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COMO SE FAZ UMA RESENHA
PEDRON, Ademar João. Metodologia científica: auxiliar do estudo, da
leitura e da pesquisa. 6. ed. Brasília: Edição do autor, 2012.
1 CONCEITO DE RESENHA: “RESENHA CRÍTICA É A
APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DE UMA OBRA E
CONSISTE NA LEITURA, NA SINOPSE, NA CRÍTICA
E NA FORMULAÇÃO DE UM CONCEITO DE VALOR
DO LIVRO, (OU DO FILME) FEITOS PELO
RESENHISTA.” (LAKATOS, Eva. Fundamentos de
metodologia científica, p.217). Hoje, existe a profissão
de resenhista.
É UM INFORME CIENTÍFICO, GERALMENTE USADO
PARA DESCREVER, DE FORMA CRÍTICA, OS
CONTEÚDOS DE UM LIVRO, DE UM TEXTO OU DE
UM FILME.
2 FINALIDADE: A finalidade principal de
uma resenha é informar o leitor, de
maneira objetiva e cortês (= com
educação), sobre o assunto tratado no
livro, no filme, evidenciando a contribuição
do autor: novas abordagens, novos
conhecimentos, novas teorias.
A resenha apresenta uma sinopse do enredo
fundamental da obra. Nosso professor de
Metodologia da Pesquisa, Dr. Pedro Ribeiro de
Oliveira, nos diz que a resenha é um "aperitivo"
que eu apresento de um livro, para que as pessoas
que o lerem sintam vontade de beber a garrafa toda
( = ler o livro todo).
3 IMPORTÂNCIA DA RESENHA: A
resenha é de grande utilidade para os
acadêmicos de graduação, de mestrado e de
doutorado, porque é um exercício de
compreensão e de crítica dos livros ou
dos filmes.
E, em geral, é um ótimo meio utilizado pelos
professores para levar o estudante a ler algum
livro ou assistir a algum filme.
É também um excelente meio que usamos
para selecionar bem as obras para leitura
e para a bibliografia em pesquisa.
Por isso:
3.1 ACOSTUMAR-SE A LER AS RESENHAS QUE APARECEM NAS
REVISTAS CIENTÍFICAS, porque é um ótimo meio de se estar
atualizado com as últimas publicações dos livros na área de interesse
nosso;
3.2 SABER SELECIONAR TAMBÉM DEVIDO À ENORME EXPLOSÃO
DA LITERATURA TÉCNICA E CIENTÍFICA;
3.3 O RECURSO É NOS VOLTAR PARA A LEITURA DE RESENHAS,
PARA SE ESCOLHER SÓ O QUE FOR MAIS IMPORTANTE PARA
NOSSO TRABALHO. Por causa do pouco tempo de que todos nós
dispomos para o trabalho intelectual, sem condições de ler tudo o que
aparece no campo de interesse nosso: essa foi uma das formas
encontradas para solucionar esse problema que afligia os cientistas, de
modo geral.
3.4 A RESENHA É AINDA DE GRANDE UTILIDADE, PORQUE
FACILITA O TRABALHO DO PROFISSIONAL AO TRAZER UM BREVE
COMENTÁRIO SOBRE A OBRA E UMA AVALIAÇÃO DA MESMA. A
informação dada ajuda na decisão da leitura ou não do livro.
4 REQUISITOS BÁSICOS: Para a elaboração de uma resenha
crítica são necessários alguns requisitos básicos. Seguiremos
aqui SALVADOR, Ângelo Domingos. Métodos e técnicas de
pesquisa bibliográfica: elaboração de trabalhos científicos.
8.ed. Porto Alegre: Sulina, 1980. p. 139.
4.1 CONHECIMENTO COMPLETO DA OBRA: Daí a
necessidade de se ler o texto todo para se ter uma visão geral
do assunto, para só depois se começar a fazer a resenha. Tenho
reparado que muitos estudantes, ao trabalhar em equipe,
“sorteiam” a pergunta que caberá a cada um, e já começam a
responder, mesmo sem ter lido o texto todo...
4.2 COMPETÊNCIA NA MATÉRIA: É claro que só poderemos
fazer uma resenha numa área que estamos estudando ou já
estudamos: caso contrário daremos “palpites” e nunca faremos
ciência.
4.3 CAPACIDADE DE JUÍZO DE VALOR: Que a gente saiba fazer
um julgamento adequado do assunto.
4.4 INDEPENDÊNCIA DE JUÍZO: Que não se deixe levar pela
opinião dos outros, mas que a gente esteja apto a fazer um
julgamento pessoal da obra que estamos resenhando.
4.5 CORREÇÃO E URBANIDADE: Urbanidade significa educação.
Que se tenha educação, cortesia, ao julgar um livro. E fazer isso
usando uma linguagem exata e ética profissional. A observação
mais fora de propósito é dizer que a gente faria um trabalho melhor
do que o do autor que estamos resenhando. Então, por que não
faz?
4.6 FIDELIDADE AO PENSAMENTO DO AUTOR”: Aqui devemos
usar de muita empatia, quer dizer, procurar entender o autor, do
modo como ele está falando e não do modo como eu acho que ele
esteja falando.
Para se fazer uma resenha crítico-didática recomenda-se
seguir os seguintes passos:
1) Faça uma leitura atenta;
2) Faça uma sinopse da obra como um todo, apresentando
o fio do raciocínio lógico do autor;
3) Acrescente à análise da obra um juízo crítico (imparcial,
sem juízo de valor pessoal) do conteúdo e da exposição da obra;
4) Não use o mesmo critério de crítica para todas as obras
lidas. Uma obra científica é diferente de uma obra de arte. Cada
uma delas privilegia um aspecto da realidade e exprime as
impressões do autor sobre sua visão dessa realidade;
5) Observe que o escopo da crítica é servir aos direitos e
interesses da verdade. Caso você detecte algum erro na obra ou
discorde do ponto de vista do autor, não basta mostrar a
verdade. É preciso buscar, por meio de exemplos, comprovações.
Na resenha crítico-didática é preciso conciliar a função
crítica com a síntese dissertativa (= sinopse) requerida pela
natureza da resenha. Em geral, a crítica costuma deter-se em
apenas alguns aspectos da obra, ou seja, aqueles mais
relevantes.
Qualidades da resenha crítica:
1) Justiça no apreciar: mostrar tanto os aspectos
positivos como as deficiências do trabalho, sempre
com polidez, com educação.
2) Apreciação segundo as exigências da verdade.
3) Clareza na exposição.
4) Precisão nos termos e na sinopse.
5) Fidedignidade ao texto analisado.
5 ESTRUTURA DA RESENHA:
Daremos aqui a estrutura mais científica e mais completa.
5.1 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: Siga as normas da
ABNT. LEMBRE-SE: ATELED = AUTOR, TÍTULO, EDIÇÃO,
LOCAL, EDITORA, DATA.
* Autor (es): SOBRENOME(S) EM MAIÚSCULA.
* Título (subtítulo) da obra: TÍTULO E SUBTÍTULO (SE
HOUVER).
* Imprensa: local da edição, editora, data.
* Número de páginas.
•Ilustrações como tabelas, gráficos, fotos, mapas... se
houver.
Exemplo:
(A) (T = NEGRITO) (SUBTÍTULO)
PEDRON, Ademar João. Metodologia científica: auxiliar do estudo, da
leitura e da pesquisa. 6. ed. Brasília: Edição do autor, 2012.
(E) (L) (E) (D)
5.2 CREDENCIAIS DO AUTOR:
* informações gerais sobre o autor:
* nacionalidade.
* sua formação acadêmica, outros títulos que o autor tenha,
como: mestrado, doutorado, especialista nalguma área
qualquer, pesquisador, cargos exercidos... outras obras.
5.3 CONHECIMENTO GERAL DA OBRA:
•Sinopse do texto. Sinopse é o enredo do texto, do
filme ou da peça teatral.
Existe também uma resenha denominada "Resenha
Didática", que, em vez de se fazer uma simples sinopse, faz-
se uma breve dissertação sobre cada capítulo ou sobre cada
parte da obra resenhada. É muito útil para o estudo e os
professores estão aderindo cada vez mais a esse modo de se
resenhar, porque o estudante pode aprender mais e melhor.
As resenhas podem ser:
1 Descritivas: apresentadas sem nenhum julgamento ou apreciação do
resenhador; (geralmente usada na literatura...)
2 Críticas: formulam julgamento sobre o texto, contendo apreciações,
notas e correlações estabelecidas pelo juízo crítico de quem a elaborou.
3 Didáticas: quando se pede que, em vez de sinopse do texto ou dos
capítulos, se faça uma pequena dissertação para mostrar que realmente
entendeu o conteúdo. É muito usada em certos cursos que pedem um
pouco mais de análise dos textos. (Crítico-didática = junção das duas)
* Descrição sintetizada do conteúdo dos capítulos ou partes em
que se divide a obra.
* Pode-se fazer algumas perguntas para facilitar esse estudo:
De que trata a obra?
O que diz?
Possui alguma característica especial?
Como foi tratado o assunto?
Esta obra exige conhecimentos prévios para entendê-la?
5.4 CONSIDERAÇÕES DO AUTOR:
* a qual conclusão o autor chegou?
* ou não tirou nenhuma conclusão?
* se houve conclusão: onde o
autor a colocou? No final do livro?
Ou no final dos capítulos?
* quais foram essas conclusões?
5.5 QUADRO DE REFERÊNCIA DO AUTOR: É
o modo de pensar, a visão de mundo, a formação
que o autor tem. Para que o estudante entenda o
que é quadro de referência eu costumo fazer a
seguinte comparação, quem sabe nem sempre
tão científica... Mas, funciona! “Você está em
cima do poleiro ou embaixo? Você está mamando
na teta da vaca ou está atrás dela? Depende do
lugar em que você estiver você vê a situação de
modo diferente. Você é da extrema direita ou é
da esquerda radical? Verificar então:
* Modelo teórico do autor: a qual escola pertence? Qual a sua linha de pensamento?
* Que teoria serviu de embasamento para seu trabalho?
* Qual o método utilizado: EXEMPLO:
ÂNGULO DE VISÃO:
PODER POLÍTICO, ECONÔMICO, SOCIAL, RELIGIOSO...
PROBLEMA
EXTREMA ESQUERDA
ANALISADO EXTREMA DIREITA
SUBMISSÃO, DEPENDÊNCIA, “POVÃO”.
REFERENCIAL TEÓRICO OU
QUADRO DE REFERÊNCIA "É A
LINHA FILOSÓFICA, RELIGIOSA,
POLÍTICA, PSICOLÓGICA,
ANTROPOLÓGICA OU IDEOLÓGICA
DE UM AUTOR, PESQUISADOR
E/OU ESTUDIOSO.
5.5.1 MÉTODOS DE ABORDAGEM USADOS PELO AUTOR, SÃO OS
ARGUMENTOS UTILIZADOS PELO AUTOR E PODEM SER:
INDUTIVO, DEDUTIVO, HIPOTÉTICO-DEDUTIVO, DIALÉTICO:
INDUTIVO: “Indução é um processo mental por intermédio do qual,
partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma
verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas”. (LAKATOS,
Eva. Metodologia científica. p. 46). Ex.: Esse metal aquecido se dilata,
esse outro também, esse outro também: Logo, todo metal é dilatado pelo
calor. Cuidado: para ser lógico, o método indutivo deve atingir a "essência"
do problema... (Todo urubu é preto!!! Todo aluno é inteligente!!)
DEDUTIVO: É o método que parte de premissas universais e conclui para
casos particulares. “Ele parte de generalizações aceitas, do todo, de leis
abrangentes, para casos concretos, partes da classe que já se encontram
na generalização”. (idem, p. 62). Ex.: Mortal
Sócrates
Todo homem é mortal. (= premissa universal).
Ora, Sócrates é homem. (= premissa particular, contida dentro da
universal).
Logo, Sócrates é mortal. (= conclusão ou inferência)
HIPOTÉTICO-DEDUTIVO: “Consiste na construção de conjecturas, que
devem ser submetidas a testes, os mais diversos possíveis, à crítica
intersubjetiva, ao controle mútuo pela discussão crítica, à publicidade crítica e
ao confronto com os fatos, para ver quais as hipóteses que sobrevivem como
mais aptas na luta pela vida, resistindo, portanto, às tentativas de refutação e
falseamento”. (idem, p. 63). Coloca-se uma condição que, verificada, se dá a
conclusão. Ex.: Num exame de laboratório: se você tiver determinado vírus,
terá determinada doença. Ora, você tem ou não tem... Logo,...
DIALÉTICO: É o conflito dos contrários. Hegel afirma: “A flor precisa murchar
para se formar o fruto. O fruto precisa apodrecer para se ter a semente. A
semente precisa “morrer” para que germine uma nova planta”. Essa é a
célebre comparação para se entender que os contrastes estão interligados =
dialética. Hegel vai dizer: o que está existindo de modo natural é a tese.
A contradição dessa tese é a "anti-tese" (= antítese) que resulta numa
síntese (= a fusão, agora diferente, da tese e da antítese). Essa síntese se
torna uma nova tese, que provoca outra antítese, que resulta uma nova
síntese e assim por diante. Poderíamos então dizer que a dialética é a posição
crítica diante dos fatos analisados. Lembrete: Karl Marx usa esse método de
Hegel e o aplica para realidade humana: Existem contradições que levam a
uma luta: Patrão X Operário; Professor X Aluno; Pais X Filhos e assim por
diante: com isso, Marx deu as bases filosóficas para o Socialismo.
5.5.2 MÉTODOS DE PROCEDIMENTOS USADOS PELO AUTOR,
QUE PODEM SER: HISTÓRICO, COMPARATIVO, MONOGRÁFICO,
ESTATÍSTICO, TIPOLÓGICO, FUNCIONALISTA,
ESTRUTURALISTA, ETNOGRÁFICO.
HISTÓRICO: “Consiste em investigar acontecimentos, processos e
instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade de
hoje, pois as instituições alcançaram sua forma atual através de
alterações de suas partes componentes, ao longo do tempo,
influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época”.
(LAKATOS, Eva. Metodologia científica. p. 80). Ex.: A família através
dos tempos.
COMPARATIVO: “Esse método realiza comparações com a finalidade
de verificar similitudes (semelhanças) e explicar divergências, porque
considera o estudo das semelhanças e divergências entre tipos de
grupos, sociedades ou povos uma contribuição para uma melhor
compreensão do comportamento humano”. (idem, p. 80). Ex.:
Comparação entre gaúchos e nordestinos; entre cariocas e paulistas;
entre um setor e outro.
MONOGRÁFICO: “O método monográfico consiste no estudo de determinados
indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a
finalidade de obter generalizações”. (idem, 81). Ex.: O procedimento dos sem-
terra; O grupo gay americano diante das eleições.
ESTATÍSTICO: “Os processos estatísticos permitem obter, de conjuntos
complexos, representações simples e constatar se essas verificações
simplificadas têm relações entre si. Assim, o método estatístico significa redução
de fenômenos sociológicos, políticos, econômicos etc. a termos quantitativos e a
manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos fenômenos
entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado”.
(idem 81). Ex.: Quando se compara os números de atitudes de homens e
mulheres de uma determinada região; dois cursos diferentes como estudantes
de direito e estudantes de economia...
TIPOLÓGICO: “Apresenta certas semelhanças com o método comparativo. Ao
comparar fenômenos sociais complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos
ideais, construídos a partir da análise de aspectos essenciais do fenômeno. A
característica principal do tipo ideal é não existir na realidade, mas servir de
modelo para a análise e compreensão de casos concretos, realmente
existentes”. (idem, p. 82). Ex.: O Gaúcho (de José de Alencar, 1870); O
Sertanejo (também de José de Alencar, 1875).
FUNCIONALISTA: “O método funcionalista estuda a sociedade do ponto de vista
da função de suas unidades, isto é, como um sistema organizado de atividades,
porque a sociedade é formada por partes componentes, diferenciadas, inter-
relacionadas e interdependentes, satisfazendo cada uma das funções essenciais da
vida social, e que as partes são mais bem entendidas compreendendo-se as funções
que desempenham no todo”. (idem, p. 83). Ex.: Os metalúrgicos; Os garis ("Se os
garis entrarem em greve, a cidade fede").
ESTRUTURALISTA: “A estrutura representa o aspecto estático da organização
social. Envolve, portanto, todas as relações essenciais e padronizadas entre
indivíduos do mesmo grupo e entre os estratos e subgrupos da mesma sociedade.
Como relações essenciais devem ser qualificadas aquelas que implicam deveres e
direitos recíprocos, socialmente sancionados. A soma total desses deveres e direitos
determina os status que um indivíduo tem nos diversos grupos em que é integrado e
que os diversos grupos mantêm dentro da sociedade à qual pertencem”. (GLOBO.
Dicionário de sociologia Globo. Porto Alegre: Globo, 1977. p. 124). Ex.: Classe A,
B, C.; Classe Alta, Classe Média; Classe Baixa; As várias castas indianas.
ETNOGRÁFICO: Referente ao estudo descritivo de culturas individuais: as etnias.
Quando se descreve, por exemplo, os costumes dos japoneses, dos incas, dos
astecas.
5.5.3 MODALIDADES EMPREGADAS, USADAS PELO
AUTOR:
* GERAL OU ESPECÍFICA, (de modo global ou bem
definido, pontuado)
* INTENSIVA OU EXTENSIVA, (de modo sintético ou
abrangente)
* TÉCNICA OU NÃO TÉCNICA (linguagem técnica ou
didática),
* DESCRITIVA OU ANALÍTICA. (descreve ou analisa o
tema).
5.5.4 FORMAS TECNOLÓGICAS UTILIZADAS PELO
AUTOR: (COMO OBSERVAÇÃO, ENTREVISTA,
FORMULÁRIOS, QUESTIONÁRIOS, ESCALAS DE
ATITUDES E DE OPINIÕES... PESQUISA
BIBLIOGRÁFICA, PESQUISA DE CAMPO OU DE
LABORATÓRIO).
5.6 APRECIAÇÃO DA OBRA:
5.6.1 JULGAMENTO DA OBRA: Como se situa o autor:
* Em relação às escolas... correntes científicas... filosóficas...
de que paradigma participa...
* Em relação às circunstâncias culturais... sociais...
econômicas... históricas... religiosas...
psicológicas...jurídicas...
5.6.2 MÉRITO DA OBRA:
* Qual a contribuição dada?
* Ideias verdadeiras, originais, criativas?
* Conhecimentos novos... Amplos.. Fez abordagens
diferentes?
5.6.3 ESTILO:
• conciso... objetivo... simples...
• claro... preciso.. .coerente...
• linguagem correta... científica... ou não?
5.6.4 FORMA DE CONDUZIR O ASSUNTO:
* Lógica... sistematizada... ou confusa... ilógica...
* há originalidade e equilíbrio na disposição das partes?
5.6.5 INDICAÇÃO DA OBRA:
• a quem esta obra é dirigida: grande público...
especialistas... estudantes...
• fornece subsídios para o estudo de que disciplina...
• pode ser adotado em que tipo de curso...

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  • 1. COMO SE FAZ UMA RESENHA PEDRON, Ademar João. Metodologia científica: auxiliar do estudo, da leitura e da pesquisa. 6. ed. Brasília: Edição do autor, 2012.
  • 2. 1 CONCEITO DE RESENHA: “RESENHA CRÍTICA É A APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DE UMA OBRA E CONSISTE NA LEITURA, NA SINOPSE, NA CRÍTICA E NA FORMULAÇÃO DE UM CONCEITO DE VALOR DO LIVRO, (OU DO FILME) FEITOS PELO RESENHISTA.” (LAKATOS, Eva. Fundamentos de metodologia científica, p.217). Hoje, existe a profissão de resenhista. É UM INFORME CIENTÍFICO, GERALMENTE USADO PARA DESCREVER, DE FORMA CRÍTICA, OS CONTEÚDOS DE UM LIVRO, DE UM TEXTO OU DE UM FILME.
  • 3. 2 FINALIDADE: A finalidade principal de uma resenha é informar o leitor, de maneira objetiva e cortês (= com educação), sobre o assunto tratado no livro, no filme, evidenciando a contribuição do autor: novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias. A resenha apresenta uma sinopse do enredo fundamental da obra. Nosso professor de Metodologia da Pesquisa, Dr. Pedro Ribeiro de Oliveira, nos diz que a resenha é um "aperitivo" que eu apresento de um livro, para que as pessoas que o lerem sintam vontade de beber a garrafa toda ( = ler o livro todo).
  • 4. 3 IMPORTÂNCIA DA RESENHA: A resenha é de grande utilidade para os acadêmicos de graduação, de mestrado e de doutorado, porque é um exercício de compreensão e de crítica dos livros ou dos filmes. E, em geral, é um ótimo meio utilizado pelos professores para levar o estudante a ler algum livro ou assistir a algum filme. É também um excelente meio que usamos para selecionar bem as obras para leitura e para a bibliografia em pesquisa.
  • 5. Por isso: 3.1 ACOSTUMAR-SE A LER AS RESENHAS QUE APARECEM NAS REVISTAS CIENTÍFICAS, porque é um ótimo meio de se estar atualizado com as últimas publicações dos livros na área de interesse nosso; 3.2 SABER SELECIONAR TAMBÉM DEVIDO À ENORME EXPLOSÃO DA LITERATURA TÉCNICA E CIENTÍFICA; 3.3 O RECURSO É NOS VOLTAR PARA A LEITURA DE RESENHAS, PARA SE ESCOLHER SÓ O QUE FOR MAIS IMPORTANTE PARA NOSSO TRABALHO. Por causa do pouco tempo de que todos nós dispomos para o trabalho intelectual, sem condições de ler tudo o que aparece no campo de interesse nosso: essa foi uma das formas encontradas para solucionar esse problema que afligia os cientistas, de modo geral. 3.4 A RESENHA É AINDA DE GRANDE UTILIDADE, PORQUE FACILITA O TRABALHO DO PROFISSIONAL AO TRAZER UM BREVE COMENTÁRIO SOBRE A OBRA E UMA AVALIAÇÃO DA MESMA. A informação dada ajuda na decisão da leitura ou não do livro.
  • 6. 4 REQUISITOS BÁSICOS: Para a elaboração de uma resenha crítica são necessários alguns requisitos básicos. Seguiremos aqui SALVADOR, Ângelo Domingos. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica: elaboração de trabalhos científicos. 8.ed. Porto Alegre: Sulina, 1980. p. 139. 4.1 CONHECIMENTO COMPLETO DA OBRA: Daí a necessidade de se ler o texto todo para se ter uma visão geral do assunto, para só depois se começar a fazer a resenha. Tenho reparado que muitos estudantes, ao trabalhar em equipe, “sorteiam” a pergunta que caberá a cada um, e já começam a responder, mesmo sem ter lido o texto todo... 4.2 COMPETÊNCIA NA MATÉRIA: É claro que só poderemos fazer uma resenha numa área que estamos estudando ou já estudamos: caso contrário daremos “palpites” e nunca faremos ciência.
  • 7. 4.3 CAPACIDADE DE JUÍZO DE VALOR: Que a gente saiba fazer um julgamento adequado do assunto. 4.4 INDEPENDÊNCIA DE JUÍZO: Que não se deixe levar pela opinião dos outros, mas que a gente esteja apto a fazer um julgamento pessoal da obra que estamos resenhando. 4.5 CORREÇÃO E URBANIDADE: Urbanidade significa educação. Que se tenha educação, cortesia, ao julgar um livro. E fazer isso usando uma linguagem exata e ética profissional. A observação mais fora de propósito é dizer que a gente faria um trabalho melhor do que o do autor que estamos resenhando. Então, por que não faz? 4.6 FIDELIDADE AO PENSAMENTO DO AUTOR”: Aqui devemos usar de muita empatia, quer dizer, procurar entender o autor, do modo como ele está falando e não do modo como eu acho que ele esteja falando.
  • 8. Para se fazer uma resenha crítico-didática recomenda-se seguir os seguintes passos: 1) Faça uma leitura atenta; 2) Faça uma sinopse da obra como um todo, apresentando o fio do raciocínio lógico do autor; 3) Acrescente à análise da obra um juízo crítico (imparcial, sem juízo de valor pessoal) do conteúdo e da exposição da obra; 4) Não use o mesmo critério de crítica para todas as obras lidas. Uma obra científica é diferente de uma obra de arte. Cada uma delas privilegia um aspecto da realidade e exprime as impressões do autor sobre sua visão dessa realidade; 5) Observe que o escopo da crítica é servir aos direitos e interesses da verdade. Caso você detecte algum erro na obra ou discorde do ponto de vista do autor, não basta mostrar a verdade. É preciso buscar, por meio de exemplos, comprovações.
  • 9. Na resenha crítico-didática é preciso conciliar a função crítica com a síntese dissertativa (= sinopse) requerida pela natureza da resenha. Em geral, a crítica costuma deter-se em apenas alguns aspectos da obra, ou seja, aqueles mais relevantes. Qualidades da resenha crítica: 1) Justiça no apreciar: mostrar tanto os aspectos positivos como as deficiências do trabalho, sempre com polidez, com educação. 2) Apreciação segundo as exigências da verdade. 3) Clareza na exposição. 4) Precisão nos termos e na sinopse. 5) Fidedignidade ao texto analisado.
  • 10. 5 ESTRUTURA DA RESENHA: Daremos aqui a estrutura mais científica e mais completa. 5.1 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: Siga as normas da ABNT. LEMBRE-SE: ATELED = AUTOR, TÍTULO, EDIÇÃO, LOCAL, EDITORA, DATA. * Autor (es): SOBRENOME(S) EM MAIÚSCULA. * Título (subtítulo) da obra: TÍTULO E SUBTÍTULO (SE HOUVER). * Imprensa: local da edição, editora, data. * Número de páginas. •Ilustrações como tabelas, gráficos, fotos, mapas... se houver. Exemplo: (A) (T = NEGRITO) (SUBTÍTULO) PEDRON, Ademar João. Metodologia científica: auxiliar do estudo, da leitura e da pesquisa. 6. ed. Brasília: Edição do autor, 2012. (E) (L) (E) (D)
  • 11. 5.2 CREDENCIAIS DO AUTOR: * informações gerais sobre o autor: * nacionalidade. * sua formação acadêmica, outros títulos que o autor tenha, como: mestrado, doutorado, especialista nalguma área qualquer, pesquisador, cargos exercidos... outras obras. 5.3 CONHECIMENTO GERAL DA OBRA: •Sinopse do texto. Sinopse é o enredo do texto, do filme ou da peça teatral. Existe também uma resenha denominada "Resenha Didática", que, em vez de se fazer uma simples sinopse, faz- se uma breve dissertação sobre cada capítulo ou sobre cada parte da obra resenhada. É muito útil para o estudo e os professores estão aderindo cada vez mais a esse modo de se resenhar, porque o estudante pode aprender mais e melhor.
  • 12. As resenhas podem ser: 1 Descritivas: apresentadas sem nenhum julgamento ou apreciação do resenhador; (geralmente usada na literatura...) 2 Críticas: formulam julgamento sobre o texto, contendo apreciações, notas e correlações estabelecidas pelo juízo crítico de quem a elaborou. 3 Didáticas: quando se pede que, em vez de sinopse do texto ou dos capítulos, se faça uma pequena dissertação para mostrar que realmente entendeu o conteúdo. É muito usada em certos cursos que pedem um pouco mais de análise dos textos. (Crítico-didática = junção das duas) * Descrição sintetizada do conteúdo dos capítulos ou partes em que se divide a obra. * Pode-se fazer algumas perguntas para facilitar esse estudo: De que trata a obra? O que diz? Possui alguma característica especial? Como foi tratado o assunto? Esta obra exige conhecimentos prévios para entendê-la?
  • 13. 5.4 CONSIDERAÇÕES DO AUTOR: * a qual conclusão o autor chegou? * ou não tirou nenhuma conclusão? * se houve conclusão: onde o autor a colocou? No final do livro? Ou no final dos capítulos? * quais foram essas conclusões?
  • 14. 5.5 QUADRO DE REFERÊNCIA DO AUTOR: É o modo de pensar, a visão de mundo, a formação que o autor tem. Para que o estudante entenda o que é quadro de referência eu costumo fazer a seguinte comparação, quem sabe nem sempre tão científica... Mas, funciona! “Você está em cima do poleiro ou embaixo? Você está mamando na teta da vaca ou está atrás dela? Depende do lugar em que você estiver você vê a situação de modo diferente. Você é da extrema direita ou é da esquerda radical? Verificar então:
  • 15. * Modelo teórico do autor: a qual escola pertence? Qual a sua linha de pensamento? * Que teoria serviu de embasamento para seu trabalho? * Qual o método utilizado: EXEMPLO: ÂNGULO DE VISÃO: PODER POLÍTICO, ECONÔMICO, SOCIAL, RELIGIOSO... PROBLEMA EXTREMA ESQUERDA ANALISADO EXTREMA DIREITA SUBMISSÃO, DEPENDÊNCIA, “POVÃO”.
  • 16. REFERENCIAL TEÓRICO OU QUADRO DE REFERÊNCIA "É A LINHA FILOSÓFICA, RELIGIOSA, POLÍTICA, PSICOLÓGICA, ANTROPOLÓGICA OU IDEOLÓGICA DE UM AUTOR, PESQUISADOR E/OU ESTUDIOSO.
  • 17. 5.5.1 MÉTODOS DE ABORDAGEM USADOS PELO AUTOR, SÃO OS ARGUMENTOS UTILIZADOS PELO AUTOR E PODEM SER: INDUTIVO, DEDUTIVO, HIPOTÉTICO-DEDUTIVO, DIALÉTICO: INDUTIVO: “Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas”. (LAKATOS, Eva. Metodologia científica. p. 46). Ex.: Esse metal aquecido se dilata, esse outro também, esse outro também: Logo, todo metal é dilatado pelo calor. Cuidado: para ser lógico, o método indutivo deve atingir a "essência" do problema... (Todo urubu é preto!!! Todo aluno é inteligente!!) DEDUTIVO: É o método que parte de premissas universais e conclui para casos particulares. “Ele parte de generalizações aceitas, do todo, de leis abrangentes, para casos concretos, partes da classe que já se encontram na generalização”. (idem, p. 62). Ex.: Mortal Sócrates Todo homem é mortal. (= premissa universal). Ora, Sócrates é homem. (= premissa particular, contida dentro da universal). Logo, Sócrates é mortal. (= conclusão ou inferência)
  • 18. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO: “Consiste na construção de conjecturas, que devem ser submetidas a testes, os mais diversos possíveis, à crítica intersubjetiva, ao controle mútuo pela discussão crítica, à publicidade crítica e ao confronto com os fatos, para ver quais as hipóteses que sobrevivem como mais aptas na luta pela vida, resistindo, portanto, às tentativas de refutação e falseamento”. (idem, p. 63). Coloca-se uma condição que, verificada, se dá a conclusão. Ex.: Num exame de laboratório: se você tiver determinado vírus, terá determinada doença. Ora, você tem ou não tem... Logo,... DIALÉTICO: É o conflito dos contrários. Hegel afirma: “A flor precisa murchar para se formar o fruto. O fruto precisa apodrecer para se ter a semente. A semente precisa “morrer” para que germine uma nova planta”. Essa é a célebre comparação para se entender que os contrastes estão interligados = dialética. Hegel vai dizer: o que está existindo de modo natural é a tese. A contradição dessa tese é a "anti-tese" (= antítese) que resulta numa síntese (= a fusão, agora diferente, da tese e da antítese). Essa síntese se torna uma nova tese, que provoca outra antítese, que resulta uma nova síntese e assim por diante. Poderíamos então dizer que a dialética é a posição crítica diante dos fatos analisados. Lembrete: Karl Marx usa esse método de Hegel e o aplica para realidade humana: Existem contradições que levam a uma luta: Patrão X Operário; Professor X Aluno; Pais X Filhos e assim por diante: com isso, Marx deu as bases filosóficas para o Socialismo.
  • 19. 5.5.2 MÉTODOS DE PROCEDIMENTOS USADOS PELO AUTOR, QUE PODEM SER: HISTÓRICO, COMPARATIVO, MONOGRÁFICO, ESTATÍSTICO, TIPOLÓGICO, FUNCIONALISTA, ESTRUTURALISTA, ETNOGRÁFICO. HISTÓRICO: “Consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje, pois as instituições alcançaram sua forma atual através de alterações de suas partes componentes, ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época”. (LAKATOS, Eva. Metodologia científica. p. 80). Ex.: A família através dos tempos. COMPARATIVO: “Esse método realiza comparações com a finalidade de verificar similitudes (semelhanças) e explicar divergências, porque considera o estudo das semelhanças e divergências entre tipos de grupos, sociedades ou povos uma contribuição para uma melhor compreensão do comportamento humano”. (idem, p. 80). Ex.: Comparação entre gaúchos e nordestinos; entre cariocas e paulistas; entre um setor e outro.
  • 20. MONOGRÁFICO: “O método monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações”. (idem, 81). Ex.: O procedimento dos sem- terra; O grupo gay americano diante das eleições. ESTATÍSTICO: “Os processos estatísticos permitem obter, de conjuntos complexos, representações simples e constatar se essas verificações simplificadas têm relações entre si. Assim, o método estatístico significa redução de fenômenos sociológicos, políticos, econômicos etc. a termos quantitativos e a manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado”. (idem 81). Ex.: Quando se compara os números de atitudes de homens e mulheres de uma determinada região; dois cursos diferentes como estudantes de direito e estudantes de economia... TIPOLÓGICO: “Apresenta certas semelhanças com o método comparativo. Ao comparar fenômenos sociais complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos ideais, construídos a partir da análise de aspectos essenciais do fenômeno. A característica principal do tipo ideal é não existir na realidade, mas servir de modelo para a análise e compreensão de casos concretos, realmente existentes”. (idem, p. 82). Ex.: O Gaúcho (de José de Alencar, 1870); O Sertanejo (também de José de Alencar, 1875).
  • 21. FUNCIONALISTA: “O método funcionalista estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades, isto é, como um sistema organizado de atividades, porque a sociedade é formada por partes componentes, diferenciadas, inter- relacionadas e interdependentes, satisfazendo cada uma das funções essenciais da vida social, e que as partes são mais bem entendidas compreendendo-se as funções que desempenham no todo”. (idem, p. 83). Ex.: Os metalúrgicos; Os garis ("Se os garis entrarem em greve, a cidade fede"). ESTRUTURALISTA: “A estrutura representa o aspecto estático da organização social. Envolve, portanto, todas as relações essenciais e padronizadas entre indivíduos do mesmo grupo e entre os estratos e subgrupos da mesma sociedade. Como relações essenciais devem ser qualificadas aquelas que implicam deveres e direitos recíprocos, socialmente sancionados. A soma total desses deveres e direitos determina os status que um indivíduo tem nos diversos grupos em que é integrado e que os diversos grupos mantêm dentro da sociedade à qual pertencem”. (GLOBO. Dicionário de sociologia Globo. Porto Alegre: Globo, 1977. p. 124). Ex.: Classe A, B, C.; Classe Alta, Classe Média; Classe Baixa; As várias castas indianas. ETNOGRÁFICO: Referente ao estudo descritivo de culturas individuais: as etnias. Quando se descreve, por exemplo, os costumes dos japoneses, dos incas, dos astecas.
  • 22. 5.5.3 MODALIDADES EMPREGADAS, USADAS PELO AUTOR: * GERAL OU ESPECÍFICA, (de modo global ou bem definido, pontuado) * INTENSIVA OU EXTENSIVA, (de modo sintético ou abrangente) * TÉCNICA OU NÃO TÉCNICA (linguagem técnica ou didática), * DESCRITIVA OU ANALÍTICA. (descreve ou analisa o tema). 5.5.4 FORMAS TECNOLÓGICAS UTILIZADAS PELO AUTOR: (COMO OBSERVAÇÃO, ENTREVISTA, FORMULÁRIOS, QUESTIONÁRIOS, ESCALAS DE ATITUDES E DE OPINIÕES... PESQUISA BIBLIOGRÁFICA, PESQUISA DE CAMPO OU DE LABORATÓRIO).
  • 23. 5.6 APRECIAÇÃO DA OBRA: 5.6.1 JULGAMENTO DA OBRA: Como se situa o autor: * Em relação às escolas... correntes científicas... filosóficas... de que paradigma participa... * Em relação às circunstâncias culturais... sociais... econômicas... históricas... religiosas... psicológicas...jurídicas... 5.6.2 MÉRITO DA OBRA: * Qual a contribuição dada? * Ideias verdadeiras, originais, criativas? * Conhecimentos novos... Amplos.. Fez abordagens diferentes?
  • 24. 5.6.3 ESTILO: • conciso... objetivo... simples... • claro... preciso.. .coerente... • linguagem correta... científica... ou não? 5.6.4 FORMA DE CONDUZIR O ASSUNTO: * Lógica... sistematizada... ou confusa... ilógica... * há originalidade e equilíbrio na disposição das partes? 5.6.5 INDICAÇÃO DA OBRA: • a quem esta obra é dirigida: grande público... especialistas... estudantes... • fornece subsídios para o estudo de que disciplina... • pode ser adotado em que tipo de curso...