Este documento resume o capítulo "A Estação do Outono" do livro. Nele, o Gato se apaixona pela Andorinha mas eles não podem ficar juntos por serem de espécies diferentes. O Gato escreve um soneto para ela que é criticado negativamente pelo Sapo Cururu. No fim do outono, a Andorinha revela que vai se casar com o Rouxinol e parte, deixando o Gato arrasado.
2. “No outro dia, o outono chegou…”
• Os habitantes do parque estranharam a mudança no
Gato, que agora se tornara num “ser brando e amável”,
sendo “o primeiro a cumprimentar” os outros.
• Todos acreditaram na sua reabilitação, perdendo o
medo que tinham dele.
• Com um percurso pessoal entre a violência e o amor, o
gato Malhado é a imagem dos próprios desequilíbrios da
natureza humana, que oscilam entre o BEM e o MAL,
tornando-se uma figura romântica por excelência.
3. • O AMOR é o causador da transformação no Gato, o que
acaba por resultar num lirismo capaz de o inspirar para
escrever poesia. SONETO :
Composição poética com uma estrutura lógica e fixa, com
uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.
Características do soneto:
- 14 versos agrupados em 4 estrofes (2 quadras + 2
tercetos);
- Versos geralmente decassilábicos;
- Quadras com o esquema rimático ABBA ABBA;
- Tercetos com o esquema rimático CDC DCD;
- A última estrofe constitui a “chave de ouro”, isto é, a
conclusão da ideia desenvolvida.
4. “A poesia não está somente nos versos, ela está no
coração, e é tamanha, a ponto de não caber nas palavras.”
• No entanto, o Gato escreve as palavras que o amor lhe
inspira, não seguindo regras.
• O Sapo Cururu, autoridade na matéria, classifica o
soneto do Gato como “péssima poesia lírica”.
O Sapo Cururu, elitista e snob, é um académico mas não
percebe nada do amor crítica aos CRÍTICOS
LITERÁRIOS
5.
6. • O poema surge inserido num parêntesis poético, facto
que o narrador explica pela impossibilidade de o misturar
no corpo da história.
• Intitulado «Soneto do Amor Impossível – Para a minha
adorada Andorinha Sinhá», o soneto relata a
impossibilidade de viver este amor contrariado e,
consequentemente, revela os sentimentos de tristeza e
de impotência perante a evidência da natureza que
separa as duas personagens.
• O narrador anuncia um outro parêntesis, desta vez,
crítico, cujo objetivo é fazer a leitura crítica do soneto de
amor.
7.
8. • O Sapo Cururu escreve um parecer crítico suportado
pelos seus conhecimentos de teoria e crítica literárias e
chega à conclusão de que o Gato é um plagiário da pior
espécie, visto que plagiou versos da “população indigna”.
• Nomeia alguns grandes sonetistas, concebendo a
hipótese de o gato os plagiar e nunca a “ralé”.
• Personifica um crítico literário bastante snob, o que revela
uma certa ironia subjacente a esta presença no texto que,
com subtileza, retrata alguns críticos da atualidade.
• Assina como “Sapo Cururu, doutor”,
mostrando a sua importância.
10. • Este capítulo marca o regresso à história, no momento em
que o Gato tem uma conversa séria com a Coruja, única
criatura do parque que o estimava.
• A velha Coruja conhece bem a alma apaixonada mas
também a sociedade, por isso não dá esperanças ao
Gato.
• Aparece, no diálogo, como a voz da razão, fazendo notar
que a tradição e a lei são imutáveis e, para as transformar,
seria preciso uma “revoluçãozinha”. Ora, ela sabe que as
mudanças não acontecem de um dia para o outro…
“… volvamos à nossa história…”
11. • No primeiro dia de outono, quando se encontraram, Sinhá
e Malhado não conseguiram esconder a tristeza que lhes
invadia a alma.
• Foi em silêncio que percorreram os lugares
por onde tinham andado na primavera e no verão, até que
o Gato ofereceu o soneto à sua amada.
• Ela partiu, de lágrimas nos olhos, e no dia seguinte não
apareceu.
“O outono trazia consigo uma cauda de nuvens e
com elas pintou o céu de cores cinzentas.”
12. • O Gato, transtornado, lembrando-se das murmurações
do parque, voltou a ser violento e a meter medo a todos.
Ninguém tinha coragem de se aproximar dele.
O Pombo-Correio atirou-lhe de longe uma
carta da Andorinha.
• Esta carta não podia ser mais explícita: recordava que
uma andorinha nunca poderia casar com um gato, mas
também reiterava a felicidade que havia sentido no
tempo em que vagabundeava pelo parque com o seu
amado.
“No dia seguinte – ai, foi o dia mais longo do
outono – ela não apareceu.”
13. • Embora tivesse jurado nunca mais o ver, o outono
assistiu a novos passeios pelo parque, embora pouco
conversassem e a alegria antiga tivesse desaparecido.
• O Gato voltara a ser temido por todos, portanto ninguém
lhe contou que o enxoval da Andorinha estava a ser
preparado e que o casamento com o Rouxinol estava
marcado para o início do inverno.
• No último dia de outono, a Andorinha voltara a ser
terna, faladora, um pouco louca. O Gato, que a
contemplava comovido, só entendeu esta mudança
quando chegou a noite e a Andorinha lhe confessou que
ia casar-se com o Rouxinol e que este tinha sido o
último passeio deles.
14. • Tal como já tinha feito uma vez, Sinhá voou sobre o gato
Malhado e tocou-o com a asa esquerda, depois foi-se
embora sem olhar para trás. Tinha sido a derradeira
despedida.
TRARÁ A ESTAÇÃO DO INVERNO
NOVA ALEGRIA OU SERÁ QUE O
DESTINO SEPARARÁ DE VEZ OS
DOIS APAIXONADOS?...
“Pelos ares ela se foi, não olhou para trás.”
16. 1. Como aparece caracterizado no texto o outono?
A paisagem no outono
2. O que teria levado o narrador a encaixar o episódio da expulsão
da Cobra do parque pelo Gato?
O narrador pretendia reforçar a coragem do Gato, justificar a forma
como os outros o viam, assim como elogiar a atitude da Andorinha
ao desvalorizar as opiniões da vaca Mocha e do Papagaio.
“Derrubando as folhas
das árvores”
“Vento zunindo pelo
parque”
“(…) cauda de nuvens”
“Céu de cores cinzentas”
17. 3. Dois habitantes do parque tentaram aproveitar-se do
novo comportamento do Gato. Quem?
O Papagaio e o Pato.
4. Na tua opinião, o que teria transformado o Gato?
O amor pela Andorinha.
5. Comenta a frase: “A poesia não está somente nos
versos, por vezes ela está no coração, e é tamanha, a ponto
de não caber nas palavras.”
O amor do Gato era tão intenso e tão puro que se tornava
difícil transformá-lo em palavras. A poesia do gato encontra-
se no seu coração e não na qualidade ou na rima dos seus
versos.