2. “Foi poeta - sonhou – e amou na vida”. Com este
verso, Álvares de Azevedo parece descrever-se. O autor da Lira
dos Vinte Anos nasceu em 12 de setembro de 1831 em São
Paulo.
Era poeta, contista, dramaturgo e ensaísta e foi um
dos principais escritores brasileiros da segunda geração do
romantismo. Em suas obras predominam a melancolia, o
pessimismo e o tédio.
Azevedo estudou na Faculdade de Direito do Largo
São Francisco, onde conheceu seu grande amigo Bernardo
Guimarães.
Sua vida foi bem dolorosa, tinha tuberculose e
durante seus últimos anos de vida dois de seus melhores amigos
morreram e ele dizia: “Cada ano uma vítima se perde nas
ondas, e a sorte escolhe sorrindo os melhores dentre nós”. Foi considerado o maior poeta da
segunda geração, sendo considerado
Durante 1852 morreu em uma forma trágica: teve Ultra-Romântico.
uma queda de cavalo e depois de 46 dias de agonia, morreu.
3. As últimas palavras do autor foram dirigidas ao seu pai. Beijou a mão dele e exclamou:
“Que fatalidade, meu pai!”
Durante seu funeral, poemas e textos foram proclamados pela Sociedade Acadêmica
que o mesmo pertencia – Ensaio Filosófico Paulistano. A palavra mais usada para
descrevê-lo era “gênio”. Joaquim Manuel de Macedo (autor de A Moreninha) discursou
para seu parente.
Tudo indica que teria nascido na biblioteca da casa do avô, embora haja uma lenda de
que o parto teria ocorrido na biblioteca da própria Faculdade de Direito.
Teve aulas de filosofia com o poeta Gonçalves de Magalhães, introdutor do romantismo
no Brasil.
Nas suas cartas à família e aos amigos cariocas, assim como na peça Macário, Maneco
revela um imenso tédio em morar na pequena “cidade colocada na montanha, envolta
de várzeas relvosas” com “ladeiras íngremes e ruas péssimas”, nas quais “era raro o
minuto em que não se esbarrasse a gente com um burro ou com um padre”.
Traduziu o quinto ato de Otelo, de Shakespeare; também Parisina, de Lord Byron; e
funda a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano.
É patrono da cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras.
4. Chegando a São Paulo, Álvares de Azevedo trava logo amizade com dois poetas
estudantes, notórios boêmios, Aureliano Lessa e o futuro romancista Bernardo
Guimarães. Juntos, planejaram publicar um livro de versos, intitulado As Três Liras.
Porém não eram tão dedicados como o autor de Noite na Taverna e o projeto fora feito
apenas por Azevedo, intitulado de A Lira dos Vinte Anos.
O autor era introvertido e estudioso, porém, também podia ser sarcástico e
erótico, como mostra na Lira dos Vinte Anos. Mostrando, assim, a duplicidade do ser
que o romantismo pregava.
Tudo que o autor produzira fora publicado postumamente, inclusive Noite na Taverna. E
a única obra que Álvares escreveu com o fim de publicar era a Lira dos Vinte Anos.
Um poema épico que o autor escreva, intitulado de O Conde Lopo, só restara
fragmentos.
Machado de Assis publicara no jornal “Semana Literária”, em 26 de junho de 1866, uma
análise da Lira de Vinte Anos.
Ele cria poemas levemente eróticos e abusa do uso de metáforas e metonímias, como o
poema “Meu Desejo”.
5. Meu desejo? era ser a luva branca
Que essa tua gentil mãozinha aperta:
A camélia que murcha no teu seio, Se eu morresse amanhã, viria ao menos
O anjo que por te ver do céu deserta.... Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Meu desejo? era ser o sapatinho Se eu morresse amanhã!
Que teu mimoso pé no baile encerra.... Quanta glória pressinto em meu futuro!
A esperança que sonhas no futuro, Que aurora de porvir e que manhã!
As saudades que tens aqui na terra.... Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Meu desejo? era ser o cortinado Que sol! que céu azul! que dove n'alva
Que não conta os mistérios do teu leito; Acorda a natureza mais loucã!
Era de teu colar de negra seda Não me batera tanto amor no peito
Ser a cruz com que dormes sobre o peito. Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
Meu desejo? era ser desse teu leito A ânsia de glória, o dolorido afã...
De cambraia o lençol, o travesseiro A dor no peito emudecera ao menos
Com que velas o seio, onde repousas, Se eu morresse amanhã!
Solto o cabelo, o rosto feiticeiro....
6. Durante a geração do Romantismo, Álvares de Azevedo se influenciara em vários
poetas, eram eles:
Johann Wolfgang von Goethe François René de Chateaubriand Louis Charles Alfred de Musset
1749 // 1832 1768 // 1848 1810 // 1857
Porém, a maior influência do autor de Noite na Taverna foi...
7. Durante os anos que o autor da obra passou estudando na Faculdade de Direito de
São Paulo, a capital paulista era, habitada por não mais de 15 mil pessoas, que viviam
escandalizadas com as aventuras devassas de uma sociedade
secreta de estudantes, fundada em 1845, conhecida como
“Sociedade Epicuréia”. Seus membros, alunos da
Academia, chamavam-se uns aos outros pelos nomes de
personagens do Lord Byron e tinham, como objetivo
principal, colocar em prática as “extravagantes fantasias” do
poeta inglês. Realizavam orgias intermináveis e rituais em
cemitérios.
Os contos de Noite na Taverna retratam
perfeitamente as orgias ditas “byronianas”, reais ou
imaginárias, dos colegas do seu tempo. Ficaram fortemente
impressas nessa obra as marcas do tempo.
Lord Byron foi considerado um gênio poético e um dos principais
representantes do romantismo inglês. Seus poemas são carregados de
inspiração exaltada, crítica social, impetuosa e violenta. Apresentam
temas ligados à tristeza humana e melancolia.
8. “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos
inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.” – Fernando Sabino
Ultra-Romantismo , recebeu a denominação de mal do século pela sua característica
de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão. Por isso as obras
de Álvares de Azevedo são incluídas nesta geração, porque o autor
nasceu na época do mal do século, sendo influenciado pelo movi-
mento, escrevendo sobre tais assuntos.
Egocentrismo;
Profundo Subjetivismo;
Individualismo;
Saudosismo (lamentação);
Evasão da morte;
Duplicidade humana.
Esta geração foi a que mais intensificou o
Romantismo, por conta de seus assuntos.
Além de Álvares de Azevedo, outro autor brasileiro
importante desta geração foi Casimiro de Abreu. Goya - “Los Caprichos - El sueño de la razón
produce monstruos”
9. A narrativa de Noite na Taverna é contemporânea ao período em que viveu Álvares de
Azevedo, a primeira metade do século XIX. A Europa assistia à consolidação dos ideais
burgueses, fruto da Revolução Francesa e da Revolução Industrial. No Brasil, a declaração da
independência em 1822 não rompeu com a tradição colonial: o país manteve a dependência
externa e o modelo de economia agrária e escravista.
Como o autor nasceu e viveu na
cidade de São Paulo, ele se inspirara na
situação da capital durante a criação de
seus livros. Em 1815, a cidade tinha se
tornado capital da província e a
importância política e intelectual de São
Paulo passava a se firmar, e o crescimento
populacional exigia infraestrutura urbana.
Faltava fortalecer a economia, o que
aconteceria anos depois, no final do século
XIX, com a expansão da cafeicultura.
Eugène Delacroix - “A liberdade guiando o povo” (1830)
10. A cena inicial parece comum: amigos reunidos em um bar. Conversa
alta, risos, discussões. Alguns sonolentos, outros bem acordados. Eles contam histórias. Parece
uma noite qualquer...
Mas não é! O enredo gira em torno de um grupo de jovens semiconscientes que
contam histórias de assuntos diversos, mas com um elo comum: são trágicas, impregnadas de
vícios e relatam crimes hediondos que vão de assassinatos a incestos, de infanticídios a
fratricídios. Em todos os casos há, também, amores pervertidos, cujos pares se envolvem em
relações delirantes e absurdas.
Os personagens de Noite na Taverna
discutem problemas diversos tanto do corpo quanto
da alma; relacionam amores torpes, profanam
jovens mulheres, matam irmãos, protetores e
amigos, exteriorizam sentimentos
complexos, discutem teorias literárias e
filosóficas, falam da vida e da morte.
Assim, desde as primeiras páginas, é
possível comtemplar o clima da geração do mal do
século, que são típicos dessa geração romântica os
casos de horror, como os de
antropofagia, necrofilia, incestos entre tantos outros
que degradam a humanidade.
11. Assim, a obra de Álvares de Azevedo gira em torno de três temas que são abordados
em cada capítulo pelas diferentes personagens.
Como por exemplo na primeira
Amor
história, de Solfieri, observamos os três assuntos:
: Ele encontra-se com a mulher em Roma
e nunca se esquece dela. Depois, consegue tê-la
em estado de catalepsia.
Morte Taverna, Capítulo II)
(Noite na
: Depois de ficar trancada, a amada de
Bebida Solfieri morre de febre após dois dias e duas
noites.
(Noite na Taverna, Capítulo II)
: Ele diz que não quer lembrar da
mulher, que prefere a queimação do vinho em
seus lábios.
(Noite na
Taverna, Capítulo II)
12. Em cada capítulo do livro, Álvares de Azevedo mostra-se inteligente ao utilizar
assuntos da época e de outras também:
CONVERSA DEseus amigos
Na taverna, Solfieri e
BAR
discutem algumas polêmicas questões
filosóficas. A cena ficcional acaba revelando
duas características marcantes do próprio
autor: a disposição para a boemia e para o
debate. A agitada vida noturna não afetava
a paixão de Álvares pelo conhecimento
nem sua dedicação aos estudos.
CANCELEM O ENTERRO!
Conta Solfieri que sua amada, tida como
morta, sofrera de catalepsia – estado em que o
corpo fica completamente imóvel por horas ou
dias, embora as funções vitais permaneçam
normais. Antes d’a doença ser descoberta, muitos
catalépticos eram dados como mortos e
enterrados vivos.
Assim, a menção da catalepsia como mal
físico no livro mostra a evolução médico-científica
do século XIX.
13. CORAÇÃO PIRATA
A pirataria é tão antiga quanto a
navegação marítima: surgida na
Antiguidade, teve seu apogeu nos séculos
XVI e XVII, quando era comum encontrar
navios carregados de produtos valiosos que
traziam da América.
O pirata que desrespeitasse as
regras do capitão sofria castigos
duríssimos, e podia até ser abandonado
numa ilha deserta.
“PINTANDO” UM CLIMA
Após a morte de Laura, Godofredo
Wlash retrata em pintura os últimos momentos de
vida da filha.
O extravasamento emocional do mestre-
pintor por meio de sua arte é típico da influência
romântica na pintura. A valorização da
subjetividade e o egocentrismo do século XIX
abriram ao artista plástico o caminho da
introspecção, possibilitando a expressão autêntica
e direta da complexidade humana.
14. PAIXÃO SEM LIMITES
Para possuir a amada Claudius
Hermann não hesita em raptá-la, trancafiá-la
e ameaçá-la. Essa exacerbação de paixão é
um traço típico do romantismo, mas o
comportamento machista já sofria abalos
desde o século XVIII, com a consolidação das
ideias iluministas.
Após a Revolução Industrial, as
mulheres passaram a contribuir para a
economia com sua força de trabalho
ESCOLHA SUAS ARMAS!
e, assim, se descobrirem cidadãs.
Arthur desafia Johann para um
duelo, embate entre cavalheiros cuja finalidade era
a preservação da honra do ofendido. Surgidos das
justas medievais, os duelos tiveram origem entre
os nobres, para quem a honra não era um conceito
abstrato. Perder um duelo podia causar a perda de
um título na nobreza e outros.
No século XX, com a consolidação de
outros valores, essa modalidade foi abandonada
aos poucos, caindo, depois, no esquecimento.
15. O texto apresenta basicamente, três tempos:
A conversa entre os convidados, na taverna, ocorre no presente, tempo que predomina
nos capítulos 1 e 7 e durante alguns capítulos onde voltam para o presente da história
contada.
As histórias contadas pelos rapazes situam-se no passado, que predomina nos capítulos
2, 3, 4, 5 e 6. A interação dos tempos (presente, passado e presente do passado) produz
no leitor a impressão de estar se movendo em um mundo estranho, mágico, no qual
acaba sendo introduzido, ao sabor da narrativa;
Os diálogos existentes em todas as narrativas conferem atualidade às histórias narradas
pelos personagens principais.
O tempo da narrativa de Noite na Taverna é, de maioria, PSICOLÓGICO, porém
percebemos em um capítulo do livro ocorre uma referência histórica, onde dá uma vaga
localização cronológica:
(Noite na Taverna, Capítulo III)
Assim, o velho seria jovem em 18 de junho de 1815, quando Napoleão enfrentava o
Duque de Wellington, em Waterloo. Em razão desta referência, pode-se situar o encontro
fictício na taverna mais ou menor na época em que o texto foi escrito.
16. O tempo que decorre dentro da taverna é real:
(Noite na Taverna, Capítulo I)
A partir do momento em que os jovens começam a contar suas histórias, eles
mergulham nas lembranças do passado e o tempo passa a ser psicológico, sendo chamada a
tática do autor de
(Noite na Taverna, Capítulo I)
No decorrer do enredo, há uma alternância entre passado e presente, tempo real e
tempo psicológico. Quando um personagem faz sua narrativa, retorna, uma vez ou outra, ao
ambiente da taverna, não permanecendo sempre no tempo psicológico.
17. Em Noite na Taverna, o ambiente é macabro, projeção dos conflitos vivenciados, ele
reflete o pensamento mórbido e alucinado das personagens. Todo o clima, como o tema, é
noturno: histórias que e desenrolam na calada da
noite, penumbra, melancolia, fumo, álcool, depressão e, por analogia, as características
morais, religiosas e psicológicas traduzem o mesmo tom: são depravados, ébrios, assassino e
boêmios.
Tem-se uma narrativa
cheia de peripécias, com grande
afluência de espaços diferentes.
De início, o espaço é a
própria taverna, onde o diálogo
é travado. A medida que se
desenvolve a trama e as
histórias de cada um vão sendo
contadas.
18. A obra é estruturada em abismo. Cada capítulo é uma história contada dentro de
outra história. São, portanto, contos ligados através da estrutura conhecida como MOLDURA
NARRATIVA - uma narrativa geral une todas as outras. Tal recurso, conhecido também como
contos enquadrados, remete às mais antigas coletâneas de contos da literatura universal, como
As Mil e Uma Noites.
Em Noite na Taverna, cada conto tem um narrador diferente. Cada um dos homens
conta a sua história medonha, afirmando que “não é um conto, é uma lembrança do passado”.
Afirmações como essa são típicas do Romantismo. Procuram, assim, estabelecer a veracidade
de textos bastante inverossímeis, histórias fantásticas, impossíveis de acontecer na realidade.
Os homens reunidos na taverna procuram impressionar seus ouvintes, acrescentando detalhes
cada vez mais imaginativos, macabros e chocantes a seus relatos amorosos, ditos pessoais e
verídicos.
A obra está dividida em dois planos:
apresenta os rapazes já bêbados na taverna e prestes a contar cada
um sua história;
aventuras apresentadas - os contos são nomeados segundo o nome
daquele que os narra e também protagoniza.
19. No final da peça Macário, Álvares de Azevedo apresenta a personagem título
aproximando-se de uma janela e observando, dentro de uma taverna, vários jovens
conversando. Assim, na verdade, inicia-se o livro A Noite na Taverna.
Durante o livro, o autor faz referências a diversas
pessoas da história, como poetas (Thieck, Schiller, Marlowe e
Byron), deuses (Pã e Baco), filosofias (epicurismo e
platonismo), médicos (Gall e Spurzhein), escritores (Dante) e
entre outros.
Alguns trechos retirados da obra que mostram tais
referências:
(Noite na Taverna, Capítulo I)
(Noite na Taverna, Capítulo III)
20. Sempre que inicia um capítulo, Álvares de Azevedo coloca uma frase de um
poeta/escritor ou de alguma obra do mesmo. Utiliza Byron, Shakespeare, Alex
Dumas, Corneille e José Bonifácio. Onde cada frase relaciona-se com a história de cada
capítulo.
Este trecho retirado do drama Caim de Lord Byron
inicia o capítulo 2 de Noite na Taverna, Solfieri. E
relaciona-se com a história na parte em que o jovem
(Byron, Caim)
encontra a amada, em estado de catalepsia, branca e
a enche de beijos, fazendo-a retornar a vida.
Don Juan é uma lenda onde é retratado como um
libertino, rico sedutor que dedica sua vida a seduzir
mulheres, tendo grande orgulho na sua capacidade de seduzir
as mulheres de todas as idades. Lord Byron escreveu uma
sátira para essa lenda no qual não conclui devido a sua morte.
E nessa obra-prima, Byron inverte, retratando Juan não como
um mulherengo, mas como alguém facilmente seduzido por
mulheres.
Ele é iniciado no verdadeiro amor pela bela filha de
um pirata, que o vende depois como escravo para a esposa de
um sultão, a fim de satisfazer-lhe os desejos carnais. Sendo
Don Juan – Max Slevogt
mais uma vítima dos desejos femininos e de seus infortúnios.
21. Assim, tal sátira de Lord Byron influencia na criação da personagem Bertram de Noite
na Taverna. Onde ambos possuem várias mulheres e Bertram se apaixona diversas vezes por
diferentes mulheres e sempre acaba se decepcionando e largando-as, que, como Don Juan de
Byron sofre dos desejos femininos e de seus infortúnios.
Édipo Rei é uma peça de teatro grega escrita por
Sófocles por volta de 427 a.C.. Na lenda, Laio (pai de Édipo)
recebe um alerta do Oráculo que seu próprio filho o mataria
e casaria com sua mãe. Sabendo disso, quando Édipo
nasceu, o pai abandonou-o em um monte. Porém o filho
fora resgatado e durante sua jornada a Tebas, lutara com um
homem que não conhecia e o matara, que era Laio, seu pai.
Depois de derrotar a Esfinge a partir de um desafio, Édipo
liberta Tebas e torna-se o rei de lá. E depois casa-se com sua
mãe sem saber. Quando descobre da profecia e percebe que
a mesma se concretizara, Jocasta (mãe) se suicida e Édipo
fura os olhos para nunca mais olhar para o mundo.
Tal lenda tem relação com a história de
Johann, que sem saber, mata seu irmão e desonra
Geórgia, sua irmã. Quando descobre, Johann tenta esquecer
de tal feito, assim como Édipo ao furar os olhos. E por Oedipus et Sphinx - Jean Auguste Dominique
22. O texto não está construído de forma a incutir susto ou medo no leitor , mas
antes, provocar o estranhamento e a repulsa. No entanto, uma das suas qualidades
é, justamente, prender a atenção, página a página, através do emaranhado das situações
descritas. As noites de vícios e devassidão narradas por Álvares de Azevedo, chamaram a
atenção e chocaram o público leitor da década de 1850.
E até hoje em dia os capítulos de Noite na Taverna causam os mesmos sentimentos as
pessoas que o leem devido aos assuntos tratados na obra.
A editora Ática criou uma adaptação do livro de Álvares de
Azevedo em HQ para o álbum Clássicos Brasileiros. Unindo
diversos desenhistas brasileiros Arthur Garci, Frando de Rosa e
outros.
23. Giórgia vem
É das trevas vil refém
E agora todas as dores da vida são vultos
Podre virgem…
Eu sou o pau
Que te conduz ao delicioso mal
Uma noite de perdição
e absinto sobre o caixão
Podre virgem…
A compilação NOITE NA Tudo bem
TAVERNA faz uma abordagem e Se você quer fazer no escuro,
então vem
releitura para a obra clássica de
Mas não reclame se o sangue de ti
Álvares de Azevedo. Nela a presença espesso escorrer
de nomes consagrados e novos Podre virgem…
talentos do universo experimental Banda OPUS RAH
brasileiro. Um elo entre o presente e o
passado, uma obra única carregada de http://www.myspace.com/music/player?sid=28611399&ac=now
expressionismo sonoro.
24. Os protagonistas de Noite na Taverna são, basicamente, os jovens
Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann, Johann e Artur que se encontram reunidos na
taverna. Além deles, Geórgia, que reaparecendo já no final do livro, acrescenta uma nota de
plausibilidade às histórias narradas.
Todos os protagonistas mostram a DUPLICIDADE do ser humano poque, mesmo em
posição de herói pelas coisas que contam, mostram-se iguais ou inferiores aos outros
componentes do grupo. Ou são vítimas da adversidade ou são presa de seus próprios defeitos
de caráter.
Os personagens secundários vão sendo introduzidos no enredo através das narrativas
dos convivas, com exceção da taverneira, do velho que interrompe Bertram e de Geórgia, que
participam da ação na taverna.
A falta de indicação de nome e caracterização dos personagens secundários confere
aos personagens principais um individualismo acentuado. É como se eles não tivesses suas
próprias vidas, existindo apenas em função dos narradores. Pode-se perceber que os
personagens secundários são planos, pois que caracterizados, no máximo, com um pequeno
número de atributos.
25. É um jovem BOÊMIO e ALCÓOLATRA, que durante sua história percebemos que é
muito PERSISTENTE para conseguir ter a mulher de volta. Além disso, é NECRÓFILO, ao deitar-se
com a mulher morta.
26. Ruivo, de pele branca e olhos verdes. ALCOÓLATRA e BOÊMIO. Influenciado pela
amada, muda seu jeito de ser, transformando-se em um ser OBSCURO e VICIADO, provocando a
própria decadência
27. Um pintor bonito quando jovem, PURO, PENSATIVO e MELANCÓLICO. Cínico e
despreocupado acerca dos sentimentos alheios. Devotado à Nauza. Ele afirma durante sua
história que vive em uma luta entre o dever e o amor e o dever e o remorso.
28. MUITO RICO, não se importava com a DESONRA nem com o ADULTÉRIO. Era VICIADO
em jogos e principalmente em cavalos. Só pensava na amada Eleonora.