O documento discute os problemas estruturais e de gestão no Brasil que levam a tragédias como o desabamento de prédios no Rio de Janeiro, criticando a política partidária, a falta de competência em cargos públicos e a priorização de interesses estrangeiros em detrimento dos problemas nacionais. Defende maior fiscalização, participação popular e eleição de líderes qualificados.
1. Reflexões sobre o Brasil
O sistema CONFEA, o Brasil e as
tragédias
João Carlos Cascaes
2. Tragédia no Rio de Janeiro
O desabamento absurdo dos prédios na cidade
do Rio de Janeiro é um exemplo pequeno do
grau de abandono da boa e eficaz Engenharia no
Brasil. Nos anos recentes os “casos”
inacreditáveis se repetiram com uma
regularidade tétrica.
3. Responsabilidade do CREA-RJ
O problema não é do CREA (segmentos do sistema
(O CONFEA)), mas de uma sociedade alienada ou
dopada pela mídia neoliberal e atenta às facilidades
dos prazeres, esquecendo os deveres. Criamos um
povo desatento às verdadeiras prioridades de um
país onde tudo que é importante é carente de
investimentos e cuidados especiais.
O CONFEA. (s.d.). Fonte: CONFEA:
http://www.confea.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?t
pl=home
4. Ministros poderosos e partidos
insolentes
Ficamos, por exemplo, perplexos com a
declaração de alguns ministros, dizendo que
seus afilhados são intocáveis. Não se deram ao
trabalho de explicar que provavelmente seriam
(são?) os melhores técnicos do Brasil para as
funções delegadas. Protegidas por acordos
partidários mal cheirosos podem estar ocupadas
pelo que de pior existe em nossa pátria.
5. Uma olhada no Estado - 1878
Merece ser lido o capítulo escrito por Friedrich
Nietzsche , “Uma olhada no Estado”, em livro
publicado em 1878, (Humano, Demasiado Humano).
Com pequenos ajustes aplica-se agora, como se
ainda estivéssemos no século 19, só mudam as
“elites”. Queremos e precisamos de competência,
honestidade, disposição para trabalhar e resultados a
favor do povo e não de financiadores de campanha e
seus prepostos, quando não eles próprios grandes
proprietários e empresários preocupados com suas
atividades particulares. Temos?
6. A política
A dinâmica política é ruim,
talvez justificando
mudanças drásticas, ou é
um mal necessário, bem
entendido: um mal, e que
mal!
7. Companheirsmo
Chegamos ao absurdo de ver ministros da
República totalmente ignorantes em relação a
suas atribuições, ato confessado por alguns. E
daí? Quem manda é o famoso partido sob a
lógica do malfadado “companheirismo”, palavra
que esconde muita coisa.
8. Universo do “companheirismo”
Em escala menor ou maior isso existe nos
estados e municípios, até em concessionárias.
Nas empresas privadas o qualificativo é outro. É
o dono quem manda, caso de
amor, vaidades, ganância e outros...
9. Problema mundial
O mundo precisa ser reinventado, afinal as crises
internacionais mostram de forma eloquente as
fragilidades das estruturas existentes, colocando
em risco os benefícios da liberdade onde existir.
10. Tragédia carioca
E o Rio de Janeiro?
O foco tem sido o CREA. O Presidente do CREA-
RJ falou demais, criou assunto e desviou o tema
da responsabilidade do governo municipal e de
todos os cariocas que sabiam o que acontecia
naqueles prédios, principalmente engenheiros
que porventura estiveram lá.
11. Fiscalização
Em alguns países existe a saudável prática da
mútua vigilância. É antipático? Sim e muito. Mas
qual é o estado que poderá contratar e treinar
fiscais em número e qualidade necessários e
suficientes a suas atribuições? Quem paga?
12. O tempo e a Engenharia
Com certeza o sistema CONFEA perdeu tempo
precioso. Talvez absorvido pelo CO2 tenha
esquecido as selvas de pedra e asfalto. Agora o
que manda é o futebol. De forma esperta as
emissoras de televisão, grandes beneficiárias
desse “esporte”, aumentam o tempo com taças,
copas, correrias etc. O fundamental é agradar a
FIFA e, depois, o COI. As empreiteiras e
fabricantes aplaudem. Já que não percebemos o
que é obrigação nossa, vamos nos entregar à
alienação. Pensar dói e é chato.
13. Fundações e ONGs estrangeiras
No ambiente universitário merece ser lido com
máxima atenção o livro (Uma Gota de Sangue),
página 93, onde diz “Universidade em busca de
dinheiro e acadêmicos em busca de prestígio
definiram suas prioridades acadêmicas nos
termos sugeridos pelo doador...”, poderia ter
ampliado sua afirmação falando de muitas ONGs
que atuam no Brasil e em países menos
protegidos de influências estrangeiras.
14. Pontos fortes e fracos
Somos ótimos para defender propostas que as
fundações e associações estrangeiras exportam
e péssimos para cuidar dos nossos problemas.
Favela é caso de polícia, Escola é assunto para
os professores, Urbanismo coisa de artista e
arquiteto (nem urbanista), e a Engenharia? Tudo
isso só é importante quando põe em risco a
realização de caprichos estrangeiros e a opinião
de gente poderosa.
15. Endemias e epidemias tropicais
O Brasil, um país tropical, à medida que ocupa
territórios mais quentes e úmidos redescobre a
violência de doenças endêmicas, quanto
gastamos em pesquisa e soluções eficazes
contra essas pragas? Vamos esperar que
laboratórios estrangeiros resolvam nossos
problemas para depois copiar remédios alegando
razões humanitárias?
17. Ações
É bom demais acreditar que nosso governo
federal começa a corrigir seus ministérios.
Devemos aplaudir, apoiar, ir às ruas e dizer que o
que chamam de “partido político” no Brasil
manda menos que o povo (assim deveria ser) se
unido e disposto a lutar.
18. Eleições em 2012
Teremos eleições em 2012, podemos começar
uma revolução democrática elegendo os
melhores, escolhidos meticulosamente, sejam de
que partido for, isso não tem qualquer significado
ideológico no Brasil.
19. Formas de atuação
Se faltar paciência, está na hora de fazer algo.
Vamos criar barracas, seminários, blogs, jornais,
campanhas, passeatas e, crescendo a pressão,
mudar e tirar do comando do Brasil gente
desqualificada.
20. Ainda acreditando
Parabéns à nossa Presidente Dilma Rousseff e
nossa Ministro da Casa Civil, a senadora eleita
pelo estado do Paraná, Gleisi Hoffmann. Temos
muita esperança em vocês.
Cascaes
29.1.2012