Este documento descreve uma investigação sobre educação sexual com professores e alunos portugueses. O estudo analisou as práticas atuais de educação sexual e identificou a necessidade de abordagens mais participativas orientadas para a ação. Uma formação de professores foi realizada e mostrou mudanças positivas nas concepções e práticas docentes. Um projeto piloto com alunos teve bons resultados ao desenvolver competências de ação e envolver pais e colegas.
1. Universidad Autónoma de Asunción
Curso de PÓs0graduaçao – Mestrado
Disciplina: Tecnología aplicada da Educaçao
José Iremar Rodrigues Gomes
Professora: Ms. Blanca Duarte de Báes
2. Ação e competência de ação
em educação sexual: Uma
investigação com professores e
alunos do 3.º ciclo do ensino
básico e do ensino secundário.
3. INTRODUÇAO
• Os adolescentes na escola ou fora dela (por exemplo, no meio
familiar, no grupo de pares ou imersos nos meios de
comunicação de massa) têm que se situar num conjunto de
mensagens, de condutas e de modelos ligados à sexualidade
que são muitas vezes confusos e contraditórios. Os alunos
estão muito sujeitos a percepções estereotipadas, idealizadas
e fragmentadas sobre a sexualidade e, simultaneamente,
sentem-se sexualmente estimulados e sem acesso aos
recursos necessários para viver a sua sexualidade de uma
forma responsável.
4. OBJETIVODA EDUCAÇAOSEXUAL
• O objetivo da educação sexual (ES) intencional é favorecer a
integração harmoniosa da dimensão sexual da pessoa e, como
consequência, a ES é entendida como uma vertente do processo
global da educação e uma das componentes da promoção da saúde.
Nesta investigação é argumentado que este objetivo é conseguido
através do desenvolvimento da competência de ação dos alunos, o
que significa desenvolver a sua habilidade para realizar ações
reflexivas, individual ou coletivamente, e provocar mudanças
positivas nos estilos de vida e/ou condições de vida que promovam
a saúde sexual. Neste sentido, foi realizada uma investigação que
envolveu três estudos complementares. No primeiro estudo, através
de duas entrevistas semiestruturadas, caracterizaram-se as práticas
de ES dos professores (N=87) nas escolas e as associações entre as
percepções sobre a sexualidade dos adolescentes e essas práticas
dos docentes, e médicos (N=16) e psicólogos (N=5) que com eles
colaboraram no distrito de Braga, e analisaram-se as eventuais
necessidades de formação e as condições que era necessário criar
nas escolas para se desenvolver no futuro projetos de ES orientados
para a ação.
5. RESULTADOS DO ESTUDO
• Os resultados do primeiro estudo mostraram que: a ES era
geralmente integrada nas áreas curriculares de natureza disciplinar
e/ou não disciplinar; a maior parte dos projetos ou atividades tinha
uma curta duração e só envolvia um pequeno número de alunos; os
professores procuravam utilizar uma abordagem compreensiva para
a educação sexual; só uma parte muito pequena de professores
utilizava um processo de ensino orientado para a ação e
participação dos alunos; havia um baixo grau de participação dos
alunos nos projetos; pontualmente participavam colaboradores
externos à escola no projeto; os pais colaboravam muito pouco na
ES e a maior parte dos tópicos trabalhados na ES estava associada às
percepções dos educadores sobre a sexualidade dos adolescentes
da escola. O segundo estudo foi constituído por um grupo de
professores de 16 escolas (N=86) e visou investigar como mudaram
as concepções e as práticas dos professores durante a formação em
serviço, de maneira a criar condições na escola que permitissem
programar um projeto de ES baseado na
6. CONCLUSAO
• Todas as escolas que participaram no website foram utilizadas como
vozes adicionais na investigação. As técnicas de pesquisa
selecionadas foram semelhantes às do segundo estudo, mas
centradas no aluno. Os resultados deste estudo mostraram que os
alunos: trabalharam as quatro dimensões do conhecimento
orientado para a ação; usaram um conceito positivo e amplo da
saúde sexual dentro do projeto; desenvolveram visões orientadas
para as causas do problema; realizaram ações em parceria com
especialistas que envolveram os pais e os colegas; a maior parte dos
alunos percepcionou-se com um elevado grau de participação no
projeto e a colaboração dos alunos online foi feita essencialmente
com a publicação dos materiais do projeto e a interação no Fórum
Amizade (3º ciclo) e Sexualidades (3º ciclo e secundário).
Considerando a sua dimensão participativa, os resultados desta
investigação têm implicações em nível da formação de professores,
da organização dos currículos e da gestão curricular.