3. Manuel Antônio de Almeida nasceu no
Rio de Janeiro em 17 de novembro de
1831 e morreu num naufrágio, perto de
Macaé em 28 de novembro de 1861.
Doutorou-se em Medicina no Rio de
Janeiro, em 1855, embora não tivesse
chegado a exercer a profissão. Foi
funcionário público, nos cargos de
administrador da Tipografia Nacional e
de oficial do Ministério da Fazenda.
4. O único trabalho de sua autoria, que merece menção,
é o romance Memórias de um Sargento de Milícias,
que foi publicado primitivamente em folhetins. E mais
tarde em livro, em dois volumes, que saíram nos anos
de 1854 e 1855.
Este trabalho, que foi o primeiro romance de costumes
publicado no brasil, bastou para consolidar lhe a fama
de romancista. Nele o autor patenteou sobejamente
os seus recursos, tanto pela fidelidade com que
desenhou os personagens, como pelo ritmo de
naturalidade que imprimiu à narrativa.
5. Memórias de um Sargento de Milícias
Leonardo é o protagonista desta
história, o típico malandro carioca,
concebido durante uma travessia
marítima que conduz seus pais de
Portugal ao Brasil. Desde criança
ele revela seu mau gênio e antevê
os desafios com os quais irá se
deparar em sua existência.
Rejeitado pelos pais, só lhe resta o
amparo do padrinho, proprietário
de uma barbearia. A forma ilícita
como este profissional conquistou
seu capital simboliza o famoso
‘jeitinho brasileiro’, já comum na
vida social deste período.
6. O romance de Manuel Antônio de Almeida
destoa do romantismo convencional. Isso dá um
sabor especial ao livro, menos pelo fato em si, e
mais por mostrar a precariedade de certas
classificações excessivamente redutoras. A
narrativa tem o poder de ampliar a concepção de
literatura romântica, mostrando que os escritores
da estética sabiam explorar tanto o
sentimentalismo quanto o humor em suas obras.