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De que forma os pais podem influenciar a personalidade do filho
       desde a gestação?

Os caminhos da afectividade, que são permeados pela rejeição e sentimento de
culpa, vivenciados numa gravidez indesejada, influenciam no vínculo mãe-filho,
tendo o feto, o bebé e o filho participação importante no desencadeamento e
intensificação dessa a partir da forma como a mãe interpreta seus comportamentos.
Assim, constatou-se que não apenas o trauma do nascimento marca
inconscientemente o indivíduo para sempre, como também o modo como o feto
percebe suas experiências pré-natais, vão se constituir no modelo das vivências
emocionais no decorrer de sua vida aérea e, mais imediatamente, na primeira
infância.
Podemos então dizer que, certamente, a vida psíquica não se inicia com o
nascimento, porém é uma continuidade da vida intra-uterina.
Desta feita, a visão que se tinha de que o útero era um lugar silencioso, pois os
ruídos externos não chegavam até ele e que o feto era um ser passivo,
completamente dependente, foi derrubada ante o desenvolvimento tecnológico e
psicanalítico.
Sabe-se, inclusive, que as atividades executadas por ele não são sem sentido.
Por sua vez, a visão de útero também se modificou, pois o feto escuta a voz materna
e paterna, os sons internos e viscerais da mãe.
Muito mais que tudo isto, foi a compreensão adquirida que o feto sofre com a
influência das emoções maternas e que o levam a participar na manutenção e
determinação do final da gravidez, seja prematuramente, através do aborto ou
gravidez a termo.
Diante disto, se o nível de angústia e ansiedade da gestante tiver intensidade
muito elevada ou mesmo se sofrer traumas emocionais ou stress, crônico ou agudo,
há de desencadear grande sofrimento fetal, marcando-o profundamente, podendo
mesmo acarretar problemas orgânicos e psíquicos, com decréscimo de seu
desenvolvimento físico.
Apesar de não haver conexão direta entre o sistema nervoso materno e fetal,
emoções como ira, medo e ansiedade fazem com que o sistema nervoso autônomo
materno liberte certas substâncias químicas na corrente sanguínea, alterando a
composição do sangue materno e que, transpondo a barreira placentária
modificarão a bioquímica do ambiente intra-uterino onde está se desenvolvendo o
feto.

Na busca do alívio das tensões, desenvolvem-se mecanismos psíquicos de defesa e
que são expressos através de movimentações hiperativas do corpo. São reações
parecidas com as do recém-nascido em sofrimento que se contorce, grita, chora,
esperneia, para livrar-se do que lhe causa desespero. Ou, ao contrário, se a situação
estressante torna-se crônica, o feto "substitui" o mecanismo de defesa que não
percebe mais como aliviador de tensão, e ocorre a diminuição das atividades
motoras ou hipoatividade, que sugere a possibilidade de depressão e de decréscimo
de energia vital.
Enquanto durar o distúrbio emocional da gestante, a atividade fetal continuará a
um nível elevado. Se forem distúrbios breves, geralmente o aumento da
irritabilidade fetal durará algumas horas.

Sendo o feto e o bebê a mesma pessoa, as características de personalidade, de
comportamento, de preferências e respostas do feto mantêm-se na vida pós-natal.
Ao reviver situações estressantes semelhantes às da vida fetal, inconscientemente
buscará o mesmo padrão de comportamento que apresentava na vida intra-
uterina, para o alívio das tensões.

Acredita-se, atualmente, que por meio de sinais materno-filiais, é firmado um
compromisso entre a mãe e a criança e que desencadeia o trabalho de parto.
Assim, se o feto encontra-se em contínuo e profundo sofrimento, percebido por ele
como ameaça de morte ou de aniquilamento, envia uma mensagem avisando-a que
não podendo suportar por mais tempo, vai ser necessária a separação.
Deste modo, pode ocorrer o parto prematuro através de problemas com a placenta,
por ser o lugar das trocas entre a mãe e seu filho, na quantidade do líqüido
amniótico, hipertensão arterial e outras ocorrências. As ameaças de aborto
também são compreendidas de formas diversas, porém sempre ligadas à história
da gestante, do casal e do filho.

Estas experiências são percebidas pelo feto como catastróficas, verdadeiras
ameaças de morte e depressivas.

A grande freqüência de sono durante a vida fetal demonstra a presença de
depressão psíquica e imobilidade física, que acarreta um desenvolvimento
inadequado dos músculos, podendo levar à hipotonia, que é o rebaixamento do
tônus muscular.

Assim, a movimentação do feto é um fator importantíssimo que transmite como a
gravidez está se processando e oferece elementos valiosíssimos sobre seu estado
emocional.

Daí ressaltarmos a importância das emoções maternas no período da gestação e o
quanto é primordial o ambiente imediato como rede de apoio, segurança e
continente das angústias e ansiedades maternas.

Deste modo, a qualidade do vínculo entre os parceiros, no momento da concepção e
durante a gravidez, é fundamental para o equilíbrio da relação mãe-bebê, uma vez
que o feto consegue captar os estados afetivos maternos tanto os de felicidade,
tranqüilidade e satisfação quanto os de choques emocionais, ansiedades, raiva,
depressão e stress.

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Como a saúde mental da mãe influencia o desenvolvimento do feto

  • 1. De que forma os pais podem influenciar a personalidade do filho desde a gestação? Os caminhos da afectividade, que são permeados pela rejeição e sentimento de culpa, vivenciados numa gravidez indesejada, influenciam no vínculo mãe-filho, tendo o feto, o bebé e o filho participação importante no desencadeamento e intensificação dessa a partir da forma como a mãe interpreta seus comportamentos. Assim, constatou-se que não apenas o trauma do nascimento marca inconscientemente o indivíduo para sempre, como também o modo como o feto percebe suas experiências pré-natais, vão se constituir no modelo das vivências emocionais no decorrer de sua vida aérea e, mais imediatamente, na primeira infância. Podemos então dizer que, certamente, a vida psíquica não se inicia com o nascimento, porém é uma continuidade da vida intra-uterina. Desta feita, a visão que se tinha de que o útero era um lugar silencioso, pois os ruídos externos não chegavam até ele e que o feto era um ser passivo, completamente dependente, foi derrubada ante o desenvolvimento tecnológico e psicanalítico. Sabe-se, inclusive, que as atividades executadas por ele não são sem sentido. Por sua vez, a visão de útero também se modificou, pois o feto escuta a voz materna e paterna, os sons internos e viscerais da mãe. Muito mais que tudo isto, foi a compreensão adquirida que o feto sofre com a influência das emoções maternas e que o levam a participar na manutenção e determinação do final da gravidez, seja prematuramente, através do aborto ou gravidez a termo. Diante disto, se o nível de angústia e ansiedade da gestante tiver intensidade muito elevada ou mesmo se sofrer traumas emocionais ou stress, crônico ou agudo, há de desencadear grande sofrimento fetal, marcando-o profundamente, podendo mesmo acarretar problemas orgânicos e psíquicos, com decréscimo de seu desenvolvimento físico. Apesar de não haver conexão direta entre o sistema nervoso materno e fetal, emoções como ira, medo e ansiedade fazem com que o sistema nervoso autônomo materno liberte certas substâncias químicas na corrente sanguínea, alterando a composição do sangue materno e que, transpondo a barreira placentária modificarão a bioquímica do ambiente intra-uterino onde está se desenvolvendo o feto. Na busca do alívio das tensões, desenvolvem-se mecanismos psíquicos de defesa e que são expressos através de movimentações hiperativas do corpo. São reações parecidas com as do recém-nascido em sofrimento que se contorce, grita, chora, esperneia, para livrar-se do que lhe causa desespero. Ou, ao contrário, se a situação estressante torna-se crônica, o feto "substitui" o mecanismo de defesa que não percebe mais como aliviador de tensão, e ocorre a diminuição das atividades motoras ou hipoatividade, que sugere a possibilidade de depressão e de decréscimo de energia vital.
  • 2. Enquanto durar o distúrbio emocional da gestante, a atividade fetal continuará a um nível elevado. Se forem distúrbios breves, geralmente o aumento da irritabilidade fetal durará algumas horas. Sendo o feto e o bebê a mesma pessoa, as características de personalidade, de comportamento, de preferências e respostas do feto mantêm-se na vida pós-natal. Ao reviver situações estressantes semelhantes às da vida fetal, inconscientemente buscará o mesmo padrão de comportamento que apresentava na vida intra- uterina, para o alívio das tensões. Acredita-se, atualmente, que por meio de sinais materno-filiais, é firmado um compromisso entre a mãe e a criança e que desencadeia o trabalho de parto. Assim, se o feto encontra-se em contínuo e profundo sofrimento, percebido por ele como ameaça de morte ou de aniquilamento, envia uma mensagem avisando-a que não podendo suportar por mais tempo, vai ser necessária a separação. Deste modo, pode ocorrer o parto prematuro através de problemas com a placenta, por ser o lugar das trocas entre a mãe e seu filho, na quantidade do líqüido amniótico, hipertensão arterial e outras ocorrências. As ameaças de aborto também são compreendidas de formas diversas, porém sempre ligadas à história da gestante, do casal e do filho. Estas experiências são percebidas pelo feto como catastróficas, verdadeiras ameaças de morte e depressivas. A grande freqüência de sono durante a vida fetal demonstra a presença de depressão psíquica e imobilidade física, que acarreta um desenvolvimento inadequado dos músculos, podendo levar à hipotonia, que é o rebaixamento do tônus muscular. Assim, a movimentação do feto é um fator importantíssimo que transmite como a gravidez está se processando e oferece elementos valiosíssimos sobre seu estado emocional. Daí ressaltarmos a importância das emoções maternas no período da gestação e o quanto é primordial o ambiente imediato como rede de apoio, segurança e continente das angústias e ansiedades maternas. Deste modo, a qualidade do vínculo entre os parceiros, no momento da concepção e durante a gravidez, é fundamental para o equilíbrio da relação mãe-bebê, uma vez que o feto consegue captar os estados afetivos maternos tanto os de felicidade, tranqüilidade e satisfação quanto os de choques emocionais, ansiedades, raiva, depressão e stress.