O documento descreve o período entre os séculos XV e XVIII, marcado por grandes transformações como: 1) as grandes navegações que levaram ao encontro entre Europa e Américas e à colonização européia; 2) o surgimento do capitalismo comercial e do mercantilismo; 3) mudanças políticas como o absolutismo monárquico e o surgimento dos estados nacionais.
1. O PERÍODO DE TRANSIÇÃO - Séculos XV AO XVIII
- As Grades Navegações e o encontros de dois
mundos: o choque cultural e a destruição de
povos milenares.
2. VAMOS RELEMBRAR...
PARA ENTENDER O EXPANSINISMO MARÍTIMO.
A crise do século XIV produziu o expansionismo do século
XV. Como meio de superar os problemas gerados pela crise a saída
encontrada pelos europeus foi realizar viagens por mares
desconhecidos. Também cabe lembrar que o comércio entre a Europa
e o Oriente (comércio de especiarias) era controlado, especialmente,
pelas cidades italianas, o que tornava impossível a descoberta de
uma nova rota marítima para o Oriente.
O aperfeiçoamento das técnicas de navegação e uma
verdadeira revolução nos conhecimentos cartográficos e
astronômicos permitiram que países como Portugal e Espanha
aventurassem-se em águas desconhecidas e buscassem novas terras.
O Objetivo principal era explorar novas áreas de comércio.
3. CONTEXTO ECONÔMICO:
CONTEXTO POLÍTICO: As Grandes Navegações, o
Centralização do Poder e o Mercantilismo e o processo de
Absolutismo Monárquico colonização, dominação e
Surgimento dos Estados exploração do Novo Mundo – As
Nacionais Modernos. Bases do Sistema Capitalista (em
sua fase COMERCIAL).
Período de Transição
A Idade Moderna
XV ao XVIII
CONTEXTO CULTURAL-
CONTEXTO SOCIAL:
RELIGIOSO:
Ascensão da burguesia,
Surgimento de uma nova arte
crise das relações servis,
inspirada nos padrões clássicos
conflitos sociais e
greco-romano e a reação contra a
surgimento da mão de obra
Igreja Católica - a Reforma
assalariada.
Protestante. Como contraponto
surge a Contrarreforma.
4. O crescimento das atividades comerciais impulsionou as
atividades marítimas. Novos produtos, novas terras, novas culturas
passaram a fazer parte do mundo europeu. Em função disso, nossa
história mudou de rumo... Passamos a fazer parte do capitalismo
comercial e da ambição das nações europeias...
Logo após a viagem de Colombo, Espanha e Portugal
iniciaram uma disputa pela posse das terras americanas e dos
territórios não-cristãos ainda por explorar. GRANDES IMPÉRIOS
COLONIAIS COMEÇARAM A SURGIR...
5. QUANDO TUDO COMEÇOU... As importantes rotas comerciais da
seda e das especiarias, bloqueadas pelo Império Otomano em 1453
com a Queda de Constantinopla motivou a procura de um caminho
marítimo pelo Atlântico, contornando a África
6. Caminho percorrido pela
Bartolomeu Dias – 1487-88) expedição de vasco da Gama
(preto), por Pêro da Covilhã
(laranja) e de Afonso de Paiva (
azul) depois da longa viagem
juntos (verde)
Mapa da viagem de Fernão
de Magalhães à volta do
mundo (1519-1522)
9. A criação do Estado Absolutista
está vinculada às transformações
que marcaram a Europa já durante
o fim da Idade Média. Nesse
CONTEXTO POLÍTICO: sentido, diversos historiadores
Centralização do Poder e o apontam a crise do poder
Absolutismo Monárquico nobiliárquico e os interesses da
Surgimento dos Estados burguesia comercial como dados
Nacionais Modernos. fundamentais que viabilizaram a
ascensão dessa nova experiência
política que se caracterizou pela
Monarquia Absolutista.
Por Monarquia Absolutista, entende-se o sistema de governo em que
"o rei, encarnando o ideal nacional, possui de direito e de fato os
atributos da soberania: poder de decretar leis, de fazer justiça, de
arrecadar impostos, de manter um exército permanente, de nomear
funcionários, de julgar os atentados contra o bem público e, em
especial, a autoridade real por meio de jurisdições de exceção
emanadas do seu poder de justiceiro supremo." Governa por Direito
Divino.
12. O Expansionismo e Domínio Muçulmano
A Reconquista e a
No século XII, Portugal tornou-se Formação de Portugal e
independente de Castela e consolidou a Espanha.
centralização do poder com a dinastia de
Borgonha. Em 1383, com a morte do último rei
da dinastia de Borgonha tem início uma crise
sucessória. Após dois anos de conflito (1383-
1385), D. João, mestre da ordem de Avis,
assumiu o trono com o título de d. João I,
submeteu a nobreza a seu poder e garantiu os
interesses da classe mercantil. Com a aliança
Coroa + Burguesia, fortaleceu o Estado
Português que deu início ao seu
expansionismo.,
13. O casamento de Fernando
de Aragão e Isabel de
Aragão, Castela, Navarra e Leão Castela foi fundamental
uniram-se durante a Guerra de para a criação do Estado
Reconquista dando origem à Nacional Espanhol.
Espanha. Em 1469 ocorreu o
casamento entre Fernando
(Aragão) e Isabel (Leão e Castela).
Em 1492 os árabes foram
expulsos de Granada, fato que
possibilitou, em definitivo, o
surgimento do Estado Espanhol.
14. Carlos VII e Filipe IV, o Belo: personagens
centrais do processo de formação da monarquia
na França.
A derrota de João sem Terra, representou por sua vez um momento
importante na história francesa: a vitória de Felipe II - Augusto -. Essa
vitória foi de grande importância para o início concreto da centralização
política e para o início da formação de uma nação. A França ainda
enfrentará outras guerras até a consolidação concreta do poder, com o
absolutismo surgindo apenas no início do século XVII.
15. A Formação do Estado Nacional Francês e do Estado
Nacional Inglês.
A GUERRA DOS CEM ANOS, conflito
que opôs França e Inglaterra entre
1337 e 1453, está diretamente
relacionada a formação dos dois
Estados e contribuiu para a
consolidação do poder da monarquia, na
medida em que garantiu um dos
elementos centrais da formação do
Estado-Nação moderno: a constituição
de um exército permanente.
Assim, a Monarquia Francesa se
consolidou, definitivamente, nos séculos
XIV e XV, durante a Guerra dos Cem Anos
contra a Inglaterra. Aliás, esse conflito foi
importante também para a Inglaterra Joana D’Arc – Heroína da
consolidar seu poder central. Guerra dos Cem Anos
16. No final do século 14, a França já havia se
constituído também num amplo território nacional
(o que não impediu de preservar resquícios
feudais). Ao mesmo tempo, as finanças tinham
sido centralizadas, os impostos estendidos à
nação e a burocracia estatal, formada. Conflitos
militares na época contribuíram para fortalecer
ainda mais o poder do monarca.
Na transição do período medieval para o moderno,
a dinastia que reinava na França era a dos Valois.
O ápice do Foi sob o reinado dos Valois que a França viveu
absolutismo um dos momentos mais importantes desse
francês ocorreu período: as chamadas guerras de religião,
sob o reinado de ocorridas ao longo do século 16, entre católicos e
Luís XIV, o Rei Sol. protestantes franceses - estes conhecidos como
huguenotes.
Fato que contribuiu para a centralização do poder francês foi o surgimento da
justificação teórica do poder nas mãos do governante, paralelamente à
formação do próprio Estado-Nação francês. Foram dois os principais teóricos
do absolutismo na França: Jean Bodin e Jacques Bossuet.
17. Nas Ilhas Britânicas, em meados do
século XI, havia quatro reinos:
Escócia, País de Gales e Irlanda,
formados por povos celtas, e
Inglaterra, formada por povos anglo-
saxões.
Em 1066, o duque Guilherme, da
Normandia (região do norte da
França) invadiu e conquistou a
Inglaterra.
Guilherme, o Conquistador, como
ficou conhecido, era vassalo do rei
francês. Ele dividiu a Inglaterra em
condados, para os quais nomeou um
funcionário para representá-lo. Esse
funcionário tinha autoridade sobre
todos os habitantes, fossem eles
senhores ou camponeses. Com isso
Guilherme acabou fortalecendo o seu
poder.
18. A Evolução Política da Inglaterra deve ser entendida da seguinte
forma:
MONARQUIA MONARQUIA MONARQUIA
ABSOLUTISTA CONSTITUCIONAL PARLAMENTAR
O poder concentrou- Após o processo
O Rei manteve o
se nas mãos do Rei, revolucionário, a
poder Executivo, mas
não estando burguesia passa a fazer
submetido às leis -
submetido a leis, parte do Parlamento e
Carta Magna.
tampouco a qualquer submete a monarquia a
tipo de representação Em 1189-1199), esta instituição: “O Rei
de classe. Ricardo, Coração de reina, mas não governa.”
Em 1066, o duque Leão desgastou-se na A Magna Carta foi o
Guilherme da Normandia, terceira Cruzada. O ponto de partida para a
de um feudo ao norte da declínio do poder real construção do regime
França, invadiu e dominou acentuou-se durante o de liberdade política
as Ilhas Britânicas. Em governo de João Sem que a Inglaterra
1154, Henrique Terra (1199-1216). consolidou, quando
Plantageneta (Henrique II) Desgastado, foi forçado
, herdou a Coroa,
criou o Grande
a assinar a Magna Conselho, um “embrião”
centralizou o poder e
formou um Exército Carta, em 1215, que do Parlamentarismo –
Nacional. limitou o poder do Rei. Século XVII.
19. DIANTE DE TANTAS TRANSFORMAÇÕES TORNOU-SE INEVITÁVEL
QUE A CULTURA E A RELIGIÃO, MAIS ESPECIFICAMENTE A VISÃO
DE MUNDO DO HOMEM, TAMBÉM MUDASSE. TIVEMOS ENTÃO:
Na RELIGIÃO a
Na ARTE, o REFORMA
RENSASCIMENTO PROTESTATNTE
CULTURAL
20. A justificativa teórica do Absolutismo Monárquico
deu-se a partir dos filósofos e pensadores que
defenderam os poderes plenos e divino dos reis.
Jacques Bossuet, Thomas Hobbes e Nicolau Maquiavel:
expoentes do pensamento absolutista.
21. O príncipe deve ser “um lobo
em pele de carneiro”.
A mentira e a traição eram
minimizadas porque “os fins
justificam os meios”.
Nicolau Maquiavel (1469-1527)
Obra: O Príncipe
- O governo forte e livre da influência da
Igreja
- É direito do monarca uso dos meios
para atingir o poder .
- Deve-se utilizar meios legais ou
ilícitos para se conservar no poder.
22. Obra:
A República
Obra:
Política segundo as
sagradas escrituras
Jean Bodin (1530-1596)
e
Jacques Bossuet (1627-1704)
defenderam a “Teoria do Direito Divino”.
- A autoridade real é vontade divina. O rei era um homem
predestinado por Deus para governar o mundo.
- Assim como Deus paira sobre o Universo , o rei paira
sobre os homens e somente a Deus o rei presta contas.
- Desobedecer ao rei é desobedecer a Deus.
23. “o homem é o lobo do
próprio homem” Thomas Hobbes
- O poder absoluto do rei
é a única forma de
promover a paz entre os
homens e a segurança dos
governados.
- Os homens deixados se
deixados à própria sorte e
às disputas de interesses
particulares geram o caos
através de guerras sem
fim.
24. Devemos destacar Monarcas que exerceram um
governo absolutista, por direito divino, e utilizaram de
seu extremo poder seja para limitar a atuação da
Igreja, subjugar seu povo ou mesmo para dominar
territórios.
Henrique VIII - Dinastia Tudor :
governou a Inglaterra no século
XVII
Elizabeth I - Dinastia Stuart -
rainha da Inglaterra no século
XVII
Luis XIV - Dinastia dos Bourbons -
conhecido como “Rei Sol” -
governou a França (1643 e
1715).
Felipe II - governou a Espanha
no século XVI.
25. ATÉ O MOMENTO O QUE TEMOS ENTÃO DE INFORMAÇÕES?
DOS SÉCULOS XV AO XVIII O MUNDO PASSOU POR GRANDES
TRANSFORMAÇÕES:
- A NAÇÕES EUROPEIAS PROSPERARAM COM O DESENVOLVIMENTO
DO CAPITALISMO COMERCIAL E, JUNTO, A BURGUESIA FOI AMPLIANDO
CADA VEZ MAIS SEU PODER.
- UM NOVO MUNDO – A AMÉRICA – PASSOU A VIVER SOB O CONTROLE,
EXPLORAÇÃO DE OUTRAS NAÇÕES. FOI IMPLANTADO O SISTEMA DE
ESCRAVIDÃO QUE PROPORCIONOU, A NÓS AMERICANOS, UMA MAIOR
IDENTIFICAÇÃO (ESPECIALMENTE CULTURAL) COM O CONTINENTE
AFRICANO.
- AS NAÇÕES EUROPEIAS PASSARAM A DISPUTAR MERCADOS.
“Entre o final do século XVII e o começo do XIX, o mundo
ocidental passou por um processo acelerado de mudanças.
Começou a ser destruída a velha sociedade que se baseava
nos privilégios da nobreza e no poder absolutista dos reis...”
26. ESTE PERÍODO QUE REGISTROU GRANDES
MUDANÇAS FICOU CONHECIDO COMO:
Século XVIII - A ERA DAS REVOLUÇÕES.
Quadro:
A Liberdade
Guiando o Povo
De Eugène
Delacroix - 1830