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I) Definições:

GEOGRAFIA - “Adequadamente, uma descrição da Terra ou do globo terrestre, particularmente das
divisões de sua superfície, natural e artificial, e da posição dos muitos países, reinos, estados, cidades, etc.
Como uma ciência, a Geografia inclui a doutrina ou conhecimento dos círculos astronômicos ou divisões
da esfera, pelos quais a posição relativa dos lugares no globo podem ser determinados e, geralmente,
tratados de Geografia contêm alguns relatos de habitantes da Terra, ou seu governo, hábitos, etc. e um
relato dos principais animais, plantas e minerais. (Webster – 1828)

GEOGRAFIA – Do grego geographía, pelo latin geographia – geo = Terra, grafo = descrever, escrever,
descrição, escrita: grafia. 1. Ciência que tem por objeto a descrição da superfície da Terra, o estudo dos
seus acidentes físicos, climas, solos e vegetações, e das relações entre o meio natural e os grupos. (Novo
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

GEOGRAFIA – De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a Geografia é entendida
como a “ciência que tem por objeto a descrição da Terra e, em particular, o estudo dos fenômenos físicos,
biológicos e humanos que nela ocorrem.”

GEOGRAFIA – Ciência que estuda as relações entre a sociedade, o trabalho e a natureza na produção do
espaço geográfico. Ou seja, é o estudo da sociedade através das relações de trabalho e da apropriação
humana da natureza para produzir e distribuir os bens necessários às condições materiais que a garantem.
(Parâmetros Curriculares Nacionais/PCN – Geografia - 1996).

ALGUNS AUTORES DEFINEM A GEOGRAFIA COMO O:

- Estudo da superfície terrestre: Esta concepção é a mais usual e a de maior vaguidade. Pois a superfície
terrestre é o teatro privilegiado de toda reflexão científica, o que desautoriza a colocação de seu estudo
como especificidade de uma só disciplina. Assim caberia descrever todos os fenômenos manifestados na
superfície do planeta, sendo uma espécie de síntese de todas as ciências.

- Estudo da paisagem: A análise geográfica estaria restrita aos aspectos visíveis do real. A paisagem é
vista como uma associação de múltiplos fenômenos, o que mantém a concepção de ciência de síntese, que
trabalha com dados de todas as demais ciências. Esta perspectiva apresenta duas variantes, para a
apreensão da paisagem: uma, mantendo a tônica descritiva, se deteria na enumeração dos elementos
presentes e na discussão das formas – daí ser denominada morfológica. A outra, se preocuparia mais com
a relação entre os elementos e com a dinâmica destes, apontando para um estudo de fisiologia, isto é, do
funcionamento da paisagem. À Geografia caberia buscar estas inter-relações entre fenômenos de
qualidades distintas que coabitam numa determinada porção do espaço terrestre.

- Estudo da individualidade dos lugares: Alguns geógrafos vão buscar esta meta através da descrição
exaustiva dos elementos, outros pela visão ecológica, encontrando, no próprio inter-relacionamento, um
elemento singular. Em ambas as propostas, é a individualidade local o que importa.

- Estudo da diferenciação de áreas: Esta proposta busca individualizar as áreas, tendo em vista compará-
las com outras; daí a tônica nos dados que diferenciam cada uma.

- Estudo do espaço: Tal concepção, na verdade minoritária e pouco desenvolvida pelos geógrafos, é
bastante vaga e encerra aspectos problemáticos. Entre eles a necessidade de explicitar o que se entende
por espaço. Desta maneira, podem-se apontar três possibilidades mais usuais no trato da questão: o espaço
pode ser concebido como uma categoria do entendimento, ou seja, toda forma de conhecimento efetivar-
se-ia por meio de categorias (tempo, grau, gênero, espaço, entre outras). O espaço pode ser concebido
como um atributo dos seres, no sentido de que nada existiria sem ocupar um determinado espaço (análise
sistêmica). E o espaço pode ser concebido como um ser específico do real, com características e com uma
dinâmica própria. Enfim, o estudo do espaço enfatiza a busca da lógica da distribuição e da localização
dos fenômenos, a qual seria a essência da dimensão espacial.

- Estudo das relações entre o homem e o meio (ou entre a sociedade e a natureza): Para alguns autores as
influências da natureza sobre o desenvolvimento da humanidade são tomadas como verdades
inquestionáveis. Cabe à Geografia explicar as formas e os mecanismos pelos quais esta ação se manifesta.
Desta maneira, o homem é posto como um elemento passivo, cuja história é determinada pelas condições
naturais, que o envolvem. Já os fenômenos humanos seriam sempre efeitos de causas naturais; isto seria
uma imposição da própria definição do objeto, identificado com aquelas influências. Outros autores
definirão o objeto supracitado como a ação do homem na transformação deste meio. Ou seja, como o
homem se apropria dos recursos oferecidos pela natureza e os transforma, como resultados de sua ação.
Para estes, o estudo buscaria compreender o estabelecimento, a manutenção e a ruptura do equilíbrio entre
o homem e a natureza.

DIVISÃO E PRINCÍPIOS RUDIMENTARES DA GEOGRAFIA

         A geografia é uma ciência que utiliza-se de outras ciências para o desempenho de seu papel. São
elas: biologia, geologia, climatologia, botânica, economia, sociologia, história, fitogeografia, política,
matemática, geometria, etc. Utiliza-se ainda da cartografia, sendo esta de grande importância para os
registros geográficos.
         A Geografia sempre apresentou dois aspectos: um teórico e outro prático ou estratégico. O aspecto
teórico da disciplina refere-se aos conhecimentos sobre o mundo como um todo, ou seja, a geografia
geral, e também aos estudos sobre um determinado lugar ou região, a geografia regional. Por exemplo: as
densidades demográficas no mundo, o comércio internacional, os climas do nosso planeta, etc. (geografia
geral); ou o estado da Europa ocidental, da Grácia ou da Amazônia ou da Amazônia (geografia regional).
O aspecto estratégico da geografia diz respeito à sua utilidade para o Estado (isto é, para o poder público),
para os militares (para fazer a guerra), para as empresas e indivíduos em geral (para conhecer o mundo e
os lugares a fim de neles poder atuar mais eficazmente).
         Afinal, todos os povos, todas as sociedades humanas, habitam um determinado espaço, que é o seu
território. E não é possível que exista um governo (cúpula ou comando do Estado) que administra uma
sociedade, cobrando impostos e garantindo a lei e a ordem, sem dispor de informações geográficas a
respeito dessa sociedade e do seu território: conhecimentos e mapas sobre os recursos naturais (solos,
minérios, recursos hídricos, etc.), sobre a população (número de habitantes e suas características – sexo,
idade, faixas de rendimentos -, locais onde eles se concentram, entre outros).
         Para efeito didático, pode-se dividir a Geografia atual em Física, Humana e Regional, nunca
esquecendo que o ensino deve ser realizado de modo integrado e crítico, fazendo com que o aluno
perceba as inter relações existentes entre os assuntos tratados, especialmente no que refere-se à ação do
homem como alguém que age sobre o espaço, transformando-o continuamente e assim, transformando a
si mesmo.

Geografia Física:
        Realiza a observação, medição e descrição da superfície da Terra. Para isto foi necessário
desenvolver estudos específicos, que dela fazem parte: a geomorfologia, a climatologia, a biogeografia e a
geografia dos solos. Podemos acrescentar a estes, dois ramos mais recentes que se desenvolveram a partir
da constatação de que o homem tem aumentado sua capacidade de alterar as paisagens e a ecologia
mundial: o manejo de recursos e estudos ambientais. O manejo de recursos visa criar métodos de
utilização dos recursos naturais de forma a tirar o melhor proveito deles para o homem, sem agredir ou
agredindo o menos possível a natureza. Como exemplo podemos citar a utilização de um curso de água
para irrigação, energia e lazer.
        A Geografia física e a Geologia têm como objetos comuns de estudo a Terra e suas várias esferas,
que são, do interior para o exterior, o núcleo, o manto e a crosta (a Terra sólida), em cuja superfície
ocorrem as trocas gasosa e a hidrosfera ou esfera líquida, de que fazem parte rios, logos e oceanos. A
Geografia física, e especificamente à Geomorfologia, interessa a distribuição das formas de relevo e dos
materiais que as constituem. A Geomorfologia procura o entendimento do arranjo que apresentam, na
superfície da Terra, os “produtos” desses processos ou, dito de outro modo, das formas de relevo
(montanhoso, falhado, vulcânico, entre outros) e dos materiais que os sustentam (rochas ígneas,
metamórficas, sedimentares). Essas informações ajudam o geógrafo a entender os tipos e distribuição dos
relevos e das rochas na superfície da Terra, que são resultados dos fenômenos que se verificam em
profundidade.
        Os estudos ambientais avaliam o impacto causado pelas ações humanas sobre a fauna e a flora,
levando à extinção de diversas espécies, bem como qualquer agressão à hidrosfera, litosfera e atmosfera,
como por exemplo efeito estufa, provocado pela derrubada e queima das florestas e lançamento de gases
poluentes na atmosfera. Além de analisar, são desenvolvidas medidas que podem minimizar ou sanar os
resultados negativos da ação do homem, ajudando-o a corrigir o fluxo de suas ações sobre a Terra.
Geografia Humana: Ocupa-se especificamente do estudo dos povos e suas características peculiares
como, cultura, trabalho, divisão social, economia, hábitos, etc.
        Para isto, subdivide-se em geografia cultural e social, geografia política, geografia urbana,
geografia médica, geografia histórica e geografia das populações.
        Esta área da geografia, com suas subdivisões vai estudar como cada povo satisfaz suas
necessidades, garantindo sua subsistência; quais são os seus valores sociais e culturais; como organizam-
se em cidades e áreas metropolitanas; como é sua organização política; de que forma seus hábitos têm
evoluído ao longo dos anos; e como é sua saúde e quais as doenças que os afetam.
Geografia Regional: Bastante recente, os primeiros estudos da geografia regional datam do fim do
século XIX e início do século XX. Esta abordagem trata de regiões com características afins, mesmo que
façam parte de países ou continentes diferentes. Busca estudar cada região do globo em suas semelhanças
quanto ao clima, vegetação, fauna, economia, etc.
        Questiona a divisão do mundo em continentes e como fruto de suas análises, já incorporaram-se à
linguagem dos estudiosos termos como América Latina, Mediterrâneo e Oriente Médio referindo-se às
regiões com países que apresentam grandes semelhanças.
        A região é como uma forma espacial de organização política (etimologicamente, região vem de
regere, isto é, dominar, reger), os geógrafos acreditam na idéia de que região é um dado quase eterno,
produto da Geologia e da História. Os geógrafos, de algum modo, acabaram por naturalizar as idéias de
região: regiões calcáreas, regiões graníticas, regiões frias, regiões florestais, entre outros. A noção de
região, que é fundamentalmente política, para designar todas as espécies de conjuntos espaciais, quer
sejam topográficos, geológicos, climáticos, botânicos, demográficos, econômicos ou culturais.
        Como ciência, a Geografia possui conceitos básicos, ou seja, rudimentos que conferem um
entendimento geral do que ela estuda.

Avaliação Cultural da Terra:
        A geografia não é meramente a ciência que descreve a Terra, mas sim aquela que a observa como
o local onde se desenrola a vida da humanidade, sua história, cultura, costumes, etc. Dentro desta
perspectiva podemos entender que o ambiente físico pode influenciar o homem e este pode transformá-lo
para alcançar seus objetivos.
        Mais importante que o homem viver numa área com fartos recursos naturais é a qualidade de sua
educação, sua capacidade de agir sobre a natureza, transformando-a para benefício próprio.
Conceito Regional: O conceito regional nos remete ao entendimento de que a superfície da Terra
apresenta diferenças e semelhanças. É possível notar uma homogeneidade interna numa certa região que a
distingue de outra.
        Com esta visão em mente pode-se perceber que as regiões podem ser agrupadas de modo distinto:
características econômicas, físicas, tipos de ecossistemas, etc. Exemplos: Região Amazônica, abrangendo
toda a mata que pertence ao Brasil e países vizinhos, Região do Nordeste, abrangendo vários estados e
identificando peculiaridades como pobreza, escassez de água e vegetação pobre em muitas áreas, Centro-
Sul brasileiro, abrangendo estados com uma economia bastante desenvolvida e grandes áreas urbanas.

Cartografia: A Cartografia é a ciência mais antiga de todas as descritas, datando da Pré-História e
sempre desempenhou papel fundamental nos estudos geográficos. Ela é o conjunto de técnicas que visam
a elaboração, à redação e à edição de cartas geográficas ou mapas. É imprescindível que seja conhecida
no estudo de Geografia. “Através dessa linguagem é possível sintetizar informações, expressar
conhecimentos, estudar situações, entre outras coisas — sempre envolvendo a idéia da produção do
espaço: sua organização e distribuição.” (PCN - Geografia)

Contextualização: A Geografia é uma ciência com suas características próprias, porém ela utiliza-se de
diversas outras ciências para o seu trabalho. Neste sentido, percebe-se que é uma ciência contextualizada
com outras, utilizando-se dos conhecimentos específicos acumulados pela botânica, climatologia,
biologia, economia, etc.

       Os assuntos abordados pela geografia relacionam-se com o que acontece no mundo inteiro. Um
estudante brasileiro estuda a geografia do país, mas necessita estar inteirado dos acontecimentos
mundiais, pois, uma guerra, decisão de um presidente ou ação popular, pode modificar a geografia de
alguma parte do mundo.

II) História da Geografia:
        Embora tenha-se consciência, como educadores cristãos, que o início de tudo se deu com a criação
da Terra por Deus e pela formação do homem e da mulher para habitá-la, a Geografia, como ciência só
começa a ser melhor desenvolvida pelos gregos, a partir do século V a.C. Datam desta época os primeiros
registros históricos e geográficos. Heródoto, considerado o pai da História, também pode ser chamado o
pai da Geografia, pois foi o primeiro a fazer relatos geográficos de suas viagens. Mais adiante, pode-se
citar Pitágoras e Aristóteles, que já acreditavam que a Terra tinha forma esférica. No séc. III, Erastóstenes
de Cirene escreveu “Geographica”, a primeira obra que se tem conhecimento a usar o nome Geografia
como título. Este estudioso calculou a circunferência da Terra com espantosa precisão. Pode-se citar
também Strabo autor de uma obra de 17 volumes sobre a época de Cristo e Ptolomeu, com registros
datados do II ano da Era Cristã, embora possuindo alguns erros.
        Por um longo período da história os estudos dos gregos foram esquecidos, somente nos séculos XI
e XII foram revistos e ampliados pelos geógrafos árabes.
        No decorrer dos séculos seguintes os estudiosos europeus ignoraram as alterações realizadas pelos
árabes e retomaram os estudos gregos, perpetuando algumas informações errôneas contidas nos materiais
de Ptolomeu e espalhando este conhecimento pelo Ocidente. Somente nos séculos XV e XVI foi possível
revisar os registros comparando-os com as anotações das novas viagens. Em 1570 o cartógrafo Abraham
Ortelius compilou uma série de mapas juntando-os em um livro, elaborando assim o primeiro Atlas de
que se tem notícia.
           No século XVIII todo o mundo estava interligado e as terras (do novo mundo) descobertas e
conhecidas; teve início o processo de recolhimento de dados e material com o objetivo de fazer avançar
algumas ciências; as grandes expedições científicas cumpriam esse papel, o que resultou na criação de
áreas/disciplinas específicas.
          As bases metodológicas da Geografia vêem da Filosofia, cujo principal representante foi Kant, o
qual a definiu como ciência natural, encarregada de estudar a natureza, através dos sentidos objetivos
(observar, descrever); cabia, portanto, à Geografia os estudos dos fenômenos físico-naturais que se
sucediam no espaço.

        Para o geógrafo atual, a Geografia é a ciência que estuda os relacionamentos dos homens entre si e
com a natureza, transformando e construindo continuamente o espaço. Nestas relações, os homens
transformam a si mesmos e a natureza. No primeiro caso, os seres humanos transformam-se pelo convívio
social e transcultural. As culturas de povos diversos fundem-se dando origem a novos povos. No segundo
caso, isto acontece porque tudo ao nosso redor vem da natureza e ela precisa ser modificada para que o
seu produto possa chegar até os habitantes dos centros urbanos.

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Introdução à Ciência Geográfica
 

Definições de Geografia

  • 1. I) Definições: GEOGRAFIA - “Adequadamente, uma descrição da Terra ou do globo terrestre, particularmente das divisões de sua superfície, natural e artificial, e da posição dos muitos países, reinos, estados, cidades, etc. Como uma ciência, a Geografia inclui a doutrina ou conhecimento dos círculos astronômicos ou divisões da esfera, pelos quais a posição relativa dos lugares no globo podem ser determinados e, geralmente, tratados de Geografia contêm alguns relatos de habitantes da Terra, ou seu governo, hábitos, etc. e um relato dos principais animais, plantas e minerais. (Webster – 1828) GEOGRAFIA – Do grego geographía, pelo latin geographia – geo = Terra, grafo = descrever, escrever, descrição, escrita: grafia. 1. Ciência que tem por objeto a descrição da superfície da Terra, o estudo dos seus acidentes físicos, climas, solos e vegetações, e das relações entre o meio natural e os grupos. (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa) GEOGRAFIA – De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a Geografia é entendida como a “ciência que tem por objeto a descrição da Terra e, em particular, o estudo dos fenômenos físicos, biológicos e humanos que nela ocorrem.” GEOGRAFIA – Ciência que estuda as relações entre a sociedade, o trabalho e a natureza na produção do espaço geográfico. Ou seja, é o estudo da sociedade através das relações de trabalho e da apropriação humana da natureza para produzir e distribuir os bens necessários às condições materiais que a garantem. (Parâmetros Curriculares Nacionais/PCN – Geografia - 1996). ALGUNS AUTORES DEFINEM A GEOGRAFIA COMO O: - Estudo da superfície terrestre: Esta concepção é a mais usual e a de maior vaguidade. Pois a superfície terrestre é o teatro privilegiado de toda reflexão científica, o que desautoriza a colocação de seu estudo como especificidade de uma só disciplina. Assim caberia descrever todos os fenômenos manifestados na superfície do planeta, sendo uma espécie de síntese de todas as ciências. - Estudo da paisagem: A análise geográfica estaria restrita aos aspectos visíveis do real. A paisagem é vista como uma associação de múltiplos fenômenos, o que mantém a concepção de ciência de síntese, que trabalha com dados de todas as demais ciências. Esta perspectiva apresenta duas variantes, para a apreensão da paisagem: uma, mantendo a tônica descritiva, se deteria na enumeração dos elementos presentes e na discussão das formas – daí ser denominada morfológica. A outra, se preocuparia mais com a relação entre os elementos e com a dinâmica destes, apontando para um estudo de fisiologia, isto é, do funcionamento da paisagem. À Geografia caberia buscar estas inter-relações entre fenômenos de qualidades distintas que coabitam numa determinada porção do espaço terrestre. - Estudo da individualidade dos lugares: Alguns geógrafos vão buscar esta meta através da descrição exaustiva dos elementos, outros pela visão ecológica, encontrando, no próprio inter-relacionamento, um elemento singular. Em ambas as propostas, é a individualidade local o que importa. - Estudo da diferenciação de áreas: Esta proposta busca individualizar as áreas, tendo em vista compará- las com outras; daí a tônica nos dados que diferenciam cada uma. - Estudo do espaço: Tal concepção, na verdade minoritária e pouco desenvolvida pelos geógrafos, é bastante vaga e encerra aspectos problemáticos. Entre eles a necessidade de explicitar o que se entende por espaço. Desta maneira, podem-se apontar três possibilidades mais usuais no trato da questão: o espaço pode ser concebido como uma categoria do entendimento, ou seja, toda forma de conhecimento efetivar- se-ia por meio de categorias (tempo, grau, gênero, espaço, entre outras). O espaço pode ser concebido como um atributo dos seres, no sentido de que nada existiria sem ocupar um determinado espaço (análise sistêmica). E o espaço pode ser concebido como um ser específico do real, com características e com uma
  • 2. dinâmica própria. Enfim, o estudo do espaço enfatiza a busca da lógica da distribuição e da localização dos fenômenos, a qual seria a essência da dimensão espacial. - Estudo das relações entre o homem e o meio (ou entre a sociedade e a natureza): Para alguns autores as influências da natureza sobre o desenvolvimento da humanidade são tomadas como verdades inquestionáveis. Cabe à Geografia explicar as formas e os mecanismos pelos quais esta ação se manifesta. Desta maneira, o homem é posto como um elemento passivo, cuja história é determinada pelas condições naturais, que o envolvem. Já os fenômenos humanos seriam sempre efeitos de causas naturais; isto seria uma imposição da própria definição do objeto, identificado com aquelas influências. Outros autores definirão o objeto supracitado como a ação do homem na transformação deste meio. Ou seja, como o homem se apropria dos recursos oferecidos pela natureza e os transforma, como resultados de sua ação. Para estes, o estudo buscaria compreender o estabelecimento, a manutenção e a ruptura do equilíbrio entre o homem e a natureza. DIVISÃO E PRINCÍPIOS RUDIMENTARES DA GEOGRAFIA A geografia é uma ciência que utiliza-se de outras ciências para o desempenho de seu papel. São elas: biologia, geologia, climatologia, botânica, economia, sociologia, história, fitogeografia, política, matemática, geometria, etc. Utiliza-se ainda da cartografia, sendo esta de grande importância para os registros geográficos. A Geografia sempre apresentou dois aspectos: um teórico e outro prático ou estratégico. O aspecto teórico da disciplina refere-se aos conhecimentos sobre o mundo como um todo, ou seja, a geografia geral, e também aos estudos sobre um determinado lugar ou região, a geografia regional. Por exemplo: as densidades demográficas no mundo, o comércio internacional, os climas do nosso planeta, etc. (geografia geral); ou o estado da Europa ocidental, da Grácia ou da Amazônia ou da Amazônia (geografia regional). O aspecto estratégico da geografia diz respeito à sua utilidade para o Estado (isto é, para o poder público), para os militares (para fazer a guerra), para as empresas e indivíduos em geral (para conhecer o mundo e os lugares a fim de neles poder atuar mais eficazmente). Afinal, todos os povos, todas as sociedades humanas, habitam um determinado espaço, que é o seu território. E não é possível que exista um governo (cúpula ou comando do Estado) que administra uma sociedade, cobrando impostos e garantindo a lei e a ordem, sem dispor de informações geográficas a respeito dessa sociedade e do seu território: conhecimentos e mapas sobre os recursos naturais (solos, minérios, recursos hídricos, etc.), sobre a população (número de habitantes e suas características – sexo, idade, faixas de rendimentos -, locais onde eles se concentram, entre outros). Para efeito didático, pode-se dividir a Geografia atual em Física, Humana e Regional, nunca esquecendo que o ensino deve ser realizado de modo integrado e crítico, fazendo com que o aluno perceba as inter relações existentes entre os assuntos tratados, especialmente no que refere-se à ação do homem como alguém que age sobre o espaço, transformando-o continuamente e assim, transformando a si mesmo. Geografia Física: Realiza a observação, medição e descrição da superfície da Terra. Para isto foi necessário desenvolver estudos específicos, que dela fazem parte: a geomorfologia, a climatologia, a biogeografia e a geografia dos solos. Podemos acrescentar a estes, dois ramos mais recentes que se desenvolveram a partir da constatação de que o homem tem aumentado sua capacidade de alterar as paisagens e a ecologia mundial: o manejo de recursos e estudos ambientais. O manejo de recursos visa criar métodos de utilização dos recursos naturais de forma a tirar o melhor proveito deles para o homem, sem agredir ou agredindo o menos possível a natureza. Como exemplo podemos citar a utilização de um curso de água para irrigação, energia e lazer. A Geografia física e a Geologia têm como objetos comuns de estudo a Terra e suas várias esferas, que são, do interior para o exterior, o núcleo, o manto e a crosta (a Terra sólida), em cuja superfície ocorrem as trocas gasosa e a hidrosfera ou esfera líquida, de que fazem parte rios, logos e oceanos. A Geografia física, e especificamente à Geomorfologia, interessa a distribuição das formas de relevo e dos materiais que as constituem. A Geomorfologia procura o entendimento do arranjo que apresentam, na
  • 3. superfície da Terra, os “produtos” desses processos ou, dito de outro modo, das formas de relevo (montanhoso, falhado, vulcânico, entre outros) e dos materiais que os sustentam (rochas ígneas, metamórficas, sedimentares). Essas informações ajudam o geógrafo a entender os tipos e distribuição dos relevos e das rochas na superfície da Terra, que são resultados dos fenômenos que se verificam em profundidade. Os estudos ambientais avaliam o impacto causado pelas ações humanas sobre a fauna e a flora, levando à extinção de diversas espécies, bem como qualquer agressão à hidrosfera, litosfera e atmosfera, como por exemplo efeito estufa, provocado pela derrubada e queima das florestas e lançamento de gases poluentes na atmosfera. Além de analisar, são desenvolvidas medidas que podem minimizar ou sanar os resultados negativos da ação do homem, ajudando-o a corrigir o fluxo de suas ações sobre a Terra. Geografia Humana: Ocupa-se especificamente do estudo dos povos e suas características peculiares como, cultura, trabalho, divisão social, economia, hábitos, etc. Para isto, subdivide-se em geografia cultural e social, geografia política, geografia urbana, geografia médica, geografia histórica e geografia das populações. Esta área da geografia, com suas subdivisões vai estudar como cada povo satisfaz suas necessidades, garantindo sua subsistência; quais são os seus valores sociais e culturais; como organizam- se em cidades e áreas metropolitanas; como é sua organização política; de que forma seus hábitos têm evoluído ao longo dos anos; e como é sua saúde e quais as doenças que os afetam. Geografia Regional: Bastante recente, os primeiros estudos da geografia regional datam do fim do século XIX e início do século XX. Esta abordagem trata de regiões com características afins, mesmo que façam parte de países ou continentes diferentes. Busca estudar cada região do globo em suas semelhanças quanto ao clima, vegetação, fauna, economia, etc. Questiona a divisão do mundo em continentes e como fruto de suas análises, já incorporaram-se à linguagem dos estudiosos termos como América Latina, Mediterrâneo e Oriente Médio referindo-se às regiões com países que apresentam grandes semelhanças. A região é como uma forma espacial de organização política (etimologicamente, região vem de regere, isto é, dominar, reger), os geógrafos acreditam na idéia de que região é um dado quase eterno, produto da Geologia e da História. Os geógrafos, de algum modo, acabaram por naturalizar as idéias de região: regiões calcáreas, regiões graníticas, regiões frias, regiões florestais, entre outros. A noção de região, que é fundamentalmente política, para designar todas as espécies de conjuntos espaciais, quer sejam topográficos, geológicos, climáticos, botânicos, demográficos, econômicos ou culturais. Como ciência, a Geografia possui conceitos básicos, ou seja, rudimentos que conferem um entendimento geral do que ela estuda. Avaliação Cultural da Terra: A geografia não é meramente a ciência que descreve a Terra, mas sim aquela que a observa como o local onde se desenrola a vida da humanidade, sua história, cultura, costumes, etc. Dentro desta perspectiva podemos entender que o ambiente físico pode influenciar o homem e este pode transformá-lo para alcançar seus objetivos. Mais importante que o homem viver numa área com fartos recursos naturais é a qualidade de sua educação, sua capacidade de agir sobre a natureza, transformando-a para benefício próprio. Conceito Regional: O conceito regional nos remete ao entendimento de que a superfície da Terra apresenta diferenças e semelhanças. É possível notar uma homogeneidade interna numa certa região que a distingue de outra. Com esta visão em mente pode-se perceber que as regiões podem ser agrupadas de modo distinto: características econômicas, físicas, tipos de ecossistemas, etc. Exemplos: Região Amazônica, abrangendo toda a mata que pertence ao Brasil e países vizinhos, Região do Nordeste, abrangendo vários estados e identificando peculiaridades como pobreza, escassez de água e vegetação pobre em muitas áreas, Centro- Sul brasileiro, abrangendo estados com uma economia bastante desenvolvida e grandes áreas urbanas. Cartografia: A Cartografia é a ciência mais antiga de todas as descritas, datando da Pré-História e sempre desempenhou papel fundamental nos estudos geográficos. Ela é o conjunto de técnicas que visam a elaboração, à redação e à edição de cartas geográficas ou mapas. É imprescindível que seja conhecida no estudo de Geografia. “Através dessa linguagem é possível sintetizar informações, expressar
  • 4. conhecimentos, estudar situações, entre outras coisas — sempre envolvendo a idéia da produção do espaço: sua organização e distribuição.” (PCN - Geografia) Contextualização: A Geografia é uma ciência com suas características próprias, porém ela utiliza-se de diversas outras ciências para o seu trabalho. Neste sentido, percebe-se que é uma ciência contextualizada com outras, utilizando-se dos conhecimentos específicos acumulados pela botânica, climatologia, biologia, economia, etc. Os assuntos abordados pela geografia relacionam-se com o que acontece no mundo inteiro. Um estudante brasileiro estuda a geografia do país, mas necessita estar inteirado dos acontecimentos mundiais, pois, uma guerra, decisão de um presidente ou ação popular, pode modificar a geografia de alguma parte do mundo. II) História da Geografia: Embora tenha-se consciência, como educadores cristãos, que o início de tudo se deu com a criação da Terra por Deus e pela formação do homem e da mulher para habitá-la, a Geografia, como ciência só começa a ser melhor desenvolvida pelos gregos, a partir do século V a.C. Datam desta época os primeiros registros históricos e geográficos. Heródoto, considerado o pai da História, também pode ser chamado o pai da Geografia, pois foi o primeiro a fazer relatos geográficos de suas viagens. Mais adiante, pode-se citar Pitágoras e Aristóteles, que já acreditavam que a Terra tinha forma esférica. No séc. III, Erastóstenes de Cirene escreveu “Geographica”, a primeira obra que se tem conhecimento a usar o nome Geografia como título. Este estudioso calculou a circunferência da Terra com espantosa precisão. Pode-se citar também Strabo autor de uma obra de 17 volumes sobre a época de Cristo e Ptolomeu, com registros datados do II ano da Era Cristã, embora possuindo alguns erros. Por um longo período da história os estudos dos gregos foram esquecidos, somente nos séculos XI e XII foram revistos e ampliados pelos geógrafos árabes. No decorrer dos séculos seguintes os estudiosos europeus ignoraram as alterações realizadas pelos árabes e retomaram os estudos gregos, perpetuando algumas informações errôneas contidas nos materiais de Ptolomeu e espalhando este conhecimento pelo Ocidente. Somente nos séculos XV e XVI foi possível revisar os registros comparando-os com as anotações das novas viagens. Em 1570 o cartógrafo Abraham Ortelius compilou uma série de mapas juntando-os em um livro, elaborando assim o primeiro Atlas de que se tem notícia. No século XVIII todo o mundo estava interligado e as terras (do novo mundo) descobertas e conhecidas; teve início o processo de recolhimento de dados e material com o objetivo de fazer avançar algumas ciências; as grandes expedições científicas cumpriam esse papel, o que resultou na criação de áreas/disciplinas específicas. As bases metodológicas da Geografia vêem da Filosofia, cujo principal representante foi Kant, o qual a definiu como ciência natural, encarregada de estudar a natureza, através dos sentidos objetivos (observar, descrever); cabia, portanto, à Geografia os estudos dos fenômenos físico-naturais que se sucediam no espaço. Para o geógrafo atual, a Geografia é a ciência que estuda os relacionamentos dos homens entre si e com a natureza, transformando e construindo continuamente o espaço. Nestas relações, os homens transformam a si mesmos e a natureza. No primeiro caso, os seres humanos transformam-se pelo convívio social e transcultural. As culturas de povos diversos fundem-se dando origem a novos povos. No segundo caso, isto acontece porque tudo ao nosso redor vem da natureza e ela precisa ser modificada para que o seu produto possa chegar até os habitantes dos centros urbanos.