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O sentido etimológico do termo
«filosofia»
PHILO – AMOR; AMIZADE
SOPHIA – SABEDORIA
“– […] [o Amor] está a meio caminho entre a

sabedoria e a ignorância. A verdade é esta: nenhum
deus se ocupa a filosofar ou deseja ser sábio (pois já
o é), e ninguém que seja sábio se vai ocupar a
filosofar.
Mas, por outro lado, também não são os ignorantes

que se ocupam a filosofar e não têm desejo de se
tornarem sábios; pois este é o fardo da ignorância:
que aquele que não é nem belo, nem bom, nem
inteligente, imagina que o é o suficiente. Aquele que
não julga que lhe falta não tem, por consequência,
desejo daquilo de que crê estar provido.
– Nessas condições, quem são, Diotima, aqueles que

se ocupam a filosofar, dado que não são nem os
sábios nem os ignorantes?
– Eis o que é claro – respondeu ela –, mesmo uma

criança o veria: são os que estão a meio caminho
entre ambos os extremos, e o Amor é um deles. Pois
a sabedoria é, sem dúvida, uma das coisas mais
belas, e o Amor visa o que é belo; assim, é forçoso
que o Amor seja filósofo e, enquanto filósofo,
intermediário entre o sábio e o ignorante.”
Platão, Banquete, 203 e – 204 b
Caracterização da Filosofia
Actividade intelectual: Atitude reflexiva e problematizadora; atitude crítica e anti-dogmática;
exercício da dúvida e desejo de conhecer

a) Actividade intelectual (ter curiosidade, desejar

conhecer e ter capacidade de problematizar) – passar
de um ponto de vista passivo para um ponto de vista
activo: “[…] e que queira tomar como primário escopo a singela
façanha de compreender os problemas: de compreendê-los bem, de os
compreender a fundo, habituando-se a ver as dificuldades reais que se
deparam nas coisas que se afiguram fáceis ao simplismo e à
superficialidade do que se chame «senso comum» (a filosofia é, em
não pequena parte, a luta do bom senso contra o «senso
comum»).
Caracterização da Filosofia- Reflexão crítica:
autonomia, radicalidade, historicidade e
universalidade
b) Reflexão crítica sobre o conhecimento e o
mundo, isto é, como o conjunto das teorias originais
elaboradas pelos filósofos sobre o mundo, o ser
humano e o sentido da própria vida, por isso: “[…]
rogo que se não apresse a adoptar soluções, que
não leia obras de uma só escola ou tendência, que
procure conhecer as argumentações de todas”.
Caracterização da Filosofia
c) Actividade prática de procura de sabedoria que

visa encontrar novas maneiras de conceber o mundo
e a vida, definir o projecto da nossa existência,
decidir o que queremos ser e buscar o
autoaperfeiçoamento.
A especificidade da Filosofia
Autonomia
Auto – própria
Nomia – lei
Os filósofos fazem um uso próprio da razão,

independentemente de preconceitos e ideias feitas:
 “[…] rogo que se não apresse a adoptar soluções, que não leia obras de uma só escola ou tendência,

que procure conhecer as argumentações de todas, e que queira tomar como primário escopo a singela
façanha de compreender os problemas: de compreendê-los bem, de os compreender a fundo,
habituando-se a ver as dificuldades reais que se deparam nas coisas que se afiguram fáceis ao
simplismo e à superficialidade do que se chame «senso comum» (a filosofia é, em não pequena
parte, a luta do bom senso contra o «senso comum»)”


.
A especificidade da Filosofia
Radicalidade – Exigência de uma justificação fundamental
Procura os fundamentos ou a origem e o fim

último de todas as coisas.
A especificidade da Filosofia
A historicidade
Embora os filósofos desenvolvam uma reflexão

pessoal inserida na história do pensamento,
respondem aos problemas do seu tempo (mesmo que
as suas respostas possam perdurar para além da sua
época).
A especificidade da Filosofia
A universalidade
Apesar da historicidade as reflexões dos filósofos

abordam problemas que dizem respeito a toda a
humanidade.
A especificidade da Filosofia
Assim sendo, as principais características da

Filosofia expressam a exigência de uma justificação
fundamental (radicalidade) e de compreensão
globalizante (universalidade). Deste modo, a
inserção no contexto problemático de uma época e
da história (historicidade) tem de conjugar-se
com a originalidade e a capacidade de pensar por
si próprio (autonomia).
Amor é fogo que arde sem se ver

 Amor é fogo que arde sem se ver;
 É ferida que dói e não se sente;
 É um contentamento descontente;
 É dor que desatina sem doer;
 É um não querer mais que bem querer;
 É solitário andar por entre a gente;
 É nunca contentar-se de contente;
 É cuidar que se ganha em se perder;
 É querer estar preso por vontade;
 É servir a quem vence, o vencedor;
 É ter com quem nos mata lealdade.
 Mas como causar pode seu favor
 Nos corações humanos amizade,
 Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
 Luís de Camões
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O que é a filosofia

  • 1. O sentido etimológico do termo «filosofia» PHILO – AMOR; AMIZADE SOPHIA – SABEDORIA
  • 2. “– […] [o Amor] está a meio caminho entre a sabedoria e a ignorância. A verdade é esta: nenhum deus se ocupa a filosofar ou deseja ser sábio (pois já o é), e ninguém que seja sábio se vai ocupar a filosofar.
  • 3. Mas, por outro lado, também não são os ignorantes que se ocupam a filosofar e não têm desejo de se tornarem sábios; pois este é o fardo da ignorância: que aquele que não é nem belo, nem bom, nem inteligente, imagina que o é o suficiente. Aquele que não julga que lhe falta não tem, por consequência, desejo daquilo de que crê estar provido.
  • 4. – Nessas condições, quem são, Diotima, aqueles que se ocupam a filosofar, dado que não são nem os sábios nem os ignorantes?
  • 5. – Eis o que é claro – respondeu ela –, mesmo uma criança o veria: são os que estão a meio caminho entre ambos os extremos, e o Amor é um deles. Pois a sabedoria é, sem dúvida, uma das coisas mais belas, e o Amor visa o que é belo; assim, é forçoso que o Amor seja filósofo e, enquanto filósofo, intermediário entre o sábio e o ignorante.” Platão, Banquete, 203 e – 204 b
  • 6. Caracterização da Filosofia Actividade intelectual: Atitude reflexiva e problematizadora; atitude crítica e anti-dogmática; exercício da dúvida e desejo de conhecer a) Actividade intelectual (ter curiosidade, desejar conhecer e ter capacidade de problematizar) – passar de um ponto de vista passivo para um ponto de vista activo: “[…] e que queira tomar como primário escopo a singela façanha de compreender os problemas: de compreendê-los bem, de os compreender a fundo, habituando-se a ver as dificuldades reais que se deparam nas coisas que se afiguram fáceis ao simplismo e à superficialidade do que se chame «senso comum» (a filosofia é, em não pequena parte, a luta do bom senso contra o «senso comum»).
  • 7. Caracterização da Filosofia- Reflexão crítica: autonomia, radicalidade, historicidade e universalidade b) Reflexão crítica sobre o conhecimento e o mundo, isto é, como o conjunto das teorias originais elaboradas pelos filósofos sobre o mundo, o ser humano e o sentido da própria vida, por isso: “[…] rogo que se não apresse a adoptar soluções, que não leia obras de uma só escola ou tendência, que procure conhecer as argumentações de todas”.
  • 8. Caracterização da Filosofia c) Actividade prática de procura de sabedoria que visa encontrar novas maneiras de conceber o mundo e a vida, definir o projecto da nossa existência, decidir o que queremos ser e buscar o autoaperfeiçoamento.
  • 9. A especificidade da Filosofia Autonomia Auto – própria Nomia – lei Os filósofos fazem um uso próprio da razão, independentemente de preconceitos e ideias feitas:  “[…] rogo que se não apresse a adoptar soluções, que não leia obras de uma só escola ou tendência, que procure conhecer as argumentações de todas, e que queira tomar como primário escopo a singela façanha de compreender os problemas: de compreendê-los bem, de os compreender a fundo, habituando-se a ver as dificuldades reais que se deparam nas coisas que se afiguram fáceis ao simplismo e à superficialidade do que se chame «senso comum» (a filosofia é, em não pequena parte, a luta do bom senso contra o «senso comum»)”  .
  • 10. A especificidade da Filosofia Radicalidade – Exigência de uma justificação fundamental Procura os fundamentos ou a origem e o fim último de todas as coisas.
  • 11. A especificidade da Filosofia A historicidade Embora os filósofos desenvolvam uma reflexão pessoal inserida na história do pensamento, respondem aos problemas do seu tempo (mesmo que as suas respostas possam perdurar para além da sua época).
  • 12. A especificidade da Filosofia A universalidade Apesar da historicidade as reflexões dos filósofos abordam problemas que dizem respeito a toda a humanidade.
  • 13. A especificidade da Filosofia Assim sendo, as principais características da Filosofia expressam a exigência de uma justificação fundamental (radicalidade) e de compreensão globalizante (universalidade). Deste modo, a inserção no contexto problemático de uma época e da história (historicidade) tem de conjugar-se com a originalidade e a capacidade de pensar por si próprio (autonomia).
  • 14. Amor é fogo que arde sem se ver  Amor é fogo que arde sem se ver;  É ferida que dói e não se sente;  É um contentamento descontente;  É dor que desatina sem doer;  É um não querer mais que bem querer;  É solitário andar por entre a gente;  É nunca contentar-se de contente;  É cuidar que se ganha em se perder;  É querer estar preso por vontade;  É servir a quem vence, o vencedor;  É ter com quem nos mata lealdade.  Mas como causar pode seu favor  Nos corações humanos amizade,  Se tão contrário a si é o mesmo Amor?  Luís de Camões