SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 5
Downloaden Sie, um offline zu lesen
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE UNIDADES DE
INFORMAÇÃO - PPGinfo
Disciplina: Metodologia da Pesquisa Profª: Lani Lucas
Aluna: Juliana Aparecida Gulka Data: 05/08/2014
RESENHA
SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. 6. ed. São Paulo:
Cortez, 2009.
Boaventura de Sousa Santos é um sociólogo português, doutor em Sociologia
do Direito pela Universidade de Yale (1973) e publicou mais de vinte livros,
principalmente em português e espanhol. Entre suas obras, está “um discurso sobre
as ciências”, que na edição brasileira de 2009, é objeto desta resenha.
“Um discurso sobre as ciências” é a versão ampliada da Oração da Sapiência,
proferida por Santos na abertura das aulas na Universidade de Coimbra (Portugal)
para o ano letivo de 1985/1986. Remonta a um apanhado da história da ciência,
partindo do século XVI com a revolução científica promovida por Copérnico, Galileu
e Newton, perpassando também por Rousseau e Einstein.
A obra é composta por três partes principais: o paradigma dominante; a crise
do paradigma dominante; e o paradigma emergente.
Ao tratar sobre o paradigma dominante, Santos expõem que as ciências
naturais praticamente dominaram a racionalidade científica, de modo que as
ciências sociais emergiram por volta do século XIX, mas não foram de todo
consideradas racionais da mesma forma que as naturais o eram. Ao contrário, eram
tidas como “irracionais” e “senso comum”. A lógica e a matemática fornecem
instrumentos de análise e investigação rigorosos e, portanto, privilegiados, daí a
ideia de quantificar remeter ao conhecimento científico. Esse modelo de ciência
racional era tido como totalitário à medida que não considerava válido qualquer outro
processo metodológico que levasse em conta experiências imediatas ou a própria
pessoa humana.
Mas “tal como foi possível descobrir as leis da natureza, seria igualmente
possível descobrir as leis da sociedade” (p. 32). Com precursores como Bacon, Vico
e Montesquieu, o campo das ciências sociais começou a ser estabelecido, surgindo
a partir daí, inclusive, uma metodologia própria para o estudo do ser humano.
A partir disso, Santos fala da crise do paradigma dominante. Citando a teoria
da relatividade de Einstein, a mecânica quântica, questionando a matemática como
disciplina absoluta e ainda a ligação entre elementos das ciências naturais e sociais
entre si, Santos aponta para uma ruptura daquilo que se entende por modelo
dominante da ciência, apontando para discussões do próprio conhecimento
científico.
Por volta do século XX, o que se percebe é um modelo no qual ciências
naturais e sociais tendem a convergir, sendo guiadas então para a
transdiciplinaridade.
Diante disso, Santos propõem que está emergindo um novo modelo, passível
de aproximação com as humanidades, mesmo que as próprias ciências sociais
tenham, em um primeiro momento, se baseado na metodologia das ciências
naturais. O modelo hegemônico e totalitário de que apenas os meios das ciências
naturais são absolutos é então questionado.
Santos coloca que o paradigma emergente seria “um conhecimento prudente
para uma vida decente”, incluindo o conhecimento propriamente dito e ainda as
questões sociais.
Quatro princípios surgem então para complementar essa proposta: 1) todo
conhecimento científico-natural é um conhecimento científico-social; 2) todo
conhecimento se denomina local e total; 3) todo conhecimento pode se dizer que é
um autoconhecimento; e por fim 4) todo conhecimento científico se constrói a partir
de um senso comum.
O primeiro está intimamente ligado a quebra da barreira entre o conhecimento
natural e o conhecimento social, para que as duas não se unam, mas se completem
e promovam um conhecimento interdisciplinar.
O segundo, leva em consideração que um mesmo conhecimento para ser
construído leva em conta vários estilos e uma “pluralidade metodológica”, de forma
que o olhar para a pesquisa precisar partir de várias perspectivas.
O terceiro, por sua vez, propõe que não se separe o sujeito pesquisador do
objeto pesquisado, já que a questão da neutralidade, distância ou superioridade não
faz mais sentido no modelo emergente. A questão é que o pesquisador, de uma
forma ou de outra, acaba interferindo no objeto, seja ele das ciências naturais ou
sociais, e dessa forma estabelece uma relação entre ambos.
Por fim, o quarto princípio defende que é necessário existir uma
reaproximação do conhecimento científico com o senso comum e,
consequentemente, com o modo de viver.
Santos defende que todos os conhecimentos científicos são socialmente
construídos, e o paradigma emergente precisa estar aberto a contribuição de
conhecimentos de diversas áreas. O autor defende que estamos passando por uma
transição para a ciência pós-moderna.
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 23. ed. São Paulo: Perspectiva, 2010.
Umberto Eco é italiano, conhecido internacionalmente por suas obras
publicadas em diversas temáticas. É escritor, filósofo, semioticista, crítico e
romancista. Apresenta a obra “como se faz uma tese” enquanto professor, dirigindo-
a aos estudantes que necessitam de auxilio para fazer a pesquisa e escrever a sua
tese na universidade. Aponta que o livro, é, sobretudo aos estudantes que se
encontram em situação difícil, seja porque tem pouco tempo para estudar, porque
ainda não estabeleceu afinidade com um professor orientador ou ainda dificuldade
em estabelecer um tema de pesquisa.
“Como se faz uma tese” está estruturado em capítulos que, no decorrer da
leitura, vão dando a clara ideia do caminho a percorrer para escrever um trabalho
científico. Dessa forma, o autor apresenta temáticas como a utilidade da tese, como
escolher a temática, o caminho da pesquisa até a redação, passando pelo
levantamento bibliográfico, fichamento e estabelecendo inclusive um plano de
trabalho.
O autor afirma que a tese pode recuperar o sentido positivo do estudo, e que
é possível sim fazer um trabalho digno, mesmo estando em situação difícil. Mas para
tanto, a que se tomar alguns cuidados, como por exemplo, o acesso as fontes de
consulta e que o estudante tenha afinidade com a temática.
Eco apresenta também, que uma tese pode ser monográfica ou panorâmica,
ou seja, mais específica ou mais abrangente. No entanto, faz uma ressalva: “quanto
mais se restringe o campo, melhor e com mais segurança se trabalha”. (p. 10).
Outro dado importante apontado por Eco é quanto à utilização de fontes de
pesquisa, que podem ser de primeira ou segunda mão. As primeiras são
consideradas as obras originais, enquanto as segundas, resumos e obras escritas
sobre as originais.
Ainda sobre a pesquisa, o autor frisa a importância do conhecimento de
idiomas, principalmente quando da necessidade de utilizar obras originais na
confecção do trabalho, e não as traduzidas, que podem desviar alguns conceitos e
interpretações importantes à confecção da tese. Salienta-se, no entanto, que esse
fator será determinante a depender do tema e da metodologia empregados na
construção da tese, sendo em alguns casos não necessário e não oferecendo
prejuízo o fato de ler traduções ou ainda fontes de segunda mão.
Umberto Eco se detém também em questões de orientação no estilo da
confecção do trabalho, tanto em aspectos de diagramação, quanto da formatação de
citações e referências bibliográficas.
* * *
Enquanto Boaventura de Sousa Santos faz um discurso sobre e entre as
ciências, Umberto Eco apresenta uma obra mais voltada para as ciências humanas
e sociais. No entanto, é possível estabelecer algumas reflexões relacionando os dois
livros, pois ambos tratam de conhecimento científico.
A começar pelo rigor que uma pesquisa científica exige, voltamos a discussão
apresentada por Santos sobre a metodologia empregada pelas ciências naturais e
tida por muito tempo como absoluta e totalitária. Eco afirma que a quantificação
pode virar fetiche, ou seja, de que adianta ter dados absolutos, matemática, tabelas,
se elas não forem relacionadas ou explicarem a realidade? A interpretação dos
fenômenos tem tal importância quanto a sua prova, logo nos aproximamos do que
Santos defende como uma convergência das ciências naturais e sociais.
A metodologia empregada nas ciências sociais não carece, portanto, de rigor
científico. A depender da área – direito, letras, filosofia, educação, etc. – a de se
usar um ou outro caminho para se chegar ao que se pretende estudar, mas este
precisa garantir que a pesquisa seja original ou que seus resultados gerem um
conhecimento novo acerca de algo até então não pensado daquela forma. Isso
exige, naturalmente, a sistematização das ideias, o levantamento de fontes e seu
tratamento adequado mediante o objeto de estudo.
Eco afirma que um trabalho científico deve acrescentar algo a sociedade, ser
útil e indispensável, o que vai de encontro ao quarto princípio colocado por Santos,
que defende a reaproximação da ciência e do senso comum.
Trata-se, como bem afirma Eco, de possuir uma pergunta que precisa ser
respondida, e mesmo que o autor refira essa afirmação às teses das áreas sociais, é
possível também entender que o mesmo acontece com as ciências naturais e
exatas: precisa-se de algo para resolver, de um problema de pesquisa.
O conhecimento científico, a luz de ciências sociais ou naturais, move o
debate na academia e na sociedade, impulsiona novos estudos, define novos modos
de pensar e de fazer, e no final das contas, como defende Santos, deveria traduzir-
se em sabedoria de vida.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Aula de filosofia antiga, tema: Sócrates
Aula de filosofia antiga, tema: SócratesAula de filosofia antiga, tema: Sócrates
Aula de filosofia antiga, tema: SócratesLeandro Nazareth Souto
 
Planejamento de Pesquisas qualitativas
Planejamento de Pesquisas qualitativasPlanejamento de Pesquisas qualitativas
Planejamento de Pesquisas qualitativasSonia Matos Moutinho
 
Tendência pedagógica histórico crítica
Tendência pedagógica histórico críticaTendência pedagógica histórico crítica
Tendência pedagógica histórico críticaFábio Vasconcelos
 
Filosofia, Política e Ética
Filosofia, Política e ÉticaFilosofia, Política e Ética
Filosofia, Política e ÉticaCarson Souza
 
Desenvolvimento PEDAGOGICO
Desenvolvimento PEDAGOGICODesenvolvimento PEDAGOGICO
Desenvolvimento PEDAGOGICODINODIAS1963
 
A ciência na história CHAUÍ_ Pedagogia- Camila Aparecida, Anderson e Thais
A ciência na história CHAUÍ_ Pedagogia- Camila Aparecida, Anderson e Thais A ciência na história CHAUÍ_ Pedagogia- Camila Aparecida, Anderson e Thais
A ciência na história CHAUÍ_ Pedagogia- Camila Aparecida, Anderson e Thais camila07uemg
 
As teorias pedagógicas modernas resiginificadas pelo debate contemporâneo
As teorias pedagógicas modernas resiginificadas pelo debate contemporâneoAs teorias pedagógicas modernas resiginificadas pelo debate contemporâneo
As teorias pedagógicas modernas resiginificadas pelo debate contemporâneoSheila V. mussi
 
Um discurso sobre a Ciência
Um discurso sobre a Ciência Um discurso sobre a Ciência
Um discurso sobre a Ciência Roberta Enir
 
Multidiciplinariedade, Interdisciplinaridade E Transdisciplinaridade
Multidiciplinariedade, Interdisciplinaridade E TransdisciplinaridadeMultidiciplinariedade, Interdisciplinaridade E Transdisciplinaridade
Multidiciplinariedade, Interdisciplinaridade E Transdisciplinaridadesilsiane
 
Modelo de Como preencher a Plataforma Brasil
Modelo de Como preencher a Plataforma BrasilModelo de Como preencher a Plataforma Brasil
Modelo de Como preencher a Plataforma BrasilZara Hoffmann
 
Psicologia da Educação
Psicologia da EducaçãoPsicologia da Educação
Psicologia da Educaçãounieubra
 
Os paradigmas em educação
Os paradigmas em educaçãoOs paradigmas em educação
Os paradigmas em educaçãoAndréa Kochhann
 
Educação profissional no Brasil
Educação profissional no BrasilEducação profissional no Brasil
Educação profissional no BrasilLucas Malta Lopes
 
7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slideErica Frau
 

Was ist angesagt? (20)

Aula de filosofia antiga, tema: Sócrates
Aula de filosofia antiga, tema: SócratesAula de filosofia antiga, tema: Sócrates
Aula de filosofia antiga, tema: Sócrates
 
Planejamento de Pesquisas qualitativas
Planejamento de Pesquisas qualitativasPlanejamento de Pesquisas qualitativas
Planejamento de Pesquisas qualitativas
 
Tendência pedagógica histórico crítica
Tendência pedagógica histórico críticaTendência pedagógica histórico crítica
Tendência pedagógica histórico crítica
 
Filosofia, Política e Ética
Filosofia, Política e ÉticaFilosofia, Política e Ética
Filosofia, Política e Ética
 
Desenvolvimento PEDAGOGICO
Desenvolvimento PEDAGOGICODesenvolvimento PEDAGOGICO
Desenvolvimento PEDAGOGICO
 
A ciência na história CHAUÍ_ Pedagogia- Camila Aparecida, Anderson e Thais
A ciência na história CHAUÍ_ Pedagogia- Camila Aparecida, Anderson e Thais A ciência na história CHAUÍ_ Pedagogia- Camila Aparecida, Anderson e Thais
A ciência na história CHAUÍ_ Pedagogia- Camila Aparecida, Anderson e Thais
 
As teorias pedagógicas modernas resiginificadas pelo debate contemporâneo
As teorias pedagógicas modernas resiginificadas pelo debate contemporâneoAs teorias pedagógicas modernas resiginificadas pelo debate contemporâneo
As teorias pedagógicas modernas resiginificadas pelo debate contemporâneo
 
Um discurso sobre a Ciência
Um discurso sobre a Ciência Um discurso sobre a Ciência
Um discurso sobre a Ciência
 
A ciencia moderna
A ciencia modernaA ciencia moderna
A ciencia moderna
 
Racionalismo x Empirismo
Racionalismo x EmpirismoRacionalismo x Empirismo
Racionalismo x Empirismo
 
Metodologia científica
Metodologia científicaMetodologia científica
Metodologia científica
 
Auguste comte e o positivismo 2
Auguste comte e o positivismo 2Auguste comte e o positivismo 2
Auguste comte e o positivismo 2
 
Multidiciplinariedade, Interdisciplinaridade E Transdisciplinaridade
Multidiciplinariedade, Interdisciplinaridade E TransdisciplinaridadeMultidiciplinariedade, Interdisciplinaridade E Transdisciplinaridade
Multidiciplinariedade, Interdisciplinaridade E Transdisciplinaridade
 
O que é ciência
O que é ciênciaO que é ciência
O que é ciência
 
Epistemologia
EpistemologiaEpistemologia
Epistemologia
 
Modelo de Como preencher a Plataforma Brasil
Modelo de Como preencher a Plataforma BrasilModelo de Como preencher a Plataforma Brasil
Modelo de Como preencher a Plataforma Brasil
 
Psicologia da Educação
Psicologia da EducaçãoPsicologia da Educação
Psicologia da Educação
 
Os paradigmas em educação
Os paradigmas em educaçãoOs paradigmas em educação
Os paradigmas em educação
 
Educação profissional no Brasil
Educação profissional no BrasilEducação profissional no Brasil
Educação profissional no Brasil
 
7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide
 

Andere mochten auch

89869029 um-discurso-sobre-as-ciencias-boaventura-de-sousa-santos
89869029 um-discurso-sobre-as-ciencias-boaventura-de-sousa-santos89869029 um-discurso-sobre-as-ciencias-boaventura-de-sousa-santos
89869029 um-discurso-sobre-as-ciencias-boaventura-de-sousa-santosbibliomiranda
 
Boaventura de Souza Santos - Um discurso sobre ciencias
Boaventura de Souza Santos  - Um discurso sobre cienciasBoaventura de Souza Santos  - Um discurso sobre ciencias
Boaventura de Souza Santos - Um discurso sobre cienciasCarlos Alberto Monteiro
 
Slides Boaventura - grupo 2
Slides Boaventura - grupo 2Slides Boaventura - grupo 2
Slides Boaventura - grupo 2Lívia Willborn
 
Alves , rubem entre a ciencia e a sapiencia
Alves , rubem   entre a ciencia e a sapienciaAlves , rubem   entre a ciencia e a sapiencia
Alves , rubem entre a ciencia e a sapienciabicalhoale
 
Resenha acadêmica
Resenha acadêmicaResenha acadêmica
Resenha acadêmicamegainfoin
 
Resenha (O português brasileiro) de Rosa Virgínia Matos e Silva
Resenha (O português brasileiro) de Rosa Virgínia Matos e SilvaResenha (O português brasileiro) de Rosa Virgínia Matos e Silva
Resenha (O português brasileiro) de Rosa Virgínia Matos e SilvaWilson
 
Fichamento fotografia ( oficial)
Fichamento fotografia ( oficial)Fichamento fotografia ( oficial)
Fichamento fotografia ( oficial)isisnogueira
 
Resenha: O campo científico / Os usos sociais da ciência: por uma sociologia ...
Resenha: O campo científico / Os usos sociais da ciência: por uma sociologia ...Resenha: O campo científico / Os usos sociais da ciência: por uma sociologia ...
Resenha: O campo científico / Os usos sociais da ciência: por uma sociologia ...Juliana Gulka
 
Quiz metodologia cientifica (teste)
Quiz metodologia cientifica (teste)Quiz metodologia cientifica (teste)
Quiz metodologia cientifica (teste)Emanuelle Souza
 
Trabalho de metodologia cientifica resenha - prof. sanzia
Trabalho de metodologia cientifica   resenha - prof. sanziaTrabalho de metodologia cientifica   resenha - prof. sanzia
Trabalho de metodologia cientifica resenha - prof. sanziaGesiel Oliveira
 
Modelo resenha-tematica
Modelo resenha-tematicaModelo resenha-tematica
Modelo resenha-tematicaGadelha Pedro
 
Resenha Taylor
Resenha TaylorResenha Taylor
Resenha Taylorroneison
 
Dermeval saviani historia das ideias pedagogicas no brasil [2ª ed]
Dermeval saviani   historia das ideias pedagogicas no brasil [2ª ed]Dermeval saviani   historia das ideias pedagogicas no brasil [2ª ed]
Dermeval saviani historia das ideias pedagogicas no brasil [2ª ed]Luiza Katia
 
Plano de curso língua portuguesa e literatura
Plano de curso língua portuguesa e literaturaPlano de curso língua portuguesa e literatura
Plano de curso língua portuguesa e literaturapibiduergsmontenegro
 
Formas de estado, formas e sistemas de governo
Formas de estado, formas e sistemas de governoFormas de estado, formas e sistemas de governo
Formas de estado, formas e sistemas de governoJosé Amaral
 
A leitura e redação ciêntifica (completo)
A leitura e redação ciêntifica (completo)A leitura e redação ciêntifica (completo)
A leitura e redação ciêntifica (completo)Juan Batista
 
PLANO DIDÁTICO ANUAL LITERATURA 1º ANO ENSINO MÉDIO
PLANO DIDÁTICO ANUAL LITERATURA 1º ANO ENSINO MÉDIOPLANO DIDÁTICO ANUAL LITERATURA 1º ANO ENSINO MÉDIO
PLANO DIDÁTICO ANUAL LITERATURA 1º ANO ENSINO MÉDIOIFMA
 

Andere mochten auch (20)

89869029 um-discurso-sobre-as-ciencias-boaventura-de-sousa-santos
89869029 um-discurso-sobre-as-ciencias-boaventura-de-sousa-santos89869029 um-discurso-sobre-as-ciencias-boaventura-de-sousa-santos
89869029 um-discurso-sobre-as-ciencias-boaventura-de-sousa-santos
 
Boaventura de Souza Santos - Um discurso sobre ciencias
Boaventura de Souza Santos  - Um discurso sobre cienciasBoaventura de Souza Santos  - Um discurso sobre ciencias
Boaventura de Souza Santos - Um discurso sobre ciencias
 
Slides Boaventura - grupo 2
Slides Boaventura - grupo 2Slides Boaventura - grupo 2
Slides Boaventura - grupo 2
 
Alves , rubem entre a ciencia e a sapiencia
Alves , rubem   entre a ciencia e a sapienciaAlves , rubem   entre a ciencia e a sapiencia
Alves , rubem entre a ciencia e a sapiencia
 
Resenha acadêmica
Resenha acadêmicaResenha acadêmica
Resenha acadêmica
 
Resenha (O português brasileiro) de Rosa Virgínia Matos e Silva
Resenha (O português brasileiro) de Rosa Virgínia Matos e SilvaResenha (O português brasileiro) de Rosa Virgínia Matos e Silva
Resenha (O português brasileiro) de Rosa Virgínia Matos e Silva
 
Fichamento fotografia ( oficial)
Fichamento fotografia ( oficial)Fichamento fotografia ( oficial)
Fichamento fotografia ( oficial)
 
O ponto de mutação
O ponto de mutaçãoO ponto de mutação
O ponto de mutação
 
Resenha: O campo científico / Os usos sociais da ciência: por uma sociologia ...
Resenha: O campo científico / Os usos sociais da ciência: por uma sociologia ...Resenha: O campo científico / Os usos sociais da ciência: por uma sociologia ...
Resenha: O campo científico / Os usos sociais da ciência: por uma sociologia ...
 
Quiz metodologia cientifica (teste)
Quiz metodologia cientifica (teste)Quiz metodologia cientifica (teste)
Quiz metodologia cientifica (teste)
 
Trabalho de metodologia cientifica resenha - prof. sanzia
Trabalho de metodologia cientifica   resenha - prof. sanziaTrabalho de metodologia cientifica   resenha - prof. sanzia
Trabalho de metodologia cientifica resenha - prof. sanzia
 
Modelo resenha-tematica
Modelo resenha-tematicaModelo resenha-tematica
Modelo resenha-tematica
 
Resenha Taylor
Resenha TaylorResenha Taylor
Resenha Taylor
 
Dermeval saviani historia das ideias pedagogicas no brasil [2ª ed]
Dermeval saviani   historia das ideias pedagogicas no brasil [2ª ed]Dermeval saviani   historia das ideias pedagogicas no brasil [2ª ed]
Dermeval saviani historia das ideias pedagogicas no brasil [2ª ed]
 
Plano de curso língua portuguesa e literatura
Plano de curso língua portuguesa e literaturaPlano de curso língua portuguesa e literatura
Plano de curso língua portuguesa e literatura
 
Formas de estado, formas e sistemas de governo
Formas de estado, formas e sistemas de governoFormas de estado, formas e sistemas de governo
Formas de estado, formas e sistemas de governo
 
Projeto de Literatura e Redação
Projeto de Literatura e RedaçãoProjeto de Literatura e Redação
Projeto de Literatura e Redação
 
A leitura e redação ciêntifica (completo)
A leitura e redação ciêntifica (completo)A leitura e redação ciêntifica (completo)
A leitura e redação ciêntifica (completo)
 
PLANO DIDÁTICO ANUAL LITERATURA 1º ANO ENSINO MÉDIO
PLANO DIDÁTICO ANUAL LITERATURA 1º ANO ENSINO MÉDIOPLANO DIDÁTICO ANUAL LITERATURA 1º ANO ENSINO MÉDIO
PLANO DIDÁTICO ANUAL LITERATURA 1º ANO ENSINO MÉDIO
 
Resenha pronta
Resenha prontaResenha pronta
Resenha pronta
 

Ähnlich wie Resenha: Um discurso sobre as ciências / Como se faz uma tese

Fichamento cildete
Fichamento  cildeteFichamento  cildete
Fichamento cildetepibidsociais
 
Introdução histórica à filosofia das ciências.pdf
Introdução histórica à filosofia das ciências.pdfIntrodução histórica à filosofia das ciências.pdf
Introdução histórica à filosofia das ciências.pdfFelipeCarlosSpitz
 
Texto 2.2 - Conhecimento e sala de aula, Demétrio Delizoicov, (José André ...
Texto 2.2 - Conhecimento e sala de aula, Demétrio Delizoicov, (José André ...Texto 2.2 - Conhecimento e sala de aula, Demétrio Delizoicov, (José André ...
Texto 2.2 - Conhecimento e sala de aula, Demétrio Delizoicov, (José André ...LeandroLuiz62
 
O papel da experimentação no Ensino de Ciências
O papel da experimentação no Ensino de CiênciasO papel da experimentação no Ensino de Ciências
O papel da experimentação no Ensino de Ciênciasblogplec
 
Paty,m 1997d unverslde-cienc
Paty,m 1997d unverslde-ciencPaty,m 1997d unverslde-cienc
Paty,m 1997d unverslde-ciencFranco Bressan
 
Introdução a Metafísica
Introdução a MetafísicaIntrodução a Metafísica
Introdução a MetafísicaCursoDeFerias
 
O que é natureza da ciência e qual sua relação com
O que é natureza da ciência e qual sua relação comO que é natureza da ciência e qual sua relação com
O que é natureza da ciência e qual sua relação comWalmir Jun
 
Ciência,epistemologia e pesquisa educacional
Ciência,epistemologia e pesquisa educacionalCiência,epistemologia e pesquisa educacional
Ciência,epistemologia e pesquisa educacionalThiago De Melo Martins
 
Myriam sepúlveda interdisc
Myriam sepúlveda   interdiscMyriam sepúlveda   interdisc
Myriam sepúlveda interdiscelena_va
 
O estudo cientifico da aprendizagem
O estudo cientifico da aprendizagemO estudo cientifico da aprendizagem
O estudo cientifico da aprendizagemQuitriaSilva2
 
Trabalho de epistemologia marta kerr 2º período
Trabalho de epistemologia marta kerr   2º períodoTrabalho de epistemologia marta kerr   2º período
Trabalho de epistemologia marta kerr 2º períodoRita Gonçalves
 
Kuhn a funcao do dogma na investigacao cientifica
Kuhn a funcao do dogma na investigacao cientificaKuhn a funcao do dogma na investigacao cientifica
Kuhn a funcao do dogma na investigacao cientificaReflexao Dialogada
 
Orientações para trabalhos_acadêmicos
Orientações para trabalhos_acadêmicosOrientações para trabalhos_acadêmicos
Orientações para trabalhos_acadêmicoscleiciacandida
 
Livro para monografias abnt
Livro para monografias abntLivro para monografias abnt
Livro para monografias abntCfx2015
 
Metodocientifico
MetodocientificoMetodocientifico
MetodocientificoMaicon Luiz
 

Ähnlich wie Resenha: Um discurso sobre as ciências / Como se faz uma tese (20)

Fichamento cildete
Fichamento  cildeteFichamento  cildete
Fichamento cildete
 
Fichamento - Eunice
Fichamento - EuniceFichamento - Eunice
Fichamento - Eunice
 
Filosofia da Ciência I
Filosofia da Ciência IFilosofia da Ciência I
Filosofia da Ciência I
 
Introdução histórica à filosofia das ciências.pdf
Introdução histórica à filosofia das ciências.pdfIntrodução histórica à filosofia das ciências.pdf
Introdução histórica à filosofia das ciências.pdf
 
Texto 2.2 - Conhecimento e sala de aula, Demétrio Delizoicov, (José André ...
Texto 2.2 - Conhecimento e sala de aula, Demétrio Delizoicov, (José André ...Texto 2.2 - Conhecimento e sala de aula, Demétrio Delizoicov, (José André ...
Texto 2.2 - Conhecimento e sala de aula, Demétrio Delizoicov, (José André ...
 
O papel da experimentação no Ensino de Ciências
O papel da experimentação no Ensino de CiênciasO papel da experimentação no Ensino de Ciências
O papel da experimentação no Ensino de Ciências
 
Paty,m 1997d unverslde-cienc
Paty,m 1997d unverslde-ciencPaty,m 1997d unverslde-cienc
Paty,m 1997d unverslde-cienc
 
Introdução a Metafísica
Introdução a MetafísicaIntrodução a Metafísica
Introdução a Metafísica
 
O que é natureza da ciência e qual sua relação com
O que é natureza da ciência e qual sua relação comO que é natureza da ciência e qual sua relação com
O que é natureza da ciência e qual sua relação com
 
Ciência,epistemologia e pesquisa educacional
Ciência,epistemologia e pesquisa educacionalCiência,epistemologia e pesquisa educacional
Ciência,epistemologia e pesquisa educacional
 
Myriam sepúlveda interdisc
Myriam sepúlveda   interdiscMyriam sepúlveda   interdisc
Myriam sepúlveda interdisc
 
O estudo cientifico da aprendizagem
O estudo cientifico da aprendizagemO estudo cientifico da aprendizagem
O estudo cientifico da aprendizagem
 
A fenomelogia
A fenomelogiaA fenomelogia
A fenomelogia
 
Trabalho de epistemologia marta kerr 2º período
Trabalho de epistemologia marta kerr   2º períodoTrabalho de epistemologia marta kerr   2º período
Trabalho de epistemologia marta kerr 2º período
 
Gaston bachelard - Seminario
Gaston bachelard - SeminarioGaston bachelard - Seminario
Gaston bachelard - Seminario
 
Kuhn a funcao do dogma na investigacao cientifica
Kuhn a funcao do dogma na investigacao cientificaKuhn a funcao do dogma na investigacao cientifica
Kuhn a funcao do dogma na investigacao cientifica
 
Visao cienc
Visao ciencVisao cienc
Visao cienc
 
Orientações para trabalhos_acadêmicos
Orientações para trabalhos_acadêmicosOrientações para trabalhos_acadêmicos
Orientações para trabalhos_acadêmicos
 
Livro para monografias abnt
Livro para monografias abntLivro para monografias abnt
Livro para monografias abnt
 
Metodocientifico
MetodocientificoMetodocientifico
Metodocientifico
 

Mehr von Juliana Gulka

Revisão de metadados para confiabilidade de artigos publicados em acesso aberto
Revisão de metadados para confiabilidade de artigos publicados em acesso abertoRevisão de metadados para confiabilidade de artigos publicados em acesso aberto
Revisão de metadados para confiabilidade de artigos publicados em acesso abertoJuliana Gulka
 
Serviços Colaborativos com uso das TICs em Bibliotecas
Serviços Colaborativos com uso das TICs em BibliotecasServiços Colaborativos com uso das TICs em Bibliotecas
Serviços Colaborativos com uso das TICs em BibliotecasJuliana Gulka
 
Gestão do Conhecimento para Unidades de Informação
Gestão do Conhecimento para Unidades de InformaçãoGestão do Conhecimento para Unidades de Informação
Gestão do Conhecimento para Unidades de InformaçãoJuliana Gulka
 
Ações de Comunicação
Ações de ComunicaçãoAções de Comunicação
Ações de ComunicaçãoJuliana Gulka
 
Resenha 5 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 5 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaResenha 5 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 5 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaJuliana Gulka
 
Resenha 4 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 4 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaResenha 4 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 4 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaJuliana Gulka
 
Resenha 3 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 3 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaResenha 3 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 3 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaJuliana Gulka
 
Resenha 2 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 2 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaResenha 2 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 2 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaJuliana Gulka
 
Resenha 1 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 1 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaResenha 1 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 1 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaJuliana Gulka
 
Discurso de Formatura
Discurso de FormaturaDiscurso de Formatura
Discurso de FormaturaJuliana Gulka
 
PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...
PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...
PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...Juliana Gulka
 
PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...
PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...
PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...Juliana Gulka
 
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO AUDIOVISUAL: o bibliotecário inserido no contexto muse...
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO AUDIOVISUAL:  o bibliotecário inserido no contexto muse...ORGANIZAÇÃO DE ACERVO AUDIOVISUAL:  o bibliotecário inserido no contexto muse...
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO AUDIOVISUAL: o bibliotecário inserido no contexto muse...Juliana Gulka
 
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...Juliana Gulka
 
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...Juliana Gulka
 
Analise crítica da tese: Leitura e Significados
Analise crítica da tese: Leitura e SignificadosAnalise crítica da tese: Leitura e Significados
Analise crítica da tese: Leitura e SignificadosJuliana Gulka
 
OAI - Open Archives Initiative
OAI - Open Archives Initiative OAI - Open Archives Initiative
OAI - Open Archives Initiative Juliana Gulka
 

Mehr von Juliana Gulka (20)

Revisão de metadados para confiabilidade de artigos publicados em acesso aberto
Revisão de metadados para confiabilidade de artigos publicados em acesso abertoRevisão de metadados para confiabilidade de artigos publicados em acesso aberto
Revisão de metadados para confiabilidade de artigos publicados em acesso aberto
 
Motivação
MotivaçãoMotivação
Motivação
 
Serviços Colaborativos com uso das TICs em Bibliotecas
Serviços Colaborativos com uso das TICs em BibliotecasServiços Colaborativos com uso das TICs em Bibliotecas
Serviços Colaborativos com uso das TICs em Bibliotecas
 
Gestão do Conhecimento para Unidades de Informação
Gestão do Conhecimento para Unidades de InformaçãoGestão do Conhecimento para Unidades de Informação
Gestão do Conhecimento para Unidades de Informação
 
Ações de Comunicação
Ações de ComunicaçãoAções de Comunicação
Ações de Comunicação
 
Resenha 5 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 5 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaResenha 5 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 5 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
 
Resenha 4 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 4 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaResenha 4 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 4 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
 
Resenha 3 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 3 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaResenha 3 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 3 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
 
Resenha 2 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 2 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaResenha 2 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 2 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
 
Resenha 1 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 1 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e TecnológicaResenha 1 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Resenha 1 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
 
Discurso de Formatura
Discurso de FormaturaDiscurso de Formatura
Discurso de Formatura
 
PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...
PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...
PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...
 
PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...
PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...
PROCEDIMENTOS DE INCORPORAÇÃO, CATALOGAÇÃO E REGISTRO NOS MUSEUS DE FLORIANÓP...
 
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO AUDIOVISUAL: o bibliotecário inserido no contexto muse...
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO AUDIOVISUAL:  o bibliotecário inserido no contexto muse...ORGANIZAÇÃO DE ACERVO AUDIOVISUAL:  o bibliotecário inserido no contexto muse...
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO AUDIOVISUAL: o bibliotecário inserido no contexto muse...
 
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...
 
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...
ORGANIZAÇÃO DE ACERVO MUSEOLÓGICO: uma experiência no Museu da Imagem e do So...
 
Projeto de Índice
Projeto de ÍndiceProjeto de Índice
Projeto de Índice
 
Analise crítica da tese: Leitura e Significados
Analise crítica da tese: Leitura e SignificadosAnalise crítica da tese: Leitura e Significados
Analise crítica da tese: Leitura e Significados
 
Museu
MuseuMuseu
Museu
 
OAI - Open Archives Initiative
OAI - Open Archives Initiative OAI - Open Archives Initiative
OAI - Open Archives Initiative
 

Kürzlich hochgeladen

William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasCasa Ciências
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 

Kürzlich hochgeladen (20)

William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 

Resenha: Um discurso sobre as ciências / Como se faz uma tese

  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO - PPGinfo Disciplina: Metodologia da Pesquisa Profª: Lani Lucas Aluna: Juliana Aparecida Gulka Data: 05/08/2014 RESENHA SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2009. Boaventura de Sousa Santos é um sociólogo português, doutor em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale (1973) e publicou mais de vinte livros, principalmente em português e espanhol. Entre suas obras, está “um discurso sobre as ciências”, que na edição brasileira de 2009, é objeto desta resenha. “Um discurso sobre as ciências” é a versão ampliada da Oração da Sapiência, proferida por Santos na abertura das aulas na Universidade de Coimbra (Portugal) para o ano letivo de 1985/1986. Remonta a um apanhado da história da ciência, partindo do século XVI com a revolução científica promovida por Copérnico, Galileu e Newton, perpassando também por Rousseau e Einstein. A obra é composta por três partes principais: o paradigma dominante; a crise do paradigma dominante; e o paradigma emergente. Ao tratar sobre o paradigma dominante, Santos expõem que as ciências naturais praticamente dominaram a racionalidade científica, de modo que as ciências sociais emergiram por volta do século XIX, mas não foram de todo consideradas racionais da mesma forma que as naturais o eram. Ao contrário, eram tidas como “irracionais” e “senso comum”. A lógica e a matemática fornecem instrumentos de análise e investigação rigorosos e, portanto, privilegiados, daí a ideia de quantificar remeter ao conhecimento científico. Esse modelo de ciência racional era tido como totalitário à medida que não considerava válido qualquer outro processo metodológico que levasse em conta experiências imediatas ou a própria pessoa humana.
  • 2. Mas “tal como foi possível descobrir as leis da natureza, seria igualmente possível descobrir as leis da sociedade” (p. 32). Com precursores como Bacon, Vico e Montesquieu, o campo das ciências sociais começou a ser estabelecido, surgindo a partir daí, inclusive, uma metodologia própria para o estudo do ser humano. A partir disso, Santos fala da crise do paradigma dominante. Citando a teoria da relatividade de Einstein, a mecânica quântica, questionando a matemática como disciplina absoluta e ainda a ligação entre elementos das ciências naturais e sociais entre si, Santos aponta para uma ruptura daquilo que se entende por modelo dominante da ciência, apontando para discussões do próprio conhecimento científico. Por volta do século XX, o que se percebe é um modelo no qual ciências naturais e sociais tendem a convergir, sendo guiadas então para a transdiciplinaridade. Diante disso, Santos propõem que está emergindo um novo modelo, passível de aproximação com as humanidades, mesmo que as próprias ciências sociais tenham, em um primeiro momento, se baseado na metodologia das ciências naturais. O modelo hegemônico e totalitário de que apenas os meios das ciências naturais são absolutos é então questionado. Santos coloca que o paradigma emergente seria “um conhecimento prudente para uma vida decente”, incluindo o conhecimento propriamente dito e ainda as questões sociais. Quatro princípios surgem então para complementar essa proposta: 1) todo conhecimento científico-natural é um conhecimento científico-social; 2) todo conhecimento se denomina local e total; 3) todo conhecimento pode se dizer que é um autoconhecimento; e por fim 4) todo conhecimento científico se constrói a partir de um senso comum. O primeiro está intimamente ligado a quebra da barreira entre o conhecimento natural e o conhecimento social, para que as duas não se unam, mas se completem e promovam um conhecimento interdisciplinar. O segundo, leva em consideração que um mesmo conhecimento para ser construído leva em conta vários estilos e uma “pluralidade metodológica”, de forma que o olhar para a pesquisa precisar partir de várias perspectivas. O terceiro, por sua vez, propõe que não se separe o sujeito pesquisador do objeto pesquisado, já que a questão da neutralidade, distância ou superioridade não
  • 3. faz mais sentido no modelo emergente. A questão é que o pesquisador, de uma forma ou de outra, acaba interferindo no objeto, seja ele das ciências naturais ou sociais, e dessa forma estabelece uma relação entre ambos. Por fim, o quarto princípio defende que é necessário existir uma reaproximação do conhecimento científico com o senso comum e, consequentemente, com o modo de viver. Santos defende que todos os conhecimentos científicos são socialmente construídos, e o paradigma emergente precisa estar aberto a contribuição de conhecimentos de diversas áreas. O autor defende que estamos passando por uma transição para a ciência pós-moderna. ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 23. ed. São Paulo: Perspectiva, 2010. Umberto Eco é italiano, conhecido internacionalmente por suas obras publicadas em diversas temáticas. É escritor, filósofo, semioticista, crítico e romancista. Apresenta a obra “como se faz uma tese” enquanto professor, dirigindo- a aos estudantes que necessitam de auxilio para fazer a pesquisa e escrever a sua tese na universidade. Aponta que o livro, é, sobretudo aos estudantes que se encontram em situação difícil, seja porque tem pouco tempo para estudar, porque ainda não estabeleceu afinidade com um professor orientador ou ainda dificuldade em estabelecer um tema de pesquisa. “Como se faz uma tese” está estruturado em capítulos que, no decorrer da leitura, vão dando a clara ideia do caminho a percorrer para escrever um trabalho científico. Dessa forma, o autor apresenta temáticas como a utilidade da tese, como escolher a temática, o caminho da pesquisa até a redação, passando pelo levantamento bibliográfico, fichamento e estabelecendo inclusive um plano de trabalho. O autor afirma que a tese pode recuperar o sentido positivo do estudo, e que é possível sim fazer um trabalho digno, mesmo estando em situação difícil. Mas para tanto, a que se tomar alguns cuidados, como por exemplo, o acesso as fontes de consulta e que o estudante tenha afinidade com a temática.
  • 4. Eco apresenta também, que uma tese pode ser monográfica ou panorâmica, ou seja, mais específica ou mais abrangente. No entanto, faz uma ressalva: “quanto mais se restringe o campo, melhor e com mais segurança se trabalha”. (p. 10). Outro dado importante apontado por Eco é quanto à utilização de fontes de pesquisa, que podem ser de primeira ou segunda mão. As primeiras são consideradas as obras originais, enquanto as segundas, resumos e obras escritas sobre as originais. Ainda sobre a pesquisa, o autor frisa a importância do conhecimento de idiomas, principalmente quando da necessidade de utilizar obras originais na confecção do trabalho, e não as traduzidas, que podem desviar alguns conceitos e interpretações importantes à confecção da tese. Salienta-se, no entanto, que esse fator será determinante a depender do tema e da metodologia empregados na construção da tese, sendo em alguns casos não necessário e não oferecendo prejuízo o fato de ler traduções ou ainda fontes de segunda mão. Umberto Eco se detém também em questões de orientação no estilo da confecção do trabalho, tanto em aspectos de diagramação, quanto da formatação de citações e referências bibliográficas. * * * Enquanto Boaventura de Sousa Santos faz um discurso sobre e entre as ciências, Umberto Eco apresenta uma obra mais voltada para as ciências humanas e sociais. No entanto, é possível estabelecer algumas reflexões relacionando os dois livros, pois ambos tratam de conhecimento científico. A começar pelo rigor que uma pesquisa científica exige, voltamos a discussão apresentada por Santos sobre a metodologia empregada pelas ciências naturais e tida por muito tempo como absoluta e totalitária. Eco afirma que a quantificação pode virar fetiche, ou seja, de que adianta ter dados absolutos, matemática, tabelas, se elas não forem relacionadas ou explicarem a realidade? A interpretação dos fenômenos tem tal importância quanto a sua prova, logo nos aproximamos do que Santos defende como uma convergência das ciências naturais e sociais. A metodologia empregada nas ciências sociais não carece, portanto, de rigor científico. A depender da área – direito, letras, filosofia, educação, etc. – a de se usar um ou outro caminho para se chegar ao que se pretende estudar, mas este precisa garantir que a pesquisa seja original ou que seus resultados gerem um
  • 5. conhecimento novo acerca de algo até então não pensado daquela forma. Isso exige, naturalmente, a sistematização das ideias, o levantamento de fontes e seu tratamento adequado mediante o objeto de estudo. Eco afirma que um trabalho científico deve acrescentar algo a sociedade, ser útil e indispensável, o que vai de encontro ao quarto princípio colocado por Santos, que defende a reaproximação da ciência e do senso comum. Trata-se, como bem afirma Eco, de possuir uma pergunta que precisa ser respondida, e mesmo que o autor refira essa afirmação às teses das áreas sociais, é possível também entender que o mesmo acontece com as ciências naturais e exatas: precisa-se de algo para resolver, de um problema de pesquisa. O conhecimento científico, a luz de ciências sociais ou naturais, move o debate na academia e na sociedade, impulsiona novos estudos, define novos modos de pensar e de fazer, e no final das contas, como defende Santos, deveria traduzir- se em sabedoria de vida.