Planejar roteiros turísticos requer conhecimento sobre os interesses dos clientes, pesquisa sobre os destinos e organização de todos os elementos da viagem, como transporte, hospedagem e atrações. É importante segmentar o mercado para criar roteiros personalizados de acordo com características como idade, objetivos e hobbies. Um bom planejamento torna as viagens únicas e memoráveis para os clientes.
1. Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-7638-754-1
Elaboração de Roteiros e Pacotes
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2009
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5. Sumário
Planejando um roteiro | 9
Componentes do itinerário | 11
Desenvolvendo a pesquisa do destino | 12
Fontes de pesquisa sobre os destinos | 13
Informações básicas de um roteiro | 14
Tipos de roteiros | 15
Inglaterra e Escócia | 21
Inglaterra | 21
Londres | 21
Escócia | 23
Edimburgo | 24
Glasgow | 24
País de Gales (Wales) | 25
Irlanda do Norte | 25
A República da Irlanda | 26
Austrália e Nova Zelândia | 31
Austrália | 31
As cidades | 32
Cidades e atrações | 35
Europa Oriental | 41
A região | 41
Os habitantes e sua história | 41
Polônia | 42
Cracóvia | 43
Czestochowa | 43
Os países bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia | 43
O coração da Europa: a República Checa e a Hungria | 44
Rússia | 46
Outras atrações | 47
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6. Portugal, Espanha e França | 53
A região | 53
Os habitantes e sua história | 53
A Península Ibérica | 54
As regiões da França | 62
Itália, Grécia, Mônaco e países Bálcãs | 67
Itália | 67
Roma | 67
Norte de Roma | 68
Grécia | 71
Pontos turísticos na Grécia | 71
O Peloponeso | 72
As Ilhas | 72
Mônaco | 73
Malta | 73
Bélgica, Holanda e Alemanha | 75
A região | 75
Bélgica | 77
Holanda | 78
Luxemburgo | 79
Alemanha | 79
Munique | 80
Suíça, Liechtenstein, Áustria | 85
Suíça | 85
Liechtenstein | 86
Áustria | 87
Europa Nórdica | 88
América do Sul | 93
O meio ambiente e seus habitantes | 93
A região | 93
As terras incas | 94
Equador | 95
Peru | 96
Bolívia | 98
Chile | 98
Argentina | 100
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7. Canadá | 105
A região | 105
O povo e sua história | 106
As províncias do Atlântico | 107
O Norte | 113
Territórios do Noroeste | 114
África e Oriente Médio | 117
O meio ambiente e seus habitantes | 117
A região | 118
O Oriente Médio | 125
México e América Central | 131
A região | 131
Os povos e sua história | 131
México | 132
Belize | 136
Costa Rica | 137
Panamá | 137
Outros destinos na América Central | 138
Brasil | 143
As cidades | 143
Estados Unidos | 151
Los Angeles | 151
Las Vegas | 152
Texas | 152
Nova Orleans | 153
Scottsdale | 153
Orlando | 153
Washington | 154
Massachusetts | 155
Nova Iorque | 155
Tipos de roteiros turísticos | 159
Introdução | 159
Como montar um roteiro | 160
O roteiro, do ponto de vista da empresa | 163
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8. Planejamento de roteiros turísticos | 169
Introdução | 169
O planejamento | 170
Fontes de informação | 173
Considerações finais | 174
Glossário | 179
Gabarito | 183
Referências | 191
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9. Falar sobre elaboração de roteiros turísticos não é tarefa fácil. Sim, há
uma teoria que nos embasa no começo e ao final do texto, mas como
falar de todos os pontos turísticos do planeta que um viajante/turista
pode conhecer?
Esta é uma tarefa impossível. Há livros (guias de viagem) impressos em
várias línguas sobre cada região explorada (e não) do planeta que re-
cebe turistas. Há, em muitas ocasiões, livros com centenas de páginas
descrevendo somente uma cidade. Esta não é a nossa proposta.
O nosso material está dividido por regiões. A nossa pretensão foi tirar
de cada região, cada país, cada estado, cada cidade, os seus principais
atrativos. Às vezes falamos de um determinado local, em uma só linha,
por outras vezes, páginas inteiras.
Fica a seu critério, nosso aluno, inspirar-se nestes locais e buscar outras
informações que possam ser relevantes aos seus passageiros!
Boa viagem!
Alessandro Almeida Silva
Andréa Kogan
Rinaldo Zaina Jr.
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11. Planejando um roteiro
Alessandro Almeida*
Andréa Kogan**
Rinaldo Zaina Jr.***
Um agente de viagens passa grande parte do seu tempo pensando em produtos turísticos já cria-
dos por operadoras – um cruzeiro ou um pacote turístico, por exemplo.
Mas algumas vezes o interesse do cliente é diferente do que os pacotes prontos oferecem. Um
fato possível é que o cliente já conheça o local proposto pelo agente. Ou não gosta de roteiros já esta-
belecidos. Como agir em situações assim?
Temos que entender que tais clientes desejam uma viagem planejada especialmente para eles.
Como descobrir qual é a viagem ideal para cada passageiro ou cliente?
Pensando dessa maneira, podemos perceber que profissionais de turismo são acionados todos os
dias para planejar roteiros criativos, estimulantes e sob medida para os seus clientes.
Para isso, é necessário conhecer uma série de procedimentos, produtos e documentações que se-
rão muito importantes na hora de proporcionar ao passageiro a tal sonhada viagem. Precisamos conhe-
cer palavras e expressões que fazem parte do dia-a-dia do turismo no mundo inteiro. Por exemplo, você
sabe o que é um itinerário turístico? É uma sequência lógica de todos os elementos de uma viagem, to-
das as partes que juntas farão uma viagem completa – do momento que o passageiro sai da sua casa, ao
momento que ele retorna, seja algumas horas depois, ou meses depois: meios de transporte, acomoda-
ções, passeios, visitas a atrações turísticas, locais para alimentação, dentre outros detalhes.
* Bacharel em Turismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), professor nos cursos de Turismo/hotelaria e consultor em viagens de lazer/
corporativas/incentivo.
** Mestre em Turismo pelo Centro Universitário Ibero-Americano. Graduada em Língua e Literatura Inglesa pela Pontifícia Universidade Cató-
lica de São Paulo (PUC-SP). Professora e coordenadora dos cursos de Turismo, Eventos e Letras da Universidade Cidade de São Paulo.
*** Mestre em Hospitalidade pela Universidade Anhembi-Morumbi. Especialista em Planejamento e Marketing Turístico pela Faculdade Senac
de Turismo e Hotelaria. Bacharel em Administração. Professor nos cursos de Turismo, Eventos e Comunicação Social da Universidade Cidade
de São Paulo (UNICID) e Professor da Pós-Graduação em Gestão em Serviços de Hospitalidade da Universidade Anhembi-Morumbi. Consultor
de Projetos em Eventos e Hospitalidade. Experiência profissional em empresas do setor de turismo e eventos, parques temáticos e empreen-
dimentos hoteleiros internacionais de timeshare.
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12. 10 Elaboração de Roteiros e Pacotes
Planejar itinerários exige muito do profissional. O agente de viagens ou consultor deve saber:
::: as necessidades, interesses e gostos dos clientes;
::: pesquisar sobre o destino que o passageiro escolheu dentre os vários propostos pelo agente;
::: planejar os itinerários turísticos com o maior cuidado e seriedade possível.
Planejar itinerários pode ser extremamente simples, como pesquisar itinerários (roteiros/pacotes)
já bem estruturados no mercado – uma semana em Porto Seguro no estado da Bahia. Mas também
pode ser mais desafiador como planejar um safári por um país da África.
Além disso, é necessário levar em conta o número de passageiros para quem está se planejando
uma viagem. Você pode planejar itinerários para viajantes sozinhos, para casais, para famílias inteiras ou
para grupos de pessoas que tenham interesses em comum.
Você pode planejar itinerários que levem o seu cliente para outras cidades dentro do seu próprio
país de origem ou a remotos e exóticos destinos que o passageiro jamais chegou a pensar. Organizar es-
sas viagens com segurança, competência e criatividade pode tornar um simples itinerário turístico uma
surpresa muito mais agradável do que ele poderia sonhar.
A presente aula oferece uma visão detalhada sobre planejamento e organização de roteiros na-
cionais e internacionais. Alguns dos tópicos que abordaremos serão:
::: Como começar a organização desses roteiros.
::: Que fontes utilizar.
::: Quais orientações devem-se seguir.
::: Qual é o papel do agente de viagens ou consultor.
Quando clientes procuram por roteiros diferentes dos pacotes turísticos à venda nas agências de
viagens, você terá que criar algo novo, inusitado e personalizado, e assim tornar a experiência de uma
viagem algo particularmente inesquecível, e, se possível, só de boas recordações. Usando de uma me-
táfora, podemos ver a diferença entre comprar um terno pronto em uma loja de departamentos (seria
o comprar o pacote pronto) ou mandar fazê-lo sob medida no alfaiate para que ele fique perfeito para
você (seria montar um roteiro personalizado). Os itinerários citados, criados especialmente para o clien-
te, são chamados de Forfait.
Como já dito anteriormente, para sermos capazes de customizar com sucesso os roteiros de via-
gens precisamos conhecer quais as necessidades, objetivos, interesses e hobbies de nossos clientes.
Uma ferramenta que emprestamos do marketing para melhor conhecer nossos clientes a fim de pro-
porcionarmos a eles a melhor viagem possível é a Segmentação de Mercado. Com a Segmentação,
podemos separar as pessoas em grupos com características homogêneas. Alguns exemplos: famílias,
terceira idade, casais em lua-de-mel, viajantes jovens, viajantes maduros, viajantes solteiros, viajantes
estudantes, membros de associações (religiosas, por exemplo), amantes de arte e arquitetura, professo-
res e advogados, colecionadores de arte, conhecedores de vinhos e comidas, estudante de idiomas. A
segmentação do grupo de pessoas com perfil de interesses e afinidades semelhantes nos ajuda a pla-
nejar as atividades, atrativos, meios de hospedagem e transporte nos lugares e destinos que têm mais
probabilidade de satisfazer esses clientes especificamente.
Outra maneira de segmentar o mercado de viagens é classificá-lo em tipos específicos de turismo
como: ecoturismo, turismo cultural, turismo de negócios, dentre outros.
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13. Planejando um roteiro 11
Alguns outros itinerários também são organizados de acordo com a época do ano ou em ocasi-
ões especiais como Natal e festas religiosas, eventos esportivos (Fórmula 1/Pan-americano), Ano Novo
(Reveillon), férias escolares, congressos e convenções.
Outras formas possíveis de divisão são: esportes leves como passeios de bicicletas, caminhadas,
acampamentos, safáris e esportes radicais como alpinismo, escaladas, mergulho.
É necessário colocar que as técnicas de segmentação de mercado são estratégias de marketing e,
como tal, estão mais detalhadas nas aulas das disciplinas da área.
O passageiro também pode optar pelo tipo de acomodação que preferir, desde castelos até fa-
zendas, e também pelo meio de transporte mais desejado, como trens, carros e até iates. No Forfait, to-
das as considerações quanto à elaboração do itinerário obedecem a um critério essencial: o sonho ou
desejo do passageiro. O agente de viagem deve ter isso em mente ao desenhar o itinerário que seu
cliente encomendou/solicitou.
Vale ressaltar que todos os exemplos acima podem se inter-relacionar. Como por exemplo: um ca-
sal em lua-de-mel, viajando na época do Natal de trem para fazer alpinismo e se acomodando em um
castelo!
As possibilidades de conjugar temas, destinos, transportes, hospedagens numa viagem são inú-
meras, sempre variando de acordo com os interesses particulares dos nossos clientes. O importante
é lembrarmos que cada pessoa é única! Temos que respeitar sempre as características e interesses de
cada indivíduo!
Componentes do itinerário
Uma vez identificadas todas as necessidades dos clientes que solicitam um roteiro sob medida, o
próximo passo é organizar o itinerário.
O itinerário deve incluir elementos básicos, que são:
::: transporte;
::: acomodação;
::: atividades.
Um itinerário é constituído de vários elementos ou componentes. Aqueles elementos que serão
incluídos no roteiro do seu passageiro dependem sempre do interesse desse cliente e também das pos-
sibilidades dentro do destino a ser visitado.
Quais são esses componentes que devem ser analisados e selecionados para cada passageiro ou
grupo?
::: Transporte:
::: aéreo;
::: terrestre (carro/ônibus);
::: trem;
::: navio;
::: motorhome.
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14. 12 Elaboração de Roteiros e Pacotes
::: Acomodações:
::: hotéis;
::: resorts;
::: cruzeiros marítimos;
::: pousadas;
::: acomodações especiais (hotéis de selva, acampamento no deserto).
::: Atividades:
::: parques naturais;
::: monumentos históricos;
::: rodovias cênicas;
::: museus;
::: atrações educacionais e culturais;
::: parques temáticos e de diversões;
::: city tours.
Desenvolvendo a pesquisa do destino
Depois de prospectar e colher o maior número de informações, com riqueza de detalhes, sobre os
anseios e expectativas de nossos passageiros quanto à viagem, há que se começar as pesquisas sobre
os destinos selecionados. Mas como se desenvolve uma pesquisa sobre os destinos?
O profissional de turismo necessita reunir informações de diferentes fontes para poder deter-
minar quais destinos e pontos de interesse são os melhores para os seus clientes e que deverão ser in-
cluídos no itinerário. Durante essa fase do seu trabalho, recomenda-se que se pesquise a respeito de
algumas questões básicas e essenciais para um bom resultado posterior:
::: O destino é realmente interessante o suficiente e, mais importante: satisfaz o que o cliente
busca no momento da viagem?
::: Que tipo de estrutura existe na região (há acomodação, restaurantes ou centros de compras, por
exemplo)? A qualidade e preços desses serviços estão à altura da expectativa do seu cliente?
::: Esse destino é muito procurado por clientes com o mesmo perfil do seu? Qual avaliação você
recebeu de outros clientes e colegas que foram a esse destino?
::: Existem atrações próximas ou pontos de interesse que poderiam ser combinados com a via-
gem para esse local?
::: O destino tem infra-estrutura necessária (estradas bem conservadas, aeroportos, portos – que
vão de encontro com as necessidades dos clientes)?
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15. Planejando um roteiro 13
Para pensar
É possível vermos na televisão, ouvirmos por meio de amigos ou conhecermos nós mesmos fa-
tos que fazem com que uma viagem possa ficar na memória por algo negativo. Você poderia lem-
brar de algo assim?
Fontes de pesquisa sobre os destinos
Ter visitado um destino é a melhor fonte de pesquisa, mas nem sempre é possível. É muito im-
provável que os agentes de viagem tenham viajado para todos os destinos e lugares que vendem, por-
tanto, é preciso ter inúmeras fontes de pesquisa; fontes confiáveis que nos permitam vender tal roteiro.
Além das fontes tradicionais da área de turismo (guia de hotéis, tabela de vôos, guias de turismo) exis-
tem muitas outras ferramentas que sempre ajudam, tais como:
::: seu próprio cliente – pesquise quais os lugares que seus clientes já visitaram e anote os co-
mentários sobre as acomodações, os passeios, restaurantes, locais para compras e outras in-
formações interessantes;
::: guias de viagem – temos disponíveis em livrarias e bibliotecas (além de versão na internet)
guias de viagem sobre os destinos (tanto nacionais quanto internacionais). Algumas das mais
utilizadas e mais confiáveis são os guias Lonely Planet, Fodors e Frommer´s;
::: internet – é utilizada enormemente como fonte de pesquisa relacionada à viagem e geogra-
fia. Há inúmeros sites contendo informações específicas para viagens, oferecendo mapas e fo-
tos de todos os países do mundo;
::: departamentos de turismo – cada vez mais os países colocam seus órgãos governamentais
para oferecer informações gerais sobre ele mesmo (país) ou uma região em particular. Você
pode descobrir fatos da história, geografia e cultura de um destino, além de informações a res-
peito de transportes públicos, acomodações, centros de compra, eventos culturais, museus,
feiras, congressos etc. Não esqueça que tais departamentos de turismo podem providenciar
material de excelente qualidade tais como: pôsteres, brochuras, folhetos em geral, vídeos e
outros materiais promocionais para uma apresentação de vendas;
::: revistas e cadernos de turismo dos jornais – há no Brasil várias revistas específicas sobre
viagens e turismo de excelente qualidade, além dos Cadernos de Turismo de diversos jor-
nais locais;
::: operadoras – operadores especialistas em determinados destinos, oferecem material especí-
fico e informações atualizadas, por meio de seus manuais e tarifários.
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16. 14 Elaboração de Roteiros e Pacotes
Para pensar
A melhor das fontes de pesquisa é seu próprio conhecimento e a sua constante atualização.
Aproveite viagens proporcionadas por operadoras aos agentes de viagens, oficinas para conhecer no-
vos roteiros, acomodações, restaurante etc. além de feiras e congressos da área. A sua formação, seu
interesse pessoal pelas pesquisas e pelos destinos é fundamental para o sucesso do seu trabalho.
Informações básicas de um roteiro
Como começar depois que conversamos com o cliente e determinamos o destino e pontos de in-
teresse que serão incluídos no itinerário? O que se deve fazer primeiro? Quais as prioridades na organi-
zação do roteiro? Como elaborar a programação diária do cliente ou efetuar as reservas dos meios de
transporte? Esses tópicos são detalhados a seguir.
Antes dos cuidados e preparativos com a programação diária da viagem, certifique-se que os
meios de transportes estão disponíveis e podem ser confirmados sem transtornos.
Como por exemplo, imagine planejar todo um itinerário para um determinado local e descobrir
que não há vôos para aquela data nem passagens de trem?
RIDRE – Planejando o itinerário
Depois de ter pesquisado junto ao seu cliente o que ele deseja, pesquisado sobre o destino a ser
visitado, reservado e confirmado os principais meios de transporte é hora de planejar a viagem como
um todo. Nesse momento você propõe uma rota, determina horas e distâncias da viagem e decide
quais atividades vai recomendar. Ao planejar itinerários para qualquer lugar do mundo, existem algu-
mas regras básicas a serem seguidas. A fim de facilitar o seu trabalho sugerimos que você memorize a
sigla RIDRE, que nos indica as seguintes palavras ou regras básicas:
::: Ritmo: a velocidade que tudo deve acontecer dentro de um itinerário. Certifique-se de pro-
videnciar um ritmo confortável para viagem, sem permitir que o passageiro tenha percalços
dentro da viagem. Por exemplo: não programe que os seus clientes dirijam mais do que 250
a 300 quilômetros por dia, considere as condições da estrada, se todo trajeto tem autopistas,
programe paradas nos pontos turísticos ao longo da rota. Outro exemplo é o tempo entre as
conexões em aeroportos. Não deixe que seu cliente fique horas esperando, nem que tenha
que correr para não perder o próximo vôo (vale lembrar que atrasos de companhias aéreas
não são responsabilidades dos agentes de viagem).
::: Interesse: é sempre necessário combinar os interesses do seu cliente com o destino a ser visita-
do, com as sugestões de passeios, com as atrações e atividades planejadas. É importante provi-
denciar um equilíbrio introduzindo variedade no itinerário, uma mistura de possibilidades, como
visita a um museu, almoço em algum restaurante charmoso ou pitoresco e compras.
::: Detalhes: atenção aos detalhes. Tenha certeza de que as atividades planejadas estejam dispo-
níveis (abertas e em funcionamento perfeito) nas datas que o seu cliente estiver naquele des-
tino. Sempre verifique horários de funcionamento de todas as atividades, tais como: museus,
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17. Planejando um roteiro 15
galerias, lojas e restaurantes. Por exemplo: não programe uma visita ao Museu do Louvre (na
cidade de Paris, na França) em uma terça-feira, uma vez que nesse dia ele estará fechado, nem
um passeio ao Museu da Língua Portuguesa na cidade de São Paulo às segundas-feiras (dia
que está fechado para visitação).
::: Rota: a rota deve ser interessante, lógica e panorâmica, mas também prática. É necessário cui-
dado com idas e vindas desnecessárias. Tenha sempre um mapa em mãos quando estiver tra-
çando um roteiro, ou consulte páginas na internet que forneçam mais dados sobre tempo de
viagem de um local a outro. Cabe cuidar para indicar o número, os custos e as formas de pa-
gamento de pedágios e balsas previstos para rotas rodoviárias. Por exemplo: há auto-estradas
cujos pedágios aceitam cartões de crédito enquanto em outras, apenas dinheiro.
::: Energia: o nível de energia de seu cliente deve combinar com o ritmo do itinerário proposto e
isso não depende necessariamente de idade. Por exemplo, uma família viajando com crianças
pequenas ou um passageiro com limitações físicas podem querer um roteiro mais tranquilo,
sem muitas caminhadas, escadas ou altitudes elevadas.
Tipos de roteiros
Existem basicamente três tipos de roteiros. O tipo ou a combinação de tipos que você vai esco-
lher dependerá de diversos fatores: o local a ser visitado, como o cliente viajará (carro/avião/trem) e in-
fra-estrutura do país a ser visitado:
::: Itinerário com uma cidade base – esse tipo de roteiro permite que o passageiro eleja uma
cidade como base por um período de tempo, enquanto faz pequenos passeios a locais próxi-
mos. Tal roteiro é recomendado se a área a ser visitada for rica em atrações, passeios e outras
atividades, todas muito próximas umas das outras. Um exemplo é quando o roteiro ocorre na
Europa Central, como nas cidades de Amsterdã (Holanda) e Bruxelas (Bélgica), não só essas ci-
dades são próximas umas das outras como na região existe uma riqueza de lugares a serem
visitados. A questão positiva é a comodidade em organizar tudo numa só base, em uma só
acomodação.
::: E as desvantagens podem ser:
::: o passageiro não terá chance de conhecer todo o país, pois ele viaja apenas por pequenas
distâncias;
::: ele está baseado e já comprou todos os serviços naquele lugar, logo esse não é um roteiro
flexível;
::: esse tipo de itinerário pode ser repetitivo, uma vez que a mesma rota para ir e vir será utili-
zada mais de uma vez.
::: Viagem circular – nesse tipo de viagem o ponto de início e fim da viagem são os mesmos.
Viagens circulares incluem pernoites em diferentes cidades. O cliente poderá ficar um, dois
ou mais dias em cada local, dependendo dos passeios e atividades planejadas. Uma das van-
tagens desse tipo de roteiro é que podem ser vistos mais lugares de um mesmo país, pois o
cliente viaja de forma contínua e circular e pouco tempo é perdido entre o ir e vir. A desvanta-
gem é que quando planejamos uma viagem circular é necessário programar tempo suficiente
em cada cidade para que o seu passageiro possa passear e ter tempo de descansar também.
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18. 16 Elaboração de Roteiros e Pacotes
::: Chegada e partida por cidades diferentes – a grande vantagem desse tipo de roteiro é que
o cliente não volta a uma cidade que ele acabou de visitar. Maiores distâncias podem ser co-
bertas uma vez que o passageiro não vai retornar ao ponto de origem da viagem. Tal roteiro
também permite ao passageiro percorrer grandes distâncias, coisa que não é permitida em
uma viagem circular. Um bom exemplo desse tipo de roteiro é uma viagem que envolva as ci-
dades de Londres na Inglaterra, Paris na França e Roma na Itália: é possível começar a viagem
por Londres e finalizar por Roma. As três cidades citadas podem ser incluídas em um itinerário
de duas semanas em um ritmo bem confortável ao passageiro.
Texto complementar
Turismo X submissão:
as falas neutras de interesse do capital
(FILHO, 2007)
Nas sociedades capitalistas liberal-conservadoras do ocidente, o discurso ideológico domina
a tal ponto a determinação de todos que muito frequentemente não temos a mais leve suspeita de
sermos levados a aceitar, absolutamente sem questionamento, um determinado conjunto de valo-
res a que se poderia opor uma perspectiva alternativa muito bem fundamentada, juntamente com
as consequências práticas que nele se encontram mais ou menos implícitas. (MÉSZÁROS, István. O
Poder da Ideologia, p. 13 e 14)
O que acontece quando usamos da visão de senso comum para fazer a leitura da realida-
de que nos cerca? Compreendemos a vida segundo o prisma do interesse do capital, estreitando a
compreensão histórica e crítica do mundo e entendendo a relação humana como uma simples re-
lação mercadológica. A ditadura e a referência apologista dos números são efetivos e implacáveis
nesse pensamento, porque produzem pesquisas duvidosas, metodologias que não são explicitadas,
cálculos incorretos e falsas hipóteses são aceitas como verdadeiras, um ufanismo aos dados empíri-
cos cujo objetivo é demonstrar a todo custo o crescimento no campo do turismo.
Esse culto a um pragmatismo vulgar enxerga o fenômeno do turismo como simples merca-
doria, cuja intenção é contabilizar a entrada de divisas e desenvolver atividades que venham a au-
mentar a permanência do turista no território nacional. Não há nenhum interesse em saber qual foi
o impacto que esse turista trouxe à comunidade e à população local, o que se busca é contabilizar a
quantificação dos números pela entrada de capital.
O entendimento do fenômeno turístico no Brasil resvalou para o caminho da via do conceito
salvatério, pois o turismo seria o instrumento de salvação para a crise econômica do Estado. O poder
que o sistema econômico capitalista e socialista dá a essa atividade no que se refere a investimentos
e preparação da mão-de-obra demonstra bem, que o mesmo é encarado como um processo emu-
lador para os outros setores do desenvolvimento econômico.
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19. Planejando um roteiro 17
Iniciando com Getúlio Vargas com seu Estado novo a Divisão de Imprensa e Propaganda –
DIP – se encarrega de fazer a divulgação das belezas do Brasil para o mundo, idolatrando a imagem
de um ditador preocupado com a classe trabalhadora. O referido órgão possuía uma estrutura que
contemplava os setores de divulgação, radiodifusão, teatro, cinema, turismo e imprensa. Seu obje-
tivo era coordenar, orientar e centralizar a propaganda interna e externa desenvolvendo uma rígida
censura no que se refere à imagem permitida para divulgar o Brasil no exterior.
Com JK, o panorama do turismo como atividade visualizou-se na lógica do desenvolvimen-
to, foi usada para a divulgação da mais nova capital criada no mundo, criando uma estrutura res-
ponsável para o desenvolvimento do turismo no interior do governo federal com apoio da revista
Manchete de Adolfo Bloch.
Com a ditadura militar o Estado cria a Embratur em 1966, com o objetivo de organizar o tu-
rismo no Brasil e combater a propaganda negativa que havia no exterior sobre o governo militar*.
Sendo que seu primeiro presidente, Joaquim Xavier da Silveira, não media esforços e discursos para
exaltar os nobres interesses do golpe militar para com o turismo:
Ficou, assim, assentada a idéia de que ao turismo deveria ser dado um tratamento preferen-
cial, um status de indústria de interesse nacional. A primeira tarefa seria a criação de instrumento ca-
paz de iniciar uma política em âmbito nacional. [...]
Sem dúvida, um ato de governo da maior importância, pois trazia em seu contexto definições
e proposições ainda inéditas com criação da primeira empresa pública no País. O turismo passava a
ser considerado indústria básica constituindo atividade de interesse nacional.
Nesse período, o turismo receptivo foi elemento principal da política nacional de turismo e
permitiu o nascimento de um nacionalismo xenofóbico ao pensamento crítico de esquerda em-
balado pela guerra fria. A exaltação ao turismo se faz por meio da vergonhosa campanha que foi
por três décadas carro-chefe da Embratur expondo eroticamente a imagem da mulher brasileira,
como propaganda para atrair dólares e carimbar na mídia internacional o Brasil como rota do tu-
rismo sexual.
Hoje, parece incrível, no governo Lula a prática de entender o turismo pelo viés economicista
é hegemônico, está refletido em seu Plano Nacional de Turismo de 2003 a 2007, principalmente pela
ação que cabe à Embratur. Na verdade há uma ênfase total no turismo receptivo para estrangeiros e
uma quase negação para a formatação de políticas públicas voltadas ao turismo interno.
O pior é que temos que ouvir pronunciamentos duvidosos, em que se defende a não necessi-
dade do visto aos turistas estrangeiros, pois isso aumentaria em um bilhão de dólares o ingresso de
divisas para o Estado brasileiro, como foi defendido pelas autoridades que foram ao congresso na-
cional, segundo imprensa. Pergunta-se onde estão essas pesquisas? Quem as elaborou? Qual é sua
metodologia? Onde estão publicadas?
Os presidentes da Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureau, João Luiz dos Santos
Moreira, e da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, ABIH, Eraldo Alves da Cruz, se reuniram
ontem com o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Aldo Rebelo para pedir seu apoio na
tramitação do Projeto de Lei 2430/03, do deputado Carlos Eduardo Cadoca (PMDB-PE), que acaba
com a exigência de visto para cidadãos norte-americanos que visitam o Brasil. A proposta está para-
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20. 18 Elaboração de Roteiros e Pacotes
da na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e sua aprovação, um pleito de toda a indús-
tria turística nacional, que eles representaram, se aprovada, significa a entrada de mais de 1 milhão
de novos turistas no Brasil.
Em primeiro lugar, a questão da não necessidade do visto de entrada em um Estado, no caso
o Brasil, não pode ser analisada à luz do interesse puramente econômico, como se essa medida não
fosse ligada a um conjunto de questões de política internacional e de segurança nacional e da pró-
pria geopolítica internacional. Portanto, esse assunto deve ser estudado pelo conjunto do Estado. E
não por interesses meramente empresariais de entender a hospitalidade como sinônimo de 100%
de ocupação hoteleira e nem acreditar na mentira que a inexistência do passaporte aumentaria o
fluxo de turistas para o Brasil. Mas pensar que essa discussão não pode se esgotar em argumentos
do pensamento irracionalista da mercadoria e do capital.
Fazer campanha contra a não necessidade de passaporte para os estrangeiros que nos vi-
sitam e planificar um discurso contra a reciprocidade é desconhecer as questões que envolvem a
base da hospitalidade do fenômeno turístico. Colocando as questões de segurança nacional e de
relações diplomáticas internacionais do Estado brasileiro como coisas secundárias e subordinadas
ao interesses mercadológicos da globalização na lógica do enfraquecimento dos Estados nacionais
latino-americanos.
Desculpem-nos os guardiões do capital despatriado e defensores dos interesses transnacio-
nais, a lógica da liberação do passaporte defendida por vocês não é para aumentar a entrada do nú-
mero de turistas, mas sim, facilitar a circulação da mercadoria o $ turista $. O que parece ser mais
grave é querer descarregar no estrangeiro uma sociabilidade de uma hospitalidade interessada so-
mente nos seus dólares e praticar a eutanásia para um Plano Nacional de Turismo que se encontra
atualmente na UTI.
Podemos garantir a vocês que essa discussão não é ideológica, apesar de entender que toda
relação humana é teologicamente produzida dentro de uma ideologia, assim, não nos acusem de
comunistas, esquerdistas e xiitas ou por pertencer a esse ou aquele partido político. Esse discurso
está velho, enfraquecido e pertenceu à fala da ditadura militar e, portanto, é desprovido de bases
racionais.
Acreditamos que milhares de brasileiros que se aventuraram a enfrentar a batalha para con-
seguir o visto diplomático nas chancelarias dos Estados Unidos sofreram algum tipo de constrangi-
mento. O pior é que o controle dos vistos por parte dos norte-americanos não está restrito somente
ao seu país, mas a todos os outros países que os americanos mantêm domínio político, econômico
e cultural ou àqueles que os ianques têm como inimigo.
Em 1988, a Universidade Estadual de Maringá organizou uma visita à Universidade de Havana,
para a assinatura de um amplo convênio de cooperação técnica e científica. Com a presença do rei-
tor e vinte e quatro professores de todos os campos do conhecimento trabalhado pela UEM, estive-
mos em Cuba durante quinze dias em visita oficial.
Partimos da cidade de Maringá para o aeroporto de Cumbica em São Paulo com destino a
Cuba com escala no Panamá e passamos duas semanas visitando centros de educação e de medi-
cina cubanos e formatando junto às autoridades da Universidade de Havana um convênio de coo-
peração.
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21. Planejando um roteiro 19
No retorno de Cuba com escala no Panamá fomos alvo de imenso constrangimento por parte
dos fiscais e policiais daquele aeroporto, que nos separaram dos outros passageiros, tomando nos-
sos passaportes para xerocopiá-los, nos colocando em uma sala (cárcere privado) durante duas ho-
ras e fotografando todos os professores.
Depois de protestarmos e ameaçar contatar a chancelaria brasileira no Panamá e discutirmos
por longo tempo que isso era obra da CIA americana, na qual os policiais reafirmaram nossas suspei-
tas. Nos sentimos impotentes, humilhados e percebemos nossa fragilidade diante dos nossos pró-
prios destinos e a dominação do Estados Unidos no mundo.
Por isso, leitor, não podemos deixar que essa proposta de eliminação dos vistos para os es-
trangeiros ganhe corpo e seja aprovada, pois assim estaríamos enfraquecendo o Estado brasileiro,
abrindo a retaguarda de nossa soberania e internacionalizando nossa cidadania.
Atividades
1. Por que às vezes um itinerário para um cliente pode ser simples de ser montado?
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22. 20 Elaboração de Roteiros e Pacotes
2. Para sermos bons agentes de viagens/consultores, não basta somente uma pesquisa superficial
sobre determinado itinerário. Como é possível estudar para melhor conhecermos determinados
locais que iremos vender?
3. Por que o seu próprio cliente pode ser uma fonte de pesquisa?
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23. Inglaterra e Escócia
Neste capítulo veremos alguns pontos turísticos no continente Europeu, mais precisamente no
Reino Unido e nas nações que o compõem.
O Reino Unido é um arquipélago, ao norte da Europa, no Oceano Atlântico, banhado pelo Mar do
Norte, Mar da Irlanda, Mar das Hébridas, Mar Celta e separado do continente pelo Canal da Mancha. É
composto por quatro nações: Escócia, Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte além de territórios que
não pertencem às nações citadas.
Vale ressaltar que o nome completo do Reino Unido (conhecido também pela sigla em inglês U.K.
– United Kingdom) é Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.
Inglaterra
A Inglaterra é a maior das quatro divisões que compõem o Reino Unido. É uma nação repleta da
mais rica variedade de construções históricas e pequenos tesouros arquitetônicos são encontrados por
todo país.
Londres
Como a maior cidade da Europa, Londres se espalha ao longo do sul da Inglaterra.
A cidade foi marcada pela Segunda Guerra Mundial. Bombardeios alemães destruíram parte de
Londres e esse fato histórico importante deve ser considerado na apreciação das estruturas clássicas
dos edifícios que remanesceram. Essa particularidade aumentou de maneira bastante significativa o in-
teresse pela cidade.
Londres é uma “metrópole” com parques, museus, teatros, óperas, concertos, balés, centros de
compra, clubes noturnos, cassinos e palácios. A cidade nasceu às margens do rio Tâmisa, assim como
Oxford. O rio, que é fundo o suficiente para navegação, corta a cidade e já foi um dos mais poluídos do
mundo, considerado morto e submetido a um longo processo de revitalização, atualmente compõe o
cenário urbano como uma paisagem turística.
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24. 22 Elaboração de Roteiros e Pacotes
Londres é uma cidade sem um centro facilmente reconhecível. A cidade cobre uma área em am-
bos os lados das margens norte e sul do Tâmisa e se divide em três seções: (1) a Cidade, a parte mais
velha de Londres e seu centro financeiro; (2) o West End, o centro do governo, compras, vida noturna e
algumas áreas residenciais exclusivas e (3) o South Bank, um local de grandes escritórios e complexos
culturais. A Cidade e o West End estão ao norte do Tâmisa. O South Bank está à frente do rio.
No West End, a praça Trafalgar (em língua inglesa – Trafalgar Square) é dedicada ao Admirável
Lorde Nelson (um lutador das Guerras Napoleônicas que ganhou uma das mais importantes batalhas –
a Batalha de Trafalgar, por isso o nome da praça), e é uma boa escolha para iniciar passeios e City Tour. A
Cidade está a leste; as lojas estão a oeste; o distrito de entretenimento está localizado ao norte ao lon-
go do rio.
Ao longo da cidade de Londres, placas azuis de porcelana indicam os prédios onde pessoas famo-
sas viveram ou locais onde eventos importantes aconteceram. Essa peculiaridade é sempre um atrativo
a mais aos turistas que visitam a cidade.
Alguns pontos turísticos que podem ser visitados nas seções de Londres são:
::: Catedral de St. Paul, na cidade. A catedral foi desenhada por Christopher Wren e construída
entre 1675 e 1710 como a primeira catedral dedicada à fé protestante. Ela foi o local para o
Jubileu da Rainha Vitória em 1896 (celebrando o mais longo reinado da história da Inglaterra);
para o funeral de Winston Churchill (político britânico) em 1961 e, também, o local do famoso
casamento do príncipe Charles com a princesa Diana em 1981. Próximo à catedral estão loca-
lizados teatros, galerias de arte, cinema e vários restaurantes.
::: A Torre de Londres. Localizada à margem do rio Tâmisa, foi construída por William, o Conquistador,
iniciada em 1078 e foi usada como palácio, fortaleza e prisão. Na Torre, estão expostas atual-
mente as Jóias da Coroa e o local está aberto para visitação pública.
::: Covent Garden. É um antigo mercado de flores convertido em um centro de compras e diver-
são. É também um local com entretenimento e convivialidade no período da noite. Os turistas
podem visitar um pub (típicos bares britânicos) do século XVII conhecido como The Bucket of
Blood (O balde de sangue).
::: Whitehall é uma larga avenida que vai da Praça Trafalgar até as Houses of Parliament (Casas do
Parlamento). Por ela, chega-se a Rua Downing n.º 10, a residência do primeiro ministro, e tam-
bém até Westminster Abbey, a famosa Abadia de Westminster onde a realeza é coroada e onde
há muitas pessoas reconhecidas enterradas. Como exemplo, lá estão enterradas as Rainhas
Elizabeth I e Maria I.
::: As Casas do Parlamento e o Big Ben, próximo à abadia. O Big Ben é o sino no relógio da torre das
Casas do Parlamento. Ele tem o nome de Sir Benjamin Hall, um dos engenheiros responsáveis
pelos trabalhos na época de sua instalação.
::: Picadilly Circus é uma intersecção de seis ruas bastante movimentadas da cidade. Muitas lojas
elegantes de Londres estão localizadas ao norte e a oeste da Picadilly, pelas ruas Bond, Oxford
e Regent. Picadilly é a área central de entretenimento de Londres e se estende até a Strand,
uma rua que liga a seção Cidade à seção West End. Próximo da Picadilly Circus está Soho, um
distrito revitalizado da cidade onde se encontram bons restaurantes, pubs e clubes noturnos.
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25. Inglaterra e Escócia 23
::: Palácio de Buckingham. É a residência da monarquia em Londres. O estandarte real fica afixa-
do se a rainha está na residência. A troca da guarda em frente ao palácio é uma grande atra-
ção turística (normalmente ocorre às 11h30 diariamente e em dias alternados no inverno). O
palácio abre 18 cômodos à visitação durante dois meses do verão, quando os monarcas estão
de férias.
::: Russel Square concentra a atividade intelectual da cidade e é um local com muitos hotéis ele-
gantes.
::: Royal Albert Hall é uma famosa casa de espetáculos inaugurada em 1871 e acomoda até 8000
pessoas.
::: Os parques que formavam parte dos bens da realeza ainda são de propriedade da monarquia,
mas estão liberados para uso público. Os parques Centrais de Londres incluem St. James Park,
o parque das paradas reais; Hyde Park, famoso pela Speaker’s Corner e próximo ao Marble
Arch; Kensington Gardens cujo castelo dentro do parque foi residência da Princesa Diana e o
Regent’s Park onde está localizado o zoológico de Londres.
::: The Docklands é o maior projeto de renovação urbana da Europa (construções para uso comer-
cial e residencial).
Alguns lugares importantes fora do circuito da cidade de Londres incluem:
::: The West Country, com seus pântanos românticos, minas de cobre, praias rochosas e ainda
Bristol, Bath, Tintagel Castle e Plymouth;
::: Hardy Country, para visitar a Catedral de Salisbury e Stonehenge (o famoso monumento de pe-
dras pré-histórico);
::: Brighton, Canterbury e a rota das invasões históricas;
::: A Inglaterra Central, lar das universidades de Cambridge e Oxford;
::: O Lake District, uma área de beleza rural com as montanhas mais altas da Inglaterra.
Finalmente, vale dizer que todos os locais citados têm uma infra-estrutura bastante organizada
para o turismo. Como os que veremos a seguir.
Escócia
Continuando o roteiro pelo Reino Unido, agora é a vez da pitoresca Escócia. Faz-se necessário
uma pequena introdução sobre a geografia da região.
O Rio Tweed, as Cheviot Hills e o Solway Firth formam a fronteira da Inglaterra com a Escócia. Os
rios Clyde, Forth e Tay cruzam os vales das Terras Baixas Centrais. As terras altas formam uma das maio-
res áreas selvagens do país.
Há duas grandes cadeias de montanhas, a Northwest Highlands e a Grampian Mountains na região.
Há um vale profundo chamado de Glen Mor ou Great Glen, que separa as cadeias.
A maioria dos escoceses vive nas Terras Baixas Centrais, onde o solo é mais plano e mais fértil.
Glasgow é a maior cidade do país e Edimburgo é a sua capital.
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26. 24 Elaboração de Roteiros e Pacotes
Edimburgo
É conhecida por seu ar abafado, carregado de fumaça, mas em um dia típico nublado o granito
cinza dos prédios da cidade lembra os visitantes da vida do passado.
Hoje em dia, a paisagem urbana é caracterizada pelo castelo do século XII, o Edinburgh Castle, o
cartão postal mais conhecido da cidade. Partindo do castelo citado, a Royal Mile leva o viajante do Old
town (Centro Velho) para o Palace of Holyroodhouse, a residência oficial da monarquia na Escócia. Mary,
a Rainha dos Escoceses, uma das figuras mais controversas da história européia que viveu no século XVI,
morou no local por seis anos. Os turistas podem observar a Bath House onde a rainha Mary costumava
banhar-se com vinho.
As atrações de Edimburgo variam de museus a pubs (bares) e discotecas. A National Gallery Of
Scotland (Galeria Nacional da Escócia) é considerada um dos melhores museus do país.
Os compradores que procuram artesanatos, objetos antigos, tecidos e arte encontram lojas espe-
cializadas no centro velho da cidade.
Além das atrações citadas ocorre em todos os verões o “Festival Internacional de Artes de Edim-
burgo”. Esse é o maior festival de arte dramática e música do mundo. Durante três semanas (em todos os
verões), do final de agosto ao início de setembro, companhias de teatro, grupos de dança, companhias
de ópera, orquestras, marionetes e artistas visuais do mundo inteiro reúnem-se nos teatros e igrejas de
Edimburgo para uma grande celebração.
Saindo da cidade de Edimburgo, começam as atrações na cidade de Glasgow.
Glasgow
Glasgow está localizada a sudoeste de Edimburgo. É considerada também a cidade mais agitada
e movimentada da Escócia. Com o declínio da produção industrial, a cidade passou por uma má fase,
mas em 1990 a Comunidade Européia a nomeou como sendo a Cidade da Cultura e do Renascimento.
A cidade é a casa da Ópera da Escócia, Balé da Escócia, Orquestra Nacional da Escócia e muitas compa-
nhias de teatro.
As atrações próximas a Glasgow incluem Alloway, o local de nascimento do poeta escocês Robert
Burns que viveu no século XVIII e é uma figura central na literatura escocesa. The Burns Heritage Trail leva
a casas e hotéis associados aos trinta e sete anos de vida do autor.
Depois das duas cidades citadas, faz-se necessárias algumas observações gerais em relação a ou-
tros pontos de interesse e outras curiosidades do local.
A Escócia é considerada o local de nascimento do golfe. O país tem mais de 400 campos e é sede
da maioria dos campeonatos abertos britânicos. O Royal and Ancient golf Club of St. Andrews, ao norte da
costa de Edimburgo, é considerado o local de nascimento do golfe. Os praticantes do esporte que de-
sejam jogar o Old Course em St. Andrews devem entrar em contato com o clube com pelo menos oito
semanas de antecedência!
A área a oeste da cidade do Mar do Norte, Aberdeen, tem a maior concentração de castelos de to-
dos os etilos e épocas; do Castelo de Braemar, fortaleza dos nobres, ao vitoriano e medieval Balmoral, a
residência da família real. A casa e os terrenos de Balmoral estão abertos ao público de maio até julho.
Somente quando há algum evento real, o local é fechado.
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27. Inglaterra e Escócia 25
Ao sul do país está localizado o Castelo Glamis, residência de infância da Rainha Mãe da Inglaterra
e local de nascimento da princesa Margareth. Essa casa é conhecida como a mais mal-assombrada das
mansões na Grã-Bretanha!
País de Gales (Wales)
Welcome to Wales ou Croeso I Gymru (Bem-vindo a Gales), diz a placa nos idiomas inglês e galês,
como manda o regulamento do país desde 1973. Essa é a primeira evidência visível de que o visitante
está em um local diferente. Vale lembrar que o Príncipe Charles tem o título de Príncipe de Gales.
O País de Gales tem dois idiomas oficiais: o galês e o inglês. O nome galês de Gales é Gymru. A
primeira lição do visitante é tentar decifrar as placas de trânsito em um dos idiomas mais antigos da
Europa.
O principado de Gales, a terra montanhosa que aponta no Mar Irlandês, é um pouco maior que
227 quilômetros de um ponto a outro, com 56 quilômetros de largura. É uma terra irregular com rios
que correm rapidamente cheios de trutas e salmões.
Gales é uma terra de música e poesia. Há a tradição de músicas de corais desenvolvidas desde
1700. O festival de Eisteddfod é uma tradição popular gaulesa de música e poesia com competição en-
tre os participantes. Há histórico sobre o festival desde o século XII. Há festivais anuais que acontecem
por toda a ilha. O maior é o Royal National Eisteddfod celebrado em várias cidades e bairros alternada-
mente entre o norte e o sul de Gales.
Continuando o roteiro, chega a vez da Irlanda do Norte.
Irlanda do Norte
Um pouco maior do que o estado norte-americano de Connecticut (isto é, um local de peque-
nas proporções), a Irlanda do Norte é formada por seis condados – Antrim, Down, Armagh, Fermanagh,
Tyrone e Londonderry – na costa nordeste da Irlanda. Juntos os condados são comumente chamados de
Ulster.
É um local com muitas possibilidades aos turistas e entre suas atrações estão excepcionais cam-
pos de golfes e cenários espetaculares.
Belfast
Belfast é a capital da Irlanda do Norte. A cidade cresceu no século XIX devido à construção de na-
vios, fabricação de cordas, tabaco e as indústrias de linho. A cidade é a casa de um terço da população
da Irlanda do Norte.
Um dos pontos mais interessantes da cidade é o museu de Ulster, que expõe 9 000 anos de histó-
ria Irlandesa. O museu está localizado no Jardim Botânico da cidade e até 2009 ficará fechado para uma
grande reforma.
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28. 26 Elaboração de Roteiros e Pacotes
Giant’s Causeway (Calçada do Gigante)
Considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, é um caminho de formação incomum com
aproximadamente 40 000 pilares hexagonais de basalto ao longo da costa. Os pilares formam degraus
que desaparecem no mar.
O principal atrativo turístico da área no entorno do Giant’s Causeway é a região de Ballycastle. Há
também a Bushmills, casa da destilaria de uísque mais velha do mundo. Há visitas monitoradas à fábrica
da Old Bushmills, que existe desde 1608.
A República da Irlanda
A Ilha Esmeralda, como é conhecida a Irlanda, por seus verdes campos, recebe mais visitantes
(cinco milhões) anualmente do que o número de moradores locais. A prosperidade está transformando
a ilha e o crescimento de negócios de alta tecnologia aumentou a sofisticação dos viajantes. Se os turis-
tas querem comer uma pizza ou talvez um lanche de uma conhecida rede de fast-food, eles podem con-
segui-los em quase todas as regiões da Irlanda.
Para encontrar a verdadeira Irlanda, o viajante deve se aventurar pelas estradas para descobrir
que a hospitalidade é uma das grandes virtudes do local.
Limerick
Muitos viajantes vêem a Irlanda pela primeira vez no Aeroporto Shannon localizado na costa oes-
te próximo a Limerick – uma cidade conhecida pelos seus laços e arquitetura georgiana.
Dublin
Dublin é a capital da Irlanda e também sua maior cidade. O rio Liffey divide Dublin em norte e sul.
A rua Upper O’Connel inclui o General Post Office (a casa dos correios gerais). No local, em 1916, surgiu o
levante contra a Inglaterra e eventualmente levou à independência da República.
Há também a rua Grafton, que é um local para compras.
Outros lugares para serem visitados em Dublin são:
::: o Castelo Dublin, o forte dos Britânicos até 1920;
::: a Catedral de Saint Patrick. Vale ressaltar que Saint Patrick ou São Patrício em Língua Portuguesa
é o santo patrono da Irlanda;
::: os Liberties, um dos quarteirões mais velhos de Dublin e o centro de seu comércio de antigui-
dades;
::: Trinity College (Faculdade de Trinity), fundada em 1592 é a mais velha da Irlanda;
::: a National Gallery of Ireland, com uma vasta coleção de arte Européia e Irlandesa;
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29. Inglaterra e Escócia 27
::: as praças Merrion e Fitzwillian;
::: o Centro Cultural James Joyce, um dos mais importantes escritores de todos os tempos. O
Centro é local de palestras e eventos diversos sobre o autor;
::: o Abbey Theatre, o teatro nacional da Irlanda;
::: a Guinness Brewery, a maior cervejaria da Irlanda, fundada em 1759. Esse é um dos locais de vi-
sitação mais populares da Irlanda;
::: o Jury’s ou Doyle’s Irish Cabaret, para desfrutar de uma noite tradicional irlandesa com muita
música e dança.
Além de todos os locais citados, os turistas sempre desejam conhecer típicos pubs irlandeses. E
deles há inúmeras opções na cidade!
O sudoeste da Irlanda
As fazendas, os pequenos povoados e as antigas ruínas caracterizam a região sudeste do país. Os
passeios turísticos pela região devem incluir as seguintes paradas:
::: Kildare, a 48 quilômetros a sudoeste de Dublin é o coração da indústria de corrida de cavalos
da Irlanda;
::: o porto de Waterford, a 84 quilômetros de Dublin é parada obrigatória na fábrica de cristal
Waterford.
Texto complementar
Dublin
(REVISTA PRÓXIMA VIAGEM, 2007)
O primeiro nome de Dublin é baile atha cliath, em gaélico, o dialeto local, que quer dizer “a cida-
de da ponte sobre o rio”. O outro é dubh-linn, que, na mesma língua, significa “poça negra”. Ambos os
nomes têm a ver com o rio Liffley, que divide a cidade em duas e desemboca de maneira brutal no
mar celta. Não são poucos os que sustentam que das águas negras dessa poça, abençoada no ano
450 por St. Patrick, o padroeiro da Irlanda, se extrai o líquido mágico que produz a cerveja Guinness,
a mais apreciada e reverenciada nos pubs do mundo inteiro.
De fato, a fábrica da Guinness fica muito próxima da poça lendária, às margens da qual Arthur
Guinness encontrou, no século 18, uma trepadeira de lúpulo, cujo pó ele misturou à cevada tostada.
Estava criada a base de um produto que, a partir de 1759, se tornaria a bebida preferida dos estiva-
dores locais e aos poucos se transformaria no chope mais desejado do planeta. A qualidade dessa
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30. 28 Elaboração de Roteiros e Pacotes
cerveja densa e escura, somada ao clima caprichoso que, na maior parte do tempo, mantém Dublin
mergulhada em brumas e névoas, faz dessa cidade de 1,2 milhão de habitantes, fundada por vikings
há 1200 anos, um dos melhores lugares do mundo, se não o melhor, para jogar conversa fora den-
tro de um pub. Não é à toa que existem mais de 1 000 pubs na capital irlandesa, um para cada estilo
de cliente. Há pubs célebres como o Temple Bar, que aparece na abertura desta reportagem, e o Da-
vid Byrne, sempre cheio de turistas, que deve a fama ao fato de ter sido citado em Ulisses, de James
Joyce. Os chopes que saem dos seus barris, no entanto, não são melhores que os servidos nos mo-
destos Broderick ou The Duke, que ficam do outro lado da mesma Duke Street.
Saborear uma Guinness autêntica é um ritual que depende – e muito – do ambiente e da atmos-
fera que envolve os convivas. O Chatham, por exemplo, está a apenas meio quarteirão das concor-
ridas lojas da Grafton St., mas conserva no interior um silêncio que convida à conversação consigo
mesmo – nada mais dublinense. Um pouco mais adiante fica o Kehoe’s, com seu balcão antiquíssi-
mo, lugar ideal para uma Guinness em horas imprevistas, pela manhã ou noite adentro. Você estará
rodeado de simpáticos estranhos e se sentirá em casa ouvindo histórias, às gargalhadas, acompa-
nhado de gente que nunca viu. O mesmo vale para o belíssimo Bruxelles que, por volta das 11 da
manhã, já dispõe de ambiente privilegiado para receber os primeiros boêmios.
Os pubs, sem dúvida, são os mais agradáveis portos seguros para quem vive nesta cidade qua-
se sempre cinzenta e chuvosa – mas não os únicos. As bibliotecas e livrarias, por exemplo, também
se contam às centenas em Dublin, o que ajuda a explicar a espantosa quantidade de gênios locais
da literatura. James Joyce, Oscar Wilde e Bernard Shaw são apenas os primeiros de uma longa lista
de grandes escritores que já renderam à cidade três prêmios Nobel de literatura.
A maior parte das apresentações ao ar livre ocorrerá em junho, quando o sol costuma dar as
caras na cidade. Garantia mesmo de tempo bom não há, pois o clima aqui muda de humor de uma
hora para outra: se às 10 da manhã faz um sol espetacular, dez minutos depois pode desabar um di-
lúvio bíblico. Não é à toa que os dublinenses correm para os parques na primeira brecha de tempo
bom e, para se refugiar da chuva e do frio, inventaram tantos lugares acolhedores. Aos visitantes que
reclamam da instabilidade climática, eles lembram: “nunca chove dentro de um pub”.
Entre as várias “atrações cobertas” de Dublin, o museu nacional da Irlanda, com um acervo que
conta a história do país desde a ocupação viking até a independência do Reino Unido, é um ótimo
ponto de partida. Para quem quiser entender melhor as conexões entre a cidade e a literatura, o Ja-
mes Joyce Centre e o museu dos escritores de Dublin são escalas obrigatórias. E a Galeria Nacional
da Irlanda guarda a mais saborosa surpresa dos museus dublinenses: o quadro A Prisão de Cristo, de
Michelangelo Caravaggio, que passou décadas incógnito na parede de um refeitório jesuíta local,
até ser notado, em 1991, por um restaurador especializado no pintor italiano. A tela, doada aos pa-
dres em 1931, depois de arrematada por uma ninharia num leilão em Edimburgo, hoje está avaliada
em 100 milhões de dólares.
A sensação de estar diante de tesouros históricos perdidos no tempo também é constante no
Trinity College, a universidade mais antiga da Irlanda, fundada em 1592, cuja biblioteca abriga mais
de 3 milhões de livros. É programa para uma tarde inteira, de preferência com muita chuva lá fora,
escarafunchar essas monumentais estantes.
Já o castelo de Dublin, em torno do qual se estabeleceria a cidade, vale apenas para uma passa-
gem rápida, até porque da construção original só restaram uma torre e algumas ruínas subterrâne-
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31. Inglaterra e Escócia 29
as. Muito melhor é comprar uma excursão para o castelo Malahide, a 13 quilômetros do centro, que
foi construído no século XII e serviu de residência à família Talbot até 1973. Se der sorte, você poderá
até participar de um banquete medieval promovido pelos Talbot.
É imperdível ainda um passeio de trem pela orla da baía de Dublin, que vai do cerro de Howth
à praia de Bray. Os vagões quase tocam as águas do Mar de Black Rock e depois engatinham morro
acima até o desfiladeiro de Killiney. Convém fazer uma escala em Dún LaoGhaire, o porto de onde
Jonathan Swift e Gulliver zarparam rumo à ilha de Lilliput.
O mesmo trem chega até Sandymount, a orla marítima onde Stephen Dedalus passeia nas pri-
meiras páginas de Ulisses. Para visitar o lugar é importante observar duas condições: que a maré
esteja baixa e que se caminhe sobre a areia saboreando uma garrafa de vinho branco, que Joyce
chamava de “eletricidade”. A maré em Sandymount é capaz de se afastar por centenas de metros,
deixando exposto o fundo do mar.
“É para ler os signos de todas as coisas que estou aqui”, murmurava o jovem Dedalus enquanto
andava por esse lugar extraordinário, onde se caminha tropeçando em conchas, caranguejos, algas,
caramujos e, com um pouco de sorte, se defronta com cavalos tamanho do polegar, trazidos pelo
mar das longínquas terras de Lilliput.
Atividade
1. Um grupo de cinco amigos cujas idades variam entre 20 e 30 anos planeja uma viagem com dez
dias de duração (no mês de julho) nas cidades de: Londres, Edimburgo, Glasgow e Dublin. Qual
seria a sua sugestão de passeios?
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32. 30 Elaboração de Roteiros e Pacotes
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33. Austrália e Nova Zelândia
Austrália
Antes da chegada do capitão inglês James Cook, no século XVIII, o continente era habitado por
aborígenes, que já tinham tido contato com comerciantes da Ásia e Oceania.
À época, eram cerca de 300 mil aborígines espalhados por diversas regiões. Essa etnia dividia-se
em sociedades regionais, cada uma com sua cultura própria, com dialeto, lendas e cerimônias, que re-
velavam seus valores, seu estilo de vida e sua relação com o meio e com o divino. Esse quadro alterou-
se drasticamente com a chegada dos colonizadores e hoje, o número de aborígines é significativamente
menor, inclusive com impacto na sua distribuição geográfica no território.
O objetivo dos colonizadores ingleses para a construção da cidade de Sydney, uma das cidades
mais importantes da Austrália, era uma colônia penal, erguida para substituir as colônias da América do
Norte.
Já no século XIX, a Austrália se desenvolveu graças à corrida do ouro.
Atualmente, a Austrália é reconhecida por ser uma sociedade democrática. A diversidade cultural
tornou-se o grande marco de sua identidade nacional. Em 2006, a população australiana ultrapassava
20 milhões de habitantes e abrigava pessoas de mais de 200 nacionalidades. As universidades australia-
nas são receptivas a intercâmbios culturais e têm programas específicos de hospitalidade para estudan-
tes estrangeiros. Em 1945 os interesses comerciais da Austrália migraram da Europa para Ásia e América
e a partir da década de 1960 verificou-se um grande influxo de migrantes de países não-anglo-saxões.
Embora o país acolha tantos estrangeiros, o inglês continua como língua oficial da nação.
Considerada parte do menor dos continentes, a Oceania; a Austrália é o sexto maior país do mun-
do, depois da Rússia, Canadá, China, Estados Unidos e Brasil, e possui um dos menores índices de densi-
dade demográfica. Sua população concentra-se principalmente nas cidades litorâneas, devido às áreas
férteis e irrigadas próximas às regiões costeiras. Grande parte do interior do país é uma área desértica
plana e árida; praticamente inabitada devido à escassez de chuvas, ocupa mais de 20% do continente.
Com exceção de Camberra, a capital federal, todas as grandes cidades são costeiras.
A Austrália é banhada pelos oceanos Pacífico e Índico.
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34. 32 Elaboração de Roteiros e Pacotes
O povo australiano vive em meio a uma grande variedade climática. As temperaturas quentes da
região central e costa oeste até as temperaturas mais frias no litoral sul e na Tasmânia. Todas as regiões
da Austrália desfrutam de verões quentes e invernos relativamente amenos. Raramente há neve nas
grandes cidades. Desertos rochosos e a planície costeira são alguns dos componentes da paisagem aus-
traliana. O extremo norte do país tem clima tropical; sendo o sudeste e sudoeste temperados. Na costa
oriental há a cordilheira Great Dividing Range, a Grande Cadeia Divisória, e as áreas mais sujeitas a chu-
va do território. O litoral australiano é composto por praias de areia branca e rica vegetação e a grande
Barreira de Corais é considerada umas das maravilhas naturais do mundo.
Juntos, os rios Murray e Darling formam o maior sistema hidrográfico da Austrália, originando a
bacia de Murray-Darling que ocupa mais de um milhão de km2, que equivalem a 14% da área do país.
O maior lago salgado da Austrália, o Lake Eyre, localizado no centro do país, possui uma área
de mais de nove mil km2, está 16 metros abaixo do nível do mar e pode permanecer seco por longos
períodos.
A Austrália é constituída de seis estados e cinco territórios. Os estados são: Austrália do Sul,
Austrália Ocidental, Nova Gales do Sul, Queensland, Tasmânia e Vitória. Os territórios são: Território da
Capital da Austrália, Território do Norte, Ilhas Norfolk, Território das Ilhas Christmas e Território das Ilhas
Cocos.
As cidades
Sydney
A cidade, que foi sede dos jogos Olímpicos e Paraolímpicos do ano 2000, tem uma atmosfera con-
tagiante. The Rocks, o bairro mais antigo de Sydney, é um ponto histórico obrigatório que mistura lojas
de estilo colonial, museus, galerias de arte, restaurantes e cafés à beira-mar.
A baía de Sydney é o cenário perfeito para passeios de barco, natação, piqueniques e pesca.
O Sydney Opera House, considerado um dos cartões postais mais conhecidos da Austrália, está lo-
calizado na parte leste de Circular Quay, ponto de partida das balsas, trens e ônibus que ligam a cidade
às vilas mais suburbanas.
As ruas Castlereagh e Elizabeth são perfeitas para compras no centro da cidade, além da Rua Pitt,
também com numerosas lojas e restaurantes abertos em vários horários.
O Queen Victoria Building é um dos shopping centers mais sofisticados da cidade e está instalado
num prédio histórico.
Sydney também é uma cidade muito especial pela sua arquitetura. Algumas de suas belas casas
estão aninhadas em arbustos ou apoiadas em penhascos.
É na região portuária de Darling Harbour que se encontram o National Museum, o Powerhouse
Museum e o Aquário de Sydney. O aquário exibe aos turistas uma amostra da Grande Barreira de Corais
e da exuberante diversidade da vida marinha local.
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35. Austrália e Nova Zelândia 33
Para os surfistas, a opção de passeio inesquecível é a praia de Bondi, que tem eventos anuais li-
gados ao esporte.
A vida noturna de Sydney também é vibrante. Bares, discotecas, boates podem ser encontradas
em King’s Cross e Oxford Street. Há sempre muitas opções de entretenimento, como também o Star City
cassino, apresentações do Balé Australiano e da Companhia de Dança Aborígene Bangarra.
As Blue Mountains (Montanhas Azuis) localizadas a cerca de 104 quilômetros a oeste de Sydney
são a opção para quem gosta de trilhas, caminhadas e esportes de aventura.
Localizadas a 526 quilômetros de Sydney, as Snowy Mountains (Montanhas Nevadas) oferecem
inúmeras estações de esqui, que funcionam de junho a outubro (meses de tempo frio).
Gold coast
Essa magnífica costa – situada ao sul de Brisbane – é o destino ideal para os esportistas: nadar,
surfar, velejar, jogar vôlei ou praticar windsurf são só algumas das atividades oferecidas no complexo de
35 praias, parques temáticos, além dos resorts e hotéis.
Brisbane
Considerada uma cidade tranquila tem o clima ideal para os amantes de dias ensolarados. No lo-
cal conta-se mais de 300 dias de sol por ano.
A vida ao ar livre é o grande diferencial no estilo de vida dos habitantes de Brisbane. Lá é possível
comer em restaurantes ou fazer compras em mercados, tudo ao ar livre. Atividades pacatas e bucólicas,
como passeios de fim de semana para caminhar e pedalar ao longo das margens do rio Brisbane são ex-
celentes dicas para os apreciadores desse tipo de viagem.
Cairns
É uma bela cidade que oferece exuberantes praias, recifes e florestas. Há também ótimas opções
para um cruzeiro ou passeios de hidroavião e helicóptero.
Cairns tem uma paisagem composta por praias, pântanos na costa, montanhas, planícies e flo-
restas. É um ótimo local para a prática de mergulho, pesca e rafting (descer corredeiras a bordo de um
bote).
Grande Barreira de Corais
A Grande Barreira de Corais, considerada como patrimônio da humanidade pela Unesco, é uma
atração turística das mais concorridas. Suas águas oferecem excelente visibilidade para mergulho e ou-
tros esportes.
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36. 34 Elaboração de Roteiros e Pacotes
Formando um surpreendente arquipélago com mais de mil ilhas, a Grande Barreira pode ser aces-
sada partindo de lugares como Port Douglas ou Cairns. Vale lembrar que a Grande Barreira estende-se
por cerca de 2 600 quilômetros.
Mergulhar, nadar, pescar, fazer windsurf, todas essas atividades podem ser tão prazerosas quan-
to velejar e excursionar em algumas das 74 ilhas da região, localizadas no centro da Grande Barreira de
Corais.
Porém, somente oito dessas ilhas possuem hotéis com uma vasta infra-estrutura, de áreas selva-
gens à sofisticação cinco estrelas, a exemplo de Hamilton Island e Hayman Island.
Melbourne
A cidade é o centro do agito cultural australiano: moda, ótima gastronomia e esportes para to-
dos os gostos. É uma cidade que impressiona pelo seu estilo, arquitetura e pelo número de galerias de
arte lá existentes. Melbourne também é considerada uma das cidades com melhor qualidade de vida
do planeta.
Banhada pelo rio Yarra, Melbourne oferece floridas ciclovias pelos parques que se estendem às
margens do rio. Uma boa dica é visitar um dos cafés em South Gate e Crown Promenades ou de navegar
nas águas do Yarra em um dos barquinhos a remo disponíveis.
Tasmânia
A Tasmânia é uma grande ilha, no sudeste australiano, com flora e fauna bem particulares e uma
rica herança colonial.
As ilhas que estão em sua costa são opções para se conhecer a beleza e hospitalidade pelas quais
são famosas. Vale lembrar que no passado a Tasmânia abrigou uma colônia penal. O Mar da Tasmânia se
interpõe entre as ilhas da Tasmânia e da Nova Zelândia.
Nova Zelândia
A Nova Zelândia tem no povo indígena maori a maior relíquia do passado. Os maoris chegaram ao
local aproximadamente no ano 1200 a.C, vindos das Ilhas Polinésias. A língua nativa é o Te reo Maori.
A colonização britânica, iniciada com a chegada do capitão James Cook em 1769 gerou um gran-
de impacto no país a partir do século XIX.
Com a descoberta de ouro na região a partir de 1861, o país atraiu imigrantes de todas as nacio-
nalidades, fazendo com que a população maori fosse superada (em número) num período muito curto.
A questão dos direitos de propriedade da terra do povo maori ainda não foi totalmente resolvida.
Ocupando um território de 270 500 km², o país localiza-se a sudoeste do oceano Pacífico, ao lado
da Austrália. A Nova Zelândia é formada por duas ilhas principais, Ilha do Norte e Ilha do Sul – que são
separadas pelo Estreito de Cook. Oitenta e cinco por cento da população do país vive em área urbana.
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37. Austrália e Nova Zelândia 35
3
A paisagem do local é admirada por muitos por sua natureza montanhosa, já que 4 da Nova
Zelândia estão a 200m acima do nível do mar. Em alguns pontos, a exemplo dos Alpes do Sul, na Ilha do
Sul, é possível encontrar neve no topo dos picos montanhosos que chegam a 3 754m de altura.
A Ilha do Sul é maior e menos povoada e suas geleiras deram origem a uma variedade de paisa-
gens fantásticas, formando lagos, rios caudalosos e fiordes ao longo da costa.
A Ilha do Norte possui vulcões, gêiseres e fontes termais que rodeiam pastagens férteis, muito uti-
lizadas na criação de carneiros, a principal fonte de renda do país. Essa ilha, mais quente e hospitaleira,
concentra a maior parte da população.
Cidades e atrações
Auckland
Na Ilha do Norte, pode-se ir de Auckland até as lamas quentes de Taupo, no interior do país, loco-
movendo-se por cerca de 367 quilômetros.
Considerada a cidade mais moderna do país, Auckland oferece muitas opções de acomodações,
gastronomia e passeios. De origem vulcânica, foi construída no meio de pequenos morros e montes no
início da grande península ao norte do país, com água por todos os lados. Auckland também é conheci-
da como a capital mundial da vela (esporte), depois de repetidos sucessos dos neozelandeses nas prin-
cipais regatas do mundo.
Uma ótima opção de passeio é circular por Ponsonby, um conhecido bairro familiar da cidade que
é bastante movimentado desde o período da manhã, com seus cafés famosos por oferecem o tradicio-
nal brunch (mistura de café-da-manhã – breakfast e almoço – lunch) ou pela Rua Queen, famosa pelas
suas lojas, vitrines e fachadas com influência da arquitetura britânica.
Outro bairro importante em Auckland é Parnell, igualmente famoso por suas galerias de arte, lo-
jas de design e cafés.
Para se ter uma vista de 360º sobre Auckland, é preciso subir no topo da Sky Tower que fica a
328m de altura e a vista do topo alcança até 80 quilômetros de distância.
A 200 quilômetros ao Sul de Auckland, com destino a Rotorua, as Waitomo Caves (cavernas) são
uma atração imperdível. Habitadas por vaga-lumes, essas cavernas oferecem um espetáculo de céu es-
trelado debaixo da terra.
Seguindo para o leste encontra-se o Monte Maunganui, uma vila costeira banhada por águas cris-
talinas. É um dos destinos favoritos para passar o final de semana e para quem gosta de trekking (cami-
nhada).
Rotorua
Localizada no centro da Ilha do Norte, a região de Rotorua é marcada por fontes termais, gêiseres
e vulcões ativos, como o Monte Tarawera, além de piscinas de lama borbulhante e bela arquitetura arte
decô, campos com produção de uva e lagos de água brilhante.
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38. 36 Elaboração de Roteiros e Pacotes
Napier
É uma cidade recente, não porque não tenha passado, mas por ter sido atingida por um terremo-
to em 1931, que a arrasou quase que por completo. Reerguida à imagem dos anos da sua construção,
é hoje um oásis dos anos 1930. Deve-se visitar os famosos antiquários locais e viajar pelo tempo entre
roupas e acessórios, mobiliário e peças de decoração, fotografias e discos antigos.
Wellington
Noventa por cento da população atual é de origem maiori e vive na Ilha do Norte, entre Rotorua
e Wellington. O museu Te Papa, em Wellington, é parada obrigatória. Com entrada livre, destaca-se pela
abordagem interativa e tecnológica das suas apresentações. Uma ótima oportunidade para conhecer
um pouco mais sobre os rituais desta cultura ancestral.
Wellington é a capital administrativa do país, localizada ao sul da Ilha do Norte. É uma cidade mais
“compacta” que Auckland, mas é famosa por ter um número impressionante de restaurantes. Os melho-
res restaurantes estão localizados entre a Praça Courtenay e a Rua Cuba.
Tasman Bay
É uma baía localizada dentro do Parque Nacional de Abel Tasman, ao norte da Ilha Sul. Uma boa
dica ao turista é percorrer esta baía de caiaque ou caminhar à beira-mar e descobrir praias secretas.
Kaikoura
É aqui que o viajante terá o encontro com as baleias, devendo apenas embarcar em um tour para
vê-las de perto, com duração de aproximadamente 2 horas.
A estrada até Kaikoura vai ao longo do mar e o turista será surpreendido pela bela paisagem das
focas apanhando sol, deitadas sobre as rochas.
Christchurch
É considerada a mais inglesa das cidades fora da Inglaterra e conhecida como a cidade Jardim,
pelos seus jardins e parques banhados pelo Rio Avon. Na cidade também está localizado o segundo
principal aeroporto do país. Além disso, Christchurch também tem vários campos de rugby (um espor-
te popular na região).
No caminho entre Christchurch e Queenstown encontra-se uma das paisagens mais bonitas da
Nova Zelândia, com belas vistas da Cordilheira dos Alpes e da sua montanha mais alta, o Monte Cook.
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39. Austrália e Nova Zelândia 37
Queenstown
Está localizada às margens do Lago Wakatipu e é uma linda cidade encravada nas montanhas.
Avistam-se da região as famosas montanhas Remarkable, com seus picos de neve e pistas de esqui no
inverno.
Queenstown é conhecida como a capital dos esportes radicais e atrai a todos que querem expe-
rimentar aventuras como bungee jumping, rafting, trekking, jet boats e outros, além da prática do esqui
no inverno.
Texto complementar
Sobre a Nova Zelândia
(NOVA ZELÂNDIA, 2007)
Estilo de vida
Os neozelandeses descrevem seu país como um ótimo lugar para se educar os filhos. Ao mes-
mo tempo em que somos líderes mundiais no uso da internet e telefonia móvel, gostamos das coi-
sas simples da vida: comida feita na hora, passeios na praia, tempo para relaxar com a família e os
amigos.
Os maoris são o povo indígena da Nova Zelândia e a cultura e perspectiva Maori tem ajudado a
formar a identidade do nosso país. Conceitos maori, tais como whanau (família) e mana (dignidade)
são partes do nosso dia-a-dia. Todos os neozelandeses são muito apegados à terra e ao mar.
Visitantes de outros países costumam comentar sobre a atitude amigável e aberta dos neoze-
landeses. Com nossos quatro milhões de habitantes e espaço de sobra, não medimos esforços para
nos conhecermos melhor. A proximidade com a natureza nos dá uma sensação de liberdade e rela-
xamento.
Os neozelandeses são grandes desportistas. Nosso esporte nacional é o rugby e o haka, apre-
sentado pelo nosso time de rugby – os All Blacks – é conhecido no mundo todo.
Pessoas de muitos países vieram para a Nova Zelândia influenciados pelo Maori neozelandês e
pela cultura britânica. As Ilhas do Pacífico e a Ásia têm contribuído com a maioria dos novos migran-
tes, mas nossa sociedade multicultural inclui pessoas de quase todas as partes do globo.
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40. 38 Elaboração de Roteiros e Pacotes
A localização da Nova Zelândia no Pacífico Sul nos tornou independentes, aventureiros e an-
tenados com o mundo. Nós viajamos e nos comunicamos com o mundo, e damos as boas-vindas a
milhões de turistas internacionais todos os anos. Embora muitos jovens neozelandeses vivam em
outros países, a maioria retorna pra casa a fim de constituir família. Sabemos que temos muita sorte
em poder desfrutar do estilo de vida neozelandês.
Atividades
1. Um adolescente com 17 anos de idade quer fazer um curso de inglês na Austrália e pergunta para
você se essa é uma boa opção. O que você recomenda?
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41. Austrália e Nova Zelândia 39
2. A Grande Barreira de Corais é um atrativo para todos os segmentos de turistas?
3. Na sua opinião, quais as cinco atrações imperdíveis das regiões vistas neste capítulo?
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42. 40 Elaboração de Roteiros e Pacotes
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43. Europa Oriental
A divisão entre Europa Ocidental e Oriental justifica-se mais pela disputa de poder do que nos
sentidos culturais e geográficos. Há várias interpretações para a abrangência do termo, frequentemen-
te contraditórias e influenciadas por fatores geopolíticos e ideológicos.
Após a Segunda Guerra Mundial, a divisão entre ocidente e oriente teve como base quais eram os
países socialistas e quais eram os capitalistas.
Em novembro de 1989, um milhão de alemães orientais passaram pelo Muro de Berlim. Em meses,
os países dispensaram seus líderes comunistas. Logo o império russo, a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas se desintegrou. A Estônia, a Letônia, a Lituânia, a Ucrânia e Bielo-Rússia se tornaram países in-
dependentes.
A região
A Europa Oriental é conhecida mais por suas terras do que pelo seu litoral. Ao sul, o Sistema de
Montanhas Alpinas inclui os Bálcãs da Bulgária e os Cárpatos do norte da Eslováquia, sul da Polônia e
oeste da Ucrânia e Romênia. As Montanhas do Cáucaso estão ao sul e se estendem do Mar Negro até o
Mar Cáspio. Ao sul está localizado o Mar Cáspio, que é a maior massa de água no interior do continente
do mundo. Em contraste, o Mar Negro é conectado com o Mediterrâneo pelo estreito de Bósforo.
Os habitantes e sua história
“Germanos” refere-se aos grupos étnicos oriundos da Idade do Bronze Nórdica (1000 a.C. a
500 a.C.), que ocupavam a região chamada Germânia, situada além das fronteiras do Império Romano, en-
tre os rios Reno, Danúbio e Vístula, o norte da atual Alemanha, e os mares do Norte e Báltico que abrangem
o sul da Escandinávia. Eram considerados “bárbaros” (estrangeiros em grego) pelos romanos e dividiam-
se em numerosos grupos étnicos que viviam em pequenas povoações autônomas baseadas numa eco-
nomia pecuária. A partir do período histórico do Sacro Império, passaram a se chamar “alemães”.
Quando a Reforma Luterana dividiu o Cristianismo em Igreja Ortodoxa Oriental e a Igreja Católica,
no século XVI, os missionários de Roma introduziram o alfabeto nas regiões da Hungria, República
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44. 42 Elaboração de Roteiros e Pacotes
Checa, Eslováquia, Polônia e Estados Bálticos, e os missionários ortodoxos ensinaram o alfabeto cirílico1.
A Igreja Católica Romana cedia autoridade aos monarcas e as igrejas do oriente ensinavam os Cristãos
Ortodoxos obedecerem suas regras. Como resultado, a posse das terras pela aristocracia aumentou suas
forças, e a estrutura de classe se tornou firmemente enraizada.
A Rússia era um império transcontinental entre os séculos XVI e XIX, mas o autoritarismo dos cza-
res (imperadores) da Rússia e as rupturas causadas pelas guerras alimentaram as forças revolucioná-
rias. Durante a Primeira Guerra Mundial, o Czar Nicholas II (1868-1918) foi forçado a abdicar; mais tarde
ele foi executado pelos revolucionários. Os Bolcheviques liderados por Lênin (1870-1824) retiraram o
país da Primeira Guerra Mundial e formaram o governo comunista, a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas.
Após a Segunda Guerra Mundial, os países da Europa Oriental ficaram livres da ocupação da
Alemanha, mas cresceu a influência comunista da União Soviética sobre seus governos.
Durante essa época, o turismo era rigidamente controlado. O estado possuía as companhias aé-
reas, os transportes, os hotéis, os restaurantes e empregava os guias de turismo. As viagens indepen-
dentes eram restritas. Por motivos de segurança até os mapas eram difíceis de conseguir. Os palácios e
os lugares históricos do passado “decadente” foram abandonados. Tudo isso mudou com a dissolução
da União Soviética.
A partir desse momento, os países da região serão abordados individualmente.
Polônia
A Polônia está localizada entre a Alemanha e a Rússia e devido a sua localização, era dita amaldi-
çoada, pois os inimigos podiam chegar a ela por qualquer direção. O país faz fronteira com a República
Checa e a Eslováquia ao sul, com a Ucrânia e Bielo-Rússia ao leste, com a Lituânia ao nordeste e com o
Mar Báltico ao norte.
Varsóvia
Varsóvia é a capital e também a maior cidade da Polônia e está próxima da margem do Rio Vístula.
No final da Segunda Guerra Mundial a cidade estava em ruínas, porém os arquitetos poloneses recons-
truíram-na como era originalmente.
As atrações de Varsóvia que o turista poderá visitar são:
::: Palácio Wilanow é um prédio reconstruído do Centro Velho. Exibe uma coleção de pinturas e
mobília antigas e o Museu dos Pôsteres. Muitos artistas poloneses ganharam fama nas artes
gráficas, especialmente em desenhos de pôsteres.
::: Catedral de São João, do século XIV em estilo gótico.
1 Criado por Cirilo no século IX (SAKALL, 2007).
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45. Europa Oriental 43
::: Palácio e Parque Lazienki, construído no século XVIII como residência da realeza, agora comple-
tamente restaurado é um monumento ao compositor Frederic Chopin (1810-1849).
::: Museu Marie Curie, dedicado à vida da mulher que conduziu estudos pioneiros sobre a radio-
atividade com Pierre Curie. Madame Curie (1867-1934) morreu de leucemia. Um interessante
fato é que alguns papéis desse laboratório ainda apresentam radioatividade.
::: Palácio da Ciência e da Cultura, o prédio mais alto da Polônia até a construção do Hotel Marriot
Varsóvia. O prédio oferece uma vista interessante da cidade.
::: Castelo Real, já foi a casa da família real e agora é um museu. O castelo está localizado na en-
trada da Cidade Velha.
Cracóvia
Cracóvia é uma cidade da Polônia tombada pelo Patrimônio Histórico Cultural e desde 1970 o trá-
fego de carros foi proibido, no coração da cidade, para proteger sua arquitetura.
O coração de Cracóvia é a imensa Market Square (Praça do Mercado). O andar térreo funciona
como um mercado, o andar superior foi convertido em uma galeria de arte polonesa.
O Castelo Real na Montanha Wawel foi a residência dos reis poloneses e é o castelo mais impor-
tante da Polônia.
O campo de concentração de Auschwitz está a 64 quilômetros de Cracóvia. O local é um marco da
tragédia mundial, pois milhões de judeus perderam suas vidas durante o período da Segunda Guerra
Mundial. Depois de anos o local foi transformado em um museu nacional para que o fato não seja es-
quecido e nunca mais repetido.
Czestochowa
Entre Varsóvia e Cracóvia, o mosteiro na montanha de Czestochowa domina a cidade do Rio Warta
desde que o mosteiro foi construído em 1382. Mais de um milhão de católicos visitam a Black Madonna
(a Madonna Negra), um ícone da Virgem Maria que dizem ter sido pintado por São Lucas.
Os países bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia
Estônia
A Estônia é o menor país da Europa, o menos populoso e o mais ocidentalizado. A paisagem é for-
mada por lagos e ilhas. As fazendas cobrem 40% do país, as florestas aproximadamente 30% e os pân-
tanos 20%; as cidades ficam com somente 10% do território.
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