Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Resenha 4 - Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE UNIDADES DE
INFORMAÇÃO - PPGinfo
Disciplina: Estudo dos Processos de Comunicação Científica e Tecnológica
Profª: Lani Lucas
Aluna: Juliana Aparecida Gulka Data: 16/03/2015
RESENHA
ARAÚJO, Carlos Alberto. Bibliometria: evolução história e questões atuais. Em
Questão, Porto Alegre, v. 12, n. 1, p. 11-32, jan./jun. 2006.
GUEDES, Vânia LS; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta
estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de
informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica. Encontro
Nacional de Ciência da Informação, v. 6, p. 1-18, 2005.
MACIAS-CHAPULA, Cesar A. O papel da informetria e da cienciometria e sua
perspectiva nacional e internacional. Ciência da Informação, v. 27, n. 2, maio/ago.
1998, p. 134-140.
URBIZAGASTEGUI-ALVARADO, Ruben. A bibliometria: história, legitimação
e estrutura. In: TOUTAIN, Lídia Maria Batista Brandão (Org.). Para entender a
Ciência da Informação. Salvador: EDUFBA, 2007. p. 185-217.
As publicações científicas objetivam não apenas divulgar os resultados das
pesquisas, mas também alcançar o reconhecimento e proteger a propriedade
intelectual. Nesse sentido, alguns campos se destacam por estudar aspectos dessa
produção.
A bibliotemetria foi inicialmente conhecida como bibliografia estatística, tendo
seu nome popularizado somente a partir de 1969. Urbizagastegui-Alvarado (2007)
no entanto aponta que as metrias estavam em uso muito antes da década de 60, em
outras áreas como Biologia e Antropologia. O autor ainda afirma, que o termo tem
um precedente francês criado por Otlet por volta de 1934 e que na América Latina o
termo também apareceu no vocabulário controlado de Buonocore em 1952. Há
ainda estudos que comprovam que as técnicas da bibliometria já eram empregadas
em estudos desde os idos de 1800, mesmo que não fossem ainda chamadas assim.
2. Para Macias-Chapula (1998, p. 134) “a bibliometria é o estudo dos aspectos
quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada”. A
bibliometria tem como ponto central a utilização de métodos quantitativos na busca
por uma avaliação objetiva da produção científica escrita. Entre suas aplicações
estão a análise da produção científica, a busca de benefícios para bibliotecas,
sobretudo no que diz respeito ao desenvolvimento de coleções e ainda o controle
bibliográfico.
São três as leis clássicas da bibliometria: Lotka, Bradford e Zipf.
A Lei de Lotka é de 1926 e propõem que “uma larga proporção da literatura
científica é produzida por um pequeno número de autores, e um grande número de
pequenos produtores se iguala, em produção, ao reduzido número de grandes
produtores” (ARAÚJO, 2006, p. 13). Criticas a essa lei bibliométrica apontam
possíveis problemas. Um aperfeiçoamento seria a lei de elitismo de Price, no qual “o
número de membros da elite corresponde à raiz quadrada do número total de
autores, e a metade do total da produção é considerado o critério para se saber se a
elite é produtiva ou não” (ARAÚJO, 2006, p. 14).
A Lei de Bradford é de 1934 e também é chamada de lei da dispersão. Incide
sobre o conjunto de periódicos e é muito utilizada em bibliotecas, por auxiliar nos
procedimentos de aquisição e desenvolvimento de coleções. De acordo com
Guedes e Borschiver (2005) ela permite estimar a relevância de determinados
periódicos em certa área do conhecimento, pois os periódicos que produzem mais
sobre algum assunto específico formam um núcleo. Essa lei auxilia principalmente
no desenvolvimento de coleções em bibliotecas, pois facilita a gestão dos processos
de aquisição e descarte.
A Lei de Zipf foi formulada em 1949 e “descreve a relação entre as palavras
num determinado texto suficientemente grande e a ordem de série destas palavras.”
(ARAÚJO, 2006, p. 16). De acordo com essa lei, um pequeno grupo de palavras é
usado muito mais frequentemente do que outras. A partir da Lei de Zipf foi formulado
o principio do menor esforço, na qual uma mesma palavra vai ser muito utilizada, e
essas palavras mais utilizadas indicam o assunto do documento.
Uma das áreas mais relevantes da bibliometria é a análise de citações, que
investiga os documentos citantes e citados e suas relações. Com base nessa
análise é possível identificar, por exemplo, os autores mais citados e mais
produtivos, quem é a elite da pesquisa, qual o tipo de documento mais utilizado,
3. periódicos mais citados, etc. Já o fator de impacto é considerado conceito relevante
na análise de citações, que identifica quem teve produção significativa, e avalia a
produção científica de modo atual. A análise de citações tem sua aplicabilidade
principalmente na gestão de coleções de bibliotecas e mapeamento de autores.
Outras áreas relacionadas à bibliometria são a cienciometria e a informetria.
A cienciometria, por sua vez, estuda os “[...] aspectos quantitativos da ciência
enquanto uma disciplina ou atividade econômica” (MARCIAS-CHAPULA, 1998, p.
134). Seu objeto de estudo são disciplinas, assuntos, áreas e campos, analisando
conjuntos e correspondência.
Já a informetria estuda os aspectos quantitativos da informação em qualquer
formato. De acordo com Marcias-Chapula (1998) sua prioridade tem sido
desenvolver modelos matemáticos e a determinação de modelos para os fenômenos
estudados. Seus métodos variam de modelos probabilísticos a linguagens de
processamento e abordagens baseadas em tesauros.