2. Objetivo: Expor, argumentar ou
desenvolver uma tema proposto,
analisando-o sob um determinado
ponto de vista e fundamentando-o
com argumentos convincentes, em
defesa de nossas posições.
Texto Dissertativo-Argumentativo
3. Dissertar é tratar com desenvolvimento um
assunto.
É discorrer sobre um ponto de vista,
opinando ou persuadindo.
4. procuramos justificativas:
para a elevação dos preços;
para o aumento da violência;
para o desemprego.
estamos preocupados com:
os descasos com a Amazônia;
as guerras;
a AIDS;
a natureza: a poluição, os desmatamentos, o aquecimento
global, etc.
DISSERTAR é um ato que desenvolvemos todos
os dias, quando:
5. Defendemos nossos pontos de vista em relação:
à nossa liberdade;
ao futebol;
à música;
ao aborto;
às minorias;
às injustiças sociais;
ao avanço da tecnologia;
à genética.
6. O TEXTO DISSERTATIVO é aquele que expressa uma TESE
(um ponto de vista) sobre determinado ASSUNTO, apoiada
em dados, fatos (exemplos), fundamentações; enfim, em
ARGUMENTOS (informações que comprovem sua tese).
Em suma, dissertação implica em discussão de ideias,
argumentação, raciocínio, organização de pensamento,
defesa de pontos de vista, descoberta de soluções.
Significa refletir sobre o mundo que nos cerca.
7. ESTRUTURA
Um texto dissertativo precisa ter uma estrutura bem
organizada. Nesse sentido, os maiores problemas de um
texto dissertativo são:
- Expor as ideias desordenadas no papel;
- falta de uma linha de raciocínio (coerência);
- não relacionar uma ideia com outra (coesão);
- não provar absolutamente nada.
8. => As partes da dissertação devem
estar bem definidas e intimamente
ligadas.
=> O modo de se estruturar a redação
é o que mais se valoriza para a
inteligibilidade do texto.
9. 1 – Introdução: apresentação da ideia principal ou
tese.
2 – Desenvolvimento: apresentação de argumentos
que sustentam a ideia principal.
3 – Conclusão: apresentação de um resumo da ideia
principal ou de uma sugestão para a resolução do
problema.
O texto dissertativo - argumentativo organiza-se
em três partes:
10. INTRODUÇÃO – normalmente apresenta-se a ideia
central a ser discutida, de modo que o leitor saiba de
que o texto vai tratar. Corresponde, geralmente, a
um parágrafo.
11. A Introdução deve:
Apresentar a ideia núcleo do texto
Apontar o que o texto tratará no desenvolvimento
Transmitir a mensagem de modo que fique clara e
objetiva para o leitor.
12. DESENVOLVIMENTO – Parte encarregada pelo
desdobramento da ideia central. Corresponde à
exposição dos argumentos que comprovam o
ponto de vista contido na introdução. Pode
haver mais de um parágrafo, dependendo da
quantidade de linhas disponíveis.
13. •Parte que se discorre sobre o assunto
abordado pela tese;
•Utiliza-se de fatos e de exemplos;
•Fatos e argumentos fazem com que o
conteúdo ideológico da tese seja
plenamente desenvolvido, levando a
uma conclusão.
Desenvolvimento
15. CONCLUSÃO: É o acabamento da redação, parte que
“amarra” o texto. Não deve ser iniciada abruptamente, como
também não pode ser acabada de súbito.
Pode funcionar de três maneiras:
Retomada da ideia central, a fim de confirmá-la;
Resumo das ideias principais apresentadas e discutidas;
Sugestão de soluções para a resolução da problemática
abordada.
16. Observações:
1 – A linguagem tende à impessoalidade, por isso os verbos
e os pronomes são empregados na 3ª pessoa do singular.
2 – A variedade linguística predominante é a padrão.
3 – Os verbos são empregados predominantemente no
presente do indicativo.
17. Em resumo: a linguagem do texto dissertativo
A linguagem neste tipo de texto é denotativa, isto é,
preocupada com a informação. Deve ser uma linguagem
impessoal e objetiva, com emprego da forma culta e
formal da língua (padrão).
18. Deve-se ter como preocupação persuadir o leitor e transmitir
informações que se pretende como conhecimentos verdadeiros, e
dessa forma se tornar convincente.
Diante do tema, o autor deve se posicionar acerca do assunto e,
através dos seus argumentos, demonstrar conhecimento de mundo:
Com clareza, domínio da língua, seleção de conteúdos pelos seus
valores reais, organizando-os de forma coesa e coerente entre os
assuntos, os quais serão fechados na conclusão, completando
assim, o ponto de vista inicial.
Argumentação nos textos dissertativos
20. Tipos de argumentos aos quais podemos
recorrer:
Argumento com base em citação – Fundamenta-se mediante a
citação de uma frase ou pensamento de uma autoridade ou
especialista no assunto.
Promove credibilidade ao texto;
Enriquece o texto com informações a respeito dos trabalhos desenvolvidos
na área foco;
Fornece exemplos de pontos de vista semelhantes ou divergentes sobre o
assunto objeto de sua pesquisa.
21. Citação direta
Ao identificar o conceito de atividade, Leontiev, Especialista
em Psicopedagogia, afirma que “por esse termo designamos
apenas aqueles processos que, realizando as relações do
homem com o mundo, satisfazem uma necessidade
especial correspondente a ele”.
Citação indireta
Ao identificar o conceito de atividade, Leontiev, Especialista
em Psicopedagogia, afirma que pelo termo mencionado é
possível designar apenas aqueles processos relativos às relações
do homem com o mundo, e que satisfazem uma necessidade
humana específica.
22. Fundamenta-se nas ideias voltadas para princípios
e valores que são reconhecidamente partilhados
pela maioria das pessoas de uma sociedade.
Refere-se a conceitos considerados irrefutáveis,
partilhados.
Argumento com base no senso comum
23. São aqueles fatos que comprovam a tese
e confirmam crédito ao texto (dados,
estatísticas, pesquisas, informações
comprovadamente científicas, ou seja, de
fontes sérias).
Argumento com base em evidências
24. Estabelece uma relação de causa e consequência,
para que não se prejudiquem a sequência ordenada
dos parágrafos nem o sentido geral do texto.
Mantém a coesão e coerência entre palavras e
entre parágrafos.
Argumento com base no raciocínio lógico
25. A IMPORTÂNCIA DOS EXEMPLOS
Os exemplos dão vida ao texto.
Esclarecem o raciocínio.
Iluminam a compreensão.
Intensificam o processo de persuasão, expondo
as ideias de modo concreto.
Não só ilustram o texto, mas levam o leitor a sentir,
a pensar, a viver.
26. Apresentação do tema e do ponto de vista.
Exemplos a, b, c (do passado, apresentados na
sequência).
Exemplo d (do presente).
Apresentação dos porquês.
Reafirmação do ponto de vista.
Leia uma proposta de redação da FUVEST e uma dissertação
que obteve nota máxima. Observe como o texto foi desenvolvido.
27. Há um conto de H. G. Wells, chamado A terra dos
cegos, que narra o esforço de um homem com visão
normal para persuadir uma população cega de que ele
possui um sentido do qual ela é destituída; fracassa, e
afinal a população decide arrancar-lhe os olhos para
curá-lo de sua ilusão.
Discuta a ideia central do conto, comparando-a com a
do ditado popular “Em terra de cego quem tem um
olho é rei”. Em sua opinião essas ideias são antagônicas
ou você vê um modo de conciliá-las?
TERRA DE CEGOS
28. A AUDÁCIA DE ENXERGAR À FRENTE
A capacidade de estar à frente de seu tempo quase nunca confere ao
seu possuidor alguma vantagem. A dureza das sociedades humanas em
aceitar certas noções desmente, não raro, o ditado popular que diz que “Em
terra de cego quem tem um olho é rei”.
Exemplos, a história é pródiga em nos apresentar. Sócrates foi obrigado,
pela sociedade ateniense, a tomar cicuta, em razão de suas ideias. Giordano
Bruno, que concebeu a terra como um simples planeta, tal como sabemos hoje, foi
chamado herege e queimado. Darwin debateu-se contra a incompreensão e
condenação de suas ideias, mais tarde aceitas.
Ainda hoje, temos exemplos de procedimentos similares. Oscar Arias,
presidente da Costa Rica e prêmio Nobel da Paz, ainda há pouco tempo se
debatia contra a sociedade de seu país, que teimava em colocar obstáculos à sua
atuação. Em tempo: o mérito de Oscar Arias nem era o de estar à frente de seu
tempo, mas simplesmente o de analisar os problemas do presente.
Esse mal não será curado tão cedo. Isso porque as pessoas que
conseguem enxergar à frente apresentam ao homem o que ele odeia desde
tempos imemoriais: a necessidade de rever as próprias convicções. Enquanto
esse ódio – ou será medo – não for superado, a humanidade continuará
mandando outros “Giordano Bruno” para a fogueira da incompreensão e do
isolamento. E, ignorando as pessoas de visão, continuará cega para o futuro
e para si mesma.
29. Vamos partir do princípio de que escrever é
comunicar, é transmitir uma mensagem ao
leitor. Portanto, quem quer comunicar e ser
bem compreendido precisa ser claro, bem
organizado nos seus atos de comunicação.
31. Definição: Pode-se começar a dissertar
fazendo uma definição do tema, para
atribuir maior clareza e objetividade
ao texto.
Violência consiste em...
A violência se caracteriza como....
Um ato é violento quando...
Existe violência se...
32. Comparação: Tem-se também a opção de
começar, buscando uma definição do tema por
comparação.
Atribui-se a violência como...
A violência torna-se semelhante a...
A violência parece-se com..., lembra...
33. Citação: Pode-se ainda iniciar o texto com uma
citação relativa ao tema. Uma frase interessante,
um verso, um fragmento...
O ideal é que a citação seja feita do modo clássico:
entre aspas, reproduzindo exatamente as palavras
do autor e com indicação da fonte de onde foi
retirada.
Em seguida, faz-se uma pequena análise, um breve
comentário a respeito da opinião citada, expondo,
ao mesmo tempo, o seu ponto de vista sobre o
assunto.
34. Histórico: no início do texto pode fazer um histórico, uma
explanação rápida do tema através dos tempos, dando ao tema
uma abordagem temporal.
Antes, a violência era “X”; agora é...
Ontem, a violência era “X”; hoje é “Y”; amanhã será...
Depois do histórico, apresenta-se a IDEIA CENTRAL e inicia-se
a argumentação.
35. Exemplo: Pode-se também escolher um fato-exemplo
expressivo para iniciar o texto. Em seguida, faz-se uma
análise interpretativa desse exemplo – que poderá ou não
ser retomado mais adiante – , revelando nossa visão sobre
o tema.
Iniciar uma dissertação a partir de um exemplo dá
concretude e comunicabilidade ao texto.
36. Estatística: Pode-se começar a redação pela
apresentação de um dado estatístico esclarecedor
sobre o tema. O procedimento é praticamente
idêntico ao de iniciar o texto pela exemplificação.
Resumo: Um resumo daquilo que se pensa sobre o
assunto da redação é uma das possibilidades de início.
O começo da dissertação funcionaria, assim, como
uma espécie de índice, de sumário do texto, em que se
apresentaria de modo sintético o tema, o ponto de
vista e a argumentação.
37. É possível afirmar que, desde 2004, alguns eleitores desinformados
vêm sendo confundidos, principalmente, por causa de falsos e-mails que
circulam pela Internet. Essas mensagens, de autoria desconhecida,
transmitem uma informação incorreta sobre o voto nulo e acabam
convencendo os cidadãos insatisfeitos com os políticos a anular seu voto.
Porém muitos eleitores não sabem que o único voto capaz de anular a
eleição é o voto que é anulado decorrente de algum acontecimento que
prejudica o processo eleitoral, como, por exemplo, a falsificação de votos, a
compra de votos ou o furto de urnas.
Assim, o voto nulo é apenas uma manifestação direta da pessoa que vota,
muitas vezes, pensando que pode anular a eleição e ter, como
consequência, a substituição dos candidatos, sendo aparentemente algo
vantajoso.
38. Então, em alguns casos, quando uma pessoa vota nulo, visando a
provocar uma nova eleição, ela está sendo, muitas vezes, enganada por falsas
informações que recebeu na Internet ou que ouviu de alguém, o que faz com
que o eleitor desperdice um dos nossos direitos mais valiosos, o direito de
escolher um candidato para representá-lo politicamente.
Assim, antes de uma pessoa votar, além de pensar qual será o
melhor candidato para votar, deve ter o cuidado de não se enganar com
informações incorretas , procurando sempre confirmar essas informações
e verificar se as fontes são confiáveis, pois, assim, os eleitores estarão
valorizando o seu voto.
Redação de um aluno do Ensino Médio
39. A linguagem dissertativa
Adequação: A redação deve obedecer à norma culta escrita,
evitando-se repetições inexpressivas, gírias, vocabulário
impreciso...
Clareza: Deve-se evitar ambiguidade e obscuridade.
Concisão: Evitar redundâncias, prolixidade.
Coesão: Evitar frases e períodos desconexos.
Expressividade: Evitar as frases feitas e os lugares-comuns.