O documento discute o controle de qualidade da matéria-prima vegetal jaborandi (Pilocarpus jaborandi). Descreve os procedimentos de amostragem, ensaios de identificação como microscopia e cromatografia, e testes para quantificar constituintes como pilocarpina. Tem como objetivo garantir que a matéria-prima esteja adequada para uso em medicamentos.
1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANAUNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Departamento de SaúdeDepartamento de Saúde
Colegiado de Ciências FarmacêuticasColegiado de Ciências Farmacêuticas
Janilda Moreira - Larissa Ramalho - Thálita Caires
2. •Informações GeraisInformações Gerais
• AmostragemAmostragem
• Ensaios de QualidadeEnsaios de Qualidade
• Documentação e Protocolos de AnáliseDocumentação e Protocolos de Análise
Janilda Moreira
Larissa Ramalho
Thálita Caires
3. Controle de Qualidade de Matéria-Prima Vegetal – Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
• Gênero Pilocarpus – Família Rutaceae;
• Arbusto ou arvoreta de 3 a 7,5 de altura de grande ocorrência no Brasil;
• Fitofármaco cujo princípio ativo é a pilocarpina;
• Utilizada para uso oftalmológico, xerostomia e cirurgias ópticas ;
• Uso originado na cultura indígena.
4. Controle de Qualidade de Matéria-Prima Vegetal – Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
•É retirada uma pequena parte do conteúdo a ser analisado
representando o todo.
•Testes realizados com a finalidade de saber se a matéria-
prima poderá ser usada na preparação de medicamentos.
•A amostragem é feita manualmente com a droga triturada.
•A retirada da amostra é realizada fazendo quarteamento.
amostra
5. Controle de Qualidade de Matéria-Prima Vegetal – Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
Exame do aspecto visual, do odor, do sabor e da textura
das matérias-primas vegetais
Coleção de farmácogenos legitimados.
Exame visual (contaminação por fungos ou ataque de
insetos) e do odor (material em decomposição)
JABORANDIJABORANDI odor aromático eodor aromático e
sabor amargo.sabor amargo. (Farmacopéia Brasileira, 1977)
6. Controle de Qualidade de Matéria-Prima Vegetal – Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
Parâmetro de identidade botânica dada através de ensaios
macro e microscópico e presença dos constituintes
químicos.
Análise feita a olho nu ou com auxílio de lupa.
Espécie farmacopéica X adulterante.
JABORANDI:
Folhas – de 3-5 cm (pilocarpus microphyllus) e
4-15cm (outras espécies), imparipinadas, de 3-5
folíolos (ovais ou lanceolados e emarginado na
ponta). Venação Broquidódroma.
(Farmacopéia Brasileira, 1977)
7. Controle de Qualidade de Matéria-Prima Vegetal – Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
Faz-se uso do microscópio para auxiliar a análise.
(Estrutura do material e constituintes químicos)
JABORANDI: cutículas espessadas e levemente estriada. Estômatos
pequenos. Pêlos tectores, espessados, compridos e cobertos com raros
pêlos glandulares. Parênquima lacunoso, frouxo e parênquima paliçádico
formado por uma fileira de células curtas. No mesófilo aparecem células
esquizo-lisígenas de óleo. Feixe vascular com fibras bem espessas.
(Farmacopéia, 1977)
8. Controle de Qualidade de Matéria-Prima Vegetal – Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
Identificação da droga por seus constituintes químicos
através de reações químicas de caracterização.
Evaporar 50mL da titnura de jaborandi
Tratar resíduo com 10mL de água e 5 gotas de HCl
Filtrar e lavar o filtrado com éter etílico
Alcalinizar com hidróxido de amônio 6M
Agitar 2x com 5mL de clorofómio
Agitar soluções clorofórmicas reunidas com 5ml de água
Adicionar 1 gota de ácido nítrico e deixar separar
Juntar à pequeno cristal de dicromato de potássio,
2mL de clorofórmio e 1mL de peróxido de hidrogênio
JABORANDI (1):
(ANVISA)
9. Controle de Qualidade de Matéria-Prima Vegetal – Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
JABORANDI (2): Cromatografia em camada delgada utilizando sílica-gel
como fase e uma mistura de diclorometano-metanol-hidróxido de amômio
(85:14:1). Aplicar 40µL da tintura na placa e 20µL de uma solução de
10mg de cloridrato de pilocarpina em metanol com volume completado
para 2mL.
Percurso de 15cm. Secar placa em estufa (100-105º C) durante 10
minutos e deixar esfriar. Nebulizar com iodobismutato de potássio aquo-
acético e depois com nitrito de sódio. A mancha apresenta-se com coloração
castanho-avermelhada.
10. Controle de Qualidade de Matéria-Prima Vegetal – Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
JABORANDI : Cromatografia em camada delgada utilizando utilizando
uma placa com sílica-gel. Neste teste, prepara-se uma tintura de 1/10 em
álcool 60% e uma solução padrão constituída de pilocarpina a 1% em
metanol. Deposita-se, separadamente, sobre a placa cromatográfica 20µL da
solução da amostra e 2µL da solução padrão. Posteriormente deixar correr
(eluir) a placa no solvente clorofórmio-acetona anidreamoníaco concentrado
na proporção de 25:24:1 e após 45 minutos seca-se a placa e esta é
revelada com solução de iodobismutado de potássio. Na tintura do jaborandi
deve aparecer uma mancha principal com intensidade comparável e no
mesmo nível que a mancha obtida com a solução padrão de pilocarpina.
11. Controle de Qualidade de Matéria-Prima Vegetal – Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
JABORANDI : 1- Umedecer 25g de folhas trituradas com 20mL de
uma solução de carbonato de sódio 10%;
2- Extrair com benzeno em um aparelho Soxhlet, durante 3 horas;
3- Extrair a solução fria de benzeno com 4 porções sucessivas de
30, 20, 20 e 10mL de uma solução ácido sulfúrico 1%;
4- Filtrar o líquido ácido e neutralizar com hidróxido de amônio em
presença de Vermelho Congo;
5- Oxidar uma solução de permanganato de potássio 1% até que
uma gota desta provoque coloração rósea pouco duradoura;
6- Alcalinizar a solução com hidróxido de amônio e extrair 10 vezes
com quantidades pequenas de clorofórmio;
7- Neutralizar os extratos clorofórmicos reunidos, após filtração, por
carbonato dissódico anidro e com uma solução diluída de ácido
nítrico até neutralidade completa;
8- Evaporar em banho-maria e tratar o resíduo com pequena
quantidade de acetona , afim de dissolver eventuais impurezas;
9- Filtrar com um cadinho de Gooch, secar em uma temperatura
inferior a 100ºC e pesar.
12. Controle de Qualidade de Matéria-Prima Vegetal – Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
imidazol
histidina
0,5 a 1% de alcalóides imidazólicos pilocarpina
> 22 componentes (limoneno,
sabineno, betacariofileno )
50% (1º ano)Apenas traços(2º ano)
0,5 a 1% de óleos essenciais
13. Controle de Qualidade de Matéria-Prima Vegetal – Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
É um antagonista colinérgico que provoca constrição
pupilar, espasmos da acomodação do cristalino
É Utilizado no tratamento de glaucoma
A aplicação subcutânea de 10 a 15mg provocam
vasodilatação e sudorese local aumentada, promove a
secreção de glândulas salivares, lacrimais, entre
outros. Aumenta a eliminação de água, uréia, cloreto
de sódio. Aumentando o tônus e as contrações
estomacais.
14. Controle de Qualidade de Matéria-Prima Vegetal – Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
ALONSO, J. Tratado de Fitomedicina: Bases clínicas e farmacológicas. Buenos Aires: Isis, 1998.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consulta Pública nº24, de 13 de maio de 2009.
BRITO, Alberto L. O et al. Principais cuidados no cultivo, manipulação e consumo de plantas medicinais. Erros e
problemas mais comuns. Plantas e ervas medicinais e fitoterápicos. Salvador, nov. 1999. Disponível em:
<http://64.233.163.132/ search?q
=cache:QoUSVZmDdf4J:www.plantamed.com.br/DIV/CULTIVO_COLHEITA_MEDICINAL.htm+como+fazer+cont
role+de+qualidade+do+jaborandi&cd=24&hl=pt-BR&ct= clnk&gl=br>. Acesso em 12 dez. 2009.
CARVALHO, Caroline M. G.et al. Avaliação da Qualidade de extratos vegetais. Vol 3. Goiânia: Revista
Eletrônica de Farmácia, 2006.
FARMACOPEIA Brasileira. 3. ed Sao Paulo: Organizacao Andrei Ed, 1977.
FARIAS, Mareni Rocha. Avaliação da Qualidade de matérias-primas vegetais. In: SIMÕES, Cláudia Maria
Oliveira (org). Farmacognosia: da planta ao medicamento. 2. ed. Santa Catarina: Editora da UFSC, 2002.
PINHEIRO, Claudio Urbano B. Extrativismo, cultivo e privatização do Jaborandi (Pilocarpus microphyllus
Stapf ex Holm.: Rutaceae) no Maranhão, Brasil. Vol 16. nº 2. São Paulo: Acta Botânica Brasileira, 2002.
ROBBERS, James et al. Farmacognosia e Farmacobiotecnologia. São Paulo: Premier, 1997.