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Guia de fauna silvestre do município de São Sepé, Rio Grande do Sul: aves, mamíferos, anfíbios e répteis.
1. +
Guia de campo de fauna silvestre do município de
São Sepé, Rio Grande do Sul, Brasil
Aves, Mamíferos, Anfíbios e Répteis
Luiz Liberato Costa Corrêa
Darliane Evangelho Silva
Daiane Maria Melo Pazinato
Luciano Moura de Mello
2. Guia de campo de fauna silvestre do município de
São Sepé, Rio Grande do Sul, Brasil
Aves, Mamíferos, Anfíbios e Répteis
Luiz Liberato Costa Corrêa
Darliane Evangelho Silva
Daiane Maria Melo Pazinato
Luciano Moura de Mello
2013
3. Guia de campo de fauna silvestre do município de
São Sepé, Rio Grande do Sul, Brasil
Aves, Mamíferos, Anfíbios e Répteis
Organização geral: Luiz Liberato Costa Corrêa
Capa e projeto gráfico: Luciano Moura de Mello
CORRÊA, Luiz Liberato Costa; SILVA, Darliane Evangelho; PAZINATO, Daiane Maria
Melo; MELLO, Luciano Moura de. Guia de fauna silvestre do município de São Sepé, Rio
Grande do Sul: aves, mamíferos, anfíbios e répteis. São Sepé, RS, 2013. 128 pág.
Ill.;
ISBN –978-85-65503-68-6
2013
Reprodução proibida: Art 184 do Código Penal Brasileiro e Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1988.
Todos os direitos reservados.
4. Nota sobre os autores
Luiz Liberato Costa Corrêa – Biólogo, Mestrando em Ambiente e Desenvolvi-
mento pela Univates/RS. Atua em estudos e pesquisas relacionadas à ornitolo-
gia, mastofauna e herpetofauna. Email de contato: lc_correa@yahoo.com.br
Darliane Evangelho Silva – Bióloga, Mestranda em Ambiente e Desenvolvi-
mento pela Univates/RS. Atua em estudos e pesquisas relacionadas à acarolo-
gia, ornitologia e mastofauna. Email de contato: ds_evangelho@yahoo.com.br
Daiane Maria Melo Pazinato – Bióloga, cursando especialização em Educação
Ambiental pela UFSM/RS. Atua em estudos e pesquisas relacionadas à herpeto-
fauna. Email de contato: da.paz.melo@hotmail.com
Luciano Moura de Mello – Biólogo, Especialista em Ecologia, Mestre em Tec-
nologia de Sementes e Doutorando em Tecnologia de Sementes pela UFPel/RS.
Atua em estudos e pesquisas relacionadas à botânica (ecologia e sementes de
espécies florestais), ornitologia, mastofauna e herpetofauna. Email de contato:
luciano_moura_biologia@yahoo.com.br
5. Agradecimentos
Agradecemos a Uilson Donalo Borba Modernel, Felipe Peters, Renato Grimm,
Bernadete Casanova, Rafael Balestrin, Stefan Vilges de Oliveira e André Luis da
Rosa Seixas pela cedência de algumas fotos que ilustram este guia em especial a
André Luis da Rosa Seixas, pelo empréstimo de material digital (Armadilha
fotográfica). Somos gratos a Dra. Lize Helena Cappellari pela revisão técnica e
científica e a e ao professor de Língua Portuguesa e Especialista em Interdisci-
plinaridade, Sérgio Roberto Trindade Machado por dicas e sugestões gramati-
cais na redação do livro.
6. SUMÁRIO
Apresentação 06
Introdução 07
1. Aspectos sobre a conservação natural 10
2. Aves 14
3. Mamíferos 56
4. Anfíbios 74
5. Répteis 92
Aspectos gerais sobre o comportamento
e acidentes com ofídios
108
Listas de diversidade 110
Referências 121
7. 6
APRESENTAÇÃO
Guias de campo elaborados sobre vertebrados silvestres
são de extrema importância como recurso didático no reconhe-
cimento das espécies em uma determinada localidade ou região.
O estudo direcionado à fauna, caracterizado pelo conhe-
cimento da biologia, ecologia e identificação das espécies, é feito
através de pesquisas qualitativas e quantitativas, através dos
quais busca-se atingir o objetivo principal deste esforço: a con-
servação das espécies e dos ambientes em que vivem.
O principal objetivo desse guia é facilitar a identificação
preliminar em algumas espécies de aves, anfíbios, mamíferos e
répteis encontrados no Município de São Sepé, e disponibilizar
alguns detalhes gerais sobre esses grupos, como proposta de
educação ambiental.
8. INTRODUÇÃO
O município de São Sepé está inserido na região central
no estado do Rio Grande do Sul (S 30º 10’ 12” W 53º 34’ 42”)
(BRASIL, 1973), no Bioma Pampa, com uma área territorial de
2.200,692 km² (IBGE, 2010).
Caracteriza-se por apresentar como formação caracterís-
tica a de campos e matas ciliares, numa zona de transição entre
as florestas estacionais ao norte e campos abertos ao sul (IBGE,
2004), apresentando vegetação natural em diferentes estágios de
sucessão (RAMBO, 1956).
O município apresenta relevo levemente ondulado e cli-
ma temperado, com temperatura média anual de 18,7°C, e preci-
pitação média anual de 1.648 mm. Podem ocorrer chuvas torren-
ciais de 182 mm em 24 horas e geadas de abril a novembro. Os
períodos mais secos estão entre os meses de novembro a janeiro
(BRASIL, 1973). De acordo com Rambo (1956), a região central é
considerada a menor de todas as regiões naturais do estado, mas
encontra-se muito alterada pela utilização e ocupação humana
(BELTON, 1994).
7
9. Em São Sepé as atividades rurais são basicamente regidas
pela pecuária e plantio de arroz e soja, mas, atualmente a silvi-
cultura despertou interesse na região onde grandes áreas foram
destinadas ao cultivo de Eucalyptus sp., o que constitui um fator
preocupante em termos de conservação da fauna silvestre local
em função da significativa mudança da fisionomia dos ambientes.
Também é preocupante o impacto da caça sobre as popu-
lações de animais silvestres no município. Em algumas áreas
aleatórias que foram visitadas para coleta de dados e de acordo
com comentários de moradores locais ainda é constatada essa
prática. A caça na região é principalmente praticada contra per-
dizes, marrecas, capivaras, tatus e contra alguns animais amea-
çados de extinção como: paca, cutia e veados.
Alguns estudos faunísticos em São Sepé ainda são recen-
tes e carecem de informações sobre a ocorrência, distribuição e
identificação das espécies. As grandes lacunas existentes na pes-
quisa e a realização de trabalhos de maior prazo e que envolvam
aspectos da dinâmica populacional no município, deste modo é
importante ampliar o conhecimento da fauna local como propos-
ta de educação ambiental à população, buscando um entendi-
mento e conhecimento entre homem e natureza.
O presente guia tem por finalidade apresentar alguns
dados gerais sobre a biologia e ecologia de espécies de vertebra-
8
10. dos de ocorrência no município bem como contribuir com regis-
tros fotográficos sobre aves, mamíferos, anfíbios e répteis encon-
trados no município de São Sepé, facilitando a identificação a
campo destes animais.
9
11. 1. ASPECTOS SOBRE A CONSERVAÇÃO NATURAL
A cada dia a população do planeta aumenta mais. Um
número crescente de pessoas necessita de mais recursos natu-
rais para viver, incluindo alimento, combustível, roupas, ferra-
mentas e máquinas. Como esses recursos são extraídos direta-
mente do meio ambiente natural, rapidamente mais dessas áreas
são destruídas para suprir as necessidades humanas (ANDRADE,
1997b).
A perda da biodiversidade, cuja face mais cruel é a extin-
ção de espécies, se configura como um dos problemas ambientais
mais dramáticos deste século, podendo ser considerado um pro-
blema ético do homem, como agente capaz de maiores e mais
significativas alterações na natureza. Como resultados da ação
humana, nas últimas quatro décadas já foram extintas mais de
450 espécies de animais silvestres no mundo (MARQUES et al.,
2002).
A fauna silvestre brasileira vêm sendo constantemente
ameaçada pelos desmatamentos e consequentemente com a frag-
mentação de florestas causando a perda de habitats, com as con-
10
12. sequentes restrições ao tamanho populacional necessário para a
sua manutenção e o isolamento destas populações.
No Brasil concentra-se a maior biodiversidade do planeta
e ainda assim vivemos diversos problemas ambientais que po-
tencialmente podem estar levando muitas espécies à extinção
(PRIMACK & RODRIGUES, 2001; FONTANA et al., 2003).
Entretanto, com o desenvolvimento científico-biológico,
especialmente dos estudos sobre a composição e as condições do
meio ambiente vêm sendo amplamente considerados, visando
assegurar a continuidade e dignidade da vida a um longo prazo
(JACOBI, 2003). Nesse contexto, a necessidade de conservação
dos ambientes regionais e dos seres vivos que os compõe, tem
despertado grande atenção da sociedade como alternativa às
perdas da biodiversidade, especialmente porque podem oportu-
nizar medidas de gestão aplicadas a tempo de evitarem-se danos
ecossistêmicos. A conservação destes ambientes regionais, assim,
tem sido considerado um tema prioritário nas agendas políticas
nacionais e internacionais, pela maioria dos países desenvolvi-
dos, ampliando cada vez mais o reconhecimento do valor intrín-
seco da diversidade biológica e do seu papel na manutenção dos
sistemas necessários à vida (MARQUES et al., 2002).
No estado do Rio Grande do Sul, o Bioma Pampa abrange
cerca de 176.000 km², equivalendo a 63% do território gaúcho e
a 2,1% do território nacional (COLLARES, 2006) e tem sido pro-
11
13. fundamente modificado pelas atividades humanas (pastoreio
excessivo, caça, poluição, queimadas, invasão de espécies exóti-
cas e conversão em áreas agricultáveis), restando muitas vezes
apenas pequenos remanescentes em uma paisagem predominan-
temente agrícola (PORTO, 2002; BENCKE, 2003).
No estado são conhecidas 261 espécies da fauna silvestre
já classificadas como efetivamente ameaçadas de extinção entre
aves, anfíbios, mamíferos, répteis, peixes, insetos, crustáceos,
moluscos e esponjas (MARQUES et al., 2002), no qual aves repre-
senta o maior grupo em ameaça (BENCKE et al., 2003).
São necessários estudos de conservação, baseados em
dados técnicos de pesquisa e aliados a uma análise criteriosa
sobre a fauna, buscando-se inicialmente, inventariar as espécies
que ocorrem em determinado local e posteriormente (ou parale-
lamente), baseado nestas listas de diversidade recolher informa-
ções sobre a biologia e ecologia (relações ecológicas) das espé-
cies, bem como as suas estimativas populacionais. Essas práticas
de pesquisa, assim, podem gerar propostas conservacionistas
realmente efetivas (HEYER et al., 1999; PRIMACK & RODRIGUES,
2001).
Precisamos conhecer a biodiversidade existente, identifi-
car os principais fatores que as ameaçam e estabelecer priorida-
des de ação (FONTANA et al., 2003) e posteriormente avançar
12
14. desta etapa meramente exploratória (mas fundamental) para
uma etapa de ações de gestão política dos ambientes.
No município de São Sepé nos deparamos diariamente
com situações ambientais que provocam o declínio ou afugentam
as populações silvestres locais através da fragmentação dos habi-
tats pelas ações urbanas e rurais, desmatamento, poluição, ativi-
dades agropastoris, pressão da caça predatória e a forte desca-
racterização das florestas nativas.
A efetividade das ações de conservação da natureza de-
pende da capacidade de organização social e requer que a dis-
cussão do tema ambiental atinja o Poder Público, a universidade,
as escolas, organizações e entidades locais. Estes agentes sociais,
entretanto, devem agir de forma integrada, sempre se apoiando
em orientações de técnicos, biólogos, ecólogos, conservacionistas
e sempre que possível abordar o tema biodiversidade, conside-
rando-o em projetos sociais, na administração pública e no pla-
nejamento.
Conforme Freitas & Silva (2005a), é necessária a criação
de projetos específicos voltados para crianças, estudantes de
todos os níveis na comunidade em geral, onde possam ser dedi-
cadas ações educativas, criando uma mentalidade conservacio-
nista que permita a todos entender a verdadeira utilidade dos
animais para a manutenção dos ecossistemas naturais.
13
15. 2. AVES
As aves são vertebrados endotérmicos (animais que pos-
suem mecanismos internos para o controle da temperatura cor-
pórea), encontradas em quase todas as paisagens naturais e arti-
ficiais do planeta. Possuem o corpo coberto de penas (o que as
caracteriza entre os animais), grande parte delas com os mem-
bros anteriores transformados em asas adaptados para o voo
(SICK, 1997; BENCKE et al., 2003; ARES, 2007). Somente não
podem ser encontradas no interior do continente antártico e em
águas profundas (BENCKE et al., 2003).
Do ponto de vista da classificação dos organismos vivos,
as aves evoluíram de um grupo de répteis na mesma linhagem
dos dinossauros bípedes que possuíam plumas (ARES, 2007).
A característica mais marcante e distintiva das aves são
as penas, estruturas que as diferenciam de qualquer outro grupo,
que oferecem excelente proteção contra o frio e o calor, regulan-
do a sua temperatura, além de servir de camuflagem, sinalização,
reconhecimento específico e atração na hora do acasalamento.
14
16. São animais ovíparos (colocam ovos), o que é uma grande vanta-
gem para essa espécie, pois não precisam carregar os seus filho-
tes. Outra característica importante é a visão e audição extre-
mamente apuradas e seus belos cantos melodiosos (ANDRADE,
1997a; BENCKE et al., 2003).
Existem aproximadamente cerca de 10.000 diferentes
espécies de aves no mundo (BENCKE, et al., 2003). Mais de 3.000
espécies são encontradas somente no Continente Americano
(ANDRADE, 1997a). No Brasil a diversidade de ecossistemas, da
Amazônia até os Pampas (SICK, 1997), promove a grande rique-
za de espécies. No país já podem ser catalogadas 1.832 espécies
(CBRO, 2011), sendo que as aves brasileiras estão entre as mais
exuberantes do mundo, o que faz com que o Brasil seja conside-
rado o terceiro país no mundo em número de espécies de aves
(ANDRADE, 1997a).
O Rio Grande do Sul é o estado mais austral do Brasil,
com o clima variando de subtropical a temperado. Ocupa uma
zona de transição entre os Biomas Pampa e Mata Atlântica e faz
limites com a Argentina, Uruguai e Oceano Atlântico (BELTON,
1994).
No Rio Grande do Sul são conhecidas atualmente 661 es-
pécies (BENCKE et al., 2010), entretanto, o conhecimento avifau-
15
17. nístico no estado ainda se encontra, em sua maior parte, em fase
exploratória e descritiva (BENCKE, 2001).
No Rio Grande do Sul, devido ao número considerável de
aves, são alarmantes os processos relacionados à fragmentação
de habitats, desmatamentos, poluição e caça que estão levando a
um declínio considerável desse grupo nas categorias de ameaça-
das ou até já extintas a nível regional (BENCKE, et al., 2003).
Em São Sepé são registradas 218 espécies de aves (COR-
RÊA et. al., 2012; CORRÊA & SILVA, 2012), no entanto, é impor-
tante disponibilizar estas informações de maneira prática à po-
pulação em geral, entidades e escolas para que efetivamente gere
a mudança de hábitos e contribua com a cultura da conservação,
que tanto desejamos.
No município são encontradas aves comuns e am-
plamente distribuídas, como o João-de-barro, Cardeal, Par-
dal, Pombas entre outras. No entanto, espécies ameaçadas
de extinção também são registradas: Papagaio-charão
(Amazona pretrei), Tucanuçu (Ramphastos toco), Pica-pau-
de-banda-branca (Drycopus lineatus), Pato-do-mato (Cairi-
na moschata), Coleiro-do-brejo (Sporophila collaris), Ui-pí
(Synallaxis albescens) e a recente redescoberta da ave flo-
restal que era considerada extinta no Rio Grande do Sul a
16
18. mais de três décadas, conhecida popularmente como Jaó-
do-sul ou Jaó-do-litoral (Crypturellus noctivagus), conforme
Corrêa et. al. (2010), evidenciando a necessidade de que
medidas conservacionistas sejam adotadas na região.
A seguir são apresentados alguns registros fotográfi-
cos de aves que ocorrem em São Sepé, com o intuito de faci-
litar a identificação em campo destas espécies.
Para a nomenclatura seguimos conforme o Comitê
de Ornitologia Brasileiro (CBRO, 2011).
Ema. Rhea americana. Foto: Darliane Silva.
17
19. Tachã. Chauna torquata, em vôo. Foto: Luiz Corrêa.
Jaó-do-sul. Crypturellus noctivagus. Espécie considerada ameaçada de
extinção no RS. Foto: Luiz Corrêa.
18
56. À Esquerda: ovos de Tico-tico Zonotrichia capensis (manchados) com
um ovo de Vira-bosta Molothrus bonariensis (branco) em um ninho no
chão. À direita: ovos de Codorna-amarela (ou Perdiz, RS) Nothura ma-
culosa, em um ninho no chão, em área campestre. Fotos: Luciano Mello.
Poste contendo fezes de aves: a diversidade de sementes dispersadas
pelas aves denota parte do papel funcional destes animais na natureza
como agentes de multiplicação de florestas. Fotos: Luciano Mello.
55
57. 3. MAMÍFEROS
No reino animal, os mamíferos constituem ao lado das
aves o grupo dos animais de sangue quente, o que, pela regulação
da temperatura pode lhes conferir ampla distribuição geográfica.
Entretanto, sua maior diversidade pode ser encontrada nas zo-
nas tropicais. Possuem o corpo geralmente recoberto com pelos
e as fêmeas são providas de glândulas mamárias desenvolvidas.
Apresentam grande variação em sua anatomia, biologia, ecologia,
comportamento e ampla variação em tamanho e formas, com
adaptações para correr, saltar, escavar, nadar, mergulhar, escalar
e alguns voar (TIRIRA,1999; FREITAS & SILVA, 2005b; REIS et
al., 2011).
Estudos relacionados com esse grupo são importantes
não só porque contribuem para o conhecimento das espécies
mas também por que auxiliam a adicionar dados sobre habitats
de ocupação e sua preservação, possibilitando ainda estudos
ecológicos comparativos entre diferentes regiões. Os mamíferos
possuem a importante função ecológica de manter o equilíbrio
de uma floresta, ocupando diversas posições nas redes tróficas e,
em contra partida, sofrem uma crescente ameaça à sua existên-
56
58. cia, o que mostra a necessidade de conservação do grupo, bem
como dos ecossistemas que habitam (ALMEIDA et al., 2008) a fim
de garantir a estabilidade dinâmica dos ambientes.
No globo terrestre são conhecidas cerca de 5.100 espé-
cies desse grupo distribuídas nos mais diversos habitats e ecos-
sistemas com adaptação específica para cada espécie (ACHAVAL
et al., 2007).
O Brasil é considerado um dos países com a maior diver-
sidade em espécies desse grupo no mundo (REIS et al., 2011)
com 701 espécies já registradas (PLAGIA et al., 2012), no entan-
to, conforme a intensificação dos levantamentos de campo existe
a tendência de que novos registros ocorram (REIS et al., 2011).
A mastofauna do Rio Grande do Sul é expressiva, graças a
sua posição fisiográfica (SILVA, 1994), com cerca de 170 espécies
já conhecidas para o estado (GONZÁLEZ & MARIN, 2004). Pes-
quisas com algumas espécies de mamíferos podem se tornar
complexas, quando se tem por objetivo estimar tamanho de po-
pulações pelo fato de muitas espécies gruparem características
como hábitos noturnos e grandes áreas de vida, o que dificultam
a observação em ambiente natural. Nestes casos tornam-se ne-
cessárias técnicas e métodos específicos e diferenciados para
esses estudos (SILVA, 1994; SCOSS et al., 2004).
57
59. Em São Sepé, de acordo em Corrêa et al. (2009), Silva et
al. (2009) e Silva et al. (2011), são apresentados alguns registros
das espécies de mamíferos de médio e grande porte. Entretanto,
é necessário a continuidade dos estudos e pesquisas mastológi-
cas na região, visando, no futuro, uma listagem completa das
espécies, especialmente incorporando os grupos a respeito dos
quais a coleta de informações possa ser mais dificultada, como os
mamíferos de médio e grande porte, inventários de morcegos, e
em especial pequenos roedores.
Algumas espécies como capivaras e ratões-do-banhado
são conhecidas da população local (muitas vezes caçados) e fa-
cilmente observadas em banhados e açudes na região, já espécies
como gatos-do-mato e outros felinos são raramente visualizados.
A pressão da caça é relativamente forte na região ainda, e segun-
do relatos é constatada a prática da caça amadora onde buscam
principalmente pacas, tatus, veados entre outras.
Em algumas visitas em áreas aleatórias no município de
São Sepé, foram relatadas a presença de avistamento por mora-
dores da área rural de possíveis dois felinos: a Jaguatirica (Leo-
pardus pardalis) e o Puma (Puma concolor), também a possível
presença do canídeo Lobo-guará (Chrsosyon brachyurus). É im-
portante salientar que essas três espécies são consideradas ame-
açadas de extinção no RS. É bem provável que estas espécies
possam ocorrer na região no entorno das matas ciliares do Rio
58
60. São Sepé e Vacacaí, mas, até o presente momento, não foi apre-
sentada nenhuma evidência comprobatória destes animais, como
registros fotográficos para confirmar suas presenças na região
de São Sepé.
A seguir, são apresentados os registros fotográficos de al-
guns mamíferos de médio e grande porte que ocorrem em São
Sepé, para apoiar a identificação preliminar a campo.
Para a nomenclatura das espécies de mamíferos silvestre
seguimos o proposto por Plagia et al. (2012). Sendo somente
uma espécie, a Lebre-européia (Lepus europaeus), por ser consi-
derada exótica no estado e já daptada a região, segundo Silva
(1994).
Modelo de armadilha fotográfica
utilizada para os registros de fauna.
Foto: Luciano Mello.
59
65. Graxaim-do-mato. Cerdocyon thous. Foto: Luiz Corrêa.
Gato-maracajá. Leopardus wiedii. Espécie considerada ameaçada de
extinção no RS. Foto: Luiz Corrêa.
64
66. Gato-maracajá. Leopardus wiedii. Espécie considerada ameaçada de
extinção no RS. Foto: Luiz Corrêa (armadilha fotográfica).
Gato-maracajá. Leopardus wiedii. Espécie considerada ameaçada de
extinção no RS. Foto: Luiz Corrêa.
65
67. Gato-palheiro. Leopardus braccatus. Exemplar encontrado atropelado
na Br-392. Espécie considerada ameaçada de extinção no RS. Foto: Luiz
Corrêa.
Gato-do-mato-grande. Leopardus geoffroyi. Exemplar encontrado
atropelado na Br-392. Espécie considerada ameaçada de extinção no
RS. Foto: Luiz Corrêa.
66
68. Gato-do-mato-grande. Leopardus geoffroyi. Foto: Luiz Corrêa
(armadilha fotográfica).
Quati. Nasua nasua. Espécie considerada ameaçada de extinção no RS.
Foto: Luiz Corrêa.
67
69. Mão-pelada. Procyon cancrivorus. Foto: Luiz Corrêa (armadilha
fotográfica).
Paca. Cuniculus paca. Espécie considerada ameaçada de extinção no RS.
Foto: Luiz Corrêa (armadilha fotográfica).
68
70. Ouriço. Sphiggurus villosus. Foto: Felipe Peters.
Veado-catingueiro. Mazama gouazoubira. Espécie considerada
ameaçada de extinção no RS. Foto: Luiz Corrêa (armadilha fotográfica).
69
71. Cutia. Dasyprocta azarae. Espécie considerada ameaçada de extinção no
RS. Foto: Luiz Corrêa (armadilha fotográfica).
Capivara. Hydrochoerus Hydrochaeris. Foto: Luiz Corrêa (armadilha
fotográfica).
70
72. Ratão-do-banhado. Myocastor coypus. Foto: Luiz Corrêa.
Lontra. Lontra longicaudis. Espécie considerada ameaçada de extinção
no RS. Foto: Felipe Peters.
71
75. 4. ANFÍBIOS
Os componentes desta classe de vertebrados são as sala-
mandras, da ordem Caudata, as cobras-cegas, da ordem
Gymnophiona e os chamados anuros (sapos, rãs e pererecas), da
ordem Anura (LOEBMANN, 2005).
Os anfíbios são vertebrados que, em sua maioria, iniciam
sua vida na água e depois passam a viver na terra, devido a esta
característica, recebem o nome que tem origem no grego e signi-
fica “vida dupla” (anfi: duas e bio: vida) (MARÇAL et al., 2011).
No globo são conhecidas cerca de 7.044 espécies de anfíbios,
sendo que a ordem anura é a mais representativa com 6.200 es-
pécies (FROST, 2013).
O fato da diversidade faunística no Brasil ser considerada
uma das maiores do planeta já foi abordado. Entretanto, no caso
dos anfíbios, o Brasil ocupa destacadamente a primeira coloca-
ção na relação de países com maior riqueza de espécies, estando
esta classe representada por aproximadamente 946 espécies,
distribuídas em três ordens: 913 Anuros, um Caudata e 32
Gymnophionas (SBH, 2012).
74
76. Os anfíbios anuros são popularmente conhecidos como
sapos, rãs e pererecas. O termo “sapo” é aplicado às espécies de
hábitos mais terrícolas, que apresentam pele bastante rugosa,
geralmente com glândulas paratóides presentes. Possuem foci-
nho achatado e patas traseiras curtas, o que lhes confere um há-
bito mais “caminhador” do que “saltador”. O termo “rã” já é apli-
cado a uma grande variedade de espécies que apresentam a pele
pouco rugosa ou lisa, ausência de glândulas paratóides, focinho
mais acuminado, patas traseiras longas e que se locomovem por
saltos. Já as “pererecas” têm hábito escalador, apresentam discos
adesivos na ponta dos dígitos, geralmente têm patas traseiras
compridas e delgadas, focinho achatado e pele lisa e sem glându-
las (BORGES-MARTINS et al., 2007).
Os anuros reproduzem-se em ambientes aquáticos (lagos,
poças, riachos) e também em micro-ambientes que possam ar-
mazenar água, como axilas de bromélias e ocos de árvores. Al-
gumas espécies apresentam reprodução terrestre, contudo, esco-
lhendo locais úmidos como buracos no solo e debaixo de troncos
caídos (BERNARDE, 2006).
Alimentam-se principalmente de artrópodes e, portanto
são importantes reguladores populacionais deste grupo de ani-
mais, muitos destes considerados pragas pelo homem.
75
77. Graças à combinação de características morfológicas, fi-
siológicas, ciclo de vida com estágios aquáticos e terrestres, ca-
pacidade de dispersão limitada e padrões de distribuição geográ-
fica e/ou área de vida restrita, os anfíbios são um grupo extre-
mamente suscetível às alterações ambientais. Por esses motivos
são potenciais indicadores da qualidade ambiental e têm sido
utilizados em estudos sobre os efeitos de alterações ambientais
provocadas pelo homem (BORGES-MARTINS et al., 2007) e devi-
do à degradação ambiental, poluição, aquecimento global e ou-
tros fatores, populações de anfíbios estão declinando em todo o
mundo.
Muitas espécies estão sendo descritas face aos estudos
que vem sendo realizados na área da herpetologia, o que com-
prova a necessidade e a relevância dos estudos herpetofaunísti-
cos.
No município de São Sepé é recente os estudos com esse
grupo sendo apenas um trabalho disponibilizado por Pazinato et
al. (2011a).
Abaixo são apresentados registros fotográficos de alguns
anfíbios que ocorrem em São Sepé, para apoiar a identificação
em campo destas espécies.
Para a nomenclatura das espécies seguimos conforme o
proposto por Segalla et al. (2012).
76
93. 5. RÉPTEIS
Os répteis representam um estágio decisivo na evolução,
tendo sido os “donos” do planeta na Era Secundária (Mesozóica)
dominando os mares, solo e ar (LEMA, 2002). Compreendem um
grupo bem diversificado de animais, com distribuição em varia-
dos habitats do planeta, inclusive em regiões áridas.
A classe Reptilia é representada atualmente por quatro
ordens: Testudines (cágados, jabutis e tartarugas), Squamata
(anfisbênios, cobras e lagartos) Crocodylia (crocodilos e jacarés)
e Sphenodontia (tuataras) (BERNARDE & MACHADO, 2006).
Foram os primeiros vertebrados bem adaptados à vida
terrestre, ao contrário dos anfíbios que ainda dependem do meio
aquático para reproduzir-se.
Os répteis são independentes da água porque seus ovos
possuem casca, evitando a perda de água (QUINTELA & LOEB-
MANN, 2009). A pele desses animais é seca e desprovida de
glândulas, sendo constituída de escamas nas cobras e lagartos, de
92
94. placas córneas nos crocodilos e jacarés e de carapaças nas tarta-
rugas (MARÇAL et al., 2011).
Muitos répteis possuem patas curtas e por isso, parecem
rastejar quando andam, é o caso das tartarugas, jacarés e lagar-
tos, já as serpentes por não terem patas, realmente rastejam.
A ectotermia é uma característica desse grupo, sendo que
esses animais regulam a temperatura corpórea através da troca
de energia com o ambiente. São animais predadores de primei-
ra ordem, de um modo geral, mas havendo alguns fitófagos co-
mo algumas tartarugas e lagartos que, junto com a alimentação
carnívora, comem folhas verdes, flores e frutos. Existem ainda
répteis de alimentação onívora (animais e vegetais) ou apenas
carnívora e os generalistas (animais que apresentam hábitos
alimentares variados). Outros são especialistas, comem deter-
minados tipos de vertebrados ou mesmo de invertebrados. De
um modo geral alimentam-se espaçadamente, podendo ficar
até muitos dias ou meses sem alimento (LEMA, 2002).
Desse grupo são conhecidas 9766 espécies em geral
(UETZ, 2013). No território brasileiro são conhecidas atualmente
744 espécies, sendo 36 quelônios, 06 jacarés, 248 lagartos, 68
anfisbênias e 386 serpentes (SBH, 2012), números que colocam o
Brasil na segunda posição na relação de países com maior rique-
93
95. za de espécies de répteis, ficando atrás apenas da Austrália
(WILSON & SWAN, 2008 apud SBH, 2012).
A maioria da população tem ideias errôneas acerca da
ecologia destes animais. Os répteis estão rodeados por mitos e
superstições que têm contribuído para a sua redução populacio-
nal. Conforme cita Narçal et al. (2011), embora temidos e pouco
compreendidos pelo homem, os répteis são animais de grande
importância na manutenção do equilíbrio ecológico, como por
exemplo, no controle das populações de insetos e de roedores.
Em São Sepé o único trabalho conhecido abordando esse
grupo é apresentado por Pazinato et al. (2011b), sendo ainda
muito recente os estudos, não sendo possível caracterizar total-
mente a fauna reptiliana local, pois muitas áreas do município
ainda não puderam ser inventariadas. A continuidade dos esfor-
ços permitirá, certamente, identificar a ocorrência de novas es-
pécies para o município.
Abaixo serão apresentados alguns registros fotográficos
de répteis que ocorrem em São Sepé.
Alguns registros trazem junto da foto-
grafia a simbologia ao lado, que alerta para os
riscos de acidentes ofídicos com alguns animais.
94
96. Para a nomenclatura das espécies seguimos o proposto
por Bérnils & Costa (2012).
Anfisbênia. Amphisbaena trachura. Foto: Luiz Corrêa.
Jacaré-papo-amarelo. Caiman latirostris. Foto: Luiz Corrêa.
95
106. Falsa-coral. Oxyrhopus rhombifer. Foto: Rafael Balestrin.
Cobra-coral-verdadeira. Micrurus altirostris. Serpente peçonhenta. Pos-
sui como característica anéis vermelhos, pretos, brancos ou amarela-
dos, dispostos como na figura e na cabeça um desenho negro que lem-
bra uma borboleta. Foto: Luiz Corrêa.
105
107. Jararaca-pintada. Bothrops pubescens. Serpente peçonhenta. Possui
como característica desenhos em forma de trapézio no corpo, margina-
dos de branco. Foto: Luiz Corrêa.
Jararaca-pintada. Bothrops pubescens. Serpente peçonhenta. Foto: Luci-
ano Mello.
106
108. Cruzeira. Bothrops alternatus. Serpente peçonhenta. Espécime abatido
por moradores locais. Foto: Luiz Corrêa.
Cruzeira (detalhe do corpo). Bothrops alternatus. Serpente peçonhenta.
Possui como característica manchas escuras em forma de ferradura ou
semelhante a um gancho de telefone no corpo. Note o detalhe na figura.
Foto: Luiz Corrêa.
107
109. 7. ASPECTOS GERAIS SOBRE O COMPORTAMENTO E
ACIDENTES COM OFÍDIOS
Acidente ofídico ou ofidismo é o quadro de envenena-
mento decorrente da inoculação de toxinas através do aparelho
inoculador (presas) de serpentes (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2013).
Apesar da função primária do veneno das serpentes ser a
captura de suas presas, ele pode ser usado secundariamente co-
mo defesa, causando acidentes em seres humanos (BERNARDE,
2009), mas as serpentes não atacam deliberadamente, apenas o
fazem quando sentem-se ameaçadas, apresentando comporta-
mento defensivo (LEMA, 2002). Portanto não apresentam inte-
resse em “picar” uma pessoa e, quando fazem isso, é com o intui-
to de defesa. Nenhuma espécie peçonhenta vem intencionalmen-
te até uma pessoa para picá-la, são as pessoas que não percebem
a presença destes animais e se aproximam demais (Bernarde,
2009), este, e outros mitos a respeito destes animais têm contri-
buído, ou servido de justificativa, para a captura e morte delibe-
rada destes animais.
108
110. No Brasil, as serpentes peçonhentas são representadas
por quatro gêneros: serpentes do grupo Bothrops (jararaca e
outras), Crotalus (cascavel); Lachesis (surucucu-pico-de-jaca) e
Micrurus (coral-verdadeira).
O envenenamento ocorre quando a serpente consegue in-
jetar o conteúdo de suas glândulas venenosas, o que significa que
nem toda picada leva ao envenenamento. Há muitas espécies de
serpentes que não possuem presas ou, quando presentes, estão
localizadas na porção posterior da boca, o que dificulta a injeção
de veneno ou toxina (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
De acordo com Lema (2002), das cerca de 80 espécies de
serpentes registradas no Rio Grande do Sul, apenas 13 são peço-
nhentas.
É importante ressaltar que o veneno produzido por al-
gumas espécies está sendo utilizado no estudo de várias doenças
humanas, como câncer, trombose, hipertensão e outras (BER-
NARDE & MACHADO, 2006).
Portanto, a conservação das serpentes, além da sua im-
portância ecológica, possui grande potencial farmacêutico, tra-
zendo benefícios socioeconômicos.
109
111. 6. LISTAS DE DIVERSIDADE
Através dos estudos citados anteriormente para São Se-
pé, ainda que preliminares, constituem relevantes levantamentos
da biodiversidade local e contribuem com a difusão das informa-
ções sobre a fauna local. Nestes trabalhos pioneiros foram consi-
derados os registros e informações adicionais de espécies pelos
autores. Ressalta-se que a continuidade dos estudos é de grande
importância, não só para consolidar as listas de fauna silvestre
no município como também para avançar para fases que permiti-
rão a gestão integral dos recursos naturais.
O número de espécies de vertebrados já registradas em
São Sepé é bastante significativo: 218 para aves, 26 para mamífe-
ros, 17 anfíbios e 23 espécies de répteis.
Algumas espécies encontradas em São Sepé são listadas
como ameaçadas no Rio Grande do Sul, conforme Fontana et al.
(2003). As espécies foram caracterizadas com ameaça de extin-
ção nas seguintes categorias: (VU) vulnerável, (EP) em perigo,
(PE) provavelmente extinta e que recentemente foi redescoberta,
(DD) dados insuficientes de informações sobre a espécie.
110
112. Vulnerável (VU) - ocorre o risco de ser extinto;
Em Perigo (EP)– risco muito alto de ser extinto;
Provavelmente extinto (PE) – não é registrado há algum tempo,
mas pode vir ocorrer algum registro;
Dados Insuficientes (DD) – é raro, mas não se sabe ao certo sua
situação de ameaça e distribuição.
A seguir são apresentadas as listas da diversidade de
espécies já registradas para o município de São Sepé:
Aves (Tabela 1),
Mamíferos (Tabela 2),
Anfíbios (Tabela 3) e
Répteis (Tabela 4).
Para os dois últimos grupos, até o presente momento, não
foram registradas espécies no município que sejam consideradas
ameaçadas de extinção.
111
113. Tabela 1. Lista de aves encontradas no município de São Sepé, RS
(n=218). A nomenclatura das espécies desse grupo segue conforme o
Comitê de Ornitologia Brasileiro (CBRO, 2011). Status de conservação:
(VU) vulnerável, (EP) em perigo, (PE) provavelmente extinta e que
recentemente foi redescoberta. A ausência de referência no status sig-
nifica dados insuficientes ou status de conservação não preocupante.
Taxon Nome-comum Status
STRUTHIONIFORMES
RHEIDAE
Rhea americana (Linnaeus, 1758) Ema
TINAMIFORMES
TINAMIDAE
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) Inhambuguaçu
Crypturellus noctivagus (Wied, 1820) Jaó-do-sul PE
Nothura maculosa (Temminck, 1815) Codorna-amarela
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) Perdiz
ANSERIFORMES
ANHIMIDAE
Chauna torquata (Oken, 1816) Tachã
ANATIDAE
Dendrocygna bicolor (Vieillot, 1816) Marreca-caneleira
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) Irerê
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) Pato-do-mato V
Callonetta leucophrys (Vieillot, 1816) Marreca-de-coleira
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) Pé-vermelho
Anas versicolor (Vieillot, 1816) Marreca-cricri
Anas flavirostris (Vieillot, 1816) Marreca-pardinha
Oxyura vittata (Philippi, 1860) Pés-na-bunda
PODICIPEDIFORMES
PODICIPEDIDAE
Podilymbus podiceps (Linnaeus, 1758) Mergulhão-caçador
Podicephorus major (Boddaert, 1783) Mergulhão-grande
GALLIFORMES
CRACIDAE
Penelope obscura (Temminck, 1815) Jacuaçu
Ortalis guttata (Spix, 1825) Aracuã
SULIFORMES
PHALACROCORACIDAE
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) Biguá
ANHINGIDAE
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) Biguatinga
CICONIIFORMES
CICONIIDAE
Ciconia maguari (Gmelin, 1789) Maguari
Mycteria americana (Linnaeus, 1758) Cabeça-seca
PELECANIFORMES
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