2. Definição
• É um processo inflamatório que acomete a dura-mater,
a pia-mater , a aracnoide e o espaco
subaracnoideo, que contém o LCR. O processo é
crânio-espinal e compromete o sistema
ventricular, o canal vertebral, as cisternas da
base do crânio e os nervos cranianos
• Pode iniciar por via hematogenica ou por
contiguidade de processos infecciosos das
estruturas cranianas (ouvidos, garganta, seios da
face, ossos cranianos).
3. Classificação:
1. De acordo com o agente causador:
bacterianas, virais, fúngicas, parasitárias.
2. De acordo com o tempo de evolução: agudas
(vírus e bactérias), subagudas e crônicas
(protozoários, espiroquetas, fungos,
micobactérias ou helmintos).
3. De acordo com o grupo etário acometido.
5. Etiologia
• Meningites bacterianas
-Neisseria meningitidis (Meningococo)
Bactéria gram-negativa em forma de coco. Divididos em sorogrupos,
sendo os mais frequentes A, B, C, W135 e Y.
-Streptococcus pneumoniae
Bactéria Gram-positiva com característica morfológica esférica (cocos),
disposta aos pares.
-Mycobacterium tuberculosis
Bacilo não formador de esporos, sem flagelos e que não produz toxinas.
Aeróbica estrita. Tem a forma de bastonete. Quando corado pelo método
de Ziehl-Neelsen, fixa a fucsina, álcool-ácido resistente
-Haemophilus influenzae
Bactéria gram-negativa , 6 sorotipos a, b, c, d, e, f. Desprovido de cápsula,
encontra-se nas vias respiratórias de forma saprófita, podendo causar
infecções assintomáticas ou doenças não invasivas, tais como: bronquite,
sinusites e otites, tanto em crianças como em adultos.
6. Etiologia
• Meningites virais
São representadas principalmente pelos enterovírus.: 3 poliovírus,
28 echovírus, 23 coxsackie A, 6 coxsackie B e 5 outros enterovírus.
• Meningite Fúngica:
- Agentes + comuns: Cryptococcus neoformans, Hystoplasma capsulatum
e P. brasiliensis.
-Frequentes em imunocomprometidos
-Criptococos: está amplamente disseminado na natureza (solo e em
excrementos de aves) e não tem transmissão homem-homem. É a 2°
infecção oportunista do SNC em HIV+.
Evolução subaguda ou crônica. Pode se apresentar como meningite,
encefalite e mais raramente como um pseudotumor (criptococoma).
7. Aspectos epidemiológicos
N. meningitidis:
• principal bactéria
• distribuição mundial e potencial de ocasionar epidemias.
• Acomete todas as faixas etárias
– maior incidência: <5 anos (lactentes 3 e 12 meses)
• No Brasil:
– décadas de 70 e 80: epidemias em várias cidades do país devido
aos sorogrupos A e C e, posteriormente, ao B.
– A partir da década de 90, houve uma diminuição proporcional
do sorogrupo B e aumento progressivo do sorogrupo C.
– Desde então, surtos isolados do sorogrupo C têm sido
identificados e controlados no país.
– 2009: Porto Seguro – BA:
9. Aspectos epidemiológicos
H. influenzae do tipo b (Hib)
• Antes de 1999: 2ª causa de meningite
bacteriana, responsável por 95% das doenças
invasivas (meningite, septicemia, pneumonia,
epiglotite, celulite, artrite séptica,
osteomielite e pericardite)
• A partir do ano 2000: introdução da vacina
conjugada contra a Hib: queda de 90% na
incidência
10. Aspectos epidemiológicos
S. pneumoniae:
• Atualmente é 2ª causa de meningites
bacterianas, desde vacina Hib
• Pode ocorrer em qualquer idade
– Mais frequente: < 5 anos.
• Letalidade mais elevada, quando comparada a N.
meningitidis e Hib.
• No Brasil, entre os anos de 2001 e 2006, o
coeficiente médio de letalidade foi de 30%,
enquanto que o provocado por N. meningitidis e
Hib foram 19,8 e 17,6%, respectivamente.
11. Aspectos epidemiológicos
Mycobacterium tuberculosis
• não sofre variações sazonais
• Distribuição não é igual em todos os continentes.
• Guarda íntima relação com as características
socioeconômicas,
– desnutrição
– Habitação precária
• faixa etária:
– elevado nos primeiros anos de vida
– muito baixo na idade escolar,
– Elevado na adolescência e no início da idade adulta.
– Elavado em HIV (+)
12. Aspectos epidemiológicos
Viral:
• Distribuição universal e potencial de ocasionar
epidemias, principalmente Enterovírus.
• O aumento de casos pode estar relacionado a
epidemias de varicela, sarampo, caxumba e a
eventos adversos pós-vacinais.
13. Modo de transmissão
• bacteriana: de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por
gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de
contato íntimo (residentes da mesma casa, pessoas que
compartilham o mesmo dormitório ou alojamento, comunicantes
de creche ou escola, namorado) ou contato direto com as
secreções respiratórias do paciente.
• Tuberculosa é uma complicação da infecção tuberculosa. Os casos
de tuberculose pulmonar com escarro positivo à baciloscopia
constituem a principal fonte de infecção, pois eliminam grande
número de bacilos, podendo provocar uma infecção maciça dos
contatos, com maior probabilidade de desenvolvimento de formas
graves da doença, como a meningite.
• Enterovírus: fecal-oral
14. Fatores de virulência
• Pneumococo, Hemofilus e menigococo: secretam
proteases que clivam IgA secretórias na
superfície da mucosa oral. Na corrente
sangüínea, os polissacárides capsulares ajudam a
que eles se livrem do sistema complementar
sérico atividade-específica, ativado pela via
alternativa.
• Meningococo: pili (adesinas) na superfície, que
permite aderir à mucosa e colonizarem
• Resultado: bacteremia com invasão do espaço
subaracnoide: fácil colonização, imunidade
humoral do SNC deficiente
17. Profilaxia
• Vacinação:
– Já fazem parte do calendário básico da criança:
• BCG: previne as formas graves de TB
• Tetravalente: protege contra doença invasiva causada pelo Haemophilus
influenzae tipo b e também contra os agentes causadores de coqueluche,
difteria e tétano;
– A partir de agosto de 2010:
• A vacina conjugada contra o meningococo sorogrupo C ainda não faz
parte da rotina de vacinação da rede pública de saúde, no entanto,
juntamente com a Pneumocócica 10-valente, é uma das vacinas
prioritárias para entrar no calendário básico de vacinação no ano de 2010
para a população menor de um ano.
• Contactuantes:
– está indicada a quimioprofilaxia para os contatos íntimos de casos de doença
meningocócica e meningite por Haemophilus influenzae
• droga de escolha é a rifampicina, devendo ser administrada
para os contatos íntimos, no prazo de 48 horas da exposição à fonte de
infecção