Este documento descreve a obra "Pedagogia da Autonomia" de Paulo Freire. Freire defende uma educação libertadora que promova a autonomia do estudante, rejeitando métodos "bancários" de ensino. Ele argumenta que o professor deve criar oportunidades para os alunos construírem conhecimento, em vez de simplesmente transmiti-lo, e deve assumir também o papel de estudante.
2. "Não há vida sem correção, sem
retificação."
“Nós podemos reiventar o mundo”
"Mudar é dificil mas é possivel."
3. “Eu estou absolutamente convencido de que não existe
nenhuma razão para um professor ter vergonha de ser
professor ou educador e inventar outros nomes, como
nos Estados Unidos da América e dizer: “sou facilitador”.
Eu sou um professor e não tenho motivos para esconder
isso. Agora, o que eu não quero, nem na minha
experiência, nem na minha mente, é ser um professor
que se considere exclusivamente educador do estudante.
O que eu quero, na minha experiência é que o estudante
que trabalhe comigo assuma também o papel de meu
professor. O estudante com quem trabalho é estudante
num momento e professor no outro. Eu sou o seu
professor e o seu estudante e nisso não existe nenhuma
contradição inconcebível. Quero dizer: é uma ruptura com
o autoritarismo, o que eu aconselho e vivo e que não
aconselho unicamente…”
4. Sinopse
'Pedagogia da autonomia' é um livro que condena as
mentalidades fatalistas conformadas com a ideologia
imobilizante de que 'a realidade é assim mesmo, que se pode
fazer?' Para estes, basta o treino técnico indispensável à
sobrevivência. Para Paulo Freire, educar é construir, é libertar
o ser humano das cadeias do determinismo neoliberal,
reconhecendo que a História é um tempo de possibilidades. É
um 'ensinar a pensar certo' como quem 'fala com a força do
testemunho'. É um 'ato comunicante, co-participado', de modo
algum produto de uma mente 'burocratizada'. No entanto, toda
a curiosidade de saber exige uma reflexão crítica e prática, de
modo que o próprio discurso teórico terá de ser aliado à sua
aplicação prática.
5. Introdução
Freire afirma que para formação, necessitamos de ética e
coerência. Complementa que as mesmas precisam estar
vivas e presentes em nossa prática educativa (sendo
esta nossa responsabilidade como agentes
pedagógicos).
Esta prática educativa deve vir sem interesses lucrativos,
sem acusações injustas, sem promessas inalcançáveis,
sem discriminação racial, social ou de gênero, sem
mediocridade e/ou falsidades. Daí a importância do
respeito às diferentes posturas profissionais dos outros
professores e a necessidade constante de busca de
conhecimentos e atualização(formação científica). Ele
fala da esperança e do otimismo necessários para
mudanças dentro deste contexto e nunca se acomodar,
pois "somos seres condicionados, mas não
determinados" (FREIRE, p.17, 2003).
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7. Os Capítulos
Sublinha que todos os 27 subtemas dos três capítulos do livro se referem
às “exigências” do “ensino”. Ou seja, são, definitivamente, condições que
tornam ou não possível o ensino. Sem elas, não é possível ensinar. Estas
exigências existem “antes” de se pôr em prática o ensino. Não são os
resultados do que o ensino produz ou deve produzir. Não são a execução
de umas determinadas regras ou métodos de ensino. Não. Pelo contrário.
São requisitos necessários, fundamentais, indispensáveis para que se
torne possível ensinar algo a alguém. Como tal, não são uma “receita”
nem um conjunto de normas que têm de ser aplicadas formalmente ou
mecanicamente. São fundamentos, critérios, perspectivas, opções,
posicionamentos, convicções que estão na base que dá sentido ao
ensino, como “um momento fundamental da aprendizagem”, como um
momento da prática educativa.
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11. Cap.1 "Não há docência sem discência"
No primeiro capítulo - "NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM
DISCÊNCIA", temos exemplos de diferentes tipos de
educadores: críticos, progressistas e conservadores. Apesar
destas diferenças, todos necessitam de saberes comuns tais
como:
• saber dosar a relação teoria/prática;
• criar possibilidades para o(a) aluno(a) produzir ou
construir conhecimentos, ao invés de simplesmente
transferir os mesmos;
• reconhecer que ao ensinar, se está aprendendo; e não
desenvolver um ensino de "depósito bancário", onde
apenas se injetam conhecimentos acríticos nos alunos!
12. Cap.2 - "Ensinar não é transferir conhecimento"
Neste capítulo, Freire retoma em sua fala a necessidade
dos educadores criarem as possibilidades para a produção
ou construção do conhecimento pelos alunos(as), num
processo em que o professor e o aluno não se reduzem à
condição de objeto um do outro. Insiste que "...ensinar não é
transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua
própria produção ou a sua construção", e que o
conhecimento precisa ser vivido e testemunhado pelo agente
pedagógico.
13. Cap.3 - "Ensinar é uma especificidade humana"
No último capítulo, Freire mostra a necessidade de
segurança, do conhecimento e da generosidade do
educador para que tenha competência, autoridade e
liberdade na condução de suas aulas. Defende a
necessidade de exercermos nossa autoridade docente
com a segurança fundada na competência profissional,
aliada à generosidade. Acredita que a disciplina verdadeira
não está "...no silêncio dos silenciados, mas no alvoroço
dos inquietos“ na esperança que desperta o ensino dos
conteúdos, implicando no testemunho ético do professor-
isto seria a autoridade coerentemente democrática.
18. Paulo Reglus Neves Freire, educador brasileiro. Nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife,
Pernambuco.
Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de
professores, especialmente na América Latina e na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime
militar no Brasil (1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio.
O educador apresentou uma síntese inovadora das mais importantes correntes do pensamento filosófico de sua
época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa
visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas
sociais, teólogos e militantes políticos.
A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a
escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente
em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João
Goulart.
A carreira no Brasil foi interrompida pelo golpe militar de 31 de março de 1964. Acusado de subversão, ele
passou 72 dias na prisão e, em seguida, partiu para o exílio. No Chile, trabalhou por cinco anos no Instituto
Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Nesse período, escreveu o seu principal livro: Pedagogia do Oprimido
(1968).
Em 1969, lecionou na Universidade de Harvard (Estados Unidos), e, na década de 1970, foi consultor do
Conselho Mundial das Igrejas (CMI), em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria educacional a
governos de países pobres, a maioria no continente africano, que viviam na época um processo de
independência.
No final de 1971, Freire fez sua primeira visita a Zâmbia e Tanzânia. Em seguida, passou a ter uma participação
mais significativa na educação de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. E também influenciou as
experiências de Angola e Moçambique.
Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil, onde escreveu dois livros tidos como fundamentais em
sua obra: Pedagogia da Esperança (1992) e À Sombra desta Mangueira (1995). Lecionou na Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, foi
secretário de Educação no Município de São Paulo, sob a prefeitura de Luíza Erundina.
Freire teve cinco filhos com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Após a morte de sua primeira
mulher, casou-se com uma ex-aluna, Ana Maria Araújo Freire. Com ela viveu até morrer, vítima de infarto, em
São Paulo.
Doutor Honoris Causa por 27 universidades, Freire recebeu prêmios como: Educação para a Paz (das Nações
Unidas, 1986) e Educador dos Continentes (da Organização dos Estados Americanos, 1992).