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A língua possui um caráter linear, o que possibilita que as
palavras combinem entre si, umas após as outras, estabelecendo
uma relação entre as palavras do discurso. Esta característica
linear da língua impede que dois signos sejam pronunciados ao
mesmo tempo.
“Sintagma caracteriza-se por uma sequência de signos, linear e
irreversível.”
O sintagma não existe isoladamente. Ele se relaciona e se valida
por meio das relações paradigmáticas.
Segundo Saussure, a linguagem
é uma rede de relações.
1.1 Sintagma
1.2 Paradigma
Um conjunto de signos relacionados que podem ser usados para
elaborar uma mensagem constituem um paradigma, o que
servirá para a construção do sintagma.
Ao contrário do sintagma, os constituintes de um paradigma
não obedecem a uma ordem de sucessão e nem possuem um
número determinado de signos.
A relação entre sintagma e paradigma é a condição de existência
de uma linguagem, assim como o signo não se constitui sem a
relação entre significante e significado.
2.1 Imagens
2.2 Poema
QUADRILHA
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
2.3 Gesto
2.4 Música
Deus Lhe Pague
Chico Buarque
Por esse pão pra comer, por esse
chão pra dormir
A certidão pra nascer, e a
concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me
deixar existir
Deus lhe pague
Pelo prazer de chorar e pelo
"estamos aí"
Pela piada no bar e o futebol pra
aplaudir
Um crime pra comentar e um
samba pra distrair
Deus lhe pague
Por essa praia, essa saia, pelas
mulheres daqui
O amor malfeito depressa, fazer a
barba e partir
Pelo domingo que é lindo,
novela, missa e gibi
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente
tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a
gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a
gente tem que cair
Deus lhe pague
Por mais um dia, agonia, pra
suportar e assistir
Pelo rangido dos dentes, pela
cidade a zunir
E pelo grito demente que nos
ajuda a fugir
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos
louvar e cuspir
E pelas moscas-bicheiras a nos
beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim
vai nos redimir
Deus lhe pague
3 Conclusão
Como podemos observar, a língua pode ser reduzida a sintagmas
e a paradigmas. O paradigma constitui a “reserva” de nossa
mente. São palavras que se assemelham, se associam ou tem
significados iguais, que possam ser escolhidas para se formar
uma frase.
Já os sintagmas são formados a partir da linearidade do signo.
Assim se digo maçã em uma frase não poderei repeti-la na
mesma, pois para se ter um sentido, as palavras devem se
contrastar umas com as outras.
Pensar em paradigmas e sintagmas é pensar a língua como um
todo, principalmente nas relações de comunicacionais que se dão
a partir desses elementos. Eles são fundamentais para a
construção do discurso e da fala.
Paradigma e sintagma

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Paradigma e sintagma

  • 1.
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  • 3. A língua possui um caráter linear, o que possibilita que as palavras combinem entre si, umas após as outras, estabelecendo uma relação entre as palavras do discurso. Esta característica linear da língua impede que dois signos sejam pronunciados ao mesmo tempo. “Sintagma caracteriza-se por uma sequência de signos, linear e irreversível.” O sintagma não existe isoladamente. Ele se relaciona e se valida por meio das relações paradigmáticas. Segundo Saussure, a linguagem é uma rede de relações. 1.1 Sintagma
  • 4. 1.2 Paradigma Um conjunto de signos relacionados que podem ser usados para elaborar uma mensagem constituem um paradigma, o que servirá para a construção do sintagma. Ao contrário do sintagma, os constituintes de um paradigma não obedecem a uma ordem de sucessão e nem possuem um número determinado de signos. A relação entre sintagma e paradigma é a condição de existência de uma linguagem, assim como o signo não se constitui sem a relação entre significante e significado.
  • 5.
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  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 12.
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  • 14.
  • 15. 2.2 Poema QUADRILHA João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.
  • 17. 2.4 Música Deus Lhe Pague Chico Buarque Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir A certidão pra nascer, e a concessão pra sorrir Por me deixar respirar, por me deixar existir Deus lhe pague Pelo prazer de chorar e pelo "estamos aí" Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir Um crime pra comentar e um samba pra distrair Deus lhe pague Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi Deus lhe pague Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair Deus lhe pague Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir E pelo grito demente que nos ajuda a fugir Deus lhe pague Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir Deus lhe pague
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  • 20. 3 Conclusão Como podemos observar, a língua pode ser reduzida a sintagmas e a paradigmas. O paradigma constitui a “reserva” de nossa mente. São palavras que se assemelham, se associam ou tem significados iguais, que possam ser escolhidas para se formar uma frase. Já os sintagmas são formados a partir da linearidade do signo. Assim se digo maçã em uma frase não poderei repeti-la na mesma, pois para se ter um sentido, as palavras devem se contrastar umas com as outras. Pensar em paradigmas e sintagmas é pensar a língua como um todo, principalmente nas relações de comunicacionais que se dão a partir desses elementos. Eles são fundamentais para a construção do discurso e da fala.