A videoinstalação é uma forma complexa de arte contemporânea que integra componentes eletrônicos, imagens, sons e o corpo do visitante no espaço. Ela expande a imagem para o ambiente e requer participação do espectador. Sua origem está na vídeo arte e é influenciada pelo Fluxus, Duchamp e obras pioneiras de Wolf Vostell, Nam June Paik e Bruce Nauman.
2. O que é?
A videoinstalação é uma das formas de expressão mais
complexas da arte contemporânea.
O termo videoinstalação já indica que para
“videoinstalar” artistas devem integrar objetos de
naturezas diversas: componentes eletroeletrônicos,
imagens luminosas, sons (a parte vídeo) e o corpo do
visitante em uma configuração arquitetônica, em um
tempo e um contexto designados (a parte instalação).
3. “A videoinstalação compreende um momento da
arte de expansão do plano da imagem para o plano
do ambiente e da supressão do olho como único
canal de apreensão sensória para a imagem em
movimento. Nesse contexto, insere-se de modo
radical a ideia do corpo em diálogo com a obra, a
ideia da obra de arte como processo e do ato
artístico como abandono do objeto.”
Christine Mello, “ Extremidades do Vídeo”.
4. Como ela é feita?
Uma das principais estratégias usadas pelos artistas de
videoinstalação é a integração do espaço como peça chave
da estrutura narrativa.
Dessa forma, a tão conhecida narrativa cinemática linear é
espalhada pelo espaço criando um ambiente imersivo,
fazendo, assim, com que o espectador se torne parte da
narrativa a partir de sua interação com o espaço, modificando
de acordo com a técnica utilizada. Em alguns casos os
telespectador pode se tornar parte da história como o
personagem de um filme.
5. O ambiente que cerca a obra faz parte do trabalho
Reconhecimento do ambiente externo ao monitor
Espaço escutural expandido
Diálogo com o espaço arquitetonico
Importância do contexto
Interatividade/ Participação do expectador
Aprimora a exploração do tempo, conceito central da video arte
Aapesar das raízes remontarem a uma atitude anti-museu, os
trabalhos são exibidos principalmente em espaços
institucionaisv(museus e galerias)
Principais caracteristicas
6. A videoinstalação tem suas origens na vídeo arte, ela
podendo ser classificada como uma forma da mesma.
“Um dos precursores das instalações midiáticas foi Gil
Wolman, com seu trabalho L’anticoncept, realizado em
1951, em que o artista expõe, de forma violenta, o efeito
de abrir e fechar os olhos, por meio de imagens
cinematográficas em preto-e-branco projetadas em uma
estrutura circular. [...] Nesse acende-apaga de imagens,
‘não há mais a necessidade da tela, a experiência ocorre
onde os sentidos são extravasados, e substituem a
sacrossanta analogia da imagem animada’.”
Christine Mello, “ Extremidades do Vídeo”.
Origem
7. Influências
FLUXUS
Movimento internacional de artistas, escritores, cineastas e
músicos, liderados por George Maciunas (1931-78),
influenciado por Duchamp, Cage, poesia concreta,
minimalismo e dadaísmo
DUCHAMP
Marcel Duchamp (1887-1968): Precursor na
investigação de novos suportes e meios de expressão
artística, que ao introduzir novos materiais e objetos prontos
(readymade), extrapolou as noções de arte da época.
8. Wolf Vostell TV De-coll/ages 1958
A primeira instalação a utilizar o vídeo fora
da infra-estrutura dos estúdios de televisão
é a obra TV De-coll/ages, do artista alemão
Wolf Vostell.
Exibida em 1958 – na vitrine de uma loja
de departamentos, em Paris , a obra
consistia de um mobiliário de escritório,
mesas e arquivos feitos de aparelhos de
TV manipulados para mostrar imagens
distorcidas.
9. Nam June Paik – Zen for
TV , 1963
Uma especie de video escultura,
em que os artistas utilizavam
aparelhos de tv como objetos
deslocados de seu uso habitual
10. Porta-Pak - 1965
Em 1965, a Sony introduziu o Porta-Pak, o
primeiro gravador de videoteipe portátil
Um exemplo precursor do uso desses sistemas é
a instalação Slipcover, do artista canadense Les
Levine. Exposta na Art Gallery de Toronto, em
1966
A obra exibia em diversos aparelhos de TV
imagens dos espectadores que eram captadas
por um circuito fechado de câmeras de VT em
tempo real (o ineditismo dessa proposta
produziu, na época, grande sucesso).
11. Bruce Nauman - 1969-70
Nauman construiu um espaço de 10 metros de
comprimento por 75 centímetros de largura com duas
paredes paralelas. No fiml dessa espécie de corredor
claustrofóbico existiam dois monitores, um sobre o outro.
O de baixo mostrava um videoteipe do corredor e o de
cima exibia imagens captadas por uma câmera. Ao
entrar no corredor, o observador era captado, mas ao se
aproximar da imagem projetada ele se afastava da
câmera. O resultado, é fácil concluir, era irritante.
Quanto mais você se aproximava da TV menor você
ficava. E, pior, o observador só podia se ver pelas
costas.
http://www.youtube.com/watch?v=9IrqXiqgQBo
12. Lynn Hershman – Lorna, 1979 e 1984
A primeira videoinstalação interativa,
Lorna, foi realizada por Lynn Hershman,
entre 1979 e 1984. Considerado um
protótipo dos sistemas de narrativa
fílmica não-linear, Lorna apresenta a
história de uma mulher que vive
trancada em seu apartamento.
Sem nenhum contato externo, Lorna
sofre de solidão e desespero. Seu único link para o mundo é a
televisão.
http://www.youtube.com/watch?v=erSDdku0edI
13. Jeffrey Shaw -- The Legible City 1989-91
O interator percorre de bicicleta três cidades
virtuais: Manhattan, Amsterdã e Karlsruhe.
Dispositivos eletrônicos conectados aos pedais
da bicicleta medem a rotação das rodas e a
velocidade dos pedais. Como resposta, um
computador calcula e renderiza interativamente
o agenciamento do interator.
A saída do sinal de vídeo vai para um projetor,
que apresenta a imagem em grande tela situada na frente do interator. A idéia
surpreendente desse trabalho é que as cidades estão representadas por um sistema lógico
conceitual, formado por tipos gráficos 3D, letras e textos, que substituem fachadas de
prédios e outros signos
da arquitetura urbana http://www.youtube.com/watch?v=s5wEuclfnN0
14. Gary Hill - Tall Ships 1992
O público entra em um corredor escuro,
como o espaço onde as imagens
fantasmagóricas de figuras sentadas são
projetadas em uma parede.
A abordagem de um visualizador provoca
uma figura sentada a levantar-se e seguir
em frente em direção ao espectador,
criando um efeito assustador de mortos
no submundo (e sugestivo de descida ao
submundo de Ulisses na Odisséia).
15. A videoinstalação nos
museus brasileiros.•
Esfera Coletiva (Estádio Mineirão)
A videoinstalação abaixo é assinada por André Amparo e Chico de
Paula. Um sistema de visão computacional faz uma plateia reagir
em forma de ola à presença de pessoas.
O software também joga bolas de diversos pesos e tamanhos para
que o público se divirta com embaixadas.
16. Desvantagem
Um dos contras da videoinstalação é sua característica
efêmera. Isso torna difícil o seu registro, já que seu conceito
depende do que está acontecendo na hora do espetáculo.
Isso também dificulta sua execução, já que ela requer
muitas vezes recursos tecnológicos de difícil acesso e os
recursos para tal ainda são escassos.