Este documento fornece instruções sobre como escrever bem, definindo o que é um texto e explicando os conceitos de coerência e coesão. Em 3 frases ou menos, o documento discute a importância de um texto ter um sentido unificado e conexões gramaticais entre suas partes para transmitir significado de maneira clara.
4. • Unidade linguística concreta, percebida pela audição (na
fala) ou pela visão (na escrita), que tem unidade de
sentido e intencionalidade comunicativa.
• Texto: conjunto de signos linguísticos ou extralinguísticos
que veicula sentido, coerência e completude interna.
5. • Texto não é um aglomerado de frases;
• O sentido das frases depende do contexto em
que estão inseridas;
• Todo texto contém um pronunciamento dentro de
uma escala mais ampla.
8. • Fatores que formam a situação na qual é produzido
o texto.
• Discurso é a atividade comunicativa – constituída
de texto e contexto discursivo (quem fala, com quem
fala, com que finalidade, etc.) – capaz de gerar
sentido, desenvolvida entre interlocutores.
9. Para que a escrita seja considerada um texto, é
necessário haver significação.
Precisa-se trabalhar as palavras, combiná-las de tal
forma que o produto tenha significação, isto é, seja
um texto.
10. Falar é muito mais simples, pois não há grande
preocupação com as regras gramaticais.
Quando escrevemos, há um cuidado maior
com a gramática normativa, preocupação
com a clareza e seleção do vocabulário.
11. Para Pimenta (2009), escrever bem é:
Obedecer às regras gramaticais, evitando erros
de sintaxe, de pontuação, de ortografia
Procurar a clareza, evitando palavras e frases
obscuras ou de duplo sentido
Agradar o leitor, empregando expressões
elegantes e fugindo de um estilo muito seco.
12. • Interferência física: dificuldade visual, má grafia das palavras,
cansaço, falta de iluminação;
• Interferência cultural: palavras ou frases complicadas ou
ambíguas, diferenças de nível social;
• Interferência psicológica: mensagem que contenha agressividade,
aspereza, antipatia.
É PRECISO TOMAR CUIDADO COM:
13. O texto é formado de parágrafos com raciocínios
progressivos;
Normalmente, insere-se no início do parágrafo a IDEIA
CENTRAL, também chamada de TÓPICO FRASAL;
TÓPICO FRASAL: uma vez identificado, ajuda-nos a separar
o que é relevante do que não o é;
Ao redor dessa ideia central, girarão as ideias secundárias ou
complementares.
14. TEXTUALIDADE
• Um dos problemas encontrados com mais frequência nos textos é a falta de
coesão e de coerência.
• É comum encontrarmos textos que iniciam com um tema e terminam com outro,
mostrando falta de unidade, falta de coerência. Além da falta de coerência, há
falta de coesão, o que torna, muitas vezes, os períodos ininteligíveis.
• Textualidade – Conjunto de características que fazem com
que um texto seja um texto e não apenas uma sequência de
frases.
15. TEXTUALIDADE
• Mas, o que é coerência e o que é coesão?
Comecemos pela organização textual. Todo texto é
composto por uma macroestrutura e uma microestrutura.
• MICROESTRUTURA: COESÃO
• MACROESTRUTURA: COERÊNCIA
17. • Coerência: estruturação lógico-semântica de um texto – a articulação
de ideias que faz com que numa situação discursiva palavras e frases
componham um todo significativo para os interlocutores.
Responsável pela construção de sentido que garante a
interpretabilidade do texto, a harmonia dos fatos ou ideias transmitidos.
Evita ruídos ou contradições que poderiam dificultar a compreensão da
comunicação ou impossibilitar o entendimento.
18. • A coerência é uma característica textual que depende da
interação do texto, do seu produtor e daquele que procura
compreendê-lo, além :
• Do conhecimento de mundo;
• Da situação de produção do texto;
• Do grau de domínio dos elementos linguísticos constantes do
texto.
19. Para haver coerência o texto deve conter:
A manutenção da mesma referência temática em toda
extensão, ou seja preservar a ideia central. Para isto é
necessário que haja:
a)harmonia de sentido de modo a não ter nada ilógico, nada
desconexo;
b)relação entre as partes do texto, criando uma unidade de sentido.
c) as partes devem estar inter-relacionadas;
d) expor uma informação nova e expandir o texto;
e) não apresentar contradições entre as ideias;
f) apresentar um ponto de vista, uma nova visão de mundo
20. • Coerência interna - não contradição do texto
(elementos intratextuais)
Ex.: Maria disse a João que iria na casa de Pedro. Logo depois,
chegando à casa de Marcelo...
• Coerência externa - não contradição do contexto
(elementos extratextuais)
Ex.: Chegando ao Rio de Janeiro ensolarado, o frio deixava nas
planícies da cidade uma camada de neve que refletia as luzes da
noite.
21. Coerência narrativa - respeito às partes da narrativa e à lógica existente entre essas
partes.
Coerência argumentativa - respeito à estrutura argumentativa e ao raciocínio
argumentativo.
Coerência figurativa - respeito à combinação de figuras para informar um dado
tema. Ex.: dizer que tocavam uma música clássica num baile funk.
Coerência temporal - respeito às leis da sucessividade dos eventos.
Coerência espacial - respeito à compatibilidade entre os enunciados do ponto da
localização no espaço. Ex.: seria incoerente dizer que 450 pessoas estavam na sala
de estar do apartamento.
22. • Portanto, a coerência deve ser entendida como
um fator que se estabelece no processo de
comunicação.
• A coerência não existe antes do texto, mas
constrói-se, simultaneamente, à construção
textual, estreitamente relacionada com a intenção
e conhecimentos dos interlocutores.
23. • Narrativa:
Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de
uma das avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia
carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de amendoim. Um
dia, na esquina em que ficava, um motorista , que vinha em alta
velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar.
O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o
motorista, que era um homem corpulento. Carregou-o até a calçada,
parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou-lhe a
vida.
24. • Figurativa:
Suponhamos que se deseje figurativizar o tema
“despreocupação”. Podem-se usar figuras como
“pessoas deitadas à beira da piscina”, “drinques
gelados”, “passeios pelos shoppings”. Não caberia, no
entanto, na figurativização, a utilização de figuras
como “pessoas apressadas para o trabalho”,
“fábrica funcionando a pleno vapor”.
25. • Argumentativa:
Quando se defende um ponto de vista de que o ser
humano deve buscar o amor e a amizade, não se
pode dizer em seguida que não se deve confiar em
ninguém e que por isso é melhor viver isolado.
26. Coesão: são as conexões gramaticais existentes entre palavras,
orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto.
Há coesão em um texto quando se empregam de modo adequado
conjunções, pronomes e vocábulos. A coesão ocorre quando não
há ambiguidades e regências incorretas.
Ex.: Achei a obra na biblioteca estragada.
O fazendeiro vinha com um bezerro e a mãe dele.
27. COESÃO
Ninguém pode dizer que falta coesão a esse parágrafo. Mas de que ele
trata mesmo? Dos problemas do povo? Do presidente? Do seu
mandato? Fica difícil dizer. Embora ele tenha coesão, não tem
coerência. Retomar a cada frase uma palavra anterior não significa
escrever bem. A coesão não funciona sozinha.
Mas não basta costurar uma frase a outra para dizer que estamos
escrevendo bem. Além da coesão, é preciso pensar na coerência.
Você pode escrever um texto coeso sem ser coerente. Por exemplo:
Ex.:Os problemas de um povo têm de ser resolvidos pelo
presidente. Este deve ter ideais muito elevados. Esses
ideais se concretizarão durante a vigência de seu mandato.
O seu mandato deve ser respeitado por todos.
28.
29. MICROESTRUTURA: COESÃO
• A coesão - (coeso significa ligado) - propriedade que os
elementos textuais têm de estar interligados. De um fazer
referência ao outro. Do sentido de um depender da relação
com o outro.
• Ligação das frases, traços morfossintáticos que garantem o
encadeamento lógico.
Para que o texto seja coeso, deve seguir pelo menos um dos
mecanismos de coesão.
30. ÁGUAS DE MARÇO
• É pau, é pedra, é o fim do caminho
• é um resto de toco, é um pouco sozinho
• é um caco de vidro, é a vida, é o sol
• é a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
• é peroba do campo, é o nó da madeira
• caingá, candeia, é o Matita Pereira
• É madeira de vento, tombo da ribanceira
• é o mistério profundo
• é o queira ou não queira
• é o vento ventando, é o fim da ladeira
• é a viga, é o vão, festa da cumeeira
• é a chuva chovendo, é conversa ribeira
• das águas de março, é o fim da canseira.
• É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
• passarinho na mão, pedra de atiradeira
• Uma ave no céu, uma ave no chão
• é um regato, é uma fonte
• é um pedaço de pão
• é o fundo do poço, é o fim do caminho
• no rosto o desgosto, é um pouco sozinho
• É um estrepe, é um prego
• é uma ponta, é um ponto
• é um pingo pingando
• é uma conta, é um conto
• é um peixe, é um gesto
• é uma prata brilhando
• é a luz da manhã, é o tijolo chegando
• é a lenha, é o dia, é o fim da picada
• é a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
31. • É o projeto da casa, é o corpo na cama
• é o carro enguiçado, é a lama, é a lama
• é um passo, é uma ponte
• é um sapo, é uma rã
• é um resto de mato, na luz da manhã
• são as águas de março fechando o verão
• é a promessa de vida no teu coração
• É pau, é pedra, é o fim do caminho
• é um resto de toco, é um pouco sozinho
• é uma cobra, é um pau, é João, é José
• é um espinho na mão, é um corte no pé
• são as águas de março fechando o verão
• é a promessa de vida no teu coração
•
• É pau, é pedra, é o fim do caminho
• é um resto de toco, é um pouco sozinho
• é um passo, é uma ponte
• é um sapo, é uma rã
• é um belo horizonte, é uma febre terçã
• são as águas de março fechando o verão
• é a promessa de vida no teu coração
• É pau, é pedra, é o fim do caminho
• é um resto de toco, é um pouco sozinho
• É pau, é pedra, é o fim do caminho
• é um resto de toco, é um pouco sozinho
• Pau, pedra, fim do caminho
• resto de toco, pouco sozinho
• Pau, pedra, fim do caminho,
• resto de toco, pouco sozinho.
ÁGUAS DE MARÇO
32. • REPETIÇÃO: a repetição é um dos principais elementos
de coesão do texto. A repetição pode ser considerada a
mais explícita ferramenta de coesão.
• REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de
pessoas, a repetição parcial é o mais comum
mecanismo coesivo do texto.
33. • ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente
deduzido pelo contexto.
• SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se
retomar um elemento já citado ou de se referir a outro que
ainda vai ser mencionado é a substituição.
• Esse é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo
de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras).
34. Tipos de substituição: PRONOMES, EPÍTETOS,
SINÔNIMOS, ADVÉRBIOS, NUMERAIS, etc
Pronomes: a função gramatical do pronome é substituir ou
acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou
toda a ideia contida em um PARÁGRAFO ou no TEXTO TODO.
Exemplos.: Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso.
O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito
com a educação integral.
Aquele político deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi eleito seis
vezes.
Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos,
enquanto aquele tende a perdoar.
35. EPÍTETO (substituição)
• Epítetos: palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo
tempo que se referem a um elemento do texto, qualificam-no.
• Essa qualificação pode ser conhecida ou não pelo leitor.
Deve ser inserida no texto de modo que fique fácil a sua
relação com o elemento qualificado.
Ex.: Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho
do Brasil. Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção...
(o epíteto ex-Ministro dos Esportes retoma Edson Arantes do
Nascimento. Poderiamos usar as formas jogador do século,
número um do mundo, etc.)
36. SINÔNIMOS (substituição)
• Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo
sentido (ou muito parecido) dos elementos a serem
retomados. Exemplo:
Ex.: O prédio foi demolido às 15h. Muitos curiosos se
aglomeraram ao redor do edifício, para conferir o espetáculo
(edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).
37. NOMES DEVERBAIS (substituição)
• Nomes deverbais: derivados de verbos e retomam a ação
expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos
argumentos já utilizados. Exemplo:
Ex.: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da
Avenida Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumento
dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada...
(paralisação, que deriva de paralisar, retoma a ação de
centenas de veículos de paralisar o trânsito da Avenida
Higienópolis).
38. Classificador e categorizador (substituição)
• Elementos classificadores e categorizadores: referem-
se a um elemento (palavra ou grupo de palavras) já
mencionado ou não por meio de uma classe ou categoria a
que esse elemento pertença:
Ex.: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito
da Avenida Higienópolis. O protesto foi a maneira
encontrada...
(protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisação -,
categorizando-a como um protesto)
39. Advérbio (substituição)
• Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias,
principalmente as de lugar:
Ex.: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os
operários não aderiram...
(o advérbio de lugar lá retoma São Paulo).
Exemplos de advérbios que comumente funcionam como
elementos referenciais, isto é, como elementos que se
referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.
40. NUMERAL (substituição)
• Não se pode dizer que toda a turma esteja mal
preparada. Um terço pelo menos parece estar
dominando o assunto.
• Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava
a sua chegada; o segundo dizia justamente o
contrário.
41. Conexão (conectivos)
• Além da constante referência entre palavras do texto,
observa-se na coesão a propriedade de unir termos e
orações por meio de conectivos, que são representados,
na Gramática, por inúmeras palavras e expressões.
• A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a
deturpação do sentido do texto.
42. Exemplo de Texto Coeso
• Ulysses era impressionante sob vários aspectos, o primeiro e
mais óbvio dos quais era a própria figura. Contemplado de perto,
cara a cara, ele tinha a oferecer o contraste entre as longas
pálpebras, que subiam e desciam pesadas como cortinas de
ferro, e os olhos claríssimos de um azul leve como o ar. As
pálpebras anunciavam profundezas insondáveis. Quando ele as
abria parecia estar chegando de regiões inacessíveis, a região
dentro de si onde guardava sua força.
Roberto Pompeu de Toledo, Veja, 21 out.1992.
43. CONSIDERAÇÕES ACERCA DO TEXTO
• Esse trecho de reportagem gira em torno de Ulysses Guimarães,
que é sua palavra-chave. É a retomada direta ou indireta do
nome de Ulysses Guimarães que dá estabilidade ao texto,
encaminhando-o num só direção: fazer uma descrição
precisa desse político brasileiro. Além disso, as frases estão
bem amarradas porque seu redator soube utilizar com precisão
alguns recursos de coesão textual, tanto dentro da frase, quanto
ao passar de uma frase para outra. A coesão interna é tão
importante quanto a externa.
44. CONECTIVOS UTILIZADOS NO TEXTO
• Na primeira frase, vários aspectos projeta o texto para adiante. A
palavra aspectos é retomada pelo segmento o primeiro mais óbvio
dos quais era a própria figura;
• Na segunda frase, o pronome relativo que retoma as longas
pálpebras que (as quais) subiam e desciam;
• Na última frase:
O relativo onde mantém o elo coesivo com a região dentro de si onde
(na qual) guardava sua força;
• Os pronomes si (dentro de si) e sua ( sua força) reportam-se ao
sujeito ele de quando ele as abria.
47. ACEITABILIDADE
O texto produzido também deverá ser compatível com a
expectativa do receptor em colocar-se diante de um texto
coerente, coeso, útil e relevante.
O contrato de cooperação estabelecido pelo produtor e pelo
receptor permite que a comunicação apresente falhas de
quantidade e de qualidade, sem que haja vazios
comunicativos. Isso se dá porque o receptor esforça-se em
compreender os textos produzidos.
48. INTENCIONALIDADE
• Esforço do produtor do texto em construir uma comunicação
eficiente capaz de satisfazer os objetivos de ambos os
interlocutores.
• O texto produzido deverá ser compatível com as intenções
comunicativas de quem o produz.
49. INFORMATIVIDADE
Nível discursivo capaz de informar o leitor, de modo menos
previsível. Sua recepção é mais trabalhosa, porém mais
interessante, envolvente.
O excesso de informatividade pode ser rejeitado pelo
receptor, que não poderá processá-lo.
O ideal é que o texto se mantenha num nível mediano de
informatividade, que fale de informações que tragam
novidades, mas que venham ligadas a dados conhecidos.
50. SITUCIONALIDADE
É a adequação do texto a uma situação comunicativa, ao contexto. Note-
se que a situação orienta o sentido do discurso, tanto no modo de
produzir o texto como de sua interpretação.
É importante notar que a situação comunicativa interfere na produção do
texto, assim como este tem reflexos sobre toda a situação, já que o texto
não é um simples reflexo do mundo real.
O homem serve de mediador, com suas crenças e ideais, recriando a
situação. O mesmo objeto é descrito por duas pessoas distintamente, pois
elas o encaram de modo diverso. Muitos linguistas têm-se preocupado em
desenvolver cada um dos fatores citados, ressaltando sua importância na
construção dos textos.
51. Intertextualidade
• Relação entre dois textos textos caracterizada por citar o outro;
• Temática – quando os textos apresentam em comum um
TEMA, uma determinada ideologia ou visão de mundo;
• Estilística – Texto apresenta procedimentos muito conhecidos
em outro texto como o emprego de palavras, expressões
sintáticas similares.
•
52. Fator textual que torna a interpretação de um texto
dependente da interpretação de outros. Cada texto
constrói-se, não isoladamente, mas em relação a outro já
dito, do qual abstrai alguns aspectos para dar-lhes outra
feição.
Aborsão e transformação de uma multiplicidade de outros
textos;
O contexto de um texto também pode ser de outros textos
com os quais se relaciona.
53. INTERTEXTUALIDADE
Os Lusíadas
As armas e os barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram.
Canto I – Luís de Camões
Os alas e becões assinalados
Da oriental praia paulistana
Partiram em missão desumana
A bater inimigos colorados.
Depois do empate duro e fero,
Três a três em pleno alçapão,
Queriam ao menos 1 a 0,
e o sonho manter no coração.
(José Roberto Torero)
54. Meus oito anos Meus oito anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que
flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas de minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da Rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais
Relação entre dois discursos caracterizada por citar o outro discurso (texto)
55. Qualidades de um Texto
• Para um texto ter unidade de sentido, para ser um todo
coerente, é necessário que apresente TEXTUALIDADE, isto é,
apresente conexões gramaticais e articulação de ideias. Em
outras palavras, que apresente qualidades como:
• Concisão;
• Correção;
• Grafia;
• Flexão das palavras;
• Concordância;
• Regência;
• Colocação dos pronomes;
• Clareza;
• Elegância;
56. • Concisão: em oposição a textos prolixos que subestimam a
compreensão (e a paciência) dos leitores, tornando-se enfadonhos,
repetitivos e até irritantes. Ser conciso é escrever pouco e
transmitir muito, com o cuidado de não prejudicar a clareza.
Comunica com a medida PRECISA de palavras e ideias;
Dispensa clichês;
Preserva a exatidão e nitidez da informação;
Evita excessos.
57. AULA 6
• Consiste em conseguir a maior eficiência na
comunicação com o menor número possível de
palavras.
PROBLEMAS COMUNS:
Imprecisão nas ideias;
Uso de palavras desnecessárias;
Períodos muito longos;
Adjetivos em excesso;
Redundância das ideias.
CONCISÃO
58. AULA 6
A linguagem utilizada na redação deve estar de acordo com a norma culta.
Obedecer aos princípios estabelecidos pela gramática normativa.
Grafia: palavras desconhecidas, em caso de dúvida, consulte um
dicionário. Se não for possível, substitua a palavra por uma cuja grafia
você conheça. Língua rica em sinônimos;
Flexão das palavras: cuidado coma formação do plural de algumas
palavras, ex. Palavras compostas (primeiro-ministro, abaixo-assinado,
luso-brasileiro, etc)
Concordância: verbo sempre concordará com o sujeito e os nomes
concordam entre si;
Regência: atenção aos verbos e nomes que exigem a preposição A,
para o bom uso da crase.
CORREÇÃO GRAMATICAL
59. AULA 6
• Pontuação é importante.
• Deve-se ter cuidado com cacofonias. Com a
colocação adequada dos pronomes.
HARMONIA
CORREÇÃO GRAMATICAL
Colocação dos pronomes – observe a colocação dos pronomes
oblíquos átonos;
60. AULA 6
A cacofonia e o casamento
- Mulher, eu quero amá-la!
A mulher, sonolenta, respondeu ao marido sem abrir os olhos:
- Está em cima do armário…
Ele não desistiu. E sussurrou:
- Mulher, hoje, vou amar-te.
Aí a mulher acordou nervosa e gritou:
- Vá para Marte, para Júpiter, Netuno, vá para qualquer lugar,
mas me deixe dormir!
HARMONIA
61. AULA 6
• Muito da clareza de linguagem diz respeito ao leitor
a que se destina o texto.
• A clareza combina com o vocabulário adequado com
boa estruturação das sentenças (= emprego de
sentenças curtas).
CLAREZA
62. AULA 6
• Consiste na criação de um estilo próprio e não
na criação de algo inédito.
• Importância da organização das ideias.
• Produção de argumentos próprios.
63. Elegância
• Consiste em tornar a leitura agradável ao leitor.
Conseguida quando se observam as qualidades apontadas
(correção gramatical, clareza e concisão, originalidade e
criatividade).