotação religiosa, haja vista a inserção, já no início da
narrativa, do nome bíblico “Pedro”.


c) Pelo emprego de algumas palavras e expressões, percebe-se o tom irônico empregado na
história.


d) Com o trecho “Mas descobriu também que a causa não era tão importante assim” (L. 9-10),
há uma crítica ao tratamento dispensado aos empregados pelos patrões.


e) As atitudes do pastor estão fundadas na seguinte máxima: uma ovelha ruim põe a perder
todo o rebanho.


Leia o texto abaixo, que apresenta lacunas a serem preenchidas, para responder às


Texto questões 3 e 4


Um dia, o dono do pasto decidiu desfazer-se do negócio e vendeu a área para uma
construtora, que resolveu fazer um condomínio de lazer de luxo. Mas era preciso dar um ar de
natureza sem os seus problemas inerentes, como insetos em geral e animais que pudessem sujar
o ambiente. ___I___, criar ovelhas, até pela falta de espaço, não se enquadrava no novo cenário.
Assim, o dono indenizou Pedro e vendeu o rebanho para um frigorífico, congelando o assunto.
Pedro, nessa altura, decide mudar-se para a capital. Passam-se os anos e, para resumir
a história, vamos encontrá-lo trabalhando numa grande empresa, num setor que na época se
chamava departamento de pessoal – ou DP, que alguns maldosamente diziam ser as iniciais de
departamento de polícia. Hoje, com tanta gente sofisticada trabalhando na área, ninguém mais
se refere a DP, mas a recursos humanos. Pedro foi inicialmente contratado para anotar
alterações funcionais dos empregados nas suas carteiras de trabalho. Nessa função mecânica,
sobrava-lhe tempo para pensar. Sentiu saudades das ovelhas e dos carneiros. Mais para se
distrair, passou a imaginar que cada um dos empregados fotografados naquelas carteiras de
trabalho era um membro de seu falecido rebanho.___II___, quando começava a se afeiçoar aos
rostos, eles eram trocados. Descobriu que
___III___ era o acentuado número de demissões de funcionários, muitos praticamente
recémcontratados.
Veio-lhe a lembrança desagradável dos tempos de pasto, quando o mesmo fato
ocorria toda vez que o dono resolvia vender parte do rebanho para abate. Neste caso,
___IV___, tinha como interferir.
Procurou o diretor da empresa e se ofereceu para cuidar do processo de seleção. Sua tese era
que uma escolha correta evitava um desligamento profissional desnecessário. A estratégia deu
certo, as demissões diminuíram, e ele foi promovido para o lugar de seu chefe.
Agora, tinha de administrar um rebanho de gente. Lembrou-se do seu modelo de punições
e recompensas e o adaptou às novas circunstâncias. Adotou também o critério de chamar a
todos pelos seus nomes, ___V___ os encontrava casualmente nos corredores da empresa.
Pedro não se esquecera das lições do pasto. Suas ferramentas, incluindo os sensores que o
alertavam a respeito de problemas em potencial, continuavam a ser adotadas. Inventou vários
sensores, mas, o mais importante, manteve o rebanho sob controle. Fosse ele constituído de
gente ou de carneiros, era fundamental evitar futuros problemas.


QUESTÃO 3
Julgue os itens a seguir, de acordo com a adequação sintática e semântica dos termos ao
contexto.
a) Definitivamente é uma palavra adequada ao preenchimento da lacuna I.


b) No entanto, Todavia e Contudo são conectivos adversativos que servem para ocupar a
lacuna II.


c) A expressão a conseqüência, ou outra sinônima, completa adequadamente a lacuna III.


d) Qualquer conjunção ou locução conjuntiva que apresente circunstância proporcional
completa adequadamente a lacuna IV.


e) A conjunção quando ou a locução adverbial temporal sempre que completam
adequadamente a lacuna V.


QUESTÃO 4
Ainda com referência às relações morfossintáticas e semânticas do texto, julgue os itens a
seguir.
a) Na linha 4, após a palavra “frigorífico”, o vocábulo “congelando” está empregado em sentido
conotativo.


b) A substituição de “Mais” (L. 14) por Mas não altera o sentido do período.


c) Substituindo o verbo “afeiçoar” (L. 17) por acostumar ou habituar, perde-se a crítica
colocada pelo autor à conduta de Pedro.


d) Na linha 19, “lembrança” traz o sentido de recordação e exerce a função sintática de núcleo
do sujeito do verbo vir.


e) A mudança de “era fundamental evitar futuros problemas” (L. 33) para evitarem-se futuros
problemas era fundamental não acarreta alterações de sentido e está sintaticamente correta.


QUESTÃO 5 Texto III
Pois bem, meus jovens colegas. Assim foi que Pedro se tornou um bem-sucedido executivo de
recursos humanos – nome para o qual, aliás, foi um dos pioneiros a propor que a área fosse
rebatizada. Nunca mais sentiu saudade nem do antigo DP nem do campo. Isso me faz pensar
que, no fundo, a humanidade caminha em grandes círculos. Por vezes, as respostas aos
problemas mais complexos com que defrontamos nas empresas já foram encontradas em
circunstâncias bem mais simplórias e por alguns de nossos menos nobres antepassados. Afinal,
tudo se passa como se estivéssemos num velho teatro onde o público tem a sensação de estar
vendo novas peças. Na realidade, o que muda é apenas o cenário, pois o enredo é rigorosamente
o mesmo!


Este parágrafo apresenta-se distribuído nos itens abaixo, com mudanças estruturais. Julgue-os
quanto à correção gramatical.
a) Pois bem, meus jovens colegas, foi assim que Pedro se tornou um bem sucedido executivo:
trabalhou em recursos humanos, nome que, aliás, foi um dos pioneiros a propor para a sua
área.


b) Nunca mais sentiu saudades: nem do antigo DP e nem do campo, o que me faz pensar que no
fundo, a humanidade caminha em grandes círculos.


c) Por vezes, as respostas aos problemas de maior complexidade com que nos defrontamos nas
empresas já foram encontradas em circunstâncias bem mais simples e por alguns dos nossos
menos nobres antepassados.


d) Afinal, tudo se passa como se nos encontrássemos em um velho teatro em que nós, o público,
tivéssemos a impressão de estar vendo peças novas.


e) Haja vista que o enredo é rigorosamente o mesmo, na realidade muda apenas o cenário!


GABARITO
1: C-C-E-C-E 2: E-E-C-C-C 3: C-C-E-E-C 4: C-E-C-C-C 5: E-E-C-C-C


2. TIPOLOGIA TEXTUAL


A estrutura e a composição do parágrafo se relacionam com as idéias que queremos
expressar. Temos idéias reunidas num parágrafo, quando elas se relacionam entre si pelo seu
sentido. Dentro do mesmo parágrafo podemos ter diferentes idéias, desde que elas, reunidas,
formem uma idéia maior. São qualidades principais do parágrafo, a unidade e a coerência.O
período contém um pensamento completo que, embora se relacionando com os anteriores ou se
ampliando nos posteriores, forma um sentido completo.
Era uma borboleta. Passou roçando em meus cabelos, e no primeiro instante
pensei que fosse uma bruxa ou outro qualquer desses insetos que fazem vida
urbana; mas, como olhasse, vi que era uma borboleta amarela. (Rubem Braga)
Temos aqui um parágrafo, com dois períodos. O primeiro período tem apenas uma idéia. O
segundo, tem várias, mas forma um todo. No total, o primeiro e o segundo período formam um
bloco homogêneo, o parágrafo.
O período pode ser simples (como, no exemplo, a frase: “Era uma borboleta”) ou
composto (como a frase: “Passou roçando (...) borboleta amarela”). No período simples temos
apenas uma oração, no período composto temos várias orações articuladas entre si.
A predominância de períodos longos ou curtos na composição de um texto depende muito do
estilo de quem escreve. Na linguagem moderna predomina o uso de períodos curtos.
Depois, as coisas mudaram. Há duas explicações para isso. Primeira, que nos
tornamos homens, isto é, bichos de menor sensibilidade. Segunda, o governo, que
mexeu demais na pauta dos feriados, tirando-lhes o caráter de balizas imutáveis e
amenas na estrada do ano... Multiplicaram-se os feriados enrustidos, ou dispensas de
ponto e de aula, e perdemos, afinal, o espírito dos feriados. (Carlos Drummond de
Andrade)
Nesse parágrafo de Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileiro contemporâneo,
os períodos curtos predominam. Em escritores do Romantismo, os períodos longos eram
freqüentes e abundantes, como, por exemplo, neste trecho de José de Alencar:
Felizmente todo o deserto tem seus oásis, nos quais a natureza, por um
faceiro capricho, parece esmerar-se em criar um pequeno berço de flores e de
verdura concentrando nesses cantinhos de terra toda a força de seiva
necessária para fecundar as vastas planícies.

O uso de períodos curtos oferece a vantagem de maior clareza de pensamento (e, em
última análise, de comunicação), evitando-se o perigoso entrelaçamento de frases em que se
pode perder quem utiliza períodos muito longos.


No período composto os pensamentos podem se articular por coordenação ou
subordinação. Quanto à tipologia vejamos o texto dissertativo, narrativo, descritivo,
persuasivo.


Dissertação é um texto que apresenta idéias, opiniões, reflexão ou julgamento sobre um
determinado assunto. A dissertação apresenta uma estrutura determinada:


ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO


a) Apresentação do assunto (idéia principal a ser desenvolvida).


b) Posicionamento do autor sobre o assunto.(Argumentos)


2. Desenvolvimento(Contra-argumentos)


a) Defesa do posicionamento do autor, através de argumentos.
A argumentação para tornar-se mais convincente e verdadeira pode valer-se
de :-exemplos


-citações


-fatos acontecidos


-dados comprovados
-causas/conseqüências


-enumeração, etc.


b) Também pode haver contra-argumentos, ou seja, idéias contrárias aos


argumentos apresentados. No final, faz-se um balanço e os argumentos


devem prevalecer. Na verdade, os contra-argumentos também sustentam a


idéia defendida, o posicionamento do autor.


3. Conclusão
a) Retomada de idéia principal e conclusão.


b) Podem-se apresentar sugestões sobre o assunto.


Veja o texto:


O casamento atual
Anna Narbone de Faria1


O casamento atual, como todas as demais instituições, sofreu incríveis modificações. Se a moça
ainda aguarda o cavaleiro montado em um corcel branco e que a faça feliz para toda a vida, vai
morrer de velha, nessa espera.
O cavaleiro se desmistificou. Já não vem mais montado, mas sim a pé sofrendo as agruras de
um mercado de trabalho.cada vez mais difícil para o homem e mais exigente com a sua
capacidade.
A mulher tem mais condições de trabalho, por aceitar ganhar menos, trabalhar em qualquer
hora, deixando de ver reconhecidas, pelas suas necessidades, as suas qualidades de operária.
O casamento já não diz mais "até que a morte nos separe", pelo menos não se pensa assim, e
nem o homem diz para a mulher "mulher minha não trabalha fora de casa". A família é
sustentada pelos dois, ou pelo trabalho da mulher quando o homem fica desempregado.
Também os casais já não têm uma casa grande, muito menos quatro a seis filhos para educar.
A vida atual exigiu que o apartamento de dois ou três
quartos fosse a morada da família. Os pais trabalham, os filhos ficam por conta da avó, ou
permanecem sozinhos, ou em cursos que auxiliam sua vida escolar. Raramente, a família se
encontra durante a semana.
Dentro dessas modificações, fica mais fácil a separação quando as desavenças aparecem. E é
nesse 1 Anna Narbone de Faria é advogada, especialista em Direito de Família.
exato momento que se vê, realmente, que o casamento não foi feito para durar, mas para
produzir felicidade. Desde os filhos, todos querem ser felizes. Se não há entendimento, melhor
viver separados do que juntos einfelizes. Os próprios filhos, quando adolescentes, são os que
pedem aos pais pela sua separação, tendo em vista as brigas constantes.
A separação é um mal necessário. Todavia, ela precisa respeitar as pessoas que fazem parte da
família. É necessário estabelecer um critério para a pensão alimentícia, pois os filhos precisam
continuar estudando no lugar onde foram matriculados, sem que sejam retirados dos colégios
que freqüentam, tudo por uma vingança do pai para com a mãe ou vice-versa. Os filhos
precisam continuar a contar com a presença dos pais e seus problemas continuam a ser tão
importantes quanto eram, quando a família estava unida.
O pai e a mãe têm o direito de procurar novos companheiros, pois é imposição da nova
sociedade. Por sua vez, precisam ser respeitados pelos antigos companheiros, porque de nada
são culpados.
A família nunca se separa, nem se desestrutura. Quem se separa são as pessoas. E essas só se
desestruturam se não avaliarem bem as suas responsabilidades perante a família.


Observe como a autora organiza suas idéias, seguindo a estrutura de texto dissertativo.
O casamento atual.


Introdução


1º parágrafo


Introdução e síntese.A autora apresenta a síntese (o resumo) que irá ser ampliada
nos parágrafos seguintes.


Desenvolvimento 2º/3º/4º parágrafos


Inicia-se a argumentação. A cada parágrafo, a autora
apresenta argumentos que mostram as modificações por que
passa o casamento atual, preparando o leitor a aceitar a sua
tese: a separação, o fim do casamento que não dá certo.
5º e 6º parágrafos Continuando sua argumentação, a autora posiciona-se a
respeito da separação e defende a tese de que é melhor
viver separados do que juntos e infelizes.

Conclusão
7º parágrafo
Concluindo, a autora reafirma a tese da separação e a
sustenta com um novo argumento: a família não se
desestrutura se as pessoas têm consciência de suas
responsabilidades perante ela.


A narração é um tipo de texto em que se conta
uma história real ou imaginária, através de fatos
sucessivos que vão ocorrendo num tempo dinâmico, progressivo.


Notícia de jornal, histórias em quadrinhos, anedota, romances, novelas, contos, crônicas são
textos narrativos que contam uma história.


As narrativas chegam até nós através de várias linguagens: pela palavra (linguagem
verbal: oral e escrita), pela imagem (linguagem visual ), pela representação (linguagem gestual)
e outras.


Para que haja a narração é preciso um narrador (sujeito que pratica o ato de narrar),
personagens, tempo dinâmico, espaço, ações. Nesta unidade, você vai ler dois textos
narrativos muito interessantes e perceber como foi explorada essa forma de escrever.


Lisete
Clarice Lispector


Uma tarde eu estava andando pelas ruas para comprar presentes de Natal. As ruas
estavam muito cheias de pessoas comprando presentes. No meio daquela gente toda vi um
agrupamento, fui olhar: era um homem vendendo vários micos, todos vestidos de gente e muito
engraçados. Pensei que todos de casa iam ficar adorando o presente de Natal, se fosse um
miquinho. Escolhi uma miquinha muito suave e linda, que era muito pequena.
Estava vestida com saia vermelha, e usava brincos e colares baianos. Era muito
delicada conosco, e dormia o tempo todo.
Foi batizada com o nome de Lisete. Às vezes parecia sorrir pedindo desculpas por
dormir tanto. Comer, quase não comia, e ficava parada num cantinho só dela.
No quinto dia comecei a desconfiar que Lisete não estava bem de saúde. Pois não era


Narrar é contar uma história através de fatos que vão ocorrendo num tempo
progressivo. Para que esses fatos se encadeiem, é necessário que haja um
narrador, personagens, tempo, espaço e ações. normal o jeito quieto e calado dela.


No sexto dia quase dei um grito quando adivinhei: "Lisete está morrendo ! Vamos levá-la a um
veterinário !" Veterinário é médico que só cuida de bichos.


Ficamos muito assustados porque já amávamos Lisete e sua carinha de mulher. Ah, meu Deus,
como nós gostávamos de Lisete ! E como nós queríamos que ela não morresse ! Ela já fazia
parte de nossa família. Enrolei Lisete num guardanapo e fomos de táxi correndo para um
hospital de bichos.


Lá deram-lhe imediatamente uma injeção para ela não morrer logo. A injeção foi tão boa que
até parecia que ela estava curada para sempre, porque de repente ficou tão alegre que pulava
de um canto para outro, dava guinchos de felicidade, fazia caretinhas de macaco mesmo, estava
doida para agradar a gente. Descobrimos, então, que ela nos amava muito e que não
demonstrava antes porque estava tão doente que não tinha forças.


Mas, quando passou o efeito da injeção, ela de repente parou de novo e ficou toda quieta e triste
na minha mão. O médico então disse uma coisa horrível: que Lisete ia morrer.


Aí compreendemos que Lisete já estava muito doente quando a comprei.
O médico disse que não se compram macacos na rua porque às vezes estão muito doentes.
Nós perguntamos muito nervosos:



E agora ? Que é que o senhor vai fazer ?


Ele respondeu assim:



Vou tentar salvar a vida de Lisete, mas ela tem que passar a noite no hospital.
Voltamos para casa com o guardanapo vazio e o coração vazio também. Antes de dormir, pedi
a Deu para salvar Lisete.


No dia seguinte o veterinário ligou avisando que Lisete tinha morrido durante a noite.


Compreendi então que Deus queria levá-la. Fiquei com os olhos cheios de lágrimas, e não tinha
coragem de dar esta notícia ao pessoal de casa. Afinal avisei, e todos ficaram muito, muito
tristes. De pura saudade, um de meus filhos perguntou:



Você acha que ela morreu de brincos e colar ?


Eu disse que tinha certeza que sim, e que, mesmo morta, ela continuaria linda.


Também de pura saudade, o outro filho olhou para mim e disse com muito carinho:



Você sabe, mamãe, que você se parece muito com Lisete ?


Se vocês pensam que eu me ofendi porque me parecia com Lisete, estão enganados.


Primeiro, porque a gente se parece mesmo com um macaquinho; segundo, porque Lisete era
cheia de graça e muito bonita.



Obrigada, meu filho, foi isso que eu disse a ele e dei-lhe um beijo no rosto.


A descrição é um tipo de texto que procura retratar, através de palavras, as características de
uma pessoa, de um objeto, de um animal, de uma paisagem ou de uma situação qualquer.


Um bom texto descritivo é aquele que permite que o ser descrito seja identificado pelo que ele
tem de particular, de característico em relação aos outros seres da mesma espécie.
Os textos que apresentaremos a seguir descrevem animal, objeto e pessoa.
TEXTO


A Amiga


" Ele chegou ao bar, pálido e trêmulo. Sentou-se.


- Por enquanto, nada - desculpou-se ao garçom.


- Estou esperando uma amiga.


Dali a dois minutos estava morto.


Quanto ao garçom que o atendeu, esse adorava repetir a história, mas sempre
acrescentava ingenuamente:


- E , até hoje, a 'grande amiga' não chegou! "


Texto persuasivo (geralmente solicitado na forma de uma carta) é endereçado a
uma pessoa específica, única, a quem o interlocutor (que o escreve) deverá tentar convencer,
persuadir, a respeito de determinado assunto do conhecimento de ambos.


Além da parte formal, cabeçalho com data e o cumprimento inicial, o escritor se despede ao
final.


Ao desenvolver esse texto, durante a argumentação deverão estar presentes as marcas de
interlocução.


Observe essas marcas simples de interlocução nos exemplos abaixo:



Como o senhor pode bem verificar, algumas pesquisas são fraudulentas e visam
confundir as pessoas."
 nosso dever de cidadão - tanto meu quanto seu - observar o que existe de errado
  É
e denunciar, sempre que preciso."



 Entendo que lhe seja difícil admitir estar errado." ( lhe = ao senhor)
 "


Geralmente o assunto proposto para a esse tipo de texto é polêmico e atual, cabendo a você
discuti-lo e, muitas das vezes, usando os próprios argumentos do interlocutor fortalecer sua
oposição a ele. Tal recurso é a conta-argumentação que, bem sucedida, enriquece seu texto.
É bastante comum a procura por exercícios de interpretação de textos. Com as mudanças no Novo
ENEM, o modelo de exercícios de português deixou de ser baseado no decoreba e passou-se a
valorizar o conhecimento contextualizado da Língua Portuguesa. É por isso que o exercício de
interpretação abaixo pode ajudar seus alunos a melhorar na compreensão de texto. Ele pode ser
usado também comoatividade complementar para que eles desenvolvam o gosto pela leitura.

                                 Coisas que pegamos no quintal…
                                DE MARICÁ PARA MARICOLÁ

Bruxa bonita não tem vez!
Vejam vocês que Maricolá se jogou no mar porque suas irmãs, Maricá, e Marilá, a transformaram
numa pessoa horrorosa. Ela estava pensando como recuperar sua vassoura para se locomover com
mais facilidade, no fundo do mar ou quem sabe, até, voltar para o penhasco, quando...
Nesse instante bateram na porta. Marcelina, a sereia-secretária, veio nadando apressadinha,
murmurou um “com licença” e foi atender.
Era o Peixe-Serra, o correio do fundo do mar, trazendo uma carta presa ao serrote.
- Diga pra dona da casa botar luz na entrada da gruta. Custei pra achar o número e isso não está certo!
– queixou-se ele.
- Deve ter acontecido alguma coisa com os peixes de iluminação. Mas também, por que não trabalha
de dia? São horas de entregar cartas?
- Aí no envelope está escrito “urgente”, o que quer dizer “o mais depressa possível”. Pode ser até
uma questão de vida ou morte. Ande, menina! Corra pra dentro e entregue a carta. Se tiver resposta
eu levo.
Marcelina obedeceu resmungando:
- Não é urgente coisa nenhuma! Está amarrada com uma pedrinha e isso quer dizer que é mais uma
carta cheia de desaforos das bruxas do alto do penhasco. Dona Guiomar vai ler e jogar no lixo.
Mas depois viu que a carta estava endereçada a Maricolá. Estava escrito no envelope:
Exma. Srta.
Maricolá Alvissareira da Penha
Aos cuidados da Dona Guiomar Marazul
Alameda das Esponjas Vermelhas nº 25
URGENTE
- Aquela bruxa esquisita mal chegou e já está recebendo cartas, e ainda por cima, carta urgente –
pensou Marcelina desconfiada. Entregou a carta a Maricolá e ficou parada diante dela olhando-a com
grande curiosidade.
Era uma carta de Maricá. A bruxinha leu e fez a cara mais espantada do mundo. Nunca pensou que a
irmã pudesse escrever uma coisa assim tão carinhosa. A carta dizia:
“Querida Franguinha Gorducha, como vai? Não se resfriou ainda na água fria? Estamos muito
preocupadas e achamos que está na hora de você voltar. Sabe que se ficar mais tempo pode virar
um marisco, um tubarão ou uma água-viva! Estamos mais do que preocupadas, estamos
APAVORADAS.
Por favor, irmãzinha, pegue lápis e papel e escreva à sua vassoura, pedindo para ela ir buscar
você. E depressa ouviu? A carta tem que ser enviada para a Praia do Mar-Virado. Eu e a
Marilávamos passar a noite lá, esperando.
Sete beijinhos para você.”
E depois vinha a assinatura:
“Maricá”
                                 Maria Heloisa Penteado (Adaptado de Maricá, Marilá e Maricolá.
Questão 01- Procure no texto as palavras que significam:
a) mais que preocupadas
b) morro alto de pedra
c) o mais depressa possível
d) carta destinada a Maricolá

Questão 02 - Responda as questões, de acordo com o texto:
a) Por que o Peixe-Serra pediu para botar luz na entrada da gruta?
b) Que motivo levou o Peixe- Serra a não esperar o dia para entregar a carta?
c) O que fez Marcelina pensar que a carta havia vindo do penhasco?
d) Por que Maricolá ficou espantada ao perceber que a carta era carinhosa e vinda de Maricá?

QUESTÃO 03 - Responda
a) Por que o texto se chama “De Maricá para Maricolá”?
b) Que outro título você daria para esse texto? Justifique sua resposta.

QUESTÃO 04 - Leia os fatos e complete com as causas que levaram cada um a acontecer.
a) Maricolá se jogou no mar.
Causa –
b) Maricá enviou uma carta a Maricolá.
Causa –

QUESTÃO 05 - A saudação da carta é “Querida Franguinha Gorducha...”
a) Por que será que Maricá saudou Maricolá dessa forma?
b) O que você pensa que Maricolá achou desse fato? Justifique sua resposta.
Dicas para analisar, compreender e interpretar textos




        É comum encontrarmos alunos se queixando de que não sabem interpretar textos. Muitos têm
aversão a exercícios nessa categoria. Acham monótono, sem graça, e outras vezes dizem: cada um
tem o seu próprio entendimento do texto ou cada um interpreta a sua maneira. No texto literário, essa
idéia tem algum fundamento, tendo em vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em
texto não-literário isso é um equívoco. Diante desse problema, seguem algumas dicas para você
analisar, compreender e interpretar com mais proficiência.



1º - Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passamos a gostar de algo, compreendemos
melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não se deixe
levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. Também não se intimide caso alguém diga
que você lê porcaria. Leia tudo que tenha vontade, pois com o tempo você se tornará mais seleto e
perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às vezes, até ridículas. Porém elas foram o ponto
de partida e o estímulo para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe tempo para cada tempo de
nossas vidas. Não fique chateado com comentários desagradáveis.



2º - Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio.



3º - Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o léxico
é fazer palavras cruzadas.



4º - Faça exercícios de sinônimos e antônimos.



5º - Leia verdadeiramente. Somos um País de poucas leituras. Veja o que diz a reportagem, a seguir,
sobre os estudantes brasileiros. Dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa)
revelam que, entre os 32 países submetidos ao exame para medir a capacidade de leitura dos alunos,
o Brasil é o pior da turma.A julgar pelos resultados do Pisa, divulgados no dia 5 de dezembro, em
Brasília, os estudantes brasileiros pouco entendem do que lêem. O Brasil ficou em último lugar,
numa pesquisa que envolveu 32 países e avaliou, sobretudo, a compreensão de textos. No Brasil, as
provas foram aplicadas em 4,8 mil alunos, da 7a série ao 2º ano do Ensino Médio.

http://www.seduc.ce.gov.br/cfe/artigo2.htm
6º - Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência para ler
outras vezes. Antes de responder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas.



7º - Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por isso
você deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à
idéia geral do texto.



8º - Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas perguntas
extrapolam ao que está escrito. Veja um exemplo disso:



Texto:



Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos
latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos
colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na
criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a
exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que
pudessem exercer-se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos.

(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)




- Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:



a) os portugueses.

b) os negros.

c) os índios.

d) tanto os índios quanto aos negros.

e) a miscigenação de portugueses e índios.

(Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro : Impetus, 2003.)
Resposta: Letra C. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas
características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto.



9º - Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir.



a) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes.



b) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes.



c) Os alunos dedicados passaram no vestibular.



d) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular.



e) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi.



f) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi.




Explicações:



a) Diego fez sozinho o trabalho de artes.

b) Apenas o Diego fez o trabalho de artes.

c) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não-dedicados e, passaram no vestibular, somente, os que se
dedicaram, restringindo o grupo de alunos.

d) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados.

e) Marcão é chamado para cantar.

f) Marcão pratica a ação de cantar.
10º - Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele.



“Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescente com hormônios em ebulição e
com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a
relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor.” (VEJA, p. 63, 11
maio 2005.)



Frase para análise.



      Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o
grande desafio do professor moderno.


1 – Não é mencionado que a escola seja da rede privada.

2 – O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. Outra
questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há
também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério.




11º - Atenção ao uso da paráfrase (reescritura do texto sem prejuízo do sentido original).



Veja o exemplo:

Frase original: Estava eu hoje cedo, parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina,
próximo a uma porta, uma loirona a me olhar e eu olhava também.(Concurso TRE/ SC – 2005)




A frase parafraseada é:



a) Parado em um sinal de trânsito hoje cedo, numa esquina, próximo a uma porta, eu olhei para uma
loira e ela também me olhou.
b) Hoje cedo, eu estava parado em um sinal de trânsito, quando ao olhar para uma esquina, meus
olhos deram com os olhos de uma loirona.

c) Hoje cedo, estava eu parado em um sinal de trânsito quando vi, numa esquina, próxima a uma
porta, uma louraça a me olhar.

d) Estava eu hoje cedo parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta,
vejo uma loiraça a me olhar também.



Resposta: Letra C.




A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas.



a) substituição de locuções por palavras;

b) uso de sinônimos;

c) mudança de discurso direto por indireto e vice-versa;

d) converter a voz ativa para a passiva;

e) emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano =
portugueses).




12º - Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases.



Exemplos



a) Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores.

b) Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores.

c) Os alunos determinados pediram ajuda aos professores.

d) Determinados alunos pediram ajuda aos professores.
Explicações:



a) Certos alunos = qualquer aluno

b) Alunos certos = aluno correto

c) Alunos determinados = alunos decididos

d) Determinados alunos = qualquer aluno




Veja as diferenças entre analisar, compreender e interpretar



1. O que se pretende com a análise textual?



- identificar o gênero; a tipologia; as figuras de linguagem;

- verificar o significado das palavras;

- contextualizar a obra no espaço e tempo;

- esclarecer fatos históricos pertinentes ao texto;

- conhecer dados biográficos do autor;

- relacionar o título ao texto;

- levantar o problema abordado;

- apreender a idéia central e as secundárias do texto;

- buscar a intenção do texto;

- verificar a coesão e coerência textual;

- reconhecer se há intertextualidade.



2. Qual o objetivo da análise?

- levantar elementos para a compreensão e, posteriormente, fazer julgamento crítico.
3. Para compreender bem é necessário que o leitor:



- conheça os recursos lingüísticos.Por exemplo, a regência verbal não compreendida pelo leitor pode
levá-lo ao erro. Veja: Assisti o doente é diferente de assisti ao doente. No primeiro caso, a pessoa
ajuda ao doente; no segundo, ela vê o doente.

- perceba as referências geográficas, mitológicas, lendárias, econômicas, religiosas, políticas e
históricas para que faça as possíveis associações.

- esclareça as suas dúvidas de léxico.

- esteja familiarizado com as circunstâncias históricas em que o texto foi escrito. Por exemplo, para
entender que, no poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, o advérbio aqui e lá é,
respectivamente, Portugal e Brasil, você tem que saber onde o poeta escreveu seu poema naquela
época.

- observe se há no texto intertextualidade por meio da paráfrase, paródia ou citação.



4. Afinal o que é interpretar?



- Interpretar é concluir, deduzir a partir dos dados coletados.



5. Existe interpretação crítica?



- Sim, a interpretação crítica consiste em concluir os dados e, em seguida, julgar, opinar a respeito
das conclusões.




Professor adora complicar na prova!



Será mesmo que o professor adora complicar na prova? Não, mas ele deseja que você amplie o
vocabulário e compreenda os enunciados. E isso vem com a prática, a leitura e o estudo. Podemos
começar pela leitura de alguns verbos, que são utilizados nos enunciados de muitas provas.



Afirmar: certificar, comprovar, declarar.
Explicar: expor, justificar, expressar, significar.

Caracterizar: distinguir, destacar o caráter, as particularidades.

Consistir: ser, equivaler, traduzir-se por (determinada coisa), ser feito, formado ou composto de.

Associar: estabelecer uma correspondência entre duas coisas, unir-se, agregar.

Comparar:relacionar (coisas animadas ou inanimadas, concretas ou abstratas, da mesma natureza ou
que apresentem similitudes) para procurar as relações de semelhança ou de disparidade que entre elas
existam; aproximar dois ou mais itens de espécie ou de natureza diferente, mostrando entre eles um
ponto de analogia ou semelhança.

Justificar: provar, demonstrar, argumentar, explicar.

Relacionar: fazer comparação, conexão, ligação, adquirir relações.

Definir: revelar, estabelecer limites, indicar a significação precisa de, retratar, conceituar, explicar o
significado.

Diferenciar: fazer ou estabelecer distinção entre, reconhecer as diferenças.

Classificar: distribuir em classes e nos respectivos grupos, de acordo com um sistema ou método de
classificação; determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie; pôr em determinada ordem,
arrumar (coleções, documentos etc.).

Identificar: distinguir os traços característicos de; reconhecer; permitir a identificação, tornar
conhecido.

Referir-se: fazer menção, reportar-se, aludir-se.

Determinar:precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma avaliação;
definir.

Citar:transcrever, referir ou mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que se afirma.

Indicar:fazer com que, por meio de gestos, sinais, símbolos, algo ou alguém seja visto; assinalar,
designar, mostrar.

Deduzir:concluir (algo) pelo raciocínio; inferir.

Inferir-se: concluir, deduzir.

Equivaler:ser idêntico no peso, na força, no valor etc.

Propor:submeter (algo) à apreciação (de alguém); oferecer como opção; apresentar, sugerir.

Depreender:alcançar clareza intelectual a respeito de; entender, perceber, compreender; tirar por
conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir.

Aludir:fazer rápida menção a; referir-se.
_Exercícios de Português
 TIPOLOGIA TEXTUAL

1) Qual a tipologia textual do trecho apresentado abaixo?
Dona Julieta chamou os filhos mais novos para uma conversa séria. Era uma manhã de domingo, o
dia estava claro e ensolarado. Pediu a eles que compreendessem a situação do pai, que não tinha no
momento condição de colocá-los em uma escola melhor.
a) dissertação subjetiva
b) descrição
c) narração com alguns traços descritivos
d) dissertação objetiva com alguns traços descritivos
e) narração com alguns traços dissertativos

2) Assinale o trecho com características dissertativas.
a) Era um homem alto, escuro, vestindo paletó cinza-claro.
b) Encontrei os dois amigos numa pracinha perto daqui.
c) Os ajudantes levaram a mesa para o palco.
d) Nossa rua sempre foi escura, com muitas árvores nas duas calçadas.
e) É importante manter o equilíbrio, pois só assim conseguimos resolver os problemas.

3) Marque o texto com características narrativas.
a) O ideal é que todos colaborem. Caso contrário, o Brasil continuará sem rumo.
b) Rodrigo e Juliana estavam na sala, quando ocorreu a explosão.
c) Ela tem olhos azuis e cabelos louros. Não parece brasileira.
d) Minha casa tem dois andares. Os quartos ficam na parte de cima.
e) A inteligência humana deve ser usada para o bem.

4) Assinale a frase que não possui coesão textual.
a) Ainda que gritassem, ninguém atenderia.
b) Parou cedo de estudar; está, pois, com dificuldades no mercado de trabalho.
c) Não obstante ter domínio do inglês e do alemão, foi contratado imediatamente.
d) Mal cheguei, fui apresentado ao pesquisador.
e) Conquanto fale muito, jamais me perturbou.

5) Assinale o erro na mudança de discurso.
a) - Fale mais alto, exigiu o professor.
O professor exigiu que fale mais alto.
b) Disse o funcionário: - Estou no banheiro.
O funcionário disse que estava no banheiro.
c) - Lerei o estatuto, garantiu o associado.
O associado garantiu que leria o estatuto.
d) O passageiro pediu que eu por favor o ajudasse.
- Ajude, por favor, pediu-me o passageiro.
e) O homem falou que estivera fora por mais de quinze anos.
    O homem falou: - Estive fora por mais de quinze anos.

6) Assinale a afirmativa errada.
a) Na dissertação, o centro é a idéia.
b) No discurso direto é empregado um verbo de elocução.
c) Há três tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre
d) O texto descritivo está centrado no objeto.
e) O personagem-narrador leva o verbo normalmente à terceira pessoa.

7) Assinale a afirmativa errada.
a) O texto dissertativo divide-se cm introdução, desenvolvimento e conclusão.
b) O trecho seguinte não apresenta coesão textual: A não ser que estudes, serás reprovado no
concurso.
c) O texto narrativo tem como base o fato.
d) Falta de coerência é o mesmo que falta de lógica.
e) Um texto pode ser narrativo e apresentar elementos descritivos.

8) Marque a afirmação correta em relação ao texto abaixo:
“Senti tocar-me no ombro; era Lobo Neves. Encaramo-nos alguns instantes, mudos, inconsoláveis.
Indaguei de Virgília, depois ficamos a conversar uma meia hora. No fim desse tempo, vieram trazer-
lhe uma carta; ele leu-a, empalideceu muito e fechou-a com a mão trêmula.” (Machado de Assis, in
Memórias Póstumas de Brás Cubas)
a) É texto dissertativo com alguns elementos descritivos.
b) Não se trata de texto narrativo, pois não há personagens.
c) É um texto descritivo, com alguns elementos narrativos.
d) O texto não apresenta personagem-narrador.
e) Trata-se de uma narração, sem nenhum traço dissertativo.

9) Assinale a alternativa que apresenta trecho com discurso indireto livre.
a) - Pegue o brinquedo, disse a mãe.
b) O homem saiu tarde. Será que vou conseguir? Àquela hora seus familiares já estavam
preocupados.
c) Todos garantiram que fariam o melhor possível.
d) Ela indagou na recepção como deveria se vestir.
e) Afirmou, de modo a não deixar dúvidas: - Já corrigi as provas

10) (AFTN) Indique a opção que completa com coerência e coesão o trecho abaixo (extraído do
Manifesto dos “Pioneiros da Educação Nova”).
Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da
educação. Nem mesmo os de caráter econômico lhe podem disputar a primazia nos planos de
reconstrução nacional. Pois, se a evolução orgânica do sistema cultural de um país depende de suas
condições econômicas,

a) subordina-se o problema pedagógico à questão maior da filosofia da educação e dos fins a que
devem se propor as escolas em todos os níveis de ensino;
b) é impossível desenvolver as forças econômicas ou de produção sem o preparo intensivo das
forças naturais;
c) são elas as reais condutoras do processo histórico de arregimentação das forças de renovação
nacional;
d) o entrelaçamento das reformas econômicas e educacionais constitui fator de somenos relevância
para o soerguimento da cultura nacional;
e) às quais se associam os projetos de reorganização do sistema educacional com vistas à
renovação cultural da sociedade brasileira.
Produção de Texto



                                                                                         (2º bimestre)

                                    Tipologia textual - exercícios



A) Numere os parágrafos a seguir, identificando o tipo de redação apresentado:

(1) descrição    (2) narração     (3) dissertação



( ) O rapaz, depois de estacionar seu automóvel em um pequeno posto de gasolina daquela rodovia,
perguntou a um funcionário onde ficava a cidade mais próxima. Ele respondeu que havia um vilarejo
a dez quilômetros dali.



( ) O rapaz, depois de estacionar seu automóvel em um pequeno posto de gasolina daquela rodovia,
perguntou:

 Onde fica a cidade mais próxima?

 Há um vilarejo a dez quilômetros daqui  respondeu o funcionário.



( ) Nas proximidades deste pequeno vilarejo, existe uma chácara de beleza incalculável. Ao centro
avista-se um lago de águas cristalinas. Através delas, vemos dança rodopiante dos pequenos peixes.
Em volta desse lago pairam, imponentes, árvores seculares que parecem testemunhas vivas de tantas
histórias que se sucederam pelas gerações. A relva, brilhando ao sol, estende-se por todo aquele local,
imprimindo à paisagem um clima de tranqüilidade e aconchego.



( ) Acreditamos firmemente que só o esforço conjunto de toda a nação brasileira conseguirá vencer
os gravíssimos problemas econômicos, por todos há muito conhecidos. Quaisquer medidas
econômicas, por si só, não são capazes de alterar a realidade, se as autoridades que as elaboram não
contarem com o apoio da opinião pública, em meio a uma comunidade de cidadãos conscientes.



( ) As crianças sabiam que a presença daquele cachorro vira-lata em seu apartamento seria alvo da
mais rigorosa censura de sua mãe. Não tinha qualquer cabimento: um apartamento tão pequeno que
mal acolhia Álvaro, Alberto e Anita, além de seus pais, ainda tinha de dar abrigo a um cãozinho! Os
meninos esconderam o animal em um armário próximo ao corredor e ficaram sentados na sala à
espera dos acontecimentos. No fim da tarde a mãe chegou do trabalho. Não tardou em descobrir o
intruso e a expulsa-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos.



( ) Joaquim trabalhava em um escritório que ficava no 12º andar de um edifício da Avenida Paulista.
De lá avistava todos os dias a movimentação incessante dos transeuntes, os freqüentes
congestionamentos dos automóveis e a beleza das arrojadas construções que se sucediam do outro
lado da avenida. Estes prédios moderníssimos alternavam-se com majestosas mansões antigas. O
presente e o passado ali se combinavam e, contemplando aquelas mansões, podia-se, por alto,
imaginar o que fora, nos tempos de outrora, a paisagem desta mesma avenida, hoje tão modificada
pela ação do progresso.



( ) Dizem as pessoas ligadas ao estudo da Ecologia que são incalculáveis os danos que o homem vem
causando ao meio ambiente. O desmatamento de grandes extensões de terra, transformando-as em
verdadeiras regiões desérticas, os efeitos nocivos da poluição e a matança indiscriminada de muitas
espécies são apenas alguns dos aspectos a serem mencionados. Os que se preocupam com a
sobrevivência e o bem-estar das futuras gerações temem que a ambição desmedida do homem acabe
por tornar esta terra inabitável.



( )O candidato à vaga de administrados entrou no escritório onde iria ser entrevistado. Ele se sentia
inseguro, apesar de ter um bom currículo, mas sempre se sentia assim quando estava por ser testado.
O dono da firma entrou, sentou-se com ar de extrema seriedade e começou a lhe fazer as perguntas
mais variadas. Aquele interrogatório parecia interminável. Porém, toda aquela sensação desagradável
dissipou-se quando ele foi informado de que o lugar era seu.



( ) Estava parado no ponto de ônibus, quando vi, a meu lado, um rapaz que caminhava lentamente
pela rua. Ele tropeçou em um pacote embrulhado em jornais. Observei que ele o pegou com todo o
cuidado, abriu-o e viu, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro.



( ) O objeto tem o formato semelhante ao de uma torre de igreja. É constituído por um único fio
metálico que, dando duas voltas sobre si mesmo, assume a configuração de dois desenhos (um
dentro do outro), cada um deles apresentando uma forma específica. Essa forma é composta por duas
figuras geométricas: um retângulo cujo lado maior apresenta aproximadamente três centímetros e um
lado menor de cerca de um centímetro e meio; um dos seus lados menores é, ao mesmo tempo, a base
de um triângulo eqüilátero, o que acaba por torna-lo um objeto ligeiramente pontiagudo.
( ) A televisão aliena o homem por requisita-lo inteiramente para si, uma vez que as informações que
traz são bombardeadas em frações de segundos, não permitindo o menor desvio de sua atenção e nem
uma reflexão mais aprofundada devido à rapidez e à quantidade de informações.



B) Nos parágrafos abaixo, identifique a modalidade de redação e justifique sua resposta:


      “Tinha seis ou sete anos, nunca se lembrou bem. Foi até o criado-mudo, a pedido do pai,
  apanhar o relógio. Relógio do avô... No ato de pegar, deixou-o cair. Relógio quebrado. Surra.
  Uma surra violentíssima, inesquecível.”
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       “No tribunal da minha consciência,

        O teu crime não tem apelação.

        Debalde tu alegas inocência,

        E não terás minha absolvição.

        Os autos do processo da agonia,

        Que me causaste em troca ao bem que eu fiz,

        Chegaram lá daquela pretoria

        Na qual o coração foi o juiz.”

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       “É um elemento perigoso, mesquinho, mentiroso, cruel, mau caráter, violento.”

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       “Configura-se a qualificadora de surpresa quando a morte da vítima se verificou, estando
  ela a barbear-se deitada, na cadeira do barbeiro, sem ter visto o réu que a apunhalou por trás; aí
  existe a surpresa. Porque ele pegou a vítima realmente de surpresa. E não é a primeira vez que
  eles se desentendiam. Estavam há quinze dias em franco desentendimento; então ele poderia,
como ele mesmo admite, como a família mesmo admite, que eles tinham medo do próprio
acusado.”
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    “Deveu-se o acidente à imprudência ou imperícia do motorista que conduzia o carro do Réu,
uma vez que, como foi apurado mediante perícia, efetuada pelo Departamento de Trânsito, o Réu
encontrava-se alcoolizado.”

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    “No dia 10 de janeiro de 2001, cerca de 12horas, quando o Autor dirigia o veículo de sua
propriedade, marca Fiat, da fabricação de 1999, placa n° 0965, no cruzamento da Rua Senador
Dantas com a Rua Moreira da Glória teve o referido veículo abalroado pelo carro de placa
n°8745.”

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     “Isaltina Pereira, céd. ident.RG987 654 (SSP-SP), CPF 908 776 654-65, brasileira, casada,
professora, residente e domiciliada em São Paulo.”

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     “Por essas razões, com fundamento no art. 40, § 3°, da citada Lei n° 6515/77, combinada com
o art. 267, III, do Código Civil, postula a requerente a condenação do requerido pagamento de
verba para o alimento e a instrução dos filhos.”

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Eis um pequeno resumo dos tipos textuais já estudados aqui no blog. Se você não leu as aulas
    anteriores,                    seguem                         os                       links:

    I. Interpretação                de                   Texto                   -              Concurso
    II. Tipologia                       Textual                          -                      Descrição
    III. Tipologia                       Textual                             -                  Narração
    IV. Tipologia Textual - Dissertação

    => Texto Narrativo (sequência de fatos)


   Conta como aconteceu, acontece ou acontecerá algo (real ou imaginário);
   É necessário uma introdução, um clímax e um desfecho;
   O enredo é prioridade;
   Fundamental é situar o tempo e o espaço físico onde ocorrem os fatos;
   Dar preferência ao verbo de ação, ao dinamismo, para tornar mais viva a narrativa;
   O pretérito perfeito e o mais-que-perfeito do indicativo predominam na narrativa;
   O autor adota a postura de narrador.
    => Texto Descritivo (sequência de aspectos)


   Descreve como é um objeto, uma pessoa, uma paisagem, uma cena...;
   Apresenta o cheiro, a cor, as sensações como aspectos importantes;
   A finalidade da descrição é fazer ver e sentir;
   O presente do indicativo e/ou pretérito imperfeito do indicativo predominam na descrição;
   Os adjetivos estão sempre presentes no texto;
   O autor adota a postura de observador.
    => Texto Dissertativo (sequência de análises)



   Texto objetivo;
   Convence o leitor por meio de fatos, dados estatísticos, citações, publicações...;
   O predomínio verbal é o presente do indicativo e do subjuntivo;
   O autor adota a postura de argumentador.
                                                 Exercícios




    1. (EV) Sobre o texto narrativo, pode-se afirmar:

    a) A estrutura textual é semelhante ao texto descritivo

    b) A postura do autor é de argumentador

    c) Há, exaustivamente, o uso de presente do indicativo.
d) Não apresenta clímax em sua estrutura

e) O enredo é prioritário




2. (EV) O predomínio de adjetivações é comumente encontrado no texto:

a) Narrativo

b) Informativo

c) Descritivo

d) Dissertativo

e) Epistolar




3. (EV) Duas características são representativas do modo de organização dissertativa, assinale-as:


a) Introdução e clímax

b) Argumentação e sensação

c) Seqüência de fatos e de aspectos

d) Verbos de ação e objetividade

e) Convencimento e descrição




4.              (EV)            Leia            o            texto            a               seguir:


                                        Parceria Reeditada


"Viviane Pasmanter estreou na TV em 91, na novela “Felicidade”, de Manoel Calos, dirigida por
Denise Saraceni. Ela deverá voltar a trabalhar com Denise em “Ciranda de pedra”, nova novela das
18h".

                                                                                  O Globo 08/02/08


A       opção          que     melhor      justifica     o      título      do        texto        é:
a) o fato de Viviane Pasmanter ter estreado na TV em 1991.

b) de a atriz ter sido dirigida por Denise Saraceni.

c) por ter trabalhado com Denise Saraceni na novela “Felicidade”

d) por ter trabalhado com Denise Saraceni em “Felicidade” e trabalhar novamente com ela em
“Ciranda de pedra”.

e) Viviane Pasmanter trabalhar em uma novela de Manoel Carlos.




5. (EV) O verbo estrear aparece conjugado no texto (estreou). Indique o modo e o tempo a que
pertence este verbo.

a) indicativo / presente

b) subjuntivo / pretérito imperfeito

c) indicativo / pretérito imperfeito

d) indicativo / pretérito perfeito

e) imperativo / afirmativo




6.(EV)      O   uso   das    aspas     em   alguns     vocábulos   do   texto   é   justificado   por/pela:


a) sempre se usa com os substantivos.

b) participação de Viviane em novelas da TV Globo.

c) não estar empregada em seu sentido original

d) participar duas vezes de novelas dirigidas por Denise Saraceni.

e) ser o nome da novela, por isso o uso das aspas.



7.(EV) No segmento: “Ela deverá voltar a trabalhar...”. O elemento sublinhado é classificado
morfologicamente por:

a) artigo

b) preposição

c) pronome
d) advérbio

e) substantivo




8. (EV) “Ela deverá voltar a trabalhar com Denise...” O segmento destacado é classificado
sintaticamente como:

a) Adjunto adverbial de modo

b) Adjunto adverbial de companhia

c) Adjunto adverbial de lugar

d) Adjunto adverbial de negação

e) Adjunto adverbial de pessoa




9. (EV) “Ela deverá voltar...”. A locução verbal pode ser substituída, sem alteração semântica, por
um verbo simples, assinale-o:

a) volta

b) voltaria

c) voltará

d) poderá voltar

e) voltou




10. (EV) “Viviane Pasmanter estreou na TV...”. Nesse período o verbo “estreou” concorda com seu
sujeito “ Viviane Pasmanter”, marque a alternativa em que tal concordância NÃO ocorre:

a) A atriz se atrasou para a peça.
b) Roberto Carlos cantou no Canecão.
c) Dá-se aulas de Língua portuguesa.
d) Edson Celulari ainda é fiel a Claudia Raia.
e) Suzana Vieira desfilou no carnaval.


11. Leia o texto a seguir:

Para fazer uma boa compra no ramo imobiliário, não basta ter dinheiro na mão. É imprescindível que
o comprador seja frio, calculista e bem informado. Na hora de comprar um imóvel, a emoção é um
dos maiores inimigos de um bom negócio. Assim, por mais que se goste de uma casa, convém manter
sempre um certo ar de contrariedade. Se o vendedor perceber qualquer sinal de emoção, isso poderá
custar dinheiro ao comprador. Não é por outra razão que quem compra para especular ou apenas para
investir costuma conseguir um melhor negócio do que quem está à procura de um lugar para morar.

Segundo o texto:

a) Os vendedores, via de regra, buscam ludibriar os compradores, e vice-versa.

b) O vendedor costuma aumentar o preço do imóvel quando o comprador não está bem informado
sobre o mercado de valores.

c) O mercado imobiliário oferece bons investimentos apenas para quem pretende especular.

d) No ramo imobiliário, uma atitude que aparente indiferença pode propiciar negócio mais vantajoso
para o comprador.

e) No mercado imobiliário, o comprador realiza melhor negócio adquirindo uma propriedade de que
não                         tenha                         gostado                        muito.
12. Segundo o mesmo texto:

a) Quanto maior a disponibilidade financeira do comprador, maior a probabilidade de sucesso no
negócio imobiliário.

b) Disponibilidade econômica não é o único fator que possibilita a realização de um bom negócio.

c) O vendedor, por preferir negociar com investidores, desfavorece o comprador da casa própria.

d) Gostar de uma casa é psicologicamente importante em qualquer tipo de compra, seja ela para
residência ou para investimento.

e) O mercado imobiliário oferece oportunidades mais seguras para o investidor que para o
especulador.

GABARITO
1. E
2. C
3. D
4. D
5. D
6. E
7. B
8. B
9. C
10. C
11. D
12. B
Português para Concurso: na aula anterior, falei sobre alguns conceitos básicos pertinentes a uma
    boa interpretação de texto, tais como interlocutor, conceito de texto, dicas de leitura etc.
    Sabemos que essa, muitas vezes, tira o sono de qualquer candidato a Concurso Público, porém
    interpretar um texto não é tão difícil assim... Basta atentar a alguns aspectos importantes: identificar o
    tipo do texto, o método argumentativo, a ideia principal (tópico frasal), as relações de significado
    entre os períodos...Todavia, antes de estudarmos algo mais profundo, temos de partir de um início, é
    óbvio!
    Começaremos, então, pelo modo discursivo, ou seja, como um texto se organiza.
    Você já deve saber que existem três tipos de organização textual, em nossa língua, são
    eles: descrição, narração e dissertação. Como o objetivo do [Português para Concurso] é passar o
    máximo de informação, além de prezar pela qualidade desta, dividirei a aula em 3 partes: 1ª
    Descrição (conceito, exemplos de textos, características e estrutura), 2ª Narração e 3ª Dissertação,
    vamos à aula!


                                          TIPOLOGIA TEXTUAL




    1) DESCRIÇÃO: é descrever um objeto, uma pessoa, um lugar. Requer observação cuidadosa, para
    tornar o que vai ser descrito em um modelo inconfundível, porém, não se trata de enumerar uma série
    de elementos, mas transmitir sensações, sentimentos. É criar o que não se vê, mas se percebe ou
    imagina; é não copiar friamente uma imagem, mas deixá-la rica, pois o ser e o ambiente são aspectos
    importantíssimos na descrição.

    Existem                 duas                 possibilidades                 de                 descrição:



    a) Descrição objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, são apresentadas no seu sentido real. Exemplo:
    "Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70Kg. Aparência atlética, ombros largos, pele bronzeada. Moreno,
    olhos negros, cabelos negros e lisos".


    b) Descrição subjetiva: quando há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a
    cena, a paisagem são apresentados em sentido figurado. Exemplo: "Nas ocasiões de aparato é que se
    podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de
    grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram
    de um rei..."

    ("O Ateneu", Raul Pompéia)

   Estrutura:
    a) Introdução: a perspectiva do observador focaliza o ser ou objeto e distingue seus aspectos gerais.
b) Desenvolvimento: capta os elementos numa ordem coerente com a disposição em que eles se
    encontram no espaço, caracterizando-os objetiva e subjetivamente, física e psicologicamente.



    c) Conclusão: não há um procedimento específico para conclusão. Considera-se concluído o texto
    quando                se              completa                 a                caracterização.


   Características:
    a)            Presença              de             Substantivos              e              Adjetivos.



                       O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do sol.


    b)      Frases        curtas      dão       um        tom       de       rapidez       ao       texto.



                     Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito crente.


    c) Sensibilidade para combinar e transmitir sensações física (cores, formas, sons, gestos, odores) e
    psicológicas (impressões subjetivas, comportamentos).


    d) Verbos de estado


    e) Linguagem metafórica


    Exemplos:




                                        Darcy Ribeiro (fragmento)




    Um dos mais brilhantes cidadãos brasileiros, Darcy Ribeiro provou ao mundo que um homem de
    nada mais precisa além da coragem e da força de vontade para modificar aquilo que, por covardia,
    simplesmente ignoramos. Ouvi-lo, mesmo que por alguns instantes, nos levava a conhecer sua
    sabedoria e simplicidade, era um verdadeiro intelectual cuja convivência com os índios o fez
    adquirir invejável formação humanística.
Darcy tinha a pele clara, olhos negros e curiosos, lábios finos e trazia em seu rosto marcas de quem
    já deixou sua marca na história, as quais harmoniosamente faziam-lhe inspirar profunda confiança.
    Apesar de diabético e lutar contra dois cânceres, não fez disso desculpa para o comodismo ante os
    seus ideais maiores, ele sabia o que queria, e não mediu esforço para conseguir.




                                Descrição de Objeto – Clarinete (fragmento)



    Um elemento clássico e imprescindível num concerto, o clarinete, com seu timbre aveludado, é o
    instrumento de sopro de maior extensão sonora, pelo que ocupa na banda de música o lugar do
    violino na orquestra.

    O clarinete que possuo foi obtido após o meu nascimento, doado como presente de aniversário por
    meu bisavô, um velho músico, do qual carrego o nome sem tê-lo conhecido. O clarinete é feito de
    madeira, possui um tubo predominantemente cilíndrico formado por cinco partes dependentes entre
    si, em cujo encaixe prevalece a cortiça, além das chaves e anéis de junção das partes, de meta. Sua
    embocadura é de marfim com dois parafusos de regulagem, os quais fixam a palheta bucal.

    Sua cor é confundivelmente marrom, havendo partes em que se encontra urna sensível passagem
    entre o castanho-claro e o escuro. Possuindo cerca de oitenta centímetros e pesando
    aproximadamente quatrocentos gramas, é facilmente desmontável, o que lhe confere a propriedade
    de caber numa caixinha de quarenta e cinco centímetros de comprimento e dez de largura...

    Na aula passada, estudamos o texto descritivo: estrutura, característica, conceito etc. Seguem os links
    para         os         que          não            leram            sobre           o        assunto:

    I. Tipologia                         Textual                       -                        Descrição
    II.Interpretação                de                  Texto                  -                Concurso


    Nas provas de Português, em todos os Concursos, estão presentes textos das mais diversas
    naturezas, por exemplo, persuasivo, informativo, humorístico, didático... Contudo, vale lembrar que
    todos estes se organizam em três modos: descrição, narração e dissertação.
    Hoje estudaremos detalhadamente o texto narrativo. Acompanhe a aula:




   NARRAÇÃO: narrar é relatar fatos e acontecimentos, reais ou fictícios, vividos por indivíduos,
    envolvendo ação e movimento.
   Estrutura:
a) Introdução: apresenta as personagens, localizando-as no tempo e no espaço.
    b) Desenvolvimento: através das ações das personagens, constrói-se a trama e o suspense que
    culmina                                          no                                          clímax.
    c) Conclusão: existem várias maneiras de se concluir uma narração, por exemplo, esclarecer a trama.

   Características:
    a) Verbos de ação, discursos direto, indireto e indireto livre.
    b) Imaginação para compor uma história cativante que entretenha o leitor, provocando expectativa.
    Pode ser romântica, dramática ou humorística.
    c) A narrativa deve tentar elucidar os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais:



   O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(n) a história;
   QUEM? - a personagem ou personagens;
   COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos;
   ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência
   QUANDO? - o momento ou momentos em que se passam os fatos;
   POR QUÊ? - a causa do acontecimento.
   Exemplos:
                                      Além do espelho, lembranças.

    Um dia, quando encerrava meu trabalho, fixei a atenção em um simples objeto da minha sala.
    Caminhei, paulatinamente, ao seu encontro e, à medida que me aproximava, sentia meu ego explodir
    em sensações indescritíveis.

    Ali, diante dele, parei. Meu reflexo testemunhava as marcas do passado e trazia, à tona, as
    lembranças da infância e da adolescência. As imagens, agora, misturavam-se, comprometendo
    minha lucidez. Senti meu corpo flutuar e minha visão apagar-se, de forma que eu me concentrava em
    recordações, apenas.

    Assim, momentos depois, revia meus irmãos e vizinhos correndo em volta da mesa, mamãe fazendo o
    jantar, papai,lendo o jornal, os cães brincando no jardim e, também, meus amigos de colégio,
    antigos casos amorosos.

    Recuperei o bom senso, por um instante, mas não durou mais que isso, pois, novamente, brotam
    outros pensamentos: o nascimento dos filhos e a ascensão profissional.

    Minutos depois, tudo acabara. Diante de mim havia só um espelho, cujo reflexo já não era de um
    cenário fantasioso de minha mente.




                                      EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

                      Aulas 45 a 49                                   Tipologia Textual
(DPF-CESPE-UnB/02)
Texto V

                              Individualistas e comportados. E daí?

1         Cientistas sociais e filósofos de inúmeras correntes

garantem: a geração de 90 é ambígua. Explica-se: os

adolescentes dessa época buscam o bem-estar individual

4    mas também consideram o conceito “viver dignamente”

como um direito da humanidade. Só que eles não

pretendem se fatigar nas lutas sociais, nem se sentem

7 atraídos por bandeiras políticas ou cartilhas ideológicas.

Em uma pesquisa recente na França, o item justiça social"

foi classificado como um dos menos importantes por

10     moças e rapazes na faixa dos l4 aos 17 anos.

Imediatamente, a geração que ouve Madonna, diverte-se

com Steven Spielberg e devora sanduíches passou a ser

13     chamada de “novos individualistas”. O filósofo e escritor

francês Laurent Joffrin, autor do livro Um Toque de

Juventude, celebra com otimismo os “moralistas de blue

16      jeans”: “eles não são apáticos como se supõe. Seus

interesses vão além do prazer imediato e da pura

distração", explica Joffrin. Mais cético, seu colega Alain

19      Finkelkraut acredita que os jovens dos anos 90 se apóiam

     em relacionamentos superficiais e valores distorcidos.
“Comportam-se como se a vida fosse um grande

22     videoclip...”, lamenta. Enquanto os intelectuais batem

boca, os ingleses que cresceram ouvindo a balada

conservadora de Margaret Thatcher hoje insistem que a

25     vida comportada é muito melhor. Em uma pesquisa da

revista Look Now, moças e rapazes de 15 a 24 anos

confessam gostar de boas roupas, querem ser vistos como

28     pessoas sensíveis e responsáveis, pretendem ter uma

carreira sólida e fazer fortuna. Desnecessário dizer que a

Dama de Ferro adorou os resultados da pesquisa.

                           Laura Greenhalg. Sociedade dos poetas vivos.

                             In: Elle, ago./1990, p.35 (com adaptações).



24) Aplicando conhecimentos acerca de tipologia, estrutura e organização de um texto em
parágrafos, julgue os itens a seguir, segundo as idéias desenvolvidas no texto
V.

1) O texto é essencialmente dissertativo, podendo ser distribuído em parágrafos, dos quais o
introdutório iria até "cartilhas ideológicas" (l.7).

2) O primeiro período (l. 1-2) contempla a idéia geral do texto, resgatando na palavra "ambígua" o
comportamento da juventude: apático e superficial.

3) Na linha 13, inicia-se uma passagem narrativa que se estende até "lamenta" (l.22) e que conta a
rotina da juventude francesa da época.

4) A pesquisa relativa aos ingleses, cujos resultados aparecem a partir do antepenúltimo período do
texto, agradou a liderança conservadora porque mostra que os jovens britânicos são idealistas,
consumistas, alienados e ambiciosos.

5) Ao se distribuir adequadamente em parágrafos, faltaria um fechamento que resgatasse a idéia
básica desenvolvida no texto e desse caráter conclusivo ao título proposto.
(ICMS/SP/02)
Texto 1

Que falta nesta cidade? .................Verdade

Que mais por sua desonra?............Honra

Falta mais que se lhe exponha ......Vergonha

O demo a viver se exponha,

por mais que a fama a exalta,

numa cidade onde falta

Verdade, Honra e Vergonha.
(Gregório de Matos. Poesia)

27) Assinale a alternativa correta quanto à construção e à articulação de idéias da 1ª estrofe do
Texto I.

a) As perguntas formuladas pelo poeta são respondidas parcialmente.

b) o jogo rítmico de perguntas e respostas favorece o efeito satírico do poema.

c) Os qualificadores que finalizam os versos indicam as características da cidade.

d) As rimas presentes no interior de cada verso contribuem para um esvaziamento semântico.

e) O emprego de linguagem figurada compromete a clareza das informações.



(PF-CESPE-UnB/97)

                                                   O anônimo

      1          Tão logo o carteiro entregou a correspondência, Eduardo foi em busca daquilo
que, a experiência já lhe ensinara, certamente estaria ali: a carta anônima. De fato, não tardou a
encontrar o envelope, àquela altura familiar, o seu nome e endereço escritos em neutra letra de
imprensa, e a nenhuma indicação de remetente (alguns missivistas anônimos usam pseudônimo.
Aquele não fazia concessões, nada fornecia que pudesse alimentar especulações com respeito à
identidade).
      7          Com dedos um pouco trêmulos – a previsibilidade nem sempre é o antídoto da
emoção – Eduardo abriu o envelope. Continha, como de outras vezes, uma única folha de papel
ofício manuscrita em letra de imprensa. Como de hábito, começava afirmando: "Descobri teu
segredo.". Nova linha, parágrafo, e aí vinha a acusação.
     12          No presente caso: desonestidade. “Todos acham que você é um homem sério,
correto”, dizia a carta, “mas nós dois sabemos que você não passa de um refinado patife. Você
está roubando seu sócio, Eduardo. Há muito tempo. Você vem desviando dinheiro da firma para a
sua própria conta bancária. Você disfarça o rombo com supostos prejuízos nos negócios. Seu
sócio, que é um homem bom, acredita em você. Mas a mim você não engana, Eduardo. Eu sei de
tudo que você está fazendo. Conheço suas trapaças tão bem como você”.
     19          Eduardo não pôde deixar de sorrir. Boa tentativa, aquela, do missivista anônimo.
Desonestidade na firma, isto não é tão incomum. Com um sócio tão crédulo como era o Ênio,
Eduardo de fato não teria qualquer dificuldade em subtrair dinheiro da empresa.
     23       Só que ele não estava fazendo isso. Em termos de negócios, era escrupulosamente
honesto. Mais que isto, muitas vezes repassara dinheiro para a conta de Ênio – um trapalhão em
matéria de finanças – sem que este soubesse. Honesto – e generoso. Contudo, como certos
caçadores tão pertinazes quanto incompetentes, o autor da carta anônima atirara no que vira e
acertara no que não vira.
     29         Eduardo enganava Ênio, sim. Mas não na firma. Há meses – em realidade, desde
que aquela história das cartas anônimas começara – tinha um caso com a mulher do sócio, Vera:
grande mulher. Claro, não poderia garantir que não sentia um certo prazer em passar para trás o
amigo que sempre fora mais brilhante e mais bem sucedido do que ele, mas, de qualquer forma, isto
nada tinha a ver com a empresa. Desonestidade nos negócios? Não. Tente outra, missivista. Quem
sabe na próxima você acerta. Tente. Tente já.
36           Sentou à mesa, tomou uma folha de papel ofício e escreveu, numa bela mas
inconspícua letra de imprensa: "Descobri teu segredo."

Moacyr Scliar. Correio Braziliense, Caderno Dois, p 2, 21/12/97 (com adaptações)

35) Com referência à tipologia textual e ao nível de linguagem do texto, julgue os itens
seguintes.



1) A história acerca das cartas anônimas, conforme contada pelo autor, apresentando-se na forma de
uma narrativa curta, densa, exemplifica o que é conhecido por conto.

2) O trecho entre aspas situado nas linhas de 12 a 18 possui várias marcas de oralidade: registros
típicos da língua falada, transpostos para a língua escrita.

3) O texto apresenta algumas expressões típicas da linguagem vulgar, como, entre outras, „patife‟,
„trapaças‟, „trapalhão‟.

4) Os trechos registrados entre aspas no texto estão dispostos na forma de discurso indireto.

5) As passagens descritivas são predominantes nos quatro últimos parágrafos.
36) Moacyr Scliar, consagrado ficcionista brasileiro, tem um estilo de escrita em que a preocupação
com a escolha vocabular e com o ritmo da frase não turvam o potencial comunicativo do texto.
Com base nesse aspecto, julgue os itens a seguir.



1) O Em "Eduardo foi em busca daquilo" (l. 1/2), o termo sublinhado refere-se ao que "a
experiência já lhe ensinara" (l. 2).

2) Todos os travessões (linhas 7, 25, 26 e 29) estão empregados para ampliar e destacar as idéias
anteriormente expostas.

3) O uso de frases curtas ao lado das frases de maior extensão, principalmente no sexto parágrafo, é
um recurso estilístico ligado ao ritmo da prosa, utilizado para dar densidade ao texto, prendendo o
interesse do leitor.

4) Ao destacar a figura feminina com "Vera: grande mulher" (l. 31), o narrador dá duas
informações, simultaneamente: que ela era valorosa e também robusta.

5) Com a passagem "Desonestidade nos negócios? Não." (l. 34), o autor usa de um recurso
estilístico denominado apóstrofe.

TEXTO 2




                              José Rainha e a democracia no Brasil



     O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), José Rainha, foi
condenado por um júri popular de Pedro Canário, no norte do Espírito Santo, a 26 anos e 6 meses
de prisão sob a acusação de ter participado de dois assassinatos cometidos durante a invasão de
uma fazenda. A pena teve como fundamento um inquérito policial militar.Cumpre ressaltar que
quando a pena ultrapassa 20 anos, a lei determina automaticamente a realização de um novo
julgamento, já marcado para 20 de setembro.
 9          Está claro que esta condenação foi meramente política, com o intuito de calar a grande
liderança do maior e mais organizado movimento de massa que se contrapõe à atual política
governamental no Brasil. A promotoria não tinha sequer prova de que José Rainha estava presente
nos episódios que levaram ao assassinato. Nenhuma testemunha de acusação foi ouvida em
plenário.

15           O julgamento se deu com base em depoimentos colhidos ainda durante a fase de
inquérito, numa repartição militar, sem a presença de advogados dos acusados. Legalmente, este
tipo de depoimento não pode ser levado em consideração. Nada que incriminasse José Rainha foi
demonstrado. Não é à toa que o inquérito policial civil que também investigou o caso o isenta da
acusação.

21          Este episódio se soma a outros que nos levam a questionar se de fato vivemos em um
país democrático. No dia 28 de agosto chegaram à Universidade de Brasília documentos secretos do
Exército brasileiro com investigações sobre a vida de algumas lideranças de esquerda. O que
assombra é o fato de que estas investigações não pararam na época da ditadura, no meio dos
documentos são encontrados alguns que datam de 1995.
28          Neste momento, o povo brasileiro deve dizer não à condenação de Rainha, como uma
forma de exigir justiça e democracia.

Andréia Barbosa . O Nestino. DCE/UnB, p. 2, setembro de 1997.

37) Evidenciando a compreensão dos dois textos anteriores, com ênfase na tipologia textual e no
estilo utilizados, julgue os itens a seguir.

1) No primeiro texto, predomina a função poética; no segundo, a função referencial da linguagem.

2) No segundo texto, distintamente do primeiro, a autora expõe seu ponto de vista e seus
julgamentos acerca dos fatos narrados.

3) No primeiro texto, a coloquialidade da linguagem é dominante; no segundo, há uma série de
informações vazadas em linguagem técnica.

4) O segundo texto é eminentemente dissertativo.

5) Nos dois textos, há situações que poderiam desencadear investigações policiais, mas apenas no
primeiro texto é feita alusão a documentos que poderiam ser objetos de estudos de um perito
criminal.

    TEXTO 3

    Execução de exames periciais em documentos, moedas, mercadorias, instrumentos utilizados
na prática da infração penal, em locais de crime ou de sinistro, bem como a realização da coleta
de dados necessários à complementação dessas perícias.
DAS ATRIBUIÇÕES DO CARGO DE PERITO CRIMINAL FEDERAL Edital n.º 78/97
DRS/ANP-PCF



38) De acordo com o texto, julgue os itens a seguir.



1) O texto está redigido como uma extensa frase nominal.
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Atividades

  • 1. Os usos sociais da internet: conexão insegura Conteúdos Tecnologia e sociedade, usos sociais de aparatos tecnológicos, cultura de massa e internet Habilidades Construir uma compreensão crítica e historicamente contextualizada das novas tecnologias de comunicação como a Internet e entender as determinações sociais e culturais que explicam os sentidos dados a tais ferramentas Tempo estimado Duas aulas Lya Luft faz, em sua coluna da VEJA, sérias críticas ao que a ela considera os maus usos das novas formas de comunicação possibilitadas pela internet. Ainda assim, ela se mostra uma usuária frequente, como muitos de nós. Navegando online fazemos pesquisas, buscamos informação e travamos contatos com pessoas do mundo todo. Assim como para a escritora, usar o computador diariamente é parte da rotina de um grande número de brasileiros, comprovadamente um dos países que mais se conectam mundialmente. Mas as mudanças relacionadas ao novo meio de comunicação causam também profunda apreensão, ao abrirem fronteiras novas, que são exploradas por criminosos e todo tipo de pessoas sem escrúpulos. Nas aulas aqui sugeridas, discuta com a moçada as formas pelas quais a sociedade incorpora e lida com as possibilidades criadas por novidades tecnológicas. Atividades 1ª aula - Converse com os jovens sobre a internet e tente descobrir como eles usam essa tecnologia. Quem tem blog na sala? Todos possuem perfil no Orkut? Se não possuem, quais os motivos? Alguns preferem manter sua privacidade, como relata Lya Luft? Ou, pelo contrário, não se pode mais escapar de marcar encontros e manter contato com os amigos pelo MSN? Quantos já usaram câmeras para conversar com parentes e amigos distantes? Após ouvir os alunos, discuta as semelhanças e diferenças entre as diversas ferramentas que eles relatam usar. Que sites ou programas servem mais para paquera ou para assuntos profissionais? Quem tem acesso à internet, em casa ou numa lanhouse, usa para fazer pesquisas para a escola? Os meninos usam a rede de forma diferente das meninas? Alguém já foi vítima de golpes ou alvo de alguém espalhando mentiras online? Mostre para a galera que as tecnologias são utilizadas de muitas formas diferentes e que essa diversidade é parte fundamental da forma como o ser humano interage com seu meio. Grupos distintos atribuem significados diversos a ferramentas novas e antigas e o surgimento de uma tecnologia possibilita a observação desse processo de forma única. O crescimento e a mudança dos usos e sentidos da internet, mesmo no curto espaço de tempo em que ela existe, demonstra a multiplicidade de formas possíveis de interagir com uma tecnologia e a maneira criativa pela qual as pessoas recriam sua utilidade, para fins nem sempre previstos pelos criadores. Esse tipo de análise, focada nos aspectos sociais das tecnologias, é um campo em franco crescimento no Brasil e no mundo, que ajuda a entender as formas pelas quais a cultura e as sociedades interagem com aparatos tecnológicos. Longe de serem apenas ferramentas inertes ou que impõem um determinado uso para as pessoas, as tecnologias são criativamente reinterpretadas pela sociedade. Para seus alunos O Mapa da Conectividade
  • 2. Com a ajuda de um mapa-múndi, mostre que os países asiáticos da costa do Pacífico, a Europa e os Estados Unidos estão muito a frente do resto do mundo em conexão com a internet. Segundo levantamento de 2008 da ComScore, instituição especializada em pesquisas sobre o uso da rede, existem 308,8 milhões de internautas asiáticos, 232,8 milhões de europeus e 183,8 milhões de norte- americanos. O Brasil possui 59 milhões, a maioria nos grandes centros urbanos do sudeste e do sul do país. São quase 800 milhões de pessoas conectadas, criando e recriando usos para a rede. 2ª aula - Nessa segunda parte, aprofunde os temas levantados na primeira aula, oferecendo um pouco mais de contexto histórico para pensar as tecnologias de informação. Comente com a classe, por exemplo, que algumas ferramentas anteriores à internet passaram por processos de adaptação e mudança semelhantes, como o telefone. Thomas Alva Edison elaborou os princípios de gravação e reprodução do som em 1877. Tanto ele quanto Alexander Graham Bell dividem a fama de terem inventado o telefone, uma outra tecnologia atualmente muito difundida. Quando surgiram, essa máquina de reprodução e gravação de sons não conseguiu empolgar seus contemporâneos. Era muito difícil, há mais de 100 anos, prever a revolução causada pela telefonia, tanto nos negócios quanto na nossa vida pessoal. Quem consegue imaginar um mundo no qual só se consegue ouvir a voz dos amigos e parentes pessoalmente? Leve os alunos a pensar que nossos celulares permitem esse contato a qualquer tempo e lugar. E o que dizer dos tocadores de MP3? A ideia de escutar em qualquer lugar música baixada da internet nunca esteve presente nos planos daqueles que inventaram tais tecnologias, mas usos como esses que definem, hoje, as nossas relações com elas - com imenso prejuízo para a indústria fonográfica, por exemplo. Uma tecnologia desenhada para gravar e reproduzir som desenvolveu-se em grande escala apenas quando começou a ser utilizada para fins aparentemente banais: bater papo e escutar músicas. Da mesma forma, a internet só tornou-se a força desestabilizadora que é hoje quando começou a ser adaptada para usos do cotidiano. Desenhada para fins militares pelos EUA, ela parte de um princípio de transmissão descentralizada de informação. A rede foi concebida para permitir a comunicação no caso de um holocausto nuclear: mesmo com uma parte do sistema destruída ele, como um todo, permanece funcionando, pois a informação consegue ser transmitida por rotas alternativas. Detalhes técnicos à parte, a internet foi rapidamente adotada por centros de pesquisa e universidades, para, por fim (no final dos anos 1980), ser liberada para o mercado consumidor. Muitos de nós vivemos uma época, muito recente, na qual não havia internet, email, Youtube, Orkut ou MSN. Colocar fotos da nossa vida particular para qualquer um do planeta ver, escrever diários online ou ter acesso instantâneo via mensagens era inconcebível. Mesmo assim, uma grande parte ganhou tanta familiaridade com essas ferramentas que já não consegue se imaginar sem acesso a elas. Ainda hoje, novas formas de uso de tecnologias ligadas à internet continuam a ser desenvolvidas, com possibilidades e usos imprevisíveis. Alguns filósofos, como Pierre Lévy, pensam que a conexão do planeta via web levará a uma forma original de inteligência mundial, aumentando as nossas capacidades cognitivas por meio de redes virtuais. Se isso vai ocorrer ou não, o fato é que já vivemos num mundo transformado, e a exploração das novas fronteiras tecnológicas permanece um projeto aberto. Conclua encomendando um texto dissertativo onde os estudantes avaliem o impacto da internet em suas vidas, comentem o uso que fazem dela e projetem perspectivas pessoais - como, por exemplo, a importância da rede na profissão que pretendem seguir. Quer saber mais?
  • 3. BIBLIIOGRAFIA A inteligência coletiva, Pierre Lévy, Editora Loyola, tel: (11) 2914.1922 Cibercultura, Pierre Lévy, Editora 34, tel.:(11) 3032-6755
  • 4. Dicas O trabalho é uma das contribuições que damos à vida, mas não se deve jogar nele todas as nossas expectativas de realizações. Finalmente, ria das coisas à sua volta, de seus problemas, de seus erros, ria da vida. E... ame. Antes de tudo, a você mesmo! 02/04/2010 Compreensão e interpretação de textos, Tipologia textual, exercícios (Português) GUERRA DO TRÁFICO no Rio mata garoto Uma bala perdida interrompeu o sonho de Carlos Henrique da Silva, 11 anos, de ser um craque no futebol. Ele jogava no mirim do Botafogo e foi morto durante operação policial no Complexo da Maré (zona norte do Rio). No confronto, outras sete pessoas morreram. 0 corpo de Carlos ficou estendido no chão por 11 horas. Ele estava na colo do pai,no banco traseiro do automóvel. Voltavam de uma festa, junto com um amigo da família,que dirigia o carro. O motorista entrou numa favela. Ali havia uma festa junina, onde a mãe de Carlos o aguardava. 0 tiro de fuzil acertou a cabeça do garoto. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 1) Assinale a alternativa CORRETA, de acordo com o texto acima. A( ) Carlos foi morto no Complexo da Maré (zona norte do Rio). B( ) O garoto de onze anos, ao regressar de um treino no Botafogo, foi atingido por uma bala e morreu. C( ) O garoto que morreu jogava no juvenil do Botafogo. D( ) O tráfego no Rio foi o motivo principal da morte. E( ) Carlos, sua mãe e um amigo voltavam de uma festa no momento da tragédia. 2) Assinale a alternativa CORRETA, de acordo com o texto acima. Na frase ... uma bala perdida interrompeu o sonho de Carlos Henrique da Silva, a expressão bala perdida significa: A( ) que o projétil foi desferido acidentalmente. B( ) que o tiro veio de um revólver perdido. C( ) que o projétil desviou-se do alvo. D( ) que o tiro veio do meio da festa. E( ) que o projétil estava sem validade. 3) Assinale a alternativa CORRETA. Se a frase Ele jogava no mirim do Botafogo e foi morto durante operação policial, no complexo da Maré... fosse redigida em linguagem informal, o vocábulo operação poderia ser substituído por:
  • 5. A ( ) intervenção. B ( ) treinamento. C ( ) batida. D ( ) simulação. E ( ) confronto. RESPOSTAS CORRETAS: 1. A 2. C 3. C A capacidade comunicativa que permite ao usuário de uma língua compreender e produzir textos surge na infância mas pode, deve e tem de ser alargada ao longo da vida. Quem acha que tudo o que se pode aprender em leitura se esgota no Primeiro Grau pensa que ler é operação destinada apenas a decodificar signos lingüísticos e descobrir um sentido único para o texto. No entanto, o leitor não só recebe sentidos do texto, como também lhe atribui sentidos: ele dialoga com o autor. E mais: para interpretar o texto e atribuir-lhe significado, lança mão de conhecimentos extra-linguísticos: do mundo, do assunto em questão, de outros textos que contribuem para sua interpretação. Em suma, o leitor torna-se mais eficiente à medida que lê mais, de maneira cada vez mais ativa e inquisidora. Assim, adote os seguintes passos para uma boa compreensão de textos: Leia o texto mais de uma vez, minuciosamente, para encontrar a resposta correta; Na terceira ou quarta leitura do texto, pode-se destacar as palavras e expressões-chave. É necessário limitar-se às informações contidas no texto. Tente compreender o texto, fragmentando-o em parágrafos ou mesmo, em períodos; fica mais fácil interpretar. Sempre restam duas alternativas consideradas possíveis. Nesse caso, é necessária uma nova leitura. Coesão: é uma forma de recuperar, em uma sentença B, um termo presente na sentença A. Exemplo:“Pegue algumas peras. Coloque-as sobre a mesa.” Nesse caso, o elemento responsável pela coesão textual, ou seja, pela ligação existente entre as duas orações é o pronome as, porque ele recupera, semanticamente, na segunda sentença, o termo algumas peras.
  • 6. Através de sinônimos, podemos obter o seguinte texto: “As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os carros para vendê-los mais caro. O cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o produto, desiste e as agências têm prejuízo.” Usando o recurso da elipse, obtemos outra versão: “As revendedoras de automóveis não estão mais equipando-os para vendê-los mais caro. O cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais, desiste e as revendedoras têm prejuízo.” Como vimos anteriormente, a coesão é um processo que cuida da articulação semântica entre as sentenças de um texto. Há ainda, um outro mecanismo que cuida da ligação sintática das sentenças: é a articulação sintática, e pode ser de: OPOSIÇÃO - quando se faz por meio de dois processos: Coesão é um processo que cuida da articulação semântica entre as sentenças de um texto. -a coordenação adversativa a subordinação concessiva. - empregando os seguintes articuladores (conjunções): - mas, porém, contudo, todavia, entretanto, - embora, ainda que, apesar de, conquanto, Vejamos alguns casos:
  • 7. Ex.: A polícia conseguiu prender os ladrões, mas as jóias ainda não foram recuperadas. no lugar de mas poderíamos usar qualquer um outro articulador da coordenação adversativa, em outras posições. Ex.: A polícia conseguiu prender os ladrões; as jóias, entretanto, ainda não foram recuperadas. A coordenação adversativa, quando empregada, faz um encaminhamento argumentativo contrário ao da oração anterior frustrando a expectativa do destinatário. Imaginemos uma situação em que determinada pessoa tenha solicitado um empréstimo bancário e, voltando ao banco para saber sobre a aprovação do cadastro obtém a seguinte resposta: - Fizemos um grande esforço para conceder-lhe este empréstimo. Até esse momento da frase ele não sabe se conseguiu ou não o empréstimo; a conclusão poderá ser ou não favorável. . . . portanto, você poderá levar, ainda hoje, o dinheiro. ou . . . mas você não poderá levar o dinheiro por motivos alheios a nossa vontade. Utilizando um articulador subordinativo concessivo: Ex.: Embora tenhamos feito um grande esforço para conceder-lhe o empréstimo, você não poderá levar o dinheiro por motivos alheios a nossa vontade. CAUSA - principais articuladores sintáticos de causa: * Conjunções e locuções conjuntivas (o verbo e conjugado normalmente): porque, pois, como, por isso que, já que . . .
  • 8. * Preposições e Locuções Prepositivas (verbo assume a forma de infinitivo): por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em conseqüência de, . . . Ex.: Não fui visitá-lo, porque estava com pressa de voltar. Não fui visitá-lo, em virtude de estar com pressa de voltar. Ou Em virtude de estar com pressa de voltar, não fui visitá-lo. CONDIÇÃO - o principal articulador de condição é o se; leva o verbo para o futuro do subjuntivo ou para o presente do indicativo com valor de futuro. Ex.:Se você enviar hoje, poderei receber amanhã. Se você enviar hoje, posso receber amanhã. Outros articuladores de condição: caso, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que. Ex.:Caso você envie hoje, poderei receber amanhã. (pres. Subj.) A menos que você preste atenção, vai errar. (Observe que o advérbio não é desnecessário.) FIM - a forma mais comum de manifestar finalidade é utilizando preposição para. HÁ, ainda: a fim de, com o propósito de, com a intenção de, com o intuito de, etc. Ex.: Os preços precisam subir, para que haja uma recuperação dos custos. Os preços precisam subir, para haver uma recuperação dos custos. Jorge promoveu Jonas, com o objetivo de angariar mais votos. QUESTÃO COMENTADA: .O berço de Mílton Dias é Ipu. Ele nasceu na pequena rua da Goela do seu torrão natal. O município tem 403 km2 e fica a 391 km de Fortaleza. A cidade da bica em que Iracema, de Alencar, se banhava está na região norte do Estado e seu padroeiro é São Sebastião. A bica do Ipu é uma queda d’água que surge por entre o Despenhadeiro da Morte e desprende-se de uma altura de 180m, formando um “Véu de Noiva” que encanta a todos os visitantes da pequena
  • 9. localidade do Ceará. As expressões que retomam, no texto, a expressão “o berço” são: A) Ipu – município – região norte – “Véu de Noiva” – pequena localidade do Ceará. B) torrão natal – município – bica do Ipu – Despenhadeiro da Morte – “Véu de Noiva”. C) Ipu – torrão natal – município – cidade da bica – pequena localidade do Ceará. D) pequena rua – torrão natal – município – bica do Ipu – “Véu de Noiva”. E) Ipu – torrão natal – município – região norte – pequena localidade do Ceará. Comentário - A questão trata de leitura, precisamente coesão referencial. O candidato deve ser capaz de identificar as expressões que se referem a "o berço". Está correta a opção C. O berço é retomado no texto pelas expressões "Ipu", "torrão natal , "município", "cidade da bica" e "pequena localidade do Ceará". "Região Norte", nas opções A e E, não retoma berço", porque o segundo está localizado no primeiro, mas não o substitui. Do mesmo modo, "Véu de Noiva", nas opções A, B e D, retoma o termo "bica do Ipu"e não, "berço". "Despenhadeiro da Morte", na opção B, também não retoma "berço", refere-se ao local onde fica a bica do Ipu. Finalmente, "pequena rua", na opção D, refere-se a uma rua da cidade onde o escritor nasceu e não à cidade onde nasceu. *****EXERCÍCIOS***** Leia o texto a seguir para responder às questões 1 e 2. História para ninar executivos Havia um pastor chamado Pedro – como aliás se chamam todos os pastores de histórias como esta. Ele tinha um jeito todo especial para cuidar de seu rebanho. Até parece que os bichinhos reconheciam esse talento e o admiravam por isso. Acho que se pudessem falar e escolher o próprio pastor, sem dúvida Pedro seria o favorito. Ele sabia criar um climaorganizacional muito especial, como, por exemplo, dar nome para cada carneirinho e ovelhinha, respeitando os hábitos e costumes de cada um.
  • 10. Ao longo dos anos, Pedro acabou desenvolvendo uma sensibilidade muito apurada em seu trabalho. Graças a essa habilidade, aprendeu a identificar com rapidez quando havia uma ovelha mais estressada no grupo. Mas descobriu também que a causa não era tão importante assim. O que realmente interessava era, fosse qual fosse a circunstância, neutralizar o problema. Se não agisse com vigor, o rebanho inteiro poderia se contaminar com o comportamento de uma ovelha, tornando-se incontrolável em alguns minutos. Para se defender de situações como essa, Pedro cercou-se de uma série de ferramentas. A primeira delas foi estabelecer sensores que o alertassem com antecedência sobre fatos muitas vezes despercebidos, mas com potencial para se transformarem em sérios problemas para o rebanho. Assim, se uma ovelha apresentasse uma tendência à histeria, berrando desnecessariamente e provocando contínua ansiedade no grupo, era implacável na punição. Também sabia reconhecer e premiar os melhores colaboradores. QUESTÃO 1 Os trechos destacados em negrito, a seguir, constam no texto original do autor e devem retornar a seus lugares. A esse respeito, julgue os seguintes itens. a) É correta a inserção de Pois animais, assim como os homens, têm as suas idiossincrasias. no final do primeiro parágrafo, na forma de um comentário ao que havia sido exposto anteriormente. b) É correto inserir As razões, a experiência o ensinou, podiam ser múltiplas. Ora um ferimento ou um problema orgânico, ora uma ameaça externa, como a proximidade de um predador. no segundo parágrafo, imediatamente após o segundo período. c) É correto inserir Paralelamente, uma vez identificado, liquidava com presteza o foco do problema, evitando futuros aborrecimentos ou recorrências. imediatamente após o primeiro período do terceiro parágrafo. d) É correta a inserção de Foi assim até mesmo com Elvira, a sua ovelha favorita, que foi transformada em costeletas, por mais que isso tenha entristecido Pedro. no final do quarto parágrafo, por ser a exemplificação da afirmativa nele contida. e) O trecho Quando Eduardo, um carneiro caolho e coxo, alertou o rebanho com seus frágeis e desafinados balidos sobre a proximidade de um lobo, Pedro não só deixou de castrá-lo como também assegurou sua aposentadoria por velhice. O que, convenhamos, no mundo ovino, não é pouca coisa!, por não ter relação com a última idéia expressa, deve constituir um sexto
  • 11. parágrafo. QUESTÃO 2 A respeito das idéias contidas no texto, julgue os itens que se seguem. a) O texto classifica-se como uma fábula ou um apólogo, por atribuir a seres inanimados características de seres humanos. b) O texto apresenta uma forte conotação religiosa, haja vista a inserção, já no início da narrativa, do nome bíblico “Pedro”. c) Pelo emprego de algumas palavras e expressões, percebe-se o tom irônico empregado na história. d) Com o trecho “Mas descobriu também que a causa não era tão importante assim” (L. 9-10), há uma crítica ao tratamento dispensado aos empregados pelos patrões. e) As atitudes do pastor estão fundadas na seguinte máxima: uma ovelha ruim põe a perder todo o rebanho. Leia o texto abaixo, que apresenta lacunas a serem preenchidas, para responder às Texto questões 3 e 4 Um dia, o dono do pasto decidiu desfazer-se do negócio e vendeu a área para uma construtora, que resolveu fazer um condomínio de lazer de luxo. Mas era preciso dar um ar de natureza sem os seus problemas inerentes, como insetos em geral e animais que pudessem sujar o ambiente. ___I___, criar ovelhas, até pela falta de espaço, não se enquadrava no novo cenário. Assim, o dono indenizou Pedro e vendeu o rebanho para um frigorífico, congelando o assunto. Pedro, nessa altura, decide mudar-se para a capital. Passam-se os anos e, para resumir a história, vamos encontrá-lo trabalhando numa grande empresa, num setor que na época se chamava departamento de pessoal – ou DP, que alguns maldosamente diziam ser as iniciais de departamento de polícia. Hoje, com tanta gente sofisticada trabalhando na área, ninguém mais se refere a DP, mas a recursos humanos. Pedro foi inicialmente contratado para anotar alterações funcionais dos empregados nas suas carteiras de trabalho. Nessa função mecânica,
  • 12. sobrava-lhe tempo para pensar. Sentiu saudades das ovelhas e dos carneiros. Mais para se distrair, passou a imaginar que cada um dos empregados fotografados naquelas carteiras de trabalho era um membro de seu falecido rebanho.___II___, quando começava a se afeiçoar aos rostos, eles eram trocados. Descobriu que ___III___ era o acentuado número de demissões de funcionários, muitos praticamente recémcontratados. Veio-lhe a lembrança desagradável dos tempos de pasto, quando o mesmo fato ocorria toda vez que o dono resolvia vender parte do rebanho para abate. Neste caso, ___IV___, tinha como interferir. Procurou o diretor da empresa e se ofereceu para cuidar do processo de seleção. Sua tese era que uma escolha correta evitava um desligamento profissional desnecessário. A estratégia deu certo, as demissões diminuíram, e ele foi promovido para o lugar de seu chefe. Agora, tinha de administrar um rebanho de gente. Lembrou-se do seu modelo de punições e recompensas e o adaptou às novas circunstâncias. Adotou também o critério de chamar a todos pelos seus nomes, ___V___ os encontrava casualmente nos corredores da empresa. Pedro não se esquecera das lições do pasto. Suas ferramentas, incluindo os sensores que o alertavam a respeito de problemas em potencial, continuavam a ser adotadas. Inventou vários sensores, mas, o mais importante, manteve o rebanho sob controle. Fosse ele constituído de gente ou de carneiros, era fundamental evitar futuros problemas. QUESTÃO 3 Julgue os itens a seguir, de acordo com a adequação sintática e semântica dos termos ao contexto. a) Definitivamente é uma palavra adequada ao preenchimento da lacuna I. b) No entanto, Todavia e Contudo são conectivos adversativos que servem para ocupar a lacuna II. c) A expressão a conseqüência, ou outra sinônima, completa adequadamente a lacuna III. d) Qualquer conjunção ou locução conjuntiva que apresente circunstância proporcional completa adequadamente a lacuna IV. e) A conjunção quando ou a locução adverbial temporal sempre que completam adequadamente a lacuna V. QUESTÃO 4 Ainda com referência às relações morfossintáticas e semânticas do texto, julgue os itens a
  • 13. seguir. a) Na linha 4, após a palavra “frigorífico”, o vocábulo “congelando” está empregado em sentido conotativo. b) A substituição de “Mais” (L. 14) por Mas não altera o sentido do período. c) Substituindo o verbo “afeiçoar” (L. 17) por acostumar ou habituar, perde-se a crítica colocada pelo autor à conduta de Pedro. d) Na linha 19, “lembrança” traz o sentido de recordação e exerce a função sintática de núcleo do sujeito do verbo vir. e) A mudança de “era fundamental evitar futuros problemas” (L. 33) para evitarem-se futuros problemas era fundamental não acarreta alterações de sentido e está sintaticamente correta. QUESTÃO 5 Texto III Pois bem, meus jovens colegas. Assim foi que Pedro se tornou um bem-sucedido executivo de recursos humanos – nome para o qual, aliás, foi um dos pioneiros a propor que a área fosse rebatizada. Nunca mais sentiu saudade nem do antigo DP nem do campo. Isso me faz pensar que, no fundo, a humanidade caminha em grandes círculos. Por vezes, as respostas aos problemas mais complexos com que defrontamos nas empresas já foram encontradas em circunstâncias bem mais simplórias e por alguns de nossos menos nobres antepassados. Afinal, tudo se passa como se estivéssemos num velho teatro onde o público tem a sensação de estar vendo novas peças. Na realidade, o que muda é apenas o cenário, pois o enredo é rigorosamente o mesmo! Este parágrafo apresenta-se distribuído nos itens abaixo, com mudanças estruturais. Julgue-os quanto à correção gramatical. a) Pois bem, meus jovens colegas, foi assim que Pedro se tornou um bem sucedido executivo: trabalhou em recursos humanos, nome que, aliás, foi um dos pioneiros a propor para a sua área. b) Nunca mais sentiu saudades: nem do antigo DP e nem do campo, o que me faz pensar que no fundo, a humanidade caminha em grandes círculos. c) Por vezes, as respostas aos problemas de maior complexidade com que nos defrontamos nas
  • 14. empresas já foram encontradas em circunstâncias bem mais simples e por alguns dos nossos menos nobres antepassados. d) Afinal, tudo se passa como se nos encontrássemos em um velho teatro em que nós, o público, tivéssemos a impressão de estar vendo peças novas. e) Haja vista que o enredo é rigorosamente o mesmo, na realidade muda apenas o cenário! GABARITO 1: C-C-E-C-E 2: E-E-C-C-C 3: C-C-E-E-C 4: C-E-C-C-C 5: E-E-C-C-C 2. TIPOLOGIA TEXTUAL A estrutura e a composição do parágrafo se relacionam com as idéias que queremos expressar. Temos idéias reunidas num parágrafo, quando elas se relacionam entre si pelo seu sentido. Dentro do mesmo parágrafo podemos ter diferentes idéias, desde que elas, reunidas, formem uma idéia maior. São qualidades principais do parágrafo, a unidade e a coerência.O período contém um pensamento completo que, embora se relacionando com os anteriores ou se ampliando nos posteriores, forma um sentido completo. Era uma borboleta. Passou roçando em meus cabelos, e no primeiro instante pensei que fosse uma bruxa ou outro qualquer desses insetos que fazem vida urbana; mas, como olhasse, vi que era uma borboleta amarela. (Rubem Braga) Temos aqui um parágrafo, com dois períodos. O primeiro período tem apenas uma idéia. O segundo, tem várias, mas forma um todo. No total, o primeiro e o segundo período formam um bloco homogêneo, o parágrafo. O período pode ser simples (como, no exemplo, a frase: “Era uma borboleta”) ou composto (como a frase: “Passou roçando (...) borboleta amarela”). No período simples temos apenas uma oração, no período composto temos várias orações articuladas entre si. A predominância de períodos longos ou curtos na composição de um texto depende muito do estilo de quem escreve. Na linguagem moderna predomina o uso de períodos curtos. Depois, as coisas mudaram. Há duas explicações para isso. Primeira, que nos tornamos homens, isto é, bichos de menor sensibilidade. Segunda, o governo, que mexeu demais na pauta dos feriados, tirando-lhes o caráter de balizas imutáveis e amenas na estrada do ano... Multiplicaram-se os feriados enrustidos, ou dispensas de ponto e de aula, e perdemos, afinal, o espírito dos feriados. (Carlos Drummond de Andrade) Nesse parágrafo de Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileiro contemporâneo, os períodos curtos predominam. Em escritores do Romantismo, os períodos longos eram freqüentes e abundantes, como, por exemplo, neste trecho de José de Alencar:
  • 15. Felizmente todo o deserto tem seus oásis, nos quais a natureza, por um faceiro capricho, parece esmerar-se em criar um pequeno berço de flores e de verdura concentrando nesses cantinhos de terra toda a força de seiva necessária para fecundar as vastas planícies. O uso de períodos curtos oferece a vantagem de maior clareza de pensamento (e, em última análise, de comunicação), evitando-se o perigoso entrelaçamento de frases em que se pode perder quem utiliza períodos muito longos. No período composto os pensamentos podem se articular por coordenação ou subordinação. Quanto à tipologia vejamos o texto dissertativo, narrativo, descritivo, persuasivo. Dissertação é um texto que apresenta idéias, opiniões, reflexão ou julgamento sobre um determinado assunto. A dissertação apresenta uma estrutura determinada: ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO a) Apresentação do assunto (idéia principal a ser desenvolvida). b) Posicionamento do autor sobre o assunto.(Argumentos) 2. Desenvolvimento(Contra-argumentos) a) Defesa do posicionamento do autor, através de argumentos. A argumentação para tornar-se mais convincente e verdadeira pode valer-se de :-exemplos -citações -fatos acontecidos -dados comprovados
  • 16. -causas/conseqüências -enumeração, etc. b) Também pode haver contra-argumentos, ou seja, idéias contrárias aos argumentos apresentados. No final, faz-se um balanço e os argumentos devem prevalecer. Na verdade, os contra-argumentos também sustentam a idéia defendida, o posicionamento do autor. 3. Conclusão a) Retomada de idéia principal e conclusão. b) Podem-se apresentar sugestões sobre o assunto. Veja o texto: O casamento atual Anna Narbone de Faria1 O casamento atual, como todas as demais instituições, sofreu incríveis modificações. Se a moça ainda aguarda o cavaleiro montado em um corcel branco e que a faça feliz para toda a vida, vai morrer de velha, nessa espera. O cavaleiro se desmistificou. Já não vem mais montado, mas sim a pé sofrendo as agruras de um mercado de trabalho.cada vez mais difícil para o homem e mais exigente com a sua capacidade. A mulher tem mais condições de trabalho, por aceitar ganhar menos, trabalhar em qualquer hora, deixando de ver reconhecidas, pelas suas necessidades, as suas qualidades de operária. O casamento já não diz mais "até que a morte nos separe", pelo menos não se pensa assim, e nem o homem diz para a mulher "mulher minha não trabalha fora de casa". A família é
  • 17. sustentada pelos dois, ou pelo trabalho da mulher quando o homem fica desempregado. Também os casais já não têm uma casa grande, muito menos quatro a seis filhos para educar. A vida atual exigiu que o apartamento de dois ou três quartos fosse a morada da família. Os pais trabalham, os filhos ficam por conta da avó, ou permanecem sozinhos, ou em cursos que auxiliam sua vida escolar. Raramente, a família se encontra durante a semana. Dentro dessas modificações, fica mais fácil a separação quando as desavenças aparecem. E é nesse 1 Anna Narbone de Faria é advogada, especialista em Direito de Família. exato momento que se vê, realmente, que o casamento não foi feito para durar, mas para produzir felicidade. Desde os filhos, todos querem ser felizes. Se não há entendimento, melhor viver separados do que juntos einfelizes. Os próprios filhos, quando adolescentes, são os que pedem aos pais pela sua separação, tendo em vista as brigas constantes. A separação é um mal necessário. Todavia, ela precisa respeitar as pessoas que fazem parte da família. É necessário estabelecer um critério para a pensão alimentícia, pois os filhos precisam continuar estudando no lugar onde foram matriculados, sem que sejam retirados dos colégios que freqüentam, tudo por uma vingança do pai para com a mãe ou vice-versa. Os filhos precisam continuar a contar com a presença dos pais e seus problemas continuam a ser tão importantes quanto eram, quando a família estava unida. O pai e a mãe têm o direito de procurar novos companheiros, pois é imposição da nova sociedade. Por sua vez, precisam ser respeitados pelos antigos companheiros, porque de nada são culpados. A família nunca se separa, nem se desestrutura. Quem se separa são as pessoas. E essas só se desestruturam se não avaliarem bem as suas responsabilidades perante a família. Observe como a autora organiza suas idéias, seguindo a estrutura de texto dissertativo. O casamento atual. Introdução 1º parágrafo Introdução e síntese.A autora apresenta a síntese (o resumo) que irá ser ampliada nos parágrafos seguintes. Desenvolvimento 2º/3º/4º parágrafos Inicia-se a argumentação. A cada parágrafo, a autora apresenta argumentos que mostram as modificações por que
  • 18. passa o casamento atual, preparando o leitor a aceitar a sua tese: a separação, o fim do casamento que não dá certo. 5º e 6º parágrafos Continuando sua argumentação, a autora posiciona-se a respeito da separação e defende a tese de que é melhor viver separados do que juntos e infelizes. Conclusão 7º parágrafo Concluindo, a autora reafirma a tese da separação e a sustenta com um novo argumento: a família não se desestrutura se as pessoas têm consciência de suas responsabilidades perante ela. A narração é um tipo de texto em que se conta uma história real ou imaginária, através de fatos sucessivos que vão ocorrendo num tempo dinâmico, progressivo. Notícia de jornal, histórias em quadrinhos, anedota, romances, novelas, contos, crônicas são textos narrativos que contam uma história. As narrativas chegam até nós através de várias linguagens: pela palavra (linguagem verbal: oral e escrita), pela imagem (linguagem visual ), pela representação (linguagem gestual) e outras. Para que haja a narração é preciso um narrador (sujeito que pratica o ato de narrar), personagens, tempo dinâmico, espaço, ações. Nesta unidade, você vai ler dois textos narrativos muito interessantes e perceber como foi explorada essa forma de escrever. Lisete Clarice Lispector Uma tarde eu estava andando pelas ruas para comprar presentes de Natal. As ruas estavam muito cheias de pessoas comprando presentes. No meio daquela gente toda vi um agrupamento, fui olhar: era um homem vendendo vários micos, todos vestidos de gente e muito engraçados. Pensei que todos de casa iam ficar adorando o presente de Natal, se fosse um miquinho. Escolhi uma miquinha muito suave e linda, que era muito pequena. Estava vestida com saia vermelha, e usava brincos e colares baianos. Era muito delicada conosco, e dormia o tempo todo.
  • 19. Foi batizada com o nome de Lisete. Às vezes parecia sorrir pedindo desculpas por dormir tanto. Comer, quase não comia, e ficava parada num cantinho só dela. No quinto dia comecei a desconfiar que Lisete não estava bem de saúde. Pois não era Narrar é contar uma história através de fatos que vão ocorrendo num tempo progressivo. Para que esses fatos se encadeiem, é necessário que haja um narrador, personagens, tempo, espaço e ações. normal o jeito quieto e calado dela. No sexto dia quase dei um grito quando adivinhei: "Lisete está morrendo ! Vamos levá-la a um veterinário !" Veterinário é médico que só cuida de bichos. Ficamos muito assustados porque já amávamos Lisete e sua carinha de mulher. Ah, meu Deus, como nós gostávamos de Lisete ! E como nós queríamos que ela não morresse ! Ela já fazia parte de nossa família. Enrolei Lisete num guardanapo e fomos de táxi correndo para um hospital de bichos. Lá deram-lhe imediatamente uma injeção para ela não morrer logo. A injeção foi tão boa que até parecia que ela estava curada para sempre, porque de repente ficou tão alegre que pulava de um canto para outro, dava guinchos de felicidade, fazia caretinhas de macaco mesmo, estava doida para agradar a gente. Descobrimos, então, que ela nos amava muito e que não demonstrava antes porque estava tão doente que não tinha forças. Mas, quando passou o efeito da injeção, ela de repente parou de novo e ficou toda quieta e triste na minha mão. O médico então disse uma coisa horrível: que Lisete ia morrer. Aí compreendemos que Lisete já estava muito doente quando a comprei. O médico disse que não se compram macacos na rua porque às vezes estão muito doentes. Nós perguntamos muito nervosos: E agora ? Que é que o senhor vai fazer ? Ele respondeu assim: Vou tentar salvar a vida de Lisete, mas ela tem que passar a noite no hospital.
  • 20. Voltamos para casa com o guardanapo vazio e o coração vazio também. Antes de dormir, pedi a Deu para salvar Lisete. No dia seguinte o veterinário ligou avisando que Lisete tinha morrido durante a noite. Compreendi então que Deus queria levá-la. Fiquei com os olhos cheios de lágrimas, e não tinha coragem de dar esta notícia ao pessoal de casa. Afinal avisei, e todos ficaram muito, muito tristes. De pura saudade, um de meus filhos perguntou: Você acha que ela morreu de brincos e colar ? Eu disse que tinha certeza que sim, e que, mesmo morta, ela continuaria linda. Também de pura saudade, o outro filho olhou para mim e disse com muito carinho: Você sabe, mamãe, que você se parece muito com Lisete ? Se vocês pensam que eu me ofendi porque me parecia com Lisete, estão enganados. Primeiro, porque a gente se parece mesmo com um macaquinho; segundo, porque Lisete era cheia de graça e muito bonita. Obrigada, meu filho, foi isso que eu disse a ele e dei-lhe um beijo no rosto. A descrição é um tipo de texto que procura retratar, através de palavras, as características de uma pessoa, de um objeto, de um animal, de uma paisagem ou de uma situação qualquer. Um bom texto descritivo é aquele que permite que o ser descrito seja identificado pelo que ele tem de particular, de característico em relação aos outros seres da mesma espécie. Os textos que apresentaremos a seguir descrevem animal, objeto e pessoa.
  • 21. TEXTO A Amiga " Ele chegou ao bar, pálido e trêmulo. Sentou-se. - Por enquanto, nada - desculpou-se ao garçom. - Estou esperando uma amiga. Dali a dois minutos estava morto. Quanto ao garçom que o atendeu, esse adorava repetir a história, mas sempre acrescentava ingenuamente: - E , até hoje, a 'grande amiga' não chegou! " Texto persuasivo (geralmente solicitado na forma de uma carta) é endereçado a uma pessoa específica, única, a quem o interlocutor (que o escreve) deverá tentar convencer, persuadir, a respeito de determinado assunto do conhecimento de ambos. Além da parte formal, cabeçalho com data e o cumprimento inicial, o escritor se despede ao final. Ao desenvolver esse texto, durante a argumentação deverão estar presentes as marcas de interlocução. Observe essas marcas simples de interlocução nos exemplos abaixo: Como o senhor pode bem verificar, algumas pesquisas são fraudulentas e visam confundir as pessoas."
  • 22.  nosso dever de cidadão - tanto meu quanto seu - observar o que existe de errado É e denunciar, sempre que preciso."  Entendo que lhe seja difícil admitir estar errado." ( lhe = ao senhor) " Geralmente o assunto proposto para a esse tipo de texto é polêmico e atual, cabendo a você discuti-lo e, muitas das vezes, usando os próprios argumentos do interlocutor fortalecer sua oposição a ele. Tal recurso é a conta-argumentação que, bem sucedida, enriquece seu texto.
  • 23. É bastante comum a procura por exercícios de interpretação de textos. Com as mudanças no Novo ENEM, o modelo de exercícios de português deixou de ser baseado no decoreba e passou-se a valorizar o conhecimento contextualizado da Língua Portuguesa. É por isso que o exercício de interpretação abaixo pode ajudar seus alunos a melhorar na compreensão de texto. Ele pode ser usado também comoatividade complementar para que eles desenvolvam o gosto pela leitura. Coisas que pegamos no quintal… DE MARICÁ PARA MARICOLÁ Bruxa bonita não tem vez! Vejam vocês que Maricolá se jogou no mar porque suas irmãs, Maricá, e Marilá, a transformaram numa pessoa horrorosa. Ela estava pensando como recuperar sua vassoura para se locomover com mais facilidade, no fundo do mar ou quem sabe, até, voltar para o penhasco, quando... Nesse instante bateram na porta. Marcelina, a sereia-secretária, veio nadando apressadinha, murmurou um “com licença” e foi atender. Era o Peixe-Serra, o correio do fundo do mar, trazendo uma carta presa ao serrote. - Diga pra dona da casa botar luz na entrada da gruta. Custei pra achar o número e isso não está certo! – queixou-se ele. - Deve ter acontecido alguma coisa com os peixes de iluminação. Mas também, por que não trabalha de dia? São horas de entregar cartas? - Aí no envelope está escrito “urgente”, o que quer dizer “o mais depressa possível”. Pode ser até uma questão de vida ou morte. Ande, menina! Corra pra dentro e entregue a carta. Se tiver resposta eu levo. Marcelina obedeceu resmungando: - Não é urgente coisa nenhuma! Está amarrada com uma pedrinha e isso quer dizer que é mais uma carta cheia de desaforos das bruxas do alto do penhasco. Dona Guiomar vai ler e jogar no lixo. Mas depois viu que a carta estava endereçada a Maricolá. Estava escrito no envelope: Exma. Srta. Maricolá Alvissareira da Penha Aos cuidados da Dona Guiomar Marazul Alameda das Esponjas Vermelhas nº 25 URGENTE - Aquela bruxa esquisita mal chegou e já está recebendo cartas, e ainda por cima, carta urgente – pensou Marcelina desconfiada. Entregou a carta a Maricolá e ficou parada diante dela olhando-a com grande curiosidade. Era uma carta de Maricá. A bruxinha leu e fez a cara mais espantada do mundo. Nunca pensou que a irmã pudesse escrever uma coisa assim tão carinhosa. A carta dizia: “Querida Franguinha Gorducha, como vai? Não se resfriou ainda na água fria? Estamos muito preocupadas e achamos que está na hora de você voltar. Sabe que se ficar mais tempo pode virar um marisco, um tubarão ou uma água-viva! Estamos mais do que preocupadas, estamos APAVORADAS. Por favor, irmãzinha, pegue lápis e papel e escreva à sua vassoura, pedindo para ela ir buscar você. E depressa ouviu? A carta tem que ser enviada para a Praia do Mar-Virado. Eu e a
  • 24. Marilávamos passar a noite lá, esperando. Sete beijinhos para você.” E depois vinha a assinatura: “Maricá” Maria Heloisa Penteado (Adaptado de Maricá, Marilá e Maricolá. Questão 01- Procure no texto as palavras que significam: a) mais que preocupadas b) morro alto de pedra c) o mais depressa possível d) carta destinada a Maricolá Questão 02 - Responda as questões, de acordo com o texto: a) Por que o Peixe-Serra pediu para botar luz na entrada da gruta? b) Que motivo levou o Peixe- Serra a não esperar o dia para entregar a carta? c) O que fez Marcelina pensar que a carta havia vindo do penhasco? d) Por que Maricolá ficou espantada ao perceber que a carta era carinhosa e vinda de Maricá? QUESTÃO 03 - Responda a) Por que o texto se chama “De Maricá para Maricolá”? b) Que outro título você daria para esse texto? Justifique sua resposta. QUESTÃO 04 - Leia os fatos e complete com as causas que levaram cada um a acontecer. a) Maricolá se jogou no mar. Causa – b) Maricá enviou uma carta a Maricolá. Causa – QUESTÃO 05 - A saudação da carta é “Querida Franguinha Gorducha...” a) Por que será que Maricá saudou Maricolá dessa forma? b) O que você pensa que Maricolá achou desse fato? Justifique sua resposta.
  • 25. Dicas para analisar, compreender e interpretar textos É comum encontrarmos alunos se queixando de que não sabem interpretar textos. Muitos têm aversão a exercícios nessa categoria. Acham monótono, sem graça, e outras vezes dizem: cada um tem o seu próprio entendimento do texto ou cada um interpreta a sua maneira. No texto literário, essa idéia tem algum fundamento, tendo em vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em texto não-literário isso é um equívoco. Diante desse problema, seguem algumas dicas para você analisar, compreender e interpretar com mais proficiência. 1º - Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passamos a gostar de algo, compreendemos melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não se deixe levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. Também não se intimide caso alguém diga que você lê porcaria. Leia tudo que tenha vontade, pois com o tempo você se tornará mais seleto e perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às vezes, até ridículas. Porém elas foram o ponto de partida e o estímulo para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe tempo para cada tempo de nossas vidas. Não fique chateado com comentários desagradáveis. 2º - Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio. 3º - Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o léxico é fazer palavras cruzadas. 4º - Faça exercícios de sinônimos e antônimos. 5º - Leia verdadeiramente. Somos um País de poucas leituras. Veja o que diz a reportagem, a seguir, sobre os estudantes brasileiros. Dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) revelam que, entre os 32 países submetidos ao exame para medir a capacidade de leitura dos alunos, o Brasil é o pior da turma.A julgar pelos resultados do Pisa, divulgados no dia 5 de dezembro, em Brasília, os estudantes brasileiros pouco entendem do que lêem. O Brasil ficou em último lugar, numa pesquisa que envolveu 32 países e avaliou, sobretudo, a compreensão de textos. No Brasil, as provas foram aplicadas em 4,8 mil alunos, da 7a série ao 2º ano do Ensino Médio. http://www.seduc.ce.gov.br/cfe/artigo2.htm
  • 26. 6º - Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência para ler outras vezes. Antes de responder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas. 7º - Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por isso você deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à idéia geral do texto. 8º - Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas perguntas extrapolam ao que está escrito. Veja um exemplo disso: Texto: Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. (Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes) - Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram: a) os portugueses. b) os negros. c) os índios. d) tanto os índios quanto aos negros. e) a miscigenação de portugueses e índios. (Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro : Impetus, 2003.)
  • 27. Resposta: Letra C. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto. 9º - Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir. a) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes. b) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes. c) Os alunos dedicados passaram no vestibular. d) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular. e) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi. f) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi. Explicações: a) Diego fez sozinho o trabalho de artes. b) Apenas o Diego fez o trabalho de artes. c) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não-dedicados e, passaram no vestibular, somente, os que se dedicaram, restringindo o grupo de alunos. d) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados. e) Marcão é chamado para cantar. f) Marcão pratica a ação de cantar.
  • 28. 10º - Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele. “Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescente com hormônios em ebulição e com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor.” (VEJA, p. 63, 11 maio 2005.) Frase para análise.  Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande desafio do professor moderno. 1 – Não é mencionado que a escola seja da rede privada. 2 – O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. Outra questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério. 11º - Atenção ao uso da paráfrase (reescritura do texto sem prejuízo do sentido original). Veja o exemplo: Frase original: Estava eu hoje cedo, parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, uma loirona a me olhar e eu olhava também.(Concurso TRE/ SC – 2005) A frase parafraseada é: a) Parado em um sinal de trânsito hoje cedo, numa esquina, próximo a uma porta, eu olhei para uma loira e ela também me olhou.
  • 29. b) Hoje cedo, eu estava parado em um sinal de trânsito, quando ao olhar para uma esquina, meus olhos deram com os olhos de uma loirona. c) Hoje cedo, estava eu parado em um sinal de trânsito quando vi, numa esquina, próxima a uma porta, uma louraça a me olhar. d) Estava eu hoje cedo parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, vejo uma loiraça a me olhar também. Resposta: Letra C. A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas. a) substituição de locuções por palavras; b) uso de sinônimos; c) mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; d) converter a voz ativa para a passiva; e) emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano = portugueses). 12º - Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos a) Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores. b) Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores. c) Os alunos determinados pediram ajuda aos professores. d) Determinados alunos pediram ajuda aos professores.
  • 30. Explicações: a) Certos alunos = qualquer aluno b) Alunos certos = aluno correto c) Alunos determinados = alunos decididos d) Determinados alunos = qualquer aluno Veja as diferenças entre analisar, compreender e interpretar 1. O que se pretende com a análise textual? - identificar o gênero; a tipologia; as figuras de linguagem; - verificar o significado das palavras; - contextualizar a obra no espaço e tempo; - esclarecer fatos históricos pertinentes ao texto; - conhecer dados biográficos do autor; - relacionar o título ao texto; - levantar o problema abordado; - apreender a idéia central e as secundárias do texto; - buscar a intenção do texto; - verificar a coesão e coerência textual; - reconhecer se há intertextualidade. 2. Qual o objetivo da análise? - levantar elementos para a compreensão e, posteriormente, fazer julgamento crítico.
  • 31. 3. Para compreender bem é necessário que o leitor: - conheça os recursos lingüísticos.Por exemplo, a regência verbal não compreendida pelo leitor pode levá-lo ao erro. Veja: Assisti o doente é diferente de assisti ao doente. No primeiro caso, a pessoa ajuda ao doente; no segundo, ela vê o doente. - perceba as referências geográficas, mitológicas, lendárias, econômicas, religiosas, políticas e históricas para que faça as possíveis associações. - esclareça as suas dúvidas de léxico. - esteja familiarizado com as circunstâncias históricas em que o texto foi escrito. Por exemplo, para entender que, no poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, o advérbio aqui e lá é, respectivamente, Portugal e Brasil, você tem que saber onde o poeta escreveu seu poema naquela época. - observe se há no texto intertextualidade por meio da paráfrase, paródia ou citação. 4. Afinal o que é interpretar? - Interpretar é concluir, deduzir a partir dos dados coletados. 5. Existe interpretação crítica? - Sim, a interpretação crítica consiste em concluir os dados e, em seguida, julgar, opinar a respeito das conclusões. Professor adora complicar na prova! Será mesmo que o professor adora complicar na prova? Não, mas ele deseja que você amplie o vocabulário e compreenda os enunciados. E isso vem com a prática, a leitura e o estudo. Podemos começar pela leitura de alguns verbos, que são utilizados nos enunciados de muitas provas. Afirmar: certificar, comprovar, declarar.
  • 32. Explicar: expor, justificar, expressar, significar. Caracterizar: distinguir, destacar o caráter, as particularidades. Consistir: ser, equivaler, traduzir-se por (determinada coisa), ser feito, formado ou composto de. Associar: estabelecer uma correspondência entre duas coisas, unir-se, agregar. Comparar:relacionar (coisas animadas ou inanimadas, concretas ou abstratas, da mesma natureza ou que apresentem similitudes) para procurar as relações de semelhança ou de disparidade que entre elas existam; aproximar dois ou mais itens de espécie ou de natureza diferente, mostrando entre eles um ponto de analogia ou semelhança. Justificar: provar, demonstrar, argumentar, explicar. Relacionar: fazer comparação, conexão, ligação, adquirir relações. Definir: revelar, estabelecer limites, indicar a significação precisa de, retratar, conceituar, explicar o significado. Diferenciar: fazer ou estabelecer distinção entre, reconhecer as diferenças. Classificar: distribuir em classes e nos respectivos grupos, de acordo com um sistema ou método de classificação; determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie; pôr em determinada ordem, arrumar (coleções, documentos etc.). Identificar: distinguir os traços característicos de; reconhecer; permitir a identificação, tornar conhecido. Referir-se: fazer menção, reportar-se, aludir-se. Determinar:precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma avaliação; definir. Citar:transcrever, referir ou mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que se afirma. Indicar:fazer com que, por meio de gestos, sinais, símbolos, algo ou alguém seja visto; assinalar, designar, mostrar. Deduzir:concluir (algo) pelo raciocínio; inferir. Inferir-se: concluir, deduzir. Equivaler:ser idêntico no peso, na força, no valor etc. Propor:submeter (algo) à apreciação (de alguém); oferecer como opção; apresentar, sugerir. Depreender:alcançar clareza intelectual a respeito de; entender, perceber, compreender; tirar por conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir. Aludir:fazer rápida menção a; referir-se.
  • 33. _Exercícios de Português TIPOLOGIA TEXTUAL 1) Qual a tipologia textual do trecho apresentado abaixo? Dona Julieta chamou os filhos mais novos para uma conversa séria. Era uma manhã de domingo, o dia estava claro e ensolarado. Pediu a eles que compreendessem a situação do pai, que não tinha no momento condição de colocá-los em uma escola melhor. a) dissertação subjetiva b) descrição c) narração com alguns traços descritivos d) dissertação objetiva com alguns traços descritivos e) narração com alguns traços dissertativos 2) Assinale o trecho com características dissertativas. a) Era um homem alto, escuro, vestindo paletó cinza-claro. b) Encontrei os dois amigos numa pracinha perto daqui. c) Os ajudantes levaram a mesa para o palco. d) Nossa rua sempre foi escura, com muitas árvores nas duas calçadas. e) É importante manter o equilíbrio, pois só assim conseguimos resolver os problemas. 3) Marque o texto com características narrativas. a) O ideal é que todos colaborem. Caso contrário, o Brasil continuará sem rumo. b) Rodrigo e Juliana estavam na sala, quando ocorreu a explosão. c) Ela tem olhos azuis e cabelos louros. Não parece brasileira. d) Minha casa tem dois andares. Os quartos ficam na parte de cima. e) A inteligência humana deve ser usada para o bem. 4) Assinale a frase que não possui coesão textual. a) Ainda que gritassem, ninguém atenderia. b) Parou cedo de estudar; está, pois, com dificuldades no mercado de trabalho. c) Não obstante ter domínio do inglês e do alemão, foi contratado imediatamente. d) Mal cheguei, fui apresentado ao pesquisador. e) Conquanto fale muito, jamais me perturbou. 5) Assinale o erro na mudança de discurso. a) - Fale mais alto, exigiu o professor. O professor exigiu que fale mais alto. b) Disse o funcionário: - Estou no banheiro. O funcionário disse que estava no banheiro. c) - Lerei o estatuto, garantiu o associado. O associado garantiu que leria o estatuto. d) O passageiro pediu que eu por favor o ajudasse. - Ajude, por favor, pediu-me o passageiro. e) O homem falou que estivera fora por mais de quinze anos. O homem falou: - Estive fora por mais de quinze anos. 6) Assinale a afirmativa errada. a) Na dissertação, o centro é a idéia. b) No discurso direto é empregado um verbo de elocução. c) Há três tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre
  • 34. d) O texto descritivo está centrado no objeto. e) O personagem-narrador leva o verbo normalmente à terceira pessoa. 7) Assinale a afirmativa errada. a) O texto dissertativo divide-se cm introdução, desenvolvimento e conclusão. b) O trecho seguinte não apresenta coesão textual: A não ser que estudes, serás reprovado no concurso. c) O texto narrativo tem como base o fato. d) Falta de coerência é o mesmo que falta de lógica. e) Um texto pode ser narrativo e apresentar elementos descritivos. 8) Marque a afirmação correta em relação ao texto abaixo: “Senti tocar-me no ombro; era Lobo Neves. Encaramo-nos alguns instantes, mudos, inconsoláveis. Indaguei de Virgília, depois ficamos a conversar uma meia hora. No fim desse tempo, vieram trazer- lhe uma carta; ele leu-a, empalideceu muito e fechou-a com a mão trêmula.” (Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas) a) É texto dissertativo com alguns elementos descritivos. b) Não se trata de texto narrativo, pois não há personagens. c) É um texto descritivo, com alguns elementos narrativos. d) O texto não apresenta personagem-narrador. e) Trata-se de uma narração, sem nenhum traço dissertativo. 9) Assinale a alternativa que apresenta trecho com discurso indireto livre. a) - Pegue o brinquedo, disse a mãe. b) O homem saiu tarde. Será que vou conseguir? Àquela hora seus familiares já estavam preocupados. c) Todos garantiram que fariam o melhor possível. d) Ela indagou na recepção como deveria se vestir. e) Afirmou, de modo a não deixar dúvidas: - Já corrigi as provas 10) (AFTN) Indique a opção que completa com coerência e coesão o trecho abaixo (extraído do Manifesto dos “Pioneiros da Educação Nova”). Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação. Nem mesmo os de caráter econômico lhe podem disputar a primazia nos planos de reconstrução nacional. Pois, se a evolução orgânica do sistema cultural de um país depende de suas condições econômicas, a) subordina-se o problema pedagógico à questão maior da filosofia da educação e dos fins a que devem se propor as escolas em todos os níveis de ensino; b) é impossível desenvolver as forças econômicas ou de produção sem o preparo intensivo das forças naturais; c) são elas as reais condutoras do processo histórico de arregimentação das forças de renovação nacional; d) o entrelaçamento das reformas econômicas e educacionais constitui fator de somenos relevância para o soerguimento da cultura nacional; e) às quais se associam os projetos de reorganização do sistema educacional com vistas à renovação cultural da sociedade brasileira.
  • 35. Produção de Texto (2º bimestre) Tipologia textual - exercícios A) Numere os parágrafos a seguir, identificando o tipo de redação apresentado: (1) descrição (2) narração (3) dissertação ( ) O rapaz, depois de estacionar seu automóvel em um pequeno posto de gasolina daquela rodovia, perguntou a um funcionário onde ficava a cidade mais próxima. Ele respondeu que havia um vilarejo a dez quilômetros dali. ( ) O rapaz, depois de estacionar seu automóvel em um pequeno posto de gasolina daquela rodovia, perguntou:  Onde fica a cidade mais próxima?  Há um vilarejo a dez quilômetros daqui  respondeu o funcionário. ( ) Nas proximidades deste pequeno vilarejo, existe uma chácara de beleza incalculável. Ao centro avista-se um lago de águas cristalinas. Através delas, vemos dança rodopiante dos pequenos peixes. Em volta desse lago pairam, imponentes, árvores seculares que parecem testemunhas vivas de tantas histórias que se sucederam pelas gerações. A relva, brilhando ao sol, estende-se por todo aquele local, imprimindo à paisagem um clima de tranqüilidade e aconchego. ( ) Acreditamos firmemente que só o esforço conjunto de toda a nação brasileira conseguirá vencer os gravíssimos problemas econômicos, por todos há muito conhecidos. Quaisquer medidas econômicas, por si só, não são capazes de alterar a realidade, se as autoridades que as elaboram não contarem com o apoio da opinião pública, em meio a uma comunidade de cidadãos conscientes. ( ) As crianças sabiam que a presença daquele cachorro vira-lata em seu apartamento seria alvo da mais rigorosa censura de sua mãe. Não tinha qualquer cabimento: um apartamento tão pequeno que mal acolhia Álvaro, Alberto e Anita, além de seus pais, ainda tinha de dar abrigo a um cãozinho! Os meninos esconderam o animal em um armário próximo ao corredor e ficaram sentados na sala à
  • 36. espera dos acontecimentos. No fim da tarde a mãe chegou do trabalho. Não tardou em descobrir o intruso e a expulsa-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos. ( ) Joaquim trabalhava em um escritório que ficava no 12º andar de um edifício da Avenida Paulista. De lá avistava todos os dias a movimentação incessante dos transeuntes, os freqüentes congestionamentos dos automóveis e a beleza das arrojadas construções que se sucediam do outro lado da avenida. Estes prédios moderníssimos alternavam-se com majestosas mansões antigas. O presente e o passado ali se combinavam e, contemplando aquelas mansões, podia-se, por alto, imaginar o que fora, nos tempos de outrora, a paisagem desta mesma avenida, hoje tão modificada pela ação do progresso. ( ) Dizem as pessoas ligadas ao estudo da Ecologia que são incalculáveis os danos que o homem vem causando ao meio ambiente. O desmatamento de grandes extensões de terra, transformando-as em verdadeiras regiões desérticas, os efeitos nocivos da poluição e a matança indiscriminada de muitas espécies são apenas alguns dos aspectos a serem mencionados. Os que se preocupam com a sobrevivência e o bem-estar das futuras gerações temem que a ambição desmedida do homem acabe por tornar esta terra inabitável. ( )O candidato à vaga de administrados entrou no escritório onde iria ser entrevistado. Ele se sentia inseguro, apesar de ter um bom currículo, mas sempre se sentia assim quando estava por ser testado. O dono da firma entrou, sentou-se com ar de extrema seriedade e começou a lhe fazer as perguntas mais variadas. Aquele interrogatório parecia interminável. Porém, toda aquela sensação desagradável dissipou-se quando ele foi informado de que o lugar era seu. ( ) Estava parado no ponto de ônibus, quando vi, a meu lado, um rapaz que caminhava lentamente pela rua. Ele tropeçou em um pacote embrulhado em jornais. Observei que ele o pegou com todo o cuidado, abriu-o e viu, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro. ( ) O objeto tem o formato semelhante ao de uma torre de igreja. É constituído por um único fio metálico que, dando duas voltas sobre si mesmo, assume a configuração de dois desenhos (um dentro do outro), cada um deles apresentando uma forma específica. Essa forma é composta por duas figuras geométricas: um retângulo cujo lado maior apresenta aproximadamente três centímetros e um lado menor de cerca de um centímetro e meio; um dos seus lados menores é, ao mesmo tempo, a base de um triângulo eqüilátero, o que acaba por torna-lo um objeto ligeiramente pontiagudo.
  • 37. ( ) A televisão aliena o homem por requisita-lo inteiramente para si, uma vez que as informações que traz são bombardeadas em frações de segundos, não permitindo o menor desvio de sua atenção e nem uma reflexão mais aprofundada devido à rapidez e à quantidade de informações. B) Nos parágrafos abaixo, identifique a modalidade de redação e justifique sua resposta: “Tinha seis ou sete anos, nunca se lembrou bem. Foi até o criado-mudo, a pedido do pai, apanhar o relógio. Relógio do avô... No ato de pegar, deixou-o cair. Relógio quebrado. Surra. Uma surra violentíssima, inesquecível.” _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ “No tribunal da minha consciência, O teu crime não tem apelação. Debalde tu alegas inocência, E não terás minha absolvição. Os autos do processo da agonia, Que me causaste em troca ao bem que eu fiz, Chegaram lá daquela pretoria Na qual o coração foi o juiz.” _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ “É um elemento perigoso, mesquinho, mentiroso, cruel, mau caráter, violento.” _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ “Configura-se a qualificadora de surpresa quando a morte da vítima se verificou, estando ela a barbear-se deitada, na cadeira do barbeiro, sem ter visto o réu que a apunhalou por trás; aí existe a surpresa. Porque ele pegou a vítima realmente de surpresa. E não é a primeira vez que eles se desentendiam. Estavam há quinze dias em franco desentendimento; então ele poderia,
  • 38. como ele mesmo admite, como a família mesmo admite, que eles tinham medo do próprio acusado.” _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ “Deveu-se o acidente à imprudência ou imperícia do motorista que conduzia o carro do Réu, uma vez que, como foi apurado mediante perícia, efetuada pelo Departamento de Trânsito, o Réu encontrava-se alcoolizado.” _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ “No dia 10 de janeiro de 2001, cerca de 12horas, quando o Autor dirigia o veículo de sua propriedade, marca Fiat, da fabricação de 1999, placa n° 0965, no cruzamento da Rua Senador Dantas com a Rua Moreira da Glória teve o referido veículo abalroado pelo carro de placa n°8745.” _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ “Isaltina Pereira, céd. ident.RG987 654 (SSP-SP), CPF 908 776 654-65, brasileira, casada, professora, residente e domiciliada em São Paulo.” _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ “Por essas razões, com fundamento no art. 40, § 3°, da citada Lei n° 6515/77, combinada com o art. 267, III, do Código Civil, postula a requerente a condenação do requerido pagamento de verba para o alimento e a instrução dos filhos.” _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
  • 39. Eis um pequeno resumo dos tipos textuais já estudados aqui no blog. Se você não leu as aulas anteriores, seguem os links: I. Interpretação de Texto - Concurso II. Tipologia Textual - Descrição III. Tipologia Textual - Narração IV. Tipologia Textual - Dissertação => Texto Narrativo (sequência de fatos)  Conta como aconteceu, acontece ou acontecerá algo (real ou imaginário);  É necessário uma introdução, um clímax e um desfecho;  O enredo é prioridade;  Fundamental é situar o tempo e o espaço físico onde ocorrem os fatos;  Dar preferência ao verbo de ação, ao dinamismo, para tornar mais viva a narrativa;  O pretérito perfeito e o mais-que-perfeito do indicativo predominam na narrativa;  O autor adota a postura de narrador. => Texto Descritivo (sequência de aspectos)  Descreve como é um objeto, uma pessoa, uma paisagem, uma cena...;  Apresenta o cheiro, a cor, as sensações como aspectos importantes;  A finalidade da descrição é fazer ver e sentir;  O presente do indicativo e/ou pretérito imperfeito do indicativo predominam na descrição;  Os adjetivos estão sempre presentes no texto;  O autor adota a postura de observador. => Texto Dissertativo (sequência de análises)  Texto objetivo;  Convence o leitor por meio de fatos, dados estatísticos, citações, publicações...;  O predomínio verbal é o presente do indicativo e do subjuntivo;  O autor adota a postura de argumentador. Exercícios 1. (EV) Sobre o texto narrativo, pode-se afirmar: a) A estrutura textual é semelhante ao texto descritivo b) A postura do autor é de argumentador c) Há, exaustivamente, o uso de presente do indicativo.
  • 40. d) Não apresenta clímax em sua estrutura e) O enredo é prioritário 2. (EV) O predomínio de adjetivações é comumente encontrado no texto: a) Narrativo b) Informativo c) Descritivo d) Dissertativo e) Epistolar 3. (EV) Duas características são representativas do modo de organização dissertativa, assinale-as: a) Introdução e clímax b) Argumentação e sensação c) Seqüência de fatos e de aspectos d) Verbos de ação e objetividade e) Convencimento e descrição 4. (EV) Leia o texto a seguir: Parceria Reeditada "Viviane Pasmanter estreou na TV em 91, na novela “Felicidade”, de Manoel Calos, dirigida por Denise Saraceni. Ela deverá voltar a trabalhar com Denise em “Ciranda de pedra”, nova novela das 18h". O Globo 08/02/08 A opção que melhor justifica o título do texto é:
  • 41. a) o fato de Viviane Pasmanter ter estreado na TV em 1991. b) de a atriz ter sido dirigida por Denise Saraceni. c) por ter trabalhado com Denise Saraceni na novela “Felicidade” d) por ter trabalhado com Denise Saraceni em “Felicidade” e trabalhar novamente com ela em “Ciranda de pedra”. e) Viviane Pasmanter trabalhar em uma novela de Manoel Carlos. 5. (EV) O verbo estrear aparece conjugado no texto (estreou). Indique o modo e o tempo a que pertence este verbo. a) indicativo / presente b) subjuntivo / pretérito imperfeito c) indicativo / pretérito imperfeito d) indicativo / pretérito perfeito e) imperativo / afirmativo 6.(EV) O uso das aspas em alguns vocábulos do texto é justificado por/pela: a) sempre se usa com os substantivos. b) participação de Viviane em novelas da TV Globo. c) não estar empregada em seu sentido original d) participar duas vezes de novelas dirigidas por Denise Saraceni. e) ser o nome da novela, por isso o uso das aspas. 7.(EV) No segmento: “Ela deverá voltar a trabalhar...”. O elemento sublinhado é classificado morfologicamente por: a) artigo b) preposição c) pronome
  • 42. d) advérbio e) substantivo 8. (EV) “Ela deverá voltar a trabalhar com Denise...” O segmento destacado é classificado sintaticamente como: a) Adjunto adverbial de modo b) Adjunto adverbial de companhia c) Adjunto adverbial de lugar d) Adjunto adverbial de negação e) Adjunto adverbial de pessoa 9. (EV) “Ela deverá voltar...”. A locução verbal pode ser substituída, sem alteração semântica, por um verbo simples, assinale-o: a) volta b) voltaria c) voltará d) poderá voltar e) voltou 10. (EV) “Viviane Pasmanter estreou na TV...”. Nesse período o verbo “estreou” concorda com seu sujeito “ Viviane Pasmanter”, marque a alternativa em que tal concordância NÃO ocorre: a) A atriz se atrasou para a peça. b) Roberto Carlos cantou no Canecão. c) Dá-se aulas de Língua portuguesa. d) Edson Celulari ainda é fiel a Claudia Raia. e) Suzana Vieira desfilou no carnaval. 11. Leia o texto a seguir: Para fazer uma boa compra no ramo imobiliário, não basta ter dinheiro na mão. É imprescindível que o comprador seja frio, calculista e bem informado. Na hora de comprar um imóvel, a emoção é um
  • 43. dos maiores inimigos de um bom negócio. Assim, por mais que se goste de uma casa, convém manter sempre um certo ar de contrariedade. Se o vendedor perceber qualquer sinal de emoção, isso poderá custar dinheiro ao comprador. Não é por outra razão que quem compra para especular ou apenas para investir costuma conseguir um melhor negócio do que quem está à procura de um lugar para morar. Segundo o texto: a) Os vendedores, via de regra, buscam ludibriar os compradores, e vice-versa. b) O vendedor costuma aumentar o preço do imóvel quando o comprador não está bem informado sobre o mercado de valores. c) O mercado imobiliário oferece bons investimentos apenas para quem pretende especular. d) No ramo imobiliário, uma atitude que aparente indiferença pode propiciar negócio mais vantajoso para o comprador. e) No mercado imobiliário, o comprador realiza melhor negócio adquirindo uma propriedade de que não tenha gostado muito. 12. Segundo o mesmo texto: a) Quanto maior a disponibilidade financeira do comprador, maior a probabilidade de sucesso no negócio imobiliário. b) Disponibilidade econômica não é o único fator que possibilita a realização de um bom negócio. c) O vendedor, por preferir negociar com investidores, desfavorece o comprador da casa própria. d) Gostar de uma casa é psicologicamente importante em qualquer tipo de compra, seja ela para residência ou para investimento. e) O mercado imobiliário oferece oportunidades mais seguras para o investidor que para o especulador. GABARITO 1. E 2. C 3. D 4. D 5. D 6. E 7. B 8. B 9. C 10. C 11. D 12. B
  • 44. Português para Concurso: na aula anterior, falei sobre alguns conceitos básicos pertinentes a uma boa interpretação de texto, tais como interlocutor, conceito de texto, dicas de leitura etc. Sabemos que essa, muitas vezes, tira o sono de qualquer candidato a Concurso Público, porém interpretar um texto não é tão difícil assim... Basta atentar a alguns aspectos importantes: identificar o tipo do texto, o método argumentativo, a ideia principal (tópico frasal), as relações de significado entre os períodos...Todavia, antes de estudarmos algo mais profundo, temos de partir de um início, é óbvio! Começaremos, então, pelo modo discursivo, ou seja, como um texto se organiza. Você já deve saber que existem três tipos de organização textual, em nossa língua, são eles: descrição, narração e dissertação. Como o objetivo do [Português para Concurso] é passar o máximo de informação, além de prezar pela qualidade desta, dividirei a aula em 3 partes: 1ª Descrição (conceito, exemplos de textos, características e estrutura), 2ª Narração e 3ª Dissertação, vamos à aula! TIPOLOGIA TEXTUAL 1) DESCRIÇÃO: é descrever um objeto, uma pessoa, um lugar. Requer observação cuidadosa, para tornar o que vai ser descrito em um modelo inconfundível, porém, não se trata de enumerar uma série de elementos, mas transmitir sensações, sentimentos. É criar o que não se vê, mas se percebe ou imagina; é não copiar friamente uma imagem, mas deixá-la rica, pois o ser e o ambiente são aspectos importantíssimos na descrição. Existem duas possibilidades de descrição: a) Descrição objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, são apresentadas no seu sentido real. Exemplo: "Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70Kg. Aparência atlética, ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos". b) Descrição subjetiva: quando há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são apresentados em sentido figurado. Exemplo: "Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei..." ("O Ateneu", Raul Pompéia)  Estrutura: a) Introdução: a perspectiva do observador focaliza o ser ou objeto e distingue seus aspectos gerais.
  • 45. b) Desenvolvimento: capta os elementos numa ordem coerente com a disposição em que eles se encontram no espaço, caracterizando-os objetiva e subjetivamente, física e psicologicamente. c) Conclusão: não há um procedimento específico para conclusão. Considera-se concluído o texto quando se completa a caracterização.  Características: a) Presença de Substantivos e Adjetivos. O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do sol. b) Frases curtas dão um tom de rapidez ao texto. Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito crente. c) Sensibilidade para combinar e transmitir sensações física (cores, formas, sons, gestos, odores) e psicológicas (impressões subjetivas, comportamentos). d) Verbos de estado e) Linguagem metafórica Exemplos: Darcy Ribeiro (fragmento) Um dos mais brilhantes cidadãos brasileiros, Darcy Ribeiro provou ao mundo que um homem de nada mais precisa além da coragem e da força de vontade para modificar aquilo que, por covardia, simplesmente ignoramos. Ouvi-lo, mesmo que por alguns instantes, nos levava a conhecer sua sabedoria e simplicidade, era um verdadeiro intelectual cuja convivência com os índios o fez adquirir invejável formação humanística.
  • 46. Darcy tinha a pele clara, olhos negros e curiosos, lábios finos e trazia em seu rosto marcas de quem já deixou sua marca na história, as quais harmoniosamente faziam-lhe inspirar profunda confiança. Apesar de diabético e lutar contra dois cânceres, não fez disso desculpa para o comodismo ante os seus ideais maiores, ele sabia o que queria, e não mediu esforço para conseguir. Descrição de Objeto – Clarinete (fragmento) Um elemento clássico e imprescindível num concerto, o clarinete, com seu timbre aveludado, é o instrumento de sopro de maior extensão sonora, pelo que ocupa na banda de música o lugar do violino na orquestra. O clarinete que possuo foi obtido após o meu nascimento, doado como presente de aniversário por meu bisavô, um velho músico, do qual carrego o nome sem tê-lo conhecido. O clarinete é feito de madeira, possui um tubo predominantemente cilíndrico formado por cinco partes dependentes entre si, em cujo encaixe prevalece a cortiça, além das chaves e anéis de junção das partes, de meta. Sua embocadura é de marfim com dois parafusos de regulagem, os quais fixam a palheta bucal. Sua cor é confundivelmente marrom, havendo partes em que se encontra urna sensível passagem entre o castanho-claro e o escuro. Possuindo cerca de oitenta centímetros e pesando aproximadamente quatrocentos gramas, é facilmente desmontável, o que lhe confere a propriedade de caber numa caixinha de quarenta e cinco centímetros de comprimento e dez de largura... Na aula passada, estudamos o texto descritivo: estrutura, característica, conceito etc. Seguem os links para os que não leram sobre o assunto: I. Tipologia Textual - Descrição II.Interpretação de Texto - Concurso Nas provas de Português, em todos os Concursos, estão presentes textos das mais diversas naturezas, por exemplo, persuasivo, informativo, humorístico, didático... Contudo, vale lembrar que todos estes se organizam em três modos: descrição, narração e dissertação. Hoje estudaremos detalhadamente o texto narrativo. Acompanhe a aula:  NARRAÇÃO: narrar é relatar fatos e acontecimentos, reais ou fictícios, vividos por indivíduos, envolvendo ação e movimento.  Estrutura:
  • 47. a) Introdução: apresenta as personagens, localizando-as no tempo e no espaço. b) Desenvolvimento: através das ações das personagens, constrói-se a trama e o suspense que culmina no clímax. c) Conclusão: existem várias maneiras de se concluir uma narração, por exemplo, esclarecer a trama.  Características: a) Verbos de ação, discursos direto, indireto e indireto livre. b) Imaginação para compor uma história cativante que entretenha o leitor, provocando expectativa. Pode ser romântica, dramática ou humorística. c) A narrativa deve tentar elucidar os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais:  O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(n) a história;  QUEM? - a personagem ou personagens;  COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos;  ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência  QUANDO? - o momento ou momentos em que se passam os fatos;  POR QUÊ? - a causa do acontecimento.  Exemplos: Além do espelho, lembranças. Um dia, quando encerrava meu trabalho, fixei a atenção em um simples objeto da minha sala. Caminhei, paulatinamente, ao seu encontro e, à medida que me aproximava, sentia meu ego explodir em sensações indescritíveis. Ali, diante dele, parei. Meu reflexo testemunhava as marcas do passado e trazia, à tona, as lembranças da infância e da adolescência. As imagens, agora, misturavam-se, comprometendo minha lucidez. Senti meu corpo flutuar e minha visão apagar-se, de forma que eu me concentrava em recordações, apenas. Assim, momentos depois, revia meus irmãos e vizinhos correndo em volta da mesa, mamãe fazendo o jantar, papai,lendo o jornal, os cães brincando no jardim e, também, meus amigos de colégio, antigos casos amorosos. Recuperei o bom senso, por um instante, mas não durou mais que isso, pois, novamente, brotam outros pensamentos: o nascimento dos filhos e a ascensão profissional. Minutos depois, tudo acabara. Diante de mim havia só um espelho, cujo reflexo já não era de um cenário fantasioso de minha mente. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Aulas 45 a 49 Tipologia Textual
  • 48. (DPF-CESPE-UnB/02) Texto V Individualistas e comportados. E daí? 1 Cientistas sociais e filósofos de inúmeras correntes garantem: a geração de 90 é ambígua. Explica-se: os adolescentes dessa época buscam o bem-estar individual 4 mas também consideram o conceito “viver dignamente” como um direito da humanidade. Só que eles não pretendem se fatigar nas lutas sociais, nem se sentem 7 atraídos por bandeiras políticas ou cartilhas ideológicas. Em uma pesquisa recente na França, o item justiça social" foi classificado como um dos menos importantes por 10 moças e rapazes na faixa dos l4 aos 17 anos. Imediatamente, a geração que ouve Madonna, diverte-se com Steven Spielberg e devora sanduíches passou a ser 13 chamada de “novos individualistas”. O filósofo e escritor francês Laurent Joffrin, autor do livro Um Toque de Juventude, celebra com otimismo os “moralistas de blue 16 jeans”: “eles não são apáticos como se supõe. Seus interesses vão além do prazer imediato e da pura distração", explica Joffrin. Mais cético, seu colega Alain 19 Finkelkraut acredita que os jovens dos anos 90 se apóiam em relacionamentos superficiais e valores distorcidos.
  • 49. “Comportam-se como se a vida fosse um grande 22 videoclip...”, lamenta. Enquanto os intelectuais batem boca, os ingleses que cresceram ouvindo a balada conservadora de Margaret Thatcher hoje insistem que a 25 vida comportada é muito melhor. Em uma pesquisa da revista Look Now, moças e rapazes de 15 a 24 anos confessam gostar de boas roupas, querem ser vistos como 28 pessoas sensíveis e responsáveis, pretendem ter uma carreira sólida e fazer fortuna. Desnecessário dizer que a Dama de Ferro adorou os resultados da pesquisa. Laura Greenhalg. Sociedade dos poetas vivos. In: Elle, ago./1990, p.35 (com adaptações). 24) Aplicando conhecimentos acerca de tipologia, estrutura e organização de um texto em parágrafos, julgue os itens a seguir, segundo as idéias desenvolvidas no texto V. 1) O texto é essencialmente dissertativo, podendo ser distribuído em parágrafos, dos quais o introdutório iria até "cartilhas ideológicas" (l.7). 2) O primeiro período (l. 1-2) contempla a idéia geral do texto, resgatando na palavra "ambígua" o comportamento da juventude: apático e superficial. 3) Na linha 13, inicia-se uma passagem narrativa que se estende até "lamenta" (l.22) e que conta a rotina da juventude francesa da época. 4) A pesquisa relativa aos ingleses, cujos resultados aparecem a partir do antepenúltimo período do texto, agradou a liderança conservadora porque mostra que os jovens britânicos são idealistas, consumistas, alienados e ambiciosos. 5) Ao se distribuir adequadamente em parágrafos, faltaria um fechamento que resgatasse a idéia básica desenvolvida no texto e desse caráter conclusivo ao título proposto.
  • 50. (ICMS/SP/02) Texto 1 Que falta nesta cidade? .................Verdade Que mais por sua desonra?............Honra Falta mais que se lhe exponha ......Vergonha O demo a viver se exponha, por mais que a fama a exalta, numa cidade onde falta Verdade, Honra e Vergonha. (Gregório de Matos. Poesia) 27) Assinale a alternativa correta quanto à construção e à articulação de idéias da 1ª estrofe do Texto I. a) As perguntas formuladas pelo poeta são respondidas parcialmente. b) o jogo rítmico de perguntas e respostas favorece o efeito satírico do poema. c) Os qualificadores que finalizam os versos indicam as características da cidade. d) As rimas presentes no interior de cada verso contribuem para um esvaziamento semântico. e) O emprego de linguagem figurada compromete a clareza das informações. (PF-CESPE-UnB/97) O anônimo 1 Tão logo o carteiro entregou a correspondência, Eduardo foi em busca daquilo que, a experiência já lhe ensinara, certamente estaria ali: a carta anônima. De fato, não tardou a encontrar o envelope, àquela altura familiar, o seu nome e endereço escritos em neutra letra de imprensa, e a nenhuma indicação de remetente (alguns missivistas anônimos usam pseudônimo. Aquele não fazia concessões, nada fornecia que pudesse alimentar especulações com respeito à identidade). 7 Com dedos um pouco trêmulos – a previsibilidade nem sempre é o antídoto da emoção – Eduardo abriu o envelope. Continha, como de outras vezes, uma única folha de papel
  • 51. ofício manuscrita em letra de imprensa. Como de hábito, começava afirmando: "Descobri teu segredo.". Nova linha, parágrafo, e aí vinha a acusação. 12 No presente caso: desonestidade. “Todos acham que você é um homem sério, correto”, dizia a carta, “mas nós dois sabemos que você não passa de um refinado patife. Você está roubando seu sócio, Eduardo. Há muito tempo. Você vem desviando dinheiro da firma para a sua própria conta bancária. Você disfarça o rombo com supostos prejuízos nos negócios. Seu sócio, que é um homem bom, acredita em você. Mas a mim você não engana, Eduardo. Eu sei de tudo que você está fazendo. Conheço suas trapaças tão bem como você”. 19 Eduardo não pôde deixar de sorrir. Boa tentativa, aquela, do missivista anônimo. Desonestidade na firma, isto não é tão incomum. Com um sócio tão crédulo como era o Ênio, Eduardo de fato não teria qualquer dificuldade em subtrair dinheiro da empresa. 23 Só que ele não estava fazendo isso. Em termos de negócios, era escrupulosamente honesto. Mais que isto, muitas vezes repassara dinheiro para a conta de Ênio – um trapalhão em matéria de finanças – sem que este soubesse. Honesto – e generoso. Contudo, como certos caçadores tão pertinazes quanto incompetentes, o autor da carta anônima atirara no que vira e acertara no que não vira. 29 Eduardo enganava Ênio, sim. Mas não na firma. Há meses – em realidade, desde que aquela história das cartas anônimas começara – tinha um caso com a mulher do sócio, Vera: grande mulher. Claro, não poderia garantir que não sentia um certo prazer em passar para trás o amigo que sempre fora mais brilhante e mais bem sucedido do que ele, mas, de qualquer forma, isto nada tinha a ver com a empresa. Desonestidade nos negócios? Não. Tente outra, missivista. Quem sabe na próxima você acerta. Tente. Tente já. 36 Sentou à mesa, tomou uma folha de papel ofício e escreveu, numa bela mas inconspícua letra de imprensa: "Descobri teu segredo." Moacyr Scliar. Correio Braziliense, Caderno Dois, p 2, 21/12/97 (com adaptações) 35) Com referência à tipologia textual e ao nível de linguagem do texto, julgue os itens seguintes. 1) A história acerca das cartas anônimas, conforme contada pelo autor, apresentando-se na forma de uma narrativa curta, densa, exemplifica o que é conhecido por conto. 2) O trecho entre aspas situado nas linhas de 12 a 18 possui várias marcas de oralidade: registros típicos da língua falada, transpostos para a língua escrita. 3) O texto apresenta algumas expressões típicas da linguagem vulgar, como, entre outras, „patife‟, „trapaças‟, „trapalhão‟. 4) Os trechos registrados entre aspas no texto estão dispostos na forma de discurso indireto. 5) As passagens descritivas são predominantes nos quatro últimos parágrafos.
  • 52. 36) Moacyr Scliar, consagrado ficcionista brasileiro, tem um estilo de escrita em que a preocupação com a escolha vocabular e com o ritmo da frase não turvam o potencial comunicativo do texto. Com base nesse aspecto, julgue os itens a seguir. 1) O Em "Eduardo foi em busca daquilo" (l. 1/2), o termo sublinhado refere-se ao que "a experiência já lhe ensinara" (l. 2). 2) Todos os travessões (linhas 7, 25, 26 e 29) estão empregados para ampliar e destacar as idéias anteriormente expostas. 3) O uso de frases curtas ao lado das frases de maior extensão, principalmente no sexto parágrafo, é um recurso estilístico ligado ao ritmo da prosa, utilizado para dar densidade ao texto, prendendo o interesse do leitor. 4) Ao destacar a figura feminina com "Vera: grande mulher" (l. 31), o narrador dá duas informações, simultaneamente: que ela era valorosa e também robusta. 5) Com a passagem "Desonestidade nos negócios? Não." (l. 34), o autor usa de um recurso estilístico denominado apóstrofe. TEXTO 2 José Rainha e a democracia no Brasil O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), José Rainha, foi condenado por um júri popular de Pedro Canário, no norte do Espírito Santo, a 26 anos e 6 meses de prisão sob a acusação de ter participado de dois assassinatos cometidos durante a invasão de uma fazenda. A pena teve como fundamento um inquérito policial militar.Cumpre ressaltar que quando a pena ultrapassa 20 anos, a lei determina automaticamente a realização de um novo julgamento, já marcado para 20 de setembro. 9 Está claro que esta condenação foi meramente política, com o intuito de calar a grande liderança do maior e mais organizado movimento de massa que se contrapõe à atual política governamental no Brasil. A promotoria não tinha sequer prova de que José Rainha estava presente nos episódios que levaram ao assassinato. Nenhuma testemunha de acusação foi ouvida em plenário. 15 O julgamento se deu com base em depoimentos colhidos ainda durante a fase de inquérito, numa repartição militar, sem a presença de advogados dos acusados. Legalmente, este tipo de depoimento não pode ser levado em consideração. Nada que incriminasse José Rainha foi
  • 53. demonstrado. Não é à toa que o inquérito policial civil que também investigou o caso o isenta da acusação. 21 Este episódio se soma a outros que nos levam a questionar se de fato vivemos em um país democrático. No dia 28 de agosto chegaram à Universidade de Brasília documentos secretos do Exército brasileiro com investigações sobre a vida de algumas lideranças de esquerda. O que assombra é o fato de que estas investigações não pararam na época da ditadura, no meio dos documentos são encontrados alguns que datam de 1995. 28 Neste momento, o povo brasileiro deve dizer não à condenação de Rainha, como uma forma de exigir justiça e democracia. Andréia Barbosa . O Nestino. DCE/UnB, p. 2, setembro de 1997. 37) Evidenciando a compreensão dos dois textos anteriores, com ênfase na tipologia textual e no estilo utilizados, julgue os itens a seguir. 1) No primeiro texto, predomina a função poética; no segundo, a função referencial da linguagem. 2) No segundo texto, distintamente do primeiro, a autora expõe seu ponto de vista e seus julgamentos acerca dos fatos narrados. 3) No primeiro texto, a coloquialidade da linguagem é dominante; no segundo, há uma série de informações vazadas em linguagem técnica. 4) O segundo texto é eminentemente dissertativo. 5) Nos dois textos, há situações que poderiam desencadear investigações policiais, mas apenas no primeiro texto é feita alusão a documentos que poderiam ser objetos de estudos de um perito criminal. TEXTO 3 Execução de exames periciais em documentos, moedas, mercadorias, instrumentos utilizados na prática da infração penal, em locais de crime ou de sinistro, bem como a realização da coleta de dados necessários à complementação dessas perícias. DAS ATRIBUIÇÕES DO CARGO DE PERITO CRIMINAL FEDERAL Edital n.º 78/97 DRS/ANP-PCF 38) De acordo com o texto, julgue os itens a seguir. 1) O texto está redigido como uma extensa frase nominal.