2. Doenças Exantemáticas
∞Definição
É uma doença infecciosa sistêmica em que
manifestações cutâneas acompanham o quadro
clínico, gerando dificuldade diagnóstica e são
causadas por uma grande quantidade de
agentes etiológicos.
3. Doenças Exantemáticas
Entre as doenças clássicas exantemáticas
infecciosas estão o sarampo, o exantema
súbito, a escarlatina, a rubéola e o
eritema infeccioso.
4. Doenças Exantemáticas
∞Definição
• Exantema - é uma erupção cutânea ao longo da
superfície do corpo composta por máculas ou
pápulas que podem apresentar aspecto
irregular e edemaciado, estando ou não em
associação com prurido, descamação, lesões
bolhosas e crostas; acometendo uma região
específica ou espalhando-se por todo o corpo.
• Enantema – lesões mucosas.
5. ∞Classificação dos Exantemas
• Exantema Maculopapular
Manifestação cutânea mais comum nas doenças
infecciosas sistêmicas.
• Pode ser caracterizado por diversos tipos:
Morbiliforme
Escarlatiniforme
Rubeoliforme
Urticariforme.
6. ∞Classificação dos Exantemas
MORBILIFORME: pequenas
maculopápulas
eritematosas (03 a 10 mm),
avermelhadas. Ex:
sarampo.
ESCARLATINIFORME:
eritema difuso, puntiforme,
vermelho vivo, sem solução
de continuidade. Ex:
escarlatina.
7. ∞Classificação dos Exantemas
RUBEOLIFORME: semelhante ao
morbiliforme, porém de
coloração rósea, com pápulas
um pouco menores. Ex: rubéola.
URTICARIFORME: erupção
papuloeritematosa de contornos
irregulares. Típico de reações
medicamentosas, alergias,
mononucleose e malaria.
8. ∞Classificação dos Exantemas
• Exantema Papulovesicular
Presença de pápulas e lesões elementares de
conteúdo líquido (vesicular).
É comum a transformação de maculo-pápulas
em vesículas, vesico-pústulas, pústulas e
crostas. Podendo ser localizado (herpes simples
e zoster) ou generalizado (varicela, varíola,
impetigo, estrófulo).
9.
10. Sarampo
O Sarampo é uma doença respiratória
infectocontagiosa aguda, grave e afeta
principalmente crianças. O vírus do sarampo é
um vírus de RNA de fita simples que pertence à
família Paramyxovirus do gênero Morbillivirus.
A transmissão ocorre por contato direto com
gotículas respiratórias. As vias de entrada do
vírus são as membranas mucosas do nariz,
orofaringe e conjuntiva.
11. Sarampo
O homem é o único reservatório do vírus, ele se
instala na mucosa do nariz para se reproduzir e
depois vai para a corrente sanguínea
• Período de Incubação – dura 10 dias (variando de 7
a 18 dias) desde a data da exposição ao vírus até o
início do exantema.
• Período de Transmissibilidade – dura de 4 a 6 dias
antes do aparecimento do exantema e até 4 dias
após seu surgimento.
13. ∞Sinais e Sintomas
Aproximadamente 3 dias antes do aparecimento
do exantema a criança apresenta:
• Febre;
• Tosse produtiva;
• Coriza;
• Exantema Máculo-papular;
14. ∞ Sinais e Sintomas
• Manchas de Koplik;
• Conjuntivite;
• Perda de Apetite;
• Rosto Inchado;
15. ∞Manifestações Clínicas
A evolução clínica apresenta três períodos bem
definidos: o Período de Infecção, a Remissão e
o Período Toxêmico.
16. ∞Manifestações Clínicas
• Período de Infecção - dura cerca de 7 dias,
onde surge febre, acompanhada de tosse
produtiva, coriza, conjuntivite e fotofobia. Do
2° ao 4° dias desse período, surge o exantema,
quando se acentuam os sintomas iniciais, o
paciente fica prostrado e aparecem as lesões
características do sarampo: exantema cutâneo
máculo-papular de coloração vermelha.
17. ∞Manifestações Clínicas
• Remissão - caracteriza-se pela diminuição dos
sintomas, declínio da febre. O exantema torna-se
escurecido e, em alguns casos, surge descamação
fina.
• Período Toxêmico – o sarampo é uma doença
que compromete a resistência do hospedeiro,
facilitando a ocorrência de superinfecção viral ou
bacteriana. Por isso, são frequentes as
complicações, principalmente nas crianças até os 2
anos de idade, em especial as desnutridas, e
adultos jovens.
19. ∞Diagnóstico
É feito através da presença de sintomas
característicos da doença, pode também ser
confirmado sorologicamente.
20. ∞Diagnóstico Laboratorial
• ELISA, para dosagem de IgM e IgG;
• Hemaglutinação, para dosagem de anticorpos
totais;
• Imunofluorescência , para dosagem de IgM e
IgG;
• Isolamento do vírus em cultura de células, a
partir de secreção nasofaríngea e urina.
21. ∞Diagnóstico Diferencial
Exantemas têm sido também observados em
outras infecções e por isso o diagnóstico
diferencial do sarampo deve ser realizado para
as doenças exantemáticas febris agudas. Dentre
essas, destacam-se as seguintes: Rubéola,
Exantema Súbito, Dengue, Enteroviroses,
Eritema Infeccioso.
22. ∞Diagnóstico Diferencial
• Rubéola – doença de natureza viral. O exantema é
róseo, discreto e, excepcionalmente, confluente,
com máxima intensidade no segundo dia,
desaparecendo até o sexto dia, sem descamação.
Há presença de linfoadenopatia, principalmente
retroauricular e occipital.
• Exantema Súbito - uma doença de natureza viral,
apresenta exantema semelhante ao da rubéola e
pode durar apenas horas. Inicia-se,
caracteristicamente, no tronco, após o
desaparecimento da febre e não há descamação.
23. ∞Diagnóstico Diferencial
• Eritema infeccioso - caracterizado por exantema,
febre, adenopatia, artralgia e dores musculares,
ocorrendo principalmente em crianças de 4 a 14
anos de idade, sendo moderadamente contagioso.
• Dengue – caracteriza-se por início súbito, com
febre, cefaleia intensa, mialgia, artralgias, dor
retro-orbital, dor abdominal difusa e erupção
máculo-papular generalizada, que aparece
frequentemente com o declínio da febre. É
também uma doença de natureza viral.
24. ∞Diagnóstico Diferencial
• Enteroviroses - apresentam 3 a 4 dias de
febre, podem aparecer exantemas de vários
tipos, predominando o máculo-papular
discreto. São mais frequentes em crianças de
baixa idade, na maioria dos casos acometendo
a região palmo-plantar e não provocando
descamação.
25. ∞Tratamento
Não existe tratamento específico para a
infecção por sarampo. É recomendável a
administração da vitamina A em crianças
acometidas pela doença, a fim de reduzir a
ocorrência de casos graves e fatais.
26. ∞Tratamento
∞ Crianças menores de 6 meses de idade –
50.000UI (unidades internacionais): uma dose, em
aerossol, no dia do diagnóstico; e, outra dose no
dia seguinte.
∞Crianças entre 6 e 12 meses de idade –
100.000UI: uma dose, em aerossol, no dia do
diagnóstico; e, outra dose no dia seguinte.
∞Crianças maiores de 12 meses de idade –
200.000UI: uma dose, em aerossol ou cápsula, no
dia do diagnóstico; e, outra dose no dia seguinte.
27. ∞Tratamento
∞ Alguns cuidados especiais:
• Repouso;
• Dieta líquida ou branda, de acordo com a aceitação da criança;
• Antitérmicos e analgérgicos devem ser utilizados quando houver
febre elevada e/ou cefaleia;
• Oferecer líquidos a vontade;
• Limpeza das pálpebras com água morna para remoção de crosta e
secreções;
• Tratar com antibióticos as complicações bacterianas (otites,
pneumonia).
28. ∞Prevenção
A vacinação é um instrumento muito
importante na prevenção desta doença e na
diminuição da sua morbidade e mortalidade. É
também importante a saúde pública da
sociedade, pois o Ministério da Saúde visa a
erradicação da doença.
29. ∞Vacinação (Imunização)
O objetivo das imunizações é estimular o organismo a
produzir anticorpos contra determinados germes,
principalmente bactérias e vírus. O nosso sistema
imunológico cria anticorpos específicos sempre que
entra em contato com algum germe.
A lógica da vacina é tentar estimular o organismo a
produzir anticorpos sem que ele precise ter ficado
doente antes. Tenta-se apresentar ao sistema imune a
bactéria ou vírus de forma que haja produção de
anticorpos, mas não acontecendo o desenvolvimento da
doença.
30. ∞Vacinação (Imunização)
A vacina contra sarampo é composta de vírus
vivos atenuados, ela vai induzir o organismo a
produzir anticorpos contra o vírus. Deve ser
aplicada a partir dos nove meses de idade, pela
via subcutânea, de preferência no terço médio
da face posterior do braço, ou na região glútea.
31. ∞Prevenção
∞Esquema Básico :
• Primeira Dose - Bebê entre os 12 e os 15 meses;
• Segunda Dose – Crianças entre os 4 e os 6 anos de
idade.
• Pessoas entre 7 e 19 anos devem tomar duas doses,
com intervalo de 30 dias e para adultos entre 20 e
50 anos, é recomendada apenas uma dose.
32. ∞Contra indicação
• Soro-prevenção é recomendado para pessoas que não
podem tomar a vacina, como:
Mulheres grávidas;
Recém-nascidos;
Pessoas ainda não imunizadas que estiveram em
contato com algum doente;
Portadores de leucose, linfoma e tumor maligno;
Febre alta e comprometimento geral importante.
33. ∞Medidas de Controle
• Vacinação de Rotina;
• Vacinação de Grupos de Risco;
• Vacinação de Bloqueio;
• Investigação Epidemiológica;
• Isolamento de Casos.
34. ∞Assistência de Enfermagem
• Manter o quarto do paciente arejado, livre de
correntes de ar;
• Dar banho quente com sabão neutro;
• Fazer a higiene ocular, nasal (com solução
fisiológica), bucal e aplicação de vaselina nos
lábios;
• Administrar líquidos em abundância, por via oral
e/ou parenteral;
35. ∞Assistência de Enfermagem
• Observar as evacuações, a diurese urina e vômitos;
• Controlar o balanço hídrico, a dieta hipercalórica e
hipervitaminada (começando com alimentação
líquida ou pastosa);
• Fazer o controle dos sinais vitais a cada seis horas.
• Realizar notificação compulsória dos casos
hospitalares, isolamento total e rigoroso.
36. ∞Referências
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• KOUADIO I. K., KAMIGAKI T., OSHITANI H. Measles outbreaks in displaced populations: a review of transmission,
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• MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de Vigilância Epidemiológica. Secretaria de Vigilância em Saúde. 6ª edição. Brasília, 2005.
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• CARVALHO E. S. e FERREIRA L. L. M., Parvoviroses Humanas (Eritema Infeccioso). In: VERONESI R. e FOCACCIA R.,
editores. Tratado de Infectologia. 2ª ed. São Paulo (SP): Atheneu; 2002.
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• SANDERS C. V., LOPEZ F. A. Cutaneous manifestations of infectious diseases: approach to the patient with fever and rash.
Trans Am Clin Climatol Assoc. 2001.
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• Prevenção do Sarampo. Disponível em < http://www.calendariodevacinas.com.br/dose-inicial-de-vacina-contra-sarampo-
deve-ser-dada-aos-12-meses/#ixzz2YHCD0lCT>. Acesso em 06 de Julho de 2013.