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4º Trab.’. 1º Grau
O TRONCO DE BENEFICÊNCIA
Caros irmãos recebam minhas cordiais saudações nesta noite em que
nos reunimos aqui e na qual apresento o trabalho que me foi solicitado pelo
irmão 1º vigilante.
Do ponto de vista operacional, o tronco de beneficência (ou de
solidariedade) tem a mesma dinâmica do saco de propostas e informações.
Difere formalmente pelo fato de o encarregado do giro ser o hospitaleiro e a
conferencia ser executada de maneira diversa. Em essência sua finalidade é
bem distinta, uma vez que o saco de propostas e informações atende um
dispositivo administrativo e o tronco de beneficência tem fins caritativos. Sendo
a promoção da caridade um dos mais nobres fins da ordem maçônica, a prática
de arrecadação de óbolos é obrigatória em todas as seções.
Existem relatos que creditam a origem deste procedimento como
remanescente ao tempo em foi construído o templo de Salomão, onde
ferramentas, projetos, documentos e pagamento dos obreiros eram colocados
dentro das colunas do templo, que eram ocas exatamente para esta finalidade.
O pagamento de companheiros e aprendizes origina-se da tradição de retirar
do interior do tronco das colunas o salário a que faziam jus.
Mas a origem mais convincente e lógica é francesa, pois naquela língua
a palavra "tronc" pode ser usada tanto para tronco humano como para caixa de
esmolas.
Anuncio: O anuncio obedece a mesma seqüência ritualística da do saco
de propostas e informações.
Coleta: O procedimento para a coleta dos óbolos apresenta as mesmas
opções formais que o saco de propostas e informações.
A circulação ritualística da bolsa de solidariedade obedece ao formato de
duas estrelas de seis pontas, que por sua vez são compostas cada uma por
dois triângulos um dentro do outro, em posição invertida.
A marcha inicia no ocidente, entre colunas, em direção ao oriente. O
irmão hospitaleiro coloca a bolsa colada a sua cintura, ao lado esquerdo do
corpo e inicia a marcha. Sem olhar para o que é depositado na bolsa vai
passando por todos os obreiros em loja. O venerável mestre, primeiro vigilante
e segundo vigilante definem o primeiro triângulo; orador, secretário e guarda do
4º Trab.’. 1º Grau
templo definem o segundo triângulo, o que resulta na primeira estrela; depois
passa pelos oficiais e obreiros do oriente, pelos mestres e oficiais da coluna do
sul e pelos mestres e oficiais da coluna do norte, definindo o terceiro triângulo;
companheiros, aprendizes e o cobridor externo formam o quarto triângulo e
completam a segunda estrela. E por fim, o cobridor externo segura a bolsa, e o
próprio hospitaleiro deposita seu óbolo na bolsa, retoma a bolsa, lacra-a e
conclui o giro da bolsa postando-se entre colunas. Comunica ao venerável
mestre que a tarefa está cumprida e recebe instruções do que deve fazer em
seguida.
É praxe que o hospitaleiro aplique os metais arrecadado no auxilio de
algum aflito, irmão ou profano, de forma que, se possível, nem o beneficiário
saiba quem o socorreu. A doação do óbolo é sigilosa e a quantia ofertada fica a
critério do doador segundo sua consciência e disponibilidade. Ainda dentro do
caráter sigiloso do donativo, vê se condenável a esmola alardeada, isto é,
dados em nome de lojas ou obreiros ausentes. Mesmo porque, não é hora
adequada para o uso da palavra, devendo todos estar concentrados na
importância do gesto de dar sem que os demais precisem saber quem deu o
que.
Conferencia e destinação: Efetuada a coleta, o hospitaleiro aguarda a
comunicação dos vigilantes ao Venerável, entre colunas. Determinado pelo
venerável, o hospitaleiro leva os metais arrecadados ao altar do tesoureiro,
com o qual contará. Conforme o uso da loja, o guarda dos metais ou entrega o
fruto da coleta ao hospitaleiro, contabilizando-o ou os recolhe para posterior
aplicação fornecendo recibo de controle ao responsável pela benemerência da
loja. O resultado da coleta é anunciado pelo tesoureiro ou pelo próprio
hospitaleiro salvo quando houver visitantes presentes.
Salvo por melhor juízo da assembléia, a aplicação do tronco é de
exclusiva competência do hospitaleiro. Este oficial tem atribuições para
encaminhar os donativos a qualquer pessoa ou instituição carentes, mesmo
sem comunicar a oficina.
Em caso de um obreiro do quadro achar-se em dificuldade financeira,
poderá recorrer ao hospitaleiro que obrigatoriamente lhe dará preferência
assistencial, guardando absoluto sigilo do fato.
4º Trab.’. 1º Grau
Meus irmãos podemos traçar um paralelo com o seguinte ensinamento
do livro da lei:
(Mateus, 6. 1.4) “Tenham o cuidado de não praticar suas ‘obras de
justiça’ diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês
não terão nenhuma recompensa do Pai celestial.
portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como
fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem honrados pelos
outros. Eu lhes garanto que eles já receberam sua plena recompensa.
Mas quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba o que está
fazendo a direita,
de forma que você preste a sua ajuda em segredo. E seu Pai, que vê o que é
feito em segredo, o recompensará.
(Mateus, 7.12) “Portanto, tudo o que quereis que os outros vos façam,
fazei o mesmo também vós a eles: nisso está a Lei e os Profetas”
Canoas, 03 de julho 2014.
Marcus Vinicius Apr.’.

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O tronco de beneficência na Maçonaria

  • 1. 4º Trab.’. 1º Grau O TRONCO DE BENEFICÊNCIA Caros irmãos recebam minhas cordiais saudações nesta noite em que nos reunimos aqui e na qual apresento o trabalho que me foi solicitado pelo irmão 1º vigilante. Do ponto de vista operacional, o tronco de beneficência (ou de solidariedade) tem a mesma dinâmica do saco de propostas e informações. Difere formalmente pelo fato de o encarregado do giro ser o hospitaleiro e a conferencia ser executada de maneira diversa. Em essência sua finalidade é bem distinta, uma vez que o saco de propostas e informações atende um dispositivo administrativo e o tronco de beneficência tem fins caritativos. Sendo a promoção da caridade um dos mais nobres fins da ordem maçônica, a prática de arrecadação de óbolos é obrigatória em todas as seções. Existem relatos que creditam a origem deste procedimento como remanescente ao tempo em foi construído o templo de Salomão, onde ferramentas, projetos, documentos e pagamento dos obreiros eram colocados dentro das colunas do templo, que eram ocas exatamente para esta finalidade. O pagamento de companheiros e aprendizes origina-se da tradição de retirar do interior do tronco das colunas o salário a que faziam jus. Mas a origem mais convincente e lógica é francesa, pois naquela língua a palavra "tronc" pode ser usada tanto para tronco humano como para caixa de esmolas. Anuncio: O anuncio obedece a mesma seqüência ritualística da do saco de propostas e informações. Coleta: O procedimento para a coleta dos óbolos apresenta as mesmas opções formais que o saco de propostas e informações. A circulação ritualística da bolsa de solidariedade obedece ao formato de duas estrelas de seis pontas, que por sua vez são compostas cada uma por dois triângulos um dentro do outro, em posição invertida. A marcha inicia no ocidente, entre colunas, em direção ao oriente. O irmão hospitaleiro coloca a bolsa colada a sua cintura, ao lado esquerdo do corpo e inicia a marcha. Sem olhar para o que é depositado na bolsa vai passando por todos os obreiros em loja. O venerável mestre, primeiro vigilante e segundo vigilante definem o primeiro triângulo; orador, secretário e guarda do
  • 2. 4º Trab.’. 1º Grau templo definem o segundo triângulo, o que resulta na primeira estrela; depois passa pelos oficiais e obreiros do oriente, pelos mestres e oficiais da coluna do sul e pelos mestres e oficiais da coluna do norte, definindo o terceiro triângulo; companheiros, aprendizes e o cobridor externo formam o quarto triângulo e completam a segunda estrela. E por fim, o cobridor externo segura a bolsa, e o próprio hospitaleiro deposita seu óbolo na bolsa, retoma a bolsa, lacra-a e conclui o giro da bolsa postando-se entre colunas. Comunica ao venerável mestre que a tarefa está cumprida e recebe instruções do que deve fazer em seguida. É praxe que o hospitaleiro aplique os metais arrecadado no auxilio de algum aflito, irmão ou profano, de forma que, se possível, nem o beneficiário saiba quem o socorreu. A doação do óbolo é sigilosa e a quantia ofertada fica a critério do doador segundo sua consciência e disponibilidade. Ainda dentro do caráter sigiloso do donativo, vê se condenável a esmola alardeada, isto é, dados em nome de lojas ou obreiros ausentes. Mesmo porque, não é hora adequada para o uso da palavra, devendo todos estar concentrados na importância do gesto de dar sem que os demais precisem saber quem deu o que. Conferencia e destinação: Efetuada a coleta, o hospitaleiro aguarda a comunicação dos vigilantes ao Venerável, entre colunas. Determinado pelo venerável, o hospitaleiro leva os metais arrecadados ao altar do tesoureiro, com o qual contará. Conforme o uso da loja, o guarda dos metais ou entrega o fruto da coleta ao hospitaleiro, contabilizando-o ou os recolhe para posterior aplicação fornecendo recibo de controle ao responsável pela benemerência da loja. O resultado da coleta é anunciado pelo tesoureiro ou pelo próprio hospitaleiro salvo quando houver visitantes presentes. Salvo por melhor juízo da assembléia, a aplicação do tronco é de exclusiva competência do hospitaleiro. Este oficial tem atribuições para encaminhar os donativos a qualquer pessoa ou instituição carentes, mesmo sem comunicar a oficina. Em caso de um obreiro do quadro achar-se em dificuldade financeira, poderá recorrer ao hospitaleiro que obrigatoriamente lhe dará preferência assistencial, guardando absoluto sigilo do fato.
  • 3. 4º Trab.’. 1º Grau Meus irmãos podemos traçar um paralelo com o seguinte ensinamento do livro da lei: (Mateus, 6. 1.4) “Tenham o cuidado de não praticar suas ‘obras de justiça’ diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial. portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem honrados pelos outros. Eu lhes garanto que eles já receberam sua plena recompensa. Mas quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita, de forma que você preste a sua ajuda em segredo. E seu Pai, que vê o que é feito em segredo, o recompensará. (Mateus, 7.12) “Portanto, tudo o que quereis que os outros vos façam, fazei o mesmo também vós a eles: nisso está a Lei e os Profetas” Canoas, 03 de julho 2014. Marcus Vinicius Apr.’.