Este documento discute a mediação de conflitos no contexto escolar e propostas de prevenção. A formadora propõe que os conflitos sejam mediados de forma a prevenir problemas futuros, promovendo um ambiente escolar saudável e pacífico.
1. Mediação de conflitos em contexto escolar:
Propostas de prevenção
Formadora: Mafalda Branco
Abril | 2012
2. “Não julgues nada pela pequenez dos começos.
Uma vez fizeram-me notar que não se
distinguem pelo tamanho as sementes que
darão ervas anuais das que vão produzir
árvores centenárias.”
Josemaría Escrivá
3. “É a forma como escolho
ver o mundo que cria
o mundo que eu vejo.”
Joan Lunden
4. Queridos pais,
Só agora vos escrevo, mas estou certa que vão compreender. Aliás, é melhor que se sentem
antes de prosseguir a leitura desta carta.
Agora já me sinto melhor, após ter recuperado do traumatismo que tive quando saltei da janela
do dormitório da faculdade que ardeu no mês passado. Já quase que vejo normalmente graças aos
cuidados e atenções do Francisco, o bombeiro que me retirou das chamas. Ele fez mais do que salvar-me:
tornou-se a razão do meu viver. Aliás, tenho estado a viver com ele desde essa altura. Tencionamos casar.
Embora não tenhamos decidido uma data, terá de ser breve, porque a minha gravidez está a começar a
notar-se.
Sim, estou grávida. Sei como devem ficar contentes, pois sei que gostariam de ser avós. Nós já
nos teríamos casado se não fosse a informação que chegou do hospital sobre os resultados do teste pré-
nupcial que o Francisco fez. Ele tem uma grande infeção e contagiou-me, mas os médicos julgam que o
bebé não será afetado.
O Francisco tem poucos estudos, mas estou certa que, na vossa tolerância e generosidade, irão
aceitá-lo e às rudes maneiras que ele adquiriu quando esteve detido numa prisão de alta segurança.
Da vossa querida filha,
Susana
P.S. – Não houve nenhum incêndio, não tenho nenhum traumatismo craniano, não estou grávida e não
existe nenhum bombeiro chamado Francisco na minha vida. Porém, reprovei na cadeira de Métodos
Estatísticos Aplicados à Biologia e queria que vissem esse resultado dentro dos seus limites.
5. AS EMOÇÕES
A palavra “emoção” deriva do latim
emovere - e significa “para fora” e movere
significa “passar”.
A emoção é um estado mental e fisiológico
(conjunto de sensações corporais)
associada a uma ampla variedade de
sentimentos, pensamentos e
comportamentos.
Nós estamos constantemente a sentir
alguma coisa. As emoções são um sinal de
que se está vivo!
6. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL - IE
“Conjunto de habilidades mentais que permitem perceber
e conhecer o significado de padrões das emoções,
raciocinar e resolver problemas a partir delas.”
(Mayer & Salovey, 1997)
7. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL - IE
“A capacidade de a pessoa se motivar a si mesma a persistir a
despeito das frustrações; de controlar os impulsos e adiar a
recompensa; regular o seu próprio estado de espírito e
impedir que o desânimo subjugue a faculdade de pensar; de
sentir empatia e de ter esperança.”
(Goleman, 1996)
8. COMPETÊNCIAS DA IE
1. Autoconhecimento emocional: conhecimento que o ser humano tem de si
próprio, incluindo dos seus sentimentos e intuição; autoconsciência.
2. Controlo emocional: capacidade de gerir as emoções, canalizando-as para uma
manifestação adequada a cada situação.
3. Automotivação: direcionar emoções para a prossecução de objetivos
estabelecidos; ser capaz de colocar os sentimentos ao nosso serviço.
4. Empatia: reconhecer as emoções no outro e saber colocar-se no seu lugar;
compreender o outro para uma melhor gestão das relações.
5. Relacionamentos pessoais: aptidão e facilidade de relacionamento; está
associado em parte com a capacidade empática, e é um fator crítico nas
organizações.
9. PERCEÇÃO, AVALIAÇÃO E EXPRESSÃO DE EMOÇÕES
Capacidade do indivíduo identificar com precisão
as emoções e o conteúdo das mesmas, primeiro
em si, posteriormente nos outros e, por último,
em diferentes formas de expressão de emoções.
Capacidade do indivíduo para expressar o que
sente e as necessidades que estão subjacentes e à
capacidade para avaliar a expressão das emoções.
Pressuposto de que as emoções são um veículo
de informações importantes para os
relacionamentos sociais.
10. GESTÃO DAS EMOÇÕES
Controlo/regulação das emoções em si
próprio, nos outros e nas relações.
Colocar em prática o conhecimento
emocional no sentido de resolver problemas
de forma mais adequada e satisfatória.
Nível mais elevado na hierarquia das
competências da IE.
11. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
É preciso ter consciência das emoções
para as controlar.
Também é necessário conhecer as nossas
emoções para conseguir compreender o
que os outros estão a sentir.
E é compreendendo o que se está a
sentir e o que os outros estão a sentir
que se pode gerir relacionamentos.
(Goleman, 2000)
14. Conseguem melhores resultados na escola do que
as crianças com as mesmas capacidades intelectuais,
mas menos hábeis do ponto de vista emocionais.
Estão mais motivadas para as aprendizagens.
Sentem-se mais competentes.
Desenvolvem relações interpessoais mais positivas:
fazem amigos com mais facilidade e têm uma
relação descontraída e aberta com os pais.
Têm menor risco de problemas emocionais.
São menos suscetíveis a problemas de
comportamento.
17. Os professores não são valorizados socialmente como merecem, não
surgem nos noticiários que passam na televisão, vivem no anonimato
da sala de aula, mas são os únicos que têm o poder de causar uma
revolução social. Com uma das mãos, eles escrevem no quadro, com a
outra, movem o mundo, pois trabalham com a maior riqueza da
sociedade: a juventude. Cada aluno é um diamante que, bem
lapidado, brilhará para sempre.
Augusto Cury, in “Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes”
18. “Qualquer criança ou adolescente tem em si
mesmo a possibilidade de vir a ser muita coisa.
Depende de nós.”
Pedro Strecht
19. “Um barco parece ser um objecto cujo fim é
navegar; mas o seu fim não é navegar,
senão chegar a um porto.”
Bernardo Soares