PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
História A - 10ºano (M2, p3 resumos)
1. HISTORIA
A EXPERIÊNCIA URBANA
O surto urbano dos seculos XI a XIII refletiu-se, em termos artísticos, na construção de
edifícios novos, imponentes, de cariz religioso: as catedrais. Por trás da arte gótica
encontramos uma elite social urbana, a Burguesia, empenhada na demonstração do
seu poder financeiro, nem que para isso tivesse de competir com as elites das cidades
vizinhas, rivalizando na construção de catedrais cada vez mais altas e exuberantes.
A Portugal o estilo gótico só se desenvolveu a partir d seculo XIII, devido aos surto
urbano tardio. São deste gótico tardio exemplos a Igreja do Mosteiro de Santa Maria de
Alcobaça, o claustro da Sé Velha de Coimbra e a Igreja do Mosteiro de Santa Maria de
Vitoria, na Batalha.
A arte gótica ou estilo gótico foi o estilo artístico que dominou na Europa entre os
seculos XII e XV. Embora se tenha desenvolvido nas várias artes, permaneceu ligado à
arquitetura, especialmente religiosa, tendo nas catedrais a sua melhor expressão.
Recebia o nome de ogival, devido aos arcos cruzados das abobadas (ex.: Catedral de
Chartres).
Na arquitetura, a arte gótica caracterizou-se:
Verticalidade;
Luz (filtrada pelos vitrais);
Arco quebrado (conferia sensação de elevação);
Abóbada de cruzamento de ogivas (permitia descarregar o peso sobre os pilares,
permitindo a construção de paredes mais finas e preenchidas por vitrais);
Arco botante (conferia o apoio e o reforço das paredes).
Na escultura, as principais características eram:
Ligação à arquitetura – nas fachadas das catedrais;
Naturalismo idealizado – rostos serenos e vestes detalhadas;
Gárgulas – ideia do Diabo estar em todo o lado e a condenação do pecador;
Valor doutrinal – esculturas contavam ao povo analfabeto a vida de Cristo e dos
santos.
2. A decoração escultórica das catedrais é o “livro de imagens” da Cristandade, relatando
a vida e a lenda dos santos; Complementava-se com os vitrais que pretendiam ensinar
quais as verdades em que deviam acreditar.
NOVAS EXPRESSOES DE RELIGIOSIDADE E CULTURA
Ordens Mendicantes, Confraria e Corporações
A cidade era um lugar de múltiplos contrastes. Os cortejos de riqueza deixavam mais
em evidência a miséria. A cidade atraia os pobres camponeses que, ao chegarem, nem
sempre encontravam trabalho, logo viviam tão ou mais pobres do antes.
Surgem assim organismo de solidariedade destinados à ajuda mútua e à prática de
caridade, que tiveram êxito devido à renovação espiritual trazida pelas ordens
mendicantes, que originaram mentes mais fraternas e preocupadas com o sofrimento
alheio.
As ordens mendicantes eram movimentos de renovação surgidos dentro da Igreja
Católica. Representavam um retorno aos ideais de pobreza e caridade católicos,
esquecidos pelo faustoso clero medieval.
Franciscanos – A ordem dos Frades Menores (humildes) vivia numa pobreza absoluta
que mendigava outrabalhava para comer. Os membros renunciavam aos bens terrenos
e dedicavam a sua vida a ajudar os outros e a pregar.
Dominicanos – Tinham os mesmos ideais que os Franciscanos, porém, davam maior
ênfase à pregação, de modo a combater as heresias, portanto dedicavam-se ao estudo
da teologia.
As ordens mendicantes inspiraram a criação das confrarias e outras associações do
género.
As confrarias eram associações de socorros mútuos de carater religioso, organizada sob
a proteção de um santo. Dedicavam-se à caridade como meio de diminuir a pobreza
urbana
As corporações eram associações que agrupavam os trabalhadores do mesmo ramo.
Geralmente, a cada corporação associava-se uma confraria religiosa, que promovia a
solidariedade social entre membros, que se ajudavam mutuamente em caso de
dificuldade.
3. A Fundação de Universidades
O desenvolvimento urbano e mercantil obrigou ao aparecimento de escolas: umas
dedicadas à vida eclesiástica e outras à vida urbana.
As escolas eclesiásticas subdividiram-se em escolas paroquiais, monaicas (mosteiros) e
episcopais (sés). As escolas laicas ou urbanas eram adaptadas ao comércio, surgindo
assim novas disciplinas ligadas ao comércio e á economia, como a matemática e a
contabilidade.
As universidades eram corporações de professores e/ou alunos do ensino superior,
subdivididos em faculdades, que surgiram para fornecer a formação superior a clérigos,
funcionários régios e filhos de burgueses ou nobres, onde os estudos eram feitos em
latim pois eram estabelecimentos dominados pelo clero.
O intercâmbio entre professores e alunos de diferentes universidades ajudou na
homogeneização do pensamento e da cultura europeia. Algumas das universidades
são a de Oxford, Paris, Salamanca...
A 1ª universidade portuguesa foi fundada por D. Dinis, em 1290, em Lisboa: O Estudos
Gerais, que, após ser transferida várias vezes de Lisboa para Coimbra e vice-versa,
acabou por se fixar em Coimbra, com as faculdades de Artes, Direito Canónico, Leis e
Medicina.
A Cultura Profana: O Ideal de Cavalaria, O Amor Cortês e O Culto aos Antepassados
O Cavaleiro ideal/perfeito devia ter as seguintes qualidades:
1º Ser nobre; 5º Virtude;
2º Honra; 6º Piedade;
3º Coragem; 7º Saber o Ideal da Cruzada.
4º Lealdade;
A formação de um cavaleiro era intensa e longa (14 anos). Este processo iniciava-se
com a ida do rapaz para a “casa grande” onde seria pajem (7anos) e depois escudeiro
(+7 anos). As suas aptidões eram postas à prova em caças, torneios e nas justas. O
processo terminava com uma cerimonia religiosa onde o escudeiro proferia os votos da
cavalaria e onde, apos um banho purificante, seria armado cavaleiro a uma Ordem de
Cavalaria e receberia as esporas e a espada.
4. No amor, como na cavalaria, também havia o ideal de amor: o cavaleiro nobre,
perante a dama bela e pudica, deveria ser:
1º Virtuoso;
2º Paciente;
3º Elegante no vestir;
4º Bem-humorado;
5º Respeitoso.
O Ideal de Cavalaria e o Amor Cortês deram origem a novas formas de literatura:
Ideal de Cavalaria – os preceitos foram tratados nas narrativas de cavalaria;
Amor Cortês – Surge a poesia trovadoresca, que se recitava nas festas cortesãs
acompanha de música e danças a pares. Surgem as Cantigas de Amigo, de Amor e de
Escarnio e Maldizer.
Orgulhosos do seu passado, os nobres relembravam os seus antepassados nos serões
de família. Essas memórias começaram a ser registadas em pergaminhos, originando a
literatura genealógica, com os livros de linhagens ou nobiliários. O objetivo era
valorizar a nobreza, legitimar os seus direitos fundiários e patrimoniais e, por fim,
como função pedagógica de inspirar os herdeiros a seguirem o exemplo de conduta
dos seus antepassados.
O Gosto pelas Viagens
Os mercadores são grandes viajantes. Partir em viagem de negócios passou a ser uma
coisa comum, embora não isenta de riscos e incómodos.
Práticos e expeditos, os mercadores muniram-se de conhecimentos, aprendendo
línguas e elaborando dicionários e guias de viagem.
Até meados do seculo XIII, nenhum viajante europeu se aventurara ainda até ao
Oriente. O pioneirismo destas expedições ficou a pertencer aos italianos Niccolò e
Matteo Polo.
O desenvolvimento do grande comércio criou laços entre os mercadores e os
governantes, que àqueles recorriam frequentemente para o financiamento das suas
empresas militares. Assim, não admira que muitas viagens aliassem ao negócio
missões político-diplomáticas e que afamados comerciantes tivessem desempenhado o
papel de embaixadores das cortes europeias.
5. As relações diplomáticas não se estabeleciam apenas entre soberanos, ficando também
à iniciativa dos grandes senhores e até das próprias cidades, o que implica uma
constante troca de emissários.
Era em Roma que se cruzavam os embaixadores de todas as nações porque aí o Papa,
medianeiro entre os Estados e juiz em matéria de Direito Internacional, resolviam as
contendas religiosas e políticas.
Romarias e Procissões
As romarias e as peregrinações, na medida em que cumprem atos rituais, pré-
estabelecidos e repetitivos, constituem expressões típicas de religiosidade medieval.
Ambas implicavam deslocações, embora de diferente alcance:
Romarias – eram celebrações em honra de um santo, numa época fixa do ano.
Implicavam deslocações de curta duração (um a vários dias). Assumiam por vezes um
carater lúdico e folião, e até se aproveitava para realizar negócios.
Peregrinações – eram percursos de longa distância a locais sagrados do cristianismo,
em especial Jerusalém, Roma e Santiago de Compostela. Embora a 1º fosse o destino
de peregrinação mais importante, por estar relacionado com a Paixão e morte de
Cristo, a catedral de Santiago era muito procurada.
As romarias e as peregrinações tinham objetivos religiosos: purificar a alma ou cumprir
promessas. No entanto, a par da fé nos milagres dos santos que movia romeiros e
peregrinos, as viagens eram ocasião para acontecimentos profanos.