O documento discute iniciativas sustentáveis para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, com foco nos projetos verdes de Pernambuco, como a construção da Arena Pernambuco de forma ecológica e a integração com a natureza. Representantes de estados sede se reuniram para debater esses projetos.
1. co
nectado
Edição Especial - Junho de 2011 - Ano I
Transportando
alternativas
Como seria uma
cidade sem a
visão obstruída
pela fumaça preta
dos carros?
Reciclando ideias. 30 de março de 2011, edição I
2. co
nectado comportamento
SUMÁRIO
Os benefícios da reciclagem
para o país, para as pes-
soas e para o meio ambiente.
educação
O incentivo de instituições para
a utilização dos retornáveis
economia
Projetos da Copa do Mundo
se preocupam com área verde
Uma forma alternativa de se
pa
movimentar
ca
economia
Como fazer o seu peque-
no negócio ser uma mi-
croempresa sustentável
cidades
População busca
produtos sau-
dáveis nas fei-
ras orgânicas
cidadania
11
cidades
Voluntários se
engajam em
Conheça as iniciativas
projetos de
do programa revitali-
preservação am-
zador de Patrimônios
biental
Históricos de Pernam-
3. conectado // Junho de 2011 //Edição Especial // pág 3
comportamento
Reciclar é conscientizar
DAMARES ROMÃO Reprodução da Internet
N os últimos anos, um dos assuntos mais
discutidos pela mídia, pelas ONGs e pelo
governo é a reciclagem. Reciclar virou moda
e necessidade. Virou meio de sobrevivência
e de preservação do meio ambiente. Virou
tema de música, de série de reportagens, de
abertura de novela e de documentário indi-
cado ao Oscar. Os benefícios da reciclagem
vão desde o ponto de vista econômico, até o
ambiental e social. Felizmente, essa prática
já faz parte do cotidiano de muitos brasilei-
ros, que reciclam e que vivem da reciclagem.
O ranking mundial dos países que mais
produzem lixo doméstico é liderado pelos Es-
tados Unidos. Os norte-americanos produzem
cerca de 232 toneladas por ano e não reciclam
nem metade, apenas 55 toneladas são recu-
peradas. Em seguida, vem a China, que pro-
duz 148 toneladas e recicla 53. O Brasil ocupa
a terceira posição produzindo cerca de 100
toneladas de lixo doméstico e reciclando 1,4.
Os países industrializados são os que mais
produzem detritos e também os que mais re-
‘
ciclam. O Japão, por exemplo, reutiliza 50% As escolas também têm um papel fundamental na conscientização
‘
de seu lixo sólido e destaca-se entre os líderes
mundiais de reciclagem de lata de alumínio. do o trabalho dos catadores, que, muitas vezes,
acabam contraindo doenças e se ferindo ao vas-
Reciclar significa transformar materiais
já utilizados em objetos novos, e que, posteri-
Na minha casa eu culharem os lixos em busca desses materiais.
ormente, ainda sirvam para o consumo. Essa separo os sacos de ali- Felizmente, grande parte da população
iniciativa foi despertada no ser humano, a par- já aderiu e defende essa prática. É o caso de
tir do momento em que se percebeu os benefí- mentos, vou juntando Nadjane Gomes da Costa, que criou esse hábito
cios que a medida traz ao meio ambiente e a um
dos maiores problemas mundiais: o lixo. Além
e depois entrego aos já há algum tempo. “Na minha casa eu separo
os sacos de alimentos, como arroz, feijão, bol-
de ajudar no impacto ambiental, a reciclagem catadores, porque eles acha, vou juntando e depois entrego aos cata-
’
pode trazer lucro no impacto econômico. De dores, porque eles destinam esses materiais
destinam esses mate-
’
acordo com a Associação Brasileira de Empre- para uma reciclagem adequada”, explica. Nad-
sas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais,
Abrelpe, são gastos no Brasil pouco mais de
riais para uma reci- jane faz também a separação de garrafas PET,
alumínio e qualquer outro tipo de produto
R$ 8,00 por habitante, por mês, para se fazer a clagem adequada que possa ser reciclado, e incentiva os vizin-
limpeza urbana, incluindo coleta de lixo diária, hos a fazerem o mesmo. “Eu penso que deve-
varrição, limpeza das ruas e de córregos. Esti- mos reciclar para ajudar a natureza”, afirma.
ma-se que mais de 50% do que é jogado no lixo
poderia ser reciclado, reduzindo pela metade
o que foi gasto inicialmente no tratamento ad-
Aprendendo a não desperdiçar
equado dos detritos. Além de reduzir os cus-
Uma medida importante para conter a questão do desperdício é o consumo de
tos e preservar o meio ambiente, a reciclagem
maneira sustentável e equilibrada. Consumo Sustentável quer dizer atender às necessi-
poderia, ainda, gerar receita e empregos.
dades do presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações em atenderem
às suas próprias necessidades, ou seja, saber usar para nunca faltar. Isso não exige grandes
O processo da reciclagem é longo e deve
esforços, basta mais atenção com o que está ao nosso redor. Normalmente, muitas pessoas
ser iniciado a partir da separação do lixo do-
não estão preocupadas com a quantidade de água que é utilizada para escovar os dentes,
méstico. A forma mais simples de fazer isso é
lavar o carro, tomar banho ou simplesmente dar descarga.
separar o lixo seco, que são as embalagens plás-
Segundo a médica Carolina Rodrigues, 30, num banho de 15 minutos, se a pessoa se ensab-
ticas, papéis e metais, do molhado que basica-
oar de torneira fechada, há uma redução de 160 litros de água por banho. A médica tam-
mente é composto pelos restos dos alimentos.
bém alerta sobre descargas desnecessárias, já que é nessas horas que o desperdício de água
Essa separação evita também que os produ-
é grande. Um truque para saber se o sistema de descarga perde água é colocar umas gotas
tos recicláveis sejam misturados aos materiais
de corante no depósito. Se perceber água corada no sanitário, sem ninguém ter dado a
contaminantes, como óleo, colantes, solventes
descarga, é porque existe vazamento. Outra opção é instalar um mecanismo de inter-
e graxa. A partir desse contato, os produtos
rupção da descarga, para usos que não necessitem de descarga total, como em
perdem valor e não podem mais ser reciclados.
70% das idas ao sanitário, que são somente para urinar.
Além de tudo, a separação auxilia simplifican-
4. conectado // Junho de 2011 //Edição Especial / pág 4
educação
Aimportânciados retornáveis
População é incentivada a trocar as sacolas plásticas pelas “Sacolas Re-
tornáveis”
TATYANE CARDOSO bomclube, mas também por reconhecerem que disso, um dos órgãos públicos que tem se
H oje mais que nunca é necessário entender desta forma estão ajudando ao meio ambiente. mostrado preocupado com isso é a Secre-
a necessidade da utilização dos recursos “No início quando vi as sacolas retornáveis não taria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente
naturais de forma consciente. Esse novo modo me interessei, pois achava que era mais uma (Sectma), que interessada em divulgar ações de
de pensamento vai ajudar tanto a geração do coisa passageira. Mas hoje consigo ver a im- educação à população em relação aos produtos
presente, como os futuros habitantes do plan- portância que tem para a preservação do meio retornáveis, vem trabalhando juntamente com
eta Terra. Porém promover essa mudança não ambiente”, afirma a cliente, Penha de Oliveira. algumas ONGs, na busca de orientar a socie-
é fácil, pois cada mudança impõe obstáculos. E dade sobre a importância de conservar a na-
tratando das grandes cidades isso fica ainda mais O supermercado Bompreço não colabora tureza e diminuir o uso de matérias que degra-
complicado. A população urbana é dependente apenas com as sacolas retornáveis. Outra ajuda dam o meio ambiente. “Apesar das ações serem
do consumo desenfreado, e diminuir isso requer ao meio ambiente e a saúde de seus clientes, são pequenas e não terem uma divulgação muito
tempo e reflexão no dia- a- dia de cada cidadão. os alimentos orgânicos, que pode ser encontra- grande através da mídia local, estamos con-
do em seu hortifruti. O incentivo a utilização de seguindo resultados positivos”, afirma a asses-
Para resolver esse problema, toda a socie- comidas orgânicas tem crescido muito no País sora de imprensa da Sectma, Suzy Rodrigues.
dade precisa reeducar suas ações. Estabelecen- e é nessa intenção de melhorar a alimentação
do limites de consumo, e isso não só envolve os de seus consumidores, que eles vêm investindo
consumidores, mas também as empresas que nessa venda de alguns produtos orgânicos.
devem desenvolver produtos ecologicamente “A nossa intenção é mostrar para
corretos e com materiais que não agridem o meio os nossos clientes a importân-
ambiente. Um dos primeiros passos para essa cia de uma alimentação
mudança foi à troca das sacolas plásticas, que orgânica”, argumenta
leva em média 100 anos para se decompor. Por a assessora de im-
sacolas ecologicamente corretas, popularmente prensa do Bom-
conhecidas como “Sacolas Retornáveis”. Que preço, Patrí-
são feitas de pano, este levando de seis meses a cia Noblat.
um ano para entra em estado de decomposição.
Uma das empresas que participar des- Além
sa ação de ajuda ao planeta é o Supermercado
Bompreço. Com a intenção de substituir as
sacolas de plástico, que no primeiro semes-
tre de 2009 chegou às lojas Hiper Bompreço
a “Ecobag” ou sacolas retornáveis. A peça
tem duas versões e traz uma estampa com
a frase: “Faça a diferença. Use sacolas re-
tornáveis e ganhe pontos com o ambiente”.
A utilização das sacolas retornáveis
foi uma iniciativa do bomclube, sendo
este um clube de fidelização que pre-
senteia seus clientes com prêmios, por
pontos acumulados. A iniciativa do
uso das sacolas ocorreu nas lojas Wal-
Mart, em São Paulo. Nos três primei-
ros dias vendeu mais de 35 mil saco-
las. A principal intenção é fazer com
que os clientes comecem a trocar o
hábito de usar sacolas de plástico,
pelo uso das sacolas retornáveis. E
a maneira que encontraram de fazer
isso foi dando ao cliente que compra
a sacola, num valor simbólico de R$
2,00 reais, uma média de 580 pontos
no bomclube. “Queremos estimular
uma mudança do habito de compra,
incentivando o consumo consciente”,
diz o operador de caixa, José Carlos.
O bom resultado desta ação é visto
na reação dos clientes. A cada dia que passa
o número de pessoas a adquirirem as sacolas
vem aumentando, e hoje é possível perceber que
eles compram, não mais para obterem pontos no
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economia
A Copa de um Mundo verde
Representantes se reuniram apara apresentar ideias sobre os “projetos verdes”
RAISSA TABOSA
O s bons projetos e o amor ao futebol fizeram
com que o Brasil fosse o escolhido para
sediar a Copa de 2014. Porém, como a sus-
tentabilidade está presente nos requisitos da
Fifa, todas as propostas tiveram que incluí-la.
Por apresentar um dos melhores projetos, Per-
nambuco foi eleito para ser uma das 12 sedes,
de uma Copa que promete ser ecologicamente
correta. Iniciativas de reciclagem, resíduos e
mudanças climáticas, estão nos planejamen-
tos do Projeto Copa Orgânica e Sustentável.
Representantes de Pernambuco e de
outros estados nordestinos, também selecio-
Reprodução da Internet
nados para o campeonato, se reuniram para
discutir e apresentar novas ideias sobre os
“projetos verdes”, em fevereiro deste ano. Den-
tre os planos que já começaram a ser coloca-
dos em pratica está a Arena Pernambuco, que
será construída na cidade de São Lourenço da
Mata, a aproximadamente 18 km de Recife. O
projeto tem como principal preocupação a in-
tegração urbanística, que combinaria a ideia de
cidade e natureza, já que São Lourenço ainda O projeto Arena Pernambuco pretende unir esportes, cultura e educação
possui boa parte de Mata Atlântica. A par-
tir daí será formado um novo núcleo urbano,
que então será chamado de Cidade da Copa.
O plano traz um estádio de 46 mil lugares
de “assentos verdes” que são construídos com
tipo de plástico 100% renovável. A arquitetura
trará também uma estrutura que propiciará o
aproveitamento da água da chuva. Foram dis-
ponibilizados para que a estrutura fique pron-
ta R$ 464 milhões até dezembro deste ano.
Reprodução da Internet
Em entrevista ao site da Globoesporte.com,
o secretário da Casa Civil e coordenador do
Comitê Pernambuco na Copa do Mundo, Ri-
cardo Leitão, lembrou das questões sociais de
todo planejamento. “Todo o projeto da Copa
foi pensado de forma a expandir a urbanização
para a área oeste do Grande Recife, promov-
endo um novo impulso para o crescimento
socioeconômico da região”, explica Ricardo
Presidente da CBF, Ricardo Texeira e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos
A ecoarena foi licenciada em dezembro
e já teve sua construção iniciada, fazendo com em trazer um evento como a Copa do Mun- Os benefícios virão tanto para a população
que os moradores do local já comecem a pen- do para o estado. Melhor ainda quando sua local que terá diferentes oportunidades, para o
sar mais alto. “Quando isso tudo ficar pronto maior preocupação é a sustentabilidade. Co- meio ambiente em si, que não será tão preju-
vai gerar emprego para muita gente. Vai sur- ordenador de esportes da Super Rádio Clube, dicado com um evento deste porte, e também
gir outro tipo de comércio por aqui, outros Bruno Reis define o evento como um grande para a paixão nacional dos brasileiros: o futebol.
investimentos, e isso é muito bom para quem atrativo e daí a responsabilidade de ser ex-
mora aqui”, afirma a estudante de publicidade, emplo social. “A Copa é um evento que reúne ARENA PERNAMBUCO
Aline Vanessa que desde pequena mora em São milhares de pessoas de todos os cantos do A conclusão do projeto está prevista para o
Lourenço. “A noite costuma esfriar por causa planeta, isso é fato. Um estádio Eco Consci- começo do ano de 2013. Porém, é um prazo
da Mata, há muita natureza por aqui. O projeto ente, como o Arena Pernambuco é um grande difícil de ser mantido, já que as dificuldades são
está bem bolado e apesar de ser uma grande passo para que outros estádios e eventos per- inúmeras, como a insuficiente verba disponibi-
obra, de um grande evento, não acredito que cebam a importância da preservação”, argu- lizada além a falta de mão de obra que conta hoje
afete tanto a natureza”, defende a estudante. menta Bruno. “O futebol é lazer, comodidade com 500 pessoas. Vale lembrar que o começo
e ideias que aproximem o homem do meio da obra foi interrompido pela falta da Licença
É possível observar diversas vantagens ambiente sempre serão bem-vindas” conclui. Ambiental, liberada em julho do ano passado.
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economia
Ser uma empresa sustentável não
é só para as grandes corporações
Você pode transformar sua microempresa em uma microempresa sustentável tomando algumas medidas
Foto: Cortesia
SUA
OR NAR EL
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Dê apoio a leg
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1 . s; n tro d
locai re de
ciais Aja semp cia d
e
2 . orrên
; conc
idade Encare a ética; balhi
s-
3 . liz ada e ireitos tra m sa-
a civi d u
form Pague os e pague priado
te o
4. amen e apr de
sc orret eja digno cada um
ta s e
que idades d
l ário ativ s; iativa
s
pa ra as alhadore ente inic e de
trab fom nte
seus Apoie e io ambie ais.
5. o me natur
ef esa d recursos
de d ão aos
ç
prote
Panificadora sustentável no bairro dos Aflitos
KETLYN KELLY
S er uma empresa sustentável
é só para as grandes corporações
não sustentabilidade; e também é por meio desses
fóruns que os próprios empresários mostram
Certificado
de Qualidade
Você pode transformar sua microem- suas necessidades. Ainda segundo o gestor, a
presa em uma microempresa sustentáv- receptividade dos empresários varia conforme
el tomando algumas medidas bem simples a qualidade da proposta, porém como as técni-
Salões de beleza, padarias, mercadinhos, lojas cas de controle dos desperdícios levam a vanta-
de roupas, sorveterias, lan houses; esses são al- gens econômicas, normalmente são apreciadas.
guns exemplos de microempresas, instituições RODRIGO SOLANO
de pequeno porte criadas, na maioria das vez- Leonor Funaro, dona da panificadora
es, por pessoas que não encontraram oportu-
nidade no mercado de trabalho ou por pessoas
Com pão, é um exemplo de microempreende-
dora que aderiu com vigor à prática da sustent- G randes empresas, no Brasil, estão ad-
otando o ISO 14001, norma internacional-
mente reconhecida que define o que deve ser
que sempre quiseram ter seu próprio negócio. abilidade. “Quando alguém vem comprar bolo
na minha padaria, pergunto quantas pessoas feito para estabelecer um Sistema de Gestão
Com as mudanças ocorridas na eco- existem na sua casa, e dependendo da resposta Ambiental efetivo. A norma é desenvolvida
nomia, as microempresas têm ganhado seu sugiro que a pessoa leve metade do bolo, ou en- com objetivo de criar o equilíbrio entre a ma-
espaço no mercado de trabalho, mas quan- tão apenas uma fatia, para que não tenha depois nutenção da rentabilidade e a redução do
do se fala em sustentabilidade muitas delas que jogar o resto no lixo. Muitos me questionam impacto ambiental. Uma dessas empresas
acham que isso só funciona para as grandes perguntando se não quero vender, daí explico é a Faculdade Maurício de Nassau (apenas
corporações. Preocupados apenas com seus que perco muito mais quando as pessoas jogam para os Campus de Recife, por enquanto).
custos, esses microempreendedores não toda a matéria prima fora”, afirmou Leonor.
conseguem enxergar os benefícios que essa A Gerência de Qualidade da facul-
prática pode levar ao meio ambiente, à socie- Segundo a diretora da Agência de Sus- dade, setor responsável pela implantação da
dade e principalmente à imagem do seu próp- tentabilidade, Julianna Antunes, não há como norma, vem passando por um processo mui-
rio negócio. Quando falamos em imagem de definir os custos que uma empresa tem ao to trabalhoso e, principalmente, minucioso.
um negócio, isso nos remete a consumidores, implantar a sustentabilidade, porque var- A assistente do setor, Marcela Leão, comenta
e é aí que está uma das raízes do problema. ia muito dependendo do porte da empresa. algumas ações necessárias para que a fac-
Ainda de acordo com Julianna, quando uma uldade receba o ISO 14001: “É um processo
De acordo com o gestor do Projeto Ecoe- empresa adere à sustentabilidade, ela firma muito detalhado e exige esforço de todos os
ficiência e Gestão Ambiental, do Serviço Bra- o compromisso de preservar o meio ambi- setores. A mudança não pode acontecer ap-
sileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas ente e seus recursos, reduzindo qualquer tipo enas na gestão da qualidade. As regras têm
(Sebrae), Maurício Corrêa, o Sebrae orienta de malefício que sua empresa possa causar. que sair do papel e se tornar hábito para to-
os microempreendedores através de fóruns Como se pode ver, ter uma empresa susten- dos os colaboradores, seja na hora de evitar o
de sustentabilidade, no qual são reunidos em- tável pode estar muito mais ao alcance do que uso dos copos descartáveis até a diminuição
presários de determinado setor e lhes é mostra- muitos microempreendedores imaginavam. de impressão ou compra de papéis reciclados”.
do como podem reduzir seus custos através da
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cidades
Orgânicos tem espaço fixo
no Recife Nas feiras ecológicas, só há espaço para alimentos orgânicos
e saudáveis
Breno Holanda
RODRIGO PASSOS
A s feiras ecológicas ganham cada vez mais
espaço na vida das pessoas. Esse movi-
mento cresceu com o desenvolvimento em
prol do verde, ou, da sustentabilidade. Seg-
undo o site Agrosustentável, a capital pernam-
bucana é a cidade com o maior número de
feiras orgânicas, com cerca de 35. O público
dessas feiras é em sua maioria de classe mé-
dia alta, mas apesar da constatação, os preços
nesses locais são menores do que os que se en-
contram nas prateleiras dos supermercados.
Nesses espaços o preço não é baseado
no valor do mercado, e esse é um dos motivos
que atraem muitos consumidores. “Muita gen-
te quando vem comprar pela primeira vez, se
assusta”, afirma o agricultor e vendedor, Jones
Pereira. Antes de se tornar um agricultor susten-
tável, Jones era adepto do cultivo convencional,
aquele que faz uso de agrotóxicos, até que assis-
tiu a uma palestra de Ernest Göestch, suíço que
trouxe para o Brasil o conceito de agrofloresta.
Esse encontro foi proporcionado pelo Centro
de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, que
atua no desenvolvimento rural sustentável li-
gado a agricultura de subexistência. Desde en-
tão, Jones passou a ter a sustentabilidade como A procura por produtos orgânicos tem sido cada vez mais intensa
uma filosofia de vida. “Depois que começamos
a praticá-lam percebemos que Deus estava ali,
tavam muito peso. “O ideal seria que todos
presente. Aprendemos que não somos os únic-
trouxessem a quantidade de bolsas (ecobags)
os seres vivos do planeta”, conta o agricultor.
necessárias para o que vai levar, mesmo as- FEIRAS CONHECIDAS NO RECIFE
sim, acho muito complicado”, revela Adaílton.
Inicialmente, as pessoas buscam produ-
Praça Jules Rimet – Boa Viagem
tos de qualidade e saudáveis por um preço
Outra novidade que pode ser encon- Quartas-feiras, das 5h às 12h
acessível, mas acabam se contagiando pelo
trada em feiras orgânicas são os lanches que
ambiente vivido nessas feiras e assumindo al-
também seguem a mesma linha de produção. Praça de Casa Forte – Casa Forte
guns dos preceitos da sustentabilidade. Fre-
“Todos os lanches que eu vendo são feitos Sábados, das 5h às 10h
quentadora de feiras orgânicas desde a infân-
pela minha família e dos produtos que nós
cia, a arquiteta carioca, Clarice Futuro, herdou
plantamos”, conta o agricultor Jones Pereira. Rua da Aurora - Centro
da mãe o hábito de consumir esses alimentos.
Para ele, o produtor também precisa se preo- Quartas-feiras, das 14h às 20h
Para ela, sem esse tipo de prática o mundo
cupar com a saúde daqueles que vão con-
não vai aguentar, e ainda assim, nunca é de-
sumir o seu produto, e essa é a grande men-
mais essa consciência. “Esse é um trabalho
sagem dele como fornecedor da sociedade.
de formiguinha e de beija-flor, cada um faz a
sua parte. E eu tento fazer a minha”, desabafa.
Além dos produtos considerados eco-
logicamente corretos, a maneira como são le-
vados para casa depois de comprados também
o são. Um dos acessórios imprescindíveis nas
feiras agroecológicas são as ecobags. Para o
mecânico Alan Soares, não faria muito sentido
estar convivendo neste tipo de ambiente e con-
tinuar utilizando sacolas plásticas. “Eu trago
duas ecobags, mas nunca cabe tudo dentro”,
confessa Alan, que também destaca que não são
todas as pessoas que possuem essa consciência.
Mesmo sabendo do potencial polui-
dor que as sacolas plásticas possuem, abolir
é uma missão dificílima. O vendedor Adaíl-
ton Lima, tentou com embalagens de papel,
porém rasgavam com facilidade e não supor-
8. conectado // Junho de 2011 //Edição Especial / pág 8
meio ambiente
Uma forma alternativa de
se movimentar
Como seria uma cidade sem carros? Quais as alternativas
que fazem bem ao Meio Ambiente e ao bolso?
SURAMA NEGROMONTE
Reprodução da Internet
C omo seria uma cidade sem a visão obstruí-
da por massas pretas e um ar tão poluído?
É justamente esse assunto que vem sendo ques-
tionado dentro da Câmara dos Deputados: a
melhoria e o uso dos transportes alternativos.
Uma questão bastante polêmica, pois quem
deixaria de sair de casa na comodidade e con-
forto do seu veículo particular, para pegar um
coletivo ou sair de bicicleta? Mas o problema
vai além da praticidade de ter um carro, trata-
se da questão ambiental e do futuro do país. Os
automóveis, hoje, representam a maior parce-
la de gases poluentes nas cidades do Brasil.
O transporte é de fato necessário na
vida de qualquer pessoa, seja ele qual for. To-
dos os cidadãos precisam de transportes para
poder cumprir suas tarefas diárias: fazer com-
pras, ir ao trabalho, se divertir, ir a um hos-
pital, transportar os alimentos até os restau-
rantes, entregar encomendas, levar os filhos à
escola. Todos dependem de um meio de trans-
porte para ir e vir. “Mas a grande discussão é
que para os automóveis funcionarem, eles de-
pendem dos combustíveis fósseis. Logo, a par- A bicicleta é uma das poucas formas que é bastante eficaz.
tir do momento que ocorre a queima desses
combustíveis, é liberado gás carbônico e até Medeiros, precisa de um meio de transporte que
‘
metais, como o mercúrio, que chegam a ser evite atrasos e a bicicleta foi à forma mais eficaz
‘
extremamente ofensivos à camada de ozônio”, que encontrou. Ele conta que se tivesse optado
explica a bióloga da UFPE, Amanda Dias. pelo carro, sempre chegaria atrasado, porque no
bairro em que mora há congestionamento nos
Todos os dias, as pessoas que têm car- horários de pico. “Além da economia de tempo
ro saem de casa para ir a determinados lu- O problema vai e dinheiro, a cada pedalada feita, exercito meu
gares cumprir suas responsabilidades. Já pa-
rou para pensar a quantidade de gases que além da pratici- corpo. Mas também tem suas desvantagens
em relação à segurança. Por mais que eu ande
’
estão sendo liberados por cada veículo em dade de ter um com os devidos equipamentos, os ciclistas cor-
’
uso, produzindo diretamente o efeito estufa? rem constantes riscos, pois não são respeitados
Em pesquisa recente, segundo a Organização carro, trata-se da como os diversos outros veículos”, diz Leonardo.
Meteorológica Mundial, a camada de ozônio
já se encontra afetada em 40%, superando questão ambiental Em entrevista ao site viaciclo.org. br, o
o último estudo feito, que chegava a 30%. e do futuro do país engenheiro civil Luís Antônio Lindau comenta
justamente sobre a questão da troca do uso dos
Mas esse não é mais um problema sem carros por transportes alternativos. “As cidades
solução, pois existem meios alternativos de precisam entender que o transporte coletivo
amenizar todos esses efeitos prejudiciais ao qualquer coisa que seja perto e possível ir an- é sua mola propulsora ou é o elemento estru-
ambiente. A começar pelo próprio combustív- dando. “Moro próximo ao meu emprego e por turador do desenvolvimento da cidade. Estou
el. No Brasil, já são usados os biocombustíveis trabalhar na maior parte do tempo à noite, saio falando de pedestres e bicicletas. Penso neles
como o Etanol – o álcool, extraído a partir da sempre a pé, pois no bairro onde moro entre as como elemento do transporte como um todo,
cana de açúcar – e o Biodiesel, feito de veg- 17h e às 19h o trânsito fica completamente para- como alimentadores de um sistema de trans-
etais ou gorduras de animais. Esses gases são do e gasto muito mais tempo se for de carro do porte coletivo e também nesses não-motoriza-
biodegradáveis, ou seja, não causam dano ao que indo a pé. Até estou pensando em comprar dos como o principal elemento do deslocamen-
meio ambiente, pois são energias renováveis. uma bicicleta por achar que deve ser o meio to dos bairros das cidades, de curta distância.
mais rápido e fácil de chegar ao meu trabalho”,
Precisamos dessas facilidades disponíveis
Além dessa alternativa, existem os co- diz o personal trainer, Márcio Corcino, 24 anos. como alternativa ao uso do automóvel”.
letivos tais como ônibus, metro, bicicletas e
as caronas, não esquecendo também da opção Por morar perto do seu trabalho e ter um
No caso do uso dos coletivos, cada ci-
de andar a pé ao precisar ir à padaria ou fazer tempo muito corrido, o recepcionista Leonardo
dadão poderia fazer um planejamento de acor-
9. conectado // Junho de 2011 //Edição Especial // pág 9
do com as necessidades pessoais – para quem
Reprodução da Internet
possui um carro particular –, podendo definir
alguns dias para utilizá-lo. Como no caso da es-
tudante Amanda Aquino, 21 anos, que divide o
carro com o irmão. “Como meu horário na fac-
uldade é flexível na semana tenho mais tempo
para me deslocar até o estágio e opto por utilizar
ônibus em determinados dias”, diz a estudante.
Inclusive, em São Paulo, existe a cham-
ada Operação horário de pico, mas conhecida
como rodízio de veículos, que são os dias de-
terminados para que cada condutor possa
dirigir seu automóvel pela cidade. A circu-
lação dos carros é definida pelo final da placa
de cada condutor fazendo ligação com os
dias da semana. De acordo com as delimi-
tações estabelecidas, os carros só podem cir-
cular nas ruas e avenidas nos dias e horári-
os definidos, das 7h às 10h e das 17h às 20h.
A velha e boa carona também se inclui
em meio ao transporte sustentável, pois é um
bom modo de evitar que pelo menos quatro pes-
soas saiam de suas casas com seus automóveis, Para Leonardo Medeiros, esta é a melhor maneira para não ficar no trânsito
já fazendo uma numerosa diferença para o
meio ambiente. Existe um site chamado cole-
tivu.com.br, que se adequa exatamente as ca-
ronas. Nele existe uma opção de cadastro, que PARIS
qualquer pessoa de vários estados pode acessar.
O cadastro é realizado com suas informações e a Paris já possui, desde julho de 2007,
delimitação do seu Estado/Cidade/Bairro, feito um sistema de aluguel de bicicletas chama-
isso, é só buscar moradores que residem próxi- do Velib. Um serviço totalmente gratuito criado
‘
mo a você e combinar os pontos em comum, po- pela prefeitura de Paris, voltado para a melhoria
dendo, assim, além de ajudar o meio ambiente,
‘
do trânsito e a diminuição da poluição na cidade.
economizar financeiramente. Se todos tivessem Qualquer cidadão pode usar, inclusive os turistas.
Elas podem ser alugadas no período de duas horas e
após esse prazo, terão que ser devolvidas. Lá também
A velha e boa ca- foram tomadas grandes medidas para incentivar o
rona também se uso de transportes alternativos, como a diminuição
das faixas para carros e inclusão de mais faixas
’
inclui em meio ao para ciclovias e ônibus. Com essas reduções,
’
transporte susten- de acordo com a direção responsável pelo
Austrália
transporte de Paris, o fluxo de carros
tável já diminuiu em 20%.
É o país que tem mais transportes
alternativos sendo eles trem, ônibus,
taxis, bicicletas e voos domésticos usa-
o conhecimento real de quanto uma cidade se dos para fazer compras online ou viajar para
destrói por conta dos poluentes que saem dos outro lugar podendo estar por dentro das
automóveis e que, no Brasil, eles são um dos promoções. As tarifas não são caras. Além das
principais danos ao meio ambiente, pensa- diversas opções de transporte, ele sugere alter-
riam bem antes de tirar o carro da garagem. nativas de passagens dos usuários como: um
BUENOS único passe pode valer para quase todos os
AIRES veículos públicos tendo validade de um dia
ou você também pode comprar vários
passes para o mês ou semana e as-
Em Buenos Aires, também existe esse
sim sai um preço mais acces-
mesmo sistema de bicicletas de Paris,
sível.
chamado de Mehor en Bici – Melhor de
bicicleta. 500 bicicletas ficam a disponibi-
lização das pessoas, mas o prazo máximo
de uso é durante 2h, podendo ser de-
volvida em qualquer estação. Para a uti-
lização delas, é preciso fazer um ca-
dastro pelo site do programa e ir à
estação mais próxima de você.
O serviço é gratuito.
10. conectado // Junho de 2011 //Edição Especial / pág 10
cidadania
Sustentabilidade Comunitária
Até onde vai a consciência das pessoas sobre a preservação do meio ambiente?
Reprodução da Internet
O material reciclável que é armazenado de forma separada tem mais chances de reaproveitamento
MARIANA MENEZES
A luta contra a degradação do meio ambiente
movimenta cada vez mais pessoas em bus-
ca de um mundo melhor. No nível comunitário,
leta seletiva do lixo. Se o material reciclável
for armazenado de forma separada, é possível
na sociedade de maneira positiva,” diz Raquel
Lins, coordenadora do grupo. O Greenpeace é
um maior aproveitamento”, conclui Fátima. A uma organização global que atua para defender
o conceito de sustentabilidade ganha uma im- estudante diz que o principal benefício é criar o ambiente e promover a paz, inspirando as pes-
portância abrangente, devido à realização de oportunidades para incluir aquelas pessoas que soas a mudarem atitudes e comportamentos.
projetos para preservação ambiental. Apesar da lutam para manter sua existência no futuro. Mesmo com muitos projetos incentivadores,
iniciativa de grande parte da população, a falta os voluntários afirmam que a consciência não
de consciência de algumas pessoas ainda põe em Já o aposentado Anderson Melo, 68, mo- é o único desafio para que uma mudança mais
risco a saúde do planeta e de seus habitantes. As rador do bairro da Torre, se considera um con- profunda aconteça. “Primeiramente é preciso
tecnologias de controle ambiental de nada adi- sumidor sustentável, ou seja, compra produtos identificar os principais problemas, para poder
antam se não houver uma reflexão da sociedade, de uma forma responsável. “Antes das com- gerar programas de controle ambiental que
sobre o uso insustentável dos recursos naturais. pras, sempre me pergunto se aquele produto alcancem bons resultados,” conclui Raquel.
é econômico e principalmente se seus compo-
Fátima Silva, 22 anos, é estudante do quarto nentes são obtidos respeitando a preservação O secretário Municipal de Meio Ambi-
período do curso de ciências biológicas e acred- do meio ambiente e da saúde humana”, afirma o ente, Roberto Arrais, impõe sua opinião a re-
ita que nem todas as pessoas estão inseridas na aposentado. Além de contribuir com o consumo speito da consciência da população. “O que
preservação do meio ambiente. “Tudo é uma sustentável, Anderson participa da coleta de lixo está acontecendo é que as pessoas se sentem
questão de consciência. Um simples ato pode no bairro da Torre, onde mais de 3.000 pessoas acomodadas e não acreditam na gravidade
mudar muita coisa se cada um fizer a sua parte. estão envolvidas há quatro anos. “O processo é dos problemas ambientais, onde as princi-
Existem claro, aqueles que querem ser do con- muito simples. Os moradores deixam tudo sepa- pais fontes geradoras são provocadas por nós
tra só pra aparecer. O governo está carente de rado para facilitar o trabalho dos catadores. De- mesmos. A poluição dos rios e a escassez da
projetos mais eficazes que conscientizem essas pois o material é entregue ao caminhão de lixo água, são questões que precisam ser obser-
pessoas”, opina a estudante. Fátima participa reciclável da prefeitura ou a um ponto de en- vadas com urgência,” disse Roberto. O secre-
de um estágio voluntário na instituição de en- trega voluntária do bairro”, ressalta Anderson. tário ainda afirma que além da coleta sele-
sino onde estuda e desenvolve projetos junta- tiva do lixo, é importante ressaltar sobre a
mente com alunos do curso de design. “Através Integrantes do grupo de voluntários do preservação de um recurso natural tão precioso
da arte, os estudantes de design incentivam Greenpeace em Recife, afirmam que esse tipo como a água, já que um terço da população
as pessoas a reaproveitarem o lixo por meio de iniciativa ajuda a aumentar a autoestima mundial não tem acesso à água de qualidade.
de artesanatos recicláveis. No meu caso é im- de toda população. “Eles se transformam em
portante mostrar os benefícios de fazer a co- agentes da coleta seletiva do lixo e isso os inclui
11. conectado // Junho de 2011 //Edição Especial // pág 11
cidades
ERIKA SILVA
Revitalização sustentável
Reprodução da Internet
O meio ambiente e a sustentabilidade nunca
foram assuntos tão debatidos como hoje
em dia. Cientistas, pesquisadores amadores
e membros não governamentais se unem, ao
redor do planeta, para discutir e levantar sug-
estões que possam trazer a solução ou, pelos
menos, encontrar um ponto de equilíbrio que
desacelere a destruição que experimentamos
nos dias atuais. Em paralelo às ações gov-
ernamentais, está a conscientização dos ci-
dadãos, que vai da criança ao idoso, sobre as
intervenções que realizam no meio ambiente
ao seu redor. “Educar a criança de hoje para
que se torne um adulto ecologicamente con-
sciente e responsável de amanhã”, disse o pro-
fessor de Ciências da Natureza, André Santos.
Diante desse cenário dramático, a ne-
cessidade de mudança tem feito com que mui-
tas empresas busquem modelos de produção
baseados na sustentabilidade, ou seja, que
contemplem uma visão mais ampla dos im-
pactos dos negócios na natureza e na socie-
dade. Entre as empresas preocupadas com o
meio ambiente, destacam-se a Akzo Nobel, O projeto resgatou a identidade do Centro do Recife
fabricante das Tintas Coral, que realiza pro-
jetos de sustentabilidade por todo o Brasil.
Uma de suas ações sustentáveis é a uti-
lização de embalagens PET (polietileno teref-
talato) na composição de matérias-primas de
seus produtos – em apenas dois anos, foram
usadas mais de 30 milhões de garrafas recic-
láveis – contribuindo com o trabalho de qua-
tro cooperativas de catadores de lixo, além
de reutilizar um material altamente poluente
que demora cerca de 400 anos para se de-
compor na natureza. “A reciclagem tem o
poder de renovação e mudança”, ressalta o
catador de lixo, Amaro Silva.
As tintas Coral provenientes da reci-
clagem são doadas para entidades sem fins lu-
crativos e utilizadas em projetos como “Reviver
Recife Centro”, que é um programa revitaliza-
dor de Patrimônios Históricos de Pernambuco
tombados pela Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O projeto tem o objetivo de devolver aos edifí-
cios historicos suas cores e estrutura originais,
resgatando a arquitetura e a identidade do cen-
tro do Recife. O projeto também contribui para
o treinamento e capacitação de pintores. “An-
tes de receber a tinta, as superfícies das pare-
des são preparadas, sendo corrigidas as imper-
feições, a exemplo de infiltrações e fissuras”,
detalha o supervisor de Treinamento Técnico
Promocional das Tintas Coral, Aníbal Veras.
Em parceria com a Câmara de Dirigen-
tes Lojistas do Recife (CDL-Recife) e a Pre-
feitura do Recife, as Tintas Coral revitalizaram
as ruas Duque de Caxias e Imperatriz. “Aos
poucos, firmando parcerias com os poderes
públicos e privados, estamos dotando o cen-
tro do Recife de condições agradáveis de com-
pras ou passeios para o público”, comemora o
presidente da CDL-Recife, Fernando Catão.
12. EXPEDIENTE :
Ketlyn Kelly (Editora chefe), Raissa Tabosa, Priscilla
Soares e Wagner Santos (Diagramação), Raissa Tabosa
e Wagner Santos (Edição de imagens), Érika Silva, Fábio
Magalhães, Ketlyn Kelly, Mariana Menezes , Raissa Tabosa
e Tatyane Cardoso (Repórteres).