O documento resume informações sobre hanseníase, incluindo sua definição, formas de manifestação, transmissão, tipos, diagnóstico, tratamento e vigilância epidemiológica. Apresenta conceitos-chave como a alta infectividade e baixa patogenicidade do bacilo causador, assim como a classificação dos casos em paucibacilar e multibacilar.
1. Faculdade Santo Agostinho-FSA
Coordenação de Enfermagem
Disciplina: Epidemiologia aplicada à
enfermagem
Professora: Maria Amélia de Oliveira Costa
HANSENÍASE
TERESINA-PI
NOVEMBRO DE 2013
3. CONCEITO
Doença crônica granulomatosa, proveniente de
infecção causada pelo Mycobacterium leprae.
Esse bacilo tem a capacidade de infectar
grande
numero
de
indivíduos
(alta
infectividade), no entanto poucos adoecem
(baixa patogenicidade);
4. MANIFESTAÇÕES
As formas de manifestação da hanseníase
dependem da resposta imune do hospedeiro ao
bacilo causador da doença.
5. TRANSMISSÃO
A principal via de eliminação dos bacilos dos
pacientes multibacilares (virchowianos e
dimorfos) e a aérea superior, sendo, também, o
trato respiratório a mais provável via de entrada
do M. leprae no corpo.
6. TIPOS
A classificação operacional do caso de Hanseníase,
visando o tratamento com poliquimioterapia e baseada
no numero de lesões cutâneas de acordo com os
seguintes critérios:
• Paucibacilar
Casos com até 5 lesões
• Multibacilar
Casos com mais de 5 lesões
7. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico e clinico e epidemiológico, realizado por meio da análise da
historia e condições de vida do paciente, do exame dermatoneurológicos,
para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade
e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor e/ou
autonômico). Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem
lesão cutânea (suspeita de Hanseníase neural pura), e aqueles que
apresentam área com alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa e sem
lesão cutânea evidente deverão ser encaminhados para unidades de
saúde de maior complexidade para confirmação diagnostica.
Em crianças, o diagnostico da Hanseníase exige exame criterioso, diante
da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade.
8. Diagnóstico laboratorial
Exame baciloscópico- A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico),
quando disponível, deve ser utilizada como exame complementar para
a classificação dos casos em PB ou MB. A baciloscopia positiva classifica
o caso como MB, independentemente do numero de lesões.
Observação: O resultado negativo da baciloscopia nao exclui o diagnostico
de Hanseníase.
Diagnóstico diferencial - As seguintes dermatoses podem se assemelhar
a algumas formas e reações de Hanseníase e exigem segura
diferenciação: eczematides, nevo acrômico, pitiriase versicolor, vitiligo,
pitiriase rósea de Gilbert, eritema solar, eritrodermias e eritemas
difusos vários, psoríase, eritema polimorfo, eritema nodoso, eritemas
anulares, granuloma anular, lúpus eritematoso, farmacodermias, foto
dermatites
polimorfas, pelagra, sífilis, alopecia areata (pelada), sarcoidose,
Tuberculose, xantomas, hemoblastoses, esclerodermias, neurofibromatose
de Von Recklinghausen.
9. TRATAMENTO
Os pacientes devem ser tratados em regime
ambulatorial. Nos serviços básicos de saúde,
administra-se uma associação de medicamentos, a
poliquimioterapia.
A PQT/OMS mata o bacilo e evita a evolução da
doença, prevenindo incapacidades e levando à cura.
10. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Objetivos: Detectar e tratar precocemente os casos novos,
para interromper a cadeia de transmissão e prevenir as
incapacidades físicas e realizar exames dermatoneurológicos
de todos os contatos de casos de Hanseníase, com o
objetivo de detectar novos casos e iniciar o tratamento o
mais precocemente possível, evitando a ocorrência de outros
casos.
Notificação: Doença de notificação compulsória em todo
território nacional e de investigação obrigatória.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) inclui a
hanseníase no grupo das doenças negligenciadas e outras
relacionadas com a pobreza por meio da resolução
OPAS/CD49.R19/2009