1. Inteligência
Definição de Inteligência (Texto 1)
A palavra “inteligência” vem do latim inteliggentia, que significa “compreensão”, “faculdade
de compreender”. A inteligência pode ser definida tendo em conta os seguintes traços:
capacidade de adaptação a situações novas e resolução de problemas, capacidade de pensar
abstractamente e capacidade aprender. Estas três capacidades são indissociáveis,
complementares, nenhuma delas pode ser analisada de forma independente. Estão
interligadas, constituindo diferentes tipos de inteligência. A inteligência é um sistema
complexo.
Thorndike distinguiu três tipos de inteligência que interagem de forma constante a
construtiva segundo o tipo de exigências a que estamos sujeitos.
• Inteligência prática – tipo de inteligência que recorre a acções e representações
perceptivas para resolver problemas. A inteligência prática permite resolver, de forma
concreta, problemas práticos do quotidiano.
• Inteligência social – tipo de inteligência que se manifesta na vida relacional e social e na
resolução de problemas interpessoais, recorrendo predominantemente à intuição.
• Inteligência conceptual ou abstracta – tipo de inteligência que se manifesta na
capacidade de resolver problemas recorrendo à linguagem e a outros sistemas simbólicos.
Manifesta-se em capacidades de compreensão, raciocínio, na resolução de problemas e
tomadas de decisão.
Concepção factorial (Spearman) – defende a existência de uma inteligência geral (factor G)
que estaria subjacente a todas as funções intelectuais, aos factores específicos – factores S.
Concepção multifactorial (Thurstone) – composta por vários factores, negando assim a
existência de um inteligência geral.
Segundo Thurstone, a inteligência não é uma capacidade constituída por uma estrutura única:
é composta por vários factores que designa por aptidões mentais primárias.
• Visualização espacial – capacidade de visualizar e compreender formas e relações espaciais;
• Rapidez perceptiva – capacidade para reconhecer rapidamente pormenores, semelhanças e
diferenças entre objectos;
• Compreensão verbal – capacidade para compreender as ideias expressas através de
palavras;
• Fluência verbal – capacidade para produzir e compreender rapidamente a linguagem oral e
escrita;
• Memória – capacidade para reter e recordar a informação;
• Raciocínio – capacidade para resolver problemas lógicos;
• Aptidão numérica – capacidade para resolver problemas aritméticos, fazer cálculos.
Guilford distinguiu pensamento convergente de pensamento divergente:
Pensamento convergente – é a existência de uma resposta ou conclusão que surge como
única: o pensamento é orientado em direcção a essa resposta que surge como a melhor. É um
pensamento dominado pela lógica e objectividade.
Pensamento divergente – é caracterizado por uma exploração mental de soluções várias,
diferentes e originais para um mesmo problema.
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2. A criatividade está intimamente ligada ao pensamento divergente pois é a capacidade que
permite fazer algo de novo, lidar com uma situação de modo inédito e original.
Algumas características do pensamento criativo são:
1) A originalidade – produção de algo de novo, descoberta de novas soluções…
2) Fluidez – capacidade para imaginar e descobrir várias respostas para um problema;
3) Flexibilidade – permite um pensamento versátil, flexível e a mudança de estratégia
na resolução de um problema.
A inteligência depende de vários factores:
• Hereditariedade – há uma componente genética na determinação da inteligência de um
indivíduo. Ainda que a informação hereditária não defina as capacidades intelectuais de
uma pessoa, estabelece os limites de desenvolvimento e a expressão destas capacidades em
interacção com o meio.
• Meio Social – o meio social é um factor que influencia, estimulando ou dificultando, o
desenvolvimento da inteligência. O meio, proporcionando condições para o
desenvolvimento físico, psicológico e social, tem um papel decisivo no modo como a
componente genética se manifestará. A família, a escola e o contexto social mais alargado
podem favorecer ou dificultar o desenvolvimento da capacidade de ser inteligente. Assim,
um meio que assegura as necessidades fundamentais e rico em estímulos facilita o
desenvolvimento das capacidades intelectuais. Os factores sociais são determinantes na
modelação do potencial genético que pode ser ou não desenvolvido.
• Expectativas – os indivíduos têm tendência a responder de acordo com as expectativas,
positivas ou negativas, que são feitas pelas pessoas mais significativas: família, professores
e amigos. Se as expectativas são negativas as capacidades intelectuais podem ser
bloqueadas; se são positivas podem ser estimuladas. O que os outros esperam de um
indivíduo influencia a sua auto-estima e motivação, o que se reflectirá na sua capacidade
intelectual.
A escala Métrica de Binet e Simon foi o primeiro instrumento a medir, através de testes, as
capacidades mentais.
O quociente de Inteligência (QI) é a razão entre a idade mental (IM), avaliada pela aplicação
de testes, e a idade cronológica (IC).
Limitações que se colocam à aplicação de testes de QI
São várias as limitações que se colocam à aplicação dos testes de inteligência:
• A situação de avaliação é artificial podendo por isso afectar os resultados. Por outro lado,
o estado do sujeito no momento em que realiza os testes pode afectar os resultados.
• Os testes só avaliam determinadas aptidões e capacidades intelectuais. Sendo a
inteligência uma faculdade tão complexa, multifacetada e abrangente, os testes só
medem alguns dos seus aspectos.
• A forma como os resultados dos testes são interpretados e utilizados podem conduzir a
deturpações especialmente se se partir do pressuposto fornecem de forma objectiva o
nível de inteligência de uma pessoa.
• Os testes só podem ser aplicados aos indivíduos que se enquadram nas características da
população para a qual foram construídos. Quando esta norma não é respeitada os
resultados obtidos podem, por exemplo, prejudicar pessoas de origem e condição social
mais baixa podendo provocar levar à discriminação. No passado os testes de inteligência
não tinham em conta o contexto sociocultural dos indivíduos que os realizavam. Ao serem
utilizados incorrectamente, de forma redutora e abusiva conduziram e justificaram a
discriminação social e racial.
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3. (Texto 2)
A inteligência possibilita a ultrapassagem de várias limitações, permitindo aos seres humanos
falar, cultivar os campos, domesticar animais, construir cidades, produzir teorias que tornam
o mundo mais compreensível. Justificou classificações que distinguiam de forma radical os
normais dos anormais, os inteligentes dos menos inteligentes, justificando preconceitos que
conduziram à exclusão de muitos seres humanos. A palavra inteligência tem origem no latim,
e quer dizer compreensão, faculdade de compreender. A definição desta faculdade è bem
mais difícil de enunciar do que a sua etimologia. Não há uma definição universal, o termo
inteligência è utilizado com significados muito diversos, encontrando-se várias definições.
Inteligência prática, manifesta-se empiricamente pela invenção, fabrico e uso de objectos,
estando na base de respostas concretas aos problemas do quotidiano. Revela-se ao nível da
actividade concreta, manipulando os objectos. Recorre na resolução dos problemas, à
capacidade de mobilização ou manipulação de representações perceptivas e às acções.
Inteligência social, manifesta-se na vida social e relacional e no resolver de problemas
interpessoais, recorrendo à intuição. Está na base dos comportamentos de relação social.
Inteligência conceptual, também chamada de racional e abstracta, pressupõe o recurso da
linguagem e de outros sistemas simbólicos. Manifesta-se nas capacidades de raciocínio,
tomada de decisões, resolução de problemas e compreensão. Na capacidade simbólica e
verbal.
Quociente de Inteligência ( QI), è usado pela primeira vez na Alemanha com Stern. O
quociente de inteligência determina a relação entre a idade mental e a idade cronológica.
Para calcular o QI, dividiu a idade mental, obtida numa bateria de testes, pela idade
cronológica, multiplicando o resultado por 100.
Teoria das inteligências múltiplas, existem diferentes tipos de inteligência, como, a
inteligência lógica- matemática, onde tem aptidão para raciocinar, formular e validar
hipóteses; inteligência linguistica, tem aptidão verbal, mais as subtilezas de significado.
Concretamente a linguagem verbal e escrita; inteligência espacial, aptidão para representar
espaço, reconhecer ou até desenhar relações espaciais; inteligência musical, para cantar,
tocar, compor uma musica; inteligência corporal- cinestésica, para controlar movimentos de
forma adequada, como dançar, fazer atletismo; inteligência interpessoal, para compreender
e responder adequadamente a outras pessoas e por fim, a inteligência intrapessoal, para se
compreender a si próprio.
Factores de inteligência, são a hereditariedade, factores sociais, idade, expectativas. A
inteligência está relacionada com a herança genética, a hereditariedade. Existe um
contributo da hereditariedade no nível das capacidades intelectuais. Mas a hereditariedade
está relacionada com os factores sociais, o meio sociocultural da família influencia o
desenvolvimento da inteligência. As condições económicas, o nível de instrução dos pais, um
ambiente estimulante ou até a sua profissão afectam o desenvolvimento das capacidades
intelectuais das crianças. A idade è também um importante factor. Aos diferentes estádios
correspondem diferentes expressões de inteligência. A inteligência manifesta-se de forma
diversa segundo o desenvolvimento e a idade. Todos somos influenciados pelas expectativas,
positivas ou negativas, sobretudo pelas pessoas mais chegadas como os pais, amigos, outros
familiares. Tendemos a ajustarmo-nos às expectativas pelo facto de estas influenciarem o
autoconceito, motivação para aprender, persistência na realização de tarefas.
Pensamento convergente è o mundo normal. È a existência de uma resposta ou conclusão que
surge como única, o pensamento È orientado em direcção a essa resposta que è a melhor. È
um pensamento dominado pela objectividade e pela lógica. Dirige-se para um ponto comum,
para o mesmo fim.
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4. Pensamento divergente, è um pensamento diferente, discordante, oposto. È totalmente
diferente do habitual. Caracterizado por uma exploração mental de soluções várias e originais
para um mesmo problema. uma pessoa que tem um pensamento divergente è uma pessoa
artística e criativa.
A criatividade è uma forma especial de resolver problemas com elementos novos ou
raramente usuais. Prefere a complexidade e a novidade, acentua valores teóricos e estéticos
ao mesmo tempo. A criatividade apresenta três aspectos fundamentais, a fluidez, a
flexibilidade e a originalidade. A fluidez consiste na capacidade de encontrar múltiplas
soluções, espontaneidade. A flexibilidade, è a capacidade para mudar de estratégia na
resolução de um problema, aptidão para várias coisas ou aplicações . A originalidade,
caracteriza-se pelo encontro de novas formas para resolver problemas, tem haver com a
singularidade, extravagância e a excentricidade, è a principal característica da criatividade.
As pessoas criativas têm uma fluência de ideias imaginativas, uma flexibilidade que as torna
capazes de aprenderem relações, não visíveis, existentes nos problemas.
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