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As Empresas pela Educação
Adaptação do manual “O que as Empresas Podem Fazer pela Educação”,
editado pelo Instituto Ethos.

Agradecemos a colaboração das entidades que trabalharam na adaptação
deste documento:
   AESE
   Bombas Grundfos Portugal
   Bosch Security Systems
   Fundação PT
   IBM
   McDonalds
   Nestlé
   Prosegur




Concepção Grace
Design gráfico Spirituc
Ilustrações
Leonor, José Maria,
Luna e António
Impressão Gar
Tiragem 1000 exemplares
Setembro 2006
p07




      p17




             p33




p43
Tendo presente que a Educação consiste no aperfeiçoamento permanente
das capacidades especificamente humanas, conseguido primordialmente
na família, institucionalmente na Escola e desenvolvido no trabalho pro-
fissional, verificamos que se trata de um processo que decorre ao longo de
toda a vida. A formação do indivíduo, através da aquisição de conhecimen-
tos e do seu relacionamento, a ciência como conhecimento da natureza,
a filosofia como capacidade de pensar, a ética para valorizar as acções e o
exercício da liberdade como manifestação da formação da vontade, defi-
nem o amplo sentido da Educação, a qual ultrapassa a simples aquisição
de um conjunto de destrezas técnicas para o desempenho de uma profis-
são, mas tem um carácter integral que resulta das sucessivas interacções
da pessoa com a sua envolvente ao longo da vida.

Processos Formais e Informais na Educação
De acordo com a descrição feita acima podemos considerar que as várias
situações com as quais o indivíduo se depara constituem fluxos educati-
vos. No entanto, existe uma estrutura institucionalizada que nos permite
considerar a Escola, nos seus diversos níveis de escolaridade e nas suas
diversas modalidades, como a vertente formal da Educação, e os restantes
ambientes como a componente informal da Educação. A escola contribui
para a socialização e para a enculturação das pessoas, pois é também atra-
vés dela que os valores e as regras da vida em sociedade são adquiridos.
    A vertente informal tem preponderância até aos três anos de idade,
perdendo gradualmente peso para a Escola por delegação dos Pais e não
por desinteresse. A partir dos 25 anos, idade média de conclusão do pro-
cesso de educação estruturada, as situações informais voltam a ter mais
peso juntamente com a Formação Profissional.

   Enquadramento da Educação em Portugal
Conforme está consagrado na Constituição da República (art. 73º), todos
têm direito à Educação e à Cultura, cabendo ao Estado promover a demo-
cratização da Educação (Escola e outros meios formativos) assim como
todas as condições necessárias para que a igualdade de oportunidades,
a superação das desigualdades económicas, sociais e culturais, o desen-
volvimento da personalidade e do espírito de tolerância, de compreensão
mútua, de solidariedade e de responsabilidade, em suma, o progresso
social e a participação democrática na vida colectiva, seja uma realidade.
    É igualmente incumbência do Estado (art. 74º da Constituição da

                                                                       7
As empresas pela educação


República Portuguesa) assegurar o ensino básico e universal, obrigatório
e gratuito; a criação de um sistema público e o desenvolvimento do sis-
tema geral de educação pré-escolar; a educação permanente e eliminação
do analfabetismo; garantir que todos os cidadãos acedam aos graus mais
elevados de ensino, da investigação científica e da criação artística que as
suas capacidades permitam e, progressivamente, estabelecer a gratuiti-
dade de todos os graus de ensino.

O Sistema Educativo
A Educação em Portugal foi alvo de uma reforma profunda em 1986, com
a introdução da Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) que veio estabe-
lecer novos princípios a nível de estruturas e planos curriculares, progra-
mas e métodos de avaliação, apoios e complementos educativos, recursos
humanos, administração e gestão do sistema das escolas.
     A década de 90 ficou marcada por:
   · consagração da escolaridade obrigatória para nove anos;
   · criação e alargamento dos serviços de Psicologia e Orientação
     Educativa;
   · uma nova concepção curricular do ensino secundário e um novo
     quadro regulador do ensino superior (salientando-se a autonomia das
     instituições e a expansão do ensino superior politécnico particular e
     cooperativo, bem como a revisão do sistema de acesso a este nível de
     ensino);
   · criação de Territórios Educativos de Intervenção Prioritária;
   · desenvolvimento da Rede de Educação Pré-Escolar, passando a ser con-
     siderada como parte integrante do sistema com a lei de Julho de 1973
     (Lei-5/73). Foram então criadas as Escolas de Educadores de Infância
     oficiais e, em 1978, foram criados os primeiros jardins-de-infância
     oficiais do Ministério da Educação (Lei 5/77), e finalmente em 1986
     é enquadrada definitivamente no sistema educativo;
   · criação de um novo Regime de Autonomia, Administração e Gestão das
     escolas;
   · Educação e Formação de Adultos;
   · concepção e aplicação de programas Interministeriais (vocacionados
     para o combate ao abandono escolar precoce);
   · Educação para a Cidadania (que inclui as dimensões da convivência
     intercultural e da defesa do ambiente).




   8
Introdução


    Em termos estruturais o Sistema Educativo organiza-se da seguinte
forma (LBSE):
    1. Educação pré-escolar (facultativa e complementar e/ou supletiva
    da acção educativa da família);
    2. Educação escolar:
  › Ensino básico (universal, obrigatório e gratuito, com duração
    de 9 anos e composto por 3 ciclos)
  › Ensino secundário (via profissionalizante e via ensino, com duração
    de 3 anos)
  › Ensino superior (ensino universitário e ensino politécnico)
  · 1º Ciclo – Grau de Licenciado – 6 a 8 semestres.
  · 2º Ciclo – Grau de Mestre – concedido após um 2º ciclo de formação
    superior com a duração de 2 a 4 semestres e integrando uma parte
    escolar com a duração de 1 a 3 semestres, desde que seja cumprido,
    em conjunto com a formação do primeiro ciclo, um mínimo de
    10 semestres de formação superior.
  · 3º Ciclo – Grau de Doutor – concedido após um ciclo de formação supe-
    rior, com duração mínima de 6 semestres, desde que seja cumprida,
    em conjunto com formação dos ciclos antecedentes, um mínimo de
    16 semestres de formação superior.
  › Modalidades especiais de ensino
    i. Educação especial (visa a recuperação e integração sócio-educativas
    das pessoas com necessidades educativas específicas devidas a defici-
    ências motoras e cognitivas);
    ii. A formação profissional (complemento da preparação para a vida ac-
    tiva iniciada no ensino básico, visa uma integração dinâmica no mundo
    do trabalho pela aquisição de conhecimentos e de competências);
    iii. O ensino recorrente de adultos (para os indivíduos que já não
    se encontram na idade “normal” de frequência dos ensinos básico
    e secundário);
    iv. O ensino à distância;
    v. O ensino da língua portuguesa no estrangeiro;
    3. Educação extra-escolar
  › Consiste em actividades de alfabetização e de educação de base; activi-
    dades de aperfeiçoamento e actualização cultural e científica; activi-
    dades de iniciação, reconversão e aperfeiçoamento profissional. Estas
    realizam-se num quadro aberto de iniciativas múltiplas, de natureza
    formal e informal.



                                                                       9
As empresas pela educação


O Processo de Bolonha no Ensino Superior
Em Junho de 1999 Portugal, representado pelo Ministro da Educação,
juntamente com mais 29 Estados Europeus, subscreveu a Declaração de
Bolonha, que tem como meta estabelecer, até 2010, o Espaço Europeu de
Ensino Superior que prevê:
  · a adopção de um sistema de graus comparável e legível;
  · a adopção de um sistema de ensino superior fundamentalmente
    baseado em dois ciclos;
  · o estabelecimento de um sistema de créditos;
  · a promoção da mobilidade;
  · a promoção da cooperação europeia no domínio da avaliação
    da qualidade;
  · a promoção da dimensão europeia no Ensino Superior;
  · a promoção da aprendizagem ao longo da vida;
  · um maior envolvimento dos estudantes na gestão das instituições
    de Ensino Superior;
  · a promoção da atractibilidade do Espaço Europeu do Ensino Superior.

    Este processo implica grandes esforços por parte de cada Estado,
devendo o Sistema Educativo Português sofrer mudanças estruturais,
tais como: a organização do ensino centrado no aluno e nos objectivos de
formação; a passagem de um sistema curricular tradicional baseado na
“justaposição” de conhecimentos para um sistema centrado no desenvolvi-
mento de áreas curriculares alargadas, desenhadas em função dos objecti-
vos de formação a prosseguir; a adopção de metodologias de aprendizagem
mais activas e participativas.

   Principais Desafios da Educação em Portugal
A Europa procura promover a coesão social e a participação mais activa
dos cidadãos na vida política e social, estando cada vez mais em destaque
a Europa do Conhecimento,onde a competitividade e o desenvolvimento
constituem elementos-chave.
   Mas este desenvolvimento pressupõe abertura dos sistemas educativos
e da mobilidade (fomentando a aprendizagem), no seu sentido mais lato.
   Em Portugal, como vértice central do sistema educativo, temos a
Escola, que hoje se defronta com novos desafios.
   Hoje, o trabalho pedagógico tem que se centrar na aquisição de com-
petências para toda a vida (formação e participação cívica, capacidade

   10
Introdução


empreendedora, aprender a viver em sociedade, a educação para a saúde,
entre tantas outras).
     Para cimentar esta nova realidade, os agentes da educação, educado-
res e professores, devem beneficiar da estabilização do corpo docente das
escolas e da colaboração da sociedade, uma vez que estes desafios que se
apresentam são comuns a todos – escolas, empresas e cidadãos em geral.
     De acordo com o Ministério da Educação, podemos salientar alguns
dos principais desafios que se colocam à Educação em Portugal, podemos
salientar:
   · Financiamento da Educação. Segundo dados da OCDE de 2004,
     Portugal gasta com a educação básica e secundária 4,1% do PIB;
   · O combate ao abandono escolar e ao insucesso. Dados de 2001, do
     Ministério da Educação, revelam que cerca de 10.5% dos alunos com
     14/15 anos abandonaram a escola, sendo 70% dos abandonos de
     alunos repetentes. Já as taxas de retenção no ensino básico foram,
     em 2004, de 12%. De salientar ainda que, em 2001, 52% dos indivíduos
     entre 25 e 39 anos só possuíam a escolaridade obrigatória;
   · O analfabetismo, que apresenta ainda níveis elevados na camada mais
     envelhecida da população;
   · A reforma do ensino secundário;
   · O desemprego.
   · A desarticulação entre os diferentes ciclos com patamares de exigência
     desnivelados.
   · A desadequação entre a oferta do Sistema Educativo e a procura
     do mercado de trabalho.
   · O fosso quantitativo com os parceiros europeus;
   · A diminuição da população estudantil em idade “normal”. No ensino
     secundário, de acordo com dados de 2001 do Ministério da Educação,
     registou-se uma diminuição de 23%;
   · O reduzido ingresso na pré-primária – apenas 77,9% em 2003/2004;
   · A criação de um sistema de avaliação com equidade e que valorize
     a aquisição de competências e de capacidades.
     Mas os desafios não param aqui. É necessário implementar de forma
coerente a formação contínua e incentivar a aprendizagem após o ingresso
no mercado de trabalho, o que só se tornará uma realidade quando o
próprio mercado de trabalho reconhecer a utilidade desta actualização de
competências. E aqui as empresas desempenham um papel fundamental.




                                                                      11
As empresas pela educação


   Parceria Escola e Empresa
A actual situação conjuntural do País obriga a uma promoção do aumento
da sua produtividade e competitividade. Para tal, e pese embora a existên-
cia de outras variáveis, o factor humano torna-se o elemento central de
todo este processo. Colaboradores bem preparados, com formação ade-
quada, motivados e agindo com objectivos concretos, são base fundamen-
tal para a necessária mudança na posição socio-económica nacional.
    Mas para que tal aconteça, que a força de trabalho esteja preparada
para enfrentar os desafios e as exigências que a vida activa requer, é
necessário que tudo comece a ser planeado desde muito cedo e cada
vez mais com recurso a parcerias. Isto é, sempre que possível se procure
encontrar um maior ajustamento entre a oferta académica e a procura
profissional.
    A relação que se pode criar entre as escolas e as empresas, aos seus
mais diversos níveis, será o ponto de partida para que aquilo que cada um
possa aprender esteja adequado às necessidades do mercado de trabalho.
Não quer isto dizer que se tenha de escolher uma profissão, uma ocupa-
ção, em função das necessidades das empresas mas sim, que quando seja
feita a opção, a escola esteja munida das ferramentas necessárias para
melhor preparar os seus alunos para o mundo de trabalho. E aí, para além
da abertura/receptividade das próprias escolas, é fundamental o papel das
empresas nesta relação.
    Em termos latos, podemos caracterizar a relação institucional escola/
empresa como uma parceria, uma relação de colaboração entre instituições
que partilham objectivos ou interesses comuns. Na base desta parceria
deverá estar o respeito pela actividade específica de cada entidade e a
orientação para o alcance de um objectivo comum.
    Uma parceria é construída gradualmente e precisa de ser constan-
temente fomentada, isto é, requer diálogo, negociação e vontade para
ultrapassar os obstáculos que possam surgir. Para que tal aconteça, é
fundamental que ambas as instituições se conheçam, pois o seu modo de
funcionamento e os valores pelos quais se regem poderão não ser necessa-
riamente os mesmos.
    Se a empresa puder, por exemplo, oferecer meios para que os alunos
visitem as suas instalações, esta será uma óptima experiência para eles,
pois poderão presenciar parte de uma realidade que tantas vezes ouvem
falar. Poderão inclusivamente, ter a hipótese de acompanhar as várias
etapas da elaboração de um produto ou serviço.

   12
Introdução


    Por sua vez, quando a empresa conhece a realidade interna da Escola,
fica com uma visão mais alargada dos problemas que esta enfrenta,
facilitando desta forma a colaboração com a equipa escolar na procura de
soluções. Este envolvimento pode ainda gerar a possibilidade das empre-
sas contribuírem mais activamente no desenho de políticas públicas, por
forma a que estas melhor atendam às necessidades dos alunos. Tal poderá
ser conseguido, por exemplo, com palestras dadas pelos próprios colabora-
dores, sobre diferentes áreas e temas de interesse dos alunos.
    Em suma, todos beneficiam:
  · A escola passa a contar com um parceiro que a poderá ajudar a colocar
    em prática diferentes tipo de projectos e, acima de tudo, a ajustar as
    actividades académicas previstas no decorrer do ano lectivo às necessi-
    dades e exigências do mercado;
  · Os alunos têm a hipótese de contactar com o mundo profissional logo
    desde muito cedo, têm assim a possibilidade de começar a delinear
    escolhas e preferências para o seu ingresso no mercado de trabalho,
    vivenciando experiências que de outra forma se poderiam mostrar
    difíceis de concretizar;
  · A empresa terá a possibilidade de contactar com pessoas com uma
    visão diferente da sua e que a poderão ajudar a melhor se posicionar
    em relação ao mundo académico. Para além disso, tudo o que de novo
    os alunos possam trazer para a empresa, ajudará sem dúvida a alavan-
    car o seu potencial interno e a aumentar a motivação dos colaborado-
    res. O facto de estar mais próxima do mundo académico e de melhor
    o compreender, poderá contribuir para que a esta funcione como um
    influenciador das políticas públicas.




                                                                     13
Conhecer a realidade
Para poder fixar metas e promover um salto qualitativo em relação à
Educação dos seus colaboradores, o primeiro passo é conhecer as suas
habilitações académicas de forma pormenorizada, bem como os objectivos
e motivações profissionais e as e dificuldades com que se deparam neste
âmbito. O mesmo se aplica em relação aos seus filhos. Níveis académicos,
disciplinas com maior dificuldade, ciclos de escolaridade incompletos
e razões do abandono, são exemplos de informação extremamente per-
tinente que é essencial reunir ao nível de todas as empresas para poder
avaliar os recursos necessários para poder subir um degrau na qualificação
das pessoas.

   Encontrar quem apoie
A Responsabilidade Social implica que se crie uma comunidade de esforços.
Neste âmbito, e com base nas dificuldades acima inventariadas, poderá
sensibilizar os Quadros mais qualificados a prestarem apoio aos colaborado-
res com dificuldades ou que queiram superar objectivos educativos específi-
cos, disponibilizando a empresa horas de serviço para esse efeito.
    A ocupação e orientação dos filhos dos colaboradores fora dos períodos
lectivos é outro problema candente da sociedade actual. Porque não olhar
para ele?

   Estabelecer metas
É desejável medir o que é feito na empresa ao nível da Educação. Neste
caso, se no final de um ou dois anos, a percentagem de colaboradores com
níveis de escolaridade mais elevada evoluir, incluindo aqui todos os graus
– desde a escolaridade obrigatória até ao doutoramento – e, além disso,
os filhos dos colaboradores apresentarem melhores rendimentos escolares,
atitudes mais pro-activas nas aulas, menos incidentes de comportamento,
então valeu a pena o esforço.
    Mas, como em tudo, após o diagnóstico é preciso definir algumas metas
para cada ano. Para tal, é fundamental atribuir responsabilidades.




                                                                    17
As empresas pela educação


   Avaliar resultados
Uma avaliação dos resultados obtidos deve incluir os progressos alcan-
çados em termos académicos, mas também a evolução da satisfação dos
colaboradores em relação ao apoio que a empresa prestou nos diversos
aspectos relacionados com a sua formação académica e a Educação das
suas famílias.
    Correlacionar a satisfação e os seus diversos atributos com a motiva-
ção dos colaboradores é um exercício valioso, de grande utilidade para
o desenvolvimento de acções futuras e para o “bem-estar” da empresa.

   Acções de apoio aos colaboradores
O papel da empresa na qualidade da Educação interna é um desafio exten-
sível a toda a organização.
    Neste âmbito, a empresa deverá ter como um objectivo melhorar o
desempenho dos seus colaboradores, através da definição de um plano de
formação adequado às necessidades dos colaboradores, contribuindo para
a sua motivação pessoal.
    Para tal, a empresa deverá sensibilizar toda a organização para a impor-
tância da Educação, a começar pelos gestores de topo, de forma a facilitar
a implementação dos programas internos desenvolvidos a este nível.

Escolaridade
A empresa poderá proceder a uma pesquisa sobre o nível de escolaridade
de cada colaborador. Por outro lado, torna-se importante perceber quais as
expectativas em relação aos estudos, sensibilizando aqueles que abando-
naram precocemente a escola a retomar a sua frequência, ficando desta
forma mais aptos a ajudar os filhos nas suas tarefas escolares.
    Uma possibilidade de parceria empresa/escola será o convite ao corpo
docente das escolas locais para o desenvolvimento de actividades lectivas
directamente nas empresas, favorecendo o ensino nas suas instalações.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

McDONALD’S
Os restaurantes McDonald’s pretendem ser uma porta fácil ao primeiro
emprego, formação e igualdade de oportunidades.
    Mais de 75% dos colaboradores são estudantes e são vários os pro-

   18
A educação dentro da empresa


gramas que procuram estimular, desenvolver e fomentar a prossecução
de estudos, a todos os 6000 funcionários.
   Flexibilidade de horários, promoções de carreira e formação comple-
mentar, são alguns exemplos desta política.

BOSCH
Em relação aos trabalhadores estudantes, e para além do cumprimento da
legislação, esta empresa permite a sua saída todos os dias uma hora mais
cedo para a frequência das aulas.

Promover o desenvolvimento de competências
Incentive os colaboradores a desenvolverem as suas competências e
formação académica. As pessoas são o activo mais importante de qualquer
empresa, pelo que deverão ser encaradas como tal.
    A autorização para a frequência de aulas durante o horário de trabalho
ou subsídios e comparticipações em custos com a frequência de especia-
lizações, pós-graduações, mestrados ou doutoramentos são alguns dos
exemplos do que poderá ser feito neste domínio.
    Considere a possibilidade de reconhecer publicamente aqueles que
conseguem concluir, com o apoio da empresa, os diversos graus de ensino.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

NESTLÉ
A Nestlé aposta largamente no desenvolvimento dos seus recursos huma-
nos e coloca ao seu alcance todos os instrumentos para a sua concretiza-
ção efectiva. A formação assume-se, pois, de importância crucial para a
Nestlé pois permite assegurar uma aprendizagem de qualidade ao longo
da carreira dos seus colaboradores no sentido do desenvolvimento das
suas competências e na melhoria do seu desempenho, gerando uma maior
motivação.
    No que diz respeito à formação externa, esta subdivide-se também em
local e internacional. Ao nível local, a Nestlé promove a participação dos
seus colaboradores não só em conferências e seminários mas também em
especializações, pós-graduações, mestrados e doutoramentos, através de
parcerias que desenvolve com as entidades responsáveis pelos mesmos, em
alguns casos formalizadas por protocolos. Ao nível internacional, a Nestlé
possui parcerias com o MCE (Management Centre Europe) e com o IMD
(International Institute for Management Development) na Suíça, com

                                                                         19
As empresas pela educação


Escolas de Línguas e outras Escolas de Especialidade no sentido de ter à
disposição dos seus gestores de topo soluções na área da sua formação ou
outra relevante para o cargo que desempenham.
    A diversificação das fontes e das metodologias de aprendizagem permi-
tem responder assim, com maior eficiência e eficácia, às necessidades de
cada colaborador, disponibilizando aliás a flexibilidade que lhe propor-
cione uma melhor articulação entre a vida pessoal, social, profissional
e familiar.

Prémio Nestlé
Desde 1988, aos colaboradores que decidem individualmente concluir
o 12º ano ou prosseguir os seus estudos académicos (licenciatura, plano
de especialização, pós-graduação, mestrado, doutoramento) a Nestlé
Portugal concede um Prémio e distingue anualmente todos aqueles que
concretizam efectivamente tais estudos, mediante a atribuição de um
valor pecuniário e de um diploma numa cerimónia pública intitulada
“Prémio Nestlé”, elogiando assim o esforço, o empenho e a dedicação
dos colaboradores na persecução dos seus estudos.

BOSCH
A Bosch proporciona aos seus colaboradores pós-graduações e outras
especializações em diferentes áreas de interesse para o seu negócio.
   Todos os custos inerentes a estas actividades são da responsabilidade
da empresa.

EURONEXT LISBON
De entre os vários projectos internos levados a cabo no domínio da
Educação, salienta-se os diversos incentivos à frequência e o financiamento
de cursos de pós-graduação e outros por parte dos seus colaboradores.

IBM
A IBM revolucionou o conceito de formação tradicional junto dos seus
colaboradores através do e-learning. A formação pode ser levada a cabo a
qualquer hora, em qualquer lugar, contendo um vasto leque de conteúdos
formativos nas mais variadas áreas de actuação. A IBM foi pioneira na
disponibilização desta formação junto dos seus colaboradores, ao desen-
volver um portal de formação, o “IBM Global Campus”, que reúne mais
de 3500 cursos e conta com uma equipa de especialistas para assegurar
a actualização e o rigor dos conteúdos.

   20
A educação dentro da empresa


    Apesar da crescente utilização do e-learning, a IBM continua a utilizar
a formação “tradicional” como um complemento de determinados cursos
online. Em termos globais podemos dizer que na IBM cada colaborador
dedica em média 5 dias de formação por ano.
    A IBM disponibiliza ainda um programa, denominado “Tuition”, que
subsidia a formação dos empregados ao nível universitário (pós-gradua-
ções, mestrados, MBA).

Educação para a Segurança, Saúde e Bem-Estar
A segurança, a saúde e o bem-estar dos colaboradores deverá sempre ser
salvaguardada pela empresa.
    No entanto, importa assegurar práticas de educação para a saúde
que vão muito para além dos imperativos legais. Estas práticas, como
workshops e outros eventos, poderão igualmente ser extensíveis ao agre-
gado familiar dos colaboradores.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

NESTLÉ
Programa WellNes
A Nestlé, Companhia de Alimentação, Nutrição, Saúde e Bem-Estar está
fortemente comprometida com a educação alimentar não só dos seus con-
sumidores mas especialmente dos seus colaboradores. Com esse intuito,
deu início a um programa interno que visa essencialmente educar e sensi-
bilizar os seus colaboradores para esta temática, convertendo-os nos seus
melhores “embaixadores”. Com início em Outubro de 2003, o Programa
WellNes tem como objectivos dotar os colaboradores da Companhia de
conhecimentos básicos na área da nutrição tendo em conta o seu traba-
lho diário numa empresa líder mundial de alimentação, nutrição, saúde
e bem-estar, sensibilizando-os para a importância dos estilos de vida, com
grande enfoque para a importância da alimentação aliada à actividade
física e incentivando-os à adopção de estilos de vida saudáveis.
    Ao nível da formação são organizadas acções de formação em nutrição,
workshops, palestras, sessões de esclarecimento e são disponibilizados cur-
sos de nutrição básica em ambiente de e-learning e blended learning acessí-
veis a todos os colaboradores e disponíveis numa plataforma de Internet.
    Os workshops de nutrição, contam com as apresentações da WellNes
Champion da Nestlé Portugal e dos departamentos de Serviço ao
Consumidor e Market Intelligence, e onde se procura promover a sensibi-

                                                                         21
As empresas pela educação


lização dos colaboradores para os benefícios de um produto nutricional-
mente diferenciado, baseado na investigação científica feita pelos centros
de pesquisa Nestlé e abordam-se temas actuais como a obesidade, a diabe-
tes, as doenças cardiovasculares e a osteoporose. Delineiam-se os concei-
tos básicos da nutrição e discutem-se as principais tendências da ciência.
Além dos workshops, em 2005, foram desencadeadas semanas temáticas
para a promoção do bem-estar físico e psicológico através de uma divul-
gação dos efeitos de uma boa alimentação na saúde. A semana da fibra,
“Fibra, uma aliada para o seu bem-estar” no mês de Fevereiro; “Mime o
seu coração”, no mês de Maio o mês do Coração; e por último a semana do
“Bem Estar com conta, peso e medida” no mês de Outubro. Estas semanas
são pautadas por uma envolvência em torno do tema principal conseguida
com o envio diário de e-mails informativos, com a decoração do edifício
sede, com a criação de ementas específicas no restaurante e o envio de
uma brochura coleccionável. Além das referidas, estas semanas incluíram
também, no âmbito da sua temática, um rastreio de colesterol, tensão
arterial e peso aos colaboradores da sede, uma palestra pela Fundação
Portuguesa de Cardiologia e uma palestra dada pela Clínica Metabólica
sobre controlo de peso e actividade física. Quando oportuno é também
distribuído material promocional pelos colaboradores alusivo ao tema.
    Neste ano de 2006 foram já realizadas duas semanas temáticas:
“Pequeno-Almoço para um dia em Grande”, que procurou sensibilizar
os colaboradores para a importância e para os benefícios de um bom
pequeno-almoço logo pela manhã, e “O Arco-Íris no seu prato” que pro-
curou associar de uma forma pedagógica as cores do arco-íris às cores dos
alimentos, assinalando os benefícios aportados por cada cor presente em
cada um deles, sendo que o segredo reside na combinação e na mistura
de alimentos de todas as cores.

McDONALD’S
Foi criado um Guia de Estilos de Vida Activos, com o principal objectivo
de informar as equipas McDonald’s sobre esta temática, mostrando a varie-
dade nos produtos da empresa e, simultaneamente, dando informação
sobre estilos de vida activos, integrando-os no seu dia-a-dia.
    O Guia dispõe de informação básica sobre nutrição e dicas para a prá-
tica de exercício físico, tendo como referência o exemplo de uma semana,
e foi a base para vários programas de formação ao nível dos restaurantes.




   22
A educação dentro da empresa


IBM
A IBM dedica uma atenção muito especial à saúde e ao bem-estar dos seus
colaboradores e familiares directos. É, pois, neste contexto que o plano
de programas e benefícios da Companhia tem uma forte incidência em
iniciativas que se prendem com a saúde, seja ao nível do acompanhamento
assegurado pelo Gabinete Médico, seja ao nível da negociação de seguros
existentes no mercado, que melhor satisfaçam os interesses e necessida-
des do universo dos IBMers, quer no activo quer em situação de reforma.
A IBM possui um Plano Médico muito vantajoso que tem como objectivo
assegurar a protecção dos colaboradores e dos seus agregados familiares
em caso de doença. O prémio do Plano Base é suportado integralmente
pela IBM. Este Plano Médico permite ainda aos colaboradores da IBM e
respectivos agregados familiares a adesão a um Plano Complementar que
permite uma cobertura alargada a um custo muito competitivo. Este Plano
é suportado pelos colaboradores aderentes.
    Paralelamente, e a par e passo com as campanhas de sensibilização que a
IBM desenvolve regularmente (p.e. rastreio de colesterol, hipertensão arte-
rial, diabetes), a Companhia lançou uma outra campanha, mais específica,
que visa alertar e promover a saúde alimentar de todos os colaboradores.
    Esta consiste num conjunto de acções que incluem ementas da
cafetaria especialmente concebidas com o objectivo de proporcionar uma
alimentação mais saudável. Novos menus “saúde matinal” disponíveis no
bar, assim como um novo programa orientado para ajudar a combater o
excesso de peso, hipertensão, colesterol, que ministra ensinamentos sobre
alimentação variada e regrada com controlo diário de índice de massa
muscular (IMC).

   Acções de apoio à Educação na família
As empresas e o seu apoio aos colaboradores enquanto pais
Os pais são os primeiros e principais educadores. Da sua acção e do seu
conhecimento dos filhos e das especificidades psicológicas de cada idade,
da sua consciencialização da necessidade de acompanhar a Escola e de
dedicar aos filhos, mais do que quantidade de tempo, tempo de qualidade,
vai depender em grande medida a personalidade dos jovens e futuros
cidadãos.
    É de recomendar às empresas com preocupações de Responsabilidade
Social que, não só facilitem esse tempo de qualidade de acordo com
a idade de cada filho, mas também que estabeleçam protocolos com

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As empresas pela educação


Instituições de Educação Familiar, especializadas no tratamento e orienta-
ção de famílias nestes temas, para a realização de programas de formação
para os seus colaboradores.
    Instituições de Educação Familiar como o CENOFA, Centro de
Orientação Familiar, têm larga experiência na realização de Programas de
Educação para Pais com filhos em diversas fases do seu desenvolvimento.
    Mediante a estrutura da empresa, é natural que as prioridades de apoio
à família variem, em particular no que diz respeito aos escalões etários
médios dessa mesma estrutura.
    No entanto, esta área pode revelar-se uma grande mais valia para os
colaboradores da empresa, reforçando a sua motivação e reconhecimento
pela organização onde trabalham.
    Em alguns casos, os benefícios concedidos pela empresa neste âmbito
tornam-se excelentes regalias sociais.
    Num formato mais lato, o investimento na Educação da família reforça
o nível geral das comunidades locais e da população portuguesa, tor-
nando-a mais competitiva perante as novas economias.
    Um programa de apoio à Educação das famílias poderá ser lançado den-
tro da empresa com ideias simples e pouco complexas, investindo de forma
crescente ao aumentar os recursos financeiros e humanos da organização.
Passamos a enumerar algumas ideias.

Os colaboradores com filhos em idade pré-escolar
A realidade sócio-educativa dos nossos dias demonstra que o sucesso
escolar é superior quando as crianças frequentam estabelecimentos de
ensino pré-escolar. O estímulo educativo positivo precoce, é hoje uma
necessidade face às imensas solicitações que, de outra forma, dispersa-
riam as crianças.
    Por outro lado, o modelo familiar actual exige uma entrada no mundo
da escolaridade formal muito mais cedo.
    A rede de ensino Pré-Escolar Oficial muitas vezes não responde às
crescentes necessidades da sociedade actual, tendo os colaboradores das
empresas que recorrer a estabelecimentos cuja relação conveniência de
horários/proximidade/preço/qualidade, lhes levanta verdadeiros dramas.
    A colaboração das empresas neste domínio será muito desejável,
através da criação de estabelecimentos próprios ou, alternativamente,
através da atribuição de subsídios que permitam aos colaboradores uma
maior facilidade de escolha, ou até da disponibilização dos transportes da
empresa para movimentar as crianças.

   24
A educação dentro da empresa


O QUE ESTÁ A SER FEITO

MILLENNIUM BCP
Colégio O Parque
O Millennium BCP criou um Jardim-Escola destinado exclusivamente aos
filhos dos seus colaboradores, situado no Tagus Park, em Oeiras.
    Esta estrutura, com uma área de aproximadamente 700m2 de área
coberta e 1000m2 de jardim, acolhe cerca de 80 crianças entre os 4 meses
(berçário) e os 6 anos de idade (pré-primária). Em todos os níveis é posto
em prática o programa “Os Cinco Sentidos”.
    O Millennium BCP não comparticipa directamente na mensalidade dos
alunos. No entanto, ao ceder as instalações ao O Parque, o valor cobrado
aos colaboradores reduz substancialmente.
    Este colégio acolhe não só os filhos dos colaboradores que trabalham
no Tagus Park, como de outros que exercem funções noutros locais e que
queiram ali inscrever os seus filhos. O transporte poderá ser assegurado
pelos pais ou através de uma parceria que O Parque tem com a Easy Bus.
    O Parque encontra-se em funcionamento 12 meses por ano, fechando
apenas uma semana entre o Natal e o Ano Novo, dois dias em Abril e dois
dias em Setembro, para limpezas mais profundas, desinfecções e formação
do pessoal.
    Os responsáveis por este estabelecimento de ensino permitem e
incentivam os pais a irem observar os seus filhos em locais “escondidos”
de forma a perceberem e compreenderem as actividades que os mesmos
realizam na escola.

Disponibilização de recursos para comparticipação de estudos
(através de verbas de acompanhamento ou verbas para compra de livros)
Este formato teve a sua génese em várias empresas familiares alargando,
desde aí, o seu campo de intervenção ao restante tecido empresarial
português, de forma a complementar o abono de família, ou facilitando
comparticipações financeiras ou adiantamentos em épocas específicas
(início do ano escolar ou época de exames).

O QUE ESTÁ A SER FEITO

NESTLÉ
Consciente da importância da educação para o desenvolvimento das crian-
ças e dos jovens, a Nestlé Portugal possibilita aos filhos dos seus colabora-

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As empresas pela educação


dores, um subsídio de escolaridade, a partir do 5º ano até ao 12º ano, por
intermédio de uma comparticipação nos encargos normais dos estudos.
Esta comparticipação é fixada em três escalões.
    Ao nível do ensino superior, a Nestlé possibilita aos filhos dos seus
colaboradores a inserção num programa de bolsas de estudo para frequên-
cia de um curso universitário. Este apoio exprime-se numa comparticipa-
ção dos encargos académicos normais, através da atribuição ao estudante
de um determinado valor financeiro.

IBM
O plano de educação para filhos de colaboradores, concedido pela IBM,
cobre a totalidade da vida escolar do indivíduo, desde a educação pré-
escolar até à universidade e representa, objectivamente, um auxílio para
a redução de custos de educação (tendo em conta os limites de compartici-
pação previamente estabelecidos, consideram-se para efeitos de reem-
bolso as despesas referentes ao ano curricular em curso, nomeadamente:
matrículas, propinas, livros, material escolar).
     O plano abrange:
   · Educação pré-escolar;
   · Instrução primária;
   · Ensino preparatório;
   · Ensino secundário;
   · Cursos técnico-profissionais;
   · Cursos superiores.

Promoção de Flexibilidade horária
Permita uma gestão flexível do horário de trabalho, de forma a tornar
possível aos colaboradores um acompanhamento adequado da família em
momentos especiais da vida escolar, de que são exemplo as reuniões com
o corpo docente.
    Desta forma, os pais poderão participar nas actividades da escola,
o que conduzirá a um aumento do interesse dos seus filhos nas mesmas
e solucionará possíveis problemas como o absentismo escolar, a falta de
interesse em disciplinas específicas, entre outros.
    A empresa poderá ainda convidar um representante de uma escola para
uma palestra sobre estes temas e outros de interesse comum, dirigido aos
seus colaboradores, com o objectivo de os sensibilizar para a importância
da Educação.



   26
A educação dentro da empresa


O QUE ESTÁ A SER FEITO

IBM
Desde sempre foi preocupação da IBM criar condições para que os colabo-
radores possam melhor coordenar os aspectos da sua vida profissional com
a pessoal e a familiar. Efectivamente a implementação de modelos organi-
zacionais que favoreçam o equilíbrio profissional e familiar implica trans-
formações nos processos e modos de trabalho. Os programas de incentivo
à conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional que a IBM tem
vindo a desenvolver de uma forma estruturada só se traduzem em resulta-
dos, porque existe uma cultura que os sustenta, porque acreditamos são
vantajosos para toda a Companhia.
    Perante uma conjuntura económica que reforça a necessidade de
crescimento da competitividade das empresas, aos nossos empregados é
solicitado um empenho constante, sob uma perspectiva de disponibilidade
absoluta para as exigências do negócio, que tem que estar devidamente
suportada nos meios/recursos que a IBM coloca ao dispor dos seus empre-
gados que lhe permitem compatibilizar as suas responsabilidades familia-
res e pessoais com as responsabilidades profissionais.
    A IBM desenvolveu um conjunto de medidas que permitem que os
colaboradores e a empresa se organizem por forma a que trabalho e família
não constituam um problema, mas sim uma complementaridade...um
equilíbrio. Dentro do espírito que pessoas felizes tornam as empresas mais
bem sucedidas, e que pessoas que se sentem bons familiares produzem em
regra bons profissionais e bons líderes, a empresa desenvolve toda uma
série de programas que, inspirados neste princípio, visam facilitar o dia-a-
-dia pessoal e familiar dos seus colaboradores.
    A essência de um programa de conciliação entre a vida familiar, pessoal
e profissional tem que residir, em primeira instância, numa política de
flexibilidade e mobilidade, que permite aos nossos empregados ter acesso
a um conjunto de tecnologia que facilita a organização do seu trabalho
diário independentemente do local onde se encontre. A cultura de orien-
tação para resultados que a IBM desenvolveu é a garantia que a flexibili-
dade é para nós um ganho em termos de eficácia e não um obstáculo à vida
privada dos nossos empregados.
    Assim sendo, aos colaboradores da IBM é dada flexibilidade horária
para desenvolverem o seu trabalho. Contudo, dada a natureza de determi-
nadas funções, a flexibilidade terá que ser limitada, daí que a IBM tenha
instituído um período designado por core time.

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As empresas pela educação


    O programa Ano Sabático é mais um exemplo dos meios disponíveis
que permitem aos colaboradores optarem por um determinado período
de tempo para realizarem outras actividades ou projectos pessoais. Este
programa é desenvolvido numa base voluntária, o qual tem tido resultados
bastante positivos. Temos vários exemplos de empregados que efectiva-
mente utilizaram o programa para se dedicarem a projectos familiares e
pessoais, que vão desde a implementação de negócios de família passando
pelo investimento em formação pessoal.

Identificação de estabelecimentos escolares
Procure agilizar os acessos e tempo de deslocação para os estabelecimen-
tos escolares, facilitando o acesso a estes com:
  · Informação sobre estabelecimentos escolares na periferia da empresa;
  · Reservas de vagas em infantários, escolas e colégios da zona;
  · Sugestão de actividades extra-curriculares e em períodos não lectivos,
    como complemento da formação escolar. Esta deverá ser uma preo-
    cupação que se assume cada vez mais importante. A disponibilização
    de informação acerca de ofertas para ocupação de tempos-livres aos
    colaboradores (por exemplo, colónias de férias e campos de férias),
    constitui um facilitador para solucionar a ocupação dos seus filhos
    nos períodos em que a escola está encerrada. A empresa poderá ela
    mesma iniciar um programa deste género ou patrocinar um já existente,
    colocando à disposição dos colaboradores o ingresso dos seus filhos
    mediante um valor pecuniário mais acessível e subsidiado pela empresa.

Estabeleça parcerias com empresas locais para prestação de serviços
de apoio à educação da família
Empresas pequenas localizadas na mesma área ou região podem juntar-se
para oferecer serviços que, individualmente, estariam impossibilitadas de
providenciar. São exemplos disto creches, estabelecimentos pré-escolares,
amas, explicadores e ginásios.
   Paralelamente, poderá ser feita uma lista exaustiva dos serviços dispo-
níveis na área da sua empresa, útil aos colaboradores face às suas respon-
sabilidades de educação familiar e promovida a divulgação da mesma.
   Analise a possibilidade de contactar as empresas que está a considerar
colocar nessa lista, negociando descontos para os seus colaboradores. São
exemplos disto papelarias, lojas de vestuário e fardas, entre outros.
   Solicite sugestões aos seus colaboradores sobre fornecedores de servi-
ços que já tenham utilizado e cujo atendimento tenha sido satisfatório.

   28
A educação dentro da empresa


    Esta lista de serviços pode ser um projecto a ser desenvolvido por um
grupo informal de empresas, de forma a compilar os recursos existentes na
localidade.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

IBM
Os acordos preferenciais da IBM com empresas de serviços variam desde
o apoio no financiamento para compra de casa ou de carro, até facilidades
como ginásios, estacionamentos, seguros, farmácias, colégios, serviços
ópticos, entre outros.

Sessões de Formação específicas
Torne extensível à família dos colaboradores da sua empresa, sessões de
formação ou esclarecimento já proporcionadas no âmbito da empresa e
importantes no desenvolvimento de competências técnicas ou aspectos
de simples cidadania, como:
  · gestão financeira (doméstica)
  · gestão de carreira
  · gestão de tempo
  · ambiente
  · responsabilidade social
  · novas tecnologias
  · técnicas de apresentação
  · preparação de CV e entrevistas de emprego

Formação para continuidade
Considere a possibilidade de dar formação específica da empresa aos
familiares dos colaboradores que pretendam dar continuidade à função
desempenhada pelo mesmo.

Nota: Sobretudo em casos que envolvam a área laboral, consulte o seu
departamento jurídico ou o seu advogado para se assegurar de que as
políticas e iniciativas adoptadas estão de acordo com a legislação ou são
acompanhadas por um instrumento que assegure a sua legalidade.




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Guia de Intervenção
No capítulo anterior dedicámos a nossa atenção à importância do investi-
mento, por parte das empresas, na educação dos colaboradores e dos seus
familiares e delineámos algumas iniciativas que se podem desencadear
neste sentido. No presente capítulo iremos abordar e procurar traçar um
Guia de Intervenção dedicado às empresas e que facilite a sua abordagem
à comunidade educativa.
    Os projectos a serem equacionados por parte da empresa no que diz res-
peito à educação não necessitam de ser obrigatoriamente desenvolvidos
directamente com o estabelecimento de ensino. Existem, em muitos casos,
projectos desencadeados pelas Câmaras Municipais, por Organizações Não
Governamentais e por outras entidades, que terão, por sua vez, repercus-
são no estabelecimento de ensino.
    Por outro lado, se internamente se deverão observar uma série de
requisitos, no que diz respeito à gestão das expectativas dos colabora-
dores e à satisfação das suas necessidades ao nível da formação, quando
a empresa procura transferir essa vontade para o exterior, o cuidado na
aplicação dos projectos deverá ser igualmente tido em conta.
    Os estabelecimentos de ensino constituem um universo com especifi-
cidades muito próprias e diferentes do mundo empresarial pelo que toda
e qualquer abordagem a ser feita, deverá ser, obrigatoriamente, diferente
e cuidada.
    Os projectos pensados pela empresa que tenham como objectivo a sua
aplicação na área da Educação deverão ter uma base sólida de conheci-
mento da realidade daquele estabelecimento de ensino, ou seja, a empresa
deverá procurar munir-se de todo o tipo de informação sobre o mesmo por
forma a melhor avaliar as necessidades desse estabelecimento e a viabi-
lidade da aplicação do projecto. Desta forma, ao expor a iniciativa, esta
reflectirá uma resposta a necessidades concretas e será melhor acolhida
pela escola pois revela o interesse, o cuidado e a preocupação que a
empresa demonstra perante esta.
    O desenvolvimento de projectos vocacionados para os estabelecimentos
de ensino assume-se cada vez mais importante para a ligação que se pre-
tende entre as realidades empresarial e académica. É também salutar para
o desenvolvimento do próprio estabelecimento de ensino, não só ao nível
da formação e da possibilidade de partilha de novos conteúdos mas tam-
bém no que diz respeito à concretização de novos projectos e actividades.



                                                                    33
As empresas pela educação


    Na primeira parte deste Capítulo – Guia de Intervenção – enunciaremos
algumas etapas que poderão ser úteis para encetar um projecto deste tipo.
Desde o primeiro contacto com o estabelecimento de ensino e as entida-
des oficiais, como a mobilização não só da comunidade educativa como
também dos próprios colaboradores da empresa, passando pela mais-valia
aportada para a escola e para a empresa pela introdução de um projecto
deste tipo.
    Procuramos dar algumas sugestões que facilitem a actuação das empre-
sas enquanto pólos dinamizadores de projectos educativos sustentáveis.
Não são, de forma alguma, uma receita a seguir impreterivelmente, até
porque tanto as escolas como as empresas têm realidades bastante diferen-
tes umas das outras. O que se pretende é criar, no fundo, um conjunto de
sugestões que as empresas possam aplicar ao seu contexto interno e que
dêem origem a projectos educativos externos com impacte na sua comuni-
dade directa ou indirecta.

1. Identificação do Estabelecimento de Ensino
Existe interesse por parte da sua empresa em estabelecer uma parceria
com um estabelecimento de ensino para a elaboração de um projecto que
considera contribuir para a melhoria da Educação. Qual o primeiro passo
a dar? Como identificar o estabelecimento de ensino?
    O primeiro passo será a formalização de um contacto prévio. Este
contacto poderá ser dirigido aos Serviços Regionais de Educação, cons-
tituídos pelas Direcções Regionais de Educação do Norte, do Centro,
de Lisboa, do Alentejo e do Algarve. A escolha da Direcção Regional de
Educação adequada será feita consoante a área que seja da sua preferência
para implementar um projecto educativo ou segundo a localização da sua
empresa. Por outro lado, poderá também contactar com o Ministério da
Educação através dos seus Serviços Centrais. Outra opção é estabelecer
uma colaboração com as unidades escolares próximas da sede e/ou das
unidades descentralizadas da sua empresa e encetar um contacto directo
com o Presidente do Conselho Directivo desse estabelecimento de ensino,
apresentar-se e solicitar uma reunião na escola. Assim ficará a conhecer o
espaço e terá a oportunidade de lhe apresentar o projecto educativo, averi-
guando o seu possível interesse.
    Caso o primeiro contacto seja estabelecido directamente com a escola
este deverá sempre passar pelo Presidente do Conselho Directivo pois dele
depende, em última instância, a aprovação do projecto e a motivação dos
restantes membros da comunidade educativa. Este irá funcionar como elo

   34
Apoio às escolas


de ligação entre a empresa e a escola no sentido de acompanhar o desen-
volvimento e a avaliação da parceria com a empresa.
    Nesta fase de aproximação, é conveniente que a atitude a tomar seja
de respeito pela autonomia da escola. A empresa poderá, sobretudo, trazer
mais valias para o desenvolvimento da Educação ou para os desafios que
atravessa aquele estabelecimento. No entanto, não irá com certeza resol-
ver per si todas as dificuldades do mesmo. A parceria será sobretudo um
veículo facilitador para a construção de novos caminhos e para o encontro
de soluções diferentes. Perguntar à escola de que forma a empresa poderá
contribuir para o seu desenvolvimento é um bom princípio por forma a
iniciar um diálogo em que se estabeleça um acordo de parte a parte rela-
tivamente a que tipo de parceria irá ser estabelecida. Consultar o estabe-
lecimento de ensino antes de tomar decisões é sem dúvida mais produtivo
para ambas as partes.

2. Diagnóstico de Necessidades
Antes de diagnosticar as necessidades sentidas pela escola, procure saber
quais os projectos já existentes e os respectivos parceiros pois podem
ser criadas boas sinergias com os mesmos. Após ter a noção daquilo que
efectivamente já existe no estabelecimento de ensino, procure identificar
as suas necessidades reais. Para este diagnóstico é importante estabelecer
um diálogo que envolva os diferentes públicos da comunidade educativa.
Assim, ficará mais sensibilizado para as suas necessidades e para as preo-
cupações que cada um deles demonstra (ex.: convidar os pais dos alunos
que até podem ser colaboradores da sua empresa e também os próprios
funcionários do estabelecimento). O diálogo e a flexibilidade são factores
determinantes nesta fase de arranque uma vez que se pretende que o
projecto seja benéfico para todas as partes envolvidas.

3. Mobilização da comunidade educativa
Convidar alunos, pais, professores e funcionários assume-se como funda-
mental na prossecução do projecto. O envolvimento criado na partilha de
decisões é essencial ao desenvolvimento do mesmo, pois faz com que as
pessoas sintam o projecto como seu e procurem levá-lo a bom porto. Porém,
envolver a comunidade educativa não se trata de um processo fácil nem
rápido. A ideia é ir envolvendo cada pessoa de modo a torná-la uma “embai-
xadora” desse projecto a qual se sentirá motivada para o disseminar por
outras pessoas. O envolvimento, muitas vezes, pode ser complicado quando
os projectos estão ainda no papel. À medida que forem aparecendo os resul-

                                                                       35
As empresas pela educação


tados, estes acabam por funcionar como atractivo para a participação.
    Estimular a partilha de ideias, valorizando-as, ouvindo-as e tomando-
-as em consideração no processo decisório é fundamental para que os
“embaixadores” do projecto se sintam envolvidos e responsabilizados.
    A presença do responsável da empresa é fundamental em todas as
reuniões pois demonstra o seu interesse e motivação. A apresentação
e a divulgação interna e externa do projecto são de extrema importância.

4. Sensibilização dos colaboradores da escola e da empresa
É necessário mobilizar a comunidade escolar e os colaboradores da
sua empresa.
    O envolvimento dos seus colaboradores deve ser feito de maneira
gradual e voluntária, jamais imposto. Antes mesmo de procurar a escola
reúna os gestores de topo dos vários sectores da empresa e convide-os a
participar no desafio. As chefias são importantes pela sua capacidade de
liderança e influência nas equipas, mas os colaboradores de outros níveis
também devem estar envolvidos desde o início. Procure divulgar a acção
através dos veículos de comunicação da empresa (site, revistas, painéis,
entre outros). É preciso deixar bem claro, para todos, o teor do compro-
misso da empresa com determinada escola e com a Educação pública de
um modo geral.
    Identifique formas criativas de facilitar a participação dos seus
colaboradores no projecto. Convide-os a participar nas reuniões na escola
(durante o horário de trabalho). Aos que se mostrem interessados em
actuar na escola, facilite-lhes a possibilidade de dedicar algumas horas
do seu tempo de trabalho.

5. Identificação dos recursos necessários
Antes de começar a desenvolver as acções previstas no projecto de parceria
com a escola é recomendável fazer um planeamento dos investimentos
necessários para evitar que o projecto se inicie com grande fôlego e depois
perca o ritmo devido à falta de injecção de recursos. Quando falamos de
recursos não falamos só de financeiros, precisamos também de aportar
os humanos e intelectuais disponíveis na empresa e no circuito dos seus
clientes e fornecedores.
    Debata com todos os sectores da sua empresa como cada um pode
colaborar. Quando o projecto estiver consolidado e preparado para receber
as contribuições apresente-o aos seus clientes e fornecedores e convide-os
a participar. Mesmo que não se envolvam na parceira que a sua empresa

   36
Apoio às escolas


mantém com determinada escola, o seu convite pode ser uma fonte de
inspiração para que eles se envolvam noutras acções do género.
    Quando se trata de recursos financeiros apresente à escola uma previ-
são dos investimentos para que, em conjunto, decidam um plano de acti-
vidades. Transforme a relação de parceria, numa relação de proximidade
e confiança entre a empresa e a escola. Ambas estarão a apoiar-se e sabem
que podem contar uma com a outra.

6. Procura de parceiros
È provável que precise de identificar parceiros para desenvolver alguns
projectos na escola, dependendo das necessidades e das prioridades da
comunidade escolar e das responsabilidades que a sua empresa pretende
assumir. Se a empresa e a escola resolvem desenvolver um programa de
formação para o uso de novas tecnologias, por exemplo, terão de recorrer
a entidades com experiência nesta área.
    A integração de outros parceiros é fundamental para a consolidação
da escola como um espaço privilegiado do desenvolvimento comunitário.
Faça uma lista de parceiros potenciais ou pessoas que poderiam contribuir,
cada qual á sua maneira (associações de moradores, pequenos comercian-
tes, rádio locais, entre outros). Quando chegar o momento adequado para
envolver outros parceiros visitem juntos a escola para iniciar um diálogo.
    Se a escola conta já com a colaboração de outros grupos e entidades
procure somar esforços com eles, desenvolvendo actividades e projectos
conjuntos. Isso evitará a duplicação de acções e optimiza a contribuição
da sua empresa.

7. Avaliação do projecto
Quando a empresa e a escola decidem iniciar um trabalho conjunto na
melhoria da Educação, devem também fixar mecanismos de avaliação
do projecto. A avaliação permite identificar um conjunto de ideias con-
clusivas e recomendações que sistematizam o processo de avaliação e que
constituem um contributo relevante para alcançar uma maior eficiência
e eficácia dos instrumentos e políticas a adoptar.
    Torna-se, assim, indispensável introduzir mecanismos de avaliação
periódica para aferir nos diversos momentos do desenvolvimento do
projecto se os objectivos estão a ser cumpridos, se as metas propostas
estão a ser atingidas ou se sofreram desvios, apurando em simultâneo seos
destinatários têm beneficiado do trabalho desenvolvido.
    Os mecanismos de avaliação deverão ficar definidos previamente com

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As empresas pela educação


as estruturas representativas da comunidade escolar. Os critérios de ava-
liação devem ser discutidos com bastante atenção e devem ter em conta os
recursos disponíveis, os objectivos a alcançar e os prazos previstos.
    Nesta fase do processo, a motivação dos parceiros deve ser estimulada,
uma vez que serão facilmente perceptíveis algumas das dificuldades que
será necessário suplantar.
    As empresas deverão estar preparadas para que os resultados possam não
ser imediatos, sendo essa já uma realidade para os educadores, que estão
habituados a esperar uma geração para colher os frutos que plantaram.
    Para além da avaliação conjunta com a comunidade escolar, a empresa
deve adoptar um sistema para avaliar a repercussão interna da parceria,
dando conhecimento interno e externo dos resultados.

8. Divulgação interna e externa
O projecto desenvolvido em conjunto com a empresa e a comunidade esco-
lar deve ser divulgado de forma adequada e a diferentes níveis. Sugere-se
a criação conjunta de mecanismos internos e externos de comunicação.
    Assim, dentro da escola e da empresa torna-se necessário dar a conhe-
cer aos que não têm intervenção directa no projecto o que está a aconte-
cer, mostrando que a empresa pode sempre ser um agente de mudança.
Deve ser facilitado o acesso às informações operacionais referentes ao pro-
jecto e ao seu desenvolvimento, bem como ao apoio directo da empresa,
recorrendo aos suportes de comunicação interna disponíveis na mesma.
    Por seu turno a empresa pode fazer a divulgação a outras entidades
– clientes, fornecedores, associações, entre outros –, procurando desta
forma sensibilizar a comunidade para a causa da Educação e angariar
novos “investidores” nesta área.
    O projecto poderá, ainda, ser divulgado junto dos agentes da comu-
nidade local (paróquias, associações desportivas, bombeiros, órgãos do
poder local) e através de órgãos de comunicação social (nacionais, regio-
nais, locais, generalistas ou especializados), explicando a experiência
e, simultaneamente, difundindo-a e procurando atrair novos parceiros e
outras contribuições.
    Qualquer acção de comunicação, interna ou externa, deverá sempre ter
em conta o direito à boa imagem e à privacidade individuais, designada-
mente, no caso em que estejam envolvidas crianças, cuja divulgação de ima-
gens carece de autorização dos progenitores ou dos representantes legais.




   38
Apoio às escolas


9. Compromisso social e reconhecimento
Seguindo a experiência já encetada por diversos países, a Responsabi-
lidade Social das Empresas é cada vez mais uma realidade em Portugal,
ganhando um crescente número de defensores como um factor inovador
de sucesso empresarial. Nesta perspectiva os projectos de apoio à comu-
nidade devem estar em sintonia com o negócio e, consequentemente,
constituir uma mais valia para os produtos e serviços.
    Uma acção de índole social não deverá ter o fim único de projectar a
imagem da empresa, tendo em conta o relevante papel na área da interven-
ção social que vem sendo desempenhado por parte do sector empresarial,
na redefinição dos eixos do desenvolvimento sócio-económico. Estamos,
pois, perante uma nova concepção de pacto social que requer a participa-
ção conjunta do Estado, do tecido empresarial e da sociedade civil.
    Deste modo, integrar o projecto de parceria com o estabelecimento
de ensino no modelo de gestão dos negócios da empresa pode ser um forte
contributo para consolidar o compromisso com a Educação. Nesta lógica,
as empresas poderão optar por alocar ao projecto uma percentagem sobre
o produto da comercialização de bens ou serviços; ou reverter para o pro-
jecto ou para uma determinada acção uma parte das receitas obtidas num
determinado dia.
    Este tipo de iniciativa atrai a atenção do público em geral para a ques-
tão da Educação. Ao adquirir um bem ou serviço as pessoas sabem que
estão a contribuir e a solidarizar-se com um movimento que está a fazer
algo pela melhoria do ensino.




                                                                        39
Apresentamos, em seguida, exemplos de áreas em que a empresa poderá
colaborar com as escolas e, em última instância, com o Estado, na tarefa de
oferecer a todos uma Educação de qualidade.
    Os exemplos apresentados encontram-se materializados em acções
reais que algumas empresas estão já a desenvolver em colaboração com a
comunidade escolar.
    As boas práticas a seguir descritas pretendem apenas servir de fonte de
inspiração para outras empresas. Acreditamos que a sua divulgação possa
ter o efeito multiplicador desejável e necessário à melhoria da qualidade
da Educação em Portugal.

   Acesso ao Ensino – Igualdade de Oportunidades
No actual enquadramento normativo nacional, destacam-se as disposições
constitucionais e as disposições constantes da Lei de Bases do Sistema
Educativo, que enformam os princípios norteadores do nosso sistema de
ensino, em que se procura garantir o direito à Educação.
    Embora as iniciativas relativas ao ensino estejam nas competências
do Estado, as empresas podem, também, ter um contributo importante
nesta matéria.
    São várias as iniciativas que já estão a ser levadas a efeito e que este
Manual procura testemunhar.
    Assim, e na área da educação especial, visando a recuperação e inte-
gração sócio educativa dos alunos com necessidades educativas específi-
cas, devidas a deficiências motoras e cognitivas, e o desenvolvimento das
capacidades físicas e intelectuais e a redução das limitações, são alguns
dos exemplos concretos de interacção da empresa com os estabelecimen-
tos de ensino.
    Apresentamos alguns projectos que são já uma realidade.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

FUNDAÇÃO PT
Apoio ao Ensino Especial
Projecto Teleaula
A PT criou e desenvolveu um projecto, o TeleAula, que consiste na criação
de soluções educacionais e recreativas por forma a promover, através da uti-
lização das Tecnologias de Informação e Comunicação, a integração escolar
de alunos que não frequentam as aulas, ou fazem-no muito raramente, uma

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As empresas pela educação


vez que estão hospitalizados ou não têm possibilidade de se deslocar aos
estabelecimentos escolares. O facto de poderem passar a ter acesso à apren-
dizagem através da videotelefonia veio revolucionar-lhes a vida.
    Numa fase inicial, procurou-se sensibilizar o Estado e a administração
pública para a necessidade de financiarem a aquisição de equipamentos.
Embora os resultados não tenham sido imediatos, têm presentemente dado
provas de que as instituições estão cada vez mais sensibilizadas para os
benefícios das novas tecnologias na integração das pessoas com necessi-
dades especiais.
    Em 17 de Setembro de 1998, foi, então, celebrado, entre o Ministério da
Educação, o Hospital de D. Estefânea e a Portugal Telecom, um Protocolo
com a designação de “Teleaula Presente”, e que visava a integração escolar e
social de uma criança que contava, na altura, 5 anos, e era portador de uma
deficiência óssea grave que o obrigava a longos períodos de imobilização.
    Este Projecto propôs-se possibilitar a formação escolar à distância
em tempo real, ao nível do segundo ano de escolaridade, bem como a
inserção social.
    No âmbito do Projecto, o Ministério comprometia-se a disponibilizar os
meios técnicos e humanos necessários e a fazer o acompanhamento esco-
lar e à integração social do aluno, utilizando as potencialidades das novas
tecnologias disponíveis.
    Por seu turno o Hospital D. Estefânea obrigava-se a disponibilizar
recursos técnicos e a criar as condições necessárias no apoio ao aluno
e possibilitar a sua participação, em tempo real, nas actividades que à
distância estão a decorrer na sala de aula e a permitir a instalação de três
acessos básicos RDIS (um no quarto do Hospital e outro na Escola).
    Por sua vez, a Portugal Telecom comprometeu-se a instalar gratuita-
mente três acessos básicos RDIS (no quarto do Hospital D. Estefânea e nas
Escolas) sem cobrar as assinaturas mensais dos acessos básicos durante
a vigência do protocolo e não efectuar a cobrar os custos de tráfego de
telecomunicações, até a um determinado montante, feito a partir dos
referidos,acessos básicos
    Deste modo, a capacidade das Tecnologias de Informação e
Comunicação podem constituir um recurso importante aos alunos que,
portadores de deficiência ou doença severa, se vêem impossibilitados de
se deslocar à escola, ficando desta forma impedidos de realizar a escolari-
dade a que têm direito.
    Actualmente o TeleAula, que também tem sido alvo de uma perma-
nente evolução tecnológica, e apresenta uma configuração diferenciada

   44
Áreas de actuação


para cada um dos ambientes de utilização: em casa do aluno / na sala de
aula. Já está instalado em várias Escolas do país e é utilizado por várias
crianças que tiram partido dos seus serviços para assistir(e intervir) remo-
tamente às aulas em ambiente de turma virtual.

FUNDAÇÃO VODAFONE PORTUGAL
Manuais Escolares Daisy
A Fundação Vodafone Portugal, a Porto Editora e o Ministério da Educação
assinaram um protocolo para a produção de manuais escolares digitais
para alunos cegos ou com baixa visão, através de uma inovadora solução
que permite sincronizar som, texto, imagens e gráficos.
     Esta solução alia a voz gravada de locutores humanos a texto e imagens
digitalizados, tornando mais efectivo o acesso por alunos cegos ou de
baixa visão ao currículo escolar.
     O sistema utiliza o formato multimédia Daisy, através do programa
de leitura de livros falados EaseReader. O formato Daisy é um standard
utilizado para a produção de Digital Talking Books, sendo utilizado em
praticamente todo o mundo.
     Este formato permite:
   · A procura imediata por capítulos ou outros, com facilidades aumenta-
     das de localização rápida dos pontos de acesso à escolha.
   · A mudança do processo de produção de livros falados para a produção
     em formato digital, não altera a metodologia estrutural do método de
     trabalho, o que é uma vantagem, necessitando-se apenas de formação
     especifica e adaptação dos técnicos de registo áudio ao novo sistema.
   · O formato digital permite desenvolver menus de exploração falados
     com a consequente facilidade para os destinatários, sendo possível
     criar marcas auditivas referenciadas e/ou indexadas por menus de
     exploração.
   · Um arquivo digital elimina todas as desvantagens do actual sistema
     de arquivo analógico de cassetes áudio, tanto a nível do espaço ocu-
     pado, da ergonomia e operacionalidade do armazenamento, como da
     conservação, assim como da durabilidade e preservação do acervo dos
     audiogramas.
     Inclui, ainda, a tradução completa para português de todo o software,
designadamente o programa de instalação, ficheiros de prompt, entre
outros.
     O Ministério da Educação selecciona os manuais a produzir, mediante
os pedidos dos alunos, cedendo gratuitamente a Porto Editora os tex-

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VODAFONE                     As empresas pela educação
Projecto Manuais Escolares Daisy




IBM
EX.I.T.E. Camp




                            46
Áreas de actuação


tos correspondentes em formato digital. A Fundação Vodafone Portugal
financia totalmente o trabalho de produção dos manuais, investindo neste
projecto 100 mil euros.
    Esta parceria permitirá produzir 30 matrizes de manuais que serão doa-
dos aos alunos, cegos ou com baixa visão que os solicitarem, de estabele-
cimentos de ensino reconhecidos pelo Ministério da Educação.

IBM
EX.I.T.E. Camp
Em 1999 a IBM lançou a nível mundial o programa EX.I.T.E. (Exploring
Interests in Technology and Engineering). Esta iniciativa tem como objec-
tivo estimular raparigas com idades compreendidas entre os 11 e os 13
anos a tomarem lugar entre os cientistas, matemáticos e engenheiros
de amanhã.
    Um estudo recente da Society of Women Engineers sublinha que muitas
raparigas demonstram uma perda de interesse face às matemáticas e
ciências logo no ensino básico. O estudo aponta que 75% dessas jovens,
com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos, não planeiam seguir
carreiras em matemática, ciência ou engenharia. É neste ponto que entra a
IBM com o seu programa corporativo EX.I.T.E., uma vez que pode desem-
penhar um papel activo na construção de uma sociedade mais equitativa
e desenvolvida a nível global, promovendo a partilha de experiências e de
conhecimento.
    Nos últimos seis anos, perto de 85% das mais de 5000 jovens que par-
ticiparam no EX.I.T.E. indicaram que considerariam a hipótese de seguir
uma formação académica superior em áreas técnicas ou relacionadas com
a engenharia.
    Em 2006, participaram no EX.I.T.E. a nível mundial cerca de 2000
voluntários IBM, desenvolvendo, coordenando e supervisionando acti-
vidades como fazer um site na Internet, construir e programar um robot,
brincar com a matemática e a geometria, e trabalhar com hardware e
software. Foram mais de 1.700 raparigas as “cientistas” de uma variedade
de projectos ligados à ciência e à engenharia nos 51 EX.I.T.E. Camps que
decorreram durante o mês de Julho um pouco por todo o mundo.
    Lisboa recebeu em 2006 a sua segunda edição do EX.I.T.E. e ao longo
de uma semana, cerca de 70 voluntários da IBM acompanham 30 jovens
raparigas estudantes entre os 11 e os 13 anos, alunas de várias escolas da
cidade e filhas de funcionários da empresa, na execução de vários pro-
jectos inovadores e divertidos ligados à ciência, matemática, tecnologia

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As empresas pela educação


e engenharia, de forma a despertar-lhes o interesse e motivá-las a seguir
carreiras em áreas mais técnicas.
    Em suma, o EX.I.T.E. pretende elevar o interesse das jovens pela des-
coberta do conhecimento mas sempre numa óptica de qualidade. O desejo
desta iniciativa não é definir a opção vocacional das jovens mas sim dar-
lhes as ferramentas e a visão para encararem todas as profissões sem lhes
atribuir um estereótipo. De uma forma educativa e divertida, procurámos
dizer-lhes que “Podem ter a profissão que quiserem desde que gostem do
que façam e sejam bons a fazê-lo.”
    O programa EX.I.T.E. não se esgota nas semanas dos campos, já que ao
longo do ano lectivo seguinte, todas as participantes são acompanhadas
por mulheres profissionais da IBM, num projecto de mentorização que visa
uma maior aproximação entre a escola e a empresa, ou seja, desde bem
cedo um melhor enquadramento no futuro.

FUNDAÇÃO PT
Rede Nacional de Apoio à Educação – Projecto Estrela
Este é um projecto liderado pela Fundação Portugal Telecom e desen-
volvido em parceria com a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral,
protocolado em Maio de 2005, que levou à criação de centros de recursos
em 14 núcleos da Associação, distribuídos geograficamente no território
nacional.
    A Fundação Portugal Telecom instalou produtos e serviços desenvol-
vidos na área das telecomunicações, designados Soluções Especiais PT,
destinados a pessoas com paralisia cerebral e situações neurológicas afins,
tendo, também, disponibilizado, ao abrigo do programa Aladim, acessos
ADSL.
    Estes centros de recursos estão abertos à comunidade.
    As Soluções Especiais PT, desenvolvidas e subsidiadas pela Fundação
Portugal Telecom, constituem uma linha de equipamentos e serviços
vocacionada para o combate à info-exclusão de pessoas com deficiência,
com doenças severas e idosas em risco, colocando ao seu dispor todas
as potencialidades das tecnologias da informação. Todas estas Soluções
foram desenvolvidas tendo como ponto de partida as especificidades ine-
rentes às diferentes áreas de deficiência dos cidadãos com necessidades,
abrangendo também a situação de idosos em situação de risco.




   48
Áreas de actuação


   Prémios e Protocolos
Outra abordagem que as empresas poderão fazer num projecto de coopera-
ção com os estabelecimentos de ensino é a criação de prémios para alunos
ou professores que se tenham distinguido num determinado grau de
ensino e em determinado período lectivo, quer globalmente, quer nalgu-
mas áreas ou disciplinas.
    O prémio, que poderá traduzir-se num montante pecuniário fixo, no
pagamento de propinas, numa viagem de estudo, por exemplo, poderá ter
até associado o nome da própria empresa ou de uma personalidade interna
ou externa à empresa. Os prémios deverão ter subjacente um regulamento
que discipline as regras da sua atribuição.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

BANCO ESPÍRITO SANTO
Prémio Pitágoras
O Banco Espírito Santo, a Sociedade Portuguesa de Matemática e o Jornal
Público, atribuem anualmente o Prémio Pitágoras, destinado a galardoar
professores de Matemática.
   Esta iniciativa visa reconhecer publicamente docentes de Matemática
dos ensinos básico e secundário que se distingam pela qualidade excep-
cional da sua prática lectiva e, assim, contribuir para estimular uma
melhoria no ensino da Matemática.
   São candidatos potenciais ao prémio todos os professores das discipli-
nas de Matemática dos ensinos básico e secundário público ou privado,
independentemente do seu regime contratual de trabalho.
   A nomeação dos candidatos pode ser feita pelos Conselhos Executivos,
grupos de professores, grupos de alunos ou ex-alunos das escolas,
Associações de Pais e grupos de Pais ou Encarregados de Educação.
   O Prémio Pitágoras consistirá no pagamento de um curso de formação/
especialização à escolha do vencedor, até ao máximo de 5.000 e um prémio
monetário de igual valor.

Prémio Ciência na Escola
Em 2004, o BES juntou-se a uma iniciativa da Fundação Ilídio Pinho, o
prémio “Ciência na Escola”, que se destina a promover a cultura científica e
tecnológica junto dos alunos do ensino básico.



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As empresas pela educação


BP PORTUGAL
Prémio Público/Gradiva
A BP Portugal apoia e patrocina o prémio Publico/Gradiva. Os prémios
Bento de Jesus Caraça e Mário Silva foram criados pelo PÚBLICO e pela
Gradiva, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Matemática e da
Sociedade Portuguesa de Física e com o patrocínio da BP Portugal.
   O Prémio Bento de Jesus Caraça é atribuído ao aluno do ensino secun-
dário que apresente o melhor trabalho sobre Matemática e que tenha
obtido no 11º ano classificação final ou superior a 18 valores na disciplina
de Matemática ou ter sido finalista nacional da das XXIII Olimpíadas
Portuguesas de Matemática.
   As regras para a candidatura ao Prémio Mário Silva são idênticas. Um
aluno candidato deve ter obtido pelo menos 18 valores na disciplina de
Ciências Físico-Químicas, no 11º ano, ou ter sido finalista nacional nas
Olimpíadas de Física de 2005.
   Os professores de Física e de Matemática dos alunos premiados, as res-
pectivas escolas e os alunos com menções honrosas recebem cheques-livro
da Gradiva a as escolas secundárias de onde são provenientes os premiados
receberão ainda material didáctico oferecido pela BP.

IBM
Prémio Científico IBM
O Prémio Científico IBM, criado em 1990, tem como objectivo promover
a investigação científica em Portugal no domínio das ciências computa-
cionais e estimular os jovens investigadores portugueses a divulgar os
seus trabalhos. Este é um prémio de excelência e de prestígio, atribuído
por um júri constituído por cientistas portugueses reconhecidos a nível
internacional e líderes das principais áreas do conhecimento a que o
Prémio Científico IBM está associado, bem como por um representante da
Companhia IBM Portuguesa.
    Qualquer cidadão português, ou residente em Portugal comprovada-
mente há pelo menos 3 anos, com menos de 36 anos de idade em 31 de
Dezembro do ano a que o Prémio se refere, pode concorrer a este Prémio,
no valor de 15.000 euros.
    Com a atribuição deste prémio, a IBM pretende fomentar o relaciona-
mento entre as comunidades empresarial, académica e da investigação
científica.




   50
BES                                          As empresas pela educação
Prémio Ciência na Escola




IBM
Protocolo com a Escola Secundária D. Dinis




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As empresas pela educação


Protocolo com a Escola Secundária D. Dinis
Esta parceria surgiu a partir da criação de uma sala de computadores na
Escola Secundária D. Dinis, mediante a doação de equipamentos, quer
numa perspectiva institucional, quer numa perspectiva de doação indivi-
dual por parte de alguns empregados.
    Nesta Escola Secundária não só têm vindo a ser leccionadas disciplinas
teóricas no âmbito das TIC, como também foi criado um workshop para
ensino das Tecnologias numa perspectiva prática e profissionalizante.
    Os equipamentos atrás referidos, funcionando como material de apoio,
estão na base do Curso Tecnológico de Informática – Redes e Multimédia,
desenvolvido por uma escola impulsionadora de uma iniciativa sem prece-
dentes na área dos cursos tecnológicos.
    O objectivo é permitir, sem custos, o acesso à tecnologia IBM dis-
ponibilizada no âmbito desta iniciativa, tentando eliminar as barreiras
económicas que de alguma forma impedem que as instituições educativas
usufruam da mais avançada tecnologia de informação, quer para formação
quer para pesquisa.
    Numa fase mais recente, a colaboração na perspectiva da docência
– participação em workshops, aulas – foi alargada às áreas de vendas,
marketing, gestão e comunicação.
    Esta colaboração foi reforçada em Outubro de 2003, com a assinatura
de um acordo entre a IBM e a Escola Secundária de D. Dinis, na presença
do Ministro da Educação e da Escola Superior de Educação de Lisboa, alar-
gando a parceria já existente entre IBM e Escola à área do e-Mentoring.
    Da implementação do programa tem resultado uma melhoria das práti-
cas pedagógicas através da utilização do computador portátil que, pela sua
facilidade de deslocação, permitiu o aumento da dinâmica das aulas, bem
como a sua utilização por parte de professores deslocados na execução de
trabalhos escolares.
    É também importante referir que os alunos do ensino recorrente
raramente terminam os seus estudos no período de tempo previsto, o que
não aconteceu neste caso específico. Com base nesta experiência, o Curso
Tecnológico de Informática – Redes e Multimédia passou a estar em vigor
também para alunos diurnos.
    Em suma, os resultados desta parceria têm sido visíveis a diversos
níveis, nomeadamente ao nível da prática profissional, já que alguns dos
alunos fizeram estágios no Centro de Reparação de IBM.




   52
Áreas de actuação


MIRANDA
Aprender, Aprender Sempre
O sucesso de qualquer projecto está intrinsecamente associado à quali-
dade profissional e humana dos que nele intervêm. Por isso, a sociedade
de advogados Miranda Correia Amendoeira & Associados (MIRANDA)
implementou um criterioso processo de selecção dos seus colaboradores,
que visa a identificação e contratação dos melhores profissionais do direito
disponíveis no mercado. Todavia, a MIRANDA não se limita a procurar e a
escolher os melhores – forma-os nos valores da excelência, integridade e
inovação.
    A MIRANDA tem como preocupação básica não só proporcionar aos
actuais colaboradores programas de formação contínua, mas também con-
tribuir para a inserção na vida profissional dos futuros jovens advogados.
    Para o efeito, a MIRANDA tem vindo a estabelecer laços estreitos com o
meio académico, nomeadamente, com a Universidade Católica Portuguesa
(UCP), a Frank C. Carlucci American International School of Lisbon
(CAISL), a Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, Moçambique,
e a Universidade Agostinho Neto, em Angola. Neste âmbito, merecem des-
taque os Protocolos de Colaboração celebrados com a UCP e a CAISL. Nos
termos dos referidos Protocolos, a MIRANDA colabora, nomeadamente,
nas seguintes iniciativas:

Estágios de Verão
A MIRANDA tem vindo a realizar, anualmente, estágios de Verão para um
número máximo de dois alunos de nacionalidade portuguesa e quatro
alunos naturais de países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP).

Prémio de Excelência
A MIRANDA tem patrocinado a atribuição de um prémio de excelência des-
tinado a premiar o aluno natural de um dos PALOP que esteja a concluir o
5º ano com melhor média de curso. O prémio do ano lectivo 2005/2006 foi
atribuído a um aluno de Cabo Verde, que mereceu o destaque da imprensa
nacional e estrangeira.

Bolsa Anual para o Curso de Pós-Graduação de Direito Comercial na UCP
A MIRANDA patrocinará até 2009 uma Bolsa anual para o Curso de Pós-
-Graduação de Direito Comercial na Faculdade de Direito da Universidade
Católica Portuguesa.



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As empresas pela educação


Bolsa de Estudo na CAISL
No decurso deste ano, a MIRANDA acordou com a CAISL atribuir uma
bolsa de estudo, que terá a duração de seis anos, para a frequência do
Middle School e High School na CAISL por parte de um aluno originário
de Angola.

BP PORTUGAL
Protocolo com AIESEC Portugal
A BP Portugal, no âmbito da sua política de relacionamento com as
Universidades, assinou um protocolo de parceria com a AIESEC Portugal.
Esta Associação de Internacional Estudantes é a maior organização mun-
dial gerida por estudantes, com uma rede de 18 mil elementos baseados
em mais de 1800 universidades de 89 países e cerca de 3500 intercâmbios
anuais. Em Portugal possui 11 escritórios geridos por mais de 200 estu-
dantes de várias Faculdades de Economia, Gestão e outras, e promove mais
de 100 intercâmbios todos os anos. Esta parceria confere à BP Portugal o
estatuto de “National Sponsor” da AIESEC Portugal, o que lhe permite o
acesso a uma rede internacional de jovens talentos, promoção junto de um
mercado universitário privilegiado e recepção de estagiários nas áreas de
Gestão e Marketing, solidificando a posição da companhia como “emprega-
dor de excelência”. O acordo representa igualmente um esforço conjunto
no desenvolvimento de uma responsabilidade social corporativa.

   Disseminação da Sociedade de Informação
A Sociedade de Informação é uma sociedade onde a componente da infor-
mação e do conhecimento desempenha um papel fundamental na activi-
dade dos cidadãos, como consequência do desenvolvimento da tecnologia
digital e da Internet.
    O desenvolvimento da Sociedade de Informação terá necessariamente
a participação do Estado, das empresas e dos cidadãos, contribuindo, deci-
sivamente para vencer os grandes desafios que Portugal enfrenta.
    O governo português tem protagonizado uma política relativa à
Sociedade da Informação e do Conhecimento, corporizada na UMIC
– Agência para Sociedade do Conhecimento, criando um conjunto de
objectivos ambiciosos.
    Estes objectivos constam do Programa Ligar Portugal, integrado no
Plano Tecnológico e visam mobilizar a sociedade civil portuguesa para
os desafios estratégicos da Sociedade da Informação e do Conhecimento.

   54
Áreas de actuação


    A Sociedade da Informação assenta num modo de desenvolvimento
social e económico onde a informação, como meio de criação de conhe-
cimento, desempenha um papel fundamental na produção de riqueza,
bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos. Condição para a Sociedade
da Informação avançar é a possibilidade de todos poderem aceder às
Tecnologias de Informação e Comunicação, presentes no nosso quotidiano
e que constituem instrumentos indispensáveis às comunicações pessoais,
de trabalho e de lazer.
    Torna-se, então, necessário que as empresas promovam os incentivos
para a construção da Sociedade da Informação no nosso país através
do apoio a projectos e iniciativas que aproximem os cidadãos destas tecno-
logias permitindo-lhes, através da sua utilização, uma melhor qualidade
de vida.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

IBM
KidSmart
O KidSmart é um programa que visa o desenvolvimento das crianças em
idade pré-escolar através da utilização das Tecnologias de Informação
e Comunicação. Foi concebido para colmatar a “divisão digital” — isto
é, evitar que cidadãos sem acesso às TIC e às relevantes competências
a elas associadas possam ser excluídos dos benefícios da Sociedade do
Conhecimento.
    Para alcançar o objectivo de inclusão via Educação, a IBM desenhou
uma estratégia de actuação aplicada à faixa etária dos 3 aos 6 anos, a
primeira de toda a cadeia educativa. Este programa visa o aumento do
sucesso escolar ao longo de todo o ciclo de aprendizagem académica,
enriquecendo o ensino pelo uso adequado das novas Tecnologias e colabo-
rando no desenvolvimento de políticas para a educação pré-escolar.
    O programa visa assim permitir a utilização e integração de novas
tecnologias em estabelecimentos de ensino pré-escolar, da rede pública
e solidária, que sirvam populações socialmente desfavorecidas, contri-
buindo para a melhoria da qualidade do ensino e de aprendizagem desde
a primeira fase do processo educativo.
    O KidSmart, desenvolvido pela IBM em parceria com outras empresas,
é constituído por um módulo colorido fabricado pela Little Tikes, e com-
plementado por uma solução composta por um computador IBM e software
educativo desenvolvido pela Edmark. Graças a este software instalado nas

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As empresas pela educação


estações de trabalho, as crianças podem aprender matemática, ciências,
terem as primeiras noções de meio físico ou de escrita, ou mesmo criar os
seus próprios contos animados, num processo acompanhado por educado-
res que receberam formação específica para o efeito.
    Em Portugal, o programa está implementado em quatro fases distintas:
    A primeira fase surgiu de uma parceria entre a IBM e a Universidade
de Évora e a Associação dos Profissionais de Educação do Norte Alentejo.
Nesta fase, foram implementadas 30 unidades KidSmart em 24 jardins-de-
-infância nos distritos de Évora e Portalegre, abrangendo 38 educadores
de infância e 509 crianças.
    As restantes fases, desenvolvidas em parceria com o Ministério da
Educação, foram alargadas a toda a extensão de Portugal Continental,
através das Direcções Regionais do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo,
e Algarve.
    O total de estações KidSmart actualmente existentes em Portugal
ascende a 192, chegando a mais de 4.000 crianças cerca de 200 educadores
de infância.
    De referir que a 1a fase do programa foi alvo de uma avaliação ECERS-
-ICT, escala desenvolvida pela equipa do projecto DATEC como complemento
a uma das escalas de avaliação da qualidade dos contextos de educação
pré-escolar mais utilizadas a nível mundial – Early Childhood Environment
Ratting Scale (ECERS-R).
    Os dados referentes aos resultados da avaliação apontam para mudan-
ças significativas dos contextos do programa KidSmart, quer ao nível da
utilização das TIC nas experiências de aprendizagens das crianças, quer na
forma como os adultos (educadores e pais) concebem o papel das TIC na
vida das crianças de idade pré-escolar.

FUNDAÇÃO PT
A Internet chega até si
No sentido de promover a Sociedade de Informação, a Fundação PT lançou
o projecto “A Internet chega até si”.
    O objectivo deste projecto é a divulgação e o estímulo à utilização das
tecnologias de comunicação e da Internet através da deslocação por todo o
país de um autocarro, equipado com computadores, que funcionará como
sala de aula para quem quiser familiarizar-se com o uso dos computadores
e da net, sem qualquer limitação de idade ou de conhecimentos básicos.
    O autocarro dispõe de 12 PC que serão utilizados em sessões diárias,
durante as quais dois monitores habilitados vão procurar tornar acessível

   56
Áreas de actuação


a utilização dos computadores e a navegação na net às pessoas que qui-
serem frequentar estas sessões e a quem serão atribuídos certificados de
frequência e criadas caixas de correio electrónico.
    Este projecto é dirigido, não só à população escolar, como também
às populações adultas que, por razões diversas, têm dificuldade em lidar
com as novas tecnologias e a quem é dada uma oportunidade de ter o seu
“baptismo” de iniciação às tecnologias de informação e comunicação.
    Com esta iniciativa, divulgar em todo o país, particularmente nas
regiões menos favorecidas onde dificilmente chegam, os modernos meios
e tecnologias de comunicação e com este primeiro contacto estimular a
utilização regular de aplicações de interesse público como o portal do cida-
dão, os portais autárquicos, procura de emprego e outros.
    Foram percorridos os concelhos de Évora, Beja, Aljezur, Monchique,
Sertã, Castelo Branco, Fundão, Óbidos, Marinha Grande, algumas
Estâncias Termais, Tabuaço, Moimenta da Beira, Mira Sintra e Alijó, abran-
gendo cerca de 4 mil pessoas.

Laboratório de Excelência em Mobilidade
A Fundação Portugal Telecom é um dos parceiros tecnológicos escolhidos
pelo Instituto Superior Técnico (IST) para a constituição do Laboratório de
Excelência em Mobilidade (LEMe), a para da SUN Microsystems Portugal,
da Siemens, da Ericsson e da Sociedade Taguspark.
    A missão do LEMe consiste em promover o desenvolvimento de recur-
sos humanos qualificados ao nível da licenciatura, mestrado e doutora-
mento e a investigação e desenvolvimento em consórcio no domínio da
Computação Móvel e Ubíqua, bem como nos serviços inovadores para
cidadãos nas suas actividades do dia-a-dia, trabalho e lazer, baseados em
novas redes e equipamentos terminais.
    O LEMe constituirá um centro de projectos inovadores no ensino e na
Investigação e Desenvolvimento, propostos por associados, enquadrando
estudantes de licenciatura e de pós-graduação e professores do IST, em
colaboração com investigadores e profissionais da indústria.
    Os vários parceiros no projecto contribuem com recursos diferentes:
o IST com os recursos humanos e infra-estruturas básicas, os parceiros
industriais e o Estado Português com o financiamento dos projectos de
investigação e bolsas de estudo e a Sociedade Taguspark como promotor
da criação de núcleos de base tecnológica.
    Para além dos parceiros já confirmados, o LEMe está aberto à participa-
ção de outras entidades, nacionais ou internacionais.

                                                                       57
IBM           As empresas pela educação
KidSmart




FUNDAÇÃO PT
PT Escolas




              58
Áreas de actuação


    Os promotores do LEMe, pretendem, com esta iniciativa, reafirmar
a sua aposta na colaboração concertada e pro-activa entre a Universidade
e a Indústria, no apoio ao desenvolvimento nacional e à internacionaliza-
ção das empresas nacionais.

PT Escolas
O PT Escolas é um projecto destinado à comunidade escolar, especialmente
dedicado a jovens estudantes entre os 12 e 18 anos, e que pretende con-
tribuir para a educação das tecnologias de informação, nomeadamente na
utilização da Internet como ferramenta de aprendizagem e conhecimento.
    Os estudos de mercado efectuados demonstram que os jovens nesta
faixa etária desconhecem as potencialidades de utilização da Internet
e lhe atribuem um carácter meramente lúdico.
    Os objectivos primordiais deste projecto consistem em promover uma
boa e correcta utilização da Internet, reforçar o desenvolvimento de com-
petências de pesquisa de informação, estimular e ensinar a criar conte-
údos de qualidade na Internet, evidenciar as capacidades multimédia da
banda larga, incentivar a produção de conteúdos em português e mobilizar
toda a comunidade educativa para a integração digital.
    O público-alvo deste projecto é a comunidade escolar, de uma forma
abrangente: professores, alunos e pais de alunos.
    O PT Escolas foi preparado em parceria com o Ministério da Educação
e envolveu especialistas das áreas da educação, pedagogia e informática.

   Tecnologias de Informação (TIs)
A forte aposta que o Governo pretende fazer na área da Educação permi-
tirá preparar os cidadãos para a utilização de ferramentas tecnológicas
avançadas, o que se traduzirá num aumento de competências dos colabo-
radores a recrutar pelas empresas. Desta forma, as organizações adquirem
maior competitividade para abordar o mercado através dos conhecimentos
que os seus recursos detêm. Se tivermos ainda em linha de conta o Plano
Tecnológico elaborado pelo Governo e as suas propostas, podemos concluir
que a tecnologia irá funcionar como um incremento do conhecimento,
da educação e da inovação, eixos fundamentais deste projecto. E é neste
campo que as empresas podem colaborar com as escolas, na criação e/ou
melhoria das infra-estruturas tecnológicas existentes.




                                                                      59
As empresas pela educação


O QUE ESTÁ A SER FEITO

FUNDAÇÃO PT
Um Computador uma oportunidade
Um dos objectivos estatutários da Fundação consiste em promover e
apoiar o uso social dos meios e tecnologias de comunicação e informação,
directamente ou em parceria com outras entidades, tendo em vista a pro-
moção da formação tecnológica e cultural e do combate à info-exclusão.
    Em muitos locais do país o acesso à Sociedade da Informação está
prejudicado desde logo pela falta de meios em equipamentos o que limita
os projectos das escolas e diversas instituições.
    Ora muito material informático das empresas do Grupo PT deixa de ser
utilizado apesar de se encontrar ainda em perfeito estado de funciona-
mento, mas pode ser muito útil aos projectos desenvolvidos por institui-
ções de solidariedade social, escolas e outras instituições públicas, com
fracos recursos financeiros.
    Procurando ajustar as disponibilidades às necessidades surgiu o
projecto “Um computador uma oportunidade” em que a Fundação pro-
move o aproveitamento, pelas instituições necessitadas, do equipamento
informático que, embora válido e actual, já não é utilizado nas empresas
do Grupo, tendo como parceiro no projecto a DHL que assegura a mobili-
zação da sua capacidade disponível para o transporte do material para os
destinatários.
    Ao abrigo deste projecto foram já distribuídos mais de 400 computado-
res por escolas, instituições de solidariedade social, autarquias e outros.

McDONALD’S
NetPausa
O acesso gratuito às novas tecnologias é o principal objectivo de um
projecto pioneiro nos 118 restaurantes McDonald’s espalhados pelo País:
NetPausa.
    Empregando cerca de 6000 jovens, com média etária entre os 23 e 33
anos de idade, tornou-se um elemento distintivo fundamental a disponibi-
lidade de acesso gratuito à Internet (quer como complemento de estudos
como para fins lúdicos), e-mail pessoal (com acesso em casa), site com
conteúdos exclusivos – tudo isto num PC instalado em parceria com a
Portugal Telecom – na sala de pausa de todos os restaurantes em Portugal.




   60
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Empresas pela Educação Portugal

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  • 4. As Empresas pela Educação Adaptação do manual “O que as Empresas Podem Fazer pela Educação”, editado pelo Instituto Ethos. Agradecemos a colaboração das entidades que trabalharam na adaptação deste documento: AESE Bombas Grundfos Portugal Bosch Security Systems Fundação PT IBM McDonalds Nestlé Prosegur Concepção Grace Design gráfico Spirituc Ilustrações Leonor, José Maria, Luna e António Impressão Gar Tiragem 1000 exemplares Setembro 2006
  • 5. p07 p17 p33 p43
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  • 9. Tendo presente que a Educação consiste no aperfeiçoamento permanente das capacidades especificamente humanas, conseguido primordialmente na família, institucionalmente na Escola e desenvolvido no trabalho pro- fissional, verificamos que se trata de um processo que decorre ao longo de toda a vida. A formação do indivíduo, através da aquisição de conhecimen- tos e do seu relacionamento, a ciência como conhecimento da natureza, a filosofia como capacidade de pensar, a ética para valorizar as acções e o exercício da liberdade como manifestação da formação da vontade, defi- nem o amplo sentido da Educação, a qual ultrapassa a simples aquisição de um conjunto de destrezas técnicas para o desempenho de uma profis- são, mas tem um carácter integral que resulta das sucessivas interacções da pessoa com a sua envolvente ao longo da vida. Processos Formais e Informais na Educação De acordo com a descrição feita acima podemos considerar que as várias situações com as quais o indivíduo se depara constituem fluxos educati- vos. No entanto, existe uma estrutura institucionalizada que nos permite considerar a Escola, nos seus diversos níveis de escolaridade e nas suas diversas modalidades, como a vertente formal da Educação, e os restantes ambientes como a componente informal da Educação. A escola contribui para a socialização e para a enculturação das pessoas, pois é também atra- vés dela que os valores e as regras da vida em sociedade são adquiridos. A vertente informal tem preponderância até aos três anos de idade, perdendo gradualmente peso para a Escola por delegação dos Pais e não por desinteresse. A partir dos 25 anos, idade média de conclusão do pro- cesso de educação estruturada, as situações informais voltam a ter mais peso juntamente com a Formação Profissional. Enquadramento da Educação em Portugal Conforme está consagrado na Constituição da República (art. 73º), todos têm direito à Educação e à Cultura, cabendo ao Estado promover a demo- cratização da Educação (Escola e outros meios formativos) assim como todas as condições necessárias para que a igualdade de oportunidades, a superação das desigualdades económicas, sociais e culturais, o desen- volvimento da personalidade e do espírito de tolerância, de compreensão mútua, de solidariedade e de responsabilidade, em suma, o progresso social e a participação democrática na vida colectiva, seja uma realidade. É igualmente incumbência do Estado (art. 74º da Constituição da 7
  • 10. As empresas pela educação República Portuguesa) assegurar o ensino básico e universal, obrigatório e gratuito; a criação de um sistema público e o desenvolvimento do sis- tema geral de educação pré-escolar; a educação permanente e eliminação do analfabetismo; garantir que todos os cidadãos acedam aos graus mais elevados de ensino, da investigação científica e da criação artística que as suas capacidades permitam e, progressivamente, estabelecer a gratuiti- dade de todos os graus de ensino. O Sistema Educativo A Educação em Portugal foi alvo de uma reforma profunda em 1986, com a introdução da Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) que veio estabe- lecer novos princípios a nível de estruturas e planos curriculares, progra- mas e métodos de avaliação, apoios e complementos educativos, recursos humanos, administração e gestão do sistema das escolas. A década de 90 ficou marcada por: · consagração da escolaridade obrigatória para nove anos; · criação e alargamento dos serviços de Psicologia e Orientação Educativa; · uma nova concepção curricular do ensino secundário e um novo quadro regulador do ensino superior (salientando-se a autonomia das instituições e a expansão do ensino superior politécnico particular e cooperativo, bem como a revisão do sistema de acesso a este nível de ensino); · criação de Territórios Educativos de Intervenção Prioritária; · desenvolvimento da Rede de Educação Pré-Escolar, passando a ser con- siderada como parte integrante do sistema com a lei de Julho de 1973 (Lei-5/73). Foram então criadas as Escolas de Educadores de Infância oficiais e, em 1978, foram criados os primeiros jardins-de-infância oficiais do Ministério da Educação (Lei 5/77), e finalmente em 1986 é enquadrada definitivamente no sistema educativo; · criação de um novo Regime de Autonomia, Administração e Gestão das escolas; · Educação e Formação de Adultos; · concepção e aplicação de programas Interministeriais (vocacionados para o combate ao abandono escolar precoce); · Educação para a Cidadania (que inclui as dimensões da convivência intercultural e da defesa do ambiente). 8
  • 11. Introdução Em termos estruturais o Sistema Educativo organiza-se da seguinte forma (LBSE): 1. Educação pré-escolar (facultativa e complementar e/ou supletiva da acção educativa da família); 2. Educação escolar: › Ensino básico (universal, obrigatório e gratuito, com duração de 9 anos e composto por 3 ciclos) › Ensino secundário (via profissionalizante e via ensino, com duração de 3 anos) › Ensino superior (ensino universitário e ensino politécnico) · 1º Ciclo – Grau de Licenciado – 6 a 8 semestres. · 2º Ciclo – Grau de Mestre – concedido após um 2º ciclo de formação superior com a duração de 2 a 4 semestres e integrando uma parte escolar com a duração de 1 a 3 semestres, desde que seja cumprido, em conjunto com a formação do primeiro ciclo, um mínimo de 10 semestres de formação superior. · 3º Ciclo – Grau de Doutor – concedido após um ciclo de formação supe- rior, com duração mínima de 6 semestres, desde que seja cumprida, em conjunto com formação dos ciclos antecedentes, um mínimo de 16 semestres de formação superior. › Modalidades especiais de ensino i. Educação especial (visa a recuperação e integração sócio-educativas das pessoas com necessidades educativas específicas devidas a defici- ências motoras e cognitivas); ii. A formação profissional (complemento da preparação para a vida ac- tiva iniciada no ensino básico, visa uma integração dinâmica no mundo do trabalho pela aquisição de conhecimentos e de competências); iii. O ensino recorrente de adultos (para os indivíduos que já não se encontram na idade “normal” de frequência dos ensinos básico e secundário); iv. O ensino à distância; v. O ensino da língua portuguesa no estrangeiro; 3. Educação extra-escolar › Consiste em actividades de alfabetização e de educação de base; activi- dades de aperfeiçoamento e actualização cultural e científica; activi- dades de iniciação, reconversão e aperfeiçoamento profissional. Estas realizam-se num quadro aberto de iniciativas múltiplas, de natureza formal e informal. 9
  • 12. As empresas pela educação O Processo de Bolonha no Ensino Superior Em Junho de 1999 Portugal, representado pelo Ministro da Educação, juntamente com mais 29 Estados Europeus, subscreveu a Declaração de Bolonha, que tem como meta estabelecer, até 2010, o Espaço Europeu de Ensino Superior que prevê: · a adopção de um sistema de graus comparável e legível; · a adopção de um sistema de ensino superior fundamentalmente baseado em dois ciclos; · o estabelecimento de um sistema de créditos; · a promoção da mobilidade; · a promoção da cooperação europeia no domínio da avaliação da qualidade; · a promoção da dimensão europeia no Ensino Superior; · a promoção da aprendizagem ao longo da vida; · um maior envolvimento dos estudantes na gestão das instituições de Ensino Superior; · a promoção da atractibilidade do Espaço Europeu do Ensino Superior. Este processo implica grandes esforços por parte de cada Estado, devendo o Sistema Educativo Português sofrer mudanças estruturais, tais como: a organização do ensino centrado no aluno e nos objectivos de formação; a passagem de um sistema curricular tradicional baseado na “justaposição” de conhecimentos para um sistema centrado no desenvolvi- mento de áreas curriculares alargadas, desenhadas em função dos objecti- vos de formação a prosseguir; a adopção de metodologias de aprendizagem mais activas e participativas. Principais Desafios da Educação em Portugal A Europa procura promover a coesão social e a participação mais activa dos cidadãos na vida política e social, estando cada vez mais em destaque a Europa do Conhecimento,onde a competitividade e o desenvolvimento constituem elementos-chave. Mas este desenvolvimento pressupõe abertura dos sistemas educativos e da mobilidade (fomentando a aprendizagem), no seu sentido mais lato. Em Portugal, como vértice central do sistema educativo, temos a Escola, que hoje se defronta com novos desafios. Hoje, o trabalho pedagógico tem que se centrar na aquisição de com- petências para toda a vida (formação e participação cívica, capacidade 10
  • 13. Introdução empreendedora, aprender a viver em sociedade, a educação para a saúde, entre tantas outras). Para cimentar esta nova realidade, os agentes da educação, educado- res e professores, devem beneficiar da estabilização do corpo docente das escolas e da colaboração da sociedade, uma vez que estes desafios que se apresentam são comuns a todos – escolas, empresas e cidadãos em geral. De acordo com o Ministério da Educação, podemos salientar alguns dos principais desafios que se colocam à Educação em Portugal, podemos salientar: · Financiamento da Educação. Segundo dados da OCDE de 2004, Portugal gasta com a educação básica e secundária 4,1% do PIB; · O combate ao abandono escolar e ao insucesso. Dados de 2001, do Ministério da Educação, revelam que cerca de 10.5% dos alunos com 14/15 anos abandonaram a escola, sendo 70% dos abandonos de alunos repetentes. Já as taxas de retenção no ensino básico foram, em 2004, de 12%. De salientar ainda que, em 2001, 52% dos indivíduos entre 25 e 39 anos só possuíam a escolaridade obrigatória; · O analfabetismo, que apresenta ainda níveis elevados na camada mais envelhecida da população; · A reforma do ensino secundário; · O desemprego. · A desarticulação entre os diferentes ciclos com patamares de exigência desnivelados. · A desadequação entre a oferta do Sistema Educativo e a procura do mercado de trabalho. · O fosso quantitativo com os parceiros europeus; · A diminuição da população estudantil em idade “normal”. No ensino secundário, de acordo com dados de 2001 do Ministério da Educação, registou-se uma diminuição de 23%; · O reduzido ingresso na pré-primária – apenas 77,9% em 2003/2004; · A criação de um sistema de avaliação com equidade e que valorize a aquisição de competências e de capacidades. Mas os desafios não param aqui. É necessário implementar de forma coerente a formação contínua e incentivar a aprendizagem após o ingresso no mercado de trabalho, o que só se tornará uma realidade quando o próprio mercado de trabalho reconhecer a utilidade desta actualização de competências. E aqui as empresas desempenham um papel fundamental. 11
  • 14. As empresas pela educação Parceria Escola e Empresa A actual situação conjuntural do País obriga a uma promoção do aumento da sua produtividade e competitividade. Para tal, e pese embora a existên- cia de outras variáveis, o factor humano torna-se o elemento central de todo este processo. Colaboradores bem preparados, com formação ade- quada, motivados e agindo com objectivos concretos, são base fundamen- tal para a necessária mudança na posição socio-económica nacional. Mas para que tal aconteça, que a força de trabalho esteja preparada para enfrentar os desafios e as exigências que a vida activa requer, é necessário que tudo comece a ser planeado desde muito cedo e cada vez mais com recurso a parcerias. Isto é, sempre que possível se procure encontrar um maior ajustamento entre a oferta académica e a procura profissional. A relação que se pode criar entre as escolas e as empresas, aos seus mais diversos níveis, será o ponto de partida para que aquilo que cada um possa aprender esteja adequado às necessidades do mercado de trabalho. Não quer isto dizer que se tenha de escolher uma profissão, uma ocupa- ção, em função das necessidades das empresas mas sim, que quando seja feita a opção, a escola esteja munida das ferramentas necessárias para melhor preparar os seus alunos para o mundo de trabalho. E aí, para além da abertura/receptividade das próprias escolas, é fundamental o papel das empresas nesta relação. Em termos latos, podemos caracterizar a relação institucional escola/ empresa como uma parceria, uma relação de colaboração entre instituições que partilham objectivos ou interesses comuns. Na base desta parceria deverá estar o respeito pela actividade específica de cada entidade e a orientação para o alcance de um objectivo comum. Uma parceria é construída gradualmente e precisa de ser constan- temente fomentada, isto é, requer diálogo, negociação e vontade para ultrapassar os obstáculos que possam surgir. Para que tal aconteça, é fundamental que ambas as instituições se conheçam, pois o seu modo de funcionamento e os valores pelos quais se regem poderão não ser necessa- riamente os mesmos. Se a empresa puder, por exemplo, oferecer meios para que os alunos visitem as suas instalações, esta será uma óptima experiência para eles, pois poderão presenciar parte de uma realidade que tantas vezes ouvem falar. Poderão inclusivamente, ter a hipótese de acompanhar as várias etapas da elaboração de um produto ou serviço. 12
  • 15. Introdução Por sua vez, quando a empresa conhece a realidade interna da Escola, fica com uma visão mais alargada dos problemas que esta enfrenta, facilitando desta forma a colaboração com a equipa escolar na procura de soluções. Este envolvimento pode ainda gerar a possibilidade das empre- sas contribuírem mais activamente no desenho de políticas públicas, por forma a que estas melhor atendam às necessidades dos alunos. Tal poderá ser conseguido, por exemplo, com palestras dadas pelos próprios colabora- dores, sobre diferentes áreas e temas de interesse dos alunos. Em suma, todos beneficiam: · A escola passa a contar com um parceiro que a poderá ajudar a colocar em prática diferentes tipo de projectos e, acima de tudo, a ajustar as actividades académicas previstas no decorrer do ano lectivo às necessi- dades e exigências do mercado; · Os alunos têm a hipótese de contactar com o mundo profissional logo desde muito cedo, têm assim a possibilidade de começar a delinear escolhas e preferências para o seu ingresso no mercado de trabalho, vivenciando experiências que de outra forma se poderiam mostrar difíceis de concretizar; · A empresa terá a possibilidade de contactar com pessoas com uma visão diferente da sua e que a poderão ajudar a melhor se posicionar em relação ao mundo académico. Para além disso, tudo o que de novo os alunos possam trazer para a empresa, ajudará sem dúvida a alavan- car o seu potencial interno e a aumentar a motivação dos colaborado- res. O facto de estar mais próxima do mundo académico e de melhor o compreender, poderá contribuir para que a esta funcione como um influenciador das políticas públicas. 13
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  • 19. Conhecer a realidade Para poder fixar metas e promover um salto qualitativo em relação à Educação dos seus colaboradores, o primeiro passo é conhecer as suas habilitações académicas de forma pormenorizada, bem como os objectivos e motivações profissionais e as e dificuldades com que se deparam neste âmbito. O mesmo se aplica em relação aos seus filhos. Níveis académicos, disciplinas com maior dificuldade, ciclos de escolaridade incompletos e razões do abandono, são exemplos de informação extremamente per- tinente que é essencial reunir ao nível de todas as empresas para poder avaliar os recursos necessários para poder subir um degrau na qualificação das pessoas. Encontrar quem apoie A Responsabilidade Social implica que se crie uma comunidade de esforços. Neste âmbito, e com base nas dificuldades acima inventariadas, poderá sensibilizar os Quadros mais qualificados a prestarem apoio aos colaborado- res com dificuldades ou que queiram superar objectivos educativos específi- cos, disponibilizando a empresa horas de serviço para esse efeito. A ocupação e orientação dos filhos dos colaboradores fora dos períodos lectivos é outro problema candente da sociedade actual. Porque não olhar para ele? Estabelecer metas É desejável medir o que é feito na empresa ao nível da Educação. Neste caso, se no final de um ou dois anos, a percentagem de colaboradores com níveis de escolaridade mais elevada evoluir, incluindo aqui todos os graus – desde a escolaridade obrigatória até ao doutoramento – e, além disso, os filhos dos colaboradores apresentarem melhores rendimentos escolares, atitudes mais pro-activas nas aulas, menos incidentes de comportamento, então valeu a pena o esforço. Mas, como em tudo, após o diagnóstico é preciso definir algumas metas para cada ano. Para tal, é fundamental atribuir responsabilidades. 17
  • 20. As empresas pela educação Avaliar resultados Uma avaliação dos resultados obtidos deve incluir os progressos alcan- çados em termos académicos, mas também a evolução da satisfação dos colaboradores em relação ao apoio que a empresa prestou nos diversos aspectos relacionados com a sua formação académica e a Educação das suas famílias. Correlacionar a satisfação e os seus diversos atributos com a motiva- ção dos colaboradores é um exercício valioso, de grande utilidade para o desenvolvimento de acções futuras e para o “bem-estar” da empresa. Acções de apoio aos colaboradores O papel da empresa na qualidade da Educação interna é um desafio exten- sível a toda a organização. Neste âmbito, a empresa deverá ter como um objectivo melhorar o desempenho dos seus colaboradores, através da definição de um plano de formação adequado às necessidades dos colaboradores, contribuindo para a sua motivação pessoal. Para tal, a empresa deverá sensibilizar toda a organização para a impor- tância da Educação, a começar pelos gestores de topo, de forma a facilitar a implementação dos programas internos desenvolvidos a este nível. Escolaridade A empresa poderá proceder a uma pesquisa sobre o nível de escolaridade de cada colaborador. Por outro lado, torna-se importante perceber quais as expectativas em relação aos estudos, sensibilizando aqueles que abando- naram precocemente a escola a retomar a sua frequência, ficando desta forma mais aptos a ajudar os filhos nas suas tarefas escolares. Uma possibilidade de parceria empresa/escola será o convite ao corpo docente das escolas locais para o desenvolvimento de actividades lectivas directamente nas empresas, favorecendo o ensino nas suas instalações. O QUE ESTÁ A SER FEITO McDONALD’S Os restaurantes McDonald’s pretendem ser uma porta fácil ao primeiro emprego, formação e igualdade de oportunidades. Mais de 75% dos colaboradores são estudantes e são vários os pro- 18
  • 21. A educação dentro da empresa gramas que procuram estimular, desenvolver e fomentar a prossecução de estudos, a todos os 6000 funcionários. Flexibilidade de horários, promoções de carreira e formação comple- mentar, são alguns exemplos desta política. BOSCH Em relação aos trabalhadores estudantes, e para além do cumprimento da legislação, esta empresa permite a sua saída todos os dias uma hora mais cedo para a frequência das aulas. Promover o desenvolvimento de competências Incentive os colaboradores a desenvolverem as suas competências e formação académica. As pessoas são o activo mais importante de qualquer empresa, pelo que deverão ser encaradas como tal. A autorização para a frequência de aulas durante o horário de trabalho ou subsídios e comparticipações em custos com a frequência de especia- lizações, pós-graduações, mestrados ou doutoramentos são alguns dos exemplos do que poderá ser feito neste domínio. Considere a possibilidade de reconhecer publicamente aqueles que conseguem concluir, com o apoio da empresa, os diversos graus de ensino. O QUE ESTÁ A SER FEITO NESTLÉ A Nestlé aposta largamente no desenvolvimento dos seus recursos huma- nos e coloca ao seu alcance todos os instrumentos para a sua concretiza- ção efectiva. A formação assume-se, pois, de importância crucial para a Nestlé pois permite assegurar uma aprendizagem de qualidade ao longo da carreira dos seus colaboradores no sentido do desenvolvimento das suas competências e na melhoria do seu desempenho, gerando uma maior motivação. No que diz respeito à formação externa, esta subdivide-se também em local e internacional. Ao nível local, a Nestlé promove a participação dos seus colaboradores não só em conferências e seminários mas também em especializações, pós-graduações, mestrados e doutoramentos, através de parcerias que desenvolve com as entidades responsáveis pelos mesmos, em alguns casos formalizadas por protocolos. Ao nível internacional, a Nestlé possui parcerias com o MCE (Management Centre Europe) e com o IMD (International Institute for Management Development) na Suíça, com 19
  • 22. As empresas pela educação Escolas de Línguas e outras Escolas de Especialidade no sentido de ter à disposição dos seus gestores de topo soluções na área da sua formação ou outra relevante para o cargo que desempenham. A diversificação das fontes e das metodologias de aprendizagem permi- tem responder assim, com maior eficiência e eficácia, às necessidades de cada colaborador, disponibilizando aliás a flexibilidade que lhe propor- cione uma melhor articulação entre a vida pessoal, social, profissional e familiar. Prémio Nestlé Desde 1988, aos colaboradores que decidem individualmente concluir o 12º ano ou prosseguir os seus estudos académicos (licenciatura, plano de especialização, pós-graduação, mestrado, doutoramento) a Nestlé Portugal concede um Prémio e distingue anualmente todos aqueles que concretizam efectivamente tais estudos, mediante a atribuição de um valor pecuniário e de um diploma numa cerimónia pública intitulada “Prémio Nestlé”, elogiando assim o esforço, o empenho e a dedicação dos colaboradores na persecução dos seus estudos. BOSCH A Bosch proporciona aos seus colaboradores pós-graduações e outras especializações em diferentes áreas de interesse para o seu negócio. Todos os custos inerentes a estas actividades são da responsabilidade da empresa. EURONEXT LISBON De entre os vários projectos internos levados a cabo no domínio da Educação, salienta-se os diversos incentivos à frequência e o financiamento de cursos de pós-graduação e outros por parte dos seus colaboradores. IBM A IBM revolucionou o conceito de formação tradicional junto dos seus colaboradores através do e-learning. A formação pode ser levada a cabo a qualquer hora, em qualquer lugar, contendo um vasto leque de conteúdos formativos nas mais variadas áreas de actuação. A IBM foi pioneira na disponibilização desta formação junto dos seus colaboradores, ao desen- volver um portal de formação, o “IBM Global Campus”, que reúne mais de 3500 cursos e conta com uma equipa de especialistas para assegurar a actualização e o rigor dos conteúdos. 20
  • 23. A educação dentro da empresa Apesar da crescente utilização do e-learning, a IBM continua a utilizar a formação “tradicional” como um complemento de determinados cursos online. Em termos globais podemos dizer que na IBM cada colaborador dedica em média 5 dias de formação por ano. A IBM disponibiliza ainda um programa, denominado “Tuition”, que subsidia a formação dos empregados ao nível universitário (pós-gradua- ções, mestrados, MBA). Educação para a Segurança, Saúde e Bem-Estar A segurança, a saúde e o bem-estar dos colaboradores deverá sempre ser salvaguardada pela empresa. No entanto, importa assegurar práticas de educação para a saúde que vão muito para além dos imperativos legais. Estas práticas, como workshops e outros eventos, poderão igualmente ser extensíveis ao agre- gado familiar dos colaboradores. O QUE ESTÁ A SER FEITO NESTLÉ Programa WellNes A Nestlé, Companhia de Alimentação, Nutrição, Saúde e Bem-Estar está fortemente comprometida com a educação alimentar não só dos seus con- sumidores mas especialmente dos seus colaboradores. Com esse intuito, deu início a um programa interno que visa essencialmente educar e sensi- bilizar os seus colaboradores para esta temática, convertendo-os nos seus melhores “embaixadores”. Com início em Outubro de 2003, o Programa WellNes tem como objectivos dotar os colaboradores da Companhia de conhecimentos básicos na área da nutrição tendo em conta o seu traba- lho diário numa empresa líder mundial de alimentação, nutrição, saúde e bem-estar, sensibilizando-os para a importância dos estilos de vida, com grande enfoque para a importância da alimentação aliada à actividade física e incentivando-os à adopção de estilos de vida saudáveis. Ao nível da formação são organizadas acções de formação em nutrição, workshops, palestras, sessões de esclarecimento e são disponibilizados cur- sos de nutrição básica em ambiente de e-learning e blended learning acessí- veis a todos os colaboradores e disponíveis numa plataforma de Internet. Os workshops de nutrição, contam com as apresentações da WellNes Champion da Nestlé Portugal e dos departamentos de Serviço ao Consumidor e Market Intelligence, e onde se procura promover a sensibi- 21
  • 24. As empresas pela educação lização dos colaboradores para os benefícios de um produto nutricional- mente diferenciado, baseado na investigação científica feita pelos centros de pesquisa Nestlé e abordam-se temas actuais como a obesidade, a diabe- tes, as doenças cardiovasculares e a osteoporose. Delineiam-se os concei- tos básicos da nutrição e discutem-se as principais tendências da ciência. Além dos workshops, em 2005, foram desencadeadas semanas temáticas para a promoção do bem-estar físico e psicológico através de uma divul- gação dos efeitos de uma boa alimentação na saúde. A semana da fibra, “Fibra, uma aliada para o seu bem-estar” no mês de Fevereiro; “Mime o seu coração”, no mês de Maio o mês do Coração; e por último a semana do “Bem Estar com conta, peso e medida” no mês de Outubro. Estas semanas são pautadas por uma envolvência em torno do tema principal conseguida com o envio diário de e-mails informativos, com a decoração do edifício sede, com a criação de ementas específicas no restaurante e o envio de uma brochura coleccionável. Além das referidas, estas semanas incluíram também, no âmbito da sua temática, um rastreio de colesterol, tensão arterial e peso aos colaboradores da sede, uma palestra pela Fundação Portuguesa de Cardiologia e uma palestra dada pela Clínica Metabólica sobre controlo de peso e actividade física. Quando oportuno é também distribuído material promocional pelos colaboradores alusivo ao tema. Neste ano de 2006 foram já realizadas duas semanas temáticas: “Pequeno-Almoço para um dia em Grande”, que procurou sensibilizar os colaboradores para a importância e para os benefícios de um bom pequeno-almoço logo pela manhã, e “O Arco-Íris no seu prato” que pro- curou associar de uma forma pedagógica as cores do arco-íris às cores dos alimentos, assinalando os benefícios aportados por cada cor presente em cada um deles, sendo que o segredo reside na combinação e na mistura de alimentos de todas as cores. McDONALD’S Foi criado um Guia de Estilos de Vida Activos, com o principal objectivo de informar as equipas McDonald’s sobre esta temática, mostrando a varie- dade nos produtos da empresa e, simultaneamente, dando informação sobre estilos de vida activos, integrando-os no seu dia-a-dia. O Guia dispõe de informação básica sobre nutrição e dicas para a prá- tica de exercício físico, tendo como referência o exemplo de uma semana, e foi a base para vários programas de formação ao nível dos restaurantes. 22
  • 25. A educação dentro da empresa IBM A IBM dedica uma atenção muito especial à saúde e ao bem-estar dos seus colaboradores e familiares directos. É, pois, neste contexto que o plano de programas e benefícios da Companhia tem uma forte incidência em iniciativas que se prendem com a saúde, seja ao nível do acompanhamento assegurado pelo Gabinete Médico, seja ao nível da negociação de seguros existentes no mercado, que melhor satisfaçam os interesses e necessida- des do universo dos IBMers, quer no activo quer em situação de reforma. A IBM possui um Plano Médico muito vantajoso que tem como objectivo assegurar a protecção dos colaboradores e dos seus agregados familiares em caso de doença. O prémio do Plano Base é suportado integralmente pela IBM. Este Plano Médico permite ainda aos colaboradores da IBM e respectivos agregados familiares a adesão a um Plano Complementar que permite uma cobertura alargada a um custo muito competitivo. Este Plano é suportado pelos colaboradores aderentes. Paralelamente, e a par e passo com as campanhas de sensibilização que a IBM desenvolve regularmente (p.e. rastreio de colesterol, hipertensão arte- rial, diabetes), a Companhia lançou uma outra campanha, mais específica, que visa alertar e promover a saúde alimentar de todos os colaboradores. Esta consiste num conjunto de acções que incluem ementas da cafetaria especialmente concebidas com o objectivo de proporcionar uma alimentação mais saudável. Novos menus “saúde matinal” disponíveis no bar, assim como um novo programa orientado para ajudar a combater o excesso de peso, hipertensão, colesterol, que ministra ensinamentos sobre alimentação variada e regrada com controlo diário de índice de massa muscular (IMC). Acções de apoio à Educação na família As empresas e o seu apoio aos colaboradores enquanto pais Os pais são os primeiros e principais educadores. Da sua acção e do seu conhecimento dos filhos e das especificidades psicológicas de cada idade, da sua consciencialização da necessidade de acompanhar a Escola e de dedicar aos filhos, mais do que quantidade de tempo, tempo de qualidade, vai depender em grande medida a personalidade dos jovens e futuros cidadãos. É de recomendar às empresas com preocupações de Responsabilidade Social que, não só facilitem esse tempo de qualidade de acordo com a idade de cada filho, mas também que estabeleçam protocolos com 23
  • 26. As empresas pela educação Instituições de Educação Familiar, especializadas no tratamento e orienta- ção de famílias nestes temas, para a realização de programas de formação para os seus colaboradores. Instituições de Educação Familiar como o CENOFA, Centro de Orientação Familiar, têm larga experiência na realização de Programas de Educação para Pais com filhos em diversas fases do seu desenvolvimento. Mediante a estrutura da empresa, é natural que as prioridades de apoio à família variem, em particular no que diz respeito aos escalões etários médios dessa mesma estrutura. No entanto, esta área pode revelar-se uma grande mais valia para os colaboradores da empresa, reforçando a sua motivação e reconhecimento pela organização onde trabalham. Em alguns casos, os benefícios concedidos pela empresa neste âmbito tornam-se excelentes regalias sociais. Num formato mais lato, o investimento na Educação da família reforça o nível geral das comunidades locais e da população portuguesa, tor- nando-a mais competitiva perante as novas economias. Um programa de apoio à Educação das famílias poderá ser lançado den- tro da empresa com ideias simples e pouco complexas, investindo de forma crescente ao aumentar os recursos financeiros e humanos da organização. Passamos a enumerar algumas ideias. Os colaboradores com filhos em idade pré-escolar A realidade sócio-educativa dos nossos dias demonstra que o sucesso escolar é superior quando as crianças frequentam estabelecimentos de ensino pré-escolar. O estímulo educativo positivo precoce, é hoje uma necessidade face às imensas solicitações que, de outra forma, dispersa- riam as crianças. Por outro lado, o modelo familiar actual exige uma entrada no mundo da escolaridade formal muito mais cedo. A rede de ensino Pré-Escolar Oficial muitas vezes não responde às crescentes necessidades da sociedade actual, tendo os colaboradores das empresas que recorrer a estabelecimentos cuja relação conveniência de horários/proximidade/preço/qualidade, lhes levanta verdadeiros dramas. A colaboração das empresas neste domínio será muito desejável, através da criação de estabelecimentos próprios ou, alternativamente, através da atribuição de subsídios que permitam aos colaboradores uma maior facilidade de escolha, ou até da disponibilização dos transportes da empresa para movimentar as crianças. 24
  • 27. A educação dentro da empresa O QUE ESTÁ A SER FEITO MILLENNIUM BCP Colégio O Parque O Millennium BCP criou um Jardim-Escola destinado exclusivamente aos filhos dos seus colaboradores, situado no Tagus Park, em Oeiras. Esta estrutura, com uma área de aproximadamente 700m2 de área coberta e 1000m2 de jardim, acolhe cerca de 80 crianças entre os 4 meses (berçário) e os 6 anos de idade (pré-primária). Em todos os níveis é posto em prática o programa “Os Cinco Sentidos”. O Millennium BCP não comparticipa directamente na mensalidade dos alunos. No entanto, ao ceder as instalações ao O Parque, o valor cobrado aos colaboradores reduz substancialmente. Este colégio acolhe não só os filhos dos colaboradores que trabalham no Tagus Park, como de outros que exercem funções noutros locais e que queiram ali inscrever os seus filhos. O transporte poderá ser assegurado pelos pais ou através de uma parceria que O Parque tem com a Easy Bus. O Parque encontra-se em funcionamento 12 meses por ano, fechando apenas uma semana entre o Natal e o Ano Novo, dois dias em Abril e dois dias em Setembro, para limpezas mais profundas, desinfecções e formação do pessoal. Os responsáveis por este estabelecimento de ensino permitem e incentivam os pais a irem observar os seus filhos em locais “escondidos” de forma a perceberem e compreenderem as actividades que os mesmos realizam na escola. Disponibilização de recursos para comparticipação de estudos (através de verbas de acompanhamento ou verbas para compra de livros) Este formato teve a sua génese em várias empresas familiares alargando, desde aí, o seu campo de intervenção ao restante tecido empresarial português, de forma a complementar o abono de família, ou facilitando comparticipações financeiras ou adiantamentos em épocas específicas (início do ano escolar ou época de exames). O QUE ESTÁ A SER FEITO NESTLÉ Consciente da importância da educação para o desenvolvimento das crian- ças e dos jovens, a Nestlé Portugal possibilita aos filhos dos seus colabora- 25
  • 28. As empresas pela educação dores, um subsídio de escolaridade, a partir do 5º ano até ao 12º ano, por intermédio de uma comparticipação nos encargos normais dos estudos. Esta comparticipação é fixada em três escalões. Ao nível do ensino superior, a Nestlé possibilita aos filhos dos seus colaboradores a inserção num programa de bolsas de estudo para frequên- cia de um curso universitário. Este apoio exprime-se numa comparticipa- ção dos encargos académicos normais, através da atribuição ao estudante de um determinado valor financeiro. IBM O plano de educação para filhos de colaboradores, concedido pela IBM, cobre a totalidade da vida escolar do indivíduo, desde a educação pré- escolar até à universidade e representa, objectivamente, um auxílio para a redução de custos de educação (tendo em conta os limites de compartici- pação previamente estabelecidos, consideram-se para efeitos de reem- bolso as despesas referentes ao ano curricular em curso, nomeadamente: matrículas, propinas, livros, material escolar). O plano abrange: · Educação pré-escolar; · Instrução primária; · Ensino preparatório; · Ensino secundário; · Cursos técnico-profissionais; · Cursos superiores. Promoção de Flexibilidade horária Permita uma gestão flexível do horário de trabalho, de forma a tornar possível aos colaboradores um acompanhamento adequado da família em momentos especiais da vida escolar, de que são exemplo as reuniões com o corpo docente. Desta forma, os pais poderão participar nas actividades da escola, o que conduzirá a um aumento do interesse dos seus filhos nas mesmas e solucionará possíveis problemas como o absentismo escolar, a falta de interesse em disciplinas específicas, entre outros. A empresa poderá ainda convidar um representante de uma escola para uma palestra sobre estes temas e outros de interesse comum, dirigido aos seus colaboradores, com o objectivo de os sensibilizar para a importância da Educação. 26
  • 29. A educação dentro da empresa O QUE ESTÁ A SER FEITO IBM Desde sempre foi preocupação da IBM criar condições para que os colabo- radores possam melhor coordenar os aspectos da sua vida profissional com a pessoal e a familiar. Efectivamente a implementação de modelos organi- zacionais que favoreçam o equilíbrio profissional e familiar implica trans- formações nos processos e modos de trabalho. Os programas de incentivo à conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional que a IBM tem vindo a desenvolver de uma forma estruturada só se traduzem em resulta- dos, porque existe uma cultura que os sustenta, porque acreditamos são vantajosos para toda a Companhia. Perante uma conjuntura económica que reforça a necessidade de crescimento da competitividade das empresas, aos nossos empregados é solicitado um empenho constante, sob uma perspectiva de disponibilidade absoluta para as exigências do negócio, que tem que estar devidamente suportada nos meios/recursos que a IBM coloca ao dispor dos seus empre- gados que lhe permitem compatibilizar as suas responsabilidades familia- res e pessoais com as responsabilidades profissionais. A IBM desenvolveu um conjunto de medidas que permitem que os colaboradores e a empresa se organizem por forma a que trabalho e família não constituam um problema, mas sim uma complementaridade...um equilíbrio. Dentro do espírito que pessoas felizes tornam as empresas mais bem sucedidas, e que pessoas que se sentem bons familiares produzem em regra bons profissionais e bons líderes, a empresa desenvolve toda uma série de programas que, inspirados neste princípio, visam facilitar o dia-a- -dia pessoal e familiar dos seus colaboradores. A essência de um programa de conciliação entre a vida familiar, pessoal e profissional tem que residir, em primeira instância, numa política de flexibilidade e mobilidade, que permite aos nossos empregados ter acesso a um conjunto de tecnologia que facilita a organização do seu trabalho diário independentemente do local onde se encontre. A cultura de orien- tação para resultados que a IBM desenvolveu é a garantia que a flexibili- dade é para nós um ganho em termos de eficácia e não um obstáculo à vida privada dos nossos empregados. Assim sendo, aos colaboradores da IBM é dada flexibilidade horária para desenvolverem o seu trabalho. Contudo, dada a natureza de determi- nadas funções, a flexibilidade terá que ser limitada, daí que a IBM tenha instituído um período designado por core time. 27
  • 30. As empresas pela educação O programa Ano Sabático é mais um exemplo dos meios disponíveis que permitem aos colaboradores optarem por um determinado período de tempo para realizarem outras actividades ou projectos pessoais. Este programa é desenvolvido numa base voluntária, o qual tem tido resultados bastante positivos. Temos vários exemplos de empregados que efectiva- mente utilizaram o programa para se dedicarem a projectos familiares e pessoais, que vão desde a implementação de negócios de família passando pelo investimento em formação pessoal. Identificação de estabelecimentos escolares Procure agilizar os acessos e tempo de deslocação para os estabelecimen- tos escolares, facilitando o acesso a estes com: · Informação sobre estabelecimentos escolares na periferia da empresa; · Reservas de vagas em infantários, escolas e colégios da zona; · Sugestão de actividades extra-curriculares e em períodos não lectivos, como complemento da formação escolar. Esta deverá ser uma preo- cupação que se assume cada vez mais importante. A disponibilização de informação acerca de ofertas para ocupação de tempos-livres aos colaboradores (por exemplo, colónias de férias e campos de férias), constitui um facilitador para solucionar a ocupação dos seus filhos nos períodos em que a escola está encerrada. A empresa poderá ela mesma iniciar um programa deste género ou patrocinar um já existente, colocando à disposição dos colaboradores o ingresso dos seus filhos mediante um valor pecuniário mais acessível e subsidiado pela empresa. Estabeleça parcerias com empresas locais para prestação de serviços de apoio à educação da família Empresas pequenas localizadas na mesma área ou região podem juntar-se para oferecer serviços que, individualmente, estariam impossibilitadas de providenciar. São exemplos disto creches, estabelecimentos pré-escolares, amas, explicadores e ginásios. Paralelamente, poderá ser feita uma lista exaustiva dos serviços dispo- níveis na área da sua empresa, útil aos colaboradores face às suas respon- sabilidades de educação familiar e promovida a divulgação da mesma. Analise a possibilidade de contactar as empresas que está a considerar colocar nessa lista, negociando descontos para os seus colaboradores. São exemplos disto papelarias, lojas de vestuário e fardas, entre outros. Solicite sugestões aos seus colaboradores sobre fornecedores de servi- ços que já tenham utilizado e cujo atendimento tenha sido satisfatório. 28
  • 31. A educação dentro da empresa Esta lista de serviços pode ser um projecto a ser desenvolvido por um grupo informal de empresas, de forma a compilar os recursos existentes na localidade. O QUE ESTÁ A SER FEITO IBM Os acordos preferenciais da IBM com empresas de serviços variam desde o apoio no financiamento para compra de casa ou de carro, até facilidades como ginásios, estacionamentos, seguros, farmácias, colégios, serviços ópticos, entre outros. Sessões de Formação específicas Torne extensível à família dos colaboradores da sua empresa, sessões de formação ou esclarecimento já proporcionadas no âmbito da empresa e importantes no desenvolvimento de competências técnicas ou aspectos de simples cidadania, como: · gestão financeira (doméstica) · gestão de carreira · gestão de tempo · ambiente · responsabilidade social · novas tecnologias · técnicas de apresentação · preparação de CV e entrevistas de emprego Formação para continuidade Considere a possibilidade de dar formação específica da empresa aos familiares dos colaboradores que pretendam dar continuidade à função desempenhada pelo mesmo. Nota: Sobretudo em casos que envolvam a área laboral, consulte o seu departamento jurídico ou o seu advogado para se assegurar de que as políticas e iniciativas adoptadas estão de acordo com a legislação ou são acompanhadas por um instrumento que assegure a sua legalidade. 29
  • 32.
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  • 35. Guia de Intervenção No capítulo anterior dedicámos a nossa atenção à importância do investi- mento, por parte das empresas, na educação dos colaboradores e dos seus familiares e delineámos algumas iniciativas que se podem desencadear neste sentido. No presente capítulo iremos abordar e procurar traçar um Guia de Intervenção dedicado às empresas e que facilite a sua abordagem à comunidade educativa. Os projectos a serem equacionados por parte da empresa no que diz res- peito à educação não necessitam de ser obrigatoriamente desenvolvidos directamente com o estabelecimento de ensino. Existem, em muitos casos, projectos desencadeados pelas Câmaras Municipais, por Organizações Não Governamentais e por outras entidades, que terão, por sua vez, repercus- são no estabelecimento de ensino. Por outro lado, se internamente se deverão observar uma série de requisitos, no que diz respeito à gestão das expectativas dos colabora- dores e à satisfação das suas necessidades ao nível da formação, quando a empresa procura transferir essa vontade para o exterior, o cuidado na aplicação dos projectos deverá ser igualmente tido em conta. Os estabelecimentos de ensino constituem um universo com especifi- cidades muito próprias e diferentes do mundo empresarial pelo que toda e qualquer abordagem a ser feita, deverá ser, obrigatoriamente, diferente e cuidada. Os projectos pensados pela empresa que tenham como objectivo a sua aplicação na área da Educação deverão ter uma base sólida de conheci- mento da realidade daquele estabelecimento de ensino, ou seja, a empresa deverá procurar munir-se de todo o tipo de informação sobre o mesmo por forma a melhor avaliar as necessidades desse estabelecimento e a viabi- lidade da aplicação do projecto. Desta forma, ao expor a iniciativa, esta reflectirá uma resposta a necessidades concretas e será melhor acolhida pela escola pois revela o interesse, o cuidado e a preocupação que a empresa demonstra perante esta. O desenvolvimento de projectos vocacionados para os estabelecimentos de ensino assume-se cada vez mais importante para a ligação que se pre- tende entre as realidades empresarial e académica. É também salutar para o desenvolvimento do próprio estabelecimento de ensino, não só ao nível da formação e da possibilidade de partilha de novos conteúdos mas tam- bém no que diz respeito à concretização de novos projectos e actividades. 33
  • 36. As empresas pela educação Na primeira parte deste Capítulo – Guia de Intervenção – enunciaremos algumas etapas que poderão ser úteis para encetar um projecto deste tipo. Desde o primeiro contacto com o estabelecimento de ensino e as entida- des oficiais, como a mobilização não só da comunidade educativa como também dos próprios colaboradores da empresa, passando pela mais-valia aportada para a escola e para a empresa pela introdução de um projecto deste tipo. Procuramos dar algumas sugestões que facilitem a actuação das empre- sas enquanto pólos dinamizadores de projectos educativos sustentáveis. Não são, de forma alguma, uma receita a seguir impreterivelmente, até porque tanto as escolas como as empresas têm realidades bastante diferen- tes umas das outras. O que se pretende é criar, no fundo, um conjunto de sugestões que as empresas possam aplicar ao seu contexto interno e que dêem origem a projectos educativos externos com impacte na sua comuni- dade directa ou indirecta. 1. Identificação do Estabelecimento de Ensino Existe interesse por parte da sua empresa em estabelecer uma parceria com um estabelecimento de ensino para a elaboração de um projecto que considera contribuir para a melhoria da Educação. Qual o primeiro passo a dar? Como identificar o estabelecimento de ensino? O primeiro passo será a formalização de um contacto prévio. Este contacto poderá ser dirigido aos Serviços Regionais de Educação, cons- tituídos pelas Direcções Regionais de Educação do Norte, do Centro, de Lisboa, do Alentejo e do Algarve. A escolha da Direcção Regional de Educação adequada será feita consoante a área que seja da sua preferência para implementar um projecto educativo ou segundo a localização da sua empresa. Por outro lado, poderá também contactar com o Ministério da Educação através dos seus Serviços Centrais. Outra opção é estabelecer uma colaboração com as unidades escolares próximas da sede e/ou das unidades descentralizadas da sua empresa e encetar um contacto directo com o Presidente do Conselho Directivo desse estabelecimento de ensino, apresentar-se e solicitar uma reunião na escola. Assim ficará a conhecer o espaço e terá a oportunidade de lhe apresentar o projecto educativo, averi- guando o seu possível interesse. Caso o primeiro contacto seja estabelecido directamente com a escola este deverá sempre passar pelo Presidente do Conselho Directivo pois dele depende, em última instância, a aprovação do projecto e a motivação dos restantes membros da comunidade educativa. Este irá funcionar como elo 34
  • 37. Apoio às escolas de ligação entre a empresa e a escola no sentido de acompanhar o desen- volvimento e a avaliação da parceria com a empresa. Nesta fase de aproximação, é conveniente que a atitude a tomar seja de respeito pela autonomia da escola. A empresa poderá, sobretudo, trazer mais valias para o desenvolvimento da Educação ou para os desafios que atravessa aquele estabelecimento. No entanto, não irá com certeza resol- ver per si todas as dificuldades do mesmo. A parceria será sobretudo um veículo facilitador para a construção de novos caminhos e para o encontro de soluções diferentes. Perguntar à escola de que forma a empresa poderá contribuir para o seu desenvolvimento é um bom princípio por forma a iniciar um diálogo em que se estabeleça um acordo de parte a parte rela- tivamente a que tipo de parceria irá ser estabelecida. Consultar o estabe- lecimento de ensino antes de tomar decisões é sem dúvida mais produtivo para ambas as partes. 2. Diagnóstico de Necessidades Antes de diagnosticar as necessidades sentidas pela escola, procure saber quais os projectos já existentes e os respectivos parceiros pois podem ser criadas boas sinergias com os mesmos. Após ter a noção daquilo que efectivamente já existe no estabelecimento de ensino, procure identificar as suas necessidades reais. Para este diagnóstico é importante estabelecer um diálogo que envolva os diferentes públicos da comunidade educativa. Assim, ficará mais sensibilizado para as suas necessidades e para as preo- cupações que cada um deles demonstra (ex.: convidar os pais dos alunos que até podem ser colaboradores da sua empresa e também os próprios funcionários do estabelecimento). O diálogo e a flexibilidade são factores determinantes nesta fase de arranque uma vez que se pretende que o projecto seja benéfico para todas as partes envolvidas. 3. Mobilização da comunidade educativa Convidar alunos, pais, professores e funcionários assume-se como funda- mental na prossecução do projecto. O envolvimento criado na partilha de decisões é essencial ao desenvolvimento do mesmo, pois faz com que as pessoas sintam o projecto como seu e procurem levá-lo a bom porto. Porém, envolver a comunidade educativa não se trata de um processo fácil nem rápido. A ideia é ir envolvendo cada pessoa de modo a torná-la uma “embai- xadora” desse projecto a qual se sentirá motivada para o disseminar por outras pessoas. O envolvimento, muitas vezes, pode ser complicado quando os projectos estão ainda no papel. À medida que forem aparecendo os resul- 35
  • 38. As empresas pela educação tados, estes acabam por funcionar como atractivo para a participação. Estimular a partilha de ideias, valorizando-as, ouvindo-as e tomando- -as em consideração no processo decisório é fundamental para que os “embaixadores” do projecto se sintam envolvidos e responsabilizados. A presença do responsável da empresa é fundamental em todas as reuniões pois demonstra o seu interesse e motivação. A apresentação e a divulgação interna e externa do projecto são de extrema importância. 4. Sensibilização dos colaboradores da escola e da empresa É necessário mobilizar a comunidade escolar e os colaboradores da sua empresa. O envolvimento dos seus colaboradores deve ser feito de maneira gradual e voluntária, jamais imposto. Antes mesmo de procurar a escola reúna os gestores de topo dos vários sectores da empresa e convide-os a participar no desafio. As chefias são importantes pela sua capacidade de liderança e influência nas equipas, mas os colaboradores de outros níveis também devem estar envolvidos desde o início. Procure divulgar a acção através dos veículos de comunicação da empresa (site, revistas, painéis, entre outros). É preciso deixar bem claro, para todos, o teor do compro- misso da empresa com determinada escola e com a Educação pública de um modo geral. Identifique formas criativas de facilitar a participação dos seus colaboradores no projecto. Convide-os a participar nas reuniões na escola (durante o horário de trabalho). Aos que se mostrem interessados em actuar na escola, facilite-lhes a possibilidade de dedicar algumas horas do seu tempo de trabalho. 5. Identificação dos recursos necessários Antes de começar a desenvolver as acções previstas no projecto de parceria com a escola é recomendável fazer um planeamento dos investimentos necessários para evitar que o projecto se inicie com grande fôlego e depois perca o ritmo devido à falta de injecção de recursos. Quando falamos de recursos não falamos só de financeiros, precisamos também de aportar os humanos e intelectuais disponíveis na empresa e no circuito dos seus clientes e fornecedores. Debata com todos os sectores da sua empresa como cada um pode colaborar. Quando o projecto estiver consolidado e preparado para receber as contribuições apresente-o aos seus clientes e fornecedores e convide-os a participar. Mesmo que não se envolvam na parceira que a sua empresa 36
  • 39. Apoio às escolas mantém com determinada escola, o seu convite pode ser uma fonte de inspiração para que eles se envolvam noutras acções do género. Quando se trata de recursos financeiros apresente à escola uma previ- são dos investimentos para que, em conjunto, decidam um plano de acti- vidades. Transforme a relação de parceria, numa relação de proximidade e confiança entre a empresa e a escola. Ambas estarão a apoiar-se e sabem que podem contar uma com a outra. 6. Procura de parceiros È provável que precise de identificar parceiros para desenvolver alguns projectos na escola, dependendo das necessidades e das prioridades da comunidade escolar e das responsabilidades que a sua empresa pretende assumir. Se a empresa e a escola resolvem desenvolver um programa de formação para o uso de novas tecnologias, por exemplo, terão de recorrer a entidades com experiência nesta área. A integração de outros parceiros é fundamental para a consolidação da escola como um espaço privilegiado do desenvolvimento comunitário. Faça uma lista de parceiros potenciais ou pessoas que poderiam contribuir, cada qual á sua maneira (associações de moradores, pequenos comercian- tes, rádio locais, entre outros). Quando chegar o momento adequado para envolver outros parceiros visitem juntos a escola para iniciar um diálogo. Se a escola conta já com a colaboração de outros grupos e entidades procure somar esforços com eles, desenvolvendo actividades e projectos conjuntos. Isso evitará a duplicação de acções e optimiza a contribuição da sua empresa. 7. Avaliação do projecto Quando a empresa e a escola decidem iniciar um trabalho conjunto na melhoria da Educação, devem também fixar mecanismos de avaliação do projecto. A avaliação permite identificar um conjunto de ideias con- clusivas e recomendações que sistematizam o processo de avaliação e que constituem um contributo relevante para alcançar uma maior eficiência e eficácia dos instrumentos e políticas a adoptar. Torna-se, assim, indispensável introduzir mecanismos de avaliação periódica para aferir nos diversos momentos do desenvolvimento do projecto se os objectivos estão a ser cumpridos, se as metas propostas estão a ser atingidas ou se sofreram desvios, apurando em simultâneo seos destinatários têm beneficiado do trabalho desenvolvido. Os mecanismos de avaliação deverão ficar definidos previamente com 37
  • 40. As empresas pela educação as estruturas representativas da comunidade escolar. Os critérios de ava- liação devem ser discutidos com bastante atenção e devem ter em conta os recursos disponíveis, os objectivos a alcançar e os prazos previstos. Nesta fase do processo, a motivação dos parceiros deve ser estimulada, uma vez que serão facilmente perceptíveis algumas das dificuldades que será necessário suplantar. As empresas deverão estar preparadas para que os resultados possam não ser imediatos, sendo essa já uma realidade para os educadores, que estão habituados a esperar uma geração para colher os frutos que plantaram. Para além da avaliação conjunta com a comunidade escolar, a empresa deve adoptar um sistema para avaliar a repercussão interna da parceria, dando conhecimento interno e externo dos resultados. 8. Divulgação interna e externa O projecto desenvolvido em conjunto com a empresa e a comunidade esco- lar deve ser divulgado de forma adequada e a diferentes níveis. Sugere-se a criação conjunta de mecanismos internos e externos de comunicação. Assim, dentro da escola e da empresa torna-se necessário dar a conhe- cer aos que não têm intervenção directa no projecto o que está a aconte- cer, mostrando que a empresa pode sempre ser um agente de mudança. Deve ser facilitado o acesso às informações operacionais referentes ao pro- jecto e ao seu desenvolvimento, bem como ao apoio directo da empresa, recorrendo aos suportes de comunicação interna disponíveis na mesma. Por seu turno a empresa pode fazer a divulgação a outras entidades – clientes, fornecedores, associações, entre outros –, procurando desta forma sensibilizar a comunidade para a causa da Educação e angariar novos “investidores” nesta área. O projecto poderá, ainda, ser divulgado junto dos agentes da comu- nidade local (paróquias, associações desportivas, bombeiros, órgãos do poder local) e através de órgãos de comunicação social (nacionais, regio- nais, locais, generalistas ou especializados), explicando a experiência e, simultaneamente, difundindo-a e procurando atrair novos parceiros e outras contribuições. Qualquer acção de comunicação, interna ou externa, deverá sempre ter em conta o direito à boa imagem e à privacidade individuais, designada- mente, no caso em que estejam envolvidas crianças, cuja divulgação de ima- gens carece de autorização dos progenitores ou dos representantes legais. 38
  • 41. Apoio às escolas 9. Compromisso social e reconhecimento Seguindo a experiência já encetada por diversos países, a Responsabi- lidade Social das Empresas é cada vez mais uma realidade em Portugal, ganhando um crescente número de defensores como um factor inovador de sucesso empresarial. Nesta perspectiva os projectos de apoio à comu- nidade devem estar em sintonia com o negócio e, consequentemente, constituir uma mais valia para os produtos e serviços. Uma acção de índole social não deverá ter o fim único de projectar a imagem da empresa, tendo em conta o relevante papel na área da interven- ção social que vem sendo desempenhado por parte do sector empresarial, na redefinição dos eixos do desenvolvimento sócio-económico. Estamos, pois, perante uma nova concepção de pacto social que requer a participa- ção conjunta do Estado, do tecido empresarial e da sociedade civil. Deste modo, integrar o projecto de parceria com o estabelecimento de ensino no modelo de gestão dos negócios da empresa pode ser um forte contributo para consolidar o compromisso com a Educação. Nesta lógica, as empresas poderão optar por alocar ao projecto uma percentagem sobre o produto da comercialização de bens ou serviços; ou reverter para o pro- jecto ou para uma determinada acção uma parte das receitas obtidas num determinado dia. Este tipo de iniciativa atrai a atenção do público em geral para a ques- tão da Educação. Ao adquirir um bem ou serviço as pessoas sabem que estão a contribuir e a solidarizar-se com um movimento que está a fazer algo pela melhoria do ensino. 39
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  • 45. Apresentamos, em seguida, exemplos de áreas em que a empresa poderá colaborar com as escolas e, em última instância, com o Estado, na tarefa de oferecer a todos uma Educação de qualidade. Os exemplos apresentados encontram-se materializados em acções reais que algumas empresas estão já a desenvolver em colaboração com a comunidade escolar. As boas práticas a seguir descritas pretendem apenas servir de fonte de inspiração para outras empresas. Acreditamos que a sua divulgação possa ter o efeito multiplicador desejável e necessário à melhoria da qualidade da Educação em Portugal. Acesso ao Ensino – Igualdade de Oportunidades No actual enquadramento normativo nacional, destacam-se as disposições constitucionais e as disposições constantes da Lei de Bases do Sistema Educativo, que enformam os princípios norteadores do nosso sistema de ensino, em que se procura garantir o direito à Educação. Embora as iniciativas relativas ao ensino estejam nas competências do Estado, as empresas podem, também, ter um contributo importante nesta matéria. São várias as iniciativas que já estão a ser levadas a efeito e que este Manual procura testemunhar. Assim, e na área da educação especial, visando a recuperação e inte- gração sócio educativa dos alunos com necessidades educativas específi- cas, devidas a deficiências motoras e cognitivas, e o desenvolvimento das capacidades físicas e intelectuais e a redução das limitações, são alguns dos exemplos concretos de interacção da empresa com os estabelecimen- tos de ensino. Apresentamos alguns projectos que são já uma realidade. O QUE ESTÁ A SER FEITO FUNDAÇÃO PT Apoio ao Ensino Especial Projecto Teleaula A PT criou e desenvolveu um projecto, o TeleAula, que consiste na criação de soluções educacionais e recreativas por forma a promover, através da uti- lização das Tecnologias de Informação e Comunicação, a integração escolar de alunos que não frequentam as aulas, ou fazem-no muito raramente, uma 43
  • 46. As empresas pela educação vez que estão hospitalizados ou não têm possibilidade de se deslocar aos estabelecimentos escolares. O facto de poderem passar a ter acesso à apren- dizagem através da videotelefonia veio revolucionar-lhes a vida. Numa fase inicial, procurou-se sensibilizar o Estado e a administração pública para a necessidade de financiarem a aquisição de equipamentos. Embora os resultados não tenham sido imediatos, têm presentemente dado provas de que as instituições estão cada vez mais sensibilizadas para os benefícios das novas tecnologias na integração das pessoas com necessi- dades especiais. Em 17 de Setembro de 1998, foi, então, celebrado, entre o Ministério da Educação, o Hospital de D. Estefânea e a Portugal Telecom, um Protocolo com a designação de “Teleaula Presente”, e que visava a integração escolar e social de uma criança que contava, na altura, 5 anos, e era portador de uma deficiência óssea grave que o obrigava a longos períodos de imobilização. Este Projecto propôs-se possibilitar a formação escolar à distância em tempo real, ao nível do segundo ano de escolaridade, bem como a inserção social. No âmbito do Projecto, o Ministério comprometia-se a disponibilizar os meios técnicos e humanos necessários e a fazer o acompanhamento esco- lar e à integração social do aluno, utilizando as potencialidades das novas tecnologias disponíveis. Por seu turno o Hospital D. Estefânea obrigava-se a disponibilizar recursos técnicos e a criar as condições necessárias no apoio ao aluno e possibilitar a sua participação, em tempo real, nas actividades que à distância estão a decorrer na sala de aula e a permitir a instalação de três acessos básicos RDIS (um no quarto do Hospital e outro na Escola). Por sua vez, a Portugal Telecom comprometeu-se a instalar gratuita- mente três acessos básicos RDIS (no quarto do Hospital D. Estefânea e nas Escolas) sem cobrar as assinaturas mensais dos acessos básicos durante a vigência do protocolo e não efectuar a cobrar os custos de tráfego de telecomunicações, até a um determinado montante, feito a partir dos referidos,acessos básicos Deste modo, a capacidade das Tecnologias de Informação e Comunicação podem constituir um recurso importante aos alunos que, portadores de deficiência ou doença severa, se vêem impossibilitados de se deslocar à escola, ficando desta forma impedidos de realizar a escolari- dade a que têm direito. Actualmente o TeleAula, que também tem sido alvo de uma perma- nente evolução tecnológica, e apresenta uma configuração diferenciada 44
  • 47. Áreas de actuação para cada um dos ambientes de utilização: em casa do aluno / na sala de aula. Já está instalado em várias Escolas do país e é utilizado por várias crianças que tiram partido dos seus serviços para assistir(e intervir) remo- tamente às aulas em ambiente de turma virtual. FUNDAÇÃO VODAFONE PORTUGAL Manuais Escolares Daisy A Fundação Vodafone Portugal, a Porto Editora e o Ministério da Educação assinaram um protocolo para a produção de manuais escolares digitais para alunos cegos ou com baixa visão, através de uma inovadora solução que permite sincronizar som, texto, imagens e gráficos. Esta solução alia a voz gravada de locutores humanos a texto e imagens digitalizados, tornando mais efectivo o acesso por alunos cegos ou de baixa visão ao currículo escolar. O sistema utiliza o formato multimédia Daisy, através do programa de leitura de livros falados EaseReader. O formato Daisy é um standard utilizado para a produção de Digital Talking Books, sendo utilizado em praticamente todo o mundo. Este formato permite: · A procura imediata por capítulos ou outros, com facilidades aumenta- das de localização rápida dos pontos de acesso à escolha. · A mudança do processo de produção de livros falados para a produção em formato digital, não altera a metodologia estrutural do método de trabalho, o que é uma vantagem, necessitando-se apenas de formação especifica e adaptação dos técnicos de registo áudio ao novo sistema. · O formato digital permite desenvolver menus de exploração falados com a consequente facilidade para os destinatários, sendo possível criar marcas auditivas referenciadas e/ou indexadas por menus de exploração. · Um arquivo digital elimina todas as desvantagens do actual sistema de arquivo analógico de cassetes áudio, tanto a nível do espaço ocu- pado, da ergonomia e operacionalidade do armazenamento, como da conservação, assim como da durabilidade e preservação do acervo dos audiogramas. Inclui, ainda, a tradução completa para português de todo o software, designadamente o programa de instalação, ficheiros de prompt, entre outros. O Ministério da Educação selecciona os manuais a produzir, mediante os pedidos dos alunos, cedendo gratuitamente a Porto Editora os tex- 45
  • 48. VODAFONE As empresas pela educação Projecto Manuais Escolares Daisy IBM EX.I.T.E. Camp 46
  • 49. Áreas de actuação tos correspondentes em formato digital. A Fundação Vodafone Portugal financia totalmente o trabalho de produção dos manuais, investindo neste projecto 100 mil euros. Esta parceria permitirá produzir 30 matrizes de manuais que serão doa- dos aos alunos, cegos ou com baixa visão que os solicitarem, de estabele- cimentos de ensino reconhecidos pelo Ministério da Educação. IBM EX.I.T.E. Camp Em 1999 a IBM lançou a nível mundial o programa EX.I.T.E. (Exploring Interests in Technology and Engineering). Esta iniciativa tem como objec- tivo estimular raparigas com idades compreendidas entre os 11 e os 13 anos a tomarem lugar entre os cientistas, matemáticos e engenheiros de amanhã. Um estudo recente da Society of Women Engineers sublinha que muitas raparigas demonstram uma perda de interesse face às matemáticas e ciências logo no ensino básico. O estudo aponta que 75% dessas jovens, com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos, não planeiam seguir carreiras em matemática, ciência ou engenharia. É neste ponto que entra a IBM com o seu programa corporativo EX.I.T.E., uma vez que pode desem- penhar um papel activo na construção de uma sociedade mais equitativa e desenvolvida a nível global, promovendo a partilha de experiências e de conhecimento. Nos últimos seis anos, perto de 85% das mais de 5000 jovens que par- ticiparam no EX.I.T.E. indicaram que considerariam a hipótese de seguir uma formação académica superior em áreas técnicas ou relacionadas com a engenharia. Em 2006, participaram no EX.I.T.E. a nível mundial cerca de 2000 voluntários IBM, desenvolvendo, coordenando e supervisionando acti- vidades como fazer um site na Internet, construir e programar um robot, brincar com a matemática e a geometria, e trabalhar com hardware e software. Foram mais de 1.700 raparigas as “cientistas” de uma variedade de projectos ligados à ciência e à engenharia nos 51 EX.I.T.E. Camps que decorreram durante o mês de Julho um pouco por todo o mundo. Lisboa recebeu em 2006 a sua segunda edição do EX.I.T.E. e ao longo de uma semana, cerca de 70 voluntários da IBM acompanham 30 jovens raparigas estudantes entre os 11 e os 13 anos, alunas de várias escolas da cidade e filhas de funcionários da empresa, na execução de vários pro- jectos inovadores e divertidos ligados à ciência, matemática, tecnologia 47
  • 50. As empresas pela educação e engenharia, de forma a despertar-lhes o interesse e motivá-las a seguir carreiras em áreas mais técnicas. Em suma, o EX.I.T.E. pretende elevar o interesse das jovens pela des- coberta do conhecimento mas sempre numa óptica de qualidade. O desejo desta iniciativa não é definir a opção vocacional das jovens mas sim dar- lhes as ferramentas e a visão para encararem todas as profissões sem lhes atribuir um estereótipo. De uma forma educativa e divertida, procurámos dizer-lhes que “Podem ter a profissão que quiserem desde que gostem do que façam e sejam bons a fazê-lo.” O programa EX.I.T.E. não se esgota nas semanas dos campos, já que ao longo do ano lectivo seguinte, todas as participantes são acompanhadas por mulheres profissionais da IBM, num projecto de mentorização que visa uma maior aproximação entre a escola e a empresa, ou seja, desde bem cedo um melhor enquadramento no futuro. FUNDAÇÃO PT Rede Nacional de Apoio à Educação – Projecto Estrela Este é um projecto liderado pela Fundação Portugal Telecom e desen- volvido em parceria com a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral, protocolado em Maio de 2005, que levou à criação de centros de recursos em 14 núcleos da Associação, distribuídos geograficamente no território nacional. A Fundação Portugal Telecom instalou produtos e serviços desenvol- vidos na área das telecomunicações, designados Soluções Especiais PT, destinados a pessoas com paralisia cerebral e situações neurológicas afins, tendo, também, disponibilizado, ao abrigo do programa Aladim, acessos ADSL. Estes centros de recursos estão abertos à comunidade. As Soluções Especiais PT, desenvolvidas e subsidiadas pela Fundação Portugal Telecom, constituem uma linha de equipamentos e serviços vocacionada para o combate à info-exclusão de pessoas com deficiência, com doenças severas e idosas em risco, colocando ao seu dispor todas as potencialidades das tecnologias da informação. Todas estas Soluções foram desenvolvidas tendo como ponto de partida as especificidades ine- rentes às diferentes áreas de deficiência dos cidadãos com necessidades, abrangendo também a situação de idosos em situação de risco. 48
  • 51. Áreas de actuação Prémios e Protocolos Outra abordagem que as empresas poderão fazer num projecto de coopera- ção com os estabelecimentos de ensino é a criação de prémios para alunos ou professores que se tenham distinguido num determinado grau de ensino e em determinado período lectivo, quer globalmente, quer nalgu- mas áreas ou disciplinas. O prémio, que poderá traduzir-se num montante pecuniário fixo, no pagamento de propinas, numa viagem de estudo, por exemplo, poderá ter até associado o nome da própria empresa ou de uma personalidade interna ou externa à empresa. Os prémios deverão ter subjacente um regulamento que discipline as regras da sua atribuição. O QUE ESTÁ A SER FEITO BANCO ESPÍRITO SANTO Prémio Pitágoras O Banco Espírito Santo, a Sociedade Portuguesa de Matemática e o Jornal Público, atribuem anualmente o Prémio Pitágoras, destinado a galardoar professores de Matemática. Esta iniciativa visa reconhecer publicamente docentes de Matemática dos ensinos básico e secundário que se distingam pela qualidade excep- cional da sua prática lectiva e, assim, contribuir para estimular uma melhoria no ensino da Matemática. São candidatos potenciais ao prémio todos os professores das discipli- nas de Matemática dos ensinos básico e secundário público ou privado, independentemente do seu regime contratual de trabalho. A nomeação dos candidatos pode ser feita pelos Conselhos Executivos, grupos de professores, grupos de alunos ou ex-alunos das escolas, Associações de Pais e grupos de Pais ou Encarregados de Educação. O Prémio Pitágoras consistirá no pagamento de um curso de formação/ especialização à escolha do vencedor, até ao máximo de 5.000 e um prémio monetário de igual valor. Prémio Ciência na Escola Em 2004, o BES juntou-se a uma iniciativa da Fundação Ilídio Pinho, o prémio “Ciência na Escola”, que se destina a promover a cultura científica e tecnológica junto dos alunos do ensino básico. 49
  • 52. As empresas pela educação BP PORTUGAL Prémio Público/Gradiva A BP Portugal apoia e patrocina o prémio Publico/Gradiva. Os prémios Bento de Jesus Caraça e Mário Silva foram criados pelo PÚBLICO e pela Gradiva, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Matemática e da Sociedade Portuguesa de Física e com o patrocínio da BP Portugal. O Prémio Bento de Jesus Caraça é atribuído ao aluno do ensino secun- dário que apresente o melhor trabalho sobre Matemática e que tenha obtido no 11º ano classificação final ou superior a 18 valores na disciplina de Matemática ou ter sido finalista nacional da das XXIII Olimpíadas Portuguesas de Matemática. As regras para a candidatura ao Prémio Mário Silva são idênticas. Um aluno candidato deve ter obtido pelo menos 18 valores na disciplina de Ciências Físico-Químicas, no 11º ano, ou ter sido finalista nacional nas Olimpíadas de Física de 2005. Os professores de Física e de Matemática dos alunos premiados, as res- pectivas escolas e os alunos com menções honrosas recebem cheques-livro da Gradiva a as escolas secundárias de onde são provenientes os premiados receberão ainda material didáctico oferecido pela BP. IBM Prémio Científico IBM O Prémio Científico IBM, criado em 1990, tem como objectivo promover a investigação científica em Portugal no domínio das ciências computa- cionais e estimular os jovens investigadores portugueses a divulgar os seus trabalhos. Este é um prémio de excelência e de prestígio, atribuído por um júri constituído por cientistas portugueses reconhecidos a nível internacional e líderes das principais áreas do conhecimento a que o Prémio Científico IBM está associado, bem como por um representante da Companhia IBM Portuguesa. Qualquer cidadão português, ou residente em Portugal comprovada- mente há pelo menos 3 anos, com menos de 36 anos de idade em 31 de Dezembro do ano a que o Prémio se refere, pode concorrer a este Prémio, no valor de 15.000 euros. Com a atribuição deste prémio, a IBM pretende fomentar o relaciona- mento entre as comunidades empresarial, académica e da investigação científica. 50
  • 53. BES As empresas pela educação Prémio Ciência na Escola IBM Protocolo com a Escola Secundária D. Dinis 51
  • 54. As empresas pela educação Protocolo com a Escola Secundária D. Dinis Esta parceria surgiu a partir da criação de uma sala de computadores na Escola Secundária D. Dinis, mediante a doação de equipamentos, quer numa perspectiva institucional, quer numa perspectiva de doação indivi- dual por parte de alguns empregados. Nesta Escola Secundária não só têm vindo a ser leccionadas disciplinas teóricas no âmbito das TIC, como também foi criado um workshop para ensino das Tecnologias numa perspectiva prática e profissionalizante. Os equipamentos atrás referidos, funcionando como material de apoio, estão na base do Curso Tecnológico de Informática – Redes e Multimédia, desenvolvido por uma escola impulsionadora de uma iniciativa sem prece- dentes na área dos cursos tecnológicos. O objectivo é permitir, sem custos, o acesso à tecnologia IBM dis- ponibilizada no âmbito desta iniciativa, tentando eliminar as barreiras económicas que de alguma forma impedem que as instituições educativas usufruam da mais avançada tecnologia de informação, quer para formação quer para pesquisa. Numa fase mais recente, a colaboração na perspectiva da docência – participação em workshops, aulas – foi alargada às áreas de vendas, marketing, gestão e comunicação. Esta colaboração foi reforçada em Outubro de 2003, com a assinatura de um acordo entre a IBM e a Escola Secundária de D. Dinis, na presença do Ministro da Educação e da Escola Superior de Educação de Lisboa, alar- gando a parceria já existente entre IBM e Escola à área do e-Mentoring. Da implementação do programa tem resultado uma melhoria das práti- cas pedagógicas através da utilização do computador portátil que, pela sua facilidade de deslocação, permitiu o aumento da dinâmica das aulas, bem como a sua utilização por parte de professores deslocados na execução de trabalhos escolares. É também importante referir que os alunos do ensino recorrente raramente terminam os seus estudos no período de tempo previsto, o que não aconteceu neste caso específico. Com base nesta experiência, o Curso Tecnológico de Informática – Redes e Multimédia passou a estar em vigor também para alunos diurnos. Em suma, os resultados desta parceria têm sido visíveis a diversos níveis, nomeadamente ao nível da prática profissional, já que alguns dos alunos fizeram estágios no Centro de Reparação de IBM. 52
  • 55. Áreas de actuação MIRANDA Aprender, Aprender Sempre O sucesso de qualquer projecto está intrinsecamente associado à quali- dade profissional e humana dos que nele intervêm. Por isso, a sociedade de advogados Miranda Correia Amendoeira & Associados (MIRANDA) implementou um criterioso processo de selecção dos seus colaboradores, que visa a identificação e contratação dos melhores profissionais do direito disponíveis no mercado. Todavia, a MIRANDA não se limita a procurar e a escolher os melhores – forma-os nos valores da excelência, integridade e inovação. A MIRANDA tem como preocupação básica não só proporcionar aos actuais colaboradores programas de formação contínua, mas também con- tribuir para a inserção na vida profissional dos futuros jovens advogados. Para o efeito, a MIRANDA tem vindo a estabelecer laços estreitos com o meio académico, nomeadamente, com a Universidade Católica Portuguesa (UCP), a Frank C. Carlucci American International School of Lisbon (CAISL), a Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, Moçambique, e a Universidade Agostinho Neto, em Angola. Neste âmbito, merecem des- taque os Protocolos de Colaboração celebrados com a UCP e a CAISL. Nos termos dos referidos Protocolos, a MIRANDA colabora, nomeadamente, nas seguintes iniciativas: Estágios de Verão A MIRANDA tem vindo a realizar, anualmente, estágios de Verão para um número máximo de dois alunos de nacionalidade portuguesa e quatro alunos naturais de países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP). Prémio de Excelência A MIRANDA tem patrocinado a atribuição de um prémio de excelência des- tinado a premiar o aluno natural de um dos PALOP que esteja a concluir o 5º ano com melhor média de curso. O prémio do ano lectivo 2005/2006 foi atribuído a um aluno de Cabo Verde, que mereceu o destaque da imprensa nacional e estrangeira. Bolsa Anual para o Curso de Pós-Graduação de Direito Comercial na UCP A MIRANDA patrocinará até 2009 uma Bolsa anual para o Curso de Pós- -Graduação de Direito Comercial na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa. 53
  • 56. As empresas pela educação Bolsa de Estudo na CAISL No decurso deste ano, a MIRANDA acordou com a CAISL atribuir uma bolsa de estudo, que terá a duração de seis anos, para a frequência do Middle School e High School na CAISL por parte de um aluno originário de Angola. BP PORTUGAL Protocolo com AIESEC Portugal A BP Portugal, no âmbito da sua política de relacionamento com as Universidades, assinou um protocolo de parceria com a AIESEC Portugal. Esta Associação de Internacional Estudantes é a maior organização mun- dial gerida por estudantes, com uma rede de 18 mil elementos baseados em mais de 1800 universidades de 89 países e cerca de 3500 intercâmbios anuais. Em Portugal possui 11 escritórios geridos por mais de 200 estu- dantes de várias Faculdades de Economia, Gestão e outras, e promove mais de 100 intercâmbios todos os anos. Esta parceria confere à BP Portugal o estatuto de “National Sponsor” da AIESEC Portugal, o que lhe permite o acesso a uma rede internacional de jovens talentos, promoção junto de um mercado universitário privilegiado e recepção de estagiários nas áreas de Gestão e Marketing, solidificando a posição da companhia como “emprega- dor de excelência”. O acordo representa igualmente um esforço conjunto no desenvolvimento de uma responsabilidade social corporativa. Disseminação da Sociedade de Informação A Sociedade de Informação é uma sociedade onde a componente da infor- mação e do conhecimento desempenha um papel fundamental na activi- dade dos cidadãos, como consequência do desenvolvimento da tecnologia digital e da Internet. O desenvolvimento da Sociedade de Informação terá necessariamente a participação do Estado, das empresas e dos cidadãos, contribuindo, deci- sivamente para vencer os grandes desafios que Portugal enfrenta. O governo português tem protagonizado uma política relativa à Sociedade da Informação e do Conhecimento, corporizada na UMIC – Agência para Sociedade do Conhecimento, criando um conjunto de objectivos ambiciosos. Estes objectivos constam do Programa Ligar Portugal, integrado no Plano Tecnológico e visam mobilizar a sociedade civil portuguesa para os desafios estratégicos da Sociedade da Informação e do Conhecimento. 54
  • 57. Áreas de actuação A Sociedade da Informação assenta num modo de desenvolvimento social e económico onde a informação, como meio de criação de conhe- cimento, desempenha um papel fundamental na produção de riqueza, bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos. Condição para a Sociedade da Informação avançar é a possibilidade de todos poderem aceder às Tecnologias de Informação e Comunicação, presentes no nosso quotidiano e que constituem instrumentos indispensáveis às comunicações pessoais, de trabalho e de lazer. Torna-se, então, necessário que as empresas promovam os incentivos para a construção da Sociedade da Informação no nosso país através do apoio a projectos e iniciativas que aproximem os cidadãos destas tecno- logias permitindo-lhes, através da sua utilização, uma melhor qualidade de vida. O QUE ESTÁ A SER FEITO IBM KidSmart O KidSmart é um programa que visa o desenvolvimento das crianças em idade pré-escolar através da utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação. Foi concebido para colmatar a “divisão digital” — isto é, evitar que cidadãos sem acesso às TIC e às relevantes competências a elas associadas possam ser excluídos dos benefícios da Sociedade do Conhecimento. Para alcançar o objectivo de inclusão via Educação, a IBM desenhou uma estratégia de actuação aplicada à faixa etária dos 3 aos 6 anos, a primeira de toda a cadeia educativa. Este programa visa o aumento do sucesso escolar ao longo de todo o ciclo de aprendizagem académica, enriquecendo o ensino pelo uso adequado das novas Tecnologias e colabo- rando no desenvolvimento de políticas para a educação pré-escolar. O programa visa assim permitir a utilização e integração de novas tecnologias em estabelecimentos de ensino pré-escolar, da rede pública e solidária, que sirvam populações socialmente desfavorecidas, contri- buindo para a melhoria da qualidade do ensino e de aprendizagem desde a primeira fase do processo educativo. O KidSmart, desenvolvido pela IBM em parceria com outras empresas, é constituído por um módulo colorido fabricado pela Little Tikes, e com- plementado por uma solução composta por um computador IBM e software educativo desenvolvido pela Edmark. Graças a este software instalado nas 55
  • 58. As empresas pela educação estações de trabalho, as crianças podem aprender matemática, ciências, terem as primeiras noções de meio físico ou de escrita, ou mesmo criar os seus próprios contos animados, num processo acompanhado por educado- res que receberam formação específica para o efeito. Em Portugal, o programa está implementado em quatro fases distintas: A primeira fase surgiu de uma parceria entre a IBM e a Universidade de Évora e a Associação dos Profissionais de Educação do Norte Alentejo. Nesta fase, foram implementadas 30 unidades KidSmart em 24 jardins-de- -infância nos distritos de Évora e Portalegre, abrangendo 38 educadores de infância e 509 crianças. As restantes fases, desenvolvidas em parceria com o Ministério da Educação, foram alargadas a toda a extensão de Portugal Continental, através das Direcções Regionais do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, e Algarve. O total de estações KidSmart actualmente existentes em Portugal ascende a 192, chegando a mais de 4.000 crianças cerca de 200 educadores de infância. De referir que a 1a fase do programa foi alvo de uma avaliação ECERS- -ICT, escala desenvolvida pela equipa do projecto DATEC como complemento a uma das escalas de avaliação da qualidade dos contextos de educação pré-escolar mais utilizadas a nível mundial – Early Childhood Environment Ratting Scale (ECERS-R). Os dados referentes aos resultados da avaliação apontam para mudan- ças significativas dos contextos do programa KidSmart, quer ao nível da utilização das TIC nas experiências de aprendizagens das crianças, quer na forma como os adultos (educadores e pais) concebem o papel das TIC na vida das crianças de idade pré-escolar. FUNDAÇÃO PT A Internet chega até si No sentido de promover a Sociedade de Informação, a Fundação PT lançou o projecto “A Internet chega até si”. O objectivo deste projecto é a divulgação e o estímulo à utilização das tecnologias de comunicação e da Internet através da deslocação por todo o país de um autocarro, equipado com computadores, que funcionará como sala de aula para quem quiser familiarizar-se com o uso dos computadores e da net, sem qualquer limitação de idade ou de conhecimentos básicos. O autocarro dispõe de 12 PC que serão utilizados em sessões diárias, durante as quais dois monitores habilitados vão procurar tornar acessível 56
  • 59. Áreas de actuação a utilização dos computadores e a navegação na net às pessoas que qui- serem frequentar estas sessões e a quem serão atribuídos certificados de frequência e criadas caixas de correio electrónico. Este projecto é dirigido, não só à população escolar, como também às populações adultas que, por razões diversas, têm dificuldade em lidar com as novas tecnologias e a quem é dada uma oportunidade de ter o seu “baptismo” de iniciação às tecnologias de informação e comunicação. Com esta iniciativa, divulgar em todo o país, particularmente nas regiões menos favorecidas onde dificilmente chegam, os modernos meios e tecnologias de comunicação e com este primeiro contacto estimular a utilização regular de aplicações de interesse público como o portal do cida- dão, os portais autárquicos, procura de emprego e outros. Foram percorridos os concelhos de Évora, Beja, Aljezur, Monchique, Sertã, Castelo Branco, Fundão, Óbidos, Marinha Grande, algumas Estâncias Termais, Tabuaço, Moimenta da Beira, Mira Sintra e Alijó, abran- gendo cerca de 4 mil pessoas. Laboratório de Excelência em Mobilidade A Fundação Portugal Telecom é um dos parceiros tecnológicos escolhidos pelo Instituto Superior Técnico (IST) para a constituição do Laboratório de Excelência em Mobilidade (LEMe), a para da SUN Microsystems Portugal, da Siemens, da Ericsson e da Sociedade Taguspark. A missão do LEMe consiste em promover o desenvolvimento de recur- sos humanos qualificados ao nível da licenciatura, mestrado e doutora- mento e a investigação e desenvolvimento em consórcio no domínio da Computação Móvel e Ubíqua, bem como nos serviços inovadores para cidadãos nas suas actividades do dia-a-dia, trabalho e lazer, baseados em novas redes e equipamentos terminais. O LEMe constituirá um centro de projectos inovadores no ensino e na Investigação e Desenvolvimento, propostos por associados, enquadrando estudantes de licenciatura e de pós-graduação e professores do IST, em colaboração com investigadores e profissionais da indústria. Os vários parceiros no projecto contribuem com recursos diferentes: o IST com os recursos humanos e infra-estruturas básicas, os parceiros industriais e o Estado Português com o financiamento dos projectos de investigação e bolsas de estudo e a Sociedade Taguspark como promotor da criação de núcleos de base tecnológica. Para além dos parceiros já confirmados, o LEMe está aberto à participa- ção de outras entidades, nacionais ou internacionais. 57
  • 60. IBM As empresas pela educação KidSmart FUNDAÇÃO PT PT Escolas 58
  • 61. Áreas de actuação Os promotores do LEMe, pretendem, com esta iniciativa, reafirmar a sua aposta na colaboração concertada e pro-activa entre a Universidade e a Indústria, no apoio ao desenvolvimento nacional e à internacionaliza- ção das empresas nacionais. PT Escolas O PT Escolas é um projecto destinado à comunidade escolar, especialmente dedicado a jovens estudantes entre os 12 e 18 anos, e que pretende con- tribuir para a educação das tecnologias de informação, nomeadamente na utilização da Internet como ferramenta de aprendizagem e conhecimento. Os estudos de mercado efectuados demonstram que os jovens nesta faixa etária desconhecem as potencialidades de utilização da Internet e lhe atribuem um carácter meramente lúdico. Os objectivos primordiais deste projecto consistem em promover uma boa e correcta utilização da Internet, reforçar o desenvolvimento de com- petências de pesquisa de informação, estimular e ensinar a criar conte- údos de qualidade na Internet, evidenciar as capacidades multimédia da banda larga, incentivar a produção de conteúdos em português e mobilizar toda a comunidade educativa para a integração digital. O público-alvo deste projecto é a comunidade escolar, de uma forma abrangente: professores, alunos e pais de alunos. O PT Escolas foi preparado em parceria com o Ministério da Educação e envolveu especialistas das áreas da educação, pedagogia e informática. Tecnologias de Informação (TIs) A forte aposta que o Governo pretende fazer na área da Educação permi- tirá preparar os cidadãos para a utilização de ferramentas tecnológicas avançadas, o que se traduzirá num aumento de competências dos colabo- radores a recrutar pelas empresas. Desta forma, as organizações adquirem maior competitividade para abordar o mercado através dos conhecimentos que os seus recursos detêm. Se tivermos ainda em linha de conta o Plano Tecnológico elaborado pelo Governo e as suas propostas, podemos concluir que a tecnologia irá funcionar como um incremento do conhecimento, da educação e da inovação, eixos fundamentais deste projecto. E é neste campo que as empresas podem colaborar com as escolas, na criação e/ou melhoria das infra-estruturas tecnológicas existentes. 59
  • 62. As empresas pela educação O QUE ESTÁ A SER FEITO FUNDAÇÃO PT Um Computador uma oportunidade Um dos objectivos estatutários da Fundação consiste em promover e apoiar o uso social dos meios e tecnologias de comunicação e informação, directamente ou em parceria com outras entidades, tendo em vista a pro- moção da formação tecnológica e cultural e do combate à info-exclusão. Em muitos locais do país o acesso à Sociedade da Informação está prejudicado desde logo pela falta de meios em equipamentos o que limita os projectos das escolas e diversas instituições. Ora muito material informático das empresas do Grupo PT deixa de ser utilizado apesar de se encontrar ainda em perfeito estado de funciona- mento, mas pode ser muito útil aos projectos desenvolvidos por institui- ções de solidariedade social, escolas e outras instituições públicas, com fracos recursos financeiros. Procurando ajustar as disponibilidades às necessidades surgiu o projecto “Um computador uma oportunidade” em que a Fundação pro- move o aproveitamento, pelas instituições necessitadas, do equipamento informático que, embora válido e actual, já não é utilizado nas empresas do Grupo, tendo como parceiro no projecto a DHL que assegura a mobili- zação da sua capacidade disponível para o transporte do material para os destinatários. Ao abrigo deste projecto foram já distribuídos mais de 400 computado- res por escolas, instituições de solidariedade social, autarquias e outros. McDONALD’S NetPausa O acesso gratuito às novas tecnologias é o principal objectivo de um projecto pioneiro nos 118 restaurantes McDonald’s espalhados pelo País: NetPausa. Empregando cerca de 6000 jovens, com média etária entre os 23 e 33 anos de idade, tornou-se um elemento distintivo fundamental a disponibi- lidade de acesso gratuito à Internet (quer como complemento de estudos como para fins lúdicos), e-mail pessoal (com acesso em casa), site com conteúdos exclusivos – tudo isto num PC instalado em parceria com a Portugal Telecom – na sala de pausa de todos os restaurantes em Portugal. 60