12. A Carta-Testamento de Getúlio Vargas, na íntegra:
Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo
coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim.
Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não
me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e
impedir a minha ação, para que eu não continue a defender,
como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de
domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros
internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei
o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade
social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do
povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais
aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de
garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida
no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo
se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na
potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e,
mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma.
A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero.
13. Não querem que o trabalhador seja livre.
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro
da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros
das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas
declarações de valores do que importávamos existiam fraudes
constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise
do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender
seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa
economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma
pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo
esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que
agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu
sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem
continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a
minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos
humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a
fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a
luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no
pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos
e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue
será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração
sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
14. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo
do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo
não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma
e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil.
Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as
infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos
ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no
caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.
(Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas)
15. Getúlio Vargas – “O pai dos pobres”
Vargas construiu, ao longo do
período em que esteve no poder,
uma imagem atrelada ao Brasil, de
forma heróica. Ele conseguiu
associar o desenvolvimento das leis
trabalhistas, o desenvolvimento
econômico e educacional a sua
figura pessoal. Sem Vargas o povo
brasileiro estava órfão. Essa
imagem, ainda hoje, resistiu ao
desenvolvimento histórico-político e
manteve Getúlio como sendo o “Pai
dos Pobres e dos trabalhadores”.
Mas a construção de um mito
histórico não foi algo aleatório, e
sim arquitetado e moldado para
atingir as grandes massas...
18. • Nacional-desenvolvimentismo:
Desenvolvimento = industrializado;
• Plano de Metas: ampliar
significativamente a produção industrial
brasileira;
• Slogan desenvolvimentista era: “Crescer
50 anos em 5.”
• Divisão dos investimentos:
1.1. O EstadoO Estado: infra-estrutura e indústria de base.
2.2. Os empresários brasileirosOs empresários brasileiros: setores tradicionais.
(tecidos,alimentos,etc.).
3.3. MultinacionaisMultinacionais: setor de bens de consumo
duráveis.
19.
20.
21. A- Capital no Centro-Oeste: levar
desenvolvimento para o centro do
país;
B-Projeto do Segundo Reinado;
C- Prevenção contra invasões.
26. O FIM DO COMPLEXO DE “VIRA-LATA”O FIM DO COMPLEXO DE “VIRA-LATA”
27. O que deu errado nos planos de JK?
A- Empréstimos e endividamento;
B- Concentração do desenvolvimento no sudeste;
C- Transporte individual e rodoviário;
30. 1- Política
econômica:
A- Corte de gastos:
obras, saúde,
educação, subsídios
para o petróleo e gás
B- Pagamento parcial
dos empréstimos em
atraso;
C- Não conseguiu
controlar a inflação e
gerar crescimento.
31. 2- Política externa:
a) a fim de parecer independente;
reaproximou-se do bloco de países
capitalistas ao reatar relações diplomáticas
com a URSS e a China;
32. b) homenageou o
líder da revolução
cubana, Ernesto
Che Guevara com a
mais alta
condecoração da
república brasileira,
a Ordem do
Cruzeiro do Sul.
33. 3- Adotou medidas estranhas para um
presidente da república, de um país que vivia
uma imensa crise econômica, como a
proibição da briga de galo e do uso de
biquínis em praias brasileiras.
34.
35. 6- Isolamento
político ; falta de
apoio popular;
renúncia da
presidência (7 meses
de governo); suposta
tentativa de golpe de
Estado que acabou
não dando certo.
38. 1- INTRODUÇÃO:
a) A Rede pela
Legalidade: a
constituição tinha que
ser respeitada.
b) Duas Fases:
Parlamentarista e a Fase
Presidencialista.
c) Plebiscito - O
parlamentarismo foi
derrubado em janeiro de
1963: em plebiscito
nacional, 80% dos
eleitores optaram pela
restauração do
presidencialismo.
39. 2- Conquistas Trabalhistas
a) Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Indústria;
b) Foi esse movimento que
conquistou o 13º salário para
os trabalhadores urbanos.
c) O Congresso exigiu reforma
agrária e CLT (Consolidação
das Leis de Trabalho) para os
trabalhadores rurais.
d) Em 62, com a aprovação do
Estatuto do Trabalhador Rural,
muitas ligas camponesas se
transformaram em sindicatos
rurais.
O organizador das Ligas
Camponesas Francisco Julião, de
terno escuro, com Zezé da
Galiléia, um dos líderes do
movimento.
40. 3- REFORMAS DE BASE
a) Comício da Central do Brasil no Rio de
Janeiro (com a presença de 300 mil pessoas).
Jango anuncia um conjunto de medidas
denominadas de Reformas de Base:
Reforma Agrária;
Reforma Urbana;
Reforma Educacional;
Reforma Eleitoral;
Reforma Tributária.
b) Objetivo: desenvolvimento do “capitalismo
nacional”
41. c) Plano Trienal -
Procurou estreitar as
alianças com o
movimento sindical e
setores nacional-
reformistas.
d) Desenvolvimento
Econômico e Social,
elaborado pelo ministro
do Planejamento Celso
Furtado, tinha por
objetivo manter as taxas
de crescimento da
economia e reduzir a
inflação.
Celso Furtado e Anísio Teixeira
42. Desapropriação das terras
as margens de ferrovias
federais e açudes
Limitava o valor da remessa das
empresas internacionais presentes no
Brasil para os países de origem.
Não devemos esquecer o
contexto internacional (Guerra
Fria) que incluía o Brasil na
periferia econômica dos EUA.
Desta forma uma intervenção do
governo no faturamento das
empresas multinacionais teria
repercussão imediata naquele
país e seria entendido como “ato
de agressão”. Além disso a
reforma agrária era
“confundida”com uma tentativa
de “coletivizar” a propriedade
privada ao modo da URSS. A
reforma eleitoral, por sua vez,
anunciava a presença de novos
eleitores civis e atendia uma
reivindicação dos praças contra a
vontade dos setores militares
conservadores.
Amplia a participação política da sociedade ao
permitir o voto do analfabeto, dos praças e
também o direito destes disputarem cargos
eletivos.
43. APOIADORES DAS
REFORMAS DE BASE:
a) Ligas Camponesas;
b) Sindicatos urbanos;
c) Sindicatos rurais;
d) União Nacional dos
estudantes (UNE)
OPOSITORES DAS
REFORMAS DE
BASE:
a)UDN e PSD;
b)Forças
Armadas;
c)Igreja Católica:
d)Banqueiros;
e)Industriais;
f)Classe Média;
g)Multinacionais;
h)Governo norte-
americano.
44. Jango na Central do
Brasil
Os grupos conservadores, e os
EUA, temiam o Socialismo;
O mundo vivia o auge da
Guerra Fria;
UDN e PSD acusavam Jango
planejar um golpe de esquerda
e de ser o responsável pela
carestia e pelo
desabastecimento que o Brasil
enfrentava;
13 de março de 1964, Goulart
realiza comício na Central do
Brasil ( Rio de Janeiro ), onde
defende as Reformas de Base.