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A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores:
              Em Foco, a Educação Química




                     Claudio Roberto Machado Benite, Anna Maria Canavarro Benite e Agustina Rosa Echeverria

                   Boa parte das iniciativas de formação de formadores, ainda que tímidas, tem permanecido no âmbito das
                políticas institucionais de cada universidade. Por meio de uma dessas iniciativas, esta investigação pretende
                explicitar como a adoção da pesquisa como princípio articulador pode contribuir para a formação do formador.
                Este trabalho se caracteriza como pesquisa-ação e apresenta uma possível proposta de intervenção em proces-
                sos formativos, visando à promoção de aprendizagem na docência e tendo o formador como foco. Os resultados
                indicam que o professor formador pode ser considerado um profissional autônomo e emancipado, porque foi
                capaz de refletir criticamente sobre a sua prática para compreender tanto as características dos processos de
                ensino-aprendizagem quanto o seu contexto de ação, de modo que sua atuação foi determinante para o de-
                senvolvimento de ações que contemplassem a formação autônoma e emancipadora também de seus alunos.

                                formação de formadores, educação química, prática docente, pesquisa-ação                                       257


                                                      Recebido em 13/02/09, aceito em 08/09/10




À guisa de introdução                          cultural que induz formas particulares      abrangendo toda área científica.
                                               de desenvolvimento nos sujeitos             Especificamente para os cursos de
    A construção de uma universidade           que vivenciam suas práticas. Sendo          formação de professores de química:
moderna, que atinja os mínimos e               assim, seu papel é de fundamen-
nobres objetivos de produção e disse-          tal importância e, para que possa                 As críticas são feitas, princi-
minação do conhecimento, da cultura            cumpri-lo, necessitará de autonomia            palmente, pelos alunos desses
e da tecnologia, não se completa num           suficiente para desenvolver uma                cursos quando começam a
curto espaço de tempo. A universida-           identidade sólida e socialmente legi-          frequentar disciplinas de for-
de europeia, nascida na Idade Média,           timada (Moreira, 2003).                        mação pedagógica ou nos
encontra-se num processo de intensa                No que se refere à formação de             encontros em que refletem a
reestruturação a partir da Declaração          professores, há um consenso de                 sua formação. Os estudan-
de Bolonha que, por sua vez, deflagrou         que os cursos de                                              tes criticam, com
o denominado Processo de Bolonha               formação não con-                                             razão, desde a
(Hortale e Mora, 2004). A universidade         seguem responder           O despreparo e a falta de          falta de didática
no Brasil, que foi temporã, mesmo se           às necessidades de         motivação, manifestados            da maioria dos
comparada com as universidades da              nenhum nível de en-          pelos licenciandos nas           professores da
América espanhola, consolidou-se na            sino. Isso se refere        disciplinas pedagógicas,          Graduação, pas-
segunda metade do século XX sob a              ao Brasil, onde cur-            instituem-se como             sando pela dico-
forte influência dos diferentes projetos       sos de licenciatura         motivo de angústia dos            tomia das aulas
políticos em disputa. É possível afirmar       são pouco eficien-             encarregados pelas             práticas e teóri-
que, mesmo sendo uma universidade              tes em proporcio-          universidades de fazerem           cas, até a falta
nova, muito contribuiu e continua              nar uma visão mais                essa formação.              de transparência
contribuindo para o desenvolvimento            ampla da atividade                                            dos conteúdos
do país.                                       docente (Schnetzler e Aragão, 1995),           de Química para o ensino
    Concebemos a instituição de en-            e também a outros países, como                 secundário e elementar. (Mal-
sino superior como um componente               Estados Unidos (Mcdermott, 1990),              daner, 2003, p. 46-47)

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA             A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores                          Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
Parece-nos que há um des-                    ção profissional dos professo-        em conteúdos ainda perdura como
      preparo quanto ao conhecimento                   res nos cursos de licenciatura        prática de formação docente inicial,
      pedagógico de conteúdo dos pro-                  e “normalmente, nenhuma               na qual a ausência da perspectiva
      fessores universitários, e isso afeta            tentativa especial é feita para       pedagógica pode gerar situações
      a formação em Química de maneira                 levar em conta as necessida-          que comprometam a mediação ade-
      geral, não só os licenciados. Apoia-             des desses futuros professo-          quada à significação dos conceitos
      mo-nos em Shulman (1986) para                    res”. A preocupação saliente          científicos. Se não houve a incorpo-
      definir conhecimento pedagógico                  é a formação nos conteúdos            ração do conhecimento pedagógico
      de conteúdo como “o conhecimento                 de Química, não importando            originado por meio das pesquisas
      que permite ao professor perceber                o contexto em que eles pode-          educacionais, as questões pedagó-
      quando um tópico é                                              riam ser significa-    gicas que deveriam acompanhar os
      ‘mais fácil ou difícil’”                                        tivos: na pesqui-      conteúdos químicos estarão ausen-
      (p. 109), quais as         Os cursos de formação de             sa, na indústria,      tes e, consequentemente, induzirão
      experiências prévias        professores deveriam ser            na agricultura e,      os professores a invalidarem sua
      possuídas pelos alu-        espaços de “reeducação”             principalmente,        formação inicial justamente no que
      nos e as relações            para os estudantes, pois           na formação Quí-       é mais preservado nos cursos de
      possíveis a serem           tendo ou não experiência            mica nos diversos      licenciatura: “dar uma boa base em
      estabelecidas, in-           profissional, todos eles           graus de ensino.       conteúdos. Isso não quer dizer que
      cluindo todas as for-      têm vivência de magistério           (p. 47-48)             não saibam o conteúdo específico,
      mas de que se utiliza           como alunos que,                                       mas é a sensação que têm diante
      para que um conte-          certamente, merecem ser                 Grande parte dos   de uma dificuldade que é de cunho
      údo seja apreendido           revistas, questionadas,           alunos que frequen-    pedagógico” (Maldaner, 2003, p. 45).
      pelo aluno.                        reelaboradas.                tam os cursos de           Pesquisas mais recentes, no
          O despreparo e                                              licenciatura possui    âmbito da formação de professores,
      a falta de motivação, manifestados          conhecimento prévio da ação docen-         têm apontado para uma tendência de
258   pelos licenciandos nas disciplinas          te devido a estarem atuando como           superação da racionalidade técnica.
      pedagógicas, instituem-se como              tal, e esses conhecimentos advindos        A partir daí, a formação de professo-
      motivo de angústia dos encarregados         da experiência tácita não devem ser        res ganha outra dimensão, passando
      pelas universidades de fazerem essa         desprezados. Além do mais, até o           a ser centrada na investigação do
      formação, ou seja, os professores           licenciando que nunca atuou como           próprio trabalho em sala de aula e na
      das faculdades de educação e/ou             professor tem bagagem como tal,            escola (Zeichner apud Nóvoa, 1997).
      centros pedagógicos. Tal fato pode          acumulada durante sua trajetória               Essa nova maneira de conceber a
      advir da visão pedagógica restrita que      escolar. Certamente, os cursos de          formação docente se baseia na ideia
      os estudantes manifestam sobre os           formação de professores deveriam           de que o professor deve desenvolver
      conteúdos, pois:                            ser espaços de “reeducação” para           a capacidade de refletir sobre a sua
                                                  os estudantes, pois tendo ou não           própria prática, de modo a tornar ex-
             [...] admitem, consciente            experiência profissional, todos eles       plícitos os saberes tácitos provenien-
          ou inconscientemente, que o             têm vivência de magistério como            tes de sua experiência. Para Schön
          processo de ensino de Ciên-             alunos que, certamente, merecem            (1987), tornar-se consciente de seus
          cias (Química) se concentre na          ser revistas, questionadas, reelabora-     saberes tácitos é o primeiro passo
          transmissão e na cobrança de            das (Gonçalves e Gonçalves, 1998).         para que o profissional possa efetuar
          conteúdos científicos prontos,          Como nos dizem Feinman-Nemser e            questionamentos sobre as estraté-
          acabados, inquestionáveis,              Buchmann (1987):                           gias e as teorias nas quais acredita,
          em que não há lugar para pro-                                                      o que lhe possibilitaria transformar
          blemas de ensino, mas só de                    [...] o processo de aprender        seus modos de atuação.
          aprendizagem, já que aos alu-                a ensinar começa muito antes              Concordamos com Sacristán e
          nos é sempre atribuída a res-                dos alunos frequentarem os            Gómez (2000) que o objetivo dos pro-
          ponsabilidade pela ineficiência              cursos de formação de profes-         gramas de formação de professores:
          daquele processo. (Schnetzler,               sores; por isso, temos de ter
          1994, p. 64)                                 em conta as ideias anteriores e            [...] é preparar professores
                                                       as regras que os alunos aliam à          que tenham perspectivas críti-
          Ademais, segundo Maldaner                    experiência e devemos ajudá-             cas sobre as relações, sobre a
      (2003):                                          los a exteriorizá-las e a elaborá-       escola e as desigualdades so-
                                                       las segundo concepções mais              ciais e um compromisso moral
             A desmotivação e a despre-                apropriadas. (p. 108)                    para contribuir para a correção
          ocupação frente às questões                                                           de tais desigualdades median-
          pedagógicas podem advir do                   A separação da formação pro-             tes as atividades cotidianas na
          pouco valor que se dá à forma-          fissional específica da formação              aula e na escola. (p. 26)

      QUÍMICA NOVA NA ESCOLA           A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores              Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
Assumidos esses pressupostos,       coletivas e organizacionais, que se               A opção metodológica pela
esta investigação versa sobre a         desenvolve em contextos e momentos            pesquisa-ação se sustenta na ne-
adoção da pesquisa como princípio       diversificados e em diferentes comuni-        cessidade de que o professor seja
articulador na formação do professor    dades de aprendizagem constituídas            crítico e reflexivo, já que enfrentará
formador, apresentando uma iniciati-    também por outros formadores.                 na prática situações instáveis, sin-
va para tal. Especificamente, apre-         Boa parte das iniciativas de forma-       gulares e incertas, sendo necessária
sentamos a utilização da reestrutu-     ção de formadores tem permanecido             uma formação que lhe possibilite
ração de uma disciplina vinculada ao    no âmbito das políticas institucionais        refletir criticamente sobre suas pró-
Estagio Supervisionado (componente      de cada universidade (Echeverria et           prias ações a partir de uma postura
da formação do futuro docente) como     al., 2007). Por meio de uma dessas            investigativa (Schön, 1998; Elliot,
lócus para metarreflexão do formador.   iniciativas, esta investigação pretende       1997; Stenhouse, 2004). Nessa
                                        explicitar num contexto específico            perspectiva, concordamos que a for-
Sobre a formação de formadores: a mo-   como a adoção da pesquisa, como               mação extrapola a cultura do ensino
tivação para a investigação             princípio articulador, pode contribuir        centrado na aula, vendo o trabalho
     Atualmente, vivenciamos no ce-     para a formação do formador. Ob-              docente como uma atividade crítica
nário brasileiro investimentos em       jetivamos apresentar um ponto de              e o professor formador como um
elaboração, implementação e acom-       partida que indica uma possível pro-          sujeito capaz de compreender não
panhamento de programas voltados        posta de intervenção em processos             só as características de seu trabalho,
à formação de professores (André et     formativos, visando à promoção de             mas o contexto em que atua para
al., 1999). A ênfase dessas propostas   aprendizagem na docência e tendo              criar sua própria identidade e de
recai notoriamente sobre os processos   o formador como foco.                         seus alunos.
de formação inicial e continuada de         Esta investigação se caracteriza
professores do ensino básico. Por sua   como pesquisa-ação (Elliott,1997;             O locus e o problema da pesquisa: a
vez, a docência no ensino superior é    Stenhouse 2004) e tem por pressu-             prática de ensino de química configu-
ainda território que só recentemente    posto que os sujeitos que nela se             rando a pesquisa - ação
passou a fazer parte desse debate.      envolvem compõem um grupo com                                                          259
Podemos evidenciar tal fato quando      objetivos e metas comuns, interessa-              O curso de Química modalidade
retomamos a produção apresenta-         dos em um problema que emerge no              licenciatura da Universidade Esta-
da sobre o tema, por exemplo, nas       contexto em que atuam e desempe-              dual de Goiás (UEG) é estruturado
Reuniões da Associação Brasileira       nhando papéis distintos: professores          em semestres, em sistema seriado
de Pesquisas em Ensino de Ciências      formadores e professores em forma-            e busca interligar hierarquicamente
(ABRAPEC), ou ainda se considera-       ção inicial (PFI). Intencionamos inves-       os conteúdos, minimizando a com-
mos uma iniciativa mais recente da      tir no processo for-                                            partimentalização
Coordenação de Aperfeiçoamento          mativo do formador                                              do conhecimento,
do Pessoal de Nível Superior (CAPES)    de modo que este                  Não há preparação             integrando os con-
que instaura a obrigatoriedade de       possa ser produto              formal para o formador,          teúdos de Química,
estágio docência no ensino superior.    de suas concepções           e que em muitas áreas do           correlacionando-os
Dessa forma, podemos dizer que          partilhadas. Assumi-        conhecimento os processos           com áreas afins e
não há preparação formal para o         mos a pesquisa na               seletivos relacionados          objetivando a in-
formador, e que em muitas áreas do      ação do formador                à contratação docente           terdisciplinaridade.
conhecimento os processos seletivos     como ferramenta               em Instituições de Ensino         Tempo de integra-
relacionados à contratação docente      formativa por exce-          Superior (IES) priorizam as        lização: mínimo de
em Instituições de Ensino Superior      lência: questionan-          linhas de pesquisa na área         oito e máximo de
(IES) priorizam as linhas de pesquisa   do, dando sentido                       técnica                 quatorze semestres
na área técnica. Em consequência, os    e relacionando seu                                              (PPC UEG, 2005).
processos de desenvolvimento profis-    trabalho diário. Apoiamo-nos em Zei-              Numa iniciativa de ressignificar a
sional ficam na dependência de cada     chner (1987, p. 19) para afirmar que:         práxis do formador, a disciplina de
instituição e de como esta concebe a                                                  Prática de Ensino de Química (PEQ)
formação do formador.                          [...] a tradição radical na            foi escolhida para esta investigação.
     Como professores formadores,           formação do professor apóia               Determinante para essa escolha foi
entendemos todos os profissionais           [...] aqueles enfoques que pre-           que esta, segundo o projeto peda-
envolvidos nos processos de apren-          tendem desenvolver ao mesmo               gógico do curso, foi planejada como
dizagem da docência de futuros pro-         tempo o pensamento reflexivo              momento de relacionar teoria e prá-
fessores como, por exemplo, todos           e a ação de reconstrução que,             tica na formação do futuro docente.
os professores dos cursos de licen-         por definição, implica a pro-                 A disciplina de PEQ é trabalhada
ciatura. Defendemos que a formação          blematização tanto da própria             na Unidade Universitária de Ciências
do formador é um processo contínuo,         tarefa de ensinar, quanto do              Exatas e Tecnológicas (UnUCET) de
que envolve dimensões individuais,          contexto em que se realiza.               Anápolis como uma disciplina espe-

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Tabela 1 - Caracterizando a disciplina de PEQ.

      Disciplina   Ch*/ período                                     Ementa                                      Disciplina     Ch*/ período
                                     Principais problemas do ensino de química. O ensino de química no
                                   Brasil, em Goiás e em Anápolis. Novas tendências do ensino/pesquisa        Estágio Super-
      PEQ 1
                      30/ 5º      em química. Ensino/aprendizagem de química – comunicação e relação           visionado 1       100/ 5º
                                  professor/aluno. Observação de aulas e ambientes escolares no ensino
                                                             médio e fundamental.
                                  Habilidades e competências na formação de professores. Relações entre
                                                                                                              Estágio Super-
      PEQ 2                       saberes pedagógicos e saberes científicos. História da química. Compor-
                      30/ 6º                                                                                   visionado 2       100/ 6º
                                   tamento do professor no local de ensino. Tipos de professores. Semirre-
                                            gência em sala de aula no ensino fundamental e médio.
                                     Racionalidade técnica e racionalidade prático-reflexiva. Parâmetros
                                  Curriculares - ensino de química. Metodologia do ensino de química. O       Estágio Super-
      PEQ 3
                      30/ 7º      ensino de química no currículo das escolas de ensino médio do estado         visionado 3       100/ 7º
                                   de Goiás: análise sob uma perspectiva histórica. Regência em sala de
                                                aula de aula de ciências no ensino fundamental.
                                    Contribuições didático-pedagógicas na formação de professores de
                                  química. Interdisciplinaridade e contextualização (uso de materiais para-   Estágio Super-
      PEQ 4
                      30/ 8º      didáticos). Contemplação reflexiva da prática de planejamento, seleção       visionado 4       100/ 8º
                                  e produção de material didático. Elaboração e execução de projetos de
                                      ensino. Regência em sala de aula em química e no ensino médio.
      *Ch =carga horária.


      cífica com carga horária própria de              As Diretrizes para Formação Inicial    estabelecendo uma comunicação
      30h/aula semestrais durante quatro           de Professores da Educação Básica          direta com o professor da disciplina
260   semestres consecutivos, acompa-              em Cursos de Nível Superior (Brasil,       de PEQ, de modo que possibilite a
      nhando o trabalho de Estágio Super-          2002) determinam que a formação            repercussão dos resultados do es-
      visionado conforme apresentado na            para a docência seja desvinculada          tágio e das discussões teóricas na
      Tabela 1.                                    dos bacharelados, que seus perfis          realidade da sala de aula.
          Os alunos realizam Estágio Su-           sejam constituídos de disciplinas              Em síntese, essa disciplina foi
      pervisionado em escolas de ensino            integradoras desde o começo do             pensada para ser uma tentativa de
      fundamental e médio, ambos da rede           curso de licenciatura e que a teoria       diálogo entre a teoria e a prática
      pública, observando e participando           e a prática sejam articuladas a partir     e, por isso, a ementa de PEQ (ver
      do cotidiano escolar, tanto no trabalho      do segundo ano. É nessa perpectiva         Tabela 1) orienta o desenvolvimento
      do professor quanto no tocante ao            integradora que a disciplina de PEQ        das atividades práticas do Estágio
      funcionamento administrativo da es-          se relaciona com o estágio.                Supervisionado. No entanto, quando
      cola. Ainda, assumem semirregência               Nesse contexto, surge a possi-         transferida para a execução do ato
      e regência de classe, orientados pelo        bilidade de realização de pesquisas        pedagógico, transforma-se em ação
      trabalho teórico-prático feito durante       científicas relacionadas ao processo       de alto grau de complexidade pelas
      as disciplinas de PEQ.                       de ensino-aprendizagem de química,         dificuldades implícitas na sua realiza-
                                                   as quais, quando                                             ção. Entre os fatores
           Sabemos que as atividades               realizadas, geral-                                           determinantes de
         curriculares de Estágio Super-            mente redundam              A formação do formador           seu sucesso ou in-
         visionado têm referências em              em trabalhos de             é um processo contínuo,          sucesso se encontra
         concepções e teorias que o ca-            conclusão de curso.          que envolve dimensões           a necessidade de
         racterizam e o orientam deixan-           Essa introdução ao           individuais, coletivas e        formar formadores
         do de ser atividades eminente-            universo da obser-           organizacionais, que se         que estreitem esse
         mente práticas. Neste sentido,            vação participante         desenvolve em contextos e         diálogo: aqui reside
         o estágio deve ser conside-               e atuação na prática       momentos diversificados e         o problema de nossa
         rado enquanto atividade que               educacional em en-         em diferentes comunidades         investigação. Portan-
         permita ao aluno um contato               sino de Química é               de aprendizagem              to, configura-se aqui
         com a realidade do campo                  acompanhada, via            constituídas também por          a primeira etapa da
         profissional, [...] utilizando-se         de regra, por no-              outros formadores.            espiral de pesquisa-
         das teorias existentes como               vas compreensões                                             ação caracterizada
         possibilitadoras da reflexão e            dos conceitos dos quais os futuros         por diagnosticar uma situação prática
         da ação no campo profissional             professores se apropriam para me-          que se quer melhorar.
         e da formação humana. (PPC                lhor compreender os fenômenos                  Identificado o problema, o contex-
         UEG, 2005)                                educacionais dos quais participam,         to concreto que dá forma e conteúdo

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à proposta curricular da disciplina foi       entre si. A ênfase nos conteú-            UEG, é vinculado a dois grupos de
reestruturado pelo docente, por inter-        dos em si, como se fosse uma              pesquisa: Laboratório de Pesquisas
médio de seu plano de curso, para             coisa a parte e existente em si           em Educação Química e Inclusão
envolver o aprofundamento de co-              e por si mesma, é substituída             (LPEQI) e Núcleo de Pesquisa em
nhecimentos específicos de química            pela ênfase no processo da                Ensino de Ciências (NUPEC), ambos
e de aspectos pedagógicos, partindo           educação, no qual, desde o                pertencentes ao Instituto de Química
do conceito de currículo                      ensino fundamental, os conhe-             na Universidade Federal de Goiás.
                                              cimentos de Química servem                    A avaliação da estratégia aplica-
     [...] como a construção so-              de instrumento para os edu-               da coincidiu com a coleta de dados
   cial que preenche a escolari-              candos crescerem na capaci-               desta investigação e foi realizada em
   dade de conteúdos e orienta-               dade do conhecimento sobre                duas etapas: a primeira, mediante
   ções e nos leva a analisar os              a natureza, subordinando-o à              aplicação de questionário (no meado
   contextos concretos que lhe                emancipação dos homens e                  do curso) respondido voluntaria-
   vão dando forma e conteúdo,                mulheres, não à subordinação              mente pelos alunos; e a segunda,
   antes de passar a ter alguma               deles. Este é fundamental-                mediante a gravação em áudio e
   realidade como experiência de              mente o campo                                                vídeo das atividades
   aprendizagem para os alunos.               de investigações                                             de regência no Está-
   (Sacristán, 1998, p. 20)                   daqueles que são           A formação extrapola              gio Supervisionado.
                                              educadores quí-              a cultura do ensino             Contempla-se aqui
     A reestruturação se apoiou em            micos. (p. 62)            centrado na aula, vendo            a terceira etapa da
literatura referendada em represen-                                   o trabalho docente como              espiral de pesquisa-
tantes dos principais pesquisadores           As disciplinas de          uma atividade crítica e           ação caracterizada
da Educação Química do país: Sch-         PEQ e Estágio Su-              o professor formador              pelo desenvolvimen-
netzler, Maldaner, Chassot, Zanon,        pervisionado foram            como um sujeito capaz              to da estratégia de
Echeverría, Porto, entre muitos outros,   planejadas (pelos            de compreender não só               ação e avaliação de
incluindo pesquisas recentes sobre        autores deste arti-           as características de seu          sua eficiência.        261
ensino, metodologia da pesquisa           go), privilegiando           trabalho, mas o contexto                	    Passare-
educacional, epistemologia e história     as discussões em            em que atua para criar sua           mos, então, a apre-
da ciência. Compreendemos, dessa          grupo sobre textos            própria identidade e de            sentação da quarta
forma, a necessidade de conduzir os       de autoria de edu-                   seus alunos.                etapa da espiral de
futuros professores na sua formação       cadores em Química                                               pesquisa-ação que
inicial a partir das suas próprias con-   (Schnetzler, 1992; 1994; Maldaner,            se caracteriza pela ampliação e
cepções, de ampliar seus recursos         2003; Chassot, 1995; 2003; Zanon              compreensão da situação-problema
e modificar suas ideias e atitudes de     e Maldaner, 2007; Echeverria, 1996;           por meio da análise das respostas
ensino (Gil-Pérez, 2003). A formação      Porto, 2006) previamente escolhi-             dos questionários. Este consistiu de
docente inicial já não pode mais ser      dos e sobre as próprias práticas              doze questões respondidas por es-
reduzida ao estudo e domínio de           pedagógicas, as aulas expositivas,            crito, das quais, neste trabalho, serão
conteúdos e técnicas para serem           a simulação de aulas, a confecção             abordadas apenas cinco por razões
utilizadas em futuras práticas peda-      de materiais didáticos, o estudo in-          de espaço.
gógicas, e até mesmo conduzindo           dividual de textos e a elaboração de
futuros professores a assumir uma         planejamentos de curso e de aula.             Interpretando as respostas do ques-
postura acrítica como estagiários             O plano de curso também instituiu         tionário
e meros executores de tarefas so-         a seguinte rotina: constatadas situa-             Faz-se necessário esclarecer
licitadas pelos regentes de estágio       ções práticas conflituosas (oriundas          que a ordem das perguntas aqui
supervisionado dentro das universi-       da realização do Estágio Supervisio-          apresentadas é a mesma de como
dades. Configura-se aqui a segunda        nado), o papel do professor formador          aparecem no questionário original.
etapa da espiral de pesquisa-ação         consistiu em ajudar o grupo de 25             Cabe ressaltar que a análise dos
caracterizada pela formulação de          alunos a problematizá-las, ou seja,           resultados descreve um movimento
uma estratégia de ação.                   situá-los em um contexto teórico mais         de metarreflexão que passaremos a
     Cabe ressaltar que, segundo          amplo e, assim, possibilitar a amplia-        enunciar.
Chassot (1993):                           ção da consciência dos envolvidos,                A pergunta a seguir foi elaborada
                                          com vistas a planejar as formas de            objetivando investigar se foi possível
     Fazer educação através da            transformação das ações dos sujeitos          estabelecer relações entre a teoria
   Química significa um conti-            e das práticas institucionais.                estudada na universidade e a prática
   nuado esforço em colocar a                 O professor formador regente da           desenvolvida no ambiente profissio-
   ciência a serviço do mundo, da         turma, além de ter experiência em             nal, isto é, entre a formação e a ação
   vida, na interdisciplinaridade,        escolas pública e privada, sendo              docente. Defendemos que a formação
   no intercâmbio das ciências            pertencente ao quadro docente da              docente não se constrói apenas por

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acumulação de cursos, de conheci-                mento ou nas inovações do sistema            No que diz respeito à investigação
      mentos ou de técnicas, mas por meio              educacional, bem como da pouca           da ação do formador, apoiamo-nos
      de um trabalho de reflexão crítica               utilização das pesquisas educa-          em Shulman (1986) para refletir sobre
      sobre as práticas e de uma (re)cons-             cionais nas estratégias de ensino        a ação e redimensioná-la do seguinte
      trução permanente de uma identidade              apontadas por Gatti (2002), esse         modo: a partir da identificação das
      pessoal (Pimenta, 2002), e foi nesse             resultado reflete uma aproximação        experiências anteriores desse grupo
      sentido que a estratégia de reestrutu-           entre a universidade e a escola e a      de alunos, tentar estabelecer durante
      ração da PEQ pretendeu atuar.                    contribuição que um programa de          o curso novas possíveis relações en-
          De igual modo, quando nos re-                curso pautado na Educação Química        tre o conteúdo ministrado e a prática
      ferimos aos ensinamentos de PEQ,                 parece oferecer diretamente para         pedagógica a ser desenvolvida no
      estamos nos dirigindo à estratégia               subsidiar a prática pedagógica. Tal      Estágio Supervisionado. Referimo-
      por meio da qual foi desenvolvida                consideração pode ser sustentada         nos, dessa forma, ao exercício do
      a ementa dessa disciplina que en-                pelas respostas aos questionários        conhecimento pedagógico de conte-
      globou aspectos como: explicitar e               como, por exemplo:                       údo por parte do professor formador.
      explorar as visões dos estudantes                                                             Nossa próxima questão foi elabo-
      sobre os conceitos científicos; oportu-                 PFI 1: “Utilizei os ensinamen-    rada a partir da discussão do texto
      nizar a discussão sobre os conceitos                 tos de PEQ para planejar para        de Driver et al. (1999) e objetivamos
      científicos por meio de atividades                   minhas aulas situações que           coletar elementos que refletissem
      pedagógicas; dar suporte para os                     permitissem explorar as ideias       a apropriação das reflexões sobre
      estudantes produ-                                                     dos estudantes.     o texto por parte dos licenciandos,
      zirem significados                                                    Toda vez que        especificamente sobre “o papel da
      individuais, internali-              Essa introdução ao               começava um         interação social na promoção da
      zando os conceitos                universo da observação              novo conceito eu    aprendizagem”, ou seja, o reconhe-
      científicos; e  opor-              participante e atuação             procurava uma       cimento da função que a interação
      tunizar o estabeleci-              na prática educacional             situação proble-    entre os pares exerce na significação
262   mento de relações                em ensino de Química é               ma (um questio-     conceitual. Vale destacar que essa
      entre os conceitos             acompanhada, via de regra,             namento) para       questão foi direcionada ao Ensino
      científicos estudados            por novas compreensões               introduzi-lo.”      Fundamental, porque esse é o pri-
      e diferentes contex-             dos conceitos dos quais                 PFI 7: “Os en-   meiro contato do aprendiz criança
      tos, transferindo aos            os futuros professores se            sinamentos da       com a ciência. Apoiados em Vygotsky
      futuros professores               apropriam para melhor               disciplina me       (2001), sustentamos que a criança se
      a responsabilidade             compreender os fenômenos               influenciaram a     desenvolve à medida que é ensinada
      pelo uso desses con-              educacionais dos quais              incluir em meu      e educada, ou seja, à medida que,
      ceitos.                                  participam.                  planejamento ati-   sob orientação de adultos ou compa-
                                                                            vidades em gru-     nheiros mais experientes, apropria-se
      1) Você utilizou os
                                                           po que permitissem comparti-         da cultura elaborada pela humanida-
      ensinamentos das disciplinas de PEQ
                                                           lhar os resultados dos grupos        de. Dessa maneira, essa etapa é uma
      para planejar suas atividades de Estágio             com toda a classe. Eu planejei       unidade indissociável do processo de
      Supervisionado?                                      utilizar a confecção de murais       educação.
          Essa primeira questão foi res-                   em sala para tornar os significa-        É importante esclarecer que quan-
      pondida por 100% dos alunos que,                     dos compartilhados disponíveis       do nos referimos às atividades de co-
      em geral, salientaram sua intenção                   para todos os alunos.”               nhecimento químico, referimo-nos à
      de melhorar sua prática pedagógi-                       PFI 15: “Os estudos de PEQ        ação pedagógica do futuro professor,
      ca em ensino de química de várias                    permitiram que na hora de            ou seja, seu planejamento de aula em
      maneiras. A utilização constante dos                 planejar minhas aulas eu pen-        ação durante a realização do estágio
      ensinamentos da referente disciplina                 sasse em criar atividades que        supervisionado.
      no planejamento das aulas ministra-                  pudessem me ajudar a veri-
                                                                                                3) As atividades de conhecimento químico
      das nas escolas foi apontada por 52%                 ficar os significados que os
                                                                                                para o Ensino Fundamental criaram
      dos participantes; já 48% deles res-                 alunos atribuíram para minhas
      ponderam que utilizam, às vezes, nos                 explicações. Eu planejei pedir       condições para a construção de novas in-
      seus planejamentos. Esse fato pode                   aos alunos individualmente em        terações entre professores/alunos e alunos/
      ser interpretado como o resultado do                 cada aula que explicassem            alunos?
      início da familiaridade e/ou interesse               melhor sua compreensão na                Nessa questão, novamente 52%
      dos alunos com as contribuições                      forma de texto (como feito na        dos graduandos responderam que
      oferecidas pela disciplina.                          disciplina) que poderia me en-       as atividades criaram condições para
          Ao contrário da insuficiente par-                tregar e depois eu checava se        a construção de novas relações –
      ticipação das instituições de ensino                 havia consenso entre os alunos       exemplos dessas repostas são dados
      superior nos projetos de desenvolvi-                 solicitados.”                        a seguir –; já 48% deles responderam

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que somente às vezes essas condi-            também com os colegas mais ex-              teúdos; o incentivo à participação
ções eram criadas.                           perientes ou que tiverem vivências          do aluno; a primeira apresentação
                                             diferenciadas. Ao professor, caberá,        da Química por se tratar de ensino
       PFI 22: “Sim. Minhas aulas            ao longo do processo, aglutinar             fundamental; e o despertar do senso
    para ensino fundamental servi-           todas as questões que aparecerem            crítico (com maior ênfase). Exemplos
    ram para desencadear discus-             e sistematizá-las de forma a garantir       das respostas são dados abaixo:
    sões, em sala de aula, sobre os          situações que possam promover a
    conhecimentos ensinados e as             apropriação de novos conhecimentos               PFI 12: “A linguagem científi-
    situações vividas pelos alunos.          por todos os seus alunos.                      ca utilizada pelo professor pre-
    Acho que esta foi uma forma                   Admitindo que a dimensão intera-          cisa ser acessível aos alunos
    de conhecer melhor quem era              tiva é fator fundamental no desenvol-          para atuar como instrumento na
    meu aluno.”                              vimento da ação docente, o professor           mediação pedagógica.”
       PFI 5: “Sim. Para o ensino            formador, no exercício de sua reflexão,          PFI 8: “Tem papel funda-
    fundamental procurei utilizar            procurou estimular (durante o anda-            mental e determinante para
    aulas teóricas expositivas alia-         mento do curso) atividades partilha-           o aprendizado pois precisa
    das à realização de exercícios           das, ou seja, processos cognitivos             estabelecer vínculos com o
    sobre os conceitos ensinados             realizados por vários sujeitos que en-         conhecimento que o aluno traz
    em grupo. Estas                                              volvessem, sobretu-        para a sala.”
    atividades per-                                              do, a verbalização de        PFI 6: “Modificar algumas
    mitiram a criação      É importante considerar que           concepções, ideias e       concepções equivocadas a
    de um ambien-            não estamos esquecendo              crenças internaliza-       respeito do conhecimento
    te mais informal           que a sala de aula tem            das por estes. Nessa       científico que possam ser tra-
    em sala de aula.         papéis que precisam estar           perspectiva, conhe-        zidas pelos alunos, através de
    Acredito que por          bem-definidos, porém,              cer a bagagem inter-       tornar o conhecimento científi-
    isso os grupos            esses papéis não estão             nalizada dos parcei-       co acessível a estes alunos.”
    participaram ati-      rigidamente constituídos, ou          ros é relevante, pois                                             263
    vamente buscan-          seja, o professor ensina o          a interação social só        Admitimos que a linguagem cien-
    do maiores es-          seu aluno, mas este poderá           ocorrerá na medida      tífica tem características próprias e
    clarecimentos e          aprender também com os              em que houver co-       que estas que foram estabelecidas ao
    tirando dúvidas e        colegas mais experientes            nexões entre seus       longo do desenvolvimento científico,
    eu pude aprovei-          ou que tiverem vivências           objetivos (conheci-     como forma de registrar e ampliar o
    tar para reforçar              diferenciadas.                mento científico em     conhecimento, tornando, muitas ve-
    os ensinamentos                                              questão) e o universo   zes, a linguagem científica estranha
    ministrados em sala de aula              dos parceiros. É nessa dinâmica que         e difícil para os alunos. Reconhecer
    recuperando significados esta-           esperamos aumentar o número de              essas diferenças implica em reconhe-
    belecidos por cada grupo para            futuros professores que consigam            cer que a forma pela qual o professor
    toda a turma.”                           utilizar esses ensinamentos para pro-       ‘fala sobre’ as entidades químicas é
                                             mover a interação em suas aulas. Se         tão importante quanto às próprias
    Quando propomos uma sala de              interações sociais educativas reque-        entidades. Desse modo, o confronto
aula como um processo interativo,            rem o confronto e a manifestação de         das concepções iniciais de mundo do
acreditamos que todos terão possi-           ideias, não caberia colocar apenas so-      aprendiz com aquelas apresentadas
bilidade de falar, levantar suas hipó-       bre os professores em formação inicial      pelos parceiros de seu ambiente
teses e, nas negociações, chegar a           a responsabilidade de promovê-las.          torna-se fundamental para a apro-
conclusões que ajudem o grupo a                   A questão quatro foi elaborada         priação de significados diferenciados
se perceber parte de um processo             a partir da discussão do texto de           que, dialogicamente, constituirão
dinâmico de construção. Sendo                Mortimer et al. (1998), objetivando         sentidos a serem negociados.
assim, os resultados apontam que a           coletar elementos que identificassem             Nossos resultados permitem inter-
disciplina de PEQ conseguiu introdu-         a apropriação das reflexões sobre           pretar que, por meio das diferentes
zir a valorização das interações por         o texto, especificamente sobre “o           funções atribuídas à linguagem, os fu-
parte dos professores (formador e            papel da linguagem na construção            turos professores parecem reconhe-
em formação).                                de significados científicos em salas        cê-la como veículo de negociação.
    É importante considerar que não          de aula” (p. 7).                            É nas interações que os conceitos
estamos esquecendo que a sala de                                                         científicos passam a ser discutidos
                                             4) Qual o papel da linguagem do professor
aula tem papéis que precisam estar                                                       em um processo descendente em
                                             na apropriação do conhecimento de seus
bem-definidos, porém, esses papéis                                                       que adquirem mais “concretude”,
não estão rigidamente constituídos,          alunos?                                     enquanto os conceitos cotidianos
ou seja, o professor ensina o seu                 As respostas dos licenciandos          dos alunos tomam um caminho as-
aluno, mas este poderá aprender              focalizaram a transposição de con-          cendente e são interpretados num

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nível superior de abstração (Vygotsky,      fessor na condução das atividades de        que não se trata de formá-lo como
      2001, p. 244-245).                          ensino. Essas respostas salientam a         reprodutor de modelos práticos do-
          Quando a linguagem se dirige aos        importância dos fatores subjetivos          minantes, mas capaz de desenvolver
      outros, o pensamento torna-se passí-        durante o processo de formação.             a atividade material para transformar
      vel de partilha. Essa acessibilidade do                                                 o social humano, cumpre investigar
      pensamento manifesta-se na e pela                 PFI 4: “A partir do momento           qual a contribuição que a Educação
      linguagem, expressando ao mesmo                 em que assumi a sala de aula.”          Química pode dar nessa formação.
      tempo muitos outros aspectos da per-              PFI 5: “Quando o professor
      sonalidade do sujeito. Entendemos               supervisor saiu da sala e me
                                                                                              9) Quais as atividades do curso de
      melhor essas considerações quando               deixou só na condução das
                                                                                              formação que favorecem mudanças em
      assumimos que a fala é uma das for-             atividades, os alunos se diri-
      mas de linguagem por meio da qual               giram a mim e, percebi que              suas concepções acerca da atividade
      os significados sociais são apreendi-           estava ali como representante           docente?
      dos e acordados. A fala encontra-se             do ensino de química por isso               Das respostas a esta questão,
      permeada por expressões afetivas                minhas atitudes precisavam ser          48% dos estagiários relataram que
      que se tornam igualmente alvo das               refletidas.”                            os conhecimentos adquiridos na
      interações: preferências, antagonis-              PFI 6: “Quando estive no              disciplina de PEQ favoreceram mu-
      mos, concordâncias, simpatias e                 período de observação do es-            danças em suas concepções; numa
      antipatias. A ação e a fala unem-se na          tágio tomei consciência que o           margem próxima, 36% apontam para
      coordenação de várias habilidades:              ensino é atividade deliberada e         as atividades pedagógicas realiza-
      entre elas, o pensamento discursivo.            por isso surgiu a necessidade           das e o material didático utilizados
      Nesse sentido, as respostas revela-             de planejar bem                                            durante a disciplina
      ram que a disciplina de PEQ parece              minhas aulas pois                                          de PEQ; e por fim,
      colaborar para a formação.                      quando estivesse         É nas interações que os           16% ressaltaram a
          Admitindo a linguagem como                  na regência seria      conceitos científicos passam        contribuição das dis-
264   central no processo de elaboração               eu, o conheci-            a ser discutidos em um           ciplinas de cunho
      conceitual, o professor formador                mento químico             processo descendente             pedagógico ofere-
      pôde compreender a dinâmica de seu              e os alunos. Isto         em que adquirem mais             cidas durante todo
      trabalho pedagógico. Adotar proce-              exige responsa-          “concretude”, enquanto            curso de formação
      dimentos de pesquisa para dialogar              bilidade.”               os conceitos cotidianos           inicial. Em relação
      com e refletir a ação docente permitiu                                    dos alunos tomam um              aos conhecimentos
      avanços na construção da identi-                As falas mostram        caminho ascendente e são           adquiridos na disci-
      dade profissional do formador num           a relação tensa, e           interpretados num nível           plina de PEQ, apre-
      movimento contínuo em constante             dinâmica ao mesmo             superior de abstração            sentamos algumas
      transformação. Sobre esses avanços,         tempo, entre a refle-                                          respostas.
      podemos destacar: a) na introdução          xão e a ação, e que a prática, sendo
      de um termo novo, relacioná-lo com          idealizada e deliberada, é somente                PFI 18: “A elaboração de um
      as ideias que os estudantes têm a           em sala de aula que se realiza. Por             material instrucional envolven-
      respeito e mostrar a diferença entre        isso, as disciplinas que preparam               do os conceitos químicos, em
      os dois significados; b) elaboração de      para os estágios precisam estar num             PEQ, fez com que eu tomasse
      aulas de natureza interativa com ênfa-      processo contínuo de investigação e             consciência de que o professor
      se na apropriação do conhecimento           de ação. De igual modo, investir em             não deve aceitar cegamente
      científico por meio de estratégias          pesquisa na formação de formadores              qualquer estratégia proposta
      como rever e/ou marcar os significa-        representou o estudo de uma situa-              por um livro didático.”
      dos apreendidos.                            ção social para tratar de melhorar a              PFI 22: “As atividades de
          A questão 7 foi elaborada com o         qualidade da ação que nela intervém.            reflexão feitas em PEQ por
      objetivo de obter informações sobre             A Questão 9 foi pensada com o               meio de compartilhamento das
      a constituição da identidade profis-        objetivo de obter informações sobre             experiências da comunidade
      sional docente.                             a contribuição da didática especifica           de educadores em química
                                                  na formação de professores. Enten-              ampliaram minhas concepções
      7) Como você tomou consciência de seu
                                                  demos que a atividade docente está              sobre ser professor.”
      próprio papel na condução das atividades
                                                  ligada à ação educativa mais ampla                PFI 2: “As discussões sobre
      de ensino?                                  que ocorre na sociedade, que é o                tendências (dinâmicas, utiliza-
         Do quantitativo de respostas, 72%        ensinar. Na sua acepção corrente, é             ção de experimentos, técnicas)
      dos futuros professores afirmaram           definida como uma atividade prática.            pedagógicas da comunidade
      que é a partir do primeiro contato          O professor em formação inicial está            de pesquisadores do ensino
      com os alunos em sala de aula que se        se preparando para efetivar as tare-            de química.”
      define a importância do papel do pro-       fas práticas de ser professor. Dado               PFI 3: “A abordagem dos

      QUÍMICA NOVA NA ESCOLA             A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores              Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
textos em sala de aula dando          Romper com a racionalidade técnica          mica pode ser considerado um
   apoio a prática de estágio            sem cair no espontaneísmo de sobre-         profissional autônomo que refletiu
   possibilitou uma nova visão da        valorizar qualquer prática demanda          criticamente sobre a sua prática
   atividade docente pois o desa-        um esforço contínuo e criterioso de         para compreender tanto as ca-
   fio era vincular o aprendizado        incorporação da racionalidade crítica       racterísticas dos processos de
   da disciplina com a realização        na reestruturação das disciplinares         ensino-aprendizagem quanto o seu
   do estágio.”                          basilares dos cursos de formação de         contexto de ação.
      PFI 7: “O diálogo, através da      professores.                                    Essa análise parece revelar que
   discussão dos textos, com a               Esses resultados demonstram             a ação docente de professores
   experiência de outros profes-         que um plano de curso alicerçado na         formadores contribuiu para seus
   sores de química.”                    Educação Química pode ser capaz             processos de construção identitária
      PFI 20: “As discussões con-        de fornecer apoios concretos, pró-          de seus alunos. O formador, tendo
   ceituais sobre a natureza da ci-      prios de um exercício profissional, a       por base seus saberes pedagógicos
   ência me fizeram compreender          professores formadores e a futuros          fundamentados na necessidade de
   sobre os reais desafios do en-        professores com a preocupação em            superar o atual ensino de química,
   sino de química e as atividades       situações que possam proporcionar           tentou proporcionar o acesso a
   de elaborarmos aulas para a           a manifestação de suas crenças e            conhecimentos químicos que per-
   turma ajudaram a ter noção de         a formação de outras convicções,            mitissem a construção de uma visão
   como lidar com os desafios.”          mais consentâneas com as teorias            de mundo mais articulada e menos
      PFI 21: “PEQ, onde somos           educacionais veiculadas nessas dis-         fragmentada. Ao indagar até que
   colocados em contato com              ciplinas. Assumir o eixo da pesquisa        ponto o ensino (na disciplina PEQ)
   um professor de química e a           na formação do formador consistiu           teve significado para a atividade
   didática fornecendo subsídios         em proporcionar elementos que pro-          docente dos futuros professores
   teóricos para a prática de está-      moveram o juízo prático em situações        em suas realidades de trabalho nas
   gio supervisionado.”                  concretas e a validez das teorias e         escolas, colocamos em questão a
                                         hipóteses.                                  contribuição da Educação Química          265
    Em sua grande maioria, as dis-           Tendo em vista a ampliação da           na constituição dos saberes peda-
ciplinas pedagógicas oferecidas          compreensão da situação prática ini-        gógicos na formação inicial. E num
nos cursos de formação de educa-         cial, entendemos que o processo se          movimento contrário, qual a contri-
dores apresentam características         modificou e seria necessário proce-         buição das atividades dos futuros
marcantes por seus conteúdos que         der aos mesmos passos para a nova           docentes para a revisão dos cursos
enfatizam uma preocupação de             situação–problema, caracterizando a         de PEQ e para a ressignificação da
caráter estritamente técnica. Suas       quinta e última etapa de uma espiral        prática pedagógica em ensino de
abordagens dificilmente ultrapassam      da pesquisa-ação.                           química no ensino superior.
as dimensões técnicas do ensino.                                                         Nossos resultados demonstram
Frequentemente, os conteúdos             Considerações finais                        que o professor formador desenvol-
giram em torno de uma temática               Adotar a pesquisa como eixo da          veu uma postura investigativa sobre
central que pode ser resumida no         formação do formador pode pro-              sua área de atuação e, utilizando
planejamento, na execução e na           porcionar condições formativas que          procedimentos de pesquisa como
avaliação do ensino. Por tudo isso,      possibilitem explicar, refletir e superar   instrumento de trabalho, conheceu e
encontramos na maioria dos progra-       aspectos gerais e específicos vincu-        investiu na realidade concreta de sua
mas dessas disciplinas conteúdos         lados à ação docente do formador.           ação docente.
que refletem uma preocupação             Considerando a inserção da pesquisa             A questão de como acontece o
com o estudo de técnicas de ensino       para auxiliar o processo de formação        processo de construção do saber-
voltadas à aprendizagem humana,          de formadores, que é contínuo e di-         fazer docente num movimento de re-
vindo a resultar num estudo isolado,     nâmico, pudemos compreender essa            flexão sobre a formação do professor
aparentemente neutro.                    dinâmica para nela intervir.                fundamentou a temática vivenciada
    O momento atual é, pois, o de            Colocando a atividade docente           por nós: pesquisadores e pesquisa-
repensar a “razão teórica” e a “razão    como objeto de nossa investigação,          dos, sujeitos e atores de uma prática
prática” dessas disciplinas para va-     foi necessário compreendê-la em             social em movimento. Finalmente,
lorizarmos a amplitude do fenômeno       suas vinculações com a prática social       enquanto problematizamos, também
educacional e, mais intensamente, a      na sua historicidade e isso se fez a        discutimos os problemas relaciona-
relação do sujeito com a aprendiza-      partir da verificação da mobilização        dos ao contexto das diferentes situa-
gem. De igual modo, a introdução de      dos saberes adquiridos na disciplina        ções que compartilhamos na troca de
elementos que possam oferecer um         para estruturar e tomar decisões na         nossas experiências. Nesse sentido,
conhecimento, mais preciso, das re-      escola e na sala de aula de química.        formaram-se os professores em for-
alidades educacionais e sociais será         Nessa iniciativa, o professor           mação e os professores formadores
certamente uma tônica imperiosa.         formador de professores de quí-             de professores.

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA          A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores             Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
Claudio Roberto Machado Benite (claudio.benite@                     Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas                       Química da UFG. Agustina Rosa Echeverria (agus-
      ueg.br), licenciado em química, especialista em ensino              (UnUCET) - Universidade Estadual de Goiás (UEG).                      tina@quimica.ufg.br), bacharel, licenciada e mestre
      de ciências pela Universidade do Estado do Rio de                   Anna Maria Canavarro Benite (anna@quimica.ufg.                        em química pela Universidade da Amizade dos Povos
      Janeiro (UERJ), mestre em educação em ciências e                    br), bacharel e licenciada em química, mestre e dou-                  (Moscou), doutora em educação pela Universidade
      matemática e doutorando em química pela Universi-                   tora em ciências (química) pela Universidade Federal                  Estadual de Campinas (UNICAMP), é docente do
      dade Federal de Goiás (UFG), é docente da Unidade                   do Rio de Janeiro (UFRJ), é docente do Instituto de                   Instituto de Química da UFG.


       Referências                                                        em educação no Brasil. Brasília: Plano,                                SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma re-
                                                                          2002.                                                               flexão sobre a prática. 4. ed. Porto Alegre:
          ANDRÉ, M.; SIMÕES, R. H.; CARVA-
                                                                             GIL-PÉREZ, D. e Carvalho, A. M. P      .                         Artmed, 1998.
       LHO, J. M. e BRZEZINSKI, I. Estado da
                                                                          Formação de professores de ciências:                                   SACRISTÁN, J. G. e GÓMEZ, A. I. P       .
       arte da formação de professores no
                                                                          tendências e inovações. São Paulo: Cor-                             Compreender e transformar o ensino. 4.
       Brasil. Educação e Sociedade, v. 68, p.
                                                                          tez, 2003.                                                          ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
       301-309, 1999.
                                                                             GONÇALVES, T. O. e GONÇALVES, T. V.                                 SCHNETZLER, R. P Construção do
                                                                                                                                                                        .
          BRASIL. Resolução CNE/CP1, de 18                                O. Reflexões sobre uma prática docente si-
       de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes                                                                                              conhecimento e ensino de ciências. Em
                                                                          tuada: buscando novas perspectivas para                             Aberto, 11, 17, 1992.
       Curriculares Nacionais, para a formação                            a formação de professores. In: GERALDI,
       de professores de Educação Básica, em                                                                                                     ______. Do ensino como transmissão,
                                                                          C. M. G.; FIORENTINI, D. e PEREIRA, E.
       nível superior, curso de licenciatura, de                                                                                              para um ensino como promoção de
                                                                          M. A. (Orgs.). Cartografias do trabalho do-
       graduação plena. Diário Oficial da União,                                                                                              mudança conceitual nos alunos: um
                                                                          cente: professor(a)-pesquisador(a). Cam-
       Brasília, 9 de abril de 2002. Seção 1, p. 31.                                                                                          processo (e um desafio) para formação
                                                                          pinas: Mercado de Letras; Associação de
       Republicada por ter saído com incorreção                                                                                               de professores de química. Cadernos
                                                                          Leitura do Brasil, 1998.
       no original no D.O.U., de 4 de março de                               HORTALE, V. A. e MORA, J. G. Tendên-                             Anped, Belo Horizonte, Conferência na
       2002. Seção 1, p. 8.                                               cias das reformas da educação superior                              16a Reunião Anual, n. 6, p. 55-89, 1994.
          CHASSOT, A. I. Catalisando transforma-                          na Europa no contexto do processo de                                   SCHNETZLER, R. P e ARAGÃO, R. M.
                                                                                                                                                                      .
       ções na educação. 3. ed. Ijuí: Ed. Unijuí,                         Bolonha. Educação e Sociedade, v. 25,                               Importância, sentido e contribuições de
       1993.                                                              n. 88, p. 937-960, 2004.                                            pesquisas para o ensino de química. Quí-
          ______. Para que(m) é útil o ensino?                               MALDANER, O. A. A formação inicial e                             mica Nova na Escola, n. 1, p. 27-31, 1995.
266    Alternativas para um ensino (de Química)                           continuada de professores de química:                                  SCHÖN, D. A. Educating the reflective
       mais crítico. Canoas: Ed. ULBRA, 1995.                             professor/pesquisador. 2. ed. Ijuí: Ed.                             practitioner. San Francisco: Jossey-Bass,
          ______. Alfabetização científica: ques-                         Unijuí, 2003.                                                       1987.
       tões e desafios para a educação. 3. ed.                               MCDERMOTT, L. C. A perspective on                                   ______. El profesional reflexivo: cómo
       Ijuí: Ed. Unijuí, 2003.                                            teacher preparation in physics and other                            piensan los profesionales cuando actúan.
          DRIVER, R.; ASOKO, H.; LEACH, J.;                               sciences: The need for special science                              Barcelona: Paidós, 1998.
       MORTIMER, E. e SCOTT, P Construindo
                                      .                                   courses for teachers. American Journal of                              SHULMAN, L. Those who understand:
       conhecimento científico na sala de aula.                           Physics, 1990, 58, 734.                                             knowledge growth in teaching. Educational
       Química Nova na Escola, n. 9, p. 31-40,                               MOREIRA, D. A. Didática do ensino su-                            Researcher v. 15, n. 2, p. 4-14, 1986.
       1999.                                                              perior: técnicas e tendências. São Paulo:                              STENHOUSE, L. La investigación como
          ECHEVERRIA, A. R. Como os estudan-                              Pioneira Thomson Learning, 2003.                                    base de la enseñanza. 5ª ed. Madrid:
       tes concebem a formação de soluções.                                  MORTIMER, E. F.; CHAGAS, N. e ALVA-                              Morata, 2004.
       Química Nova na Escola, v. 3, 15, 1996.                            RENGA, V. T. Linguagem científica versus                               VYGOTSKY, L. S. A construção do
          ECHEVERRÍA, A. R.; BENITE A. M. C.                              linguagem comum nas respostas escritas                              pensamento e da linguagem. São Paulo:
       e SOARES M. H. F. B. A pesquisa na for-                            dos vestibulandos. Investigação no Ensino
                                                                                                                                              Martins Fontes, 2001.
       mação inicial de professores de química                            de Ciências, 1998, v. 3, 1.
       – a experiência do instituto de química                                                                                                   ZANON, L. B. e MALDANER, O. A.
                                                                             PIMENTA, S. G. O estágio na formação
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       Workshop%20UFG.pdf. Acessado em:                                      PORTO, P A. O olhar do químico céptico
                                                                                      .                                                       Ijuí: Ed. Unijuí, 2007.
       26 ago. 2009.                                                      sobre os experimentos de Van Helmont. In:                              ZEICHNER, K. The ecology of field ex-
          ELLIOTT, J. La investigación-acción en                          ALFONSO-GOLDFARB, A. M. e BELTRAN,                                  perience: toward an understanding of the
       educación. 3. ed. Madrid: Morata, 1997.                            M. H. R. (Orgs.). O saber fazer e seus mui-                         role of field experience in teacher develop-
          FAZENDA, I. Práticas interdisciplinares                         tos saberes: experimentos, experiências e                           ment. In: HABERMAN, M. e BACKUS, J.
       na escola. São Paulo: Cortez, 1991.                                experimentações. São Paulo: Livraria da                             M. Advanes in teacher education. v. 3. New
          FEIMAN-NEMSER, S. e BUCHMANN, M.                                Física; EDUC; FAPESP 2006.
                                                                                                 ,                                            Jersey: Ablex, 1987.
       When is student teaching teacher educa-                               PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO.                                        ______. Novos caminhos para o practi-
       tion? Teaching and Teacher Education, v.                           Universidade Estadual de Goiás, 2005.                               cum: uma perspectiva para os anos 90.
       3, p. 255-273, 1987.                                               Disponível em: http://www.unucet.ueg.br.                            In: NÓVOA, A. Os professores e a sua
          GATTI, B. A. A construção da pesquisa                           Acessado em: 01 jun 2009.                                           formação. Lisboa: Dom Quixote, 1997.

       Abstract: The Research In Training For Teachers Trainers: Focus Education In Chemistry. Most of professor’s formative’s initiatives – although timid – have been placed among institutional policies
       of each university. Among those initiatives, this study intends to explain how the adoption of research, as the articulator principle, can contribute to the formation of the professors. This work is
       characterized as research-action and presents a possible proposal for intervention in formative cases aimed at promoting a learning process in which the professor is the focus. The results indicate
       that the teacher responsible for the teacher’s formative process can be considered a standalone and an emancipated professional, because he/she was able to reflect critically on his/her practice to
       understand both the characteristics of teaching-learning processes and its context of action, so that his/her work was crucial to the development of actions that could contemplate the stand-alone
       and emancipating formative process of his/her students.
       Keywords: teacher’s formative’s initiatives, chemical education, teaching process, research-action.



      QUÍMICA NOVA NA ESCOLA                             A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores                                                        Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010

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A pesquisa na formação de formadores de professores

  • 1. A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores: Em Foco, a Educação Química Claudio Roberto Machado Benite, Anna Maria Canavarro Benite e Agustina Rosa Echeverria Boa parte das iniciativas de formação de formadores, ainda que tímidas, tem permanecido no âmbito das políticas institucionais de cada universidade. Por meio de uma dessas iniciativas, esta investigação pretende explicitar como a adoção da pesquisa como princípio articulador pode contribuir para a formação do formador. Este trabalho se caracteriza como pesquisa-ação e apresenta uma possível proposta de intervenção em proces- sos formativos, visando à promoção de aprendizagem na docência e tendo o formador como foco. Os resultados indicam que o professor formador pode ser considerado um profissional autônomo e emancipado, porque foi capaz de refletir criticamente sobre a sua prática para compreender tanto as características dos processos de ensino-aprendizagem quanto o seu contexto de ação, de modo que sua atuação foi determinante para o de- senvolvimento de ações que contemplassem a formação autônoma e emancipadora também de seus alunos. formação de formadores, educação química, prática docente, pesquisa-ação 257 Recebido em 13/02/09, aceito em 08/09/10 À guisa de introdução cultural que induz formas particulares abrangendo toda área científica. de desenvolvimento nos sujeitos Especificamente para os cursos de A construção de uma universidade que vivenciam suas práticas. Sendo formação de professores de química: moderna, que atinja os mínimos e assim, seu papel é de fundamen- nobres objetivos de produção e disse- tal importância e, para que possa As críticas são feitas, princi- minação do conhecimento, da cultura cumpri-lo, necessitará de autonomia palmente, pelos alunos desses e da tecnologia, não se completa num suficiente para desenvolver uma cursos quando começam a curto espaço de tempo. A universida- identidade sólida e socialmente legi- frequentar disciplinas de for- de europeia, nascida na Idade Média, timada (Moreira, 2003). mação pedagógica ou nos encontra-se num processo de intensa No que se refere à formação de encontros em que refletem a reestruturação a partir da Declaração professores, há um consenso de sua formação. Os estudan- de Bolonha que, por sua vez, deflagrou que os cursos de tes criticam, com o denominado Processo de Bolonha formação não con- razão, desde a (Hortale e Mora, 2004). A universidade seguem responder O despreparo e a falta de falta de didática no Brasil, que foi temporã, mesmo se às necessidades de motivação, manifestados da maioria dos comparada com as universidades da nenhum nível de en- pelos licenciandos nas professores da América espanhola, consolidou-se na sino. Isso se refere disciplinas pedagógicas, Graduação, pas- segunda metade do século XX sob a ao Brasil, onde cur- instituem-se como sando pela dico- forte influência dos diferentes projetos sos de licenciatura motivo de angústia dos tomia das aulas políticos em disputa. É possível afirmar são pouco eficien- encarregados pelas práticas e teóri- que, mesmo sendo uma universidade tes em proporcio- universidades de fazerem cas, até a falta nova, muito contribuiu e continua nar uma visão mais essa formação. de transparência contribuindo para o desenvolvimento ampla da atividade dos conteúdos do país. docente (Schnetzler e Aragão, 1995), de Química para o ensino Concebemos a instituição de en- e também a outros países, como secundário e elementar. (Mal- sino superior como um componente Estados Unidos (Mcdermott, 1990), daner, 2003, p. 46-47) QUÍMICA NOVA NA ESCOLA A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
  • 2. Parece-nos que há um des- ção profissional dos professo- em conteúdos ainda perdura como preparo quanto ao conhecimento res nos cursos de licenciatura prática de formação docente inicial, pedagógico de conteúdo dos pro- e “normalmente, nenhuma na qual a ausência da perspectiva fessores universitários, e isso afeta tentativa especial é feita para pedagógica pode gerar situações a formação em Química de maneira levar em conta as necessida- que comprometam a mediação ade- geral, não só os licenciados. Apoia- des desses futuros professo- quada à significação dos conceitos mo-nos em Shulman (1986) para res”. A preocupação saliente científicos. Se não houve a incorpo- definir conhecimento pedagógico é a formação nos conteúdos ração do conhecimento pedagógico de conteúdo como “o conhecimento de Química, não importando originado por meio das pesquisas que permite ao professor perceber o contexto em que eles pode- educacionais, as questões pedagó- quando um tópico é riam ser significa- gicas que deveriam acompanhar os ‘mais fácil ou difícil’” tivos: na pesqui- conteúdos químicos estarão ausen- (p. 109), quais as Os cursos de formação de sa, na indústria, tes e, consequentemente, induzirão experiências prévias professores deveriam ser na agricultura e, os professores a invalidarem sua possuídas pelos alu- espaços de “reeducação” principalmente, formação inicial justamente no que nos e as relações para os estudantes, pois na formação Quí- é mais preservado nos cursos de possíveis a serem tendo ou não experiência mica nos diversos licenciatura: “dar uma boa base em estabelecidas, in- profissional, todos eles graus de ensino. conteúdos. Isso não quer dizer que cluindo todas as for- têm vivência de magistério (p. 47-48) não saibam o conteúdo específico, mas de que se utiliza como alunos que, mas é a sensação que têm diante para que um conte- certamente, merecem ser Grande parte dos de uma dificuldade que é de cunho údo seja apreendido revistas, questionadas, alunos que frequen- pedagógico” (Maldaner, 2003, p. 45). pelo aluno. reelaboradas. tam os cursos de Pesquisas mais recentes, no O despreparo e licenciatura possui âmbito da formação de professores, a falta de motivação, manifestados conhecimento prévio da ação docen- têm apontado para uma tendência de 258 pelos licenciandos nas disciplinas te devido a estarem atuando como superação da racionalidade técnica. pedagógicas, instituem-se como tal, e esses conhecimentos advindos A partir daí, a formação de professo- motivo de angústia dos encarregados da experiência tácita não devem ser res ganha outra dimensão, passando pelas universidades de fazerem essa desprezados. Além do mais, até o a ser centrada na investigação do formação, ou seja, os professores licenciando que nunca atuou como próprio trabalho em sala de aula e na das faculdades de educação e/ou professor tem bagagem como tal, escola (Zeichner apud Nóvoa, 1997). centros pedagógicos. Tal fato pode acumulada durante sua trajetória Essa nova maneira de conceber a advir da visão pedagógica restrita que escolar. Certamente, os cursos de formação docente se baseia na ideia os estudantes manifestam sobre os formação de professores deveriam de que o professor deve desenvolver conteúdos, pois: ser espaços de “reeducação” para a capacidade de refletir sobre a sua os estudantes, pois tendo ou não própria prática, de modo a tornar ex- [...] admitem, consciente experiência profissional, todos eles plícitos os saberes tácitos provenien- ou inconscientemente, que o têm vivência de magistério como tes de sua experiência. Para Schön processo de ensino de Ciên- alunos que, certamente, merecem (1987), tornar-se consciente de seus cias (Química) se concentre na ser revistas, questionadas, reelabora- saberes tácitos é o primeiro passo transmissão e na cobrança de das (Gonçalves e Gonçalves, 1998). para que o profissional possa efetuar conteúdos científicos prontos, Como nos dizem Feinman-Nemser e questionamentos sobre as estraté- acabados, inquestionáveis, Buchmann (1987): gias e as teorias nas quais acredita, em que não há lugar para pro- o que lhe possibilitaria transformar blemas de ensino, mas só de [...] o processo de aprender seus modos de atuação. aprendizagem, já que aos alu- a ensinar começa muito antes Concordamos com Sacristán e nos é sempre atribuída a res- dos alunos frequentarem os Gómez (2000) que o objetivo dos pro- ponsabilidade pela ineficiência cursos de formação de profes- gramas de formação de professores: daquele processo. (Schnetzler, sores; por isso, temos de ter 1994, p. 64) em conta as ideias anteriores e [...] é preparar professores as regras que os alunos aliam à que tenham perspectivas críti- Ademais, segundo Maldaner experiência e devemos ajudá- cas sobre as relações, sobre a (2003): los a exteriorizá-las e a elaborá- escola e as desigualdades so- las segundo concepções mais ciais e um compromisso moral A desmotivação e a despre- apropriadas. (p. 108) para contribuir para a correção ocupação frente às questões de tais desigualdades median- pedagógicas podem advir do A separação da formação pro- tes as atividades cotidianas na pouco valor que se dá à forma- fissional específica da formação aula e na escola. (p. 26) QUÍMICA NOVA NA ESCOLA A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
  • 3. Assumidos esses pressupostos, coletivas e organizacionais, que se A opção metodológica pela esta investigação versa sobre a desenvolve em contextos e momentos pesquisa-ação se sustenta na ne- adoção da pesquisa como princípio diversificados e em diferentes comuni- cessidade de que o professor seja articulador na formação do professor dades de aprendizagem constituídas crítico e reflexivo, já que enfrentará formador, apresentando uma iniciati- também por outros formadores. na prática situações instáveis, sin- va para tal. Especificamente, apre- Boa parte das iniciativas de forma- gulares e incertas, sendo necessária sentamos a utilização da reestrutu- ção de formadores tem permanecido uma formação que lhe possibilite ração de uma disciplina vinculada ao no âmbito das políticas institucionais refletir criticamente sobre suas pró- Estagio Supervisionado (componente de cada universidade (Echeverria et prias ações a partir de uma postura da formação do futuro docente) como al., 2007). Por meio de uma dessas investigativa (Schön, 1998; Elliot, lócus para metarreflexão do formador. iniciativas, esta investigação pretende 1997; Stenhouse, 2004). Nessa explicitar num contexto específico perspectiva, concordamos que a for- Sobre a formação de formadores: a mo- como a adoção da pesquisa, como mação extrapola a cultura do ensino tivação para a investigação princípio articulador, pode contribuir centrado na aula, vendo o trabalho Atualmente, vivenciamos no ce- para a formação do formador. Ob- docente como uma atividade crítica nário brasileiro investimentos em jetivamos apresentar um ponto de e o professor formador como um elaboração, implementação e acom- partida que indica uma possível pro- sujeito capaz de compreender não panhamento de programas voltados posta de intervenção em processos só as características de seu trabalho, à formação de professores (André et formativos, visando à promoção de mas o contexto em que atua para al., 1999). A ênfase dessas propostas aprendizagem na docência e tendo criar sua própria identidade e de recai notoriamente sobre os processos o formador como foco. seus alunos. de formação inicial e continuada de Esta investigação se caracteriza professores do ensino básico. Por sua como pesquisa-ação (Elliott,1997; O locus e o problema da pesquisa: a vez, a docência no ensino superior é Stenhouse 2004) e tem por pressu- prática de ensino de química configu- ainda território que só recentemente posto que os sujeitos que nela se rando a pesquisa - ação passou a fazer parte desse debate. envolvem compõem um grupo com 259 Podemos evidenciar tal fato quando objetivos e metas comuns, interessa- O curso de Química modalidade retomamos a produção apresenta- dos em um problema que emerge no licenciatura da Universidade Esta- da sobre o tema, por exemplo, nas contexto em que atuam e desempe- dual de Goiás (UEG) é estruturado Reuniões da Associação Brasileira nhando papéis distintos: professores em semestres, em sistema seriado de Pesquisas em Ensino de Ciências formadores e professores em forma- e busca interligar hierarquicamente (ABRAPEC), ou ainda se considera- ção inicial (PFI). Intencionamos inves- os conteúdos, minimizando a com- mos uma iniciativa mais recente da tir no processo for- partimentalização Coordenação de Aperfeiçoamento mativo do formador do conhecimento, do Pessoal de Nível Superior (CAPES) de modo que este Não há preparação integrando os con- que instaura a obrigatoriedade de possa ser produto formal para o formador, teúdos de Química, estágio docência no ensino superior. de suas concepções e que em muitas áreas do correlacionando-os Dessa forma, podemos dizer que partilhadas. Assumi- conhecimento os processos com áreas afins e não há preparação formal para o mos a pesquisa na seletivos relacionados objetivando a in- formador, e que em muitas áreas do ação do formador à contratação docente terdisciplinaridade. conhecimento os processos seletivos como ferramenta em Instituições de Ensino Tempo de integra- relacionados à contratação docente formativa por exce- Superior (IES) priorizam as lização: mínimo de em Instituições de Ensino Superior lência: questionan- linhas de pesquisa na área oito e máximo de (IES) priorizam as linhas de pesquisa do, dando sentido técnica quatorze semestres na área técnica. Em consequência, os e relacionando seu (PPC UEG, 2005). processos de desenvolvimento profis- trabalho diário. Apoiamo-nos em Zei- Numa iniciativa de ressignificar a sional ficam na dependência de cada chner (1987, p. 19) para afirmar que: práxis do formador, a disciplina de instituição e de como esta concebe a Prática de Ensino de Química (PEQ) formação do formador. [...] a tradição radical na foi escolhida para esta investigação. Como professores formadores, formação do professor apóia Determinante para essa escolha foi entendemos todos os profissionais [...] aqueles enfoques que pre- que esta, segundo o projeto peda- envolvidos nos processos de apren- tendem desenvolver ao mesmo gógico do curso, foi planejada como dizagem da docência de futuros pro- tempo o pensamento reflexivo momento de relacionar teoria e prá- fessores como, por exemplo, todos e a ação de reconstrução que, tica na formação do futuro docente. os professores dos cursos de licen- por definição, implica a pro- A disciplina de PEQ é trabalhada ciatura. Defendemos que a formação blematização tanto da própria na Unidade Universitária de Ciências do formador é um processo contínuo, tarefa de ensinar, quanto do Exatas e Tecnológicas (UnUCET) de que envolve dimensões individuais, contexto em que se realiza. Anápolis como uma disciplina espe- QUÍMICA NOVA NA ESCOLA A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
  • 4. Tabela 1 - Caracterizando a disciplina de PEQ. Disciplina Ch*/ período Ementa Disciplina Ch*/ período Principais problemas do ensino de química. O ensino de química no Brasil, em Goiás e em Anápolis. Novas tendências do ensino/pesquisa Estágio Super- PEQ 1 30/ 5º em química. Ensino/aprendizagem de química – comunicação e relação visionado 1 100/ 5º professor/aluno. Observação de aulas e ambientes escolares no ensino médio e fundamental. Habilidades e competências na formação de professores. Relações entre Estágio Super- PEQ 2 saberes pedagógicos e saberes científicos. História da química. Compor- 30/ 6º visionado 2 100/ 6º tamento do professor no local de ensino. Tipos de professores. Semirre- gência em sala de aula no ensino fundamental e médio. Racionalidade técnica e racionalidade prático-reflexiva. Parâmetros Curriculares - ensino de química. Metodologia do ensino de química. O Estágio Super- PEQ 3 30/ 7º ensino de química no currículo das escolas de ensino médio do estado visionado 3 100/ 7º de Goiás: análise sob uma perspectiva histórica. Regência em sala de aula de aula de ciências no ensino fundamental. Contribuições didático-pedagógicas na formação de professores de química. Interdisciplinaridade e contextualização (uso de materiais para- Estágio Super- PEQ 4 30/ 8º didáticos). Contemplação reflexiva da prática de planejamento, seleção visionado 4 100/ 8º e produção de material didático. Elaboração e execução de projetos de ensino. Regência em sala de aula em química e no ensino médio. *Ch =carga horária. cífica com carga horária própria de As Diretrizes para Formação Inicial estabelecendo uma comunicação 30h/aula semestrais durante quatro de Professores da Educação Básica direta com o professor da disciplina 260 semestres consecutivos, acompa- em Cursos de Nível Superior (Brasil, de PEQ, de modo que possibilite a nhando o trabalho de Estágio Super- 2002) determinam que a formação repercussão dos resultados do es- visionado conforme apresentado na para a docência seja desvinculada tágio e das discussões teóricas na Tabela 1. dos bacharelados, que seus perfis realidade da sala de aula. Os alunos realizam Estágio Su- sejam constituídos de disciplinas Em síntese, essa disciplina foi pervisionado em escolas de ensino integradoras desde o começo do pensada para ser uma tentativa de fundamental e médio, ambos da rede curso de licenciatura e que a teoria diálogo entre a teoria e a prática pública, observando e participando e a prática sejam articuladas a partir e, por isso, a ementa de PEQ (ver do cotidiano escolar, tanto no trabalho do segundo ano. É nessa perpectiva Tabela 1) orienta o desenvolvimento do professor quanto no tocante ao integradora que a disciplina de PEQ das atividades práticas do Estágio funcionamento administrativo da es- se relaciona com o estágio. Supervisionado. No entanto, quando cola. Ainda, assumem semirregência Nesse contexto, surge a possi- transferida para a execução do ato e regência de classe, orientados pelo bilidade de realização de pesquisas pedagógico, transforma-se em ação trabalho teórico-prático feito durante científicas relacionadas ao processo de alto grau de complexidade pelas as disciplinas de PEQ. de ensino-aprendizagem de química, dificuldades implícitas na sua realiza- as quais, quando ção. Entre os fatores Sabemos que as atividades realizadas, geral- determinantes de curriculares de Estágio Super- mente redundam A formação do formador seu sucesso ou in- visionado têm referências em em trabalhos de é um processo contínuo, sucesso se encontra concepções e teorias que o ca- conclusão de curso. que envolve dimensões a necessidade de racterizam e o orientam deixan- Essa introdução ao individuais, coletivas e formar formadores do de ser atividades eminente- universo da obser- organizacionais, que se que estreitem esse mente práticas. Neste sentido, vação participante desenvolve em contextos e diálogo: aqui reside o estágio deve ser conside- e atuação na prática momentos diversificados e o problema de nossa rado enquanto atividade que educacional em en- em diferentes comunidades investigação. Portan- permita ao aluno um contato sino de Química é de aprendizagem to, configura-se aqui com a realidade do campo acompanhada, via constituídas também por a primeira etapa da profissional, [...] utilizando-se de regra, por no- outros formadores. espiral de pesquisa- das teorias existentes como vas compreensões ação caracterizada possibilitadoras da reflexão e dos conceitos dos quais os futuros por diagnosticar uma situação prática da ação no campo profissional professores se apropriam para me- que se quer melhorar. e da formação humana. (PPC lhor compreender os fenômenos Identificado o problema, o contex- UEG, 2005) educacionais dos quais participam, to concreto que dá forma e conteúdo QUÍMICA NOVA NA ESCOLA A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
  • 5. à proposta curricular da disciplina foi entre si. A ênfase nos conteú- UEG, é vinculado a dois grupos de reestruturado pelo docente, por inter- dos em si, como se fosse uma pesquisa: Laboratório de Pesquisas médio de seu plano de curso, para coisa a parte e existente em si em Educação Química e Inclusão envolver o aprofundamento de co- e por si mesma, é substituída (LPEQI) e Núcleo de Pesquisa em nhecimentos específicos de química pela ênfase no processo da Ensino de Ciências (NUPEC), ambos e de aspectos pedagógicos, partindo educação, no qual, desde o pertencentes ao Instituto de Química do conceito de currículo ensino fundamental, os conhe- na Universidade Federal de Goiás. cimentos de Química servem A avaliação da estratégia aplica- [...] como a construção so- de instrumento para os edu- da coincidiu com a coleta de dados cial que preenche a escolari- candos crescerem na capaci- desta investigação e foi realizada em dade de conteúdos e orienta- dade do conhecimento sobre duas etapas: a primeira, mediante ções e nos leva a analisar os a natureza, subordinando-o à aplicação de questionário (no meado contextos concretos que lhe emancipação dos homens e do curso) respondido voluntaria- vão dando forma e conteúdo, mulheres, não à subordinação mente pelos alunos; e a segunda, antes de passar a ter alguma deles. Este é fundamental- mediante a gravação em áudio e realidade como experiência de mente o campo vídeo das atividades aprendizagem para os alunos. de investigações de regência no Está- (Sacristán, 1998, p. 20) daqueles que são A formação extrapola gio Supervisionado. educadores quí- a cultura do ensino Contempla-se aqui A reestruturação se apoiou em micos. (p. 62) centrado na aula, vendo a terceira etapa da literatura referendada em represen- o trabalho docente como espiral de pesquisa- tantes dos principais pesquisadores As disciplinas de uma atividade crítica e ação caracterizada da Educação Química do país: Sch- PEQ e Estágio Su- o professor formador pelo desenvolvimen- netzler, Maldaner, Chassot, Zanon, pervisionado foram como um sujeito capaz to da estratégia de Echeverría, Porto, entre muitos outros, planejadas (pelos de compreender não só ação e avaliação de incluindo pesquisas recentes sobre autores deste arti- as características de seu sua eficiência. 261 ensino, metodologia da pesquisa go), privilegiando trabalho, mas o contexto Passare- educacional, epistemologia e história as discussões em em que atua para criar sua mos, então, a apre- da ciência. Compreendemos, dessa grupo sobre textos própria identidade e de sentação da quarta forma, a necessidade de conduzir os de autoria de edu- seus alunos. etapa da espiral de futuros professores na sua formação cadores em Química pesquisa-ação que inicial a partir das suas próprias con- (Schnetzler, 1992; 1994; Maldaner, se caracteriza pela ampliação e cepções, de ampliar seus recursos 2003; Chassot, 1995; 2003; Zanon compreensão da situação-problema e modificar suas ideias e atitudes de e Maldaner, 2007; Echeverria, 1996; por meio da análise das respostas ensino (Gil-Pérez, 2003). A formação Porto, 2006) previamente escolhi- dos questionários. Este consistiu de docente inicial já não pode mais ser dos e sobre as próprias práticas doze questões respondidas por es- reduzida ao estudo e domínio de pedagógicas, as aulas expositivas, crito, das quais, neste trabalho, serão conteúdos e técnicas para serem a simulação de aulas, a confecção abordadas apenas cinco por razões utilizadas em futuras práticas peda- de materiais didáticos, o estudo in- de espaço. gógicas, e até mesmo conduzindo dividual de textos e a elaboração de futuros professores a assumir uma planejamentos de curso e de aula. Interpretando as respostas do ques- postura acrítica como estagiários O plano de curso também instituiu tionário e meros executores de tarefas so- a seguinte rotina: constatadas situa- Faz-se necessário esclarecer licitadas pelos regentes de estágio ções práticas conflituosas (oriundas que a ordem das perguntas aqui supervisionado dentro das universi- da realização do Estágio Supervisio- apresentadas é a mesma de como dades. Configura-se aqui a segunda nado), o papel do professor formador aparecem no questionário original. etapa da espiral de pesquisa-ação consistiu em ajudar o grupo de 25 Cabe ressaltar que a análise dos caracterizada pela formulação de alunos a problematizá-las, ou seja, resultados descreve um movimento uma estratégia de ação. situá-los em um contexto teórico mais de metarreflexão que passaremos a Cabe ressaltar que, segundo amplo e, assim, possibilitar a amplia- enunciar. Chassot (1993): ção da consciência dos envolvidos, A pergunta a seguir foi elaborada com vistas a planejar as formas de objetivando investigar se foi possível Fazer educação através da transformação das ações dos sujeitos estabelecer relações entre a teoria Química significa um conti- e das práticas institucionais. estudada na universidade e a prática nuado esforço em colocar a O professor formador regente da desenvolvida no ambiente profissio- ciência a serviço do mundo, da turma, além de ter experiência em nal, isto é, entre a formação e a ação vida, na interdisciplinaridade, escolas pública e privada, sendo docente. Defendemos que a formação no intercâmbio das ciências pertencente ao quadro docente da docente não se constrói apenas por QUÍMICA NOVA NA ESCOLA A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
  • 6. acumulação de cursos, de conheci- mento ou nas inovações do sistema No que diz respeito à investigação mentos ou de técnicas, mas por meio educacional, bem como da pouca da ação do formador, apoiamo-nos de um trabalho de reflexão crítica utilização das pesquisas educa- em Shulman (1986) para refletir sobre sobre as práticas e de uma (re)cons- cionais nas estratégias de ensino a ação e redimensioná-la do seguinte trução permanente de uma identidade apontadas por Gatti (2002), esse modo: a partir da identificação das pessoal (Pimenta, 2002), e foi nesse resultado reflete uma aproximação experiências anteriores desse grupo sentido que a estratégia de reestrutu- entre a universidade e a escola e a de alunos, tentar estabelecer durante ração da PEQ pretendeu atuar. contribuição que um programa de o curso novas possíveis relações en- De igual modo, quando nos re- curso pautado na Educação Química tre o conteúdo ministrado e a prática ferimos aos ensinamentos de PEQ, parece oferecer diretamente para pedagógica a ser desenvolvida no estamos nos dirigindo à estratégia subsidiar a prática pedagógica. Tal Estágio Supervisionado. Referimo- por meio da qual foi desenvolvida consideração pode ser sustentada nos, dessa forma, ao exercício do a ementa dessa disciplina que en- pelas respostas aos questionários conhecimento pedagógico de conte- globou aspectos como: explicitar e como, por exemplo: údo por parte do professor formador. explorar as visões dos estudantes Nossa próxima questão foi elabo- sobre os conceitos científicos; oportu- PFI 1: “Utilizei os ensinamen- rada a partir da discussão do texto nizar a discussão sobre os conceitos tos de PEQ para planejar para de Driver et al. (1999) e objetivamos científicos por meio de atividades minhas aulas situações que coletar elementos que refletissem pedagógicas; dar suporte para os permitissem explorar as ideias a apropriação das reflexões sobre estudantes produ- dos estudantes. o texto por parte dos licenciandos, zirem significados Toda vez que especificamente sobre “o papel da individuais, internali- Essa introdução ao começava um interação social na promoção da zando os conceitos universo da observação novo conceito eu aprendizagem”, ou seja, o reconhe- científicos; e  opor- participante e atuação procurava uma cimento da função que a interação tunizar o estabeleci- na prática educacional situação proble- entre os pares exerce na significação 262 mento de relações em ensino de Química é ma (um questio- conceitual. Vale destacar que essa entre os conceitos acompanhada, via de regra, namento) para questão foi direcionada ao Ensino científicos estudados por novas compreensões introduzi-lo.” Fundamental, porque esse é o pri- e diferentes contex- dos conceitos dos quais PFI 7: “Os en- meiro contato do aprendiz criança tos, transferindo aos os futuros professores se sinamentos da com a ciência. Apoiados em Vygotsky futuros professores apropriam para melhor disciplina me (2001), sustentamos que a criança se a responsabilidade compreender os fenômenos influenciaram a desenvolve à medida que é ensinada pelo uso desses con- educacionais dos quais incluir em meu e educada, ou seja, à medida que, ceitos. participam. planejamento ati- sob orientação de adultos ou compa- vidades em gru- nheiros mais experientes, apropria-se 1) Você utilizou os po que permitissem comparti- da cultura elaborada pela humanida- ensinamentos das disciplinas de PEQ lhar os resultados dos grupos de. Dessa maneira, essa etapa é uma para planejar suas atividades de Estágio com toda a classe. Eu planejei unidade indissociável do processo de Supervisionado? utilizar a confecção de murais educação. Essa primeira questão foi res- em sala para tornar os significa- É importante esclarecer que quan- pondida por 100% dos alunos que, dos compartilhados disponíveis do nos referimos às atividades de co- em geral, salientaram sua intenção para todos os alunos.” nhecimento químico, referimo-nos à de melhorar sua prática pedagógi- PFI 15: “Os estudos de PEQ ação pedagógica do futuro professor, ca em ensino de química de várias permitiram que na hora de ou seja, seu planejamento de aula em maneiras. A utilização constante dos planejar minhas aulas eu pen- ação durante a realização do estágio ensinamentos da referente disciplina sasse em criar atividades que supervisionado. no planejamento das aulas ministra- pudessem me ajudar a veri- 3) As atividades de conhecimento químico das nas escolas foi apontada por 52% ficar os significados que os para o Ensino Fundamental criaram dos participantes; já 48% deles res- alunos atribuíram para minhas ponderam que utilizam, às vezes, nos explicações. Eu planejei pedir condições para a construção de novas in- seus planejamentos. Esse fato pode aos alunos individualmente em terações entre professores/alunos e alunos/ ser interpretado como o resultado do cada aula que explicassem alunos? início da familiaridade e/ou interesse melhor sua compreensão na Nessa questão, novamente 52% dos alunos com as contribuições forma de texto (como feito na dos graduandos responderam que oferecidas pela disciplina. disciplina) que poderia me en- as atividades criaram condições para Ao contrário da insuficiente par- tregar e depois eu checava se a construção de novas relações – ticipação das instituições de ensino havia consenso entre os alunos exemplos dessas repostas são dados superior nos projetos de desenvolvi- solicitados.” a seguir –; já 48% deles responderam QUÍMICA NOVA NA ESCOLA A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
  • 7. que somente às vezes essas condi- também com os colegas mais ex- teúdos; o incentivo à participação ções eram criadas. perientes ou que tiverem vivências do aluno; a primeira apresentação diferenciadas. Ao professor, caberá, da Química por se tratar de ensino PFI 22: “Sim. Minhas aulas ao longo do processo, aglutinar fundamental; e o despertar do senso para ensino fundamental servi- todas as questões que aparecerem crítico (com maior ênfase). Exemplos ram para desencadear discus- e sistematizá-las de forma a garantir das respostas são dados abaixo: sões, em sala de aula, sobre os situações que possam promover a conhecimentos ensinados e as apropriação de novos conhecimentos PFI 12: “A linguagem científi- situações vividas pelos alunos. por todos os seus alunos. ca utilizada pelo professor pre- Acho que esta foi uma forma Admitindo que a dimensão intera- cisa ser acessível aos alunos de conhecer melhor quem era tiva é fator fundamental no desenvol- para atuar como instrumento na meu aluno.” vimento da ação docente, o professor mediação pedagógica.” PFI 5: “Sim. Para o ensino formador, no exercício de sua reflexão, PFI 8: “Tem papel funda- fundamental procurei utilizar procurou estimular (durante o anda- mental e determinante para aulas teóricas expositivas alia- mento do curso) atividades partilha- o aprendizado pois precisa das à realização de exercícios das, ou seja, processos cognitivos estabelecer vínculos com o sobre os conceitos ensinados realizados por vários sujeitos que en- conhecimento que o aluno traz em grupo. Estas volvessem, sobretu- para a sala.” atividades per- do, a verbalização de PFI 6: “Modificar algumas mitiram a criação É importante considerar que concepções, ideias e concepções equivocadas a de um ambien- não estamos esquecendo crenças internaliza- respeito do conhecimento te mais informal que a sala de aula tem das por estes. Nessa científico que possam ser tra- em sala de aula. papéis que precisam estar perspectiva, conhe- zidas pelos alunos, através de Acredito que por bem-definidos, porém, cer a bagagem inter- tornar o conhecimento científi- isso os grupos esses papéis não estão nalizada dos parcei- co acessível a estes alunos.” participaram ati- rigidamente constituídos, ou ros é relevante, pois 263 vamente buscan- seja, o professor ensina o a interação social só Admitimos que a linguagem cien- do maiores es- seu aluno, mas este poderá ocorrerá na medida tífica tem características próprias e clarecimentos e aprender também com os em que houver co- que estas que foram estabelecidas ao tirando dúvidas e colegas mais experientes nexões entre seus longo do desenvolvimento científico, eu pude aprovei- ou que tiverem vivências objetivos (conheci- como forma de registrar e ampliar o tar para reforçar diferenciadas. mento científico em conhecimento, tornando, muitas ve- os ensinamentos questão) e o universo zes, a linguagem científica estranha ministrados em sala de aula dos parceiros. É nessa dinâmica que e difícil para os alunos. Reconhecer recuperando significados esta- esperamos aumentar o número de essas diferenças implica em reconhe- belecidos por cada grupo para futuros professores que consigam cer que a forma pela qual o professor toda a turma.” utilizar esses ensinamentos para pro- ‘fala sobre’ as entidades químicas é mover a interação em suas aulas. Se tão importante quanto às próprias Quando propomos uma sala de interações sociais educativas reque- entidades. Desse modo, o confronto aula como um processo interativo, rem o confronto e a manifestação de das concepções iniciais de mundo do acreditamos que todos terão possi- ideias, não caberia colocar apenas so- aprendiz com aquelas apresentadas bilidade de falar, levantar suas hipó- bre os professores em formação inicial pelos parceiros de seu ambiente teses e, nas negociações, chegar a a responsabilidade de promovê-las. torna-se fundamental para a apro- conclusões que ajudem o grupo a A questão quatro foi elaborada priação de significados diferenciados se perceber parte de um processo a partir da discussão do texto de que, dialogicamente, constituirão dinâmico de construção. Sendo Mortimer et al. (1998), objetivando sentidos a serem negociados. assim, os resultados apontam que a coletar elementos que identificassem Nossos resultados permitem inter- disciplina de PEQ conseguiu introdu- a apropriação das reflexões sobre pretar que, por meio das diferentes zir a valorização das interações por o texto, especificamente sobre “o funções atribuídas à linguagem, os fu- parte dos professores (formador e papel da linguagem na construção turos professores parecem reconhe- em formação). de significados científicos em salas cê-la como veículo de negociação. É importante considerar que não de aula” (p. 7). É nas interações que os conceitos estamos esquecendo que a sala de científicos passam a ser discutidos 4) Qual o papel da linguagem do professor aula tem papéis que precisam estar em um processo descendente em na apropriação do conhecimento de seus bem-definidos, porém, esses papéis que adquirem mais “concretude”, não estão rigidamente constituídos, alunos? enquanto os conceitos cotidianos ou seja, o professor ensina o seu As respostas dos licenciandos dos alunos tomam um caminho as- aluno, mas este poderá aprender focalizaram a transposição de con- cendente e são interpretados num QUÍMICA NOVA NA ESCOLA A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
  • 8. nível superior de abstração (Vygotsky, fessor na condução das atividades de que não se trata de formá-lo como 2001, p. 244-245). ensino. Essas respostas salientam a reprodutor de modelos práticos do- Quando a linguagem se dirige aos importância dos fatores subjetivos minantes, mas capaz de desenvolver outros, o pensamento torna-se passí- durante o processo de formação. a atividade material para transformar vel de partilha. Essa acessibilidade do o social humano, cumpre investigar pensamento manifesta-se na e pela PFI 4: “A partir do momento qual a contribuição que a Educação linguagem, expressando ao mesmo em que assumi a sala de aula.” Química pode dar nessa formação. tempo muitos outros aspectos da per- PFI 5: “Quando o professor sonalidade do sujeito. Entendemos supervisor saiu da sala e me 9) Quais as atividades do curso de melhor essas considerações quando deixou só na condução das formação que favorecem mudanças em assumimos que a fala é uma das for- atividades, os alunos se diri- mas de linguagem por meio da qual giram a mim e, percebi que suas concepções acerca da atividade os significados sociais são apreendi- estava ali como representante docente? dos e acordados. A fala encontra-se do ensino de química por isso Das respostas a esta questão, permeada por expressões afetivas minhas atitudes precisavam ser 48% dos estagiários relataram que que se tornam igualmente alvo das refletidas.” os conhecimentos adquiridos na interações: preferências, antagonis- PFI 6: “Quando estive no disciplina de PEQ favoreceram mu- mos, concordâncias, simpatias e período de observação do es- danças em suas concepções; numa antipatias. A ação e a fala unem-se na tágio tomei consciência que o margem próxima, 36% apontam para coordenação de várias habilidades: ensino é atividade deliberada e as atividades pedagógicas realiza- entre elas, o pensamento discursivo. por isso surgiu a necessidade das e o material didático utilizados Nesse sentido, as respostas revela- de planejar bem durante a disciplina ram que a disciplina de PEQ parece minhas aulas pois de PEQ; e por fim, colaborar para a formação. quando estivesse É nas interações que os 16% ressaltaram a Admitindo a linguagem como na regência seria conceitos científicos passam contribuição das dis- 264 central no processo de elaboração eu, o conheci- a ser discutidos em um ciplinas de cunho conceitual, o professor formador mento químico processo descendente pedagógico ofere- pôde compreender a dinâmica de seu e os alunos. Isto em que adquirem mais cidas durante todo trabalho pedagógico. Adotar proce- exige responsa- “concretude”, enquanto curso de formação dimentos de pesquisa para dialogar bilidade.” os conceitos cotidianos inicial. Em relação com e refletir a ação docente permitiu dos alunos tomam um aos conhecimentos avanços na construção da identi- As falas mostram caminho ascendente e são adquiridos na disci- dade profissional do formador num a relação tensa, e interpretados num nível plina de PEQ, apre- movimento contínuo em constante dinâmica ao mesmo superior de abstração sentamos algumas transformação. Sobre esses avanços, tempo, entre a refle- respostas. podemos destacar: a) na introdução xão e a ação, e que a prática, sendo de um termo novo, relacioná-lo com idealizada e deliberada, é somente PFI 18: “A elaboração de um as ideias que os estudantes têm a em sala de aula que se realiza. Por material instrucional envolven- respeito e mostrar a diferença entre isso, as disciplinas que preparam do os conceitos químicos, em os dois significados; b) elaboração de para os estágios precisam estar num PEQ, fez com que eu tomasse aulas de natureza interativa com ênfa- processo contínuo de investigação e consciência de que o professor se na apropriação do conhecimento de ação. De igual modo, investir em não deve aceitar cegamente científico por meio de estratégias pesquisa na formação de formadores qualquer estratégia proposta como rever e/ou marcar os significa- representou o estudo de uma situa- por um livro didático.” dos apreendidos. ção social para tratar de melhorar a PFI 22: “As atividades de A questão 7 foi elaborada com o qualidade da ação que nela intervém. reflexão feitas em PEQ por objetivo de obter informações sobre A Questão 9 foi pensada com o meio de compartilhamento das a constituição da identidade profis- objetivo de obter informações sobre experiências da comunidade sional docente. a contribuição da didática especifica de educadores em química na formação de professores. Enten- ampliaram minhas concepções 7) Como você tomou consciência de seu demos que a atividade docente está sobre ser professor.” próprio papel na condução das atividades ligada à ação educativa mais ampla PFI 2: “As discussões sobre de ensino? que ocorre na sociedade, que é o tendências (dinâmicas, utiliza- Do quantitativo de respostas, 72% ensinar. Na sua acepção corrente, é ção de experimentos, técnicas) dos futuros professores afirmaram definida como uma atividade prática. pedagógicas da comunidade que é a partir do primeiro contato O professor em formação inicial está de pesquisadores do ensino com os alunos em sala de aula que se se preparando para efetivar as tare- de química.” define a importância do papel do pro- fas práticas de ser professor. Dado PFI 3: “A abordagem dos QUÍMICA NOVA NA ESCOLA A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
  • 9. textos em sala de aula dando Romper com a racionalidade técnica mica pode ser considerado um apoio a prática de estágio sem cair no espontaneísmo de sobre- profissional autônomo que refletiu possibilitou uma nova visão da valorizar qualquer prática demanda criticamente sobre a sua prática atividade docente pois o desa- um esforço contínuo e criterioso de para compreender tanto as ca- fio era vincular o aprendizado incorporação da racionalidade crítica racterísticas dos processos de da disciplina com a realização na reestruturação das disciplinares ensino-aprendizagem quanto o seu do estágio.” basilares dos cursos de formação de contexto de ação. PFI 7: “O diálogo, através da professores. Essa análise parece revelar que discussão dos textos, com a Esses resultados demonstram a ação docente de professores experiência de outros profes- que um plano de curso alicerçado na formadores contribuiu para seus sores de química.” Educação Química pode ser capaz processos de construção identitária PFI 20: “As discussões con- de fornecer apoios concretos, pró- de seus alunos. O formador, tendo ceituais sobre a natureza da ci- prios de um exercício profissional, a por base seus saberes pedagógicos ência me fizeram compreender professores formadores e a futuros fundamentados na necessidade de sobre os reais desafios do en- professores com a preocupação em superar o atual ensino de química, sino de química e as atividades situações que possam proporcionar tentou proporcionar o acesso a de elaborarmos aulas para a a manifestação de suas crenças e conhecimentos químicos que per- turma ajudaram a ter noção de a formação de outras convicções, mitissem a construção de uma visão como lidar com os desafios.” mais consentâneas com as teorias de mundo mais articulada e menos PFI 21: “PEQ, onde somos educacionais veiculadas nessas dis- fragmentada. Ao indagar até que colocados em contato com ciplinas. Assumir o eixo da pesquisa ponto o ensino (na disciplina PEQ) um professor de química e a na formação do formador consistiu teve significado para a atividade didática fornecendo subsídios em proporcionar elementos que pro- docente dos futuros professores teóricos para a prática de está- moveram o juízo prático em situações em suas realidades de trabalho nas gio supervisionado.” concretas e a validez das teorias e escolas, colocamos em questão a hipóteses. contribuição da Educação Química 265 Em sua grande maioria, as dis- Tendo em vista a ampliação da na constituição dos saberes peda- ciplinas pedagógicas oferecidas compreensão da situação prática ini- gógicos na formação inicial. E num nos cursos de formação de educa- cial, entendemos que o processo se movimento contrário, qual a contri- dores apresentam características modificou e seria necessário proce- buição das atividades dos futuros marcantes por seus conteúdos que der aos mesmos passos para a nova docentes para a revisão dos cursos enfatizam uma preocupação de situação–problema, caracterizando a de PEQ e para a ressignificação da caráter estritamente técnica. Suas quinta e última etapa de uma espiral prática pedagógica em ensino de abordagens dificilmente ultrapassam da pesquisa-ação. química no ensino superior. as dimensões técnicas do ensino. Nossos resultados demonstram Frequentemente, os conteúdos Considerações finais que o professor formador desenvol- giram em torno de uma temática Adotar a pesquisa como eixo da veu uma postura investigativa sobre central que pode ser resumida no formação do formador pode pro- sua área de atuação e, utilizando planejamento, na execução e na porcionar condições formativas que procedimentos de pesquisa como avaliação do ensino. Por tudo isso, possibilitem explicar, refletir e superar instrumento de trabalho, conheceu e encontramos na maioria dos progra- aspectos gerais e específicos vincu- investiu na realidade concreta de sua mas dessas disciplinas conteúdos lados à ação docente do formador. ação docente. que refletem uma preocupação Considerando a inserção da pesquisa A questão de como acontece o com o estudo de técnicas de ensino para auxiliar o processo de formação processo de construção do saber- voltadas à aprendizagem humana, de formadores, que é contínuo e di- fazer docente num movimento de re- vindo a resultar num estudo isolado, nâmico, pudemos compreender essa flexão sobre a formação do professor aparentemente neutro. dinâmica para nela intervir. fundamentou a temática vivenciada O momento atual é, pois, o de Colocando a atividade docente por nós: pesquisadores e pesquisa- repensar a “razão teórica” e a “razão como objeto de nossa investigação, dos, sujeitos e atores de uma prática prática” dessas disciplinas para va- foi necessário compreendê-la em social em movimento. Finalmente, lorizarmos a amplitude do fenômeno suas vinculações com a prática social enquanto problematizamos, também educacional e, mais intensamente, a na sua historicidade e isso se fez a discutimos os problemas relaciona- relação do sujeito com a aprendiza- partir da verificação da mobilização dos ao contexto das diferentes situa- gem. De igual modo, a introdução de dos saberes adquiridos na disciplina ções que compartilhamos na troca de elementos que possam oferecer um para estruturar e tomar decisões na nossas experiências. Nesse sentido, conhecimento, mais preciso, das re- escola e na sala de aula de química. formaram-se os professores em for- alidades educacionais e sociais será Nessa iniciativa, o professor mação e os professores formadores certamente uma tônica imperiosa. formador de professores de quí- de professores. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010
  • 10. Claudio Roberto Machado Benite (claudio.benite@ Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas Química da UFG. Agustina Rosa Echeverria (agus- ueg.br), licenciado em química, especialista em ensino (UnUCET) - Universidade Estadual de Goiás (UEG). tina@quimica.ufg.br), bacharel, licenciada e mestre de ciências pela Universidade do Estado do Rio de Anna Maria Canavarro Benite (anna@quimica.ufg. em química pela Universidade da Amizade dos Povos Janeiro (UERJ), mestre em educação em ciências e br), bacharel e licenciada em química, mestre e dou- (Moscou), doutora em educação pela Universidade matemática e doutorando em química pela Universi- tora em ciências (química) pela Universidade Federal Estadual de Campinas (UNICAMP), é docente do dade Federal de Goiás (UFG), é docente da Unidade do Rio de Janeiro (UFRJ), é docente do Instituto de Instituto de Química da UFG. Referências em educação no Brasil. Brasília: Plano, SACRISTÁN, J. G. 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This work is characterized as research-action and presents a possible proposal for intervention in formative cases aimed at promoting a learning process in which the professor is the focus. The results indicate that the teacher responsible for the teacher’s formative process can be considered a standalone and an emancipated professional, because he/she was able to reflect critically on his/her practice to understand both the characteristics of teaching-learning processes and its context of action, so that his/her work was crucial to the development of actions that could contemplate the stand-alone and emancipating formative process of his/her students. Keywords: teacher’s formative’s initiatives, chemical education, teaching process, research-action. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA A Pesquisa na Formação de Formadores de Professores Vol. 32, N° 4, NOVEMBRO 2010