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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
(UCM)
TRABALHO DE MESTRADO
CONCEPÇĂO E DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE LOCALIZAÇĂO DE
ZONA INDUSTRIAL USANDO SISTEMAS DE INFORMAÇĂO GEOGRAFICA
(ESTUDO DE CASO: DISTRITO DO DONDO)
Supervisor
Professor Catedrático: Marco Painho
Elaborado Por
Kenneth Viagem Marizane
Beira, 21 de Dezembro de 2011	
  
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Resumo
A modelação espacial com base no uso dos sistemas de informação geográfica (SIG), vem se
tornando uma importante ferramenta para o planeamento do uso do solo, visto que permite resultados
com maior objectividade para a localização de espaços aptos para fins apropriados de forma a
maximizar o uso do espaço terreste, daí que os gestores de terras em particular, precisam destes
meios auxiliares.
Esta dissertação apresenta uma modelagem espacial obtida com o apoio do softwere ArcGIS 9.3.1
para a localização de áreas aptas para a implantação de zona industrial no distrito do Dondo,
localizado no corredor da Beira, centro de Moçambique. O modelo foi desenvolvido com base em
avaliação criteriosa dos factores de aptidão nomeadamente, acessibilidade, uso e cobertura do solo,
tipos de solos, declive, rede fluvial e infaestruturas de saúde existentes no distrito. Por isso, foram
encontradas quatro zonas (manchas castanha escura) que apresentam maior aptidão para a criação de
zonas industriais no distrito.
Palavras-chave: zona industrial, sistemas de informações geográficas, avaliação multi-criterial
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1. Introdução
1.1. Enquadramento
A Indústria é fundamental e estratégica na economia de qualquer país, na medida em que
proporciona a base para o desenvolvimento dos restantes sectores. Neste contexto, o Governo de
Moçambique considera a indústria como um dos factores mais determinantes para o
desenvolvimento económico, e espera que nos próximos 5 anos, contribua progressivamente
para o aumento da produção e produtividade, assim como, para a criação de condições que
permitam a introdução de novas tecnologias, novas qualificações, novas formas de organização
da produção e de novos produtos. Impõe-se nesta perspectiva, a adopção de uma estratégia que
possibilite o relançamento da actividade industrial, o alargamento da base produtiva, a redução
das assimetrias tanto regionais como provinciais e a maximização das oportunidades de
desenvolvimento.
As condições económicas e sociais em Moçambique, mudaram substancialmente, tornando
desajustados os instrumentos orientadores para o desenvolvimento da indústria. Nos últimos
anos, o enfoque do Governo está direccionado para os programas de alívio à pobreza, para os
quais se torna importante o papel da ajuda externa e o incremento do Investimento Directo
Estrangeiro (IDE). Esta abertura, obriga a que haja condições de infra-estruturas adequadas de
forma a responder significativamente às exigências dos investidores.
A Política e Estratégia Industrial afigura-se neste momento como um instrumento ideal capaz de
orientar o desenvolvimento industrial, através da coordenação das actividades de várias
instituições públicas e privadas, além de mobilizar recursos, parceiros e criar capacidades
institucionais. Contudo e como forma de consubstanciar uma estratégia que permita não só
estimular o crescimento da produção industrial, mas também alterar o padrão do seu
crescimento, privilegiou-se, como passo preliminar, a realização de um diagnóstico do sector
industrial, identificando os seus constrangimentos e potencialidades.
Face ao desenvolvimento e à conjuntura actual, torna-se importante a elaboração de uma Política
e Estratégia Industrial que responda aos desafios que se colocam ao processo de industrialização,
onde as intervenções do Estado deverão estar organizadas num quadro multi-sectorial, baseado
em cadeias de produto e valor e clusters industriais. Por isso é imperiosa a criação das zonas
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específicas reservadas para a implantação das indústrias (parque industrial nas zonas rurais), para
melhor atracção dos investimentos, conforme as condições geográficas, matéria-prima, recursos
humanos, entre outros factores.
Reconhecendo o papel do governo pela iniciativa de alocação de fundos aos distritos para o
desenvolvimento de iniciativas locais e verificando-se que as populações tendem a ocupar áreas
não apropriadas a fim de desenvolverem as suas actividades económicas, criando
desordenamento territorial, é importante e urgente a demarcação das áreas para o
desenvolvimento industrial.
Nos últimos anos os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) vêm sendo utilizados com maior
intensidade no apoio à tomada de decisões, proporcionando aos profissionais os meios
necessários para melhorar a eficiência nos trabalhos que envolvem informações com uma
dimensão espacial. O desenvolvimento de um modelo de localização espacial permitirá uma
melhor caracterização dos cenários de aptidão ou inadequação para um processo de localização
industrial, integrando na mesma base de análise uma perspectiva económica estratégica e a
preservação dos valores naturais e/ou ambientais.
1.2. Problema
A falta de zonas industriais no país, em particular na área em estudo, preocupa o autor em
desenvolver um modelo de localização industrial usando sistemas de informação geográfica, com
o objectivo de identificar zonas com potencialidades para a melhor localização industrial e ao
mesmo tempo, criar facilidades para que os investidores tenham acesso na obtenção de espaços
apropriados para fins de indústria.
Como resposta deste flagelo económico, o Ministério da Indústria e Comércio (MIC) através da
Direcção Nacional da Industria, pretende coordenar as acções com as instituições intervenientes,
para a identificação e operacionalização das zonas para o desenvolvimento da actividade
industrial a nível de todas as províncias do país. A criação de zonas industriais constitui uma das
prioridades definidas no plano do governo, pelo papel relevante que desempenham na atracção
de investimentos para o desenvolvimento da actividade industrial em Moçambique, em particular
no distrito do Dondo.
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O problema de localização industrial ou a criação de uma zona industrial capaz de minimizar os
custos de produção e maximizar os lucros não é um dado isolado do país, mas sim, do mundo em
geral, a título de exemplo: O primeiro modelo de localização industrial foi desenvolvido por
Alfred Weber (1868-1958). Este modelo visa analisar as vantagens de custo que afectam a
decisão locacional de indústrias em geral, e Losch (1954) contrariamente a Weber que
considerava o equilíbrio individual, enfatiza o equilíbrio geral das localizações. Este modelo
tenta estabelecer os parâmetros que definem a melhor localização para os empreendimentos,
levando em consideração o planeamento público e privado.
Contudo, neste trabalho o autor procura inverter a actual tendência de dispersão das actividades
industriais, promovendo a localização das mesmas em parques e em zonas industriais de fácil
acessibilidade, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável destas unidades
económicas. Actualmente, as zonas industriais são vistas, não só, como instrumentos de
ordenamento do território, mas também como indutor da competitividade e do desenvolvimento
económico e social das regiões, pelo importante contributo que prestam no surgimento das
actividades de elevado valor acrescentado no reforço do potencial empreendedor e na criação e
retenção de mão-de-obra numa região, em particular na área em estudo.
1.3. Hipóteses
• Os factores de localização industrial existentes não contemplam os factores naturais,
económicos e ambientais ou ecológicos, estando na sua maioria dentro do centro urbano
(Central Business District);
• Os actuais planos para a localização industrial no distrito do Dondo não seguem a essência
do conceito de zona industrial;
• A criação de uma zona industrial na área em estudo, vai impulsionar o desenvolvimento
económico através dos impostos fiscais e de outras responsabilidades sociais por eles
oferecidos;
• O desenvolvimento de um modelo específico para a localização industrial na área em
estudo irá contribuir para uma boa gestão do espaço.
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2. Justificação
Com a introdução do licenciamento simplificado das actividades económicas em Moçambique,
pretende-se melhorar e garantir o licenciamento de novos estabelecimentos compatibilizando os
interesses particulares com as perspectivas de desenvolvimento industrial e ainda com a
necessidade de criar condições para o surgimento das actividades geradoras de emprego no país,
com vista a responder aos desafios do desenvolvimento. Para o efeito, a utilização de ferramentas
tais como Sistemas de Informação Geográfica (SIG), apropriadas para a manipulação de dados
espaciais, é indispensável no processo de ordenamento territorial.
Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) enquanto ferramentas destinadas à aquisição,
gestão, análise e apresentação de informação georeferenciada, utiliza a informação organizada
em diferentes níveis temáticos, podendo fazer várias operações de análise lógica, estatística e
matemática, apresentando os resultados numa carta ou numa tabela. Este tipo de ferramenta
revolucionou a monitorização e gestão dos recursos naturais e uso do solo, não sendo portanto
surpreendente o interesse crescente no desenvolvimento de abordagens de suporte à decisão
baseadas em SIG (Ramos, 2000).
O modelo irá contribuir para uma melhor caracterização dos cenários de aptidão ou inadequação
para um processo de localização industrial, integrando na mesma base de análise uma
perspectiva económica estratégica e a preservação dos valores naturais e/ou ambientais.
3. Objectivo Geral
Desenvolver um modelo de localização industrial para o distrito do Dondo, usando Sistemas de
Informação Geográfica, que integre as perspectivas do ordenamento do território. Aplicando a
análise-multicritério em ambiente SIG para a escolha do melhor local para implantação da Zona
Industrial;
4. Metodologia
4.1. Procedimentos Metodológicos
Neste estudo realizou-se a identificação de áreas com potencial para a implantação de uma zona
industrial no distrito do Dondo, através do uso de instrumentos das geotecnologias (SIG), que
permitiu a elaboração do mapa de distribuição industrial do distrito. Diante disto, foi necessário
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estabelecer uma metodologia de trabalho desenvolvida em partes distintas capaz de responder os
objectivos para o efeito.
Na 1ª etapa, foi feita uma revisão bibliográfica, utilizando obras de diversos autores que estudam
as geotecnologias e as suas aplicações, como também, aqueles autores que estudam mecanismos
sobre a criação do espaço industrial tanto urbano como sub-urbano, seus problemas ambientais, e
a sua contribuição económica nessas áreas e as soluções por eles apresentados para solucionar ou
amenizar tais problemas, como por exemplo, a implantação de parques ou zonas industriais,
áreas verdes ou outros ambientes em que são conservados os ambientes naturais ali existentes.
Na 2a
etapa foram estabelecidas variáveis e critérios que permitiram a classificação dos pesos de
cada factor de localização industrial, de modo a facilitar as operações de análise espacial com
vista a identificar uma zona apta para uma a instalação de uma zona industrial, ver a tabela 1.
Tabela 1 - Classificação dos factores de localização de uma zona industrial quanto ao peso e critérios
Factores Peso Critérios em relação a zona industrial Importância Qualificação
Acessibilidade 23%
Rede ferroviária 5km< DZi ≤ 10km 7 Muito boa
Rede viária 3,5km< DZi ≤ 5km 7 Muito boa
Rede fluvial 2,5km < DZi ≤ 3km 7 Muito boa
Uso e Cobertura do solo 29%
Pradaria (Zona de pastagem) 7 Muito apta
Área arbustiva 5 Apta
Floresta aberta sempre verde 4 Regular
Floresta aberta regularmente inundada 3 Regular
Vegetação herbácea regularmente
inundada
1 Não apta
Campos Cultivados 0 Não apta
Matagal 0 Não apta
Mangal denso 0 Não apta
Corpos de água 0 Não apta
Declive 25%
0-3º 7 Muito apta
3-6º 5 Apta
6-9º 3 Regular
9-90º 0 Não apta
Solos 15%
Areia castanho-amarelada, solos muito
profundos
7 Muito apta
Franco-Arenoso, Castanho acinzentado,
profundos
6 Apta
Franco-Arenosos, Castanho
acinzentados, profundos
6 Apta
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Franco-argilo-arenoso castanho,
profundidade moderada
4 Regular
Argiloso castanho, acinzentado escuro,
solos profundos
3 Regular
Franco-argílo-arenoso Castanho
amarelado, com cama
3 Regular
Franco argilo arenoso castanho
amarelado, com cama
3 Regular
Infraestruturas de saúde 8% 3km< DZi ≤ 5km 7 Muito boa
Universidades ------ 5km< DZi ≤ 10km ----------- ------------
DZi – Distância da Zona Industrial em relação ao factor da localização
4.2. Materiais Usados
- Mapa de Tipo de Solos do Distrito do Dondo;
- Mapa de distribuição industrial do Distrito do Dondo;
- Modelo Digital de Elevação do Terreno do Distrito do Dondo;
- Mapa Digital de Uso e Cobertura de Solos do Distrito do Dondo;
- Mapa Digital da Divisão Administrativa do distrito do Distrito do Dondo;
- Dados Digitais de: Rede viária; Rede Férrea; Rede Fluvial, Aglomeração Populacional e
Hospitais do Distrito do Dondo;
- Software de geoprocessamento ArcGis 9.3.1.
5. Localização Industrial
5.1. Introdução
Quando se pretende entender a distribuição espacial das indústrias e o processo de escolha da sua
localização, é-se confrontado com vários factores, mais ou menos importantes, que condicionam a
tomada de decisão. Associado a estes factores deve estar o planeamento urbano e regional que
define as zonas reservadas a esse uso específico, impedindo a sua livre localização, de forma a
evitar situações de incompatibilidade.
5.2. Teorias clássicas de localização
Richard Cantillon (1755) foi o pioneiro do estudo da localização, relacionando a distribuição dos
mercados e sua área de influência com o custo do transporte dos produtos. Desta forma mostra
como os preços no mercado urbano determinam a repartição das culturas em volta da cidade.
Mais tarde, Von Thunen (1826) desenvolveu os fundamentos da localização agrícola ao aplicar a
teoria dos círculos concêntricos (Ramos, 2000). Pela primeira vez é dada maior importância ao
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problema de ocupação do espaço em detrimento das implicações económicas.
Wilhelm Launhardt (1882) mostra que os custos de transporte de matérias-primas para as
empresas e do produto final para o mercado, funcionam como forças que determinam um ponto
óptimo de localização, que consiste no “local do custo mínimo de transportes”.
Em 1909 Alfred Weber definiu uma teoria de localização industrial como um problema de
repartição no espaço das actividades económicas. Considerou três factores principais que podem
influenciar a localização das indústrias, que são: ponto mínimo de custos de transporte, distorção
do trabalho e forças de aglomeração e desaglomeração.
O ponto mínimo de custos de transporte, determinado geometricamente pelo método dos
“triângulos de localização”, compara o preço entre o transporte das matérias-primas e dos
produtos finais, encontrando o ponto óptimo que minimiza estes custos tendo em conta os
elementos que o condicionam, o peso e a distância. A distorção do trabalho corresponde à
atracção exercida por centros onde a mão-de-obra é abundante. A sua influência sobre os
produtos, por unidade de peso, é medida pelo “índice de custo do trabalho” que assume valores
proporcionais ao peso da mão-de-obra exigida no processo de produção.
O terceiro factor, forças de aglomeração ou desaglomeração, traduz o nível de concentração das
empresas resultante do seu reagrupamento geográfico ou da sua dispersão provocada pela
concentração excessiva, o que reduz os locais disponíveis e aumenta o preço dos solos. Da
intervenção destas forças resulta a densidade industrial. Weber recorre ao triângulo locacional
(figura 1). Este é constituído por dois pontos diferentes de fornecimento de matérias-primas para
a indústria (M1 e M2) e outro ponto distinto onde se localiza o centro consumidor (C). O ponto
de equilíbrio das três forças (P) é capaz de proporcionar o menor custo para a indústria, ou seja,
ponto onde os custos de transporte tanto das matérias-primas requeridas quanto do produto final
sejam idênticos por unidade de distância percorrida. A localização óptima da indústria dá-se
exactamente no centro do triângulo locacional, onde os custos de transporte são mínimos.
Fig.1-Triangulo locacional (Weber, 1909)
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Andreas Predöhl (1925/8), une as teorias de localização agrícola e industrial, aplicando o
princípio da substituição de factores de produção localizados em diferentes pontos. Pela
atribuição de “unidades de utilização” a cada factor, as quais determinam o seu grau de
produtividade em função dos seus preços relativos e dos custos comparados do transporte,
determinando assim a melhor combinação dos factores de produção e as zonas de menores custos
globais, encontrando-se no final, as áreas preferenciais para a implantação de uma empresa.
A existência de múltiplos obstáculos de diferentes naturezas, dificulta a mobilidade dos factores e
dos produtos, tornando a concorrência entre si imperfeita quando localizados em sítios diferentes
(Hans Weigmann, 1931).
Em 1935, Tord Palander desenvolve o método das isolinhas. Aplicando-o à análise espacial,
pretende definir o lugar geométrico de pontos para os quais os custos de transporte de matérias-
primas são iguais aos custos de transporte de produtos acabados. Pela união destes pontos são
construídas “isodapanes” (linhas de igual custo total de transportes) situando-se o ponto mínimo
de transporte no interior do seu limite.
Walter Christaller (1933) elabora a teoria dos lugares centrais, estabelecendo uma hierarquia dos
centros urbanos com base nas suas actividades terciárias e serviços prestados à respectiva área de
influência. Cada aglomerado fornece um certo número de bens e serviços terciários ao resto do
país: princípio do abastecimento dos mercados. No entanto, esta análise empírica de Christaller
apresenta algumas lacunas, pois a repartição dos aglomerados no espaço também é influenciada
pelo princípio do transporte e pelo princípio do abastecimento dos mercados.
Em 1940, August Losch desenvolve uma teoria de localização industrial abrangendo todo o
sistema económico, com a intenção de manter o equilíbrio espacial geral. Para ele, o importante
não é conhecer quais os motivos que levaram os empresários a fixarem-se num determinado local,
mas sim determinar de forma abstracta quais são as condições óptimas de localização, dado que
os princípios tidos em conta por um empreendedor individual são diferentes, quer se trate de um
investimento a nível sectorial ou global.
Losch faz uma análise distinta para a localização industrial e para a localização agrícola,
considerando que para a localização industrial o ponto de equilíbrio espacial geral corresponde ao
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ponto que maximiza as vantagens individuais e o número de unidades económicas autónomas.
Este ponto de equilíbrio assegura a interdependência das localizações.
No entanto, Losch não desenvolve este raciocínio, considerando que esta teoria de localização é
de carácter muito geral para ter qualquer aplicação prática. Assim, apresenta a teoria das áreas de
mercado e das regiões económicas, pretendendo com ela mostrar que se podem delimitar regiões
económicas que não se situam apenas no interior das fronteiras políticas dos estados.
Para fundamentar a sua teoria, parte de um preço pré-estabelecido para o produto na porta da
fábrica, 0P (figura 2), neste ponto PQ são vendidas quantidades de produto. Para pontos mais
distantes da fábrica os preços serão mais elevados, dado que ficam acrescidos dos custos de
transporte e como os preços tende a subir, a quantidade de produtos por vender decresce.	
  	
  	
  
Fig. 2 - Curva de demanda como função da distância do mercado (Losch, 1954)
Ao analisar a figura 2, observa-se que um consumidor localizado em R terá um preço de
mercado de OR e a quantidade vendida será RS. O preço limite do produto é estabelecido em
OF e o custo limite de transporte será PF, este é o alcance máximo do bem.
No ponto F, nenhum produto será vendido se a fábrica estiver localizada em P. “ As vendas
totais equivalem ao volume do cone produzido pela rotação do raio PF em torno do eixo das
quantidades máximas da demanda PQ. Originando o cone de demanda de Losch1
” (figura 3).
Fig. 3 - O Cone de demanda (Losch, 1954)
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
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Uma redução de preço para OP’ implica um aumento da quantidade procurada de P’O’,
ampliando o cone de procura para P’F e P’O’. A ampliação do cone de procura demonstra que,
com a redução do preço FOB (Free on the Board), amplia-se a área de mercado.
Na visão de Losch o que vai determinar a escolha da localidade é a área de mercado. A
determinação da área de mercado óptimo dá-se através de uma produção mínima e do reduzido
custo de transporte.
5.3. Tendências recentes da teoria da localização
As teorias clássicas de localização fundamentando-se essencialmente nos custos dos transportes,
tornaram-se insuficientes para a explicação e resolução de determinados problemas. Outras
orientações mais recentes oferecem novas explicações para a localização industrial.
O factor económico tido em conta para a decisão da localização de uma unidade industrial, deixa
de ter importância máxima, valorizando-se outros aspectos que contribuem para a minimização
dos riscos. O efeito da incerteza, bem suportado por decisões com impacto a longo prazo, justifica
a escolha de uma localização não óptima, mas apenas viável, ao passo que a rentabilidade máxima
é procurada nas escolhas com impacto a curto prazo (Richardson, 1973).
Segundo Smith (1977), as empresas limitam-se a definir para o território em causa, zonas de
lucros positivos, caindo a sua escolha dentro delas e em localizações que maximizem as
vantagens não financeiras.
Os factores financeiros apresentam, assim, uma importância decrescente, dando-se maior
relevância a outros critérios, como as preferências pessoais, que podem levar à escolha de uma
grande cidade onde o risco da incerteza é menor. Os movimentos inter-regionais de capital
dependem do volume dos capitais oferecidos em cada região e do balanço oferecido por cada
região. Fazendo uma síntese destes factores, Richardson define um modelo probabilístico de
localização, fazendo corresponder a cada caso um coeficiente probabilístico.
É objectivo destas novas ideias de localização, diminuir a mobilidade e aumentar a concentração
espacial das unidades industriais. De um modo geral, as decisões de localização são próprias das
grandes empresas possuidoras de várias unidades fabris, sendo que as pequenas empresas apenas
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se deslocam quando lhes é imposto e nunca para grandes distâncias.
O crescimento de uma empresa obriga-a a certas mutações que lhe dá a possibilidade de se
movimentar no espaço. Portanto, conhecer as formas de mudança e de crescimento de uma
empresa ajuda a compreender a sua escolha espacial.
Como refere Aydalot (1985), distinguem-se três fases para o desenvolvimento da empresa: fase da
organização, de expansão e de racionalização. Deverá, então, procurar-se a aplicação destas fases
nas formas do seu desenvolvimento espacial.
Cada factor considerado determinante ao funcionamento da empresa pode levar a uma nova
interpretação das suas escolhas espaciais. Considera-se implícito que a empresa tenha uma
localização de equilíbrio, que não modificará senão para reagir a uma modificação das condições
exteriores (Rees et al., 1981; North, 1955). Vários autores analisaram as modalidades do processo
de decisão no seio da grande empresa. Ao contrário da pequena empresa que está dependente do
meio que a envolve, a grande empresa, tendo potencialidades para suportar as incertezas e os
riscos de errar, mune-se de liberdades específicas que lhe dão a possibilidade de se movimentar
sobre grandes distâncias.
5.4. O comportamento espacial das empresas
Normalmente realizam-se inquéritos para melhor conhecer os motivos que levaram uma empresa
a optar por um determinado local. No entanto, deverão ser tomadas algumas precauções na sua
interpretação e apresentação de conclusões, dado o elevado grau de imprecisão das respostas neles
contidas e diferentes tipos de indústrias entrevistadas possuírem ambições, finalidades e
necessidades distintas.
Os factores considerados importantes pelos empresários para a sua decisão espacial, devem ser
correctamente agrupados em classes tendo em conta a sua natureza e a cada um atribuído um peso
relativo. Desta forma, os inquéritos permitem classificar e hierarquizar os principais factores de
localização que vão ao encontro das características específicas de cada empresa, quer se trate da
criação de uma nova unidade ou de uma mudança de localização.
O processo de decisão na escolha da localização não é padronizado para todo e qualquer tipo de
empresa. Cada empresa irá ponderar os critérios que considera relevantes, quer sejam preferências
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pessoais, oferta de mão-de-obra, clima social, incentivos Político-regionais, disponibilidade de
terrenos, etc., fazendo-os intervir na sua escolha por ordem decrescente de importância.
A dimensão da empresa também tem influência na forma como se vai processar a tomada de
decisão. Isto é, as grandes empresas possuem sectores especializados que aconselham a equipa da
direcção de quando e onde deve ser implantada a nova instalação, enquanto as empresas de
menores dimensões a decisão de uma nova implantação e escolha do local cabe apenas ao topo da
hierarquia da empresa, nomeadamente Presidente e Vice-Presidente.
5.5. Os factores de localização
Factor de localização é todo o elemento susceptível de diferenciar o espaço. Porque a sua
importância varia com o tempo e com a região geográfica, não é possível estabelecer uma
hierarquia universal que possa servir de modelo para todo e qualquer tipo de análise (Soares,
2002).
O desenvolvimento territorial e tecnológico modifica a importância de um factor de localização,
que quando menor, contribui para a homogeneização do território.
De seguida apresentam-se alguns factores de localização industrial que contribuem para a
diferenciação do espaço.
O progresso contínuo da tecnologia de laboração das indústrias, a evolução dos transportes e a
importação de matérias-primas, permitem às indústrias obterem a mesma quantidade de produto
final com menores custos de transporte e de volume de matéria-prima. Assim estes factores,
custos de transporte e proximidade a fontes de matéria-prima, passaram a ter menos importância
para a definição da localização. Devido à importação de materiais necessários à laboração, os
portos de importação passaram a determinar pontos de atracção para a implantação de indústrias.
Qualquer unidade industrial para laborar convenientemente necessita de mão-de-obra, mais ou
menos qualificada, em maior ou menor quantidade, dependendo do tipo e dimensão da empresa.
A nova localização deverá fornecer à empresa a força de trabalho necessária, o que torna este
factor determinante na escolha do local.
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A proximidade a “mercados” tem também alguma importância na decisão de localização uma vez
que representa o local de escoamento da produção, contribuindo para a concentração das
localizações. O peso deste factor tende a diminuir com a diminuição dos custos dos transportes.
6. Análise Multicritério
6.1. Introdução
Com base nas definições dos critérios, e factores levantados pelos autores que versam sobre a
análise multicritério vai servir de ponto de partida para a avaliação dos dados espaciais obtidos no
terreno de forma a definir novos critérios a serem usados na criação de uma zona industrial no
distrito.
Um Critério representa uma condição que contribui para a tomada de decisão, podendo ser
quantificado ou avaliado. Os critérios podem ser de dois tipos: Exclusões ou Factores.
Uma Exclusão é um critério que limita as alternativas consideradas na análise. É traduzida pela
criação de limitações ao espaço de análise definindo as alternativas não elegíveis que deverão ser
excluídas do espaço inicial de soluções possíveis, ou por apenas pretender garantir que a solução
final possua algumas características pré-estabelecidas.
Um Factor é um critério que acentua ou diminui a aptidão de uma determinada alternativa para o
objectivo em causa. De um modo geral, a aptidão é medida numa escala contínua de forma a
abranger todo o espaço de solução inicialmente previsto (SOARES, 2002).
6.2. Avaliação de pesos para critérios
Num processo de decisão que envolve múltiplos critérios é necessário quantificar a importância
relativa de cada um, o que normalmente é feito pela atribuição de um determinado peso.
O facto dos diferentes decisores atribuírem graus de importância variáveis aos diversos critérios,
obriga a uma cuidadosa atribuição de pesos de modo a que sejam preservadas as suas
preferências.
Não se podendo afirmar que existe um método consensual para a definição de pesos, encontram-
se na literatura várias propostas de procedimentos para este efeito (Voogd, 1983; Von Winterfeldt
e Edwards, 1986; Malczewski, 1999).
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6.2.1. Método baseado no ordenamento de critérios
Este método consiste em ordenar os critérios de acordo com o grau de importância atribuído pelo
decisor, isto é, ao critério mais importante é atribuída a ordem 1, ao segundo mais importante a
ordem 2, e assim sucessivamente. Estabelecida a ordem, procede-se à geração de pesos, existindo
para tal diversos procedimentos. Como exemplo, citam-se dois desses procedimentos (Stillwell et
al, 1981): o rank sum, assim designado por utilizar a ordem no ranking, e o rank reciprocal, que
utiliza a ordem inversa dos critérios no ranking.
Respectivamente, o vector dos pesos é obtido pelas seguintes expressões:
Rank sum: 𝒘𝒋𝒌 =
1
1
+
+
k
j
nr
n
(1); Rank reciprocal:
k
j
jk
r
r
w
/1
/1
= (2)
Onde: w é o peso normalizado do critério j, rj é a ordem do mesmo critério no ranking e n é o
número de critérios.
6.2.2. Método baseado em escalas de pontos
A escala de pontos é uma outra alternativa simples de atribuir pesos a critérios, principalmente
quando é possível uma avaliação directa.
Inicialmente este método foi desenvolvido por Osgood et al. (1957), defendendo que é suficiente
para alguém expressar adequadamente a sua preferência uma diferenciação em sete níveis. A cada
critério é atribuído um número de um a sete numa escala ladeada por duas expressões opostas,
denominado princípio da semântica diferencial (Tabela 2).
Insignificante 1 2 3 4 5 6 7 Importante
Tabela 2 - Escala de sete pontos
Feita a avaliação de todos os critérios procede-se à normalização dos valores a eles atribuídos,
gerando-se assim um conjunto de pesos.
Têm surgido algumas variações a esta escala que a convertem de forma arbitrária numa escala de
n pontos. Podem ser encontrados em Findlay et al (1988) e em Mendes (1999), exemplos da
utilização deste método com uma escala de 5 pontos em estudos de avaliação multicritério de
qualidade de vida urbana.
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6.2.3. Método baseado na distribuição de pontos
Utilizando este método, o decisor deverá distribuir pelos critérios, um conjunto de pontos que
totalizarão um valor pré-estabelecido. Quantos mais pontos forem atribuídos a um critério, maior
será a sua importância relativa. Assim, se for estabelecido um valor total de 100 pontos, a
atribuição de 0 pontos a um critério significa que o mesmo pode ser ignorado, ao passo que, a
atribuição de 100 pontos significa que, para a decisão em causa, apenas esse critério é tido em
conta.
6.2.4. Método baseado na comparação de critérios par-a-par
No contexto do processo de tomada de decisão denominado AHP (Analytic Hierarchy Process),
Thomas Saaty (1977, 1980, 1987) desenvolveu a metodologia de comparação par-a-par, de uma
forma mais complexa mas também mais promissora, para a obtenção dos pesos a atribuir aos
vários critérios.
Este método baseia-se na construção de uma matriz quadrada n, n que permite efectuar a
comparação entre os n critérios. Os diferentes critérios são dispostos pela mesma ordem ao longo
das linhas e das colunas, para que o valor aij represente a importância relativa do critério da linha i
face ao critério da coluna j. Assim, resultando uma matriz recíproca cujos elementos são definidos
como na equação a seguir, apenas é necessário avaliar a sua metade triangular inferior esquerda.
ija =
1
a ji
e i,j ={1,2…., n} (3)
6.3. Normalização de critérios
Normalmente a avaliação dos diferentes critérios resulta em grandezas e valores não comparáveis
entre si, sendo obrigatório proceder à sua normalização para a mesma escala de valores no sentido
de viabilizar a sua agregação.
De um modo geral, os processos de normalização são estabelecidos por curvas de normalização
que utilizam valores máximo e mínimo, sendo a variação linear a forma mais simples para definir
uma escala (Eastman, J. R., 1997):
RR
RRi
ix
minmax
min
−
−
= x Intervalo normalizado, i= {1,2,...,n} (4)
18	
  
	
  
Onde: Ri é o valor de Score a normalizar e Rmin e Rmax são os Scores mínimo e máximo
respectivamente.
Quando o número de scores é suficiente para permitir o cálculo de médias e desvios padrão com
algum significado, pode recorrer-se a uma outra forma de normalização denominada de z-score
(Bossard, 1999) cujo valor é dado pela seguinte equação (Mendes et al., 1999):
Zscore	
  =	
  a	
  
( )
( )R
RR
σ
µ−
	
  	
  	
  	
  	
  	
  (5)	
 
Onde: R é o valor do score a normalizar, µ(R) é a média dos scores das diferentes alternativas em
consideração e σ(R) é o respectivo desvio padrão. A variável a assume o valor +1 quando
maiores valores do score do critério contribuem positivamente para o objectivo em causa, e o
valor –1 quando maiores valores do score contribuem negativamente para o objectivo.
Assim definido, o z-score é o número de desvios padrão que o score daquele critério está acima
ou abaixo da média dos scores de todas as alternativas consideradas.
Uma utilização extensiva deste conceito pode ser consultada em Mendes et al. (1999) e Ramos
(2000).
6.4. Combinação de critérios
Uma vez normalizados os scores dos critérios para um intervalo fixado (0 a 1, ou outro), estes
podem ser agregados de acordo com a regra de decisão. Para tal, existem diversas classes de
operadores para a combinação de critérios para uma descrição extensiva (Malczewski, 1999). Nas
secções seguintes apresentam-se dois procedimentos considerados como mais relevantes no
âmbito dos processos de decisão de natureza espacial: a Combinação Linear Pesada (WLC) e a
Média Pesada Ordenada (OWA).
7. Parques Industriais: Definição e conceitos
Os sinónimos “distrito industrial”, “parque industrial”, ou ainda “pólo industrial” possuem um
claro significado para empresários, profissionais da indústria, associações de representação
industrial, e autoridades voltadas para o desenvolvimento económico. Contudo, a inserção da
palavra “eco” a estas terminologias propõe um novo enfoque estratégico às estruturas
organizacionais industriais, sendo importante a sua distinção do tradicional conceito já
19	
  
	
  
consagrado de parque industrial.
O termo “Eco Parques Industriais” foi utilizado oficialmente pela primeira vez em 1993, a nível
internacional, por uma equipe de especialistas denominada Indigo Development, da Universidade
de Dalhousie, no Canadá e da Universidade de Cornell, nos EUA (LOWE, 2001).
Um Eco-Parque Industrial e um Parque Industrial, possuem duas importantes características em
comum: constituem-se por um conjunto de empresas localizadas em uma mesma área física e
possuem um agente gerador (ex: empresa, associação, etc.) para actuar em prol das actividades e
interesses comuns de seus respectivos grupos industriais.
Um parque industrial demonstra claros padrões de desenvolvimento, definição de propriedade,
responsabilidade pelo gerenciamento, manutenção e controlo.
Contudo, a proposta dos Parques Industriais é que as empresas operem como uma comunidade em
torno de interesses não só económicos, mas também de benefícios sociais em comum. A sua
proposta é fazer com que os aglomerados industriais funcionem localmente como ecossistemas
industriais, buscando localmente o fechamento do ciclo de materiais e a racionalização e
optimização do uso de água e energia, assim como fazer que as indústrias pertencentes a um
mesmo parque industrial actuem na promoção de projectos compartilhados interagindo para
melhorar a performance social e económica da zona.
7.1. Algumas Experiências Internacionais de Parques Industriais
O autor para desenvolver o modelo usando os sistemas de informação geográfica para criação de
uma zona industrial no distrito do Dondo, partiu de alguns exemplos desenvolvidos por
diferentes paises.
8. Modelos de dados em Sistema de Informação Geográfica
Antes de prosseguir com a apresentação do caso de estudo convém aqui lembrar alguns modelos
ou estrutura de dados espaciais relacionados com Sistemas de Informação Geográfica (SIG), uma
vez que foi a ferramenta de análise espacial utilizada para a criação de uma zona industrial na
área de estudo.
20	
  
	
  
Existem vários modelos de dados aplicáveis em SIG. Por exemplo, o SIG pode funcionar como
base de dados com informação geográfica e alfanumérica que se encontra associada por um
identificador comum aos objectos gráficos de um mapa digital. Neste caso, os modelos mais
comuns em SIG são o Modelo Raster ou matricial e o Modelo Vectorial.
8.1. Modelo Matricial/Raster
O modelo de SIG matricial centra-se nas propriedades do espaço, compartimentando-o em
células regulares (habitualmente quadradas, mas podendo ser rectangulares, triangulares ou
hexagonais). Cada célula representa um único valor. Quanto maior for a dimensão de cada célula
(resolução) menor é a precisão ou detalhe na representação do espaço geográfico. (ver a figura
5).
Fig. 5 - Modelo de representação Matricial/Raster
Fonte: ESRI (2004)
8.2. Modelo Vectorial
Na estrutura Vectorial, a localização e a feição geométrica do elemento são armazenadas e
representadas por vértices definidos por um par de coordenadas. Dependendo da sua forma e da
escala cartográfica, os elementos podem ser expressos pelas seguintes feições geométricas
(Figura 6).
Pontos – representados por um vértice, ou seja, por apenas um par de coordenadas, definindo a
localização de objectos que não apresentam área nem comprimento. Exemplos: hospital
representado em uma escala intermédia ou cidade em uma escala pequena, epicentro de um
terramoto.
21	
  
	
  
Linhas poligonais ou arcos – representados por, no mínimo, dois vértices conectados, gerando
polígonos abertos que expressam elementos que possuem comprimento ou extensão linear.
Exemplos: estradas, rios.
Polígonos - representados por, no mínimo, três vértices conectados, sendo que o primeiro
vértice possui coordenadas idênticas ao do último, gerando, assim, polígonos fechados que
definem elementos geográficos com área e perímetro. Exemplos: divisões Políticas -
administrativos (municípios, estados), classes de mapas temáticos (uso e cobertura do solo).
As feições geométricas (ponto, linha e polígono) utilizadas para representação dos elementos,
bem como a sua estrutura de armazenamento, estabelecem as relações espaciais entre os
elementos geográficos, ou seja, relações existentes entre si e entre os outros elementos,
denominadas de topológias (Burrough, 1998).
A estrutura de armazenamento dos dados vectoriais pode ser topológica ou do tipo spaghetti
(RIPSA, 2000). Na estrutura topológica, os relacionamentos espaciais entre os elementos
geográficos, representados por nós, arcos e polígonos, estão armazenados em tabelas. Os nós, são
uma entidade unidimensional que representam os vértices inicial e final dos arcos, além das
feições pontuais. Os arcos correspondem a entidades unidimensionais, iniciando e finalizando
por um nó, podendo representar o limite de um polígono ou uma feição linear. Os polígonos, que
representam feições de área, são definidos por arcos que compõem o seu perímetro. A topologia
permite estabelecer as seguintes relações entre os elementos:
Pertinência – os arcos definem os limites dos polígonos fechados definindo uma área;
Conectividade – os arcos são conectadas com outros a partir de nós, permitindo a identificação
de rotas e de redes, como rios e estradas;
Contiguidade – os arcos comuns definem a adjacência entre polígonos.
22	
  
	
  
Fig. 6 - Topologia de polígonos, arcos e nós.
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Fonte: UNBC GIS LAB (2005)
Tabela 4 - Resumo de vantagens e desvantagens dos modelos Vectorial e Raster
MODELO VANTAGENS DESVANTAGENS
VECTORIAL ! Estrutura compacta
! Eficiente na análise de relacionamentos
espaciais
! Feições são representadas precisamente,
por pontos, linhas e polígonos
! Estrutura complexa exigindo
programas sofisticados e caros
! Operações de Sobreposição de níveis
de informação, mais complexas
RASTER ! Simplicidade de implementação das
operações de superposição
! Programas mais baratos e simples de
usar
! Dificuldade de representação de
relacionamentos topológicos
! Dificuldade de associação de atributos
a feições
! Arquivos muito grandes
23	
  
	
  
9. Estudo de Caso - Localização da Zona Industrial do Distrito do Dondo
9.1. Caracterização do distrito do Dondo
Distrito de Dondo situa-se na margem esquerda do rio Púnguè, que vai desaguar junto da cidade
da Beira, estando-se ao longo deste rio até aos limites do actual Município da Beira (Vide Figura
9).
Fig. 9 - Localização do Distrito do dondo no Mapa de Moçambique
Dondo é um do distrito de Moçambique Localizado no Centro - Este da Província de Sofala,
limitando-se a Norte com o distrito de Muanza, a Oeste com o distrito de Nhamatanda, a Sul com
o distrito de Búzi e cidade da Beira e a Este pelo Oceano Índico. Com uma superfície de
2.306Km2
. o distrito possui dois postos Administrativos e quatro (4) localidades nomeadamente:
posto Administrativo de Dondo-Sede e de Mafambisse. Quanto as localidades têm:
Chinamacondo; Savana; Mafambisse - Sede e Mutua, (vide figura 10):
	
  
24	
  
	
  
Fig.10 - Mapa de enquadramento geográfico do distrito do Dondo
9.1.1.Clima
Segundo a classificação climática de Koppen, o clima do distrito do Dondo está compreendido
na zona de transição do clima tropical chuvoso para o de estepe com estação seca no inverno.
A temperatura média do ar é cerca de 27o
C, com uma amplitude média de 7o
C (cerca de 27,5o
C
em Janeiro e 21o
C em Julho/Agosto).
25	
  
	
  
A média anual dos valores máximos é de 30-31o
C, com os valores máximos possivelmente em
Janeiro - Fevereiro. (32o
C – 33o
C) e os mínimos em Julho (26-27o
C). O valor médio anual das
temperaturas mínimas é de 18-19o
C, com os valores mais altos em Jan-Fev. (22o
C) e os mais
baixos em Julho (14-15o
C)
9.1.2. Hidrologia
A humidade relativa no distrito deverá rondar os 75-76% com pequena variação ao longo do ano.
A precipitação média anual varia de 1000 mm a 1459 mm, com os valores mais altos na zona
mais próxima da costa e diminuindo progressivamente para montante. A Evapotranspiração
potencial média anual está na ordem de 1496 mm.
9.1.3. Topografia
O distrito é caracterizado pela ocorrência de duas zonas geomorfológicas distintas:
! Uma que compreende as formações aluvionares recentes, representada por uma topografia
plana e praticamente sem declives; e
! Outra com relevo mais acentuado é caracterizada pelas superfícies suavemente onduladas.
Estas zonas são separadas por pequenas baixas pouco acentuadas, em geral largas e sem declives
ou com declive muito suave, onde correm linhas de água que se dirigem ao rio Púngué,
formando alguns charcos ou pequenas lagoas no seu percurso. Antigos meandros do rio também
formam depressões descontínuas do terreno, conservando a água das chuvas durante todo o ano.
9.1.4. Solos
Quanto aos solos, no distrito podem ser encontrados solos argilosos castanhos acinzentados,
escuros, profundos, textura mediana, relativamente pobres em matéria orgânica, e os sais solúves
não aparecem em quantidade suficiente para criar limitações na sua utilização agrícola.
Contrastando com estes solos, ocorrem solos franco argilo-arenosos castanhos moderadamente
profundos (> 70 cm <100 cm), com cor cinzenta escura a preta, textura pesada, argilosa e
estrutura bem desenvolvida, podendo ocorrer uma camada bastante argilosa e cimentada,
limitando o desenvolvimento de algumas culturas devido a deficiente drenagem. A presença de
manchas no subsolo é um sinal do hidromorfismo destes solos.
26	
  
	
  
Alternando com estes dois tipos de solos ocorrem solos aluvionares estratificados, com camadas
distintas, correspondendo aos ciclos de sedimentação de depósitos do ciclo de cheias do rio. No
grupo de solos aluvionares destacar aqueles fortemente argilosos, hidromórficos, salinos, com
manchas de sais a superfície, completamente inaptos para a agricultura (solos de mangal).
No interior e nos terrenos ondulados, destacar a planície arenosa de material sedimentar da
chamada faixa arenosa costeira, de solos profundos, de textura arenosa (Perfil do Distrito do
Dondo, 2005) (vide Fig.11).
Fig. 11 - Mapa de solos do Dondo
9.1.5. Aspectos Demográficos
O distrito de Dondo apresenta uma população de 141.003 habitantes sendo 71.383 homens e
69.620 de mulheres. (INE, 2007).
Apresenta três postos Administrativos nomeadamente: Dondo sede (cidade do Dondo), com
uma população total de 70.817 habitantes, Posto Administrativo de Mafambisse com 53.067 e
Posto Administrativo de Savana com uma população total de 17.119 habitante.
No posto administrativo de Mafambisse a população está distribuída por duas localidades
nomeadamente Mafambisse sede com 37.474 habitantes e na localidade de Mutua 15.593.
27	
  
	
  
No posto administrativo de savana a população encontra-se igualmente distribuída por localidade
de Savane-Sede com população de 12584 e na localidade de Chinamacondo com 4.535
habitantes.
Em cada Posto Administrativo existe um Chefe do Posto e diferentes régulos (autoridade
tradicional), vários aglomerados populacionais como mostra na Fig.12.
Fig. 12 - Mapa de distribuição espacial da população do Dondo
9.2. Economia e Serviços
O distrito possui potencialidades agrícolas, pecuárias e de florestas, sendo a agricultura e
pecuária as principais actividades económicas das famílias.
Nos solos moderadamente bem drenados predominam as consociações de milho; mapira;
mexoeira; mandioca e feijões nhemba e boere. Algodão e cana-de-açúcar são culturas de
rendimento, produzidas em regime de monoculturas. Este sistema de produção é ainda
complementado por criações de espécies como gado bovino, caprino, e aves.
O sistema predominante nos solos de textura pesada e mal drenados é a monocultura de arroz
pluvial (na época chuvosa) seguida por batata-doce em regime de camalhões ou matutos (época
fresca).
28	
  
	
  
A produção agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, nem sempre bem
sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de
armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento das culturas.
É na faixa do distrito atravessada pelo rio púngué, que existe aptidão para a agricultura irrigada,
com recurso a meios mecânicos de propulsão. Mais para o interior do distrito, existem algumas
terras onde é possível utilizar pequenos sistemas de rega para produção agrícola, desde que haja
algum investimento para a construção de sistemas de armazenamento de água.
Este distrito possui cerca de 8 mil hectares de regadios operacionais dominados pela infra-
estrutura da Açucareira de Moçambique (Mafambisse) que, porém, são afectados por avarias de
equipamentos e destruições causadas pelas cheias.
Existem igualmente pequenas infra-estruturas de rega com capacidade para fazer irrigação de
superfície a cerca de 43ha (somente 3ha estão operacionais) e algumas represas, espalhadas por
quatro unidades agrícolas privadas.
As cheias que assolaram o distrito em 2000/01 afectaram bastante a campanha agrícola e
somente em 2003, após o período de seca e estiagem que se seguiu e a reabilitação de algumas
infra-estruturas, se reiniciou timidamente a exploração agrícola do distrito e a recuperação dos
níveis de produção.
O fenómeno pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e
algumas infra-estruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.
Dada a existência de boas áreas de pastagem, há condições para o desenvolvimento da pecuária,
sendo as doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão, os principais obstáculos ao seu
desenvolvimento.
A madeira não é muito utilizada na construção de habitações, sendo que as casas tradicionais são
construídas principalmente com estacas, bambus, barro e capim, recentemente, utilizam-se
também alguns materiais convencionais, como chapas de zinco. A lenha e o carvão são os
principais combustíveis domésticos.
29	
  
	
  
No distrito de Dondo são plantadas fruteiras como o cajueiro, a mangueira, a goiabeira, a
maçaniqueira e a papaieira. Como limitantes à produção de árvores de frutas citam-se a falta de
sementes, a seca e a as pragas.
A fauna bravia do distrito é importante na alimentação das famílias. Sendo um distrito costeiro, o
peixe é, naturalmente, incluído na dieta familiar, constituindo a pesca uma actividade de
rendimento para muitas famílias.
A comercialização é feita localmente, registando-se a actividade de comerciantes vindos de fora,
principalmente de Maputo e da Beira para comprar os produtos localmente. No distrito, é
habitual o processamento de frutas para fábrica caseira de bebidas alcoólicas, destiladas e
fermentadas, para venda no mercado informal.
Este distrito é um centro agro-industrial importante do país, sendo a produção de açúcar e de
cimento que dominam a actividade industrial do distrito do Dondo. Há ainda a realçar entre
outros empreendimentos, a Lusalite de Moçambique; Moçambique Florestal (MOFLOR),
Fábrica de travessas de Betão, Estação dos CFM - Centro; e Gado Leiteiro de Muzimbite.
A pequena indústria local (pesca, carpintaria e artesanato) surge, também, como alternativa à
província vizinha de Manica e mesmo ao Zimbabwe, possibilita ao distrito uma boa integração
na rede de mercados.
A sede do distrito é caracterizada por alguma actividade comercial, sendo que a comercialização
da maior parte dos produtos é feita nos mercados locais, na sede e na cidade da Beira, havendo
ainda comerciantes provenientes desta cidade e também de Maputo a operar no distrito.
Este distrito não tem potencial turístico significativo e as infra-estruturas necessárias ao
desenvolvimento do sector são muito limitadas.
Apesar dos esforços desenvolvidos, do investimento público e privado na actividade agrária e em
infra-estruturas e das varias intervenções na área social que, entretanto, foram realizadas, são
bem patentes no distrito os efeitos gerais da pobreza, das calamidades naturais e da guerra que
assolou Moçambique nas ultimas décadas.
Dondo é, hoje, o segundo centro industrial da Província, graças a existências das unidades
industriais de grande vulto, acima mencionados.
30	
  
	
  
A principal actividade económica do distrito é a agricultura, onde se destaca a cultura de cereais
(milho e mapira), raízes e tubérculos (mandioca e batata-doce), para além de hortícolas diversas.
9.3. Desenvolvimento do modelo de localização de zona industrial caso de estudo
O presente trabalho tem como objectivo desenvolver um modelo de zona industrial usando
sistemas de informação Geográfica no distrito do Dondo, que irá incentivar os investidores
nacionais e estrangeiros a instalar os seus empreendimentos fabris naquele espaço, e ao mesmo
tempo vai permitir uma melhor divisão espacial sob ponto de vista de tipo de trabalho em função
da sua dimensão e a natureza de manuseamento dos seus produtos.
O distrito pelo facto de se localizar ao longo do corredor da Beira, e por sua vez faz ligação com
zona norte e Sul por via Rodoviária e recentemente entrará em funcionamento a linha férrea que
liga Dondo a Moatize – Tete e vai até Mutare em Zimbabwe, por outro lado o distrito possui um
sistema de abastecimento de água e uma rede de corrente eléctrica que reúne condições para
suportar o funcionamento das unidades industriais.
Não gostaria de fazer a menção de factor matéria – prima e mão-de-obra qualificada para
suportar as unidades fabris que irão emergir nessa zona, é pelo facto desses não serem um factor
determinante para sua instalação, isto é, se houver ver necessidade de importar a mão-de-obra
qualificada noutros pontos do país ou a mão-de-obra estrangeira pode-se efectuá-lo, desde que a
mesma unidade crie um efeito multiplicador nessa zona (Ex: surgimento de outras firmas na área
ligada a tipo de trabalho prestados por estas unidades isto vai fazer com que haja redução do
desemprego nessa área), o factor matéria – prima, para este trabalho, parte do exemplo da Mozal
– Maputo e Cimento de Moçambique localizada no distrito do Dondo estas unidades industriais a
matéria - prima para sua operacionalização não é obtida localmente.
Sendo o espaço territorial contínuo, há que ter em conta toda a sua envolvência geográfica.
Assim, não serão apenas considerados os dados referentes à área em estudo, mas também aqueles
que pertencem a zona vizinha do distrito, que de algum modo interferem na escolha da
localização das unidades industriais.
Para a criação de uma zona industrial na área em estudo, optou-se pelo modelo vectorial, uma
vez que, neste modelo todos os objectos ou condições do mundo real podem ser representados
com precisão as feições espaciais num mapa através de pontos linhas e polígonos.
31	
  
	
  
9.4. Modelo a desenvolver
A escolha do modelo de localização espacial na área em estudo, baseou-se num estudo de várias
obras que versam sobre o tema. Todavia, os modelos que constam na revisão bibliográfica
permitiram fazer uma análise crítica sobre os pontos fracos de cada modelo.
10. Principais unidades industriais na área de estudo
O distrito é um centro agro-industrial importante na região centro do país, e compreende as
seguintes indústrias:
- Cimento de Moçambique (fábrica dos cimentos do Dondo)
- Lusalite de Moçambique (fábrica de Chapas)
- Fábrica de travessas de betão
- Moçambique Florestal (MOFLOR)
- A açucareira de Mafambisse
10.1. Mapeamento das principais unidades industriais da área de estudo
A figura que se segue (Fig. 13), representa as principais fabricas existentes no distrito do Dondo,
as quais se encontram localizadas de forma aproximada uma da outra excepto a fabrica de
açucareira de Mafambisse que dista cerca de 16km das outras.
32	
  
	
  
Fig. 13 - Mapa das principais unidades industriais do Dondo
11. Múltiplos critérios para a localização da zona industrial na área de estudo
Para a localização da zona industrial foram usados critérios que de acordo com o respectivo peso
ou grau de importância considerado (Tabela 1), avaliam a aptidão do solo para o assunto em
estudo. As áreas que necessitam de protecção e cujo uso é incompatível com a solução procurada
para a preservação são excluídas da analise. Assim, as exclusões são critérios que restringem o
espaço de decisão.
Neste processo de análise multicritérial, foi usada a operação espacial denominada de buffer, uma
operação bastante comum em SIG, podendo traduzir-se por faixa envolvente. Um buffer é uma
área que se define por uma determinada distância a um determinado ponto.
33	
  
	
  
11.1. Critérios usados para a localização da zona industrial
Na área em estudo as decisões que envolve a definição dos critérios que constam da (tabela 1),
foi necessário fazer um inquérito junto aos residentes locais de forma a se encontrar um consenso
no assunto que diz respeito a localização da zona industria (vide o guião-anexo1).
A determinação dos pesos para cada critério foi resultado de um estudo de várias literaturas que
versão sobre assuntos que constam nos pontos anteriores deste trabalho, onde se concluiu que
não existe um método fixo para a definição de pesos, mas para este trabalho o peso foi definido a
partir das dificuldades encaradas pelas algumas unidades fabris que actualmente estão a operar
no distrito, e por outro lado dos problemas ambientais que os residentes tem enfrentado dia pôs
dias, isto é, os pesos foram definidos com vista a salvaguardar os interesses de ambas as partes.
A fórmula usada para determinar o peso de cada factor foi:
%100x
p
f
F =
Onde: F- indica o factor ou a variável a ser calculada, f - casos favoráveis que resulta do
consenso dos entrevistos (empresários e residentes), p - casos possíveis de acontecer por Ex: a
existência de mão-de-obra; matéria - prima abundante e boa acessibilidade etc. A seguir são
apresentados factores e pesos para cada critério:
11.1.1. Acessibilidade (F1)
Para análise deste ponto, tomou-se em conta a existência de infra-estruturas de vias de acesso e a
capacidade de resposta do tráfego tanto rodoviário; ferroviário e fluvial. Neste caso, a distância é
um factor determinante em relação à localização da zona industrial, em termos de custos e de
tempo gasto, por isso, para este factor foram considerados os seguintes critérios:
F1 C1 Rede ferroviária
A Rede ferroviária é a mais indicada, no transporte intra-continental, pois permite suportar
grandes cargas a média e longas distâncias. Para este critério na área em estudo foi definido um
parâmetro de distância que varia de 5km˂ Dzi ≤ 10km, tendo como ponto de referência do buffer
da zona industrial a rede principal dessa via (Figura 14), visando evitar o sinistro entre meios de
transportes.
34	
  
	
  
Fig. 14 – Mapa de rede ferroviária com os buffers
F1 C2 Rede viária
Foi definida uma distância que varia de 3,5km˂ Dzi ≤ 5km em relação a buffer da zona industrial,
este escalonamento resulta do estudo feito na área, (Figura 15), visando reduzir o impacto directo
dos efluentes a ser emitidos pelas unidades fabris.
Fig. 15 - Mapa de Rede Viária com os buffers
35	
  
	
  
F1 C3 Rede fluvial
A rede fluvial constitui uma das vias mais económica para os empresários quando comparado
com as restantes vias de transporte, visto que, é uma via que apresenta maior capacidade de
escoamento de carga com baixo custo operacional.
Os rios do distrito do Dondo, na sua maioria são do regime periódico excepto o rio Púngué que
tende a estabilizar o seu caudal no período seco, mesmo assim não oferecer conduções para o
escoamento de produto por esta via, dada a sua largura ser bastante estreita para as manobras de
embargo ou desembargo das mercadorias, sendo assim, foi definido uma distância que varia de
2,5km˂ Dzi ≤ 3km, servindo apenas como fonte de alimentação das unidades industriais, (ver a
Figura 16).
Fig. 16 - Mapa da Rede Fluvial do Dondo com os buffers
11.1.2. Uso e Cobertura do Solo (F2)
O uso e cobertura do solo foi considerado como um dos factores fundamental na localização da
zona industrial, pelo facto da sua importância no fornecimento de dados inerentes a ocupação
36	
  
	
  
actual do solo na área em estudo, isso permitiu que evitasse a sobreposição de espaço, por
exemplo: Áreas para actividades agrícolas e zonas reservadas para residências (vide Figura 17).	
  
Fig. 17 - Mapa de Uso e Cobertura do Solo no Dondo
11.1.3. Declividade (F3)
Segundo RAMALHO-FILHO & BEECK (1995), as classes de declividade de 0 a 9° são áreas
em que a susceptibilidade à erosão varia desde áreas não susceptíveis, em locais planos, à
susceptibilidade forte nas áreas com relevo ondulado, onde a declividade está próxima a 9°. As
terras de relevo plano, apresentam uma declividade que varia de 0° a 3°, utilizado
internacionalmente, onde existem quase nulos riscos de erosão. Enquanto que as áreas com as
classes de declividade entre 9° a 20°, compreendem as áreas de relevo forte onduladas e com alta
susceptibilidade à erosão.
11.1.4. Solo (F4)
Neste factor pretende trazer algumas considerações inerentes a qualidade e aptidão de cada
critério. A qualidade ou eficiência do solo pode facilitar ou onerar a implantação de instalação
industrial. A resistência do solo, o nível do lençol freático, formações rochosas e de matas,
37	
  
	
  
podem determinar o melhor terreno, os tipos de solos que foram tomados como critério são:
solos Arenosos e Argilosos (vide Figura 18).
Fig. 18 - Mapa de tipos de solos do Dondo
11.1.5. Hospital (5)
Para este factor foi atribuído o peso de 8% e um critério de 3km˂ Dzi ≤5km, isto deveu-se ao
facto do distrito estar a possuir as unidades hospitalares em crescimento (vide Figura 19), que
possam assegurar as necessidades da zona e que com a mesma, espera-se também a construção
de outras unidades sanitárias, mas do momento a área de estudo está em condições de conceber a
demanda dos pacientes vindo dessas unidades fabris e de outras áreas.
38	
  
	
  
Fig. 19 - Mapa das Unidades Sanitárias do Dondo com os buffers
12. Implementação do modelo em ambiente SIG
O planeamento do território, no qual se insere a localização industrial, obedece a um processo de
classificação do uso do solo. Este diferencia o espaço territorial para um determinado tempo de
vigência, devidamente regulamentado, possibilitando controlar as intervenções sobre o território.
A localização de novas unidades industriais no território assume grande importância, quer do
ponto de vista da sua estruturação, quer do ponto de vista do impacto ambiental causado.
A apreciação da aptidão do uso do solo, quer qualitativa quer quantitativa, para a localização de
novas indústrias, envolve a selecção e avaliação de um conjunto de critérios associados à decisão
em causa.
12. Modelação em SIG
Na modelação foram elaborados mapas resultantes dos dados espaciais obtidos na área em
estudo, no qual representa múltiplos critérios para a localização da zona industrial, exemplos:
39	
  
	
  
a) Mapa de aptidão referente ao factor acessibilidade
Fig. 20 - Mapa de aptidão de acessibilidade
b) Mapa de aptidão referente ao factor uso e cobertura do solo
Fig. 21 - Mapa de aptidão de Uso e Cobertura do Solo reclassificado
40	
  
	
  
c) Mapa de aptidão referente ao factor declive
Fig. 22 - Mapa de aptidão do declive reclassificado
d) Mapa de aptidão referente ao factor solo
Fig. 23 - Mapa de aptidão de Solos reclassificado
41	
  
	
  
e) Mapa resultante da comparação par-a-par dos factores solo e uso e cobertura do solo
Fig. 24 - Mapa de comparação par-a-par solo e uso e cobertura do solo reclassificado
f) Mapa de aptidão resultante da comparação par-a-par dos factores solo, uso e cobertura do
solo e declive.
Fig. 25 - Mapa de aptidão resultante da comparação par-a-par
(Solo, Uso Cobertura de Solo e Declive)
42	
  
	
  
g) E por fim, com base em operações que se apresentam no fluxograma (Figura 28) da
modelação em ambiente SIG, foi obtido o mapa final de aptidão para localização da zona
industrial no distrito do Dondo como se pode observar na figura 27, onde todos factores
contribuíram no resultado do mapa, excepto os factores mão de obra e universidades, dado
que a sua influência é menor.
Fig. 26 - Mapa de aptidão com todos factores Fig. 27 - Mapa de aptidão final
(combinação de todos factores)
13. Cruzamento das informações
A partir dos factores normalizados, foi construída a regra de decisão (Weighted sum),
envolvendo os três factores considerados, resultando, deste módulo, o mapa de solo/uso
cobertura de solo/declive com peso relativo de cada factor.
Em seguida, foi convertido o mapa vectorial de aptidão de acessibilidade e hospitais para o
farmato rater do qual com o comando Weighted sum fez-se o cruzamento com o mapa de
solo/uso cobertura de solo/declive, para depois esta combinação ser operada com a função clip
donde resultou o mapa final que ilustra as áreas aptas para implantação das zonas industriais no
distrito do Dondo. O esquema que segue ilustra os passos seguidos na modelação.
43	
  
	
  
Fig. 28 - Esquema resumido das etapas de modelação
14. Conclusões e Recomendações
Analisando os mapas das fig. 26 e 27, pode-se observar que as áreas mais aptas estão localizadas
nas regiões Norte e Este do centro da cidade do Dondo. Deve-se principalmente ao fato desses
locais apresentarem declividade suavel e estarem inseridos nos tipos de uso e cobertura do solo
que apresentam o maior valor de aptidão.
O uso da avaliação multicriterial para a selecção de áreas aptas a implantação de uma zona
industrial, permitiu concluir que esta técnica de análise e integração de dados espaciais
georreferenciados é uma ferramenta de grande poder para modelamentos que visam a obtenção
de aptidões de um determinado território. Toda via, a concepção deste modelo depende do
conhecimento dos critérios limitantes que a área de estudo apresenta.
O SIG se mostrou adequado para o objectivo proposto, sendo uma ferramenta importante à
tomada de decisão, podendo ser utilizado pelos governantes para um efectivo planeamento, pois
facilita a percepção da realidade de forma menos subjectiva.
44	
  
	
  
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
ARONOFF, S. Geographic Information Systems. WDL. Publications, Canada. 1989.
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editado em 1755). Reeditado em 1952, INED, Paris. Tradução para inglês por Higgs,
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de San Luis Potósi, Nov., pp.4-19.
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California: Indigo Development. Disponível em : <http://www.indigodev.com> Acesso
em: nov. 2003.
45	
  
	
  
FUNDREN – FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO
METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO, 1982, Zoneamento industrial Metropolitano, Rio
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SOARES, Maria Elisabete. Cenários de Localização Industrial em Ambiente SIG. Dissertação
para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Municipal, Braga, 2002.
RAMOS, Rui A. R. SOARES, M. Elisabete S. S. MENDES, José F. G. Planeamento do Uso do
Solo em ambiente SIG. Aplicação à localização industrial, S/d
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46	
  
	
  
Second International Symposium on Spatial Accuracy Assessment in Natural Resources and
Environmental Studies, May 21- 23, Fort Collins, D:Elis00Elis01elisabtemp Colorado, pp.527-
534.
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WINTERFELDT, D. Von; Edwards, W. (1986), Decision Analysis and Behavioural Research
Cambridge: Cambridge University Press.
47	
  
	
  
Anexo-­‐1	
  
GUIÃO	
  DE	
  INQUÉRITO	
  IDENTIFICAÇÃO	
  DE	
  ZONAS	
  INDUSTRIAIS	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
Informação	
  geral:	
  
Nome	
  do	
  inquirido:.....................................................................................................................................	
  
Data:	
  ............/............/............Sexo………………………………………………………………………………………………………….	
  
Zona	
  de	
  recolha.......................................	
  Localidade....................................................................................	
  
Município...................................Província:.....................................................................................................	
  	
  	
  
Profissão.........................	
  Há	
  quanto	
  tempo?...............................Gosta.........................................................	
  
I.	
  Informação	
  sobre	
  Instrumentos	
  de	
  Ordenamento	
  Territorial	
  
a)	
   Existência	
   de	
   Plano	
   Distrital	
   de	
   Uso	
   e	
   cobertura	
   da	
   Terra?......................Plano	
   de	
   Estrutura	
  
Urbana?........................................Plano	
  Geral?..............................................................................................	
  
Parcial	
  de	
  Urbanização?......................................e	
  do	
  Pormenor...................................................................	
  
b)	
   Informação	
   sobre	
   áreas	
   consideradas	
   elegíveis	
   para	
   o	
   estabelecimento	
   da	
   Zona	
  
Industrial?.......................................................................................................................................................	
  
II.	
  Informação	
  sobre	
  áreas	
  Identificadas	
  para	
  Zonas	
  Industriais	
  como:	
  	
  
a) Existência	
  de	
  recursos	
  locais.............................quais?............................................................................	
  
seu	
  aproveitamento?......................................................................................................................................	
  
b) Tipo	
  e	
  morfologia	
  dos	
  solos?....................................................................................................................	
  
c) Disponibilidade	
  de	
  mão-­‐de-­‐obra?................................Qualificada?........................................................	
  
d) Vias	
  de	
  acesso?	
  Sim..........................Não.................................................................................................	
  
e) Tipo	
  de	
  via?.Estrada	
  (areia,	
  alcatrão)...................Picada................................boa...................................	
  
................razoável.........................................má..........................................................................................	
  
f) Tipo	
  de	
  Transporte	
  utilizado?....................................Marítimo?..............................................................	
  
48	
  
	
  
Ferroviário?....................Rodoviário?..........Frequência	
  de	
  utilização?...................................................	
  
g) Rede	
  de	
  Telecomunicações?...............Serviços	
  de	
  telefonia	
  fixa?.......e	
  móvel?......................................	
  
h) Disponibilidade	
  de	
  água?........................................rede	
  pública?...........................................................	
  
existência	
  de	
  furos?...........Poços?..................................................................................................................	
  
i) Disponibilidade	
  de	
  energia	
  eléctrica?......................................................................................................	
  
j) Outras	
  fontes	
  de	
  energia?........................................................................................................................	
  
k) 	
  Existência	
  de	
  alguma	
  indústria	
  na	
  zona?....Sim................	
  Não...............................................................	
  
III.	
  Outras	
  informações	
  	
  
Densidade	
  populacional?........................................	
  Nacional...................................................................	
  
Estrangeiros..............................................................................................................................................	
  
	
  Localidades	
  vizinhas?....................	
  Nacional...................	
  Estrangeira......................................................	
  
	
  Poder	
  de	
  compra	
  da	
  população	
  local?.....................................................................................................	
  	
  
Outros	
  serviços	
  existentes?......................................................................................................................	
  
Outras	
  informações	
  úteis?........................................................................................................................	
  
Constrangimentos	
  que	
  limitam	
  actualmente	
  o	
  desenvolvimento	
  da	
  indústria?......................................	
  
..................................................................................................................................................................	
  
Possíveis	
  Acções	
  para	
  estimular	
  	
  indústria?..............................................................................................	
  
Riscos	
  actuais	
  e	
  futuros.............................................................................................................................	
  
	
  
Observações	
  ou	
  comentários:………………………………………………………….......................................................	
  
…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………	
  	
  

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Resumo kenneth marizane gis

  • 1. 1     UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE (UCM) TRABALHO DE MESTRADO CONCEPÇĂO E DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE LOCALIZAÇĂO DE ZONA INDUSTRIAL USANDO SISTEMAS DE INFORMAÇĂO GEOGRAFICA (ESTUDO DE CASO: DISTRITO DO DONDO) Supervisor Professor Catedrático: Marco Painho Elaborado Por Kenneth Viagem Marizane Beira, 21 de Dezembro de 2011  
  • 2. 2     Resumo A modelação espacial com base no uso dos sistemas de informação geográfica (SIG), vem se tornando uma importante ferramenta para o planeamento do uso do solo, visto que permite resultados com maior objectividade para a localização de espaços aptos para fins apropriados de forma a maximizar o uso do espaço terreste, daí que os gestores de terras em particular, precisam destes meios auxiliares. Esta dissertação apresenta uma modelagem espacial obtida com o apoio do softwere ArcGIS 9.3.1 para a localização de áreas aptas para a implantação de zona industrial no distrito do Dondo, localizado no corredor da Beira, centro de Moçambique. O modelo foi desenvolvido com base em avaliação criteriosa dos factores de aptidão nomeadamente, acessibilidade, uso e cobertura do solo, tipos de solos, declive, rede fluvial e infaestruturas de saúde existentes no distrito. Por isso, foram encontradas quatro zonas (manchas castanha escura) que apresentam maior aptidão para a criação de zonas industriais no distrito. Palavras-chave: zona industrial, sistemas de informações geográficas, avaliação multi-criterial
  • 3. 3     1. Introdução 1.1. Enquadramento A Indústria é fundamental e estratégica na economia de qualquer país, na medida em que proporciona a base para o desenvolvimento dos restantes sectores. Neste contexto, o Governo de Moçambique considera a indústria como um dos factores mais determinantes para o desenvolvimento económico, e espera que nos próximos 5 anos, contribua progressivamente para o aumento da produção e produtividade, assim como, para a criação de condições que permitam a introdução de novas tecnologias, novas qualificações, novas formas de organização da produção e de novos produtos. Impõe-se nesta perspectiva, a adopção de uma estratégia que possibilite o relançamento da actividade industrial, o alargamento da base produtiva, a redução das assimetrias tanto regionais como provinciais e a maximização das oportunidades de desenvolvimento. As condições económicas e sociais em Moçambique, mudaram substancialmente, tornando desajustados os instrumentos orientadores para o desenvolvimento da indústria. Nos últimos anos, o enfoque do Governo está direccionado para os programas de alívio à pobreza, para os quais se torna importante o papel da ajuda externa e o incremento do Investimento Directo Estrangeiro (IDE). Esta abertura, obriga a que haja condições de infra-estruturas adequadas de forma a responder significativamente às exigências dos investidores. A Política e Estratégia Industrial afigura-se neste momento como um instrumento ideal capaz de orientar o desenvolvimento industrial, através da coordenação das actividades de várias instituições públicas e privadas, além de mobilizar recursos, parceiros e criar capacidades institucionais. Contudo e como forma de consubstanciar uma estratégia que permita não só estimular o crescimento da produção industrial, mas também alterar o padrão do seu crescimento, privilegiou-se, como passo preliminar, a realização de um diagnóstico do sector industrial, identificando os seus constrangimentos e potencialidades. Face ao desenvolvimento e à conjuntura actual, torna-se importante a elaboração de uma Política e Estratégia Industrial que responda aos desafios que se colocam ao processo de industrialização, onde as intervenções do Estado deverão estar organizadas num quadro multi-sectorial, baseado em cadeias de produto e valor e clusters industriais. Por isso é imperiosa a criação das zonas
  • 4. 4     específicas reservadas para a implantação das indústrias (parque industrial nas zonas rurais), para melhor atracção dos investimentos, conforme as condições geográficas, matéria-prima, recursos humanos, entre outros factores. Reconhecendo o papel do governo pela iniciativa de alocação de fundos aos distritos para o desenvolvimento de iniciativas locais e verificando-se que as populações tendem a ocupar áreas não apropriadas a fim de desenvolverem as suas actividades económicas, criando desordenamento territorial, é importante e urgente a demarcação das áreas para o desenvolvimento industrial. Nos últimos anos os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) vêm sendo utilizados com maior intensidade no apoio à tomada de decisões, proporcionando aos profissionais os meios necessários para melhorar a eficiência nos trabalhos que envolvem informações com uma dimensão espacial. O desenvolvimento de um modelo de localização espacial permitirá uma melhor caracterização dos cenários de aptidão ou inadequação para um processo de localização industrial, integrando na mesma base de análise uma perspectiva económica estratégica e a preservação dos valores naturais e/ou ambientais. 1.2. Problema A falta de zonas industriais no país, em particular na área em estudo, preocupa o autor em desenvolver um modelo de localização industrial usando sistemas de informação geográfica, com o objectivo de identificar zonas com potencialidades para a melhor localização industrial e ao mesmo tempo, criar facilidades para que os investidores tenham acesso na obtenção de espaços apropriados para fins de indústria. Como resposta deste flagelo económico, o Ministério da Indústria e Comércio (MIC) através da Direcção Nacional da Industria, pretende coordenar as acções com as instituições intervenientes, para a identificação e operacionalização das zonas para o desenvolvimento da actividade industrial a nível de todas as províncias do país. A criação de zonas industriais constitui uma das prioridades definidas no plano do governo, pelo papel relevante que desempenham na atracção de investimentos para o desenvolvimento da actividade industrial em Moçambique, em particular no distrito do Dondo.
  • 5. 5     O problema de localização industrial ou a criação de uma zona industrial capaz de minimizar os custos de produção e maximizar os lucros não é um dado isolado do país, mas sim, do mundo em geral, a título de exemplo: O primeiro modelo de localização industrial foi desenvolvido por Alfred Weber (1868-1958). Este modelo visa analisar as vantagens de custo que afectam a decisão locacional de indústrias em geral, e Losch (1954) contrariamente a Weber que considerava o equilíbrio individual, enfatiza o equilíbrio geral das localizações. Este modelo tenta estabelecer os parâmetros que definem a melhor localização para os empreendimentos, levando em consideração o planeamento público e privado. Contudo, neste trabalho o autor procura inverter a actual tendência de dispersão das actividades industriais, promovendo a localização das mesmas em parques e em zonas industriais de fácil acessibilidade, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável destas unidades económicas. Actualmente, as zonas industriais são vistas, não só, como instrumentos de ordenamento do território, mas também como indutor da competitividade e do desenvolvimento económico e social das regiões, pelo importante contributo que prestam no surgimento das actividades de elevado valor acrescentado no reforço do potencial empreendedor e na criação e retenção de mão-de-obra numa região, em particular na área em estudo. 1.3. Hipóteses • Os factores de localização industrial existentes não contemplam os factores naturais, económicos e ambientais ou ecológicos, estando na sua maioria dentro do centro urbano (Central Business District); • Os actuais planos para a localização industrial no distrito do Dondo não seguem a essência do conceito de zona industrial; • A criação de uma zona industrial na área em estudo, vai impulsionar o desenvolvimento económico através dos impostos fiscais e de outras responsabilidades sociais por eles oferecidos; • O desenvolvimento de um modelo específico para a localização industrial na área em estudo irá contribuir para uma boa gestão do espaço.
  • 6. 6     2. Justificação Com a introdução do licenciamento simplificado das actividades económicas em Moçambique, pretende-se melhorar e garantir o licenciamento de novos estabelecimentos compatibilizando os interesses particulares com as perspectivas de desenvolvimento industrial e ainda com a necessidade de criar condições para o surgimento das actividades geradoras de emprego no país, com vista a responder aos desafios do desenvolvimento. Para o efeito, a utilização de ferramentas tais como Sistemas de Informação Geográfica (SIG), apropriadas para a manipulação de dados espaciais, é indispensável no processo de ordenamento territorial. Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) enquanto ferramentas destinadas à aquisição, gestão, análise e apresentação de informação georeferenciada, utiliza a informação organizada em diferentes níveis temáticos, podendo fazer várias operações de análise lógica, estatística e matemática, apresentando os resultados numa carta ou numa tabela. Este tipo de ferramenta revolucionou a monitorização e gestão dos recursos naturais e uso do solo, não sendo portanto surpreendente o interesse crescente no desenvolvimento de abordagens de suporte à decisão baseadas em SIG (Ramos, 2000). O modelo irá contribuir para uma melhor caracterização dos cenários de aptidão ou inadequação para um processo de localização industrial, integrando na mesma base de análise uma perspectiva económica estratégica e a preservação dos valores naturais e/ou ambientais. 3. Objectivo Geral Desenvolver um modelo de localização industrial para o distrito do Dondo, usando Sistemas de Informação Geográfica, que integre as perspectivas do ordenamento do território. Aplicando a análise-multicritério em ambiente SIG para a escolha do melhor local para implantação da Zona Industrial; 4. Metodologia 4.1. Procedimentos Metodológicos Neste estudo realizou-se a identificação de áreas com potencial para a implantação de uma zona industrial no distrito do Dondo, através do uso de instrumentos das geotecnologias (SIG), que permitiu a elaboração do mapa de distribuição industrial do distrito. Diante disto, foi necessário
  • 7. 7     estabelecer uma metodologia de trabalho desenvolvida em partes distintas capaz de responder os objectivos para o efeito. Na 1ª etapa, foi feita uma revisão bibliográfica, utilizando obras de diversos autores que estudam as geotecnologias e as suas aplicações, como também, aqueles autores que estudam mecanismos sobre a criação do espaço industrial tanto urbano como sub-urbano, seus problemas ambientais, e a sua contribuição económica nessas áreas e as soluções por eles apresentados para solucionar ou amenizar tais problemas, como por exemplo, a implantação de parques ou zonas industriais, áreas verdes ou outros ambientes em que são conservados os ambientes naturais ali existentes. Na 2a etapa foram estabelecidas variáveis e critérios que permitiram a classificação dos pesos de cada factor de localização industrial, de modo a facilitar as operações de análise espacial com vista a identificar uma zona apta para uma a instalação de uma zona industrial, ver a tabela 1. Tabela 1 - Classificação dos factores de localização de uma zona industrial quanto ao peso e critérios Factores Peso Critérios em relação a zona industrial Importância Qualificação Acessibilidade 23% Rede ferroviária 5km< DZi ≤ 10km 7 Muito boa Rede viária 3,5km< DZi ≤ 5km 7 Muito boa Rede fluvial 2,5km < DZi ≤ 3km 7 Muito boa Uso e Cobertura do solo 29% Pradaria (Zona de pastagem) 7 Muito apta Área arbustiva 5 Apta Floresta aberta sempre verde 4 Regular Floresta aberta regularmente inundada 3 Regular Vegetação herbácea regularmente inundada 1 Não apta Campos Cultivados 0 Não apta Matagal 0 Não apta Mangal denso 0 Não apta Corpos de água 0 Não apta Declive 25% 0-3º 7 Muito apta 3-6º 5 Apta 6-9º 3 Regular 9-90º 0 Não apta Solos 15% Areia castanho-amarelada, solos muito profundos 7 Muito apta Franco-Arenoso, Castanho acinzentado, profundos 6 Apta Franco-Arenosos, Castanho acinzentados, profundos 6 Apta
  • 8. 8     Franco-argilo-arenoso castanho, profundidade moderada 4 Regular Argiloso castanho, acinzentado escuro, solos profundos 3 Regular Franco-argílo-arenoso Castanho amarelado, com cama 3 Regular Franco argilo arenoso castanho amarelado, com cama 3 Regular Infraestruturas de saúde 8% 3km< DZi ≤ 5km 7 Muito boa Universidades ------ 5km< DZi ≤ 10km ----------- ------------ DZi – Distância da Zona Industrial em relação ao factor da localização 4.2. Materiais Usados - Mapa de Tipo de Solos do Distrito do Dondo; - Mapa de distribuição industrial do Distrito do Dondo; - Modelo Digital de Elevação do Terreno do Distrito do Dondo; - Mapa Digital de Uso e Cobertura de Solos do Distrito do Dondo; - Mapa Digital da Divisão Administrativa do distrito do Distrito do Dondo; - Dados Digitais de: Rede viária; Rede Férrea; Rede Fluvial, Aglomeração Populacional e Hospitais do Distrito do Dondo; - Software de geoprocessamento ArcGis 9.3.1. 5. Localização Industrial 5.1. Introdução Quando se pretende entender a distribuição espacial das indústrias e o processo de escolha da sua localização, é-se confrontado com vários factores, mais ou menos importantes, que condicionam a tomada de decisão. Associado a estes factores deve estar o planeamento urbano e regional que define as zonas reservadas a esse uso específico, impedindo a sua livre localização, de forma a evitar situações de incompatibilidade. 5.2. Teorias clássicas de localização Richard Cantillon (1755) foi o pioneiro do estudo da localização, relacionando a distribuição dos mercados e sua área de influência com o custo do transporte dos produtos. Desta forma mostra como os preços no mercado urbano determinam a repartição das culturas em volta da cidade. Mais tarde, Von Thunen (1826) desenvolveu os fundamentos da localização agrícola ao aplicar a teoria dos círculos concêntricos (Ramos, 2000). Pela primeira vez é dada maior importância ao
  • 9. 9     problema de ocupação do espaço em detrimento das implicações económicas. Wilhelm Launhardt (1882) mostra que os custos de transporte de matérias-primas para as empresas e do produto final para o mercado, funcionam como forças que determinam um ponto óptimo de localização, que consiste no “local do custo mínimo de transportes”. Em 1909 Alfred Weber definiu uma teoria de localização industrial como um problema de repartição no espaço das actividades económicas. Considerou três factores principais que podem influenciar a localização das indústrias, que são: ponto mínimo de custos de transporte, distorção do trabalho e forças de aglomeração e desaglomeração. O ponto mínimo de custos de transporte, determinado geometricamente pelo método dos “triângulos de localização”, compara o preço entre o transporte das matérias-primas e dos produtos finais, encontrando o ponto óptimo que minimiza estes custos tendo em conta os elementos que o condicionam, o peso e a distância. A distorção do trabalho corresponde à atracção exercida por centros onde a mão-de-obra é abundante. A sua influência sobre os produtos, por unidade de peso, é medida pelo “índice de custo do trabalho” que assume valores proporcionais ao peso da mão-de-obra exigida no processo de produção. O terceiro factor, forças de aglomeração ou desaglomeração, traduz o nível de concentração das empresas resultante do seu reagrupamento geográfico ou da sua dispersão provocada pela concentração excessiva, o que reduz os locais disponíveis e aumenta o preço dos solos. Da intervenção destas forças resulta a densidade industrial. Weber recorre ao triângulo locacional (figura 1). Este é constituído por dois pontos diferentes de fornecimento de matérias-primas para a indústria (M1 e M2) e outro ponto distinto onde se localiza o centro consumidor (C). O ponto de equilíbrio das três forças (P) é capaz de proporcionar o menor custo para a indústria, ou seja, ponto onde os custos de transporte tanto das matérias-primas requeridas quanto do produto final sejam idênticos por unidade de distância percorrida. A localização óptima da indústria dá-se exactamente no centro do triângulo locacional, onde os custos de transporte são mínimos. Fig.1-Triangulo locacional (Weber, 1909)
  • 10. 10     Andreas Predöhl (1925/8), une as teorias de localização agrícola e industrial, aplicando o princípio da substituição de factores de produção localizados em diferentes pontos. Pela atribuição de “unidades de utilização” a cada factor, as quais determinam o seu grau de produtividade em função dos seus preços relativos e dos custos comparados do transporte, determinando assim a melhor combinação dos factores de produção e as zonas de menores custos globais, encontrando-se no final, as áreas preferenciais para a implantação de uma empresa. A existência de múltiplos obstáculos de diferentes naturezas, dificulta a mobilidade dos factores e dos produtos, tornando a concorrência entre si imperfeita quando localizados em sítios diferentes (Hans Weigmann, 1931). Em 1935, Tord Palander desenvolve o método das isolinhas. Aplicando-o à análise espacial, pretende definir o lugar geométrico de pontos para os quais os custos de transporte de matérias- primas são iguais aos custos de transporte de produtos acabados. Pela união destes pontos são construídas “isodapanes” (linhas de igual custo total de transportes) situando-se o ponto mínimo de transporte no interior do seu limite. Walter Christaller (1933) elabora a teoria dos lugares centrais, estabelecendo uma hierarquia dos centros urbanos com base nas suas actividades terciárias e serviços prestados à respectiva área de influência. Cada aglomerado fornece um certo número de bens e serviços terciários ao resto do país: princípio do abastecimento dos mercados. No entanto, esta análise empírica de Christaller apresenta algumas lacunas, pois a repartição dos aglomerados no espaço também é influenciada pelo princípio do transporte e pelo princípio do abastecimento dos mercados. Em 1940, August Losch desenvolve uma teoria de localização industrial abrangendo todo o sistema económico, com a intenção de manter o equilíbrio espacial geral. Para ele, o importante não é conhecer quais os motivos que levaram os empresários a fixarem-se num determinado local, mas sim determinar de forma abstracta quais são as condições óptimas de localização, dado que os princípios tidos em conta por um empreendedor individual são diferentes, quer se trate de um investimento a nível sectorial ou global. Losch faz uma análise distinta para a localização industrial e para a localização agrícola, considerando que para a localização industrial o ponto de equilíbrio espacial geral corresponde ao
  • 11. 11     ponto que maximiza as vantagens individuais e o número de unidades económicas autónomas. Este ponto de equilíbrio assegura a interdependência das localizações. No entanto, Losch não desenvolve este raciocínio, considerando que esta teoria de localização é de carácter muito geral para ter qualquer aplicação prática. Assim, apresenta a teoria das áreas de mercado e das regiões económicas, pretendendo com ela mostrar que se podem delimitar regiões económicas que não se situam apenas no interior das fronteiras políticas dos estados. Para fundamentar a sua teoria, parte de um preço pré-estabelecido para o produto na porta da fábrica, 0P (figura 2), neste ponto PQ são vendidas quantidades de produto. Para pontos mais distantes da fábrica os preços serão mais elevados, dado que ficam acrescidos dos custos de transporte e como os preços tende a subir, a quantidade de produtos por vender decresce.       Fig. 2 - Curva de demanda como função da distância do mercado (Losch, 1954) Ao analisar a figura 2, observa-se que um consumidor localizado em R terá um preço de mercado de OR e a quantidade vendida será RS. O preço limite do produto é estabelecido em OF e o custo limite de transporte será PF, este é o alcance máximo do bem. No ponto F, nenhum produto será vendido se a fábrica estiver localizada em P. “ As vendas totais equivalem ao volume do cone produzido pela rotação do raio PF em torno do eixo das quantidades máximas da demanda PQ. Originando o cone de demanda de Losch1 ” (figura 3). Fig. 3 - O Cone de demanda (Losch, 1954)                                                                                                                          
  • 12. 12     Uma redução de preço para OP’ implica um aumento da quantidade procurada de P’O’, ampliando o cone de procura para P’F e P’O’. A ampliação do cone de procura demonstra que, com a redução do preço FOB (Free on the Board), amplia-se a área de mercado. Na visão de Losch o que vai determinar a escolha da localidade é a área de mercado. A determinação da área de mercado óptimo dá-se através de uma produção mínima e do reduzido custo de transporte. 5.3. Tendências recentes da teoria da localização As teorias clássicas de localização fundamentando-se essencialmente nos custos dos transportes, tornaram-se insuficientes para a explicação e resolução de determinados problemas. Outras orientações mais recentes oferecem novas explicações para a localização industrial. O factor económico tido em conta para a decisão da localização de uma unidade industrial, deixa de ter importância máxima, valorizando-se outros aspectos que contribuem para a minimização dos riscos. O efeito da incerteza, bem suportado por decisões com impacto a longo prazo, justifica a escolha de uma localização não óptima, mas apenas viável, ao passo que a rentabilidade máxima é procurada nas escolhas com impacto a curto prazo (Richardson, 1973). Segundo Smith (1977), as empresas limitam-se a definir para o território em causa, zonas de lucros positivos, caindo a sua escolha dentro delas e em localizações que maximizem as vantagens não financeiras. Os factores financeiros apresentam, assim, uma importância decrescente, dando-se maior relevância a outros critérios, como as preferências pessoais, que podem levar à escolha de uma grande cidade onde o risco da incerteza é menor. Os movimentos inter-regionais de capital dependem do volume dos capitais oferecidos em cada região e do balanço oferecido por cada região. Fazendo uma síntese destes factores, Richardson define um modelo probabilístico de localização, fazendo corresponder a cada caso um coeficiente probabilístico. É objectivo destas novas ideias de localização, diminuir a mobilidade e aumentar a concentração espacial das unidades industriais. De um modo geral, as decisões de localização são próprias das grandes empresas possuidoras de várias unidades fabris, sendo que as pequenas empresas apenas
  • 13. 13     se deslocam quando lhes é imposto e nunca para grandes distâncias. O crescimento de uma empresa obriga-a a certas mutações que lhe dá a possibilidade de se movimentar no espaço. Portanto, conhecer as formas de mudança e de crescimento de uma empresa ajuda a compreender a sua escolha espacial. Como refere Aydalot (1985), distinguem-se três fases para o desenvolvimento da empresa: fase da organização, de expansão e de racionalização. Deverá, então, procurar-se a aplicação destas fases nas formas do seu desenvolvimento espacial. Cada factor considerado determinante ao funcionamento da empresa pode levar a uma nova interpretação das suas escolhas espaciais. Considera-se implícito que a empresa tenha uma localização de equilíbrio, que não modificará senão para reagir a uma modificação das condições exteriores (Rees et al., 1981; North, 1955). Vários autores analisaram as modalidades do processo de decisão no seio da grande empresa. Ao contrário da pequena empresa que está dependente do meio que a envolve, a grande empresa, tendo potencialidades para suportar as incertezas e os riscos de errar, mune-se de liberdades específicas que lhe dão a possibilidade de se movimentar sobre grandes distâncias. 5.4. O comportamento espacial das empresas Normalmente realizam-se inquéritos para melhor conhecer os motivos que levaram uma empresa a optar por um determinado local. No entanto, deverão ser tomadas algumas precauções na sua interpretação e apresentação de conclusões, dado o elevado grau de imprecisão das respostas neles contidas e diferentes tipos de indústrias entrevistadas possuírem ambições, finalidades e necessidades distintas. Os factores considerados importantes pelos empresários para a sua decisão espacial, devem ser correctamente agrupados em classes tendo em conta a sua natureza e a cada um atribuído um peso relativo. Desta forma, os inquéritos permitem classificar e hierarquizar os principais factores de localização que vão ao encontro das características específicas de cada empresa, quer se trate da criação de uma nova unidade ou de uma mudança de localização. O processo de decisão na escolha da localização não é padronizado para todo e qualquer tipo de empresa. Cada empresa irá ponderar os critérios que considera relevantes, quer sejam preferências
  • 14. 14     pessoais, oferta de mão-de-obra, clima social, incentivos Político-regionais, disponibilidade de terrenos, etc., fazendo-os intervir na sua escolha por ordem decrescente de importância. A dimensão da empresa também tem influência na forma como se vai processar a tomada de decisão. Isto é, as grandes empresas possuem sectores especializados que aconselham a equipa da direcção de quando e onde deve ser implantada a nova instalação, enquanto as empresas de menores dimensões a decisão de uma nova implantação e escolha do local cabe apenas ao topo da hierarquia da empresa, nomeadamente Presidente e Vice-Presidente. 5.5. Os factores de localização Factor de localização é todo o elemento susceptível de diferenciar o espaço. Porque a sua importância varia com o tempo e com a região geográfica, não é possível estabelecer uma hierarquia universal que possa servir de modelo para todo e qualquer tipo de análise (Soares, 2002). O desenvolvimento territorial e tecnológico modifica a importância de um factor de localização, que quando menor, contribui para a homogeneização do território. De seguida apresentam-se alguns factores de localização industrial que contribuem para a diferenciação do espaço. O progresso contínuo da tecnologia de laboração das indústrias, a evolução dos transportes e a importação de matérias-primas, permitem às indústrias obterem a mesma quantidade de produto final com menores custos de transporte e de volume de matéria-prima. Assim estes factores, custos de transporte e proximidade a fontes de matéria-prima, passaram a ter menos importância para a definição da localização. Devido à importação de materiais necessários à laboração, os portos de importação passaram a determinar pontos de atracção para a implantação de indústrias. Qualquer unidade industrial para laborar convenientemente necessita de mão-de-obra, mais ou menos qualificada, em maior ou menor quantidade, dependendo do tipo e dimensão da empresa. A nova localização deverá fornecer à empresa a força de trabalho necessária, o que torna este factor determinante na escolha do local.
  • 15. 15     A proximidade a “mercados” tem também alguma importância na decisão de localização uma vez que representa o local de escoamento da produção, contribuindo para a concentração das localizações. O peso deste factor tende a diminuir com a diminuição dos custos dos transportes. 6. Análise Multicritério 6.1. Introdução Com base nas definições dos critérios, e factores levantados pelos autores que versam sobre a análise multicritério vai servir de ponto de partida para a avaliação dos dados espaciais obtidos no terreno de forma a definir novos critérios a serem usados na criação de uma zona industrial no distrito. Um Critério representa uma condição que contribui para a tomada de decisão, podendo ser quantificado ou avaliado. Os critérios podem ser de dois tipos: Exclusões ou Factores. Uma Exclusão é um critério que limita as alternativas consideradas na análise. É traduzida pela criação de limitações ao espaço de análise definindo as alternativas não elegíveis que deverão ser excluídas do espaço inicial de soluções possíveis, ou por apenas pretender garantir que a solução final possua algumas características pré-estabelecidas. Um Factor é um critério que acentua ou diminui a aptidão de uma determinada alternativa para o objectivo em causa. De um modo geral, a aptidão é medida numa escala contínua de forma a abranger todo o espaço de solução inicialmente previsto (SOARES, 2002). 6.2. Avaliação de pesos para critérios Num processo de decisão que envolve múltiplos critérios é necessário quantificar a importância relativa de cada um, o que normalmente é feito pela atribuição de um determinado peso. O facto dos diferentes decisores atribuírem graus de importância variáveis aos diversos critérios, obriga a uma cuidadosa atribuição de pesos de modo a que sejam preservadas as suas preferências. Não se podendo afirmar que existe um método consensual para a definição de pesos, encontram- se na literatura várias propostas de procedimentos para este efeito (Voogd, 1983; Von Winterfeldt e Edwards, 1986; Malczewski, 1999).
  • 16. 16     6.2.1. Método baseado no ordenamento de critérios Este método consiste em ordenar os critérios de acordo com o grau de importância atribuído pelo decisor, isto é, ao critério mais importante é atribuída a ordem 1, ao segundo mais importante a ordem 2, e assim sucessivamente. Estabelecida a ordem, procede-se à geração de pesos, existindo para tal diversos procedimentos. Como exemplo, citam-se dois desses procedimentos (Stillwell et al, 1981): o rank sum, assim designado por utilizar a ordem no ranking, e o rank reciprocal, que utiliza a ordem inversa dos critérios no ranking. Respectivamente, o vector dos pesos é obtido pelas seguintes expressões: Rank sum: 𝒘𝒋𝒌 = 1 1 + + k j nr n (1); Rank reciprocal: k j jk r r w /1 /1 = (2) Onde: w é o peso normalizado do critério j, rj é a ordem do mesmo critério no ranking e n é o número de critérios. 6.2.2. Método baseado em escalas de pontos A escala de pontos é uma outra alternativa simples de atribuir pesos a critérios, principalmente quando é possível uma avaliação directa. Inicialmente este método foi desenvolvido por Osgood et al. (1957), defendendo que é suficiente para alguém expressar adequadamente a sua preferência uma diferenciação em sete níveis. A cada critério é atribuído um número de um a sete numa escala ladeada por duas expressões opostas, denominado princípio da semântica diferencial (Tabela 2). Insignificante 1 2 3 4 5 6 7 Importante Tabela 2 - Escala de sete pontos Feita a avaliação de todos os critérios procede-se à normalização dos valores a eles atribuídos, gerando-se assim um conjunto de pesos. Têm surgido algumas variações a esta escala que a convertem de forma arbitrária numa escala de n pontos. Podem ser encontrados em Findlay et al (1988) e em Mendes (1999), exemplos da utilização deste método com uma escala de 5 pontos em estudos de avaliação multicritério de qualidade de vida urbana.
  • 17. 17     6.2.3. Método baseado na distribuição de pontos Utilizando este método, o decisor deverá distribuir pelos critérios, um conjunto de pontos que totalizarão um valor pré-estabelecido. Quantos mais pontos forem atribuídos a um critério, maior será a sua importância relativa. Assim, se for estabelecido um valor total de 100 pontos, a atribuição de 0 pontos a um critério significa que o mesmo pode ser ignorado, ao passo que, a atribuição de 100 pontos significa que, para a decisão em causa, apenas esse critério é tido em conta. 6.2.4. Método baseado na comparação de critérios par-a-par No contexto do processo de tomada de decisão denominado AHP (Analytic Hierarchy Process), Thomas Saaty (1977, 1980, 1987) desenvolveu a metodologia de comparação par-a-par, de uma forma mais complexa mas também mais promissora, para a obtenção dos pesos a atribuir aos vários critérios. Este método baseia-se na construção de uma matriz quadrada n, n que permite efectuar a comparação entre os n critérios. Os diferentes critérios são dispostos pela mesma ordem ao longo das linhas e das colunas, para que o valor aij represente a importância relativa do critério da linha i face ao critério da coluna j. Assim, resultando uma matriz recíproca cujos elementos são definidos como na equação a seguir, apenas é necessário avaliar a sua metade triangular inferior esquerda. ija = 1 a ji e i,j ={1,2…., n} (3) 6.3. Normalização de critérios Normalmente a avaliação dos diferentes critérios resulta em grandezas e valores não comparáveis entre si, sendo obrigatório proceder à sua normalização para a mesma escala de valores no sentido de viabilizar a sua agregação. De um modo geral, os processos de normalização são estabelecidos por curvas de normalização que utilizam valores máximo e mínimo, sendo a variação linear a forma mais simples para definir uma escala (Eastman, J. R., 1997): RR RRi ix minmax min − − = x Intervalo normalizado, i= {1,2,...,n} (4)
  • 18. 18     Onde: Ri é o valor de Score a normalizar e Rmin e Rmax são os Scores mínimo e máximo respectivamente. Quando o número de scores é suficiente para permitir o cálculo de médias e desvios padrão com algum significado, pode recorrer-se a uma outra forma de normalização denominada de z-score (Bossard, 1999) cujo valor é dado pela seguinte equação (Mendes et al., 1999): Zscore  =  a   ( ) ( )R RR σ µ−            (5) Onde: R é o valor do score a normalizar, µ(R) é a média dos scores das diferentes alternativas em consideração e σ(R) é o respectivo desvio padrão. A variável a assume o valor +1 quando maiores valores do score do critério contribuem positivamente para o objectivo em causa, e o valor –1 quando maiores valores do score contribuem negativamente para o objectivo. Assim definido, o z-score é o número de desvios padrão que o score daquele critério está acima ou abaixo da média dos scores de todas as alternativas consideradas. Uma utilização extensiva deste conceito pode ser consultada em Mendes et al. (1999) e Ramos (2000). 6.4. Combinação de critérios Uma vez normalizados os scores dos critérios para um intervalo fixado (0 a 1, ou outro), estes podem ser agregados de acordo com a regra de decisão. Para tal, existem diversas classes de operadores para a combinação de critérios para uma descrição extensiva (Malczewski, 1999). Nas secções seguintes apresentam-se dois procedimentos considerados como mais relevantes no âmbito dos processos de decisão de natureza espacial: a Combinação Linear Pesada (WLC) e a Média Pesada Ordenada (OWA). 7. Parques Industriais: Definição e conceitos Os sinónimos “distrito industrial”, “parque industrial”, ou ainda “pólo industrial” possuem um claro significado para empresários, profissionais da indústria, associações de representação industrial, e autoridades voltadas para o desenvolvimento económico. Contudo, a inserção da palavra “eco” a estas terminologias propõe um novo enfoque estratégico às estruturas organizacionais industriais, sendo importante a sua distinção do tradicional conceito já
  • 19. 19     consagrado de parque industrial. O termo “Eco Parques Industriais” foi utilizado oficialmente pela primeira vez em 1993, a nível internacional, por uma equipe de especialistas denominada Indigo Development, da Universidade de Dalhousie, no Canadá e da Universidade de Cornell, nos EUA (LOWE, 2001). Um Eco-Parque Industrial e um Parque Industrial, possuem duas importantes características em comum: constituem-se por um conjunto de empresas localizadas em uma mesma área física e possuem um agente gerador (ex: empresa, associação, etc.) para actuar em prol das actividades e interesses comuns de seus respectivos grupos industriais. Um parque industrial demonstra claros padrões de desenvolvimento, definição de propriedade, responsabilidade pelo gerenciamento, manutenção e controlo. Contudo, a proposta dos Parques Industriais é que as empresas operem como uma comunidade em torno de interesses não só económicos, mas também de benefícios sociais em comum. A sua proposta é fazer com que os aglomerados industriais funcionem localmente como ecossistemas industriais, buscando localmente o fechamento do ciclo de materiais e a racionalização e optimização do uso de água e energia, assim como fazer que as indústrias pertencentes a um mesmo parque industrial actuem na promoção de projectos compartilhados interagindo para melhorar a performance social e económica da zona. 7.1. Algumas Experiências Internacionais de Parques Industriais O autor para desenvolver o modelo usando os sistemas de informação geográfica para criação de uma zona industrial no distrito do Dondo, partiu de alguns exemplos desenvolvidos por diferentes paises. 8. Modelos de dados em Sistema de Informação Geográfica Antes de prosseguir com a apresentação do caso de estudo convém aqui lembrar alguns modelos ou estrutura de dados espaciais relacionados com Sistemas de Informação Geográfica (SIG), uma vez que foi a ferramenta de análise espacial utilizada para a criação de uma zona industrial na área de estudo.
  • 20. 20     Existem vários modelos de dados aplicáveis em SIG. Por exemplo, o SIG pode funcionar como base de dados com informação geográfica e alfanumérica que se encontra associada por um identificador comum aos objectos gráficos de um mapa digital. Neste caso, os modelos mais comuns em SIG são o Modelo Raster ou matricial e o Modelo Vectorial. 8.1. Modelo Matricial/Raster O modelo de SIG matricial centra-se nas propriedades do espaço, compartimentando-o em células regulares (habitualmente quadradas, mas podendo ser rectangulares, triangulares ou hexagonais). Cada célula representa um único valor. Quanto maior for a dimensão de cada célula (resolução) menor é a precisão ou detalhe na representação do espaço geográfico. (ver a figura 5). Fig. 5 - Modelo de representação Matricial/Raster Fonte: ESRI (2004) 8.2. Modelo Vectorial Na estrutura Vectorial, a localização e a feição geométrica do elemento são armazenadas e representadas por vértices definidos por um par de coordenadas. Dependendo da sua forma e da escala cartográfica, os elementos podem ser expressos pelas seguintes feições geométricas (Figura 6). Pontos – representados por um vértice, ou seja, por apenas um par de coordenadas, definindo a localização de objectos que não apresentam área nem comprimento. Exemplos: hospital representado em uma escala intermédia ou cidade em uma escala pequena, epicentro de um terramoto.
  • 21. 21     Linhas poligonais ou arcos – representados por, no mínimo, dois vértices conectados, gerando polígonos abertos que expressam elementos que possuem comprimento ou extensão linear. Exemplos: estradas, rios. Polígonos - representados por, no mínimo, três vértices conectados, sendo que o primeiro vértice possui coordenadas idênticas ao do último, gerando, assim, polígonos fechados que definem elementos geográficos com área e perímetro. Exemplos: divisões Políticas - administrativos (municípios, estados), classes de mapas temáticos (uso e cobertura do solo). As feições geométricas (ponto, linha e polígono) utilizadas para representação dos elementos, bem como a sua estrutura de armazenamento, estabelecem as relações espaciais entre os elementos geográficos, ou seja, relações existentes entre si e entre os outros elementos, denominadas de topológias (Burrough, 1998). A estrutura de armazenamento dos dados vectoriais pode ser topológica ou do tipo spaghetti (RIPSA, 2000). Na estrutura topológica, os relacionamentos espaciais entre os elementos geográficos, representados por nós, arcos e polígonos, estão armazenados em tabelas. Os nós, são uma entidade unidimensional que representam os vértices inicial e final dos arcos, além das feições pontuais. Os arcos correspondem a entidades unidimensionais, iniciando e finalizando por um nó, podendo representar o limite de um polígono ou uma feição linear. Os polígonos, que representam feições de área, são definidos por arcos que compõem o seu perímetro. A topologia permite estabelecer as seguintes relações entre os elementos: Pertinência – os arcos definem os limites dos polígonos fechados definindo uma área; Conectividade – os arcos são conectadas com outros a partir de nós, permitindo a identificação de rotas e de redes, como rios e estradas; Contiguidade – os arcos comuns definem a adjacência entre polígonos.
  • 22. 22     Fig. 6 - Topologia de polígonos, arcos e nós.                                                                                                              Fonte: UNBC GIS LAB (2005) Tabela 4 - Resumo de vantagens e desvantagens dos modelos Vectorial e Raster MODELO VANTAGENS DESVANTAGENS VECTORIAL ! Estrutura compacta ! Eficiente na análise de relacionamentos espaciais ! Feições são representadas precisamente, por pontos, linhas e polígonos ! Estrutura complexa exigindo programas sofisticados e caros ! Operações de Sobreposição de níveis de informação, mais complexas RASTER ! Simplicidade de implementação das operações de superposição ! Programas mais baratos e simples de usar ! Dificuldade de representação de relacionamentos topológicos ! Dificuldade de associação de atributos a feições ! Arquivos muito grandes
  • 23. 23     9. Estudo de Caso - Localização da Zona Industrial do Distrito do Dondo 9.1. Caracterização do distrito do Dondo Distrito de Dondo situa-se na margem esquerda do rio Púnguè, que vai desaguar junto da cidade da Beira, estando-se ao longo deste rio até aos limites do actual Município da Beira (Vide Figura 9). Fig. 9 - Localização do Distrito do dondo no Mapa de Moçambique Dondo é um do distrito de Moçambique Localizado no Centro - Este da Província de Sofala, limitando-se a Norte com o distrito de Muanza, a Oeste com o distrito de Nhamatanda, a Sul com o distrito de Búzi e cidade da Beira e a Este pelo Oceano Índico. Com uma superfície de 2.306Km2 . o distrito possui dois postos Administrativos e quatro (4) localidades nomeadamente: posto Administrativo de Dondo-Sede e de Mafambisse. Quanto as localidades têm: Chinamacondo; Savana; Mafambisse - Sede e Mutua, (vide figura 10):  
  • 24. 24     Fig.10 - Mapa de enquadramento geográfico do distrito do Dondo 9.1.1.Clima Segundo a classificação climática de Koppen, o clima do distrito do Dondo está compreendido na zona de transição do clima tropical chuvoso para o de estepe com estação seca no inverno. A temperatura média do ar é cerca de 27o C, com uma amplitude média de 7o C (cerca de 27,5o C em Janeiro e 21o C em Julho/Agosto).
  • 25. 25     A média anual dos valores máximos é de 30-31o C, com os valores máximos possivelmente em Janeiro - Fevereiro. (32o C – 33o C) e os mínimos em Julho (26-27o C). O valor médio anual das temperaturas mínimas é de 18-19o C, com os valores mais altos em Jan-Fev. (22o C) e os mais baixos em Julho (14-15o C) 9.1.2. Hidrologia A humidade relativa no distrito deverá rondar os 75-76% com pequena variação ao longo do ano. A precipitação média anual varia de 1000 mm a 1459 mm, com os valores mais altos na zona mais próxima da costa e diminuindo progressivamente para montante. A Evapotranspiração potencial média anual está na ordem de 1496 mm. 9.1.3. Topografia O distrito é caracterizado pela ocorrência de duas zonas geomorfológicas distintas: ! Uma que compreende as formações aluvionares recentes, representada por uma topografia plana e praticamente sem declives; e ! Outra com relevo mais acentuado é caracterizada pelas superfícies suavemente onduladas. Estas zonas são separadas por pequenas baixas pouco acentuadas, em geral largas e sem declives ou com declive muito suave, onde correm linhas de água que se dirigem ao rio Púngué, formando alguns charcos ou pequenas lagoas no seu percurso. Antigos meandros do rio também formam depressões descontínuas do terreno, conservando a água das chuvas durante todo o ano. 9.1.4. Solos Quanto aos solos, no distrito podem ser encontrados solos argilosos castanhos acinzentados, escuros, profundos, textura mediana, relativamente pobres em matéria orgânica, e os sais solúves não aparecem em quantidade suficiente para criar limitações na sua utilização agrícola. Contrastando com estes solos, ocorrem solos franco argilo-arenosos castanhos moderadamente profundos (> 70 cm <100 cm), com cor cinzenta escura a preta, textura pesada, argilosa e estrutura bem desenvolvida, podendo ocorrer uma camada bastante argilosa e cimentada, limitando o desenvolvimento de algumas culturas devido a deficiente drenagem. A presença de manchas no subsolo é um sinal do hidromorfismo destes solos.
  • 26. 26     Alternando com estes dois tipos de solos ocorrem solos aluvionares estratificados, com camadas distintas, correspondendo aos ciclos de sedimentação de depósitos do ciclo de cheias do rio. No grupo de solos aluvionares destacar aqueles fortemente argilosos, hidromórficos, salinos, com manchas de sais a superfície, completamente inaptos para a agricultura (solos de mangal). No interior e nos terrenos ondulados, destacar a planície arenosa de material sedimentar da chamada faixa arenosa costeira, de solos profundos, de textura arenosa (Perfil do Distrito do Dondo, 2005) (vide Fig.11). Fig. 11 - Mapa de solos do Dondo 9.1.5. Aspectos Demográficos O distrito de Dondo apresenta uma população de 141.003 habitantes sendo 71.383 homens e 69.620 de mulheres. (INE, 2007). Apresenta três postos Administrativos nomeadamente: Dondo sede (cidade do Dondo), com uma população total de 70.817 habitantes, Posto Administrativo de Mafambisse com 53.067 e Posto Administrativo de Savana com uma população total de 17.119 habitante. No posto administrativo de Mafambisse a população está distribuída por duas localidades nomeadamente Mafambisse sede com 37.474 habitantes e na localidade de Mutua 15.593.
  • 27. 27     No posto administrativo de savana a população encontra-se igualmente distribuída por localidade de Savane-Sede com população de 12584 e na localidade de Chinamacondo com 4.535 habitantes. Em cada Posto Administrativo existe um Chefe do Posto e diferentes régulos (autoridade tradicional), vários aglomerados populacionais como mostra na Fig.12. Fig. 12 - Mapa de distribuição espacial da população do Dondo 9.2. Economia e Serviços O distrito possui potencialidades agrícolas, pecuárias e de florestas, sendo a agricultura e pecuária as principais actividades económicas das famílias. Nos solos moderadamente bem drenados predominam as consociações de milho; mapira; mexoeira; mandioca e feijões nhemba e boere. Algodão e cana-de-açúcar são culturas de rendimento, produzidas em regime de monoculturas. Este sistema de produção é ainda complementado por criações de espécies como gado bovino, caprino, e aves. O sistema predominante nos solos de textura pesada e mal drenados é a monocultura de arroz pluvial (na época chuvosa) seguida por batata-doce em regime de camalhões ou matutos (época fresca).
  • 28. 28     A produção agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, nem sempre bem sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento das culturas. É na faixa do distrito atravessada pelo rio púngué, que existe aptidão para a agricultura irrigada, com recurso a meios mecânicos de propulsão. Mais para o interior do distrito, existem algumas terras onde é possível utilizar pequenos sistemas de rega para produção agrícola, desde que haja algum investimento para a construção de sistemas de armazenamento de água. Este distrito possui cerca de 8 mil hectares de regadios operacionais dominados pela infra- estrutura da Açucareira de Moçambique (Mafambisse) que, porém, são afectados por avarias de equipamentos e destruições causadas pelas cheias. Existem igualmente pequenas infra-estruturas de rega com capacidade para fazer irrigação de superfície a cerca de 43ha (somente 3ha estão operacionais) e algumas represas, espalhadas por quatro unidades agrícolas privadas. As cheias que assolaram o distrito em 2000/01 afectaram bastante a campanha agrícola e somente em 2003, após o período de seca e estiagem que se seguiu e a reabilitação de algumas infra-estruturas, se reiniciou timidamente a exploração agrícola do distrito e a recuperação dos níveis de produção. O fenómeno pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e algumas infra-estruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário. Dada a existência de boas áreas de pastagem, há condições para o desenvolvimento da pecuária, sendo as doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão, os principais obstáculos ao seu desenvolvimento. A madeira não é muito utilizada na construção de habitações, sendo que as casas tradicionais são construídas principalmente com estacas, bambus, barro e capim, recentemente, utilizam-se também alguns materiais convencionais, como chapas de zinco. A lenha e o carvão são os principais combustíveis domésticos.
  • 29. 29     No distrito de Dondo são plantadas fruteiras como o cajueiro, a mangueira, a goiabeira, a maçaniqueira e a papaieira. Como limitantes à produção de árvores de frutas citam-se a falta de sementes, a seca e a as pragas. A fauna bravia do distrito é importante na alimentação das famílias. Sendo um distrito costeiro, o peixe é, naturalmente, incluído na dieta familiar, constituindo a pesca uma actividade de rendimento para muitas famílias. A comercialização é feita localmente, registando-se a actividade de comerciantes vindos de fora, principalmente de Maputo e da Beira para comprar os produtos localmente. No distrito, é habitual o processamento de frutas para fábrica caseira de bebidas alcoólicas, destiladas e fermentadas, para venda no mercado informal. Este distrito é um centro agro-industrial importante do país, sendo a produção de açúcar e de cimento que dominam a actividade industrial do distrito do Dondo. Há ainda a realçar entre outros empreendimentos, a Lusalite de Moçambique; Moçambique Florestal (MOFLOR), Fábrica de travessas de Betão, Estação dos CFM - Centro; e Gado Leiteiro de Muzimbite. A pequena indústria local (pesca, carpintaria e artesanato) surge, também, como alternativa à província vizinha de Manica e mesmo ao Zimbabwe, possibilita ao distrito uma boa integração na rede de mercados. A sede do distrito é caracterizada por alguma actividade comercial, sendo que a comercialização da maior parte dos produtos é feita nos mercados locais, na sede e na cidade da Beira, havendo ainda comerciantes provenientes desta cidade e também de Maputo a operar no distrito. Este distrito não tem potencial turístico significativo e as infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento do sector são muito limitadas. Apesar dos esforços desenvolvidos, do investimento público e privado na actividade agrária e em infra-estruturas e das varias intervenções na área social que, entretanto, foram realizadas, são bem patentes no distrito os efeitos gerais da pobreza, das calamidades naturais e da guerra que assolou Moçambique nas ultimas décadas. Dondo é, hoje, o segundo centro industrial da Província, graças a existências das unidades industriais de grande vulto, acima mencionados.
  • 30. 30     A principal actividade económica do distrito é a agricultura, onde se destaca a cultura de cereais (milho e mapira), raízes e tubérculos (mandioca e batata-doce), para além de hortícolas diversas. 9.3. Desenvolvimento do modelo de localização de zona industrial caso de estudo O presente trabalho tem como objectivo desenvolver um modelo de zona industrial usando sistemas de informação Geográfica no distrito do Dondo, que irá incentivar os investidores nacionais e estrangeiros a instalar os seus empreendimentos fabris naquele espaço, e ao mesmo tempo vai permitir uma melhor divisão espacial sob ponto de vista de tipo de trabalho em função da sua dimensão e a natureza de manuseamento dos seus produtos. O distrito pelo facto de se localizar ao longo do corredor da Beira, e por sua vez faz ligação com zona norte e Sul por via Rodoviária e recentemente entrará em funcionamento a linha férrea que liga Dondo a Moatize – Tete e vai até Mutare em Zimbabwe, por outro lado o distrito possui um sistema de abastecimento de água e uma rede de corrente eléctrica que reúne condições para suportar o funcionamento das unidades industriais. Não gostaria de fazer a menção de factor matéria – prima e mão-de-obra qualificada para suportar as unidades fabris que irão emergir nessa zona, é pelo facto desses não serem um factor determinante para sua instalação, isto é, se houver ver necessidade de importar a mão-de-obra qualificada noutros pontos do país ou a mão-de-obra estrangeira pode-se efectuá-lo, desde que a mesma unidade crie um efeito multiplicador nessa zona (Ex: surgimento de outras firmas na área ligada a tipo de trabalho prestados por estas unidades isto vai fazer com que haja redução do desemprego nessa área), o factor matéria – prima, para este trabalho, parte do exemplo da Mozal – Maputo e Cimento de Moçambique localizada no distrito do Dondo estas unidades industriais a matéria - prima para sua operacionalização não é obtida localmente. Sendo o espaço territorial contínuo, há que ter em conta toda a sua envolvência geográfica. Assim, não serão apenas considerados os dados referentes à área em estudo, mas também aqueles que pertencem a zona vizinha do distrito, que de algum modo interferem na escolha da localização das unidades industriais. Para a criação de uma zona industrial na área em estudo, optou-se pelo modelo vectorial, uma vez que, neste modelo todos os objectos ou condições do mundo real podem ser representados com precisão as feições espaciais num mapa através de pontos linhas e polígonos.
  • 31. 31     9.4. Modelo a desenvolver A escolha do modelo de localização espacial na área em estudo, baseou-se num estudo de várias obras que versam sobre o tema. Todavia, os modelos que constam na revisão bibliográfica permitiram fazer uma análise crítica sobre os pontos fracos de cada modelo. 10. Principais unidades industriais na área de estudo O distrito é um centro agro-industrial importante na região centro do país, e compreende as seguintes indústrias: - Cimento de Moçambique (fábrica dos cimentos do Dondo) - Lusalite de Moçambique (fábrica de Chapas) - Fábrica de travessas de betão - Moçambique Florestal (MOFLOR) - A açucareira de Mafambisse 10.1. Mapeamento das principais unidades industriais da área de estudo A figura que se segue (Fig. 13), representa as principais fabricas existentes no distrito do Dondo, as quais se encontram localizadas de forma aproximada uma da outra excepto a fabrica de açucareira de Mafambisse que dista cerca de 16km das outras.
  • 32. 32     Fig. 13 - Mapa das principais unidades industriais do Dondo 11. Múltiplos critérios para a localização da zona industrial na área de estudo Para a localização da zona industrial foram usados critérios que de acordo com o respectivo peso ou grau de importância considerado (Tabela 1), avaliam a aptidão do solo para o assunto em estudo. As áreas que necessitam de protecção e cujo uso é incompatível com a solução procurada para a preservação são excluídas da analise. Assim, as exclusões são critérios que restringem o espaço de decisão. Neste processo de análise multicritérial, foi usada a operação espacial denominada de buffer, uma operação bastante comum em SIG, podendo traduzir-se por faixa envolvente. Um buffer é uma área que se define por uma determinada distância a um determinado ponto.
  • 33. 33     11.1. Critérios usados para a localização da zona industrial Na área em estudo as decisões que envolve a definição dos critérios que constam da (tabela 1), foi necessário fazer um inquérito junto aos residentes locais de forma a se encontrar um consenso no assunto que diz respeito a localização da zona industria (vide o guião-anexo1). A determinação dos pesos para cada critério foi resultado de um estudo de várias literaturas que versão sobre assuntos que constam nos pontos anteriores deste trabalho, onde se concluiu que não existe um método fixo para a definição de pesos, mas para este trabalho o peso foi definido a partir das dificuldades encaradas pelas algumas unidades fabris que actualmente estão a operar no distrito, e por outro lado dos problemas ambientais que os residentes tem enfrentado dia pôs dias, isto é, os pesos foram definidos com vista a salvaguardar os interesses de ambas as partes. A fórmula usada para determinar o peso de cada factor foi: %100x p f F = Onde: F- indica o factor ou a variável a ser calculada, f - casos favoráveis que resulta do consenso dos entrevistos (empresários e residentes), p - casos possíveis de acontecer por Ex: a existência de mão-de-obra; matéria - prima abundante e boa acessibilidade etc. A seguir são apresentados factores e pesos para cada critério: 11.1.1. Acessibilidade (F1) Para análise deste ponto, tomou-se em conta a existência de infra-estruturas de vias de acesso e a capacidade de resposta do tráfego tanto rodoviário; ferroviário e fluvial. Neste caso, a distância é um factor determinante em relação à localização da zona industrial, em termos de custos e de tempo gasto, por isso, para este factor foram considerados os seguintes critérios: F1 C1 Rede ferroviária A Rede ferroviária é a mais indicada, no transporte intra-continental, pois permite suportar grandes cargas a média e longas distâncias. Para este critério na área em estudo foi definido um parâmetro de distância que varia de 5km˂ Dzi ≤ 10km, tendo como ponto de referência do buffer da zona industrial a rede principal dessa via (Figura 14), visando evitar o sinistro entre meios de transportes.
  • 34. 34     Fig. 14 – Mapa de rede ferroviária com os buffers F1 C2 Rede viária Foi definida uma distância que varia de 3,5km˂ Dzi ≤ 5km em relação a buffer da zona industrial, este escalonamento resulta do estudo feito na área, (Figura 15), visando reduzir o impacto directo dos efluentes a ser emitidos pelas unidades fabris. Fig. 15 - Mapa de Rede Viária com os buffers
  • 35. 35     F1 C3 Rede fluvial A rede fluvial constitui uma das vias mais económica para os empresários quando comparado com as restantes vias de transporte, visto que, é uma via que apresenta maior capacidade de escoamento de carga com baixo custo operacional. Os rios do distrito do Dondo, na sua maioria são do regime periódico excepto o rio Púngué que tende a estabilizar o seu caudal no período seco, mesmo assim não oferecer conduções para o escoamento de produto por esta via, dada a sua largura ser bastante estreita para as manobras de embargo ou desembargo das mercadorias, sendo assim, foi definido uma distância que varia de 2,5km˂ Dzi ≤ 3km, servindo apenas como fonte de alimentação das unidades industriais, (ver a Figura 16). Fig. 16 - Mapa da Rede Fluvial do Dondo com os buffers 11.1.2. Uso e Cobertura do Solo (F2) O uso e cobertura do solo foi considerado como um dos factores fundamental na localização da zona industrial, pelo facto da sua importância no fornecimento de dados inerentes a ocupação
  • 36. 36     actual do solo na área em estudo, isso permitiu que evitasse a sobreposição de espaço, por exemplo: Áreas para actividades agrícolas e zonas reservadas para residências (vide Figura 17).   Fig. 17 - Mapa de Uso e Cobertura do Solo no Dondo 11.1.3. Declividade (F3) Segundo RAMALHO-FILHO & BEECK (1995), as classes de declividade de 0 a 9° são áreas em que a susceptibilidade à erosão varia desde áreas não susceptíveis, em locais planos, à susceptibilidade forte nas áreas com relevo ondulado, onde a declividade está próxima a 9°. As terras de relevo plano, apresentam uma declividade que varia de 0° a 3°, utilizado internacionalmente, onde existem quase nulos riscos de erosão. Enquanto que as áreas com as classes de declividade entre 9° a 20°, compreendem as áreas de relevo forte onduladas e com alta susceptibilidade à erosão. 11.1.4. Solo (F4) Neste factor pretende trazer algumas considerações inerentes a qualidade e aptidão de cada critério. A qualidade ou eficiência do solo pode facilitar ou onerar a implantação de instalação industrial. A resistência do solo, o nível do lençol freático, formações rochosas e de matas,
  • 37. 37     podem determinar o melhor terreno, os tipos de solos que foram tomados como critério são: solos Arenosos e Argilosos (vide Figura 18). Fig. 18 - Mapa de tipos de solos do Dondo 11.1.5. Hospital (5) Para este factor foi atribuído o peso de 8% e um critério de 3km˂ Dzi ≤5km, isto deveu-se ao facto do distrito estar a possuir as unidades hospitalares em crescimento (vide Figura 19), que possam assegurar as necessidades da zona e que com a mesma, espera-se também a construção de outras unidades sanitárias, mas do momento a área de estudo está em condições de conceber a demanda dos pacientes vindo dessas unidades fabris e de outras áreas.
  • 38. 38     Fig. 19 - Mapa das Unidades Sanitárias do Dondo com os buffers 12. Implementação do modelo em ambiente SIG O planeamento do território, no qual se insere a localização industrial, obedece a um processo de classificação do uso do solo. Este diferencia o espaço territorial para um determinado tempo de vigência, devidamente regulamentado, possibilitando controlar as intervenções sobre o território. A localização de novas unidades industriais no território assume grande importância, quer do ponto de vista da sua estruturação, quer do ponto de vista do impacto ambiental causado. A apreciação da aptidão do uso do solo, quer qualitativa quer quantitativa, para a localização de novas indústrias, envolve a selecção e avaliação de um conjunto de critérios associados à decisão em causa. 12. Modelação em SIG Na modelação foram elaborados mapas resultantes dos dados espaciais obtidos na área em estudo, no qual representa múltiplos critérios para a localização da zona industrial, exemplos:
  • 39. 39     a) Mapa de aptidão referente ao factor acessibilidade Fig. 20 - Mapa de aptidão de acessibilidade b) Mapa de aptidão referente ao factor uso e cobertura do solo Fig. 21 - Mapa de aptidão de Uso e Cobertura do Solo reclassificado
  • 40. 40     c) Mapa de aptidão referente ao factor declive Fig. 22 - Mapa de aptidão do declive reclassificado d) Mapa de aptidão referente ao factor solo Fig. 23 - Mapa de aptidão de Solos reclassificado
  • 41. 41     e) Mapa resultante da comparação par-a-par dos factores solo e uso e cobertura do solo Fig. 24 - Mapa de comparação par-a-par solo e uso e cobertura do solo reclassificado f) Mapa de aptidão resultante da comparação par-a-par dos factores solo, uso e cobertura do solo e declive. Fig. 25 - Mapa de aptidão resultante da comparação par-a-par (Solo, Uso Cobertura de Solo e Declive)
  • 42. 42     g) E por fim, com base em operações que se apresentam no fluxograma (Figura 28) da modelação em ambiente SIG, foi obtido o mapa final de aptidão para localização da zona industrial no distrito do Dondo como se pode observar na figura 27, onde todos factores contribuíram no resultado do mapa, excepto os factores mão de obra e universidades, dado que a sua influência é menor. Fig. 26 - Mapa de aptidão com todos factores Fig. 27 - Mapa de aptidão final (combinação de todos factores) 13. Cruzamento das informações A partir dos factores normalizados, foi construída a regra de decisão (Weighted sum), envolvendo os três factores considerados, resultando, deste módulo, o mapa de solo/uso cobertura de solo/declive com peso relativo de cada factor. Em seguida, foi convertido o mapa vectorial de aptidão de acessibilidade e hospitais para o farmato rater do qual com o comando Weighted sum fez-se o cruzamento com o mapa de solo/uso cobertura de solo/declive, para depois esta combinação ser operada com a função clip donde resultou o mapa final que ilustra as áreas aptas para implantação das zonas industriais no distrito do Dondo. O esquema que segue ilustra os passos seguidos na modelação.
  • 43. 43     Fig. 28 - Esquema resumido das etapas de modelação 14. Conclusões e Recomendações Analisando os mapas das fig. 26 e 27, pode-se observar que as áreas mais aptas estão localizadas nas regiões Norte e Este do centro da cidade do Dondo. Deve-se principalmente ao fato desses locais apresentarem declividade suavel e estarem inseridos nos tipos de uso e cobertura do solo que apresentam o maior valor de aptidão. O uso da avaliação multicriterial para a selecção de áreas aptas a implantação de uma zona industrial, permitiu concluir que esta técnica de análise e integração de dados espaciais georreferenciados é uma ferramenta de grande poder para modelamentos que visam a obtenção de aptidões de um determinado território. Toda via, a concepção deste modelo depende do conhecimento dos critérios limitantes que a área de estudo apresenta. O SIG se mostrou adequado para o objectivo proposto, sendo uma ferramenta importante à tomada de decisão, podendo ser utilizado pelos governantes para um efectivo planeamento, pois facilita a percepção da realidade de forma menos subjectiva.
  • 44. 44     15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ARONOFF, S. Geographic Information Systems. WDL. Publications, Canada. 1989. AYDALOT, P. (1985), Economie Régional et Urbaine . Paris: Economica. BURROUGH, P.A.; MCDONNELL, R.A. Principles of Geographical Information Systems. Oxford University Press. 1998 CANTILLON, R. (1755), Essai sur la Nature du Commerce en General (escrito em 1725 e editado em 1755). Reeditado em 1952, INED, Paris. Tradução para inglês por Higgs, CHRISTALLER, W. (1933), Die Zentralen Orte in Suddeutschland: Eine Ekonomisch- geographisch Untersuchung über die Gesetzmassigkeit der Verbreitung und Entwicklung der Siedlungen mit Stadtischen Funktionen . Jena: Gustav Fischer Verlag. Tradução para inglês por Baskin, C. (1966), HEERES, R. R. et al., 2004, “Eco-industrial park iniciatives in the USA and the Netherlands: first lessons”. Journal of Cleaner Production, n. 12, p. 985-995. COTE, R., 1997, “Whither Industrial Ecology: transforming industrial park”, In: Industrial Ecology: connecting business and the environment, Ithaca, NY, Cornell University. Disponível em: < http://www.cfe.cornell.edu> Acesso em: 03 jun. 2011. MILÁN, P. M., 2000, “Eco-Parques Industriales: algunas características”, Pulso Diário de San Luis Potósi, Nov., pp.4-19. UNEP IE - UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME INDUSTRY AND ENVIRONMENT, 2003, The industrial simbiosis in Kalundborg, Denmark. Disponível em: <http://unepie.org> Acesso em: 29 dez. 2003. PELLENBARG, P. H., 2002, “Sustainable business in the Netherlands: a survey of policies and experiences”, Journal of Environmental Planning and Management, v.45, n.1, pp.59-84. ZOUAIN, D.M. Parques Tecnológicos - propondo um modelo conceitual para regiões urbanas - o Parque Tecnológico de São Paulo. 2003. Tese (Doutorado) - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - Universidade de São Paulo, São Paulo. LOWE, E. A., 2001, Handbook for Development of Eco-Industrial Parks. Okland, California: Indigo Development. Disponível em : <http://www.indigodev.com> Acesso em: nov. 2003.
  • 45. 45     FUNDREN – FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO, 1982, Zoneamento industrial Metropolitano, Rio de Janeiro. SOARES, Maria Elisabete. Cenários de Localização Industrial em Ambiente SIG. Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Municipal, Braga, 2002. RAMOS, Rui A. R. SOARES, M. Elisabete S. S. MENDES, José F. G. Planeamento do Uso do Solo em ambiente SIG. Aplicação à localização industrial, S/d LAUNHARDT, W. (1882), Die Bestimmung des Zwechmassigsten Standortes Einer Gewerblichen Anlage. Zeitschrift des Vereins Deutscher Ingenieure LÖSCH, A. (1940), Die Raumliche Ordnung der Wirtschaft . Jena: Gustav Fischer. Tradução para inglês por Woglom, W. H., Stolper, W. F. (1954), The Economics of Location. New Haven: Yale University Press. MALCZEWSKI, J. (1999), GIS and Multicriteria Decision Analysis . New York: John Wiley & Sons, Inc. CHRISTALLER, W. (1933), Die Zentralen Orte in Suddeutschland: Eine Ekonomisch- geographisch Untersuchung über die Gesetzmassigkeit der Verbreitung und Entwicklung der Siedlungen mit Stadtischen Funktionen . Jena: Gustav Fischer Verlag. Tradução para inglês por Baskin, C. (1966), Central Places in Southern Germany . Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice- Hall Inc. PREDÖHL, A. (1928), The Theory of Location in its Relation to General Economics. Journal of Political Economy , Vol.36. REES, J., Hewings, G., Stafford, H. (1981), Industrial Location and Regional Systems . New York: J. F. Bergin Publications. RICHARDSON, H. (1973), Regional Growth Theory . London: Macmillan. RIPSA. Conceitos Básicos de Sistemas de Informação Geográfica e Cartografia aplicados à Saúde. Org: Carvalho, M.S; Pina, M.F; Santos, S.M. Brasília: Organização Panamericana da Saúde, Ministério da Saúde, 2000. SMITH, D. (1977), Industrial Location . New York: Wiley. EASTMAN, J. R. (1997), IDRISI for Windows: User's Guide. Version . Worcester: Clark University-Graduate School of Geography. EASTMAN, J. R.; Jiang, H. (1996), Fuzzy Measures in Multi-Criteria Evaluation. Proceedings,
  • 46. 46     Second International Symposium on Spatial Accuracy Assessment in Natural Resources and Environmental Studies, May 21- 23, Fort Collins, D:Elis00Elis01elisabtemp Colorado, pp.527- 534. EASTMAN, J. R.; Jiang, H.; Toledano, J. (1998), Multi- Criteria and Multi-Objective decision Making for Land Allocation Using GIS. In Beinat, E. ; Nijkamp, P. (Eds), Multicriteria Analysis for Land-Use Management . Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, pp. 227-251. Eastman, J. R.; Jin, W.; Kyem, P. A. K.; Toledano, J. (1993), GIS and Decision Making, Explorations. In Geographic Information System Technology , Vol. 4. Geneve: UNITAR - The United Nations Institute for Training and Research. EASTON, A. (1973), Complex managerial decision involving multiple objectives . New York: John Wiley & Sons, Inc. Findlay, A.; Morris, A.; Rogerson, R. (1988), Where to live in Britain in 1988: Quality of life in British Cities. Cities , Vol.5(3), pp.268-276. STILLWELL, W.G.; Seaver, D.A.; Edwards, W. (1981), A comparison of weight approximation techniques in multiattribute utility decision making. Organizational Behavior and Human Performance , Vol.28(1), pp.62- 77. THÜNEN, J. Von ,(1826), Der Isolierte Staat in Beziehung auf Landwirtschaf und Nationalokonomie. Parte I , 1ªEd., Hamburg: Perthes. 2ªEd. (1846), Rostock: Leopold. Tradução para françês por Laverriere, J. (1851), Paris: Guillaumin. Parte II,Secção 1(1850), Rostock: Leopold . VOOGD, H. (1983), Multicriteria Evaluation for Urban and Regional Planning . London: Pion Ltd. WEBER, A. (1909), Ueber den Standort der Industrien, Part.I: Reine Theorie des Standorts Tubingen (1ªEd.), (2ªEd. 1922). Tradução para inglês por Friedrich, C. (1ªEd. 1929, 2ªEd. 1957), Alfred Weber's Theory of Location of Industries . Chicago: University of Chicago Press. WEIGMANN, H. (1931), Ideen zu Einer Theorie der Raumwirtschaft.Weltwirts Archiv , Vol. 34. WINTERFELDT, D. Von; Edwards, W. (1986), Decision Analysis and Behavioural Research Cambridge: Cambridge University Press.
  • 47. 47     Anexo-­‐1   GUIÃO  DE  INQUÉRITO  IDENTIFICAÇÃO  DE  ZONAS  INDUSTRIAIS                                                                                                           Informação  geral:   Nome  do  inquirido:.....................................................................................................................................   Data:  ............/............/............Sexo………………………………………………………………………………………………………….   Zona  de  recolha.......................................  Localidade....................................................................................   Município...................................Província:.....................................................................................................       Profissão.........................  Há  quanto  tempo?...............................Gosta.........................................................   I.  Informação  sobre  Instrumentos  de  Ordenamento  Territorial   a)   Existência   de   Plano   Distrital   de   Uso   e   cobertura   da   Terra?......................Plano   de   Estrutura   Urbana?........................................Plano  Geral?..............................................................................................   Parcial  de  Urbanização?......................................e  do  Pormenor...................................................................   b)   Informação   sobre   áreas   consideradas   elegíveis   para   o   estabelecimento   da   Zona   Industrial?.......................................................................................................................................................   II.  Informação  sobre  áreas  Identificadas  para  Zonas  Industriais  como:     a) Existência  de  recursos  locais.............................quais?............................................................................   seu  aproveitamento?......................................................................................................................................   b) Tipo  e  morfologia  dos  solos?....................................................................................................................   c) Disponibilidade  de  mão-­‐de-­‐obra?................................Qualificada?........................................................   d) Vias  de  acesso?  Sim..........................Não.................................................................................................   e) Tipo  de  via?.Estrada  (areia,  alcatrão)...................Picada................................boa...................................   ................razoável.........................................má..........................................................................................   f) Tipo  de  Transporte  utilizado?....................................Marítimo?..............................................................  
  • 48. 48     Ferroviário?....................Rodoviário?..........Frequência  de  utilização?...................................................   g) Rede  de  Telecomunicações?...............Serviços  de  telefonia  fixa?.......e  móvel?......................................   h) Disponibilidade  de  água?........................................rede  pública?...........................................................   existência  de  furos?...........Poços?..................................................................................................................   i) Disponibilidade  de  energia  eléctrica?......................................................................................................   j) Outras  fontes  de  energia?........................................................................................................................   k)  Existência  de  alguma  indústria  na  zona?....Sim................  Não...............................................................   III.  Outras  informações     Densidade  populacional?........................................  Nacional...................................................................   Estrangeiros..............................................................................................................................................    Localidades  vizinhas?....................  Nacional...................  Estrangeira......................................................    Poder  de  compra  da  população  local?.....................................................................................................     Outros  serviços  existentes?......................................................................................................................   Outras  informações  úteis?........................................................................................................................   Constrangimentos  que  limitam  actualmente  o  desenvolvimento  da  indústria?......................................   ..................................................................................................................................................................   Possíveis  Acções  para  estimular    indústria?..............................................................................................   Riscos  actuais  e  futuros.............................................................................................................................     Observações  ou  comentários:………………………………………………………….......................................................   ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… …………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………