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LINGUAGEM, TRABALHO, EDUCAÇÃO E CULTURA:
      POEMAS BRASILEIROS SOBRE TRABALHADORES, ENTRE
                    OUTROS DISCURSOS


Maria Juliana Horta Soares1 – mariajulianasoares@gmail.com
Rosalvo Gonçalves Pinto2 – rosalvopinto@gmail.com
Antônio Augusto Moreira de Faria3 – aamf@ufmg.br
Faculdade de Letras / UFMG
Avenida Antônio Carlos, 6627, Pampulha
Belo Horizonte/MG - CEP: 31270-901


Resumo: Neste artigo apresentamos resultado do trabalho desenvolvido na Faculdade de
Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (FALE/UFMG) por um grupo de ensino,
pesquisa e extensão focado no estudo das relações entre linguagem, trabalho, educação e
cultura. Alunos de graduação, especialização, mestrado e doutorado, orientados por
professores da faculdade, estudam discursos sobre trabalhadores nos mais diversos gêneros
em circulação na nossa sociedade, entre eles o literário, o jornalístico e o educacional. Um
dos resultados da pesquisa foi a publicação, sem fins comerciais, do livro Poemas brasileiros
sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público, disponível tanto na versão impressa
quanto na internet. O presente artigo apresenta, além da antologia, uma visão geral do
trabalho que vem sendo desenvolvido pela equipe. E, ainda, discute alguns conceitos
norteadores da análise linguística do discurso e do interacionismo sociodiscursivo,
fundamentos teóricos dos nossos estudos.

Palavras-chave: linguagem e trabalho, análise do discurso, interacionismo sociodiscursivo


1   INTRODUÇÃO

    Este artigo relata e discute atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas na
Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais há cerca de três anos por uma
equipe de dois professores e seus estudantes orientandos de graduação, especialização,
mestrado e doutorado, todos interessados nas relações entre linguagem, trabalho, educação e
cultura. Uma das nossas principais atividades é analisar discursos – jornalísticos, literários e
educacionais - em que o trabalhador esteja entre as personagens principais.
    No caso do discurso literário, como primeira etapa da pesquisa vem sendo realizado um
levantamento de poemas, contos, crônicas e romances nos quais o trabalhador figura não
como mero coadjuvante, mas como personagem protagonista. Remamos contra a corrente:
nossa perspectiva tem sido historicamente preterida, por razões como o desinteresse
ideológico tanto pelas personagens desprestigiadas econômica e socioculturalmente quanto
pela temática das relações entre empregadores e empregados, ou seja, entre capital e trabalho.
    No discurso jornalístico, uma de nossas pesquisas, da doutoranda Maria Juliana Soares,


1
  Doutoranda na UFMG (Faculdade de Letras, Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos).
2
  Doutor em Linguística pela UFMG; professor da Faculdade de Letras da UFMG.
3
  Doutor em Linguística pela USP; professor da UFMG, Faculdade de Letras.
focaliza os trabalhadores personagens de artigos e reportagens sobre a crise econômica
mundial iniciada em 2008. A pesquisa dá continuidade ao mestrado da aluna, defendido na
FALE há quatro anos (SOARES, 2008).
     Outra pesquisa, da doutoranda Priscila Viana, que defendeu seu mestrado em 2009
(VIANA, 2009), dedica-se tanto ao discurso jornalístico (reportagens) sobre trabalhadoras
domésticas quanto ao discurso literário: novelas, contos e romances em que elas são
personagens.
     Há ainda pesquisa sobre o discurso educacional: análise de livros didáticos destinados à
educação de jovens e adultos trabalhadores - EJA. A pesquisa de mestrado de Clarice
Gualberto (GUALBERTO, 2012) busca apreender como o trabalho e o trabalhador são
tratados nessa modalidade de discurso educacional.
     Algumas destas atividades de pesquisa desdobram-se também em extensão universitária,
no caso o CIPMOI - Curso Intensivo de Preparação de Mão de Obra Industrial. O curso, que
funciona desde 1957 na Escola de Engenharia, oferece aperfeiçoamento profissional a
trabalhadores, principalmente operários da construção civil. No CIPMOI, as aulas para os
trabalhadores-alunos são ministradas por instrutores estagiários: estudantes de engenharia e
outros cursos, supervisionados por professores de engenharia, letras e pedagogia.
     O presente artigo se concentrará em um aspecto das atividades de ensino e pesquisa
relacionadas ao discurso literário, já que um resultado recente delas é a coletânea Poemas
brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público (FARIA et al., org.,
2011). No artigo, além de apresentar esta primeira antologia, analisando alguns exemplos dela
retirados, discutiremos alguns conceitos importantes para nossa pesquisa, localizados
teoricamente na análise linguística do discurso e no interacionismo sociodiscursivo.
     Cabe ressaltar que outros grupos de estudos contribuem significativamente para a
compreensão das relações entre linguagem e trabalho. São exemplos as publicações de
SOUZA-E-SILVA & FAÏTA (2002) e DUARTE & FEITOSA (1998), assim como os
trabalhos realizados pelos grupos Atelier e Alter-ISD, da pós-graduação em linguística na
PUC-SP (LAEL/PUC-SP), entre outros que se desenvolveram no Brasil desde meados da
década de 1990.

2   CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

2.1 Discurso, ideologia, reflexo e refração

    A primeira noção aqui, por ser fundamental para nossos estudos, é a de discurso,
compreendido como “um conjunto de temas e figuras que materializa uma dada visão de
mundo” (FIORIN, 2005, p.32). Para o autor, o discurso está, ainda, ligado à noção de
conteúdo, enquanto o texto é definido como articulação entre o conteúdo e sua expressão, seu
suporte, articulação também denominada manifestação.

                       O signo linguístico é formado por dois componentes: um conceito e um
                       suporte do conceito, que serve para expressá-lo, manifestá-lo, veiculá-lo. Ao
                       conceito chama-se significado ou conteúdo; ao suporte denomina-se
                       significante ou expressão. (...) O discurso pertence ao plano do conteúdo. Ele
                       é manifestado por um plano de expressão. A manifestação é, portanto, o
                       encontro de um plano de conteúdo com um plano de expressão, que pode ter
                       como [suporte] material qualquer língua natural ou um meio não-verbal de
                       expressão, como o cinema, a pintura, a gestualidade, a fotografia etc. Neste
                       nível surge o texto. Enquanto o discurso pertence exclusivamente ao plano
                       do conteúdo, o texto faz parte do nível da manifestação. (FIORIN, 2001,
                       p.37-38)
Um texto, ou materialidade textual, veicula, portanto, um conteúdo, expressa uma
determinada visão de mundo. Por isto, quando são selecionados poemas em que trabalhadores
figuram como personagens protagonistas, são selecionados textos em verso (materialidade)
que exponham visões de mundo nas quais os trabalhadores são protagonistas. Isso quer dizer
que o conteúdo das poesias (referente às relações trabalhistas, às relações afetivas, às relações
culturais etc.) retrata a vida de trabalhadores.
     Algo semelhante acontece no discurso jornalístico. Assim como um poeta escolhe seus
personagens, um jornalista escolhe tanto as personagens a quem dar voz quanto à visão de
mundo que surge a partir das personagens e dos temas aos quais elas são relacionadas. Uma
matéria sobre a crise econômica mundial pode focar o prejuízo de empresas, numa visão de
mundo empresarial, ou o número de trabalhadores dispensados devido a reduções de
produção, numa visão de mundo sindical. É o que também podemos ver em matérias
jornalísticas que tenham domésticas como personagens. A matéria pode analisar a luta por
direitos iguais aos de outros trabalhadores como justa ou alegar que atendimento a tal
reivindicação traria gastos excessivos aos empregadores.
     Tudo é uma questão de escolha, como esclarece Charaudeau (2005). Essas escolhas não
se norteiam somente em função da clareza linguística, afirma o autor, mas também dos efeitos
ideológicos que se pretende causar no leitor.

                              Communiquer, informer, tout est choix. Non pas seulement choix de
                              contenus à transmettre, nos pas seulement choix de formes adéquates pour
                              être conforme à des normes de bien parler et de clarté, mais choix d’effets de
                              sens pour influencer l’autre, c’est-à-dire, au bout du compte choix de
                              stratégies discursives. (Comunicar, informar, tudo é escolha. Não somente
                              de conteúdos a serem transmitidos ou de formas adequadas às normas do
                              bem falar e de clareza, mas escolha de efeitos de sentido para influenciar o
                              outro, ou seja, no fim das contas, escolhas de estratégias discursivas4.)
                              (CHARAUDEAU, 2005, p.28)

     Um texto, portanto, nunca é isento, imparcial ou objetivo, ao contrário do que a mídia
costuma propagar. Todo texto é resultado de escolhas simultaneamente linguísticas e
ideológicas, portanto discursivas, e por isso não apenas reflete a realidade, como também a
refrata, criando uma realidade própria.
     A ideia de que qualquer discurso, não só o jornalístico, não apenas reflete a realidade,
mas a refrata, reconstrói, modifica, remonta a Bakhtin/Voloshinov, em Marxismo e Filosofia
da Linguagem. Segundo a obra, todo signo é ideológico, e é próprio da ideologia não só
reproduzir a realidade (refleti-la), como reproduzi-la modificada (refratá-la).
     Após afirmar que mesmo objetos físicos e instrumentos de produção podem se converter
em signos, dando como exemplo a ideologização da foice e do martelo no discurso socialista
em perspectiva soviética, assim como do pão e do vinho no discurso cristão em perspectiva
católica, os autores discorrem sobre a linguagem verbal. Se “tudo que é ideológico possui um
valor semiótico” (BAKHTIN/VOLOSHINOV, 1979, p.18), “esse aspecto semiótico (...) não
aparece em nenhum lugar de maneira mais clara e completa que na linguagem. A palavra é o
fenômeno ideológico por excelência. (...) A palavra é o modo mais puro e sensível de relação
social.” (idem, p. 22).
     Outra noção pertinente é trazida por Maingueneau (2010). Ele afirma que, além de ser
uma organização para além da frase, interativo, contextualizado, colocado em cena por um
sujeito e regido por normas, entre outras características, o discurso é uma forma de agir sobre


4
    Livre tradução do texto em francês.
o outro (MAINGUENEAU, 2010, p.33).

2.2 A linguagem como agir

     Quando pensamos na temática do trabalho, o agir é, sem dúvida, outro conceito
fundamental. Se o discurso é uma forma de agir sobre o outro, como afirma Maingueneau, é
importante pensar qual a relação entre linguagem e trabalho nessa perspectiva. Para isso,
traremos também de alguns tópicos fundamentais do interacionismo sociodiscursivo (ISD).
     Bronckart (1999 e 2006) e seu grupo, fundadores do movimento do ISD e adeptos da
psicologia interacionista, privilegiam o estudo da linguagem em suas dimensões textuais e/ou
discursivas. Para eles, as produções de textos e discursos são interdependentes de seu contexto
acional e social, daí a importância de se estudar esses produtos.
     Por acreditarem que a linguagem é constitutiva da expressão do agir humano, os
interacionistas opõe-se às proposições cognitivistas, neurocientistas e behavioristas de sua
abordagem. Os últimos procuram explicar o agir e o comportamento humano através de
análises neurobiológicas ou mesmo de condicionamentos psicológicos (no caso dos
behavioristas). Os interacionistas, por sua vez, levam em conta a historicidade humana,
interessando-se pelas condições de desenvolvimento das organizações sociais e interações
semióticas, de produção de significação.

                       Para a análise dos sistemas semióticos, o interacionismo utiliza abordagens
                       que consideram os fatos de linguagem como traços de condutas humanas
                       socialmente contextualizadas, isto é, o interacionismo se refere
                       preferencialmente aos trabalhos que integram dimensões psicossociais.
                       Trata-se de trabalhos centrados na interação verbal e, sobretudo no estudo e
                       análise dos gêneros e tipos textuais (...).” (VIANA, 2009, p.17-18)

    A partir de Vygotsky, Hegel e Marx, Bronckart (1999) afirma que a evolução das
espécies deu aos humanos um comportamento peculiar e a capacidade de criar instrumentos
para relacionar-se com o meio, interagir de forma cooperativa com os outros e desenvolver
linguagem verbal para com eles se comunicar. O autor “concebe a linguagem como atividade
social, acreditando que o processo histórico de socialização resulta nas propriedades
específicas de condutas humanas” (idem, p. 21). Para ele, a linguagem deve ser concebida não
apenas como “um meio de processos que seriam estritamente psicológicos (operação,
cognição, sentimentos, emoções)”, mas como “o instrumento fundador e organizador desses
processos, em suas dimensões especificamente humanas” (BRONCKART, 2006, p.122). A
linguagem para o ISD é, portanto, a maneira através da qual o homem se relaciona com o
meio.

3    ANTOLOGIA DE POEMAS SOBRE TRABALHADORES: DISCUSSÃO DE
EXEMPLOS

    Trouxemos acima conceitos que acreditamos serem os norteadores de nossa pesquisa. Da
análise linguística do discurso, resgatamos as ideias de que é através do discurso,
materializado nos mais diversos tipos de textos, que o homem mostra ao outro sua visão de
mundo, agindo sobre este interlocutor na busca por convencê-lo. Do interacionismo
sociodiscursivo, a noção de que é justamente através da linguagem que o homem consegue
organizar-se e agir sobre o mundo e o outro. Linguagem é, pois, ação.
    Passemos agora à análise de alguns exemplos do discurso literário. Retirados do livro
recém-lançado Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público,
coletânea de poemas brasileiros que trazem trabalhadores como protagonistas, esses textos
dão uma noção do trabalho que viemos fazendo e exemplificam um pouco os fundamentos
explicitados acima.
     Como já afirmamos o mais recente resultado de nossa pesquisa é uma antologia. São
textos retirados de obras pertencentes ao domínio público, cujos autores são falecidos há mais
de 70 anos. A exceção são os textos de Vinícius de Moraes, cuja publicação, sem fins
comerciais, foi recentemente autorizada pela família do poeta.
     Foi a partir da segunda metade do século XIX, quando o discurso realista surgiu na
literatura brasileira, que textos literários envolvidos com a temática do trabalho começaram a
realmente proliferar em nosso país. Nossa publicação, no entanto, buscou alcançar um
panorama mais amplo, trazendo poetas anteriores à época.
     O primeiro escritor a figurar em nossa antologia de poemas é Gregório de Mattos
(1623?1636?-1696). Sua extensa obra aborda as mais diversas temáticas. Entre elas está a
escravidão, em poemas nos quais tematiza as condições de trabalho a que eram submetidos os
escravos. No trecho que selecionamos abaixo, da “Crônica do Viver Baiano Setecentista”
(“Preceito 4”), a indignidade com que os escravos eram tratados por seus senhores é
denunciada.

                         Contados são, os que dão
                         a seus escravos ensino,
                         e muitos nem de comer,
                         sem Ihes perdoar serviço.
                         Oh quantos, e quantos há
                         de bigode fernandino,
                         que até de noite às escravas
                         pedem selários indignos,
                                (MATTOS, 20115, p.15-16)

    Sem educação ou sem alimentação adequadas, submetidas a trabalhos sem folga (“sem
lhes perdoar o serviço”) como os demais trabalhadores escravos, mulheres escravas ainda
eram obrigadas a terem relações sexuais com seus senhores. No excerto, há como
personagens os senhores, implícitos nos verbos ‘dar’ e ‘pedir’, e os trabalhadores escravos e
escravas, explicitados no texto; e, como tema, as más condições de trabalho. Como trata essas
condições em tom de denúncia, podemos dizer que o discurso se posiciona favoravelmente
aos escravos e contrariamente aos patrões.
    O segundo autor de nossa antologia é Alvarenga Peixoto (1744?-1792). Nos poemas que
selecionamos, o autor trata das temáticas do trabalho escravo e da exploração das riquezas
brasileiras por Portugal. No texto abaixo, “[Não me aflige do potro a viva quina]”, o
trabalhador personagem não se sente ferir somente pela escravidão, mas principalmente pela
saudade de sua família.

                         Grilhão pesado os passos não domina;
                         Cruel arrocho a testa me não fende;
                         À força perna ou braço se não rende;
                         Longa cadeia o colo não me inclina.
                         (...)
                         Estes males não sinto, é bem verdade;
                         Porém sinto outro mal inda mais duro:


5
  Os excertos de todos os poemas que citamos aqui foram retirados da antologia Poemas brasileiros sobre
trabalhadores. Por isso estão com 2011 como ano de publicação – na antologia, obviamente.
Da consorte e dos filhos a saudade!
                            (ALVARENGA PEIXOTO, 2011, p.24)

    Separado de sua família ao vir escravizado para o Brasil, os castigos do corpo não
atingem o trabalhador escravo, mas a tristeza lhe inflige grande dor.
     Também do século XVIII, Tomás Gonzaga (1744- 1810?) denuncia, entre os maus tratos
aos quais os escravos eram submetidos, punições a quem fugia de seus senhores. Na série de
poemas “cartas chilenas” referida metaforicamente à vida em vila rica, a “terceira carta”, da
qual destacamos um trecho abaixo, tematiza a construção de uma cadeia para escravos
fugidos.

                       E sabes, Doroteu, quem edifica
                       Esta grande cadeia? Não, não sabes.
                       Pois ouve, que eu t’o digo: um pobre chefe
                       Que, na corte, habitou em umas casas
                       Em que já nem abriam as janelas.
                       E sabes para quem? Também não sabes.
                       Pois eu também t’o digo: para uns negros
                       Que vivem (quando muito), em vis cabanas,
                       Fugidos dos senhores, lá nos matos.
                             (GONZAGA, 2011, p.36)

    São personagens os trabalhadores, desde o mestre de obras, “um pobre chefe”, e seus
funcionários (implícitos), até os escravos fugidos, que ficarão presos na cadeia.
    Por outro lado, e como uma das primeiras expoentes femininas na cultura literária
brasileira do século xix, há Maria Firmina dos reis (1825-1917), descendente de escravos.
Publicando na imprensa interiorana do maranhão, onde viveu, a poeta compôs um “Hino à
Liberdade dos Escravos”, em que canta a abolição da escravatura.

                       Salve Pátria do Progresso!
                       Salve! Salve Deus a Igualdade!
                       Salve! Salve o Sol que raiou hoje,
                       Difundindo a Liberdade!
                       Quebrou-se enfim a cadeia
                       Da nefanda Escravidão!
                       Aqueles que antes oprimias,
                       Hoje terás como irmão!
                             (REIS, 2011, p.53)

     Outro escritor que se coloca contrário à escravidão, contemporâneo da poeta, é Luiz
Gama (1830-1882). Com versos satíricos, o filho de uma escrava alforriada e de um
aristocrata de origem portuguesa que o vendeu como escravo faz críticas contundentes à elite
de sua época e à exploração da mão de obra escrava. Em “saudades do escravo”, tematiza as
agruras de um trabalhador escravo que, apesar de seu sofrimento vive livre em pensamento.

                       Escravo – não, não morri
                       Nos ferros da escravidão;
                       Lá nos palmares vivi,

                       Tenho livre o coração!
                       Nas faces ensanguentadas
                       Sinto as torturas de cá;
                       Deste corpo desgraçado
Meu espírito soltado
                      Não partiu – ficou-me lá!...
                      (...)
                      A liberdade que eu tive
                      Por escravo não perdi-a;
                      Minh’alma que lá só vive
                      Tornou-me a face sombria,
                      O zunir de fero açoite
                      Por estas sombras da noite
                      Não chega; não, aos palmares!
                      Lá tenho terra e flores...
                      Minha mãe... os meus amores...
                      Nuvens e céus... os meus lares!
                            (GAMA, 2011, p.68-69)

    A face ensanguentada pelas torturas não impede que o personagem protagonista,
trabalhador escravo, reviva a liberdade perdida.
    Ainda do século XIX, o mais ilustre descendente de escravos entre os escritores
brasileiros, Machado de Assis (1839-1908), aparece em nossa antologia com poemas que
apresentam os temas do trabalho e das relações entre trabalhador e empregador, nos quais o
trabalhador é visto não só como um lutador, mas como um vencedor. Em “13 de maio”, título
com explícita referência ao dia de assinatura da ‘Lei Áurea’ em 1888, o poeta conclama:
                      Brasileiros, pesai a longa vida
                      Da nossa pátria, e a curta vida nossa:
                      Se há dor que possa remorder, que possa
                      Odiar uma campanha, ora vencida,
                      Longe essa dor e os ódios seus extremos:
                      Vede que aquele doloroso orvalho
                      De sangue nesta guerra não vertemos...
                      União, brasileiros! E entoemos
                      O hino do trabalho.
                            (MACHADO DE ASSIS, 2011, p.73)

     O tema da escravidão também está na obra de Fagundes Varela (1841-1875). “Mauro, o
escravo” narra em versos um julgamento de um escravo que foi preso por defender sua irmã
de um estupro. A violência, incluindo a sexual, é outro tema forte no poema, assim como o
sofrimento imposto aos trabalhadores escravos por seus senhores. Em um dos trechos do
longo poema, o narrador-personagem alterna sua própria fala com falas de outras
personagens, inclusive do o escravo mauro, que revela o motivo de seu julgamento.

                      Não creias que eu tema! não creias que escravo
                      Suplícios me curvem, ai! não, que sou bravo!
                      Por que me condenas? que culpa me oprime,
                      Senão ter vedado que um monstro cruento,
                      De fogos impuros, lascivos, sedento,
                      Lançasse a inocência nas lamas do crime?
                      (...)
                      Oh! sim, sim, teu filho, no lúbrico afã,
                      Tentou à desonra levar minha irmã!
                      Ai! ela não tinha que um mísero irmão!...
                      Ergui-me em defesa; teus ferros esmagam,
                      Humilham, rebaixam, porém não apagam
Virtudes e crenças, dever e afeição!

                      Fiz bem! Deus me julga!Tu sabes meu crime,
                      O fero delito que a fronte me oprime,
                      As faltas nefandas, os negros horrores;
                      Agora prossegue, prossegue, estou mudo,
                      Condena-me agora que sabes de tudo,
                      Abafa-me ao peso de estólidas dores!
                             (FAGUNDES VARELA, 2011, p.94)

     Dando voz ao personagem Mauro, o narrador-personagem expõe o ponto de vista de um
escravo oprimido. Na voz do oprimido, sua causa fica ainda mais clara e parece ainda mais
justa aos olhos do leitor.
     Por outro lado, mais conhecido pelo poema épico “o navio negreiro”, Castro Alves
(1847-1871) é outro escritor que trazemos. O poeta, que tematiza o trabalho, as condições de
vida, o poder, a propriedade e s violência, produz um discurso abolicionista romântico, que
tem liberdade como um outro tema caro. Em “a canção do africano” trabalhadores escravos
cantam as saudades da terra natal, em meio a condições de via subumanas.
                      Lá na úmida senzala,
                      Sentado na estreita sala,
                      Junto ao braseiro, no chão,
                      Entoa o escravo o seu canto,
                      E ao cantar correm-lhe em pranto
                      Saudades do seu torrão...

                      De um lado, uma negra escrava
                      Os olhos no filho crava,
                      Que tem no colo a embalar...
                      E à meia voz lá responde
                      Ao canto, e o filhinho esconde,
                      Talvez pra não o escutar!

                      "Minha terra é lá bem longe,
                      Das bandas de onde o sol vem;
                      Esta terra é mais bonita,
                      Mas à outra eu quero bem!
                      (...)
                      "Lá todos vivem felizes,
                      Todos dançam no terreiro;
                      A gente lá não se vende
                      Como aqui, só por dinheiro".
                      (...)
                      O escravo então foi deitar-se,
                      Pois tinha de levantar-se
                      Bem antes do sol nascer,
                      E se tardasse, coitado,
                      Teria de ser surrado,
                      Pois bastava escravo ser.
                             (CASTRO ALVES, 2011, p112-113)

    A liberdade da vida na áfrica contrapõe-se à dureza da vida no Brasil, em que basta ser
escravo para ser surrado. Neste poema, Castro Alves ficcionalmente atribui voz aos
personagens escravos, contam ao leitor sua vida de privações.
Ainda no mesmo século, o filho de escravos Cruz e Souza (1861-1898) também explora
em seus poemas a temática do abolicionismo. Opõe escravidão e liberdade, comumente
associadas a escuridão e a luz, como em “Gritos de guerra”, poema no qual tece um elogio aos
senhores que libertam seus escravos.
                      Bem! A palavra dentro em vós escrita
                      Em colossais e rubros caracteres,
                      É valorosa, pródiga, infinita,
                      Tem proporções de claros rosicleres.
                      (...)
                      Quem como vós principiou na festa
                      Da liberdade vitoriosa e grande,
                      Há de sentir no coração a orquestra
                      Do amor que como um bom luar se expande.

                      Vamos! São horas de rasgar das frontes
                      Os véus sangrentos das fatais desgraças
                      E encher da luz dos vastos horizontes
                      Todos os tristes corações das raças...
                            (CRUZ E SOUZA, 2011, p.141-142)

     Na virada dos séculos XIX-XX, trazemos Olavo Bilac (1865-1918). Com o
abolicionismo, o tema da escravidão começa a perder força no discurso literário. Entretanto,
os trabalhadores continuam sendo explorados, como mostra o poema “O tear”.

                      A fieira zumbe, o piso estala, chia
                      O liço, range o estambre na cadeia;
                      A máquina dos Tempos, dia a dia,
                      Na música monótona vozeia.

                      Sem pressa, sem pesar, sem alegria,
                      Sem alma, o Tecelão, que cabeceia,
                      Carda, retorce, estira, asseda, fia,
                      Dobra e entrelaça, na infindável teia.
                            (BILAC, 2011, p.150)

     O personagem tecelão, em um trabalho monótono e sem alegria, faz seu trabalho de
forma quase automatizada. Sem alma, sem pressa, dia após dia, ele cumpre sua jornada e se
aliena em seu ofício. É o que também nos mostra augusto dos anjos (1884-1914). Desta vez, o
que o discurso tematiza não é apenas a monotonia na rotina do trabalho, mas também a
insalubridade nas condições de trabalho “numa forja”.
                      De inexplicáveis ânsias prisioneiro
                      Hoje entrei numa forja, ao meio-dia.
                      Trinta e seis graus à sombra. O éter possuía
                      A térmica violência de um braseiro.
                      Dentro, a cuspir escórias
                      De fúlgida limalha
                      Dardejando centelhas transitórias,
                      No horror da metalúrgica batalha
                      O ferro chiava e ria!
                             (ANJOS, 2011, p.158)
Narrado em primeira pessoa, o texto do poema não faz referência explícita aos
trabalhadores, que ficam implícitos como personagens. Mas mostra o interior de uma
indústria e seu ambiente de trabalho insalubre. A descrição dá ao leitor uma ideia de como os
trabalhadores deviam se sentir ali dentro, submetidos a altas temperaturas, à “violência de um
braseiro”, ao “horror da metalúrgica”.
     O último poeta incluído na antologia é Vinicius de Moraes (1913-1980). Recentemente
seus herdeiros autorizaram a publicação de seus textos em obras sem fim comercial, o que nos
possibilitou inclui-lo entre os demais na antologia. Conhecido pela dedicação ao tema do
amor entre homens e mulheres, Vinícius de Moraes também escreveu poemas e peças de
teatro tematizando o amor social e solidário dos seres humanos entre si, além de outros temas
sociais e políticos. No poema “o operário em construção”, o ‘poetinha’ discute a relação
capital/trabalho.
                       Era ele que erguia casas
                       Onde antes só havia chão.
                       Como um pássaro sem asas
                       Ele subia com as casas
                       Que lhe brotavam da mão.
                       Mas tudo desconhecia
                       De sua grande missão:
                       Não sabia, por exemplo
                       Que a casa de um homem é um templo
                       Um templo sem religião
                       Como tampouco sabia
                       Que a casa que ele fazia
                       Sendo a sua liberdade
                       Era a sua escravidão.
                              (MORAES, 2011, p.168)

    Escravidão aqui refere-se metaforicamente não mais ao trabalho forçado e sem
remunerado, mas ao trabalho assalariado mal pago e sem reconhecimento social. Quando
percebe toda a injustiça à qual é submetido, o operário, personagem principal do poema,
finalmente entende a sua missão histórica e passa a lutar contra as desigualdades que vê à sua
volta.

                       E foi assim que o operário
                       Do edifício em construção
                       Que sempre dizia sim
                       Começou a dizer não.
                       E aprendeu a notar coisas
                       A que não dava atenção:
                       Notou que sua marmita
                       Era o prato do patrão
                       Que sua cerveja preta
                       Era o uísque do patrão
                       Que seu macacão de zuarte
                       Era o terno do patrão
                       Que o casebre onde morava
                       Era a mansão do patrão
                       Que seus dois pés andarilhos
                       Eram as rodas do patrão
                       Que a dureza do seu dia
                       Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
                       Era amiga do patrão.
                             (Idem, p.170-171)

    A mais-valia, subtema do trabalho no sistema capitalista, fica clara na estrofe acima. O
trabalho do operário, que lhe rende um salário indigno, enriquece seu patrão.

3   CONSIDERAÇÕES FINAIS

     Neste artigo buscamos ressaltar algumas relações entre os temas linguagem, trabalho,
educação e cultura. Além de apresentar alguns conceitos para a pesquisa na área,
apresentamos exemplos principalmente do discurso literário. Retirados do livro Poemas
brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público, esses excertos de textos
em verso trazem trabalhadores como protagonistas e defendem o seu ponto de vista.
     Se a temática da escravidão é a mais recorrente nesses textos de domínio público, vimos
que já no fim do século xix outros temas aparecem no discurso literário brasileiro, como a
alienação, a mais-valia e as condições subumanas de trabalho.
     O motivo principal que justifica esse e outros trabalhos como os mencionados no início é
acreditarmos que em nossa sociedade e nos mais diversos discursos que nela circulam, há uma
tendência ao apagamento dos trabalhadores e de sua visão de mundo. Personagens
desprestigiados socialmente, eles ficam à margem da literatura, do jornalismo e mesmo do
discurso didático. Isso acontece mesmo em um país no qual a maior parte da população é de
trabalhadores, como o nosso.
     Com a antologia, assim como com os demais trabalhos que desenvolvemos, pretendemos
contribuir para reverter tal situação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVARENGA PEIXOTO, Inácio José de. [Não me aflige do potro a viva quina]. In: FARIA
et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público.
Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.24.

ANJOS, Augusto dos. Numa forja. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre
trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz
(Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.158-160.

BAKHTIN, Mikhail/VOLOSHINOV, Valentin. Marxismo e filosofia da linguagem. São
Paulo: Hucitec, 1979 [1929].

BILAC, Olavo. O tear. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores:
uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras
da UFMG), 2011, p.150-151.

BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos. Por um
interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: EDUC, 1999.

______________________. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano.
São Paulo: Mercado de Letras, 2006.
CASTRO ALVES, Antônio Frederico de. A canção do africano. In: FARIA et al (org.).
Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo
Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.112-113.

CHARAUDEAU, Patrick. Les médias et l’information – L’impossible transparence du
discours. Bruxelles: Ed. De Boeck Université, 2005.

CRUZ E SOUSA, João. Gritos de Guerra. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre
trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz
(Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.141-143.

DUARTE, Francisco, FEITOSA, Vera (org.) Linguagem e Trabalho. Rio de Janeiro,
Lucena/COPPE-UFRJ, 1998.

FAGUNDES VARELA, Luiz Nicolau. Mauro, o escravo In: FARIA et al (org.). Poemas
brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte:
Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.89-110.

FARIA, Antônio Augusto Moreira de, PINTO, Rosalvo Gonçales et al. (orgs.). Poemas
brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte:
Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011.

FIORIN, José Luiz. Linguagem e ideologia. 7ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2001.

________________. Elementos de análise do discurso. 13ª impressão. São Paulo: Contexto,
2005.

GAMA, Luiz Gonzaga. Saudades do escravo. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros
sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva
Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.68-70.

GONZAGA, Tomaz Antônio. Cartas chilenas. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros
sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva
Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.33-40.

GUALBERTO, Clarice Lage. Linguagem, Trabalho e Educação: estudo exploratório de
livros didáticos para E.J.A. Belo Horizonte, 2012. Dissertação (Mestrado em Estudos
Linguísticos) - Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais.

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brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte:
Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.73.

MAINGUENEAU, Dominique. Analyser les textes de communications. Paris: Armand
Colin Éditeur, 2010.

MATTOS, Gregório de. Crônica do viver baiano setecentista. In: FARIA et al (org.). Poemas
brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte:
Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.15-16.
MORAES, Vinícius de. O operário em construção. In: FARIA et al (org.). Poemas
brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte:
Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.168-173.

REIS, Maria Firmina dos. Hino à liberdade dos escravos. In: FARIA et al (org.). Poemas
brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte:
Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.53.

SOARES, Maria Juliana Horta. Aspectos intra e interdiscursivos de um jornal: análise de
notícias sobre transporte e trânsito no Estado de Minas (1955-1956 e 2005-2006). Belo
Horizonte, 2009. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) - Faculdade de Letras,
Universidade Federal de Minas Gerais.

SOUZA-E-SILVA, M. C. P., FAlTA, Daniel (Orgs.). Linguagem e Trabalho: construção
de objetos de análise no Brasil e na França. São Paulo: Cortez Editora, 2002.

VIANA, Priscila Lopes. Análise de Estratégias Linguístico-Discursivas Constitutivas do
Gênero Textual “Santinho Político”. Belo Horizonte, 2009. Dissertação (Mestrado em
estudos linguísticos) - Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais.


Abstract: This is a research from a study group from the Faculty of Letters of Federal
University of Minas Gerais (FALE/UFMG). Students from undergraduation, graduation,
Master’s Degree and Ph.D, supervised by FALE professors, have been together for three
years to evaluate how workers appear in the various discourses that circulate in our society,
such as the literary, the journalistic and the didactic ones. As a result an anthology was
published and released in the end of 2011, containing Brazilian poems highlighting this
working theme. Poemas sobre trabalhadores: uma antologia brasileira de domínio público, by
Editora Viva Voz (FALE/UFMG), will be soon available throughout the internet. In this
paper we present, besides this anthology, a wider view of the research we have been working
on. We discuss some fundamental concepts for our group, such as the sociodiscoursive
interactionism and the Discourse Analysis.

Key-words: language and work, sociodiscoursive interactionism, Discourse Analysis

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EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
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Linguagem, trabalho, educação e cultura: poemas brasileiros sobre trabalhadores, entre outros discursos

  • 1. LINGUAGEM, TRABALHO, EDUCAÇÃO E CULTURA: POEMAS BRASILEIROS SOBRE TRABALHADORES, ENTRE OUTROS DISCURSOS Maria Juliana Horta Soares1 – mariajulianasoares@gmail.com Rosalvo Gonçalves Pinto2 – rosalvopinto@gmail.com Antônio Augusto Moreira de Faria3 – aamf@ufmg.br Faculdade de Letras / UFMG Avenida Antônio Carlos, 6627, Pampulha Belo Horizonte/MG - CEP: 31270-901 Resumo: Neste artigo apresentamos resultado do trabalho desenvolvido na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (FALE/UFMG) por um grupo de ensino, pesquisa e extensão focado no estudo das relações entre linguagem, trabalho, educação e cultura. Alunos de graduação, especialização, mestrado e doutorado, orientados por professores da faculdade, estudam discursos sobre trabalhadores nos mais diversos gêneros em circulação na nossa sociedade, entre eles o literário, o jornalístico e o educacional. Um dos resultados da pesquisa foi a publicação, sem fins comerciais, do livro Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público, disponível tanto na versão impressa quanto na internet. O presente artigo apresenta, além da antologia, uma visão geral do trabalho que vem sendo desenvolvido pela equipe. E, ainda, discute alguns conceitos norteadores da análise linguística do discurso e do interacionismo sociodiscursivo, fundamentos teóricos dos nossos estudos. Palavras-chave: linguagem e trabalho, análise do discurso, interacionismo sociodiscursivo 1 INTRODUÇÃO Este artigo relata e discute atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais há cerca de três anos por uma equipe de dois professores e seus estudantes orientandos de graduação, especialização, mestrado e doutorado, todos interessados nas relações entre linguagem, trabalho, educação e cultura. Uma das nossas principais atividades é analisar discursos – jornalísticos, literários e educacionais - em que o trabalhador esteja entre as personagens principais. No caso do discurso literário, como primeira etapa da pesquisa vem sendo realizado um levantamento de poemas, contos, crônicas e romances nos quais o trabalhador figura não como mero coadjuvante, mas como personagem protagonista. Remamos contra a corrente: nossa perspectiva tem sido historicamente preterida, por razões como o desinteresse ideológico tanto pelas personagens desprestigiadas econômica e socioculturalmente quanto pela temática das relações entre empregadores e empregados, ou seja, entre capital e trabalho. No discurso jornalístico, uma de nossas pesquisas, da doutoranda Maria Juliana Soares, 1 Doutoranda na UFMG (Faculdade de Letras, Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos). 2 Doutor em Linguística pela UFMG; professor da Faculdade de Letras da UFMG. 3 Doutor em Linguística pela USP; professor da UFMG, Faculdade de Letras.
  • 2. focaliza os trabalhadores personagens de artigos e reportagens sobre a crise econômica mundial iniciada em 2008. A pesquisa dá continuidade ao mestrado da aluna, defendido na FALE há quatro anos (SOARES, 2008). Outra pesquisa, da doutoranda Priscila Viana, que defendeu seu mestrado em 2009 (VIANA, 2009), dedica-se tanto ao discurso jornalístico (reportagens) sobre trabalhadoras domésticas quanto ao discurso literário: novelas, contos e romances em que elas são personagens. Há ainda pesquisa sobre o discurso educacional: análise de livros didáticos destinados à educação de jovens e adultos trabalhadores - EJA. A pesquisa de mestrado de Clarice Gualberto (GUALBERTO, 2012) busca apreender como o trabalho e o trabalhador são tratados nessa modalidade de discurso educacional. Algumas destas atividades de pesquisa desdobram-se também em extensão universitária, no caso o CIPMOI - Curso Intensivo de Preparação de Mão de Obra Industrial. O curso, que funciona desde 1957 na Escola de Engenharia, oferece aperfeiçoamento profissional a trabalhadores, principalmente operários da construção civil. No CIPMOI, as aulas para os trabalhadores-alunos são ministradas por instrutores estagiários: estudantes de engenharia e outros cursos, supervisionados por professores de engenharia, letras e pedagogia. O presente artigo se concentrará em um aspecto das atividades de ensino e pesquisa relacionadas ao discurso literário, já que um resultado recente delas é a coletânea Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público (FARIA et al., org., 2011). No artigo, além de apresentar esta primeira antologia, analisando alguns exemplos dela retirados, discutiremos alguns conceitos importantes para nossa pesquisa, localizados teoricamente na análise linguística do discurso e no interacionismo sociodiscursivo. Cabe ressaltar que outros grupos de estudos contribuem significativamente para a compreensão das relações entre linguagem e trabalho. São exemplos as publicações de SOUZA-E-SILVA & FAÏTA (2002) e DUARTE & FEITOSA (1998), assim como os trabalhos realizados pelos grupos Atelier e Alter-ISD, da pós-graduação em linguística na PUC-SP (LAEL/PUC-SP), entre outros que se desenvolveram no Brasil desde meados da década de 1990. 2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS 2.1 Discurso, ideologia, reflexo e refração A primeira noção aqui, por ser fundamental para nossos estudos, é a de discurso, compreendido como “um conjunto de temas e figuras que materializa uma dada visão de mundo” (FIORIN, 2005, p.32). Para o autor, o discurso está, ainda, ligado à noção de conteúdo, enquanto o texto é definido como articulação entre o conteúdo e sua expressão, seu suporte, articulação também denominada manifestação. O signo linguístico é formado por dois componentes: um conceito e um suporte do conceito, que serve para expressá-lo, manifestá-lo, veiculá-lo. Ao conceito chama-se significado ou conteúdo; ao suporte denomina-se significante ou expressão. (...) O discurso pertence ao plano do conteúdo. Ele é manifestado por um plano de expressão. A manifestação é, portanto, o encontro de um plano de conteúdo com um plano de expressão, que pode ter como [suporte] material qualquer língua natural ou um meio não-verbal de expressão, como o cinema, a pintura, a gestualidade, a fotografia etc. Neste nível surge o texto. Enquanto o discurso pertence exclusivamente ao plano do conteúdo, o texto faz parte do nível da manifestação. (FIORIN, 2001, p.37-38)
  • 3. Um texto, ou materialidade textual, veicula, portanto, um conteúdo, expressa uma determinada visão de mundo. Por isto, quando são selecionados poemas em que trabalhadores figuram como personagens protagonistas, são selecionados textos em verso (materialidade) que exponham visões de mundo nas quais os trabalhadores são protagonistas. Isso quer dizer que o conteúdo das poesias (referente às relações trabalhistas, às relações afetivas, às relações culturais etc.) retrata a vida de trabalhadores. Algo semelhante acontece no discurso jornalístico. Assim como um poeta escolhe seus personagens, um jornalista escolhe tanto as personagens a quem dar voz quanto à visão de mundo que surge a partir das personagens e dos temas aos quais elas são relacionadas. Uma matéria sobre a crise econômica mundial pode focar o prejuízo de empresas, numa visão de mundo empresarial, ou o número de trabalhadores dispensados devido a reduções de produção, numa visão de mundo sindical. É o que também podemos ver em matérias jornalísticas que tenham domésticas como personagens. A matéria pode analisar a luta por direitos iguais aos de outros trabalhadores como justa ou alegar que atendimento a tal reivindicação traria gastos excessivos aos empregadores. Tudo é uma questão de escolha, como esclarece Charaudeau (2005). Essas escolhas não se norteiam somente em função da clareza linguística, afirma o autor, mas também dos efeitos ideológicos que se pretende causar no leitor. Communiquer, informer, tout est choix. Non pas seulement choix de contenus à transmettre, nos pas seulement choix de formes adéquates pour être conforme à des normes de bien parler et de clarté, mais choix d’effets de sens pour influencer l’autre, c’est-à-dire, au bout du compte choix de stratégies discursives. (Comunicar, informar, tudo é escolha. Não somente de conteúdos a serem transmitidos ou de formas adequadas às normas do bem falar e de clareza, mas escolha de efeitos de sentido para influenciar o outro, ou seja, no fim das contas, escolhas de estratégias discursivas4.) (CHARAUDEAU, 2005, p.28) Um texto, portanto, nunca é isento, imparcial ou objetivo, ao contrário do que a mídia costuma propagar. Todo texto é resultado de escolhas simultaneamente linguísticas e ideológicas, portanto discursivas, e por isso não apenas reflete a realidade, como também a refrata, criando uma realidade própria. A ideia de que qualquer discurso, não só o jornalístico, não apenas reflete a realidade, mas a refrata, reconstrói, modifica, remonta a Bakhtin/Voloshinov, em Marxismo e Filosofia da Linguagem. Segundo a obra, todo signo é ideológico, e é próprio da ideologia não só reproduzir a realidade (refleti-la), como reproduzi-la modificada (refratá-la). Após afirmar que mesmo objetos físicos e instrumentos de produção podem se converter em signos, dando como exemplo a ideologização da foice e do martelo no discurso socialista em perspectiva soviética, assim como do pão e do vinho no discurso cristão em perspectiva católica, os autores discorrem sobre a linguagem verbal. Se “tudo que é ideológico possui um valor semiótico” (BAKHTIN/VOLOSHINOV, 1979, p.18), “esse aspecto semiótico (...) não aparece em nenhum lugar de maneira mais clara e completa que na linguagem. A palavra é o fenômeno ideológico por excelência. (...) A palavra é o modo mais puro e sensível de relação social.” (idem, p. 22). Outra noção pertinente é trazida por Maingueneau (2010). Ele afirma que, além de ser uma organização para além da frase, interativo, contextualizado, colocado em cena por um sujeito e regido por normas, entre outras características, o discurso é uma forma de agir sobre 4 Livre tradução do texto em francês.
  • 4. o outro (MAINGUENEAU, 2010, p.33). 2.2 A linguagem como agir Quando pensamos na temática do trabalho, o agir é, sem dúvida, outro conceito fundamental. Se o discurso é uma forma de agir sobre o outro, como afirma Maingueneau, é importante pensar qual a relação entre linguagem e trabalho nessa perspectiva. Para isso, traremos também de alguns tópicos fundamentais do interacionismo sociodiscursivo (ISD). Bronckart (1999 e 2006) e seu grupo, fundadores do movimento do ISD e adeptos da psicologia interacionista, privilegiam o estudo da linguagem em suas dimensões textuais e/ou discursivas. Para eles, as produções de textos e discursos são interdependentes de seu contexto acional e social, daí a importância de se estudar esses produtos. Por acreditarem que a linguagem é constitutiva da expressão do agir humano, os interacionistas opõe-se às proposições cognitivistas, neurocientistas e behavioristas de sua abordagem. Os últimos procuram explicar o agir e o comportamento humano através de análises neurobiológicas ou mesmo de condicionamentos psicológicos (no caso dos behavioristas). Os interacionistas, por sua vez, levam em conta a historicidade humana, interessando-se pelas condições de desenvolvimento das organizações sociais e interações semióticas, de produção de significação. Para a análise dos sistemas semióticos, o interacionismo utiliza abordagens que consideram os fatos de linguagem como traços de condutas humanas socialmente contextualizadas, isto é, o interacionismo se refere preferencialmente aos trabalhos que integram dimensões psicossociais. Trata-se de trabalhos centrados na interação verbal e, sobretudo no estudo e análise dos gêneros e tipos textuais (...).” (VIANA, 2009, p.17-18) A partir de Vygotsky, Hegel e Marx, Bronckart (1999) afirma que a evolução das espécies deu aos humanos um comportamento peculiar e a capacidade de criar instrumentos para relacionar-se com o meio, interagir de forma cooperativa com os outros e desenvolver linguagem verbal para com eles se comunicar. O autor “concebe a linguagem como atividade social, acreditando que o processo histórico de socialização resulta nas propriedades específicas de condutas humanas” (idem, p. 21). Para ele, a linguagem deve ser concebida não apenas como “um meio de processos que seriam estritamente psicológicos (operação, cognição, sentimentos, emoções)”, mas como “o instrumento fundador e organizador desses processos, em suas dimensões especificamente humanas” (BRONCKART, 2006, p.122). A linguagem para o ISD é, portanto, a maneira através da qual o homem se relaciona com o meio. 3 ANTOLOGIA DE POEMAS SOBRE TRABALHADORES: DISCUSSÃO DE EXEMPLOS Trouxemos acima conceitos que acreditamos serem os norteadores de nossa pesquisa. Da análise linguística do discurso, resgatamos as ideias de que é através do discurso, materializado nos mais diversos tipos de textos, que o homem mostra ao outro sua visão de mundo, agindo sobre este interlocutor na busca por convencê-lo. Do interacionismo sociodiscursivo, a noção de que é justamente através da linguagem que o homem consegue organizar-se e agir sobre o mundo e o outro. Linguagem é, pois, ação. Passemos agora à análise de alguns exemplos do discurso literário. Retirados do livro recém-lançado Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público,
  • 5. coletânea de poemas brasileiros que trazem trabalhadores como protagonistas, esses textos dão uma noção do trabalho que viemos fazendo e exemplificam um pouco os fundamentos explicitados acima. Como já afirmamos o mais recente resultado de nossa pesquisa é uma antologia. São textos retirados de obras pertencentes ao domínio público, cujos autores são falecidos há mais de 70 anos. A exceção são os textos de Vinícius de Moraes, cuja publicação, sem fins comerciais, foi recentemente autorizada pela família do poeta. Foi a partir da segunda metade do século XIX, quando o discurso realista surgiu na literatura brasileira, que textos literários envolvidos com a temática do trabalho começaram a realmente proliferar em nosso país. Nossa publicação, no entanto, buscou alcançar um panorama mais amplo, trazendo poetas anteriores à época. O primeiro escritor a figurar em nossa antologia de poemas é Gregório de Mattos (1623?1636?-1696). Sua extensa obra aborda as mais diversas temáticas. Entre elas está a escravidão, em poemas nos quais tematiza as condições de trabalho a que eram submetidos os escravos. No trecho que selecionamos abaixo, da “Crônica do Viver Baiano Setecentista” (“Preceito 4”), a indignidade com que os escravos eram tratados por seus senhores é denunciada. Contados são, os que dão a seus escravos ensino, e muitos nem de comer, sem Ihes perdoar serviço. Oh quantos, e quantos há de bigode fernandino, que até de noite às escravas pedem selários indignos, (MATTOS, 20115, p.15-16) Sem educação ou sem alimentação adequadas, submetidas a trabalhos sem folga (“sem lhes perdoar o serviço”) como os demais trabalhadores escravos, mulheres escravas ainda eram obrigadas a terem relações sexuais com seus senhores. No excerto, há como personagens os senhores, implícitos nos verbos ‘dar’ e ‘pedir’, e os trabalhadores escravos e escravas, explicitados no texto; e, como tema, as más condições de trabalho. Como trata essas condições em tom de denúncia, podemos dizer que o discurso se posiciona favoravelmente aos escravos e contrariamente aos patrões. O segundo autor de nossa antologia é Alvarenga Peixoto (1744?-1792). Nos poemas que selecionamos, o autor trata das temáticas do trabalho escravo e da exploração das riquezas brasileiras por Portugal. No texto abaixo, “[Não me aflige do potro a viva quina]”, o trabalhador personagem não se sente ferir somente pela escravidão, mas principalmente pela saudade de sua família. Grilhão pesado os passos não domina; Cruel arrocho a testa me não fende; À força perna ou braço se não rende; Longa cadeia o colo não me inclina. (...) Estes males não sinto, é bem verdade; Porém sinto outro mal inda mais duro: 5 Os excertos de todos os poemas que citamos aqui foram retirados da antologia Poemas brasileiros sobre trabalhadores. Por isso estão com 2011 como ano de publicação – na antologia, obviamente.
  • 6. Da consorte e dos filhos a saudade! (ALVARENGA PEIXOTO, 2011, p.24) Separado de sua família ao vir escravizado para o Brasil, os castigos do corpo não atingem o trabalhador escravo, mas a tristeza lhe inflige grande dor. Também do século XVIII, Tomás Gonzaga (1744- 1810?) denuncia, entre os maus tratos aos quais os escravos eram submetidos, punições a quem fugia de seus senhores. Na série de poemas “cartas chilenas” referida metaforicamente à vida em vila rica, a “terceira carta”, da qual destacamos um trecho abaixo, tematiza a construção de uma cadeia para escravos fugidos. E sabes, Doroteu, quem edifica Esta grande cadeia? Não, não sabes. Pois ouve, que eu t’o digo: um pobre chefe Que, na corte, habitou em umas casas Em que já nem abriam as janelas. E sabes para quem? Também não sabes. Pois eu também t’o digo: para uns negros Que vivem (quando muito), em vis cabanas, Fugidos dos senhores, lá nos matos. (GONZAGA, 2011, p.36) São personagens os trabalhadores, desde o mestre de obras, “um pobre chefe”, e seus funcionários (implícitos), até os escravos fugidos, que ficarão presos na cadeia. Por outro lado, e como uma das primeiras expoentes femininas na cultura literária brasileira do século xix, há Maria Firmina dos reis (1825-1917), descendente de escravos. Publicando na imprensa interiorana do maranhão, onde viveu, a poeta compôs um “Hino à Liberdade dos Escravos”, em que canta a abolição da escravatura. Salve Pátria do Progresso! Salve! Salve Deus a Igualdade! Salve! Salve o Sol que raiou hoje, Difundindo a Liberdade! Quebrou-se enfim a cadeia Da nefanda Escravidão! Aqueles que antes oprimias, Hoje terás como irmão! (REIS, 2011, p.53) Outro escritor que se coloca contrário à escravidão, contemporâneo da poeta, é Luiz Gama (1830-1882). Com versos satíricos, o filho de uma escrava alforriada e de um aristocrata de origem portuguesa que o vendeu como escravo faz críticas contundentes à elite de sua época e à exploração da mão de obra escrava. Em “saudades do escravo”, tematiza as agruras de um trabalhador escravo que, apesar de seu sofrimento vive livre em pensamento. Escravo – não, não morri Nos ferros da escravidão; Lá nos palmares vivi, Tenho livre o coração! Nas faces ensanguentadas Sinto as torturas de cá; Deste corpo desgraçado
  • 7. Meu espírito soltado Não partiu – ficou-me lá!... (...) A liberdade que eu tive Por escravo não perdi-a; Minh’alma que lá só vive Tornou-me a face sombria, O zunir de fero açoite Por estas sombras da noite Não chega; não, aos palmares! Lá tenho terra e flores... Minha mãe... os meus amores... Nuvens e céus... os meus lares! (GAMA, 2011, p.68-69) A face ensanguentada pelas torturas não impede que o personagem protagonista, trabalhador escravo, reviva a liberdade perdida. Ainda do século XIX, o mais ilustre descendente de escravos entre os escritores brasileiros, Machado de Assis (1839-1908), aparece em nossa antologia com poemas que apresentam os temas do trabalho e das relações entre trabalhador e empregador, nos quais o trabalhador é visto não só como um lutador, mas como um vencedor. Em “13 de maio”, título com explícita referência ao dia de assinatura da ‘Lei Áurea’ em 1888, o poeta conclama: Brasileiros, pesai a longa vida Da nossa pátria, e a curta vida nossa: Se há dor que possa remorder, que possa Odiar uma campanha, ora vencida, Longe essa dor e os ódios seus extremos: Vede que aquele doloroso orvalho De sangue nesta guerra não vertemos... União, brasileiros! E entoemos O hino do trabalho. (MACHADO DE ASSIS, 2011, p.73) O tema da escravidão também está na obra de Fagundes Varela (1841-1875). “Mauro, o escravo” narra em versos um julgamento de um escravo que foi preso por defender sua irmã de um estupro. A violência, incluindo a sexual, é outro tema forte no poema, assim como o sofrimento imposto aos trabalhadores escravos por seus senhores. Em um dos trechos do longo poema, o narrador-personagem alterna sua própria fala com falas de outras personagens, inclusive do o escravo mauro, que revela o motivo de seu julgamento. Não creias que eu tema! não creias que escravo Suplícios me curvem, ai! não, que sou bravo! Por que me condenas? que culpa me oprime, Senão ter vedado que um monstro cruento, De fogos impuros, lascivos, sedento, Lançasse a inocência nas lamas do crime? (...) Oh! sim, sim, teu filho, no lúbrico afã, Tentou à desonra levar minha irmã! Ai! ela não tinha que um mísero irmão!... Ergui-me em defesa; teus ferros esmagam, Humilham, rebaixam, porém não apagam
  • 8. Virtudes e crenças, dever e afeição! Fiz bem! Deus me julga!Tu sabes meu crime, O fero delito que a fronte me oprime, As faltas nefandas, os negros horrores; Agora prossegue, prossegue, estou mudo, Condena-me agora que sabes de tudo, Abafa-me ao peso de estólidas dores! (FAGUNDES VARELA, 2011, p.94) Dando voz ao personagem Mauro, o narrador-personagem expõe o ponto de vista de um escravo oprimido. Na voz do oprimido, sua causa fica ainda mais clara e parece ainda mais justa aos olhos do leitor. Por outro lado, mais conhecido pelo poema épico “o navio negreiro”, Castro Alves (1847-1871) é outro escritor que trazemos. O poeta, que tematiza o trabalho, as condições de vida, o poder, a propriedade e s violência, produz um discurso abolicionista romântico, que tem liberdade como um outro tema caro. Em “a canção do africano” trabalhadores escravos cantam as saudades da terra natal, em meio a condições de via subumanas. Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, Entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torrão... De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar... E à meia voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez pra não o escutar! "Minha terra é lá bem longe, Das bandas de onde o sol vem; Esta terra é mais bonita, Mas à outra eu quero bem! (...) "Lá todos vivem felizes, Todos dançam no terreiro; A gente lá não se vende Como aqui, só por dinheiro". (...) O escravo então foi deitar-se, Pois tinha de levantar-se Bem antes do sol nascer, E se tardasse, coitado, Teria de ser surrado, Pois bastava escravo ser. (CASTRO ALVES, 2011, p112-113) A liberdade da vida na áfrica contrapõe-se à dureza da vida no Brasil, em que basta ser escravo para ser surrado. Neste poema, Castro Alves ficcionalmente atribui voz aos personagens escravos, contam ao leitor sua vida de privações.
  • 9. Ainda no mesmo século, o filho de escravos Cruz e Souza (1861-1898) também explora em seus poemas a temática do abolicionismo. Opõe escravidão e liberdade, comumente associadas a escuridão e a luz, como em “Gritos de guerra”, poema no qual tece um elogio aos senhores que libertam seus escravos. Bem! A palavra dentro em vós escrita Em colossais e rubros caracteres, É valorosa, pródiga, infinita, Tem proporções de claros rosicleres. (...) Quem como vós principiou na festa Da liberdade vitoriosa e grande, Há de sentir no coração a orquestra Do amor que como um bom luar se expande. Vamos! São horas de rasgar das frontes Os véus sangrentos das fatais desgraças E encher da luz dos vastos horizontes Todos os tristes corações das raças... (CRUZ E SOUZA, 2011, p.141-142) Na virada dos séculos XIX-XX, trazemos Olavo Bilac (1865-1918). Com o abolicionismo, o tema da escravidão começa a perder força no discurso literário. Entretanto, os trabalhadores continuam sendo explorados, como mostra o poema “O tear”. A fieira zumbe, o piso estala, chia O liço, range o estambre na cadeia; A máquina dos Tempos, dia a dia, Na música monótona vozeia. Sem pressa, sem pesar, sem alegria, Sem alma, o Tecelão, que cabeceia, Carda, retorce, estira, asseda, fia, Dobra e entrelaça, na infindável teia. (BILAC, 2011, p.150) O personagem tecelão, em um trabalho monótono e sem alegria, faz seu trabalho de forma quase automatizada. Sem alma, sem pressa, dia após dia, ele cumpre sua jornada e se aliena em seu ofício. É o que também nos mostra augusto dos anjos (1884-1914). Desta vez, o que o discurso tematiza não é apenas a monotonia na rotina do trabalho, mas também a insalubridade nas condições de trabalho “numa forja”. De inexplicáveis ânsias prisioneiro Hoje entrei numa forja, ao meio-dia. Trinta e seis graus à sombra. O éter possuía A térmica violência de um braseiro. Dentro, a cuspir escórias De fúlgida limalha Dardejando centelhas transitórias, No horror da metalúrgica batalha O ferro chiava e ria! (ANJOS, 2011, p.158)
  • 10. Narrado em primeira pessoa, o texto do poema não faz referência explícita aos trabalhadores, que ficam implícitos como personagens. Mas mostra o interior de uma indústria e seu ambiente de trabalho insalubre. A descrição dá ao leitor uma ideia de como os trabalhadores deviam se sentir ali dentro, submetidos a altas temperaturas, à “violência de um braseiro”, ao “horror da metalúrgica”. O último poeta incluído na antologia é Vinicius de Moraes (1913-1980). Recentemente seus herdeiros autorizaram a publicação de seus textos em obras sem fim comercial, o que nos possibilitou inclui-lo entre os demais na antologia. Conhecido pela dedicação ao tema do amor entre homens e mulheres, Vinícius de Moraes também escreveu poemas e peças de teatro tematizando o amor social e solidário dos seres humanos entre si, além de outros temas sociais e políticos. No poema “o operário em construção”, o ‘poetinha’ discute a relação capital/trabalho. Era ele que erguia casas Onde antes só havia chão. Como um pássaro sem asas Ele subia com as casas Que lhe brotavam da mão. Mas tudo desconhecia De sua grande missão: Não sabia, por exemplo Que a casa de um homem é um templo Um templo sem religião Como tampouco sabia Que a casa que ele fazia Sendo a sua liberdade Era a sua escravidão. (MORAES, 2011, p.168) Escravidão aqui refere-se metaforicamente não mais ao trabalho forçado e sem remunerado, mas ao trabalho assalariado mal pago e sem reconhecimento social. Quando percebe toda a injustiça à qual é submetido, o operário, personagem principal do poema, finalmente entende a sua missão histórica e passa a lutar contra as desigualdades que vê à sua volta. E foi assim que o operário Do edifício em construção Que sempre dizia sim Começou a dizer não. E aprendeu a notar coisas A que não dava atenção: Notou que sua marmita Era o prato do patrão Que sua cerveja preta Era o uísque do patrão Que seu macacão de zuarte Era o terno do patrão Que o casebre onde morava Era a mansão do patrão Que seus dois pés andarilhos Eram as rodas do patrão Que a dureza do seu dia Era a noite do patrão
  • 11. Que sua imensa fadiga Era amiga do patrão. (Idem, p.170-171) A mais-valia, subtema do trabalho no sistema capitalista, fica clara na estrofe acima. O trabalho do operário, que lhe rende um salário indigno, enriquece seu patrão. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste artigo buscamos ressaltar algumas relações entre os temas linguagem, trabalho, educação e cultura. Além de apresentar alguns conceitos para a pesquisa na área, apresentamos exemplos principalmente do discurso literário. Retirados do livro Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público, esses excertos de textos em verso trazem trabalhadores como protagonistas e defendem o seu ponto de vista. Se a temática da escravidão é a mais recorrente nesses textos de domínio público, vimos que já no fim do século xix outros temas aparecem no discurso literário brasileiro, como a alienação, a mais-valia e as condições subumanas de trabalho. O motivo principal que justifica esse e outros trabalhos como os mencionados no início é acreditarmos que em nossa sociedade e nos mais diversos discursos que nela circulam, há uma tendência ao apagamento dos trabalhadores e de sua visão de mundo. Personagens desprestigiados socialmente, eles ficam à margem da literatura, do jornalismo e mesmo do discurso didático. Isso acontece mesmo em um país no qual a maior parte da população é de trabalhadores, como o nosso. Com a antologia, assim como com os demais trabalhos que desenvolvemos, pretendemos contribuir para reverter tal situação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA PEIXOTO, Inácio José de. [Não me aflige do potro a viva quina]. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.24. ANJOS, Augusto dos. Numa forja. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.158-160. BAKHTIN, Mikhail/VOLOSHINOV, Valentin. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1979 [1929]. BILAC, Olavo. O tear. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.150-151. BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos. Por um interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: EDUC, 1999. ______________________. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. São Paulo: Mercado de Letras, 2006.
  • 12. CASTRO ALVES, Antônio Frederico de. A canção do africano. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.112-113. CHARAUDEAU, Patrick. Les médias et l’information – L’impossible transparence du discours. Bruxelles: Ed. De Boeck Université, 2005. CRUZ E SOUSA, João. Gritos de Guerra. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.141-143. DUARTE, Francisco, FEITOSA, Vera (org.) Linguagem e Trabalho. Rio de Janeiro, Lucena/COPPE-UFRJ, 1998. FAGUNDES VARELA, Luiz Nicolau. Mauro, o escravo In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.89-110. FARIA, Antônio Augusto Moreira de, PINTO, Rosalvo Gonçales et al. (orgs.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011. FIORIN, José Luiz. Linguagem e ideologia. 7ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2001. ________________. Elementos de análise do discurso. 13ª impressão. São Paulo: Contexto, 2005. GAMA, Luiz Gonzaga. Saudades do escravo. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.68-70. GONZAGA, Tomaz Antônio. Cartas chilenas. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.33-40. GUALBERTO, Clarice Lage. Linguagem, Trabalho e Educação: estudo exploratório de livros didáticos para E.J.A. Belo Horizonte, 2012. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) - Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais. MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. 13 de maio. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.73. MAINGUENEAU, Dominique. Analyser les textes de communications. Paris: Armand Colin Éditeur, 2010. MATTOS, Gregório de. Crônica do viver baiano setecentista. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.15-16.
  • 13. MORAES, Vinícius de. O operário em construção. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.168-173. REIS, Maria Firmina dos. Hino à liberdade dos escravos. In: FARIA et al (org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores: uma antologia de domínio público. Belo Horizonte: Edições Viva Voz (Faculdade de Letras da UFMG), 2011, p.53. SOARES, Maria Juliana Horta. Aspectos intra e interdiscursivos de um jornal: análise de notícias sobre transporte e trânsito no Estado de Minas (1955-1956 e 2005-2006). Belo Horizonte, 2009. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) - Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais. SOUZA-E-SILVA, M. C. P., FAlTA, Daniel (Orgs.). Linguagem e Trabalho: construção de objetos de análise no Brasil e na França. São Paulo: Cortez Editora, 2002. VIANA, Priscila Lopes. Análise de Estratégias Linguístico-Discursivas Constitutivas do Gênero Textual “Santinho Político”. Belo Horizonte, 2009. Dissertação (Mestrado em estudos linguísticos) - Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais. Abstract: This is a research from a study group from the Faculty of Letters of Federal University of Minas Gerais (FALE/UFMG). Students from undergraduation, graduation, Master’s Degree and Ph.D, supervised by FALE professors, have been together for three years to evaluate how workers appear in the various discourses that circulate in our society, such as the literary, the journalistic and the didactic ones. As a result an anthology was published and released in the end of 2011, containing Brazilian poems highlighting this working theme. Poemas sobre trabalhadores: uma antologia brasileira de domínio público, by Editora Viva Voz (FALE/UFMG), will be soon available throughout the internet. In this paper we present, besides this anthology, a wider view of the research we have been working on. We discuss some fundamental concepts for our group, such as the sociodiscoursive interactionism and the Discourse Analysis. Key-words: language and work, sociodiscoursive interactionism, Discourse Analysis