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IESA/UFG
-Curso de Geografia-
Estatística Básica
Prof. Manoel Júnior
É importante distinguir o próprio fenômeno do modelo matemático
elaborado para representar esse fenômeno. Evidentemente, não exercemos
influencia sobre aquilo que observamos, no entanto, ao escolher um determinado
modelo, podemos utilizar nosso próprio julgamento crítico. Por isso, como diz J.
Neyman:
“Todas as vezes que fizermos uso da Matemática a fim de
estudar algum fenômeno de observação, deveremos começar
por construir um modelo matemático (determinístico ou
probabilístico) para esse fenômeno”. Inevitavelmente, o
modelo deve simplificar as coisas e certos pormenores devem
ser desprezados. O bom resultado do modelo depende de que
os pormenores desprezados sejam ou não realmente sem
importância na elucidação do fenômeno estudado. A
resolução do problema matemático pode estar correta e, não
obstante, estar em grande discordância com os dados
observados, simplesmente porque as hipóteses básicas feitas
não sejam confirmadas. Geralmente é bastante difícil afirmar
com certeza se um modelo matemático especificado é ou não
adequado, antes que alguns dados de observação sejam
obtidos. A fim de verificar a validade de um modelo, devemos
deduzir um certo número de conseqüências de nosso modelo
e, a seguir, comparar esses resultados previstos com
observações.“
A NATUREZA DA ESTATÍSTICA
 Um pouco da História da Estatística
Quando as sociedades primitivas se organizaram sentiram necessidade de
tomar decisões que exigiam o conhecimento numérico dos recursos disponíveis.
Para responder ao desenvolvimento social surgiram as primeiras técnicas
estatísticas que foram realizadas para os governantes das grandes civilizações
antigas tomarem conhecimento dos bens que o Estado possuía e como estavam
distribuídos pela população.
O primeiro dado disponível sobre um levantamento estatístico foi referido
por Heródoto o qual diz que em 3050 a.C. se efetuou um estudo da riqueza da
população do Egito, cuja finalidade era averiguar quais os recursos humanos e
econômicos disponíveis para a construção das pirâmides.
No ano 2238 a.C. realizou-se uma estatística ordenada pelo imperador chinês
Yao com fins industriais e comerciais. No ano 1400 a.C. Ramsés II mandou
2
realizar um levantamento das terras do Egito. Outras estatísticas referidas pelos
investigadores foram feitas por Moisés (1490 a.C.), pelos gregos e pelos romanos.
Desde a queda do império romano passou praticamente um milênio sem que
se conheçam estatísticas importantes, a não ser as rea lizadas por Pipino, em 758, e
por Carlos Magno, em 762, sobre as terras que eram propriedade da Igreja. Desde
então, muitos Estados ordenaram estudos para melhor conhecerem determinadas
características da população, nomeadamente para determinarem leis sobr e impostos
e número de homens disponíveis para combater. Esta foi a primeira fase do que,
hoje, se chama Estatística.
No século XVII, na Inglaterra, iniciou-se uma segunda fase em que já se
analisavam grupos de observações numéricas respeitantes à saúde pú blica,
nascimentos, mortes e comércio. Nesta fase, distinguiram-se John Graunt (1620-
1674) e William Petty (1623-1687), que procuraram leis quantitativas para traduzir
fenômenos sociais e políticos.
O desenvolvimento do Cálculo das Probabilidades e sua ligação com os
conhecimentos estatísticos, também no século XVII, veio dar uma nova dimensão à
Estatística. Considera-se assim uma nova fase, em que se começa a fazer
inferência estatística. Três nomes importantes ligados a esta fase são:
Fermat(1601-1665), Pascal(1623-1662) e Huygens(1629-1695).
Apesar de se saber hoje que três séculos antes do nascimento de Cristo já se
fazia estatísticas, a palavra Estatística apareceu pela primeira vez no século XVIII
e foi sugerida pelo alemão Gottfried Achemmel (1719-1772), palavra esta que
deriva de statu (estado, em latim).
No século XIX inicia-se a última fase do desenvolvimento da Estatística,
alargando e interligando os conhecimentos adquiridos nas três fases anteriores.
Com esta fase dá-se início a uma dependência dos diferentes ramos do saber
relativamente à Estatística. Dois dos grandes nomes associados a este
desenvolvimento são: Ronald Fisher (1890-1962) e Karl Pearson (1857-1936).
Hoje, a Estatística não se limita apenas ao estudo da Demografia e da Economia. O
seu campo de aplicação alargou-se à análise de dados em Biologia, Medicina,
Física, Psicologia, Geografia, Indústria, Comércio, Meteorologia, Educação, etc, e
ainda a domínios aparentemente desligados, como Estrutura de Linguagem e estudo
de Formas Literárias. Se na sua origem, a Estatística estava ligada ao Estado, hoje,
não só se mantém esta ligação, como todos os Estados e a sociedade em geral
dependem cada vez mais dela. Por isso, em todos os Estados existe um
Departamento ou Instituto Nacional de Estatística.
 O Que é Estatística?
Ao se falar em Estatística logo se lembra de apresentações numéricas, em
tabelas ou gráficos dos resultados da observação de fenômenos, ou, o elemento
típico inferido dessa observação. Nesse sentido, ao longo do século XX, os
métodos estatísticos foram desenvolvidos como uma mistura de ciência, tecnologia
e lógica para a solução e investigação de problemas em várias áreas do
conhecimento humano. Tem sido utilizada na pesquisa científica, para a
otimização de recursos econômicos, para o aumento da qualidade e produtividade,
na otimização em análise de decisões, em questões judiciais, previsão e em muitas
outras áreas. Assim, a estatística moderna pode ser considerada como sendo uma
tecnologia quantitativa para a ciência experimental e observacional que permite
avaliar e estudar as incertezas e os seus efeitos no planejamento e interpretação de
experiências e de observações de fenômenos da natureza e da sociedade.
3
Os métodos que a Estatística utiliza são aplicáveis a todas as ciências. No
entanto, alguns métodos são mais utilizados em uma área do que em outra. Estuda
e pesquisa sobre: o levantamento de dados com a máxima quantidade de
informação possível para um dado custo; o processamento de dados para a
quantificação da quantidade de incerteza existente na resposta para um
determinado problema; a tomada de decisões sob condições de incerteza, sob o
menor risco possível, etc. Assim, por exemplo, os métodos de controle estatístico
de qualidade são mais utilizado na industria. Sua utilização vai desde o
recebimento de matéria-prima, passando por todas as etapas de transformação, na
inspeção de qualidade do produto, na fase de acabamento e terminando na
colocação de produto acabado no mercado consumidor.
A estatística é multidisciplinar e mesmo que as interpretações de suas
análises sejam diferentes por causa das diferenças entre as áreas do conhecimento,
os conceitos empregados, as limitações das técnicas e as conseqüências dessas
interpretações são essencialmente as mesmas. É uma parte da matemática aplicada
que fornece métodos para coleta, organização, descrição, análise e interpretação de
dados e para a utilização dos mesmos na tomada de decisões. Na perspectiva
aplicada, podemos conceituar a Estatística como sendo um conjunto de processos,
ou métodos, que tem por objetivo a observação, classificação formal e análise de
fenômenos coletivos, que através de apresentação numérica, tabular ou gráfica dos
resultados busca a indução de leis a que tais fenômenos obedeçam globalmente.
A coleta, a organização, a descrição dos dados, o cálculo e a interpretação
de coeficientes pertencem à ESTATÍSTICA DESCRITIVA (técnicas gráficas e
numéricas que sintetizam as informações em um conjunto de dados), enquanto a
análise e a interpretação dos dados, associado a uma margem de incerteza, ficam a
cargo da ESTATÍSTICA INDUTIVA ou INFERENCIAL (generalizações a respeito
das características de uma população), também chamada como a medida da
incerteza ou métodos que se fundamentam na teoria da probabilidade.
• A estimação de parâmetros considerando apenas os resultados de uma amostra
 inferência estatística. Uma outra forma de inferência estatística diz
respeito à validação de hipóteses (testes de hipóteses)
 Método estatístico
MÉTODO: é um meio mais eficaz para atingir determinada meta.
MÉTODO EXPERIMENTAL: consiste em manter constantes todas as causas,
menos uma, que é quem sofre variação para se observar seus efeitos, caso existam.
Ex: Estudos da Química, Física, etc.
MÉTODO ESTATÍSTICO: diante da impossibilidade de manter as causas
constantes (nas ciências sociais), admitem todas essas causas presentes variando -
as, registrando essas variações e procurando determinar, no resultado final que
influências cabem a cada uma delas. Ex: Quais as causas que definem o preço de
uma mercadoria quando a sua oferta diminui?
 Definições básicas da estatística
FENÔMENO ESTATÍSTICO: é qualquer evento que se pretenda analisar, cujo
estudo seja possível da aplicação do método estatístico. São divididos em três
grupos:
4
Fenômenos de massa ou coletivo: são aqueles que não podem ser definidos por
uma simples observação. A estatística dedica-se ao estudo desses fenômenos. Ex:
A natalidade em Goiânia. O preço médio da cerveja em Goiânia, etc.
Fenômenos individuais: são aqueles que irão compor os fenômenos de massa. Ex:
cada nascimento em Goiânia, cada preço de cerveja em Goiânia, etc.
Fenômenos de multidão: quando as características observadas para a massa não se
verificam para o particular.
DADO ESTATÍSTICO: é um dado numérico e é considerada a matéria-prima sobre
a qual iremos aplicar os métodos estatísticos.
POPULAÇÃO: é o conjunto total de elementos portadores de, pelo menos, uma
característica comum, que formam o Universo do estudo e que são passíveis de
serem observados.
AMOSTRA: é uma parcela representativa da população que é examinada com o
propósito de tirarmos conclusões sobre a essa população. As características da
amostragem determinam a Estatística.
Os principais critérios de seleção de amostras são os processos aleatório (a o
acaso), sistemático e proporcional, de tal forma que todos os elementos do
conjunto devem ter a mesma oportunidade, não existindo a eliminação a priori de
nenhum elemento.
PARÂMETROS: São valores singulares que existem na população e que servem
para caracterizá-la. Para definirmos um parâmetro devemos examinar toda a
população e as características da população estão baseadas na amostragem.
ESTIMATIVA: é um valor aproximado do parâmetro e é calculado com o uso da
amostra.
ATRIBUTO: quando os dados estatíst icos apresentam um caráter qualitativo, o
levantamento e os estudos necessários ao tratamento desses dados são designados
genericamente de estatística de atributo.
VARIÁVEL: É, convencionalmente, o conjunto de resultados possíveis de um
fenômeno.
Variável qualitativa: Quando seus valores são expressos por atributos: sexo, cor
da pele, etc.
Variável quantitativa: Quando os dados são de caráter nitidamente quantitativo, e
o conjunto dos resultados possui uma estrutura numérica, trata -se, portanto da
estatística de variável e se dividem em:
Variável discreta ou descontínua: Seus valores são expressos geralmente através
de números inteiros não negativos. Resulta normalmente de contagens. Ex: nº de
alunos presentes às aulas no 1º semestre: mar(18), abr(30), mai(3 5), jun(36).
5
Variável contínua: Resulta normalmente de uma mensuração, e a escala numérica
de seus possíveis valores corresponde ao conjunto dos números Reais, ou seja,
podem assumir, teoricamente, qualquer valor entre dois limites. Ex.: Quando você
vai medir a temperatura de seu corpo com um termômetro de mercúrio o filete de
mercúrio, ao dilatar-se, passará por todas as temperaturas intermediárias até
chegar na temperatura atual do seu corpo.
Ex: Classifique as variáveis em qualitativas ou quantitativas ( contínuas ou
discretas): Cor dos olhos das alunas: qualitativa. Índice de liquidez nas indústrias
capixabas: quantitativa contínua. Produção de café no Brasil: quantitativa
contínua. Número de defeitos em aparelhos de TV: quantitativa discreta.
Comprimento dos pregos produzidos por uma empresa: quantitativa contínua. O
ponto obtido em cada jogada de um dado: quantitativa discreta
 Fases do método estatístico
O trabalho estatístico exige como “matéria prima” um conjunto de números,
resultante de uma coleta de informações, retirados de populações. Esses números
serão trabalhados para a elaboração do “produto” e o trabalho deve começar pela:
1º - DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: Saber exatamente aquilo que se pretende
pesquisar é o mesmo que definir corretamente o problema.
2º - PLANEJAMENTO: Como levantar informações ? Que dados deverão ser
obtidos? Qual levantamento a ser utilizado? Censitário? Por amostragem? E o
cronograma de atividades? Os custos envolvidos? etc. Enfim, perguntas do tipo:
“quem”, “o que”, “por que”, “para que”, etc.
O exame das informações disponíveis é o grande trabalho inicial: reunir tudo
que já foi publicado sobre o assunto, compilar a legislação especifica, obter
relatórios sobre atividades semelhantes ou correlatas, adquirir mapas da região
geográfica, enfim, a equipe que realizará o trabalho não deverá partir do “nada”, e
sempre que possível procurará analisar a experiência de trabalhos anteriores para
não incidir nos possíveis erros. A definição do Universo é o caminho a seguir,
após esse exame anterior, ou seja, deve-se saber qual o conjunto a ser a
pesquisado. O tipo de levantamento, censo ou amostragem e o processo de coleta
deverá ser decidido (elaboração do questionário, etc.).
3º - COLETA DE DADOS: Fase operacional. Após a definição de co mo, quem e
onde coletar os dados realiza-se o registro sistemático destes, com um objetivo
determinado.
Dados primários: quando são publicados pela própria pessoa ou organização que
os haja recolhido. Ex: tabelas do censo demográfico do IBGE.
Dados secundários: quando são publicados pro outra organização. Ex: quando
determinado jornal publica estatísticas referentes ao censo demográfico extraídas
do IBGE. É mais seguro trabalhar com fontes primárias. O uso da fonte secundária
traz o grande risco de erros de transcrição.
Coleta Direta: quando é obtida diretamente da fonte. Ex: Empresa que realiza uma
pesquisa para saber a preferência dos consumidores pela sua marca.
6
A coleta direta pode ser: contínua (registros de nascimento, óbitos, casamentos,
etc.), periódica (recenseamento demográfico, censo industrial) e ocasional
(registro de casos de dengue).
Coleta Indireta: É feita por deduções a partir dos elementos conseguidos pela
coleta direta, por analogia, por avaliação, indícios ou proporcionalização.
O pesquisador determinará quais os dados imprescindíveis, seus detalhes e
periodicidade e, assim, anterior ou paralelamente a pesquisa, tais informes serão
também coletados.
4º - APURAÇÃO DOS DADOS: Resumo dos dados através de sua contagem e
agrupamento. É a condensação e tabulação de dados.
5º - APRESENTAÇÃO DOS DADOS: Há duas formas de apresentação, que não se
excluem mutuamente. A apresentação tabular, ou seja, é uma apresentação
numérica dos dados em linhas e colunas distribuídas de modo ordenado, segundo
regras práticas fixadas pelo Conselho Nacional de Estatística. A apresentação
gráfica dos dados numéricos constitui uma apresentação geométrica permitindo
uma visão rápida e clara do fenômeno.
6º - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS: A última fase do trabalho
estatístico é a mais importante e delicada. Está ligada essencialmente ao cálculo de
medidas e coeficientes, cuja finalidade principal é descrever o fenômeno
(estatística descritiva). Na estatística indutiva a interpretação dos dados se
fundamenta na teoria da probabilidade.
 Alguns provedores de Dados Estatísticos:
IBGE DATASUS IPEA FGV - Fundação Getúlio Vargas
Banco Central CNI - Confederação Nacional da Industria
http://www.ai.com.br/pessoal/indices/
7
AMOSTRAGEM
A escolha da amostra exige que cada elemento da população possua
determinada probabilidade de ser selecionado que, normalmente deve ser a mesma.
Assim, se N for o tamanho da população, a probabilidade de cada elemento será
1/N. Trata-se do método que garante cientificamente a aplicação das técnicas
estatísticas de inferências. Somente com base em amostragens probabilísticas é
que se podem realizar inferências ou induções sobre a população a partir do
conhecimento da amostra. É uma técnica especial para recolher amostras, que
garantem, tanto quanto possível, o acaso na escolha.
AMOSTRAGEM CASUAL OU ALEATÓRIA SIMPLES:
É o processo mais elementar e freqüentemente utilizado. É equivalente a um
sorteio lotérico e pode ser realizada numerando -se a população de 1 a n e
sorteando-se, a seguir, por meio de um dispositivo aleatório qualquer, x números
dessa seqüência, os quais corresponderão aos elementos pertencentes à amostra.
Exemplo: Vamos obter uma amostra, de 10%, representativa para a pesquisa da
estatura de 90 alunos de uma escola:
1º - numeramos os alunos de 1 a 90.
2º - escrevemos os números dos alunos, de 1 a 90, em pedaços iguais de papel,
colocamos na urna e após mistura retiramos, um a um, nove números que formarão
a amostra.
OBS: quando o número de elementos da amostra é muito grande, esse tipo de
sorteio torna-se muito trabalhoso. Neste caso utiliza-se uma Tabela de números
aleatórios, construída de modo que os algarismos são distribuídos ao acaso nas
linhas e colunas.
AMOSTRAGEM PROPORCIONAL ESTRATIFICADA:
Quando a população se divide em estratos (sub-populações), convém que o
sorteio dos elementos da amostra leve em consideração tais estratos, daí obtemos
os elementos da amostra proporcional ao número de elementos desses estratos.
Exemplo: Vamos obter uma amostra proporcional estratificada, de 10%, do
exemplo anterior, supondo, que, dos 90 alunos, 54 sejam meninos e 36 sejam
meninas. São, portanto dois estratos (sexo masculino e sexo feminino). Logo,
temos:
SEXO POPULACÃO 10% AMOSTRA
MASC. 54 5,4 5
FEMIN. 36 3,6 4
Total 90 9,0 9
8
Numeramos então os alunos de 01 a 90, sendo 01 a 54 meninos e 55 a 90,
meninas e procedemos ao sorteio casual com urna ou tabela de números aleatórios.
AMOSTRAGEM SISTEMÁTICA:
Quando os elementos da população já se acham ordenados, não há
necessidade de construir o sistema de referência. São exemplos os prontuários
médicos de um hospital, os prédios de uma rua, etc. Nestes casos, a seleção dos
elementos que constituirão a amostra pode ser feita por um s istema imposto pelo
pesquisador.
Exemplo: Suponhamos uma rua com 900 casas, das quais desejamos obter uma
amostra formada por 50 casas para uma pesquisa de opinião. Podemos, neste caso,
usar o seguinte procedimento: como 900/50 = 18 escolhemos por sorteio casual um
número de 01 a 18, o qual indicaria o primeiro elemento sorteado para a amostra;
os demais elementos seriam periodicamente considerados de 18 em 18. Assim,
suponhamos que o número sorteado fosse 4 a amostra seria: 4ª casa, 22ª casa, 40ª
casa, 58ª casa, 76ª casa, etc.
AMOSTRAGEM POR CONGLOMERADOS (OU AGRUPAMENTOS)
Algumas populações não permitem, ou tornam extremamente difícil que se
identifiquem seus elementos. Não obstante isso pode ser relativamente fácil
identificar alguns subgrupos da população. Em tais casos, uma amostra aleatória
simples desses subgrupos (conglomerados) pode se colhida, e uma contagem
completa deve ser feita para o conglomerado sorteado. Agrupamentos típicos são
quarteirões, famílias, organizações, agências, edifícios etc.
Ex: Num levantamento da população de determinada cidade, podemos dispor do
mapa indicando cada quarteirão e não dispor de uma relação atualizada dos seus
moradores. Pode-se, então, colher uma amostra dos quarteirões e fazer a contagem
completa de todos os que residem naqueles quarteirões sorteados.
MÉTODOS NÃO PROBABILÍSITCOS
São amostragens em que há uma escolha deliberada dos elementos da
amostra. Não é possível generalizar os resultados das pesquisas para a população,
pois as amostras não-probabilísticas não garantem a representatividade da
população.
AMOSTRAGEM ACIDENTAL
Trata-se de uma amostra formada por aqueles elementos que vão aparecendo,
que são possíveis de se obter até completar o número de elementos da amostra.
Geralmente utilizada em pesquisas de opinião, em que os entrevistados são
acidentalmente escolhidos. Exemplos: Pesquisas de opinião em praças públicas,
ruas movimentadas de grandes cidades etc.
AMOSTRAGEM INTENCIONAL
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De acordo com determinado critério, é escolhido intencionalmente um grupo
de elementos que irão compor a amostra. O investigador se dirige intencionalmente
a grupos de elementos dos quais deseja saber a opinião.
Ex: Numa pesquisa sobre preferência por determinado cosmético, o pesquisador se
dirige a um grande salão de beleza e entrevista as pessoas que ali se encontram.
AMOSTRAGEM POR QUOTAS
Um dos métodos de amostragem mais comumente usados em levantamentos
de mercado e em prévias eleitorais abrange três fases:
1ª - classificação da população em termos de propriedades que se sab e, ou
presume, serem relevantes para a característica a ser estudada;
2ª - determinação da proporção da população para cada característica, com base na
constituição conhecida, presumida ou estimada, da população;
3ª - fixação de quotas para cada entrevistador a quem tocará a responsabilidade de
selecionar entrevistados, de modo que a amostra total observada ou entrevistada
contenha a proporção e cada classe tal como determinada na 2ª fase.
Ex: Numa pesquisa sobre o "trabalho das mulheres na atualidade". Pro vavelmente
se terá interesse em considerar: a divisão cidade e campo, a habitação, o número
de filhos, a idade dos filhos, a renda média, as faixas etárias etc.
A primeira tarefa é descobrir as proporções (porcentagens) dessas
características na população. Imagina-se que haja 47% de homens e 53% de
mulheres na população. Logo, uma amostra de 50 pessoas deverá ter 23 homens e
27 mulheres. Então o pesquisador receberá uma "quota" para entrevistar 27
mulheres. A consideração de várias categorias exigirá uma co mposição amostral
que atenda ao n determinado e às proporções populacionais estipuladas.
SÉRIES ESTATÍSTICAS
TABELA: É um quadro que resume um conjunto de dados dispostos segundo
linhas e colunas de maneira sistemática. De acordo com a Resolução 886 do
IBGE, nas casas ou células da tabela devemos colocar:
 um traço horizontal ( - ) quando o valor é zero;
 três pontos ( ... ) quando não temos os dados;
 zero ( 0 ) quando o valor é muito pequeno para ser expresso pela unidade
utilizada;
 um ponto de interrogação ( ? ) quando temos dúvida quanto à exatidão de
determinado valor.
Obs: O lado direito e esquerdo de uma tabela oficial deve ser aberto.
Uma série estatística é qualquer tabela que apresenta a distribuição de um
conjunto de dados estatísticos em função da época, do local ou da espécie.
10
Séries Homógradas: são aquelas em que a variável descrita apresenta variação
discreta ou descontínua. Podem ser do tipo temporal, geográfica ou específica.
a) Série Temporal: Identifica-se pelo caráter variável do fator cronológico. O
local e a espécie (fenômeno) são elementos fixos. Esta série também é chamada de
histórica ou evolutiva.
ABC VEÍCLULOS LTDA. Vendas no 1º bimestre de 1996 (* Em mil unidades)
PERÍODO UNIDADES VENDIDAS *
JAN/96 2 0
FEV/96 1 0
TOTAL 3 0
.b) Série Geográfica: Apresenta como elemento variável o fator geográfico. A
época e o fato (espécie) são elementos fixos. Também é chamada de espacial,
territorial ou de localização.
ABC VEÍCLULOS LTDA. Vendas no 1º bimestre de 1996 (* Em mil unidades)
FILIAIS UNIDADES VENDIDAS *
São Paulo 1 3
Rio de Janeiro 1 7
TOTAL 3 0
c) Série Específica: O caráter variável é apenas o fato ou espécie. Também é
chamada de série categórica.
ABC VEÍCLULOS LTDA. Vendas no 1º bimestre de 1996 (* Em mil unidades)
MARCA UNIDADES VENDIDAS *
FIAT 1 8
GM 1 2
TOTAL 3 0
SÉRIES CONJUGADAS: Também chamadas de tabelas de dupla entrada. São
apropriadas à apresentação de duas ou mais séries de maneira conjugada, havendo
duas ordens de classificação: uma horizontal e outra vertical. O exemplo abaixo é
de uma série geográfica-temporal.
ABC VEÍCLULOS LTDA. Vendas no 1º bimestre de 1996 (* Em mil unidades)
FILIAIS Janeiro/96 Fevereiro/96
São Paulo 1 0 3
Rio de Janeiro 1 2 5
TOTAL 2 2 8
GRÁFICOS ESTATÍSTICOSGGG
Os gráficos são representações visuais dos dados estatísticos que devem
corresponder, mas nunca substituir as tabelas estatísticas. Suas principais
11
características são: Uso de escalas, sistema de coordenadas, simplicidade, clareza
e veracidade.
Gráficos de informação: São gráficos destinados principalmente ao público em
geral, objetivando proporcionar uma visualização rápida e clara. São gráficos
tipicamente expositivos, dispensando comentários explicativos adicionais. As
legendas podem ser omitidas, desde que as informações desejadas estejam
presentes.
Gráficos de análise: São gráficos que se prestam melhor ao trabalho estatístico,
fornecendo elementos úteis à fase de análise dos dados, sem deixar de ser também
informativos. Os gráficos de análise freqüentemente vêm acompanhados de uma
tabela estatística. Inclui-se, muitas vezes um texto explicativo, chamando a
atenção do leitor para os pontos principais revelados pelo gráf ico.
Classificação dos gráficos: Diagramas, Estereogramas, Pictogramas e Cartogramas.
.1 - Diagramas:
São gráficos geométricos dispostos em duas dimensões. São os mais usados na
representação de séries estatísticas. Eles podem ser :
1.1- Gráficos em barras horizontais.
1.2- Gráficos em barras verticais (colunas).
Quando as legendas não são breves usa-se de preferência os gráficos em
barras horizontais. Nesses gráficos os retângulos têm a mesma base e as alturas
são proporcionais aos respectivos dados. A ordem a ser observada é a cronológica,
se a série for histórica, e a decrescente, se for geográfica ou categórica.
1.3- Gráficos em barras compostas.
1.4- Gráficos em colunas superpostas.
Eles diferem dos gráficos em barras ou colunas convencionais apenas pe lo
fato de apresentar cada barra ou coluna segmentada em partes componentes.
Servem para representar comparativamente dois ou mais atributos.
1.5- Gráficos em linhas ou lineares.
São freqüentemente usados para representação de séries cronológicas com
um grande número de períodos de tempo. As linhas são mais eficientes do que as
colunas, quando existem intensas flutuações nas séries ou quando há necessidade
de se representarem várias séries em um mesmo gráfico.
Quando representamos, em um mesmo sistema de co ordenadas, a variação de
dois fenômenos, a parte interna da figura formada pelos gráficos desse fenômeno é
denominada de área de excesso.
1.5- Gráficos em setores.
12
Este gráfico é construído com base em um círculo, e é empregado sempre
que desejamos ressaltar a participação do dado no total. O total é representado
pelo círculo, que fica dividido em tantos setores quantas são as partes. Os setores
são tais que suas áreas são respectivamente proporcionais aos dados da série. O
gráfico em setores só deve ser empregado quando há, no máximo, sete dados. As
séries temporais geralmente não são representadas por este tipo de gráfico.
.2 - Estereogramas:
São gráficos geométricos dispostos em três dimensões, pois representam
volume. São usados nas representações gráficas das tabelas de dupla entrada. Em
alguns casos este tipo de gráfico fica difícil de ser interpretado dada a pequena
precisão que oferecem.
.3 - Pictogramas:
São construídos a partir de figuras representativas da intensidade do
fenômeno. Este tipo de gráfico tem a vantagem de despertar a atenção do público
leigo, pois sua forma é atraente e sugestiva. Os símbolos deven ser auto -
explicativos. A desvantagem dos pictogramas é que apenas mostram uma visão
geral do fenômeno, e não de detalhes minuciosos. Veja o exemplo abaixo:
4- Cartogramas: São ilustrações relativas a cartas geográficas (mapas). O
objetivo desse gráfico é o de figurar os dados estatísticos diretamente r elacionados
com áreas geográficas ou políticas

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Estatística Básica: conceitos e métodos

  • 1. IESA/UFG -Curso de Geografia- Estatística Básica Prof. Manoel Júnior É importante distinguir o próprio fenômeno do modelo matemático elaborado para representar esse fenômeno. Evidentemente, não exercemos influencia sobre aquilo que observamos, no entanto, ao escolher um determinado modelo, podemos utilizar nosso próprio julgamento crítico. Por isso, como diz J. Neyman: “Todas as vezes que fizermos uso da Matemática a fim de estudar algum fenômeno de observação, deveremos começar por construir um modelo matemático (determinístico ou probabilístico) para esse fenômeno”. Inevitavelmente, o modelo deve simplificar as coisas e certos pormenores devem ser desprezados. O bom resultado do modelo depende de que os pormenores desprezados sejam ou não realmente sem importância na elucidação do fenômeno estudado. A resolução do problema matemático pode estar correta e, não obstante, estar em grande discordância com os dados observados, simplesmente porque as hipóteses básicas feitas não sejam confirmadas. Geralmente é bastante difícil afirmar com certeza se um modelo matemático especificado é ou não adequado, antes que alguns dados de observação sejam obtidos. A fim de verificar a validade de um modelo, devemos deduzir um certo número de conseqüências de nosso modelo e, a seguir, comparar esses resultados previstos com observações.“ A NATUREZA DA ESTATÍSTICA  Um pouco da História da Estatística Quando as sociedades primitivas se organizaram sentiram necessidade de tomar decisões que exigiam o conhecimento numérico dos recursos disponíveis. Para responder ao desenvolvimento social surgiram as primeiras técnicas estatísticas que foram realizadas para os governantes das grandes civilizações antigas tomarem conhecimento dos bens que o Estado possuía e como estavam distribuídos pela população. O primeiro dado disponível sobre um levantamento estatístico foi referido por Heródoto o qual diz que em 3050 a.C. se efetuou um estudo da riqueza da população do Egito, cuja finalidade era averiguar quais os recursos humanos e econômicos disponíveis para a construção das pirâmides. No ano 2238 a.C. realizou-se uma estatística ordenada pelo imperador chinês Yao com fins industriais e comerciais. No ano 1400 a.C. Ramsés II mandou
  • 2. 2 realizar um levantamento das terras do Egito. Outras estatísticas referidas pelos investigadores foram feitas por Moisés (1490 a.C.), pelos gregos e pelos romanos. Desde a queda do império romano passou praticamente um milênio sem que se conheçam estatísticas importantes, a não ser as rea lizadas por Pipino, em 758, e por Carlos Magno, em 762, sobre as terras que eram propriedade da Igreja. Desde então, muitos Estados ordenaram estudos para melhor conhecerem determinadas características da população, nomeadamente para determinarem leis sobr e impostos e número de homens disponíveis para combater. Esta foi a primeira fase do que, hoje, se chama Estatística. No século XVII, na Inglaterra, iniciou-se uma segunda fase em que já se analisavam grupos de observações numéricas respeitantes à saúde pú blica, nascimentos, mortes e comércio. Nesta fase, distinguiram-se John Graunt (1620- 1674) e William Petty (1623-1687), que procuraram leis quantitativas para traduzir fenômenos sociais e políticos. O desenvolvimento do Cálculo das Probabilidades e sua ligação com os conhecimentos estatísticos, também no século XVII, veio dar uma nova dimensão à Estatística. Considera-se assim uma nova fase, em que se começa a fazer inferência estatística. Três nomes importantes ligados a esta fase são: Fermat(1601-1665), Pascal(1623-1662) e Huygens(1629-1695). Apesar de se saber hoje que três séculos antes do nascimento de Cristo já se fazia estatísticas, a palavra Estatística apareceu pela primeira vez no século XVIII e foi sugerida pelo alemão Gottfried Achemmel (1719-1772), palavra esta que deriva de statu (estado, em latim). No século XIX inicia-se a última fase do desenvolvimento da Estatística, alargando e interligando os conhecimentos adquiridos nas três fases anteriores. Com esta fase dá-se início a uma dependência dos diferentes ramos do saber relativamente à Estatística. Dois dos grandes nomes associados a este desenvolvimento são: Ronald Fisher (1890-1962) e Karl Pearson (1857-1936). Hoje, a Estatística não se limita apenas ao estudo da Demografia e da Economia. O seu campo de aplicação alargou-se à análise de dados em Biologia, Medicina, Física, Psicologia, Geografia, Indústria, Comércio, Meteorologia, Educação, etc, e ainda a domínios aparentemente desligados, como Estrutura de Linguagem e estudo de Formas Literárias. Se na sua origem, a Estatística estava ligada ao Estado, hoje, não só se mantém esta ligação, como todos os Estados e a sociedade em geral dependem cada vez mais dela. Por isso, em todos os Estados existe um Departamento ou Instituto Nacional de Estatística.  O Que é Estatística? Ao se falar em Estatística logo se lembra de apresentações numéricas, em tabelas ou gráficos dos resultados da observação de fenômenos, ou, o elemento típico inferido dessa observação. Nesse sentido, ao longo do século XX, os métodos estatísticos foram desenvolvidos como uma mistura de ciência, tecnologia e lógica para a solução e investigação de problemas em várias áreas do conhecimento humano. Tem sido utilizada na pesquisa científica, para a otimização de recursos econômicos, para o aumento da qualidade e produtividade, na otimização em análise de decisões, em questões judiciais, previsão e em muitas outras áreas. Assim, a estatística moderna pode ser considerada como sendo uma tecnologia quantitativa para a ciência experimental e observacional que permite avaliar e estudar as incertezas e os seus efeitos no planejamento e interpretação de experiências e de observações de fenômenos da natureza e da sociedade.
  • 3. 3 Os métodos que a Estatística utiliza são aplicáveis a todas as ciências. No entanto, alguns métodos são mais utilizados em uma área do que em outra. Estuda e pesquisa sobre: o levantamento de dados com a máxima quantidade de informação possível para um dado custo; o processamento de dados para a quantificação da quantidade de incerteza existente na resposta para um determinado problema; a tomada de decisões sob condições de incerteza, sob o menor risco possível, etc. Assim, por exemplo, os métodos de controle estatístico de qualidade são mais utilizado na industria. Sua utilização vai desde o recebimento de matéria-prima, passando por todas as etapas de transformação, na inspeção de qualidade do produto, na fase de acabamento e terminando na colocação de produto acabado no mercado consumidor. A estatística é multidisciplinar e mesmo que as interpretações de suas análises sejam diferentes por causa das diferenças entre as áreas do conhecimento, os conceitos empregados, as limitações das técnicas e as conseqüências dessas interpretações são essencialmente as mesmas. É uma parte da matemática aplicada que fornece métodos para coleta, organização, descrição, análise e interpretação de dados e para a utilização dos mesmos na tomada de decisões. Na perspectiva aplicada, podemos conceituar a Estatística como sendo um conjunto de processos, ou métodos, que tem por objetivo a observação, classificação formal e análise de fenômenos coletivos, que através de apresentação numérica, tabular ou gráfica dos resultados busca a indução de leis a que tais fenômenos obedeçam globalmente. A coleta, a organização, a descrição dos dados, o cálculo e a interpretação de coeficientes pertencem à ESTATÍSTICA DESCRITIVA (técnicas gráficas e numéricas que sintetizam as informações em um conjunto de dados), enquanto a análise e a interpretação dos dados, associado a uma margem de incerteza, ficam a cargo da ESTATÍSTICA INDUTIVA ou INFERENCIAL (generalizações a respeito das características de uma população), também chamada como a medida da incerteza ou métodos que se fundamentam na teoria da probabilidade. • A estimação de parâmetros considerando apenas os resultados de uma amostra  inferência estatística. Uma outra forma de inferência estatística diz respeito à validação de hipóteses (testes de hipóteses)  Método estatístico MÉTODO: é um meio mais eficaz para atingir determinada meta. MÉTODO EXPERIMENTAL: consiste em manter constantes todas as causas, menos uma, que é quem sofre variação para se observar seus efeitos, caso existam. Ex: Estudos da Química, Física, etc. MÉTODO ESTATÍSTICO: diante da impossibilidade de manter as causas constantes (nas ciências sociais), admitem todas essas causas presentes variando - as, registrando essas variações e procurando determinar, no resultado final que influências cabem a cada uma delas. Ex: Quais as causas que definem o preço de uma mercadoria quando a sua oferta diminui?  Definições básicas da estatística FENÔMENO ESTATÍSTICO: é qualquer evento que se pretenda analisar, cujo estudo seja possível da aplicação do método estatístico. São divididos em três grupos:
  • 4. 4 Fenômenos de massa ou coletivo: são aqueles que não podem ser definidos por uma simples observação. A estatística dedica-se ao estudo desses fenômenos. Ex: A natalidade em Goiânia. O preço médio da cerveja em Goiânia, etc. Fenômenos individuais: são aqueles que irão compor os fenômenos de massa. Ex: cada nascimento em Goiânia, cada preço de cerveja em Goiânia, etc. Fenômenos de multidão: quando as características observadas para a massa não se verificam para o particular. DADO ESTATÍSTICO: é um dado numérico e é considerada a matéria-prima sobre a qual iremos aplicar os métodos estatísticos. POPULAÇÃO: é o conjunto total de elementos portadores de, pelo menos, uma característica comum, que formam o Universo do estudo e que são passíveis de serem observados. AMOSTRA: é uma parcela representativa da população que é examinada com o propósito de tirarmos conclusões sobre a essa população. As características da amostragem determinam a Estatística. Os principais critérios de seleção de amostras são os processos aleatório (a o acaso), sistemático e proporcional, de tal forma que todos os elementos do conjunto devem ter a mesma oportunidade, não existindo a eliminação a priori de nenhum elemento. PARÂMETROS: São valores singulares que existem na população e que servem para caracterizá-la. Para definirmos um parâmetro devemos examinar toda a população e as características da população estão baseadas na amostragem. ESTIMATIVA: é um valor aproximado do parâmetro e é calculado com o uso da amostra. ATRIBUTO: quando os dados estatíst icos apresentam um caráter qualitativo, o levantamento e os estudos necessários ao tratamento desses dados são designados genericamente de estatística de atributo. VARIÁVEL: É, convencionalmente, o conjunto de resultados possíveis de um fenômeno. Variável qualitativa: Quando seus valores são expressos por atributos: sexo, cor da pele, etc. Variável quantitativa: Quando os dados são de caráter nitidamente quantitativo, e o conjunto dos resultados possui uma estrutura numérica, trata -se, portanto da estatística de variável e se dividem em: Variável discreta ou descontínua: Seus valores são expressos geralmente através de números inteiros não negativos. Resulta normalmente de contagens. Ex: nº de alunos presentes às aulas no 1º semestre: mar(18), abr(30), mai(3 5), jun(36).
  • 5. 5 Variável contínua: Resulta normalmente de uma mensuração, e a escala numérica de seus possíveis valores corresponde ao conjunto dos números Reais, ou seja, podem assumir, teoricamente, qualquer valor entre dois limites. Ex.: Quando você vai medir a temperatura de seu corpo com um termômetro de mercúrio o filete de mercúrio, ao dilatar-se, passará por todas as temperaturas intermediárias até chegar na temperatura atual do seu corpo. Ex: Classifique as variáveis em qualitativas ou quantitativas ( contínuas ou discretas): Cor dos olhos das alunas: qualitativa. Índice de liquidez nas indústrias capixabas: quantitativa contínua. Produção de café no Brasil: quantitativa contínua. Número de defeitos em aparelhos de TV: quantitativa discreta. Comprimento dos pregos produzidos por uma empresa: quantitativa contínua. O ponto obtido em cada jogada de um dado: quantitativa discreta  Fases do método estatístico O trabalho estatístico exige como “matéria prima” um conjunto de números, resultante de uma coleta de informações, retirados de populações. Esses números serão trabalhados para a elaboração do “produto” e o trabalho deve começar pela: 1º - DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: Saber exatamente aquilo que se pretende pesquisar é o mesmo que definir corretamente o problema. 2º - PLANEJAMENTO: Como levantar informações ? Que dados deverão ser obtidos? Qual levantamento a ser utilizado? Censitário? Por amostragem? E o cronograma de atividades? Os custos envolvidos? etc. Enfim, perguntas do tipo: “quem”, “o que”, “por que”, “para que”, etc. O exame das informações disponíveis é o grande trabalho inicial: reunir tudo que já foi publicado sobre o assunto, compilar a legislação especifica, obter relatórios sobre atividades semelhantes ou correlatas, adquirir mapas da região geográfica, enfim, a equipe que realizará o trabalho não deverá partir do “nada”, e sempre que possível procurará analisar a experiência de trabalhos anteriores para não incidir nos possíveis erros. A definição do Universo é o caminho a seguir, após esse exame anterior, ou seja, deve-se saber qual o conjunto a ser a pesquisado. O tipo de levantamento, censo ou amostragem e o processo de coleta deverá ser decidido (elaboração do questionário, etc.). 3º - COLETA DE DADOS: Fase operacional. Após a definição de co mo, quem e onde coletar os dados realiza-se o registro sistemático destes, com um objetivo determinado. Dados primários: quando são publicados pela própria pessoa ou organização que os haja recolhido. Ex: tabelas do censo demográfico do IBGE. Dados secundários: quando são publicados pro outra organização. Ex: quando determinado jornal publica estatísticas referentes ao censo demográfico extraídas do IBGE. É mais seguro trabalhar com fontes primárias. O uso da fonte secundária traz o grande risco de erros de transcrição. Coleta Direta: quando é obtida diretamente da fonte. Ex: Empresa que realiza uma pesquisa para saber a preferência dos consumidores pela sua marca.
  • 6. 6 A coleta direta pode ser: contínua (registros de nascimento, óbitos, casamentos, etc.), periódica (recenseamento demográfico, censo industrial) e ocasional (registro de casos de dengue). Coleta Indireta: É feita por deduções a partir dos elementos conseguidos pela coleta direta, por analogia, por avaliação, indícios ou proporcionalização. O pesquisador determinará quais os dados imprescindíveis, seus detalhes e periodicidade e, assim, anterior ou paralelamente a pesquisa, tais informes serão também coletados. 4º - APURAÇÃO DOS DADOS: Resumo dos dados através de sua contagem e agrupamento. É a condensação e tabulação de dados. 5º - APRESENTAÇÃO DOS DADOS: Há duas formas de apresentação, que não se excluem mutuamente. A apresentação tabular, ou seja, é uma apresentação numérica dos dados em linhas e colunas distribuídas de modo ordenado, segundo regras práticas fixadas pelo Conselho Nacional de Estatística. A apresentação gráfica dos dados numéricos constitui uma apresentação geométrica permitindo uma visão rápida e clara do fenômeno. 6º - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS: A última fase do trabalho estatístico é a mais importante e delicada. Está ligada essencialmente ao cálculo de medidas e coeficientes, cuja finalidade principal é descrever o fenômeno (estatística descritiva). Na estatística indutiva a interpretação dos dados se fundamenta na teoria da probabilidade.  Alguns provedores de Dados Estatísticos: IBGE DATASUS IPEA FGV - Fundação Getúlio Vargas Banco Central CNI - Confederação Nacional da Industria http://www.ai.com.br/pessoal/indices/
  • 7. 7 AMOSTRAGEM A escolha da amostra exige que cada elemento da população possua determinada probabilidade de ser selecionado que, normalmente deve ser a mesma. Assim, se N for o tamanho da população, a probabilidade de cada elemento será 1/N. Trata-se do método que garante cientificamente a aplicação das técnicas estatísticas de inferências. Somente com base em amostragens probabilísticas é que se podem realizar inferências ou induções sobre a população a partir do conhecimento da amostra. É uma técnica especial para recolher amostras, que garantem, tanto quanto possível, o acaso na escolha. AMOSTRAGEM CASUAL OU ALEATÓRIA SIMPLES: É o processo mais elementar e freqüentemente utilizado. É equivalente a um sorteio lotérico e pode ser realizada numerando -se a população de 1 a n e sorteando-se, a seguir, por meio de um dispositivo aleatório qualquer, x números dessa seqüência, os quais corresponderão aos elementos pertencentes à amostra. Exemplo: Vamos obter uma amostra, de 10%, representativa para a pesquisa da estatura de 90 alunos de uma escola: 1º - numeramos os alunos de 1 a 90. 2º - escrevemos os números dos alunos, de 1 a 90, em pedaços iguais de papel, colocamos na urna e após mistura retiramos, um a um, nove números que formarão a amostra. OBS: quando o número de elementos da amostra é muito grande, esse tipo de sorteio torna-se muito trabalhoso. Neste caso utiliza-se uma Tabela de números aleatórios, construída de modo que os algarismos são distribuídos ao acaso nas linhas e colunas. AMOSTRAGEM PROPORCIONAL ESTRATIFICADA: Quando a população se divide em estratos (sub-populações), convém que o sorteio dos elementos da amostra leve em consideração tais estratos, daí obtemos os elementos da amostra proporcional ao número de elementos desses estratos. Exemplo: Vamos obter uma amostra proporcional estratificada, de 10%, do exemplo anterior, supondo, que, dos 90 alunos, 54 sejam meninos e 36 sejam meninas. São, portanto dois estratos (sexo masculino e sexo feminino). Logo, temos: SEXO POPULACÃO 10% AMOSTRA MASC. 54 5,4 5 FEMIN. 36 3,6 4 Total 90 9,0 9
  • 8. 8 Numeramos então os alunos de 01 a 90, sendo 01 a 54 meninos e 55 a 90, meninas e procedemos ao sorteio casual com urna ou tabela de números aleatórios. AMOSTRAGEM SISTEMÁTICA: Quando os elementos da população já se acham ordenados, não há necessidade de construir o sistema de referência. São exemplos os prontuários médicos de um hospital, os prédios de uma rua, etc. Nestes casos, a seleção dos elementos que constituirão a amostra pode ser feita por um s istema imposto pelo pesquisador. Exemplo: Suponhamos uma rua com 900 casas, das quais desejamos obter uma amostra formada por 50 casas para uma pesquisa de opinião. Podemos, neste caso, usar o seguinte procedimento: como 900/50 = 18 escolhemos por sorteio casual um número de 01 a 18, o qual indicaria o primeiro elemento sorteado para a amostra; os demais elementos seriam periodicamente considerados de 18 em 18. Assim, suponhamos que o número sorteado fosse 4 a amostra seria: 4ª casa, 22ª casa, 40ª casa, 58ª casa, 76ª casa, etc. AMOSTRAGEM POR CONGLOMERADOS (OU AGRUPAMENTOS) Algumas populações não permitem, ou tornam extremamente difícil que se identifiquem seus elementos. Não obstante isso pode ser relativamente fácil identificar alguns subgrupos da população. Em tais casos, uma amostra aleatória simples desses subgrupos (conglomerados) pode se colhida, e uma contagem completa deve ser feita para o conglomerado sorteado. Agrupamentos típicos são quarteirões, famílias, organizações, agências, edifícios etc. Ex: Num levantamento da população de determinada cidade, podemos dispor do mapa indicando cada quarteirão e não dispor de uma relação atualizada dos seus moradores. Pode-se, então, colher uma amostra dos quarteirões e fazer a contagem completa de todos os que residem naqueles quarteirões sorteados. MÉTODOS NÃO PROBABILÍSITCOS São amostragens em que há uma escolha deliberada dos elementos da amostra. Não é possível generalizar os resultados das pesquisas para a população, pois as amostras não-probabilísticas não garantem a representatividade da população. AMOSTRAGEM ACIDENTAL Trata-se de uma amostra formada por aqueles elementos que vão aparecendo, que são possíveis de se obter até completar o número de elementos da amostra. Geralmente utilizada em pesquisas de opinião, em que os entrevistados são acidentalmente escolhidos. Exemplos: Pesquisas de opinião em praças públicas, ruas movimentadas de grandes cidades etc. AMOSTRAGEM INTENCIONAL
  • 9. 9 De acordo com determinado critério, é escolhido intencionalmente um grupo de elementos que irão compor a amostra. O investigador se dirige intencionalmente a grupos de elementos dos quais deseja saber a opinião. Ex: Numa pesquisa sobre preferência por determinado cosmético, o pesquisador se dirige a um grande salão de beleza e entrevista as pessoas que ali se encontram. AMOSTRAGEM POR QUOTAS Um dos métodos de amostragem mais comumente usados em levantamentos de mercado e em prévias eleitorais abrange três fases: 1ª - classificação da população em termos de propriedades que se sab e, ou presume, serem relevantes para a característica a ser estudada; 2ª - determinação da proporção da população para cada característica, com base na constituição conhecida, presumida ou estimada, da população; 3ª - fixação de quotas para cada entrevistador a quem tocará a responsabilidade de selecionar entrevistados, de modo que a amostra total observada ou entrevistada contenha a proporção e cada classe tal como determinada na 2ª fase. Ex: Numa pesquisa sobre o "trabalho das mulheres na atualidade". Pro vavelmente se terá interesse em considerar: a divisão cidade e campo, a habitação, o número de filhos, a idade dos filhos, a renda média, as faixas etárias etc. A primeira tarefa é descobrir as proporções (porcentagens) dessas características na população. Imagina-se que haja 47% de homens e 53% de mulheres na população. Logo, uma amostra de 50 pessoas deverá ter 23 homens e 27 mulheres. Então o pesquisador receberá uma "quota" para entrevistar 27 mulheres. A consideração de várias categorias exigirá uma co mposição amostral que atenda ao n determinado e às proporções populacionais estipuladas. SÉRIES ESTATÍSTICAS TABELA: É um quadro que resume um conjunto de dados dispostos segundo linhas e colunas de maneira sistemática. De acordo com a Resolução 886 do IBGE, nas casas ou células da tabela devemos colocar:  um traço horizontal ( - ) quando o valor é zero;  três pontos ( ... ) quando não temos os dados;  zero ( 0 ) quando o valor é muito pequeno para ser expresso pela unidade utilizada;  um ponto de interrogação ( ? ) quando temos dúvida quanto à exatidão de determinado valor. Obs: O lado direito e esquerdo de uma tabela oficial deve ser aberto. Uma série estatística é qualquer tabela que apresenta a distribuição de um conjunto de dados estatísticos em função da época, do local ou da espécie.
  • 10. 10 Séries Homógradas: são aquelas em que a variável descrita apresenta variação discreta ou descontínua. Podem ser do tipo temporal, geográfica ou específica. a) Série Temporal: Identifica-se pelo caráter variável do fator cronológico. O local e a espécie (fenômeno) são elementos fixos. Esta série também é chamada de histórica ou evolutiva. ABC VEÍCLULOS LTDA. Vendas no 1º bimestre de 1996 (* Em mil unidades) PERÍODO UNIDADES VENDIDAS * JAN/96 2 0 FEV/96 1 0 TOTAL 3 0 .b) Série Geográfica: Apresenta como elemento variável o fator geográfico. A época e o fato (espécie) são elementos fixos. Também é chamada de espacial, territorial ou de localização. ABC VEÍCLULOS LTDA. Vendas no 1º bimestre de 1996 (* Em mil unidades) FILIAIS UNIDADES VENDIDAS * São Paulo 1 3 Rio de Janeiro 1 7 TOTAL 3 0 c) Série Específica: O caráter variável é apenas o fato ou espécie. Também é chamada de série categórica. ABC VEÍCLULOS LTDA. Vendas no 1º bimestre de 1996 (* Em mil unidades) MARCA UNIDADES VENDIDAS * FIAT 1 8 GM 1 2 TOTAL 3 0 SÉRIES CONJUGADAS: Também chamadas de tabelas de dupla entrada. São apropriadas à apresentação de duas ou mais séries de maneira conjugada, havendo duas ordens de classificação: uma horizontal e outra vertical. O exemplo abaixo é de uma série geográfica-temporal. ABC VEÍCLULOS LTDA. Vendas no 1º bimestre de 1996 (* Em mil unidades) FILIAIS Janeiro/96 Fevereiro/96 São Paulo 1 0 3 Rio de Janeiro 1 2 5 TOTAL 2 2 8 GRÁFICOS ESTATÍSTICOSGGG Os gráficos são representações visuais dos dados estatísticos que devem corresponder, mas nunca substituir as tabelas estatísticas. Suas principais
  • 11. 11 características são: Uso de escalas, sistema de coordenadas, simplicidade, clareza e veracidade. Gráficos de informação: São gráficos destinados principalmente ao público em geral, objetivando proporcionar uma visualização rápida e clara. São gráficos tipicamente expositivos, dispensando comentários explicativos adicionais. As legendas podem ser omitidas, desde que as informações desejadas estejam presentes. Gráficos de análise: São gráficos que se prestam melhor ao trabalho estatístico, fornecendo elementos úteis à fase de análise dos dados, sem deixar de ser também informativos. Os gráficos de análise freqüentemente vêm acompanhados de uma tabela estatística. Inclui-se, muitas vezes um texto explicativo, chamando a atenção do leitor para os pontos principais revelados pelo gráf ico. Classificação dos gráficos: Diagramas, Estereogramas, Pictogramas e Cartogramas. .1 - Diagramas: São gráficos geométricos dispostos em duas dimensões. São os mais usados na representação de séries estatísticas. Eles podem ser : 1.1- Gráficos em barras horizontais. 1.2- Gráficos em barras verticais (colunas). Quando as legendas não são breves usa-se de preferência os gráficos em barras horizontais. Nesses gráficos os retângulos têm a mesma base e as alturas são proporcionais aos respectivos dados. A ordem a ser observada é a cronológica, se a série for histórica, e a decrescente, se for geográfica ou categórica. 1.3- Gráficos em barras compostas. 1.4- Gráficos em colunas superpostas. Eles diferem dos gráficos em barras ou colunas convencionais apenas pe lo fato de apresentar cada barra ou coluna segmentada em partes componentes. Servem para representar comparativamente dois ou mais atributos. 1.5- Gráficos em linhas ou lineares. São freqüentemente usados para representação de séries cronológicas com um grande número de períodos de tempo. As linhas são mais eficientes do que as colunas, quando existem intensas flutuações nas séries ou quando há necessidade de se representarem várias séries em um mesmo gráfico. Quando representamos, em um mesmo sistema de co ordenadas, a variação de dois fenômenos, a parte interna da figura formada pelos gráficos desse fenômeno é denominada de área de excesso. 1.5- Gráficos em setores.
  • 12. 12 Este gráfico é construído com base em um círculo, e é empregado sempre que desejamos ressaltar a participação do dado no total. O total é representado pelo círculo, que fica dividido em tantos setores quantas são as partes. Os setores são tais que suas áreas são respectivamente proporcionais aos dados da série. O gráfico em setores só deve ser empregado quando há, no máximo, sete dados. As séries temporais geralmente não são representadas por este tipo de gráfico. .2 - Estereogramas: São gráficos geométricos dispostos em três dimensões, pois representam volume. São usados nas representações gráficas das tabelas de dupla entrada. Em alguns casos este tipo de gráfico fica difícil de ser interpretado dada a pequena precisão que oferecem. .3 - Pictogramas: São construídos a partir de figuras representativas da intensidade do fenômeno. Este tipo de gráfico tem a vantagem de despertar a atenção do público leigo, pois sua forma é atraente e sugestiva. Os símbolos deven ser auto - explicativos. A desvantagem dos pictogramas é que apenas mostram uma visão geral do fenômeno, e não de detalhes minuciosos. Veja o exemplo abaixo: 4- Cartogramas: São ilustrações relativas a cartas geográficas (mapas). O objetivo desse gráfico é o de figurar os dados estatísticos diretamente r elacionados com áreas geográficas ou políticas