Antonio Gramsci foi um teórico marxista italiano e co-fundador do Partido Comunista Italiano. Ele escreveu extensivamente sobre política e educação enquanto estava preso pelo regime fascista entre 1926-1937. Seus escritos defendiam uma escola única que combinasse educação acadêmica e técnica para promover a igualdade e a emancipação das classes trabalhadoras.
3. • Antonio Gramsci foi uma das referências
essenciais do pensamento de esquerda no século
20, co-fundador do Partido Comunista Italiano.
• Nascido em Ales, na Sardenha, em uma família
pobre e numerosa, filho de Francesco Gramsci,
Antonio foi vítima, antes dos 2 anos, de uma
doença que o deixou corcunda e prejudicou seu
crescimento. No entanto, foi um estudante
brilhante, e aos 21 anos conseguiu um prêmio
para estudar Letras na universidade de Turim.
4. • Gramsci frequentou os círculos socialistas e
entrou para o Partido Socialista em 1913.
Transformou-se num jornalista notável, um
escritor articulado da teoria política, escrevendo
para o "L'Avanti", órgão oficial do Partido
Socialista e para vários jornais socialistas na
Itália.
• Em 1919, rompeu com o partido. Militou em
comissões de fábrica e ajudou a fundar o Partido
Comunista Italiano em 1921, junto com Amadeo
Bordiga*.
5. • Gramsci foi à Rússia em 1922, onde representou o
novo partido e encontrou Giulia Schucht, uma
violinista com quem se casou e teve 2 filhos. A
missão russa coincidiu com o advento do fascismo
na Itália. Gramsci retornou com a missão de
promover a unidade dos partidos de esquerda no
seu país.
• Em 8 de novembro de 1926, a polícia fascista
prendeu Gramsci e, apesar de sua imunidade
parlamentar, levaram-no à prisão. Recebeu uma
sentença de cinco anos de confinamento e, no ano
seguinte, uma sentença de 20 anos de prisão em
Turi, perto de Bari.
6. • Um projeto para trocar prisioneiros políticos entre a
Itália e a União Soviética falhou em 1932. Dois anos
depois, bastante doente, ganhou a liberdade
condicional, para tratar-se em hospitais. Morreu em
Roma, aos 46 anos.
• Gramsci escreveu mais de 30 cadernos de história e
análise durante a prisão. Conhecidas como
"Cadernos do Cárcere" e "Cartas do Cárcere",
contêm seu traço do nacionalismo italiano e
algumas ideias da teoria crítica e educacional. Para
despistar a censura fascista, Gramsci adotou uma
linguagem cifrada, em torno de conceitos originais
ou de expressões novas. Seus escritos têm forma
fragmentária, com muitos trechos que apenas
indicam reflexões a serem desenvolvidas.
7. • Suas noções de pedagogia crítica e instrução popular
foram teorizadas e praticadas décadas mais tarde
por Paulo Freire no Brasil. Gramsci desacreditava de
uma tomada do poder que não fosse precedida por
mudanças de mentalidade. Para ele, os agentes
principais dessas mudanças seriam os intelectuais e
um dos seus instrumentos mais importantes, para a
conquista da cidadania, seria a escola.
• Gramsci promoveu o casamento das ideias de Marx
com as de Maquiavel, considerando o Partido
Comunista o novo "Príncipe", a quem o pensador
florentino renascentista dava conselhos para tomar
e permanecer no poder.
8. • Defendia a socialização da educação e da cultura
intelectual sugerindo que os intelectuais
tradicionais contribuíssem para a extensão do
conhecimento à população geral através das
parcerias com universidades.
• Havia na época dois tipos de escola: a
clássica(voltada para a classe dominante) e a
profissional(voltada para a classe trabalhadora).
O teórico defendia uma única escola que aliasse
o conhecimento do trabalho manual e
capacidade intelectual: a escola única ou
elementar
9. • . Essa escola, dizia ele, não deveria “hipotecar o
futuro do jovem e não constringir a sua vontade, a
sua inteligência, a sua consciência em formação a
mover-se dentro de um trilho com direção pré-
fixada; uma escola de liberdade e de livre iniciativa e
não uma escola de escravidão e mecanicidade”
(Gramsci, 1975). Primava pelo principio da
igualdade, base da filosofia de Karl Marx,
defendendo que o trabalho e seu aperfeiçoamento
eram o ponto de partida para essa conquista. A
escola única realizaria o processo de igualdade, pois
como instituição ativa mesclaria teoria e prática nas
atividades laborativas dos homens com o objetivo de
educar as classes subordinadas para o cumprimento
de seu papel na sociedade em seu caráter coletivo e
não apenas individual.