1. G. R. B. C.
NOVO
HORIZONTE
Carnaval 2014
ÁFRICA
“GRITOS DA LIBERDADE DE UMA RAÇA”
CARNAVALESCO: ALEXANDRE MACHADO (PRETO)
2. ÁFRICA
“GRITOS DA LIBERDADE DE UMA RAÇA”
JUSTIFICATIVA
Em 2014, o G.R.B.C. Novo Horizonte traz como tema a África. Uma
homenagem a esta raça sofrida e de grande valor, raiz do nosso povo, berço da
humanidade e do samba. Deixou como herança traços da beleza negra com toda a sua
cultura e negritude. Transformando todos os anos o carnaval do nosso Brasil em uma
verdadeira Kizomba da folia.
ENREDO
Atracando Em solo africano, os portugueses encontraram uma civilização de rica
cultura e de sabedoria sem igual. Que vivia em grandes reinados, sendo um povo
guerreiro, forte por natureza, que possuía nas mãos a arte da cultura, esculturas talhadas
em madeira, pedras, em metal e com a confecção de máscaras tribais, além da caça,
pesca e agricultura. Sendo a natureza seu maior tesouro.
Por habitarem o berço da civilização, os negros consideravam-se filho da
natureza. O Sol inclemente, o céu azul colorido por pássaros diversos, terras férteis num
habitat exótico, cercados por animais de todas as espécies. Num continente farto em
ouro, diamantes e com extensas savanas onde até então, ocorrera pouca intervenção do
homem.
A arte era expressada pelas danças alegres das tribos, com indumentárias
rústicas, pinturas corporais e dançavam ao rufar dos tambores e instrumentos primitivos.
Era uma dança sensual denominada semba, que teve como um dos subprodutos o
samba. A musicalidade do africano também era vista como uma forma de
agradecimento ou prece à “Mãe África” e aos deuses.
Arrancados do ventre da “Mãe África”, negros de várias tribos, cabisbaixos e
com o medo nos olhos, eram transportados por navios negreiros que cortavam o
Atlântico. Muitos adoeciam e pereciam durante a viagem e tinha seus corpos
arremessados ao mar. Os que sobreviviam eram expostos e comercializados como
3. mercadorias vivas, rumo à escravidão, já em terras brasileiras. Onde sofriam maus
tratos, açoites, humilhações, miséria e péssimas condições de vida.
Almejando uma qualidade de vida melhor, o negro lutou contra a crueldade
imposta pela escravidão. Os rebeldes se recusavam do trabalho escravo e fugiam das
fazendas. Formando assim quilombos que entre eles destacou-se o Quilombo de
Palmares. Sendo este o mais importante, mais famoso, maior e mais revolucionário
dentre todos. Que teve como líder a figura de Zumbi dos Palmares. O grande líder dos
Quilombolas. Que com seus comandados, travou uma intensa luta pela liberdade, na era
colonial brasileira.
A morte do negro também era social. Pois tinha de si arrancados: A
ancestralidade, cultura e memórias. Restando ao negro praticar clandestinamente a sua
cultura, no açoite da senzala.
Mas tarde, em 03 de setembro de 1843, chega ao Brasil a princesa imperial
Tereza Cristina, futura Imperatriz do Brasil. Esta dará a luz a Princesa Izabel, aquela
que futuramente assinará a Carta de Abolição da Escravatura, em 13 de maio de 1888.
Que ficou conhecida como a data de assinatura da Lei Áurea
Mesmo extinta a escravidão, Nelson Mandela lutou com muito afinco contra o
Apartheid, que teimava em persistir na África do Sul, o que fez de Mandela um ícone
mundial na luta pela liberdade e pelo combate a Segregação Racial.
O Candomblé é um forte fonte de preservação da identidade negra, mantendo
uma rica ligação cultural e de religiosidade com a “Mãe África”, perpetuando tradições
com toda a sua tez e africanidade.
Os negros vindos da África trouxeram não só a dor da escravidão como suas
recordações, culto aos orixás que atuam como intermediários entre o mundo terrestre e o
mundo do Deus negro Olodumarê, conforme a mitologia afro. Unidos pela fé em prol
de um bem comum, a LIBERDADE!
E hoje, somos todos afrodescendentes. E é com muito orgulho, raça e samba no pé que
o G.R.B.C. Novo Horizonte exalta o berço da humanidade. A África negra! Seja Ketu,
Gêge, Nagô e Yorubá, do Congo, da Guiné, AXÉ!
ALEXANDRE MACHADO
CARNAVALESCO