Este documento descreve quatro fungos causadores de micoses sistêmicas: Paracoccidioides brasiliensis, Histoplasma capsulatum, Blastomyces dermatidis e Coccidioides immitis. Detalha os ciclos de vida, sintomas, exames diagnósticos e tratamentos destes fungos.
2. São infecções causadas por fungos capazes de
comprometer não somente a unidade dermo-
epidermica,mas também o tecido celular subcutâneo e
outros órgãos extracutâneos (possiveis causadores de
doenças).
3. As micoses sistêmicas (MS) apresentam diversas
características em comum, entre elas:
Distribuição geográfica limitada, com principal
ocorrência nas Américas;
Os agentes etiológicos estão presentes no solo,em
dejetos animais;
A principal porta de entrada são as vias aéreas
superiores;
4. “A incidência de infecções fúngicas sistêmicas em
pacientes saudáveis e imunocomprometidos tem
crescido mundialmente nos últimos anos, tornando os
fungos patogênicos um importante campo de pesquisa
médica” (TAVARES,2005).
5. Micoses profundas ou sistêmicas
o Paracoccidiodomicose
• Paracoccidiodes brasiliensis.
o Histoplasmose
• Histoplasma capsulatum.
o Blastomicose
• Blastomyces dermatidis.
o Coccidiodomicose.
• Coccidiodis immitis
7. Infecção granulomatosa de evolução crônica com
grande polimorfismo clínico.
Via de introdução mais frequente da P.brasiliensis
é a árvore respiratória, por meio da
inalação de conídios brasiliensis.
Fig.1. - Conídios de Aspergillus agrupados
em forma de cabeça, ao redor de uma
vesícula.
8. Fungo dimórfico
Cresce na forma de bolor no meio ambiente e como
levedura em gemulação em tecido infectado.
Transição do estado bolor para levedura de 25 a 37 .
11. Restrita nas América Central e do Sul, apresentando
elevada incidência no Brasil, Venezuela, e Colômbia.
Cultivado em solos de áreas endêmicas, os fungos
residem em ambiente com elevada umidade.
Atinge indivíduos do sexo masc.30 a 40 anos.
14. Em 1964 Grose e Tamsitt,afirmam ter encontrado o
P.brasiliensis em morcegos. Foi isolado também três
vezes nos intestinos de tatus naturalmente infectados.
15. È dividida nas formas aguda e crônica, de acordo com a
idade, duração e manifestações clínicas.
Tipo Juvenil.
Tipo Adulto.
16. Responsável por 3 a 5% dos casos.
Manifestação em 4 a 12 semanas.
Letalidade -11%
17. Efeitos:
Adenomegalia de linfonodos
superficiais;
Comprometimento abdominal
ou aparelho digestivo;
Comprometimento ósseo;
Outras manifestações clinicas;
18. Pode acometer todos os órgãos citados, inclusive o
SNC.
Pode ser:
a) forma leve;
b) forma moderada;
c) forma grave.
20. Manifestações Clínicas
Figura 2 . Lesão infiltrada, centro Figura 3.Lesão ulcerada, fundo com
ulcerado, localizada na perna. secreção sero-purulenta, bordas
Paracoccidioidomicose &SIDA. infiltradas, localizada no braço.
Paracoccidioidomicose & SIDA.
21. Na PCM como outras infecções granulomatosas crônicas, a
resposta imune celular é o principal mecanismo de defesa.
Pacientes portadores de doenças que possuem imunodepressão
são os mais afetados por micoses sistêmicas, principalmente
portadores do vírus da síndrome da imunodeficiência adquirida
(HIV/AIDS),
22. Com relação entre a imunidade celular do indivíduo com a
infecção pelo fungo, há intima relação, tendo em vista que a
pessoa com baixa imunidade fica mais propícia não só ao
acometimento da contaminação, mas também a manifestação
da moléstia.
Na infecção por paracoccidioidomicose,a resposta imune do
hospedeiro ao agente infectante se dá com um processo
inflamatório granulomatoso crônico, ocasionando fibrose.
23. No ápice da resposta inflamatória ocorre grande aumento de
citocinas que induzem a formação de colágeno, dentre as
citocinas produzidas, destaque para o fator de necrose tumoral
(TNF-α) e fator de crescimento transformador (TGF-β).
Com o acúmulo de colágeno e formação de fibrose podem
levar a alterações anatômicas e funcionais dos órgãos
acometidos, em particular os pulmões.
Lesões no sistema nervoso central e adrenal são acometidos
pelo fungo, decorrente do processo de formação de fibrose.
24. Infecção: estágios assintomáticos e subclínicos.
Contatos com o fungo sem desenvolver sintomas.
Testes intradermico positivos.
Doença clínica sintomática
25. Febre
Tosse
Sudorese
Formação de granulomas ocasionando a úlceras vermelhas
na pela e mucosas (boca e nariz).
Neuroparacoccidioidomicose, caracterizada por comprometimento do
parênquima
e dos folhetos que revestem o sistema nervoso central.
As formas pulmonares podem evoluir para insuficiência respiratória crônica.
26. Exame direto: Material da lesão ou escarro com KOH.
São encontradas formas características de leveduras com parede
dupla e múltiplos brotamentos (em roda de leme).
Em pus: Células arredondadas (na sua maioria), ovaladas, com
parede grossa bem refringente. Tamanho variável. Formação de
brotos únicos, duplos ou múltiplos (em roda de leme). Disposição
catenulada ou aglomerada. Pequenos vacúolos aparecem no
citoplasma.
28. Em material corado pela hematoxilina-eosina:
Apresenta-se como formas arredondadas, de 1 a 20 mm, com
parede grossa e refringente, isoladas ou agrupadas, com
brotamento único ou múltiplo (em roda de leme). A coloração do
citoplasma varia de levemente azulada e levemente
avermelhada, podendo ser incolor.
29. Figura 5.Cultura: Cultivo em agar Sabouraud e agar Mycosel a 25oC. Após 20-30 dias,
crescimento de colônias brancas que à análise micromorfológica apresentam clamidósporos
intercalados ou terminais nas hifas. O diagnóstico pode ser feito se observado a conversão da
forma micelial para leveduriforme cultivando-se a 37
30. Esfregaços de secreções biológicas e cortes histológicos.
Apresenta-se como células arredondadas, de dupla
parede,birrefrigente,com ou se gemulação.
Provas sorológicas.
Reação de Fixação do Complemento,
Imunodifusão,
ELISA,
Western Blot
35. É uma doença granulomatosa, tendo como agente
etiológico o fungo Histoplasma capsulatum, que
apresenta especial afinidade pelo sistema retículo
endotelial, produzindo diversas manifestações clínicas.
Figura 8. Histoplasma capsulatum
39. A Histoplasmose Capsulam e amplamente distribuída
em todas as zonas tropicais, subtropicais e
temperadas.
40. Principais síndromes clínicas associadas ao
H.capsulatum são:
Doença respiratória ligeira
Histoplasmose Pulmonar aguda
Histoplasmose Disseminada
Histoplasmose Crônica
Coomplicações :Pericardite e fibrose mediastica
41. Assintomática: Indivíduos que entram em contato com o
fungo mais não desenvolvem sintomas.
Algumas vezes podem aparecer sintomas que se
assemelham desde uma tuberculose a um resfriado.
Os glânglios mediastinais podem estar envolvidos. Quando
não ocorre a cura espontânea, evolui para a forma
generalizada.
42. Histoplasma capsulatum var. capsulatum
Histoplasma capsulatum var. duboisii,
Ambos apresentam especial afinidade pelo sistema
retículo endotelial, produzindo diversas manifestações
clínicas.
Em indivíduos imunocompetentes, este
fungo, usualmente, causa infecção autolimitada ou
localizada.
43. Assintomática
Indivíduos que entram em contato com o fungo, mas não
desenvolvem sintomas. Algumas vezes, podem aparecer sintomas
que se assemelham com tuberculose ou resfriado.
Generalizada
Sintomas de acordo com o órgão afetado. Principalmente, os que
fazem parte do sistema retículo endotelial como fígado, baço e
linfonodos.
45. Evidências sorológicas.
Exame histopatológico com o tecido infectado.
Cultura do agente etiológico.
O diagnostico rápido da doença é possível pela
detecção direta dos antígenos H.capsulatum.
46. Exame direto:
Material biológico com KOH – as formas de
leveduras dificilmente são encontradas por este método.
Em corte de tecido corado pela H.E.:
Células parasitárias arredondadas,aparecendo como
elementos intracelulares, de parede grossa e citoplasma
retraído. Observa-se uma zona clara entre a parede e o
citoplasma, o que simula uma cápsulas
48. Os microrganismos demoram 2 semanas para crescer em
cultura, em seguida analisa-se as características morfológicas
presença de hifas septadas e delgadas com macroconídios
tuberculados.
49. Anfotericina B (padrão para Histoplasmose disseminada e
outras formas mais graves da doença).
Os pacientes com SIDA existe uma provável recaída após o
fim do tratamento.
51. Blastomyces Dermatitidis
A blastomicose é uma infecção causada pelo fungo
Blastomyces dermatitidis que é dismórfico e cresce em
tecidos de mamíferos na forma de célula em brotamento.
Infecção Pulmonar, podendo disseminar-se através da
corrente sanguínea.
Inalação dos conídios.
Infecções pulmonares primárias frequentemente
inaparentes e de difícil observação
52. Microorganismo Inalado
A fase respiratória da doença tem
semelhanças com a
tuberculose,coccidioidomicose,
Infecção Respiratória paracoccidioidomicose e
crônica ou branda histoplasmose..A distinção deve ser
cuidadosamente feita por cultura e
por métodos histológicos.
53. A B.dermatitidis encontra-se muito próximo do ponto
de vista bioquímico e sorológico do
H.capsulatum,sendo que ambas as fases sexuais se
encontram classificadas no mesmo gênero
ajellomyces.
54. Era considerada uma doença norte-americana
sobretudo no sudeste do vale do rio Mississipi.No
entanto,foram documentados casos no
Canadá,Àmerica Latina,na África.
Não se conhece o reservatório natural do agente da
blastomicose,não sendo encontrado frequentemente
no solo.
56. Comprometimento da mucosa oral e nasal
Sudorese,Calafrios,Febre
Dor torácica e dificuldade respiratória.
Tosse (com ou sem expectoração).
Dor no peito e dificuldade em respirar.
Apesar de, em regra, a infecção pulmonar piorar lentamente, por vezes
melhora sem tratamento.
Lesões ósseas produzem dor e disfunsão;as vertebras e as costelas são as
mais afetadas.
59. Aspectos Microscópicos: pelo método de retalhamento das
colônias desenvolvidas em temperatura ambiente (fase
bolor)observa-se:
Conídios solitários, redondos ou ovais, com paredes lisas, nas
extremidades de conidióforos curtos, ou diretamente sobre
hifas.
A levedura a 37 aparece como células redondas, com paredes
espessas, em brotamento solitários, com istmo largo no local
onde a célula filha se liga a célula mãe
64. O agente etiológico dessa doença é o Coccidioides immitis, um
fungo saprófita do solo, que sobrevive em áreas desérticas e
semidesérticas.
A infecção se dá pela inalação de artroconídios, os quais são
facilmente transportados pelo ar e altamente resistentes às
condições ambientais.
***Importante considerar a presença de cálcio,cloreto de
sódio, e sulfatos que favorece o C.immitis e inibem outros
microrganismos.
66. Após entrar pela via
respiratório os artroconídios
Artroconídios
sofrem modificação para a
são levados por
fase leveduriforme do C.
correntes de ar
immitis (esférula) causando
contaminando
lesão pulmonar e em outros
assim o homem
órgãos
e animais
Solo salino de
clima seco é o
ambiente
propício para o
desenvolvimento
de C. immitis na
fase filamentosa
67. A coccidiodomicose é endêmica em áreas desérticas da
América do Norte, América Central e América do Sul, com
casos esporádicos no Brasil.
A maior incidência é em trabalhadores rurais, horticultores e
vaqueiros.
Em periodos de chuvas as hifas crescem e sofrem
maturação,após isso em tempo seco,as hifas morrem e dão
origem as artroconídias (ou esporos), que são dispersadas pelo
ar, podendo ser inaladas pelos seres humanos.
68. 60% dos indivíduos apresentam Artralgia
infecção primária inaparente.
Comprometimento respiratório baixo Anorexia
Febre Eritema nodose
Sudorese Noturna Reações de exantemáticas
Dor pleural
Dispeneia
Tosse produtiva
71. Avaliação da resposta à coccidioidina, da detecção de
anticorpos, e da inoculação da forma micelial em
camundongos.
Em meios enriquecidos a 37°C há encontro de esférulas
e hifas; em cultivos a 24-28°C surgem colônias brancas
algodonosas a castanho-amareladas, ricas em
artroconídios. Esférulas são encontradas em cortes
teciduais.
72. Aparência microscópica:
O tratamento de colônia pelo método de retalhamento revela
ramificações híficas em ângulos de 90 e muitos artroconídios
de paredes espessas, com forma de barril ou retangulares que
se alternam com células disjuntoras vazias.
Observação direta da Amostra:
Esférulas redondas, com paredes espessas, cheias de
endósporos pequenos.
73. C.Immitis no escarro
Numerosos endósporos.A ruptura das esférulas libra os
endósporos, que desenvolvem novas esférulas, continuando
o ciclo parasitário.
76. Em áreas endêmicas implementar atividades educativas
acerca do risco de infecção e formas de proteção.
Medidas alternativas, tais como umedecer solos secos e
campos de pouso, bem como o uso de máscaras e, se
possível a utilização de veículos com ar refrigerado, são
também utilizadas em situações específicas.
Os profissionais de saúde devem seguir estritas normas
de biossegurança ao manejar pacientes ou manipular
amostras em laboratório.